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03 comportamento ingestivo de bovinos pastejo contnuo em brachiaria decumbens

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ISSN: 2238-9970 Arquivos de Pesquisa Animal, v.1, n.2, p.72-77, 2012 
 
Comportamento ingestivo de bovinos: pastejo contínuo em Brachiaria 
decumbens 
 
Bovine ingestive behavior: continuous grazing on Brachiaria decumbens 
 
Leone R.C. Santana
1
, Fabiana L. de Araújo
1*
, Nadilson M. Santana
1
, Carlos E. Eiras
1
, Alfredo M. de 
Alencar
1
, Luísa M. Girardi
1
, Silvan V. Valle
1
, Luiz H.A. Matos
1
, Roberto C. Pinto Filho
1
 & Jair A. 
Marques
2
 
 
ABSTRACT 
 
The objective was to evaluate the optimal time intervals to assess the ingestive behavior of grazing supplemented cattle. 
A total of 40 male crossbred castrated bulls at finishing phase were used. The continuous stocking system was used, 
with the same animal load, using 8 animals per paddock distributed in a completely randomized design, where five 
paddocks were used simultaneously. Five scales of observation intervals were observed. It was evaluated the feeding 
time (pasture), supplement intake (trough), rumination and other activities, and for the latter two items, it was calculated 
the percentage of time that the animals remained lying. For the time spent on other activities (OAT) and supplement 
intake (SC) there were no noticeable differences (P>0.05) for the different observation time intervals. Regarding the 
time spent feeding (ALI) and rumination (RUM) were not observed differences (P>0.05) for the different observation 
scale, as well as the number of periods and time for the same mentioned parameters shown no significant differences 
(P>0.05). It was concluded that this paper is consistent with recent publications indicating five minutes as the optimal 
time interval, and the limit time interval of ten minutes to experiments of this nature. Observation intervals greater than 
ten minutes may influence data collection and result on a loss in the result reliability. 
 
Key words: feeding, rumination, methodology. 
 
RESUMO 
 
Objetivou-se avaliar intervalos de tempo para avaliação do comportamento ingestivo de bovinos suplementados a pasto. 
Foram utilizados 40 bovinos, machos, mestiços, castrados, na fase de terminação. Foi adotado o sistema de lotação 
contínua, com mesma carga animal, utilizando-se oito animais por piquete, distribuídos inteiramente ao acaso, onde 
cinco piquetes foram usados simultaneamente. Foram comparadas cinco escalas de intervalos de observações. Avaliou-
se o tempo de alimentação (pasto), ingestão de suplemento (cocho), ruminação e outras atividades, sendo que destes 
dois últimos itens calculou-se a percentagem do tempo que os animais permaneciam deitados. Para os tempos gastos 
com outras atividades (OAT) e ingestão de suplemento (SC) não foram observadas diferenças (P>0,05) para os 
diferentes intervalos de tempo de observação. Com relação aos tempos gastos para alimentação (ALI) e ruminação 
(RUM) não foram observado diferenças (P>0,05) para as diferentes escalas de observação. Já para o numero de 
períodos e tempo por período dos mesmos parâmetros citados não se observaram diferenças significativa (P>0,05). 
Concluiu-se que este trabalho apresenta consonância com publicações recentes, indicando o intervalo de tempo ideal 
como cinco minutos e tendo como escala limítrofe o intervalo de dez minutos para experimentos desta natureza. 
Intervalos de observações maiores que dez minutos podem influenciar na obtenção dos dados e consequentemente 
trazendo prejuízo na confiabilidade dos resultados. 
 
Palavras-chave: alimentação, ruminação, bovinos, comportamento, metodologia. 
 
 
1
 Grupo Integrado de Produção Animal (GIPA), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Rua Rui Barbosa 710, Campus 
Universitário, CEP: 44380-000, Cruz das Almas, Bahia. 2 Professor Adjunto – UFRB, Cruz das Almas, BA “in memoriam”. 
*Autor para correspondência: fabianalanadearaujo@hotmail.com 
 
