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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE (102224) ESCOAMENTO EM MEIOS POROSOS: ESTUDO DA PERDA DE CARGA E ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS DOS LEITOS Carlos Philipe Silva Rocha Júlio Cesar Dantas Silva Lucas Fernando Santos de Jesus Marcelo Diaz Nascimento Vinícius Fernandes Mendonça Dantas SÃO CRISTÓVÃO – SE FEVEREIRO DE 2014 ESCOAMENTO EM MEIOS POROSOS: ESTUDO DA PERDA DE CARGA E ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS DOS LEITOS RELATÓRIO EXPERIMENTAL Relatório referente ao experimento laboratorial conforme exigências da disciplina Laboratório de Fenômenos de Transporte, ministrada pelos professores Dr. Manoel Marcelo do Prado e Drª. Luanda Gimeno Marques. Todas as etapas desta prática foram realizadas por todos os integrantes do grupo. SÃO CRISTÓVÃO – SE FEVEREIRO DE 2014 RESUMO O estudo do escoamento em meios porosos é de fundamental importância para a compreensão de um dos mais importantes ramos dos Fenômenos de Transporte, que são os sistemas particulados. Uma imensa variedade de operações na indústria química necessita dela. No presente trabalho, foi realizado o estudo do escoamento em um meio poroso, avaliando tanto a operação em leito fixo, quanto em leito fluidizado. Os parâmetros do leito k e c foram calculados e comparados com os valores teóricos obtidos via equações de Ergun e Kozeny-Carmam. Assim, como foi feito a análise da variação da queda de pressão no leito em função da vazão, e obtido a velocidade de mínima fluidização a partir de tal análise. O valor encontrado experimentalmente se aproximou dos valores estimados por correlações, com um valor considerado de 0,023 m/s. SUMÁRIO OBJETIVOS ..................................................................................................................... 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 5 1 - ESCOAMENTO EM MEIOS POROSOS .............................................................. 5 1.1 - Equações da Continuidade e do movimento para o fluido ............................... 5 1.2 - Definição da força resistiva .............................................................................. 7 1.3 - Determinação da tensão extra .......................................................................... 8 1.4 - Lei de Darcy e permeabilidade......................................................................... 8 1.5 - Propriedades estruturais da matriz porosa ........................................................ 9 1.6 - Definindo a superfície específica e porosidade .............................................. 10 1.7 – Fluxo laminar através de um leito poroso fixo .............................................. 11 1.8 - Cálculo da perda de carga no escoamento em meios porosos........................ 14 1.9 - Fluxo turbulento através de um leito poroso fixo .......................................... 14 1.10 – Equação de Ergun ........................................................................................ 14 2 - FLUIDIZAÇÃO .................................................................................................... 15 2.1- Comportamento Geral de sistemas fluidizados ............................................... 15 2.2- Tipos de Fluidização ....................................................................................... 16 2.3- Efeitos da velocidade do fluido no gradiente e queda de pressão ................... 16 2.4 - Velocidade de mínima fluidização ................................................................. 18 3 - PICNOMETRIA .................................................................................................... 19 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 20 TRATAMENTO DE DADOS ................................................................................... 22 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 23 LEITO FIXO .............................................................................................................. 23 LEITO FLUIDIZADO ............................................................................................... 28 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 35 ANEXO A - Memorial de Cálculo ................................................................................ 36 4 OBJETIVOS Estudar o escoamento em um meio poroso tanto em leito fixo, como em leito fluidizado. Estimar os parâmetros k e c comparando-os com valores estimados pelas equações clássicas de Ergun e Kozeny-Carman. Determinar a velocidade de mínima fluidizarão e compará-la com os valores estimados pelas correlações de Wen-Yu e Richardson-Jeronimo. 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1 - ESCOAMENTO EM MEIOS POROSOS O estudo do escoamento em meios porosos é de fundamental importância para a compreensão de um dos mais importantes ramos dos Fenômenos de Transporte, que são os sistemas particulados. Uma imensa variedade de operações na indústria química necessita dela. O escoamento de um fluido pode ser classificado como viscoso ou não-viscoso. O escoamento invíscido é o qual os efeitos viscosos não influenciam significativamente no fluxo de fluido, por isso são negligenciados. Já escoamento viscoso é aquele que os efeitos da viscosidade são importantes e não podem ser negligenciados. Analiticamente, pode-se modelar um escoamento invíscido simplesmente considerando a viscosidade nula. Contudo, experimentalmente não é tão simples, visto que todos fluidos possuem fluidos de interesse possuem viscosidade (Potter, Wiggert, Ramadan, 2011). Há situações onde os efeitos da viscosidade podem ser ignorados, tais como quando a tensão de cisalhamento é pequena e atuando em pequenas áreas. 