 
Comportamento ingestivo de bovinos: pastejo contínuo em Brachiaria decumbens 
 
 
Arquivos de Pesquisa Animal, v.1, n.2, p.72-77, 2012 
INTRODUÇÃO 
 
m situações de deficiência 
nutricional das pastagens ou em 
períodos de escassez de 
alimento, como na seca, vem sendo 
implementada a prática de suplementação de 
bovinos em pastejo como estratégia 
nutricional visando atender as exigências 
nutricionais da microbiota ruminal que, 
consequentemente, refletirá no melhor 
desempenho animal. Os animais 
suplementados tendem a ser mais seletivos, 
percorrendo maiores distâncias na busca por 
alimento comparativamente aos animais não 
suplementados (ADAMS, 1985). 
Baseado nas informações anteriormente 
citadas e tendo objetivo de realizar ajustes 
mais minuciosos na dieta para maximizar o 
desempenho animal acrescido de informações 
sobre o comportamento animal são 
consideradas três atividades básicas 
caracterizam o comportamento ingestivo 
animal, são elas: alimentação, ruminação e 
ócio, podendo ser influenciadas pelas 
características da dieta, por condições 
ambientais e pelo manejo, alterando o tempo 
gasto em cada uma das atividades e sua 
distribuição ao longo do dia (MARQUES et 
al., 2008). 
Com isso o conhecimento do 
comportamento ingestivo se torna uma 
ferramenta de grande importância na 
avaliação do manejo, possibilitando ajustes 
para a obtenção de um melhor desempenho 
(MARQUES et al., 2008). 
Várias técnicas são utilizadas na 
obtenção dos dados, como observações 
visuais, registros semiautomáticos e 
automáticos (BÜRGER et al., 2000). 
Contudo, estabelecer a metodologia a ser 
empregada é um fator preponderante para a 
confiabilidade dos dados coletados, sendo o 
intervalo de tempo entre as observações o 
principal critério, já que, a observação visual 
ininterrupta dos animais necessita de grade 
contingente de observadores, o que torna 
dispendioso e em casos com números 
elevados de animais torna-se impraticável 
(SILVA et al., 2005). 
Segundo MARQUES et al. (2008), a 
escolha da escala de intervalo de observações, 
pode comprometer os resultados das 
avaliações, portanto, para que se consiga obter 
resultados de alta confiabilidade torna-se 
necessário estabelecer a metodologia mais 
adequada a ser empregada, de acordo com o 
que se pretende avaliar. 
Assim, objetivou-se avaliar 
comparativamente as escalas de tempos de 
observações utilizados em comportamento 
ingestivo de bovinos em pastejo, bem como 
as demais variáveis analisadas em 
comportamento ingestivo de bovinos 
manejados em pastagem de Brachiaria 
decumbens recebendo suplemento. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
O experimento foi conduzido no Setor 
Zootécnico do Centro de Ciências Agrárias, 
Ambientais e Biológicas da Universidade 
Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), 
Cruz das Almas, BA, durante o período de 
24h das 6h do dia 17 às 6h do dia 18 de junho 
de 2012, época de transição entre período das 
secas/águas. 
Foram utilizados 40 bovinos, machos, 
mestiços, castrados, na fase de terminação, 
com peso corporal inicial médio de 330 kg, 
mantidos em pastagens de Brachiaria 
decumbens. Foi adotado o sistema de lotação 
contínua, com mesma carga animal, 
utilizando-se oito animais por piquete, 
distribuídos inteiramente ao acaso, onde cinco 
piquetes serão usados simultaneamente. 
Os tratamentos avaliados foram os 
diferentes intervalos de observação do 
comportamento ingestivo dos animais, sendo 
E 
SANTANA et al. 
 
Arquivos de Pesquisa Animal, v.1, n.2, p.72-77, 2012 
utilizadas escalas de: 5, 10, 15, 20 e 30 
minutos. 
O período experimental foi de 24 horas, 
não sendo necessário períodode adaptação, 
pois os animais já faziam parte de um 
experimento de ganho de peso. A 
discretização das séries temporais foi feita na 
escala de 5 minutos de intervalo conforme 
metodologia descrita por FISHER et al. 
(2000). 
As avaliações foram realizadas por 
duplas de avaliadores em cada piquete, 
seguindo um regime de trabalho de duas horas 
e quatro horas de descanso. Buscou-se sempre 
tomar o máximo de cuidado e atenção para 
que os observadores permanecessem em 
locais estratégicos e que o efeito sobre o 
comportamento dos animais fosse mínimo e 
ainda que a visualização do animal por parte 
do observador não fosse também prejudicada. 
Durante as observações noturnas foi 
necessário o uso de lanternas. 
Os parâmetros avaliados foram os 
tempos, expressos em minutos, despendidos 
com: alimentação (ALI), que compreende o 
período de pastejo, em que o animal está 
ativamente apreendendo ou selecionando 
forragem, e a ingestão de água; ruminação 
(RUM), que é considerado como o período 
em que o animal não está pastejando, 
entretanto, está mastigando o bolo alimentar 
retornado do rúmen; outras atividades (OAT), 
que representa o período em que o animal não 
está pastejando, nem tampouco ruminando, 
neste estão incluídos os tempos de atividades 
sociais e exploratórias, entre outras; e a 
ingestão de suplemento (SC), caracterizado 
pelo período que o animal passa no cocho 
ingerindo o suplemento ofertado. Com os 
dados coletados foram efetuados os cálculos 
das percentagens de tempo que os animais 
permaneceram ruminando deitado (PRUD) e 
em outras atividades deitado (POATD), os 
números de períodos de alimentação (NPA), 
ruminação (NPR) e outras atividades (NPO), 
e os tempos despendidos por períodos de 
alimentação (TPA), ruminação (TPR), outras 
atividades (TPO) e ingerindo suplemento no 
cocho (TSC). 
Os dados foram analisados pela análise 
de variância e as médias foram comparadas 
pelo teste Dunett ao nível de 5% de 
probabilidade, utilizando o pacote estatístico 
SAS 9.0 tendo como base o modelo 
matemático: 
Yij=μ+Ti+eij 
onde: 
Yij= observação do animal j submetido 
ao tratamento i; 
μ= Constante geral; 
Ti= Efeito do tratamento i; i = 1;...; 5; 
ij= erro aleatório associado a cada 
observação Y 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Para os tempos gastos com outras 
atividades (OAT), ruminação (RUM) e 
ingestão de suplemento (SC) não foram 
observadas diferenças (P>0,05) para os 
diferentes intervalos de tempo de observação. 
Com relação aos tempos gastos para 
alimentação (ALI) observaram-se diferenças 
(P>0,05) para as diferentes escalas de 
observação (Tab. 1). 
Considerando que os parâmetros 
analisados apresentam comportamento 
mutuamente excludente, ou seja, para a 
realização de qualquer uma das atividades o 
animal, obrigatoriamente, necessita cessar a 
realização de outra atividade, é compreensível 
a interpretação do comportamento decrescente 
do tempo gasto com alimentação para os 
diferentes intervalos de observação. Não 
foram observadas diferenças significativas 
para os tempos de ócio e ingestão de 
suplemento e ruminação, o comportamento 
crescente do tempo de alimentação reflete 
diretamente sobre o tempo de ruminação 
(P>0,05). 
Comportamento ingestivo de bovinos: pastejo contínuo em Brachiaria decumbens 
 
Arquivos de Pesquisa Animal, v.1, n.2, p.72-77, 2012 
Tabela 1. Médias dos tempos gastos com as atividades. 
Parâmetros 
Intervalos de observações (minutos) 
P-Valor 
5 10 15 20 30 
ALI 556,23 ± 9,32 573,75 ± 9,58 570,37 ± 9,84 593,00 ± 10,24 596,75 ± 12,91 0,0390 
RUM 398,38 ± 10,70 390,00 ± 11,30 375,00 ± 11,80 365,50 ± 10,95 355,50 ± 13,35 0,0650 
OAT 456,50 ± 14,64 447,50 ± 15,35 460,13 ± 14,74 450,00 ± 14,52 456,75 ± 17,83 0,9773 
SC 28,88 ± 2,88 28,75 ± 3,20 34,50 ± 3,53 31,50 ± 3,78 30,75 ± 4,36 0,7874 
PRUD 89,12% 91,00% 95,07% 95,93% 95,86% - 
POATD 61,38% 62,87% 60,74 61,89% 59,37% - 
Alimentação (ALI), ruminação (RUM), outras atividades (OAT) e ingestão de suplemento (SC) e percentagem de ruminação deitado 
e de outras atividades deitado (PRUD) e (POATD) respectivamente. 
 