1.1 - Equações da Continuidade e do movimento para o fluido Adotaremos como base: as leis básicas de conservação, que formam o núcleo da Teoria de Transporte em misturas estabelecidas por C. Truesdell (1957) e generalizadas por P. Kelly (1964). Para um meio poroso indeformável constituído de partículas fixas, a equação da continuidade e equação do movimento para o fluido, na forma integral, podem ser descritas como: ∫ ∂ ∂tVR (ερ)𝑑𝑉 + ∫ ρε𝑢. 𝑛𝑑𝑆 = 0 SR (1) ∫ 𝜀𝜌𝑢 𝑉𝑅 𝑑𝑉 = ∫ 𝑇𝑛dS 𝑆𝑅 − ∫ 𝑚∗dV 𝑉𝑅 + ∫ ερg 𝑉𝑅 dV (2) 6 onde 𝑆𝑅 e 𝑉𝑅 são respectivamente a superfície e o volume da região R que encerra a matriz porosa e fluido, ρ a densidade do fluido, ε a porosidade da matriz ou fração volumétrica ocupada pelo fluido, u a velocidade intersticial do fluido, T o tensor tensão que atua na fase fluida, 𝑚∗ a força exercida pelo fluido sobre a matriz porosa e g a intensidade do campo exterior (Massarani, 2002). Sabendo que a velocidade superficial do fluido é dada por: q = ε𝑢 (3) e que a força resistiva é dada por: 𝑚∗ = 𝑚 − (1 − ε)ρg (4) e ainda, a tensão que atua sobre o fluido no meio pode ser definida por: 𝑇 = 𝑝1 + 𝜏 (5)sendo 𝜏 a tensão extra, pode-se redefinir as equações da continuidade e movimento, dadas, respectivamente por: 𝜕 𝜕𝑡 (ερ) + 𝑑𝑖𝑣(ρq) = 0 (6) ερ [ 𝜕𝑢 𝜕𝑡 + (grad u)u] = −grad p − 𝑚 + div 𝜏 + ρg (7) Para solucionar as equações acima, são sugeridas hipóteses simplificadoras pertinentes ao escoamento isotérmico de um fluido homogêneo através de meios indeformáveis. A força resistiva e a tensão extra são para o nosso sistema matriz porosa- fluido função da velocidade superficial relativa, 𝑚 = 𝑓(𝑞) (8) 𝜏 = 𝐺(𝑞) (9) 7 sendo as funções f e G não inteiramente arbitrárias pois devem satisfazer a segunda lei da termodinâmica e o princípio da invariância às mudanças de referencial. Teoremas de representação para estas funções são conhecidos e conduzem aos resultados (Smith, 1971): 𝑚 = 𝛽(‖q‖)q (10) 𝜏 = 𝛼1(‖q‖)1 + 𝛼2(‖q‖)q (11) sendo 𝛼1, 𝛼2 e 𝛽 são função do módulo da velocidade superficial. 1.2 - Definição da força resistiva Estudos oriundos de Henry Darcy (1856) até os tempos atuais definiu a força resistiva, dado por: 𝑚 = 𝜇 𝑘 [1 + 𝑐𝜌√𝑘‖𝑞‖ 𝜇 ] 𝑞 (12) onde µ é a viscosidade do fluido, k e c são, respectivamente, a permeabilidade do meio poroso e parâmetro adimensional. Esses parâmetros dependem apenas dos fatores estruturais do meio poroso. A Equação 12 é válida para escoamentos viscosos em meios isotrópicos homogêneos ou heterogêneos, ou seja, meios em que k e c são constantes ou variáveis com a posição no sistema. Sendo válida também para sistemas não isotérmicos, verificando-se a variação da viscosidade e da densidade do fluido ao longo do escoamento (Massarani, 1969). Para meios anisotrópicos, a lei de Darcy toma a forma: 𝑚 = 𝜇𝑅𝑞 (14) onde R é o tensor resistividade (Ferrandon, 1948). 8 1.3 - Determinação da tensão extra Na literatura atual, o conhecimento acerca da tensão extra τ é muito pouco. Para diversos experimentos a Equação 11 remete que 𝛼2 é praticamente nulo para fluidos newtonianos, e valores significativos para soluções poliméricas não-newtonianas (Massarani 2002). Logo a tensão extra será dada por: 𝜏 = 𝛼1(‖q‖)1 (15) 1.4 - Lei de Darcy e permeabilidade O primeiro trabalho experimental sobre escoamento através de leitos granulados foi realizado por Darcy em 1830 quando ele examinou a taxa de escoamento de agua em mananciais através de leitos ou área de vários tamanhos. Foi percebido que a velocidade média, medida em toda área do leito, foi diretamente proporcional a pressão e inversamente proporcional a espessura do leito (Richardson et al., 2002). Esta relação clássica, muito conhecida como Lei de Darcy, vem sendo confirmada por muitos trabalhos e pode ser escrita da seguinte forma: 𝑞𝑐 = 𝐶 ( −∆𝑃 𝐿 ) (16) onde −∆𝑃 é a queda de pressão através do leito; L é o comprimento do leito; 𝑞𝑐 é a velocidade média do fluido, definido como (1/𝐴)(𝑑𝑉/𝑑𝑡); A é a área total do leito; V é o volume do fluido escoando por tempo t; C é a constante que depende das propriedades físicas do leito e do fluido. A relação linear entre a taxa de escoamento e a diferença de pressão leva a supor que o escoamento é laminar. Isto é esperado, pois o número de Reynolds para escoamento através de espaços de poros num leito granular é baixo, uma vez que tanto velocidade do fluido quanto o comprimento da coluna são normalmente pequenos (Richardson et al., 2002). A resistência ao fluxo, então, decorre principalmente do arrasto viscoso e pode ser expressa: 𝑞 = 𝐶 ( −∆𝑃 𝐿 ) = 𝑘 −∆𝑃 𝜇 𝐿 (17) onde 𝜇 é a viscosidade do fluido e k é denominado coeficiente de permeabilidade para o leito, e depende somente das propriedades do mesmo. 9 1.4.1 - Equação de Darcy Sendo a situação comum em que o meio poroso isotrópico e homogêneo é percolado por um fluido newtoniano. Resulta das equações (3), (7), (12) e (15): ερ [ 1 3 ∂q ∂t + (grad q)q] = −grad [p − 𝛼1(‖q‖)] − 𝑚 + ρg (18) para o caso em que o escoamento é uniforme, ou seja, quando o campo de velocidade q é uniforme, a equação do movimento (16) assume a forma: 0 = −grad 𝑝 − 𝑚 + ρg (19) essa equação é conhecida como de Darcy e é utilizada para literatura sobre a fluidodinâmica em meios porosos (Scheidegger, 1963; Bear, 1972) 1.5 - Propriedades estruturais da matriz porosa Para o caso do experimento, faz-se necessário a determinação da porosidade, da permeabilidade, e o fator c. No caso da porosidade utilizaremos o método da picnometria, explica logo mais adiante. A permeabilidade e o fator c são determinados experimentalmente, sendo regidos pela equação: − 𝑑𝑝 𝑑𝑧 = µ𝑞 𝑘 + 𝑐𝜌𝑞2 √𝑘 (20) Para o escoamento em leito fixo, a equação pode ser simplificada (Coulson, 2002), dada por: − 𝑑𝑃 𝑑𝑧 = µ𝑞 𝑘 (21) Subsistiu-se q por 𝑢𝑐 e integra-se a Equação (18), dados os limites e equação por: 10 µ𝑢𝑐 𝑘 ∫ 𝑑𝑧 𝑙 0 = ∫ 𝑑𝑃 𝑃2 𝑃1 (22) (∆𝑃) L = µ 𝑘 𝑢𝑐 = µ 𝑘 𝑣 (23) sabendo que 𝑢𝑐 é definida como a velocidade média no leito (v). O valor da queda de pressão segue a equação para medição num manômetro em U, dada por: (∆𝑃) = (ρ𝑚 − ρ)g∆ℎ (24) O valor do coeficiente de permeabilidade é frequentemente utilizado para dar uma indicação da facilidade com que um fluido vai fluir através de um leito de partículas ou um dispositivo de filtragem. 1.6 - Definindo a superfície específica e porosidade A estrutura geral de um leito de partículas pode geralmente ser caracterizada pela área específica da superfície do leito (𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 ou 𝑆𝑏) e pela porosidade do leito ε (Coulson e Richardson, 2002). Sendo 𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 é definida como a área de superfície do fluido por unidade de volume do leito, expressa em comprimento -1; ε é a fracção do volume do leito não ocupado por material sólido (porosidade), sendo adimensional; e A𝑝 a área superficial específica das partículas dividida pelo seu volume característico, expressa em comprimento -1. Para uma esfera, por exemplo, pode-se determinar A𝑝 dada por: A𝑝 = Acirc Asuperficie da esfera (25) A𝑝 = 𝜋𝐷2 𝜋(𝑑3 6⁄ ) = 6 𝑑 (26) Pode-se perceber a partir da tabela 1 que a A𝑝 e 𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 não são iguais, devido à porosidade que se encontra presente quando as partículas são embaladas num leito. Se ocorrer contato com o ponto entre as partículas de modo que apenas uma fração muito 11 pequena da área de superfície é perdida por sobreposição, então define-se a correlação entre as áreas, dada por: 𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 = A𝑝(1 − 𝜀) (27) 1.7 – Fluxo laminar através de um leito poroso fixo Muitas tentativas têm sido feitas para obter expressões gerais para a queda de pressão e de velocidade de fluxo através de leitos empacotados em termos da porosidade e área específica, sabendo que estas quantidades são geralmente conhecidas ou podem ser facilmente mensuradas. Alternativamente, medições da queda de pressão, velocidade, e porosidade proporcionam uma maneira conveniente de medir a área superficial de certos materiais particulados (Coulson e Richardson, 2002).Para o fluxo através de uma torre empacotada circular, podemos descrever a velocidade pela seguinte equação: 𝑢 = 𝑑𝑡 2 32𝜇 (−∆𝑃) 𝐿𝑡 (28) sendo, µ a viscosidade do fluido, dt o diâmetro do tubo, Lt o comprimento do tubo, (-ΔP) a queda de pressão sentida. Se o espaço livre no leito é assumido por ser constituído de uma série de canais tortuosos, equação (24) pode ser reescrita para a velocidade através de um leito como: 𝑢1 = 𝑑𝑝 2 𝐾´µ (−∆𝑃) 𝐿´ (29) sendo: dp é um diâmetro equivalente dos canais dos poros; K´ é uma constante cujo valor adimensional depende da estrutura da leito; L´ é o comprimento do canal do poro, e u1 é a velocidade média através dos canais dos poros. Pode-se correlacionar as Equações (23) e Equação (28) para determinarmos uma equação geral para todos os perfis de velocidade através do leito, dado por: 12 𝑢1 = 𝑢𝑐 ε (30) estudos comprovaram que essa Equação (26) só é válida para leito empacotados de forma aleatória, porém, não é válida para todas as estruturas desse tipo (Coulson e Richardson, 2002). Dessa forma, faz-se necessário determinar uma equação mais precisa, a partir da Equação (28) proposta por Kozeny (1927) e depois modificada por Carman (1956) propuseram a seguinte correlação: 𝑑𝑝´ = ε 𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 = ε A𝑝(1−𝜀) (31) onde: ε 𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜𝑠 á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒 𝑚𝑜𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎 = á𝑟𝑒𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 𝑎𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑚𝑜𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜 (32) Como o diâmetro hidráulico médio é ser definido por: 4 ( á𝑟𝑒𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 𝑎𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑚𝑜𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜 ) (33) logo, a Equação (31), torna-se: ε 𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 = 1 4 (diâmetro hidráulico médio) (34) então, a Equação (28) para todo e qualquer tipo de leito pode ser rescrita na forma: 𝑢𝑐 = 1 𝛽 ε³ 𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 1 µ (−∆𝑃) 𝐿 (35) 𝑢𝑐 = 1 𝛽 ε³ A𝑝²(1−𝜀)² 1 µ (−∆𝑃) 𝐿 (36) onde, 𝛽 é conhecida como a constante de Kozeny, que é determinada como 𝛽 =5, substituindo na Equação (35), tem-se: 13 𝑢𝑐 = 1 5 ε³ A𝑝²(1−𝜀)² 1 µ (−∆𝑃) 𝐿 (37) A partir da Equação (35) pode-se determinar o valor da constante k, dado o regime experimental, e calculada a porosidade do meio e a velocidade média. Sendo: 𝑘 = (𝑑𝜙)2ε3 36𝛽(1−𝜀)² (38) Segundo Massarani (2002) o valor recomendado do parâmetro 36𝛽 é 170 para partícula não esférica e 150 para esferas. Para o caso de partículas esféricas, a partir da Equação (25), tem-se: 𝑢𝑐 = 𝑑² 180 ε³ (1−𝜀)² 1 µ (−∆𝑃) 𝐿 (39) Para o caso de partículas não esféricas deve-se utilizar a determinação do diâmetro médio de Sauter, dado por: 𝐷𝑠̅̅ ̅ = ( 𝑠𝑜𝑚𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒𝑠 𝑠𝑜𝑚𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑎𝑠 á𝑟𝑒𝑎𝑠 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 ) = ∑ 𝑉𝑖 ∑ 𝐴𝑖 (40) Antes de analisar o fluxo turbulento, faz-se necessário sabermos que o valor da constante c pode ser determina matematicamente por duas correlações (Massarani, 2002). O fator pode ser pode ser correlacionado por um adimensional Ω, dado por: 𝑐 = 𝛺 𝜀3 2⁄ (41) A primeira correlação é de dada por Ergun (1952) para faixa de: 0,35 < ε < 0,50 10−6 < k < 10−4cm² logo o adimensional será constante, dado por: Ω = 0,14. 14 A segunda correlação foi dada por Massarani (1952) para a faixa de: 0,15 < ε < 0,75 10−9 < k < 10−3cm² então: Ω = [0,13 ( 𝑘0 𝑘 ) 0,37 + 0,10 ( 𝑘0 𝑘 ) 0,01 ] 0,98 (42) com k0 = 10 −6cm² A Equação de Ergun (1952) é extensamente utilizada na literatura da Engenharia Química (Massarani, 2002). 1.8 - Cálculo da perda de carga no escoamento em meios porosos No escoamento unidirecional e incompressível, as Equações (12) e (17) levam à equação da perda de carga no meio poroso, dado por: (−∆P) ρg = ( WA̅̅ ̅̅ ̅ g ) meio poroso (43) ( WA̅̅ ̅̅ ̅ g ) meio poroso = L ρg [ µ k + cρq √k ] q (44) onde: L é o comprimento total do tubo; ρ é massa específica do líquido; µ é a viscosidade cinemática do fluido; c é uma constante e k é a permeabilidade do meio poroso. 1.9 - Fluxo turbulento através de um leito poroso fixo Para regimes turbulentos numa torre de leito poroso, o principal cálculo a ser feito é o número de Reynolds para o sistema particulado, dado por: 𝑅𝑒 = 𝑢𝑐 A𝑝(1−𝜀) 𝜌 µ (45) 1.10 – Equação de Ergun 15 Segundo Richard et al. (2002) “Quando o regime de escoamento está próximo ao ponto de fluidização o qual é fora do range de aplicação da correlação de Carman-Kozeny, é necessário usar uma equação geral para o gradiente de pressão no leito, tal como a de Ergun: − ∆𝑃 𝐿 = 150 ( (1−𝜀)2 𝜀3 ) ( 𝜇 (𝑑𝜙)2 ) 𝑣 + 1,75 ( (1−𝜀) 𝜀3 ) ( 𝜌 𝑑𝜙 ) 𝑣2 (46) Para calcular o parâmetro adimensional C, Ergun propôs a seguinte equação: 𝐶 = 0,14 𝜀1,5 (47) 2 - FLUIDIZAÇÃO 2.1- Comportamento Geral de sistemas fluidizados Quando fluido passa para baixo através de um leito de sólidos, não ocorre movimento relativo entre as partículas, a não ser que a orientação das partículas seja instável, e quando o escoamento é laminar, a pressão através do leito é diretamente proporcional à taxa de escoamento, entretanto para altas taxas a queda de pressão aumenta mais rapidamente. Já quando um fluido escoa de forma ascendente através do leito, a queda de pressão é a mesma para taxas relativamente baixas. No entanto, quando a força de arrasto se torna igual ao peso aparente, que é o peso real menos a força de empuxo, as partículas se rearranjam assim oferecendo menor resistência para o fluido e o leito começa a se expandir com o correspondente aumento da porosidade. Este processo continua com o aumento da velocidade, com a força de atrito total permanecendo igual ao peso das partículas, até que o leito assume sua forma estável (“livres”) de empacotamento. Se velocidade é então aumentada, as partículas individualmente se separam uma da outra e se tornam livremente suportadas no fluido, nesta fase, então, o leito é descrito como fluidizado. Um maior aumento da velocidade causa uma separação ainda maior das partículas, embora a diferença de pressão permanece aproximadamente igual ao peso por unidade de área no leito. Na prática, a transição do leito fixo para o leito fluidizado não é uniforme principalmente devido a irregularidades no empacotamento e devido à faixa de velocidades, podem coexistir regiões de leito fixo e fluidizado (Richardson et al., 2002). 16 2.2- Tipos de Fluidização A fludização pode ser dividida em dois tipos, em relação ao número de Froude (Fr): 𝐹𝑟 = 𝑣𝑀𝐹 2 𝑔𝐷𝑝 (48) Se Fr < 1 A fluidização é particulada (típica da fluidização com líquidos que devido a maior inércia do líquido e forças viscosas fazem a fluidização mais uniforme) Se Fr > A fludização é agregativa (típica da fluidização com gases, forma-se escoamento preferencial e bolsões de gás eclodem à superfície) 2.3- Efeitos da velocidade dofluido no gradiente e queda de pressão Quando um fluido escoa lentamente ascendente através de um leito de partículas muito finas, o escoamento é laminar e a relação linear existente entre o gradiente de pressão e a vazão, como fora apresentado anteriormente. Caso plote-se um gráfico de (−∆𝑃/𝐿) em função da velocidade superficial (𝑣𝑐) usando escala logarítmica uma linha reta com unidade de inclinação é obtida, como apresentado na Figura 1 Como a velocidade superficial se aproxima da velocidade mínima de fluidização (𝑣𝑚𝑓), quando o leito começa a se expandir e quando as partículas não estão mais em contato físico entre elas, o leito está fluidizado. O gradiente de pressão então se torna mais baixo por causa do aumento da porosidade e, consequentemente, o peso das partículas por unidade de leito se torna menor. Esta queda continua até que a velocidade seja alta o suficiente para transportar material, e o gradiente de pressão então começa a crescer novamente por causa do atrito do fluido na parede do tubo começa a se tornar significante. Quando o leito é composto por partículas grandes, o fluxo será laminar somente para baixas velocidades e o coeficiente angular da curva (s) da parte inferior da curva será grande (1 < s < 2) e não deve ser constante, particularmente se há uma mudança progressiva no regime como a velocidade cresce (Richardson et al., 2002) 17 Figura 1 – Gradiente de pressão dentre de um leito em função da velocidade do fluido Figura 2 – Queda de pressão através de um leito fixo e fluidizado Se pressão através do todo o leito é plotado em função da velocidade usando escala logarítmica, como apresentado na Figura 2, uma relação linear é obtida novamente até o ponto onde a expansão do leito começa (A), embora, o coeficiente angular da curva então gradualmente diminui quando o leito se expande e a porosidade cresce. A medida que a velocidade cresce, a queda de pressão passa através do valor máximo (B) e cai significativamente e alcança um valor aproximadamente constante, independe da velocidade (Região CD). Se a velocidade do fluido então é reduzida novamente, o leito contrai até atingir a condição onde as partículas estão apenas repousando uma sobre as outras (E). A porosidade então tem o valor máximo estável o qual pode ocorrer para um o leito fixo. Se a velocidade é mais uma vez decrescida, desde que o leito não sofra vibração, a estrutura do permanece inalterada. A queda de pressão (Região EF) através do reformado leito fixo a qualquer velocidade de fluido é, então, menor que a de antes da fluidização. Se a velocidade agora cresce novamente, é esperado que a curva (FE) seja refeita e que o coeficiente angular da reta passe repentinamente de 1 para 0 no ponto de 18 fluidização. Esta condição é complicada de reproduzir, contudo, porque os leitos tendem a se tornar consolidados novamente (Fixos), a menos que esteja completamente livre de vibração. Na ausência de canalização (escoamento preferencial), a forma e o tamanho das partículas que determinam tanto a máxima porosidade e a queda de pressão através de uma dada atura de leito fluidizado de uma dada profundidade. Num leito fluidizado ideal a queda de pressão correspondente a ECD é igual ao peso de flutuante de partículas por unidade de área. Na, prática, deve ser desviar-se sensivelmente a partir deste valor, como resultado a canalização e efeito de parede a partícula. O ponto B está acima de CD porque as forças de atrito entre as partículas têm que ser ultrapassadas antes do leito se rearranjar (Richardson et al., 2002). 2.4 - Velocidade de mínima fluidização A velocidade de mínima fluidização (𝑣𝑚𝑓), como já fora apresentada, é frequentemente utilizada em leito fluidizado para cálculos e em quantificação das propriedades das partículas (Perry et al., 2008). A correlação de Wen e Yu (Perry et al., 2008) dada abaixo, pode ser utilizada para o cálculo do diâmetro de partícula 𝑑𝑝, como também para o cálculo da velocidade terminal (𝑣𝑚𝑓). Caso esta não possa ser determinada experimentalmente, usa-se a expressão abaixo: 𝑅𝑒𝑚𝑓 = (1135,7 + 0.0408 𝐴𝑟) 0.5 − 33.7 (49) onde 𝑅𝑒𝑚𝑓 = 𝑑𝑠𝑣𝜌𝑓𝑣𝑚𝑓/𝜇 𝐴𝑟 = 𝑑𝑠𝑣𝜌𝑓(𝜌𝑠 − 𝜌𝑓)𝑔/𝜇 2 𝑑𝑠𝑣 = 1/ ∑ 𝑥𝑖/𝑑𝑝𝑖 Outra equação utilizada para o calculo da velocidade terminal é a apresentada por Richardson e Jeronimo (1971): 𝑅𝑒𝑚𝑓 = (25,7 2 + 0,0365𝐴𝑟)0,5 − 25,7 (50) Sendo os parâmetros iguais aos já apresentados para a correlação de Wen e Yu. 19 3 - PICNOMETRIA Figura 3- Picnômetro. Nos métodos de densidade absoluta consistem na medição da massa de uma substância que ocupa um volume conhecido (ou vice-versa), o principal é o método da picnometria, que consiste na determinação bastante precisa de massa e volume de substâncias líquidas e sólidas. Essa determinação é feita usando-se um aparelho chamado de picnômetro. Ele é um recipiente de vidro com rolha esmerilhada, vazada por tubo capilar, que permite seu completo enchimento com líquidos. A capacidade volumétrica do instrumento é, portanto, facilmente determinada pela pesagem de um líquido tomado como padrão de densidade (geralmente água) na temperatura da operação. Para medir a densidade de um líquido, determina-se a massa necessária para encher completamente um picnômetro de volume conhecido. Os métodos de densidade relativa são baseados no princípio de Arquimedes, constituindo na medição (geralmente indireta) do efeito do empuxo, que é diretamente proporcional à massa de líquido deslocada por um corpo sólido imerso flutuante. 20 MATERIAIS E MÉTODOS O equipamento utilizado no procedimental experimental era composto por: • Reservatório de água (RA); • Bomba centrífuga (BC) de 12 CV; • Colunas de meio poroso para leito fixo (coluna 1) de diâmetro interno Di = 75 mm e altura de 0,77 m, composto por uma massa de 4650 g de partículas de características indeterminadas; • Colunas de meio poroso para leito fixo de diâmetro interno Di = 75 mm e altura de 0,77 m, composto por uma massa de 3000 g de partículas de características indeterminadas; • Uma coluna de meio poroso para leito fluidizado (coluna 2) de diâmetro Di = 75 mm e altura 77,5 cm; • Medidor de vazão tipo rotâmetro (MV); • Dois manômetros de tubo de vidro em U contendo clorofórmio colorido como fluido manométrico; • Válvula de regulagem de vazão (VR); • Válvulas de bloqueio de vazão (VB1, VB2 e VB3); • Painel elétrico; • Pedras com características não conhecidas. • 4 picnômetros; • Proveta com marcação de 500 ml; • Proveta com marcação de 100 ml; 21 O esquema representativo do aparato experimental esta apresentado abaixo na Figura 4. Figura 4 – Representação esquemática do experimento Com o equipamento ainda fora de operação, verificou-se que as válvulas VR, VB2 e VM² foram fechadas e apenas VB1 e VM1 permaneceram abertas, de modo a garantir que só houvesse fluxo de água na coluna de leito fixo, ainda com o equipamento fora de operação verificou-se o medidor de pressão acoplado na coluna, afim de anotar possíveis desníveis a serem considerados nos cálculos, com todas as precauções tomadas, colocou- se o equipamento em operação, com medições de vazão iniciadas em 1 L/min, variando de 0,5 em 0,5 L/min até a vazão máxima de 5 L/min, sempre realizado a leitura do manômetro o qual fornecia o ΔH referente a cada variação. A vazão máxima foi de acordo com a altura alcançada no manômetro, de forma a evitar que o fluido manométrico não extravasasse danificandoo medidos e o experimento, com a vazão máxima alcançada foi realizado o processo inverso de modo a verificar se apresentava histerese, tomando os mesmos pontos de vazão anotados anteriormente Ao fim do procedimento, as válvulas VB1 e VM1 foram fechadas. Com o fim desta do experimento, seguiu-se para o estudo do leito fluidizado. Desta vez, as válvulas que permaneceram fechadas foram VR, VB1 e VM1 e as abertas VB2 e VM². Realizou-se o mesmo procedimento apresentado para o leito fixo, com uma variação de vazão menor de modo a descrever o processo de fluidização, com a vazão máxima alcançada de 9.5 L/min, foi realizado o mesmo procedimento para analisar se havia histerese. Após a análise do escoamento nas colunas, foram determinadas as porosidades dos leitos fixo e fluidizado. Para isso foi utilizada uma proveta, preenchida até a marca de 1000 mL com areia de partículas maiores e, logo em seguida, uma proveta de 500 mL foi usada para adicionar água a proveta com as pedras, preenchendo assim os espaços vazios 22 até a marca de 1000 mL. No total, foram gastos 450 mL de água para preenchê-lo. O procedimento foi realizado novamente, mas agora com partículas menores de areia e com uma proveta de 500 mL para os sólidos. Nesse caso, 200 mL de água foram necessários. A etapa final consistiu na determinação do diâmetro das partículas de areia, para isso, foram contadas 100 pedras de areia das particulares maiores e 300 das partículas menores. Após a contagem, 2 picnômetros foram utilizados para realizar as pesagens. Primeiro os picnômetros foram pesados vazios e suas massas anotadas. Em seguida, foram preenchidos com as pedras de areia separadas anteriormente, 100 pedras em um e 300 no outro, e novamente foram pesados anotando mais uma vez a massa obtida. Com a massa aferida, foi a vez de preencher o espaço restante do picnômetro com água, obtendo assim a massa da areia e a água juntos. E por fim, a massa do picnômetro apenas com água. Este procedimento foi realizado em duplicata de modo a corrigir possíveis desvios na medição. TRATAMENTO DE DADOS Com os dados obtidos no procedimento experimental, realizou-se os cálculos e a obtenção dos gráficos referentes a discussão. A apresentação da sequência dos cálculos encontra-se em anexo. Os gráficos foram obtidos pelo programa Excel. 23 RESULTADOS E DISCUSSÃO LEITO FIXO Os dados obtidos no experimento são mostrados na Tabela 1. Tabela 1 – Dados obtidos do experimento Q (L/min) ∆h (m) 0 0,002 1 0,099 1,5 0,145 2 0,208 2,5 0,269 3 0,350 3,5 0,420 4 0,527 4,5 0,618 5 0,746 4,5 0,620 4 0,535 3,5 0,419 3 0,350 2,5 0,272 2 0,211 1,5 0,152 1 0,103 0 0,002 Com os dados da Tabela 1, pode-se obter a velocidade média do fluido pela divisão da vazão pela área da coluna e a queda de pressão no leito por metro de coluna que é calculada a partir da Equação 21. Estes resultados são apresentados na Tabela 2. Como esperado pela lei de Darcy para o leito fixo, quanto maior a velocidade, maior foi a queda pressão encontrada, pois maior será o atrito do fluido contra as partículas sólidas. 24 Tabela 2 – Dados de queda de pressão e velocidade superficial no leito fixo v (m/s) ∆P/L (Pa/m) 0,0000 11,80 0,0038 584,34 0,0057 855,86 0,0075 1227,71 0,0094 1587,76 0,0113 2065,86 0,0132 2479,03 0,0151 3110,59 0,0170 3647,72 0,0189 4403,23 v (m/s) ∆P/L (Pa/m) 0,0189 4403,23 0,0170 3659,52 0,0151 3157,81 0,0132 2473,13 0,0113 2065,86 0,0094 1605,47 0,0075 1245,42 0,0057 897,17 0,0038 607,95 0 11,80 Com estes dados é possível estimar o coeficiente de permeabilidade (K), através de um ajuste linear a partir da lei de Darcy (Equação 17). Este ajuste é aplicado para região linear da curva é apresentado graficamente na Figura 5. É notável pelo gráfico que os dados ficaram bem ajustado e pelo coeficiente de correlação que foi de 0,999. O coeficiente de permeabilidade obtido foi de 4,52E-09 m². Este coeficiente também pode ser calculado pela correlação de Konenzy e Karman (Equação 38), utilizando a recomendação de Massarani (2002) para partículas não esféricas que é 36𝛽 = 170 e utilizando esfericidade de 0,289 a qual será apresentada posteriormente encontrou um coeficiente de permeabilidade de 4,797E-09 m². O desvio do experimental para o teórico foi de 5,81% e mostra que a correlação é muito boa quando se opera o leito na faixa linear. Além disso, pode-se afirmar que a recomendação de Massarani se mostrou confiável. 25 0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,010 0 500 1000 1500 2000 Ida Volta D P/ L (P a/ m ) v (m/s) Figura 5 - Gráfico para determinação do parâmetro K Com o ajuste não linear (Figura 6) dos dados Tabela 2 pode-se obter a seguinte expressão que descreve a queda de pressão em função da velocidade, os dados foram bem ajustados à curva, o que evidencia isto é o coeficiente de correlação R² que foi de 0,998. A equação obtida é apresentada abaixo: ∆𝑃 𝐿 = 5,98 ∙ 106𝑣2 + 1,15 ∙ 105𝑣 (50) Utilizando a Equação 50 e comprando com a 46 pode-se chegar a dois valores de esfericidade que é 0,288484 e 0,289271. Sendo que foi utilizada a média destes dois valores para estimar o K pela Equação de Darcy anteriormente (Equação 17). Com a integração da Equação 20 para fluido incompressível chega-se a seguinte expressão: (−∆𝑃) 𝐿 = 𝜇 𝑘 + 𝑐𝜌𝑓 √𝑘 𝑞2 (51) A partir da Equação 51, comparando com a equação 50 obtêm-se os valores dos parâmetros k e c obtidos para a faixa não linear foram de 6,94E-09 e 0,501, respectivamente. Pela Equação de Ergun (Equação 47) foi estimado o valor do parâmetro c que foi de 0,434 o que representa um desvio de 13%, e evidencia que a correlação utilizada apresenta uma boa concordância com o experimental. 26 Figura 6 – Ajuste da equação de Ergun A permeabilidade obtida é apresentada na Tabela 3. Nela observa-se uma proximidade da permeabilidade experimental da calculada pela correlação de Carman- Kozeny. A de Ergun foi a que se mostrou mais distante da experimental, visto que esta possui um range de aplicação maior que as outras que são aplicadas somente para a parte linear. Tabela 3 – Comparação entre as permeabilidades obtidas K experimental K (Carman - Kozeny) K (Ergun) 4,52E-09 4,80E-09 6,94E-09 Desvio em relação ao experimental - 5,81% 41,07% 27 Figura 7 – Gráfico do Fator de atrito em função do número de Reynolds O fator de atrito deve diminuir com o aumento do número de Reynolds, pois o aumento de velocidade faz com que a influência viscosa do escoamento diminua em relação a influência inercial. Logo, o fator de atrito tende a diminuir com o aumento da velocidade. Logo, pode-se dizer que os resultados para o fator de atrito foram qualitativa e quantitavamente satisfatórios. 28 LEITO FLUIDIZADO Na segunda parte do experimento, operação em leito fluidizado, foram obtidos os seguintes dados experimentais: Tabela 4 – Dados obtidos no experimento de leito fluidizado Q (L/min) Δh (m) 0 0 0 0 1 0,001 1,5 0,0015 2 0,002 2,5 0,0025 3 0,003 3,5 0,0035 4 0,004 4,5 0,0045 5 0,005 5,5 0,0055 6 0,006 6,2 0,0062 6,4 0,0064 Q (L/min)Δh (m) 6,5 0,0065 6,6 0,0066 6,7 0,0067 6,8 0,0068 7 0,007 7,2 0,0072 7,4 0,0074 7,6 0,0076 7,8 0,0078 8 0,008 8,5 0,0085 9 0,009 9,5 0,0095 9 0,009 8,5 0,0085 Q (L/min) Δh (m) 8 0,008 7,5 0,0075 7 0,007 6,5 0,0065 6 0,006 5,5 0,0055 5 0,005 4,5 0,0045 4 0,004 3,5 0,0035 3 0,003 2,5 0,0025 2 0,002 1,5 0,0015 1 0,001 A Figura 8 mostra o gráfico da queda de pressão em função da vazão. Percebe-se que há histerese. Neste caso, isso ocorreu porque, na ida, as forças de atrito entre as partículas devem ser ultrapassadas antes do leito se rearranjar, para a condição de leito fluidizado ao retornar para fixo não é necessário vencer nenhuma força de atrito, pois neste casos o há um relaxamento do leito e o acoplamento. Segundo o gráfico da Figura 8, o 12º ponto é o que representa a mínima fluidização, o que mostra que a velocidade de mínima fluidização é de aproximadamente 0,023 m/s, o que resultou em uma queda de pressão de aproximadamente 3645,80 Pa. Para análise deste resultado, o valor da velocidade de mínima fluidização foi estimada a partir das correlações de Richardson e Jeronimo (1976) e a Wen e Yu (1966) resultando em desvios relativos de 11,39% e 10,31%, respectivamente. A Tabela 5 mostra a comparação entre os valores da velocidade de mínima fluidização. A Figura 9 apresenta a relação da queda de pressão em relação à vazão em escala log-log. 29 Figura 8 – Gráfico da queda de pressão em função da vazão Figura 9 – Gráfico, em escala logarítmica, da queda de pressão em função da vazão Pode-se observar uma relação linear obtida até o ponto onde a expansão do leito começa, embora, o coeficiente angular da curva então gradualmente diminui quando o leito se expande e a porosidade cresce. A medida que a velocidade cresce, a queda de pressão passa através do valor máximo e cai significativamente e alcança um valor aproximadamente constante, independe da velocidade. Assim, pode-se dizer que o leito está fluidizado e que a vazão, até um certo valor, não causará mudanças na queda de pressão através do leito. Se a velocidade do fluido então é reduzida novamente, o leito contrai até atingir a condição onde as partículas estão apenas repousando uma sobre as 30 outras. A porosidade então tem o valor máximo estável o qual pode ocorrer para um leito fixo. Se a velocidade é mais uma vez decrescida, desde que o leito não sofra vibração, a estrutura porosa permanece então inalterada. Observa-se ainda que o caminho inverso da Figura 8 não corresponde ao de ida. Isso ocorre porque no caminho de ida o fluido precisa de uma força adicional (refletida em queda de pressão) para fluidizar as partículas, pois estas estão em repouso e além do atrito entre as próprias partículas, o atrito com a parede também contribuem para o aumento desse ΔP/L. No caminho inverso, não há nenhum motivo adicional que faça com que a queda de pressão seja momentaneamente elevada para que as partículas se reacomodem no leito. Tabela 5 – Valores estimados da velocidade de mínima fluidização, em m/s 𝑣𝑚𝑓 𝑣𝑚𝑓 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 Desvio do valor experimental (%) 0,025 (W-Y) 0,023 10,31 0,026 (R-J) 11,39 O que se observa na avaliação da avaliação da velocidade mínima de fluidização é que a baixas velocidades o fluido não possui força de arraste suficiente para se sobrepor a força da gravidade e fazer com que as partículas se movimentem. Porém, com o aumento da velocidade, o fluido tem alta força cinética e as forças de arrasto e empuxo superam a força da gravidade sobre as partículas do leito e esse se expande e se movimenta, ou seja, alcançou-se a velocidade de mínima fluidização. Observou-se também o nível do leito durante o experimento, afim de verificar o momento em que o nível variou, ou seja, quando se iniciou a fluidização. Os valores da Tabela 6 apresentam os valores de nível do leito para cada vazão de operação e sua respectiva velocidade média. A partir desses dados, pode-se obter o gráfico da Figura 12, o qual mostra o perfil do nível do leito durante o experimento no caminho de elevação da vazão. Tabela 6 – Valores para a avaliação do nível do leito. 31 Q (L/min) v (m/s) L leito (m) 0 0,0000 0,458 1 0,0038 0,458 1,5 0,0057 0,458 2 0,0075 0,458 2,5 0,0094 0,458 3 0,0113 0,458 3,5 0,0132 0,458 4 0,0151 0,458 4,5 0,0170 0,458 5 0,0189 0,458 5,5 0,0207 0,458 6 0,0226 0,462 6,2 0,0234 0,465 6,4 0,0241 0,47 6,5 0,0245 0,472 6,6 0,0249 0,473 6,7 0,0253 0,477 6,8 0,0257 0,48 7 0,0264 0,484 7,2 0,0272 0,49 7,4 0,0279 0,494 7,6 0,0287 0,501 7,8 0,0294 0,506 Q (L/min) v (m/s) L leito (m) 8 0,0302 0,51 8,5 0,0321 0,519 9 0,0340 0,528 9,5 0,0358 0,535 9 0,0340 0,528 8,5 0,0321 0,519 8 0,0302 0,51 7,5 0,0283 0,498 7 0,0264 0,484 6,5 0,0245 0,472 6 0,0226 0,46 5,5 0,0207 0,46 5 0,0189 0,459 4,5 0,0170 0,458 4 0,0151 0,458 3,5 0,0132 0,458 3 0,0113 0,458 2,5 0,0094 0,458 2 0,0075 0,458 1,5 0,0057 0,458 1 0,0038 0,458 0 0,0000 0,458 Observa-se da Figura 10 que a velocidade para a mínima fluidização foi de 0,0226 m/s, que foi a velocidade na qual o leito começou a subir. Essa velocidade se aproxima daquela obtida pelo gráfico da queda de pressão pela velocidade do fluido, que foi de 0,023 m/s. Ou seja, obteve-se a mesma velocidade de mínima fluidização tanto pela análise da queda de pressão no leito, quanto pela visualização do nível do leito. 32 Figura 10 – Variação do nível do leito durante a operação. Observa-se um comportamento de aumento da força resistiva com o aumento de velocidade superficial para os casos de leito fixo e leito fluidizado nas Figuras 11 e 12, respectivamente. Isso é esperado para o caso de escoamento em meios porosos, pois o aumento na velocidade superficial faz com que o fluido sofra maior impedimento ao escoamento pelo meio. Figura 11 – Gráfico da força resistiva em função da velocidade superficial para o leito fixo. 0,45 0,46 0,47 0,48 0,49 0,5 0,51 0,52 0,53 0,54 L (m ) Velocidade (m/s) 33 Figura 12 – Gráfico da força resistiva em função da velocidade superficial para o leito fluidizado. 34 CONCLUSÃO O estudo acerca dos meios porosos tem uma grande importância na Engenharia Química, pois este é aplicado desde a processos de separação, bem como a reatores catalíticos. Neste presente trabalho foi possível estimar os parâmetros que caracterizam o leito fixo como a permeabilidade e o adimensional c. Os valores de permeabilidade calculados apresentaram desvios baixos, com exceção da equação de Ergun, que apresentou um desvio de 41%, isto pode ser explicado pelo seu range de aplicação que é maior que o de Konzeny-Carman. O valor do parâmetro c mostrou-se próximo o experimental e o obtido por correlação com desvio de 13%. O estudo sobre leito fluidizado foi realizado, e com os dados obtidos na prática foi possível determinar a velocidade de mínima fluidização (graficamente) e se assemelhou muito com a obtida pela correlação de Richardson e Jeronimo, pela de Wen e Yu e pela visualização do nível do leito, obtendo-se um valor aproximado de 0,023 m/s. 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Coulson, J. M.; Richardson, G. F. Chemical engineering. 3. ed. Oxford: Pergamon Press, 1980. 814 p. Massarani, G. Fluidodinâmicaem sistemas particulados. 2. ed. Rio de Janeiro: E-papers, 2002. 152 p. Perry, John H. Chemical engineers handbook. 8 ed. New York: McGraw-Hill, 2008. Richardson, J.F.; da S. Jerónimo, M.A. Velocity-voidage relations for sedimentation and fluidization. Chemical Engineering Science, 1979, v.34, p.1419-1422. 36 ANEXO A - Memorial de Cálculo Diâmetro de partícula Para o recheio do leito fixo foi feito o cálculo do diâmetro de partícula, os dados do Picnômetro são: Tabela 6 –Massas obtidas do picnômetro com água e areia Massa do picnômetro Massa do picnômetro com água Massa do picnômetro com areia Massa do picnômetro com água e areia 15,32 40,84 23,39 43,41 Com isso obtém a massa de areia, que é a massa do picnômetro com areia menos a massa do picnômetro vazio. 𝑚𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 = 23,39 − 15,32 = 8,07 𝑔 Conhecendo-se a massa de areia pode-se calcular a massa da água presente junto com a areia no interior do picnômetro: 𝑚 = 43,41 − 8,06 = 35,35 𝑔 Se a esta for retirada a massa do picnômetro chega-se a massa de água presente no picnômetro. 𝑚 = 35,35 − 15,32 = 20,03 𝑔 Sabendo a temperatura da água no experimento (26ºC) tem-se a densidade a água que foi 995,7 kg/m³ (Potter et al., 2010), pode-se, então, calcular o volume de água contido no recipiente. 𝑣 = 𝑚 𝜌 = 0,02002 995,7 = 2,01 ∙ 10−5 𝑚³ Então subtraindo este ao valor do volume do picnômetro que foi obtido pelo valor da massa de água que o preencheu completamente, tem-se o volume da areia que foi igual a: 𝑉 = (40,84 − 15,32) 1000 ∙ 995,7 − 2,01 ∙ 10−5 = 5,53 ∙ 10−6 𝑚³ Como nessa analise utilizou-se 100 grãos, logo o volume do grão será a centésima parte deste e com este calcula-se o diâmetro que uma partícula esférica de mesmo volume, então: 𝑉𝑝 = 𝜋 6 𝐷𝑝 3 𝐷𝑝 = ( 6 𝜋 𝑉𝑝) 1 3 𝐷𝑝 = 0,0047 𝑚 37 Permeabilidade e fator adimensional c Equação de Darcy A partir dos dados coletados foi-se calculada a velocidade superficial v, da seguinte forma, para o primeiro ponto experimental (Q = 1 L/min): a) Conversão da vazão 𝑄 ( 𝑚3 𝑠 ) = 1 60000 𝑄 ( 𝐿 𝑚𝑖𝑛 ) = 1 60000 = 1,67 ∙ 10−5 𝑚3/𝑠 b) Cálculo da velocidade superficial 𝑣 = 4𝑄 𝜋𝐷² = 4 ∙ 1,67𝐸 − 5 𝜋 0,075² = 0,0038 𝑚/𝑠 c) Cálculo da queda de pressão para o manômetro em U ∆𝑃 = (𝜌𝑚𝑎𝑛𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝜌)𝑔∆ℎ = (1462 − 995,7) ∙ 9,81 ∙ 0,0099 = 45,29 𝑃𝑎 ∆𝑃 𝐿 = (𝜌𝑚𝑎𝑛𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝜌)𝑔∆ℎ = (1462 − 995,7) ∙ 9,81 ∙ 0,099 0,775 = 584,34 𝑃𝑎/𝑚 A partir dos passos b e c foi construída a Tabela 2. Com estes foi realizado um ajuste linear para 4 pontos (região linear da curva). E com isto foi obtido o coeficiente angular de 177269,72 e este foi aplicado a equação de Darcy para obtenção da permeabilidade. ∆𝑃 𝐿 = 177269,72 ∗ v 𝐾 = 𝜇 177269,72 = 8,01 ∙ 10−4 177269,72 = 4,52 ∙ 10−9 𝑚² Equação de Ergun a) A partir da regressão Para a faixa não linear do gráfico de queda de pressão vs vazão, o ajuste polinomial da forma ∆𝑷 𝑳 = 𝑎 𝑣 + 𝑏 𝑣2 Aplicado aos demais pontos forneceu a =115427,93 e b = 5982898,43, então para o cálculo do coeficiente k, temos: 𝑎 = 𝜇 𝑘 38 𝑘 = 𝜇 𝑎 = 8,01∙10−4 115427,93 = 6,94 ∙ 10−9 Para o cálculo do parâmetro c: 𝑏 = 𝑐𝜌 √𝑘 𝑐 = 𝑏√𝑘 𝜌 = 5982898,43∙√6,94∙10−9 995,7 = 0,50 b) Relação simples 𝑐 = 0,14 𝜀1,5 = 0,14 0,471,5 = 0,43 Velocidade de mínima fludização (Dp = 0,002) Correlação de Wen e Yu Ar = 𝐷𝑝 3𝜌(𝜌𝑠 − 𝜌)𝑔 𝜇2 = 0,002 3 ∙ 995,7 (2598,51 − 995,7)9,81 (8,01 ∙ 10−4)2 = 205117,02 Observação: No cálculo anterior, não recomenda-se o uso de calculadoras, pois pode haver truncamento do termo elevado ao cubo. A utilização de softwares como SciLab e Excel evitam tal problema. Re𝑚𝑓 = [33,7 2 + 0,0408 𝐴𝑟]0,5 − 33,7 = 63,79 v𝑚𝑓 = Re𝑚𝑓∙𝜇 𝜌∙𝐷𝑝 = 63,79∙8,01∙10−4 995,7∙0,002 ≈ 0,025 𝑚 𝑠⁄ Correlação de Wen e Yu Re𝑚𝑓 = [25,7 2 + 0,0365 𝐴𝑟]0,5 − 25,7 = 64,56 v𝑚𝑓 = Re𝑚𝑓∙𝜇 𝜌∙𝐷𝑝 = 64,56∙8,01∙10−4 995,7∙0,002 ≈ 0,026 𝑚 𝑠⁄ OBJETIVOS FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1 - ESCOAMENTO EM MEIOS POROSOS 1.1 - Equações da Continuidade e do movimento para o fluido 1.2 - Definição da força resistiva 1.3 - Determinação da tensão extra 1.4 - Lei de Darcy e permeabilidade 1.4.1 - Equação de Darcy 1.5 - Propriedades estruturais da matriz porosa 1.6 - Definindo a superfície específica e porosidade 1.7 – Fluxo laminar através de um leito poroso fixo 1.8 - Cálculo da perda de carga no escoamento em meios porosos 1.9 - Fluxo turbulento através de um leito poroso fixo 1.10 – Equação de Ergun 2 - FLUIDIZAÇÃO 2.1- Comportamento Geral de sistemas fluidizados 2.2- Tipos de Fluidização 2.3- Efeitos da velocidade do fluido no gradiente e queda de pressão 2.4 - Velocidade de mínima fluidização 3 - PICNOMETRIA MATERIAIS E MÉTODOS TRATAMENTO DE DADOS RESULTADOS E DISCUSSÃO LEITO FIXO LEITO FLUIDIZADO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXO A - Memorial de Cálculo
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