A diferença dos tempos de alimentação 
para os diferentes intervalos de observação 
não foram encontrados anteriormente em 
estudos desta área de interesse. Porém, 
atribui-se a esta diferença o fato de que os 
animais encontrava-se em pastejo recebendo 
suplementação, o que possivelmente pode ter 
influenciado o comportamento de pastejo. 
Associado a este fato, é possível considerar 
que com o aumento do intervalo de 
observação a partir do intervalo de 5 minutos, 
tenha ocorrido a redução da observação de 
alterações no comportamento animal. 
Assumindo assim, que o animal não tenha 
alterado o parâmetro comportamental no 
intervalo observado, permanecendo por mais 
tempo desenvolvendo tal atividade, o que nos 
leva a superestimar o tempo de alimentação 
em relação do intervalo de 5 minutos. 
De acordo com a premissa de 
introdução da prática de suplementação de 
bovinos em pastejo, a ingestão de suplemento 
pode potencializar o consumo de pasto, o que 
é alcançado através da melhor relação 
carboidratos fibrosos e proteína disponível 
para o crescimento de microrganismos 
ruminais. O animal investindo maior tempo 
para a alimentação através do consumo de 
pasto e não alterando os padrões de tempos 
gasto com ócio e a ingestão do suplemento 
ofertado, tem-se a redução do tempo 
destinado a ruminação. 
Os tempos encontrados neste estudo 
foram superiores aos tempos encontrados por 
MARQUES et al. (2008), possivelmente esta 
diferença de tempos foi reflexo do período em 
que os animais estavam em pastejo, uma vez 
que o presente estudo foi realizado durante a 
estação seca na região do Recôncavo da 
Bahia, fazendo com que os animais 
investissem mais tempo na seleção do 
alimento a ser ingerido e reduzindo os tempos 
das demais atividades. 
Os resultados observados referentes ao 
número de períodos em alimentação no pasto 
(NPA), número de períodos em ruminação 
(NPR), número de períodos outras atividades 
(NPO), e número de períodos consumindo 
suplemento no cocho (NPSC) no período de 
24h, tiveram redução significativa (P<0,05) 
no número de períodos em relação aos 
intervalos de tempo observados (Tab. 2). 
A diferença entre as escalas testadas 
(P<0,05) indicam que a frequência de 
observação de cinco minutos é o ideal quando 
o objetivo do estudo for verificar o número de 
períodos das atividades descritas 
anteriormente, já que na medida em que 
SANTANA et al. 
 
Arquivos de Pesquisa Animal, v.1, n.2, p.72-77, 2012 
aumenta o intervalo de observação em 
minutos (5, 10, 15, 20, 30) diminui o número 
de períodos. 
 
Tabela 2. Média dos números de períodos por atividade nos diferentes intervalos de observação. 
Parâmetros 
Intervalos de observações (minutos) 
P-Valor 
5 10 15 20 30 
NPA 12,95 ± 0,46 7,70 ± 0,23 6,18 ± 0,24 5,63 ± 0,16 4,60 ± 0,18 <0,0001 
NPR 16,15 ± 0,60 10,30 ± 0,27 7,05 ± 0,27 4,97 ± 0,24 3,85 ± 0,28 <0,0001 
NPO 26,18 ± 1,64 10,70 ± 0,49 7,07 ± 0,27 5,40 ± 0,26 4,43 ± 0,27 <0,0001 
NPSC 2,25 ± 0,21 0,78 ± 0,14 0,53 ± 0,12 0,25 ± 0,08 0,20 ± 0,09 <0,0001 
NPA – Números de Períodos em Alimentação; NPR – Números de Períodos em Ruminação; NPO – Números de Períodos em outras 
Atividades; NPSC – Números de Períodos consumindo Suplemento no Cocho. 
 
Tem-se como exemplo a alteração de cinco 
para dez minutos com redução de cerca de 
40% no parâmetro números de períodos em 
alimentação no pasto, corroborando com 
CARVALHO etal. (2007a), quando 
observaram que a escala recomendada é a de 
cinco minutos por permitir detectar a 
distribuição do pastejo, detalhadamente, ao 
longo do período de observação. MARQUES 
et al. (2008) e CARVALHO et al. (2007b) 
relatam que devido aos animais alternarem as 
atividades de alimentação, ruminação e ócio 
diversas vezes durante o dia o aumento do 
intervalo de observação pode interferir na 
exatidão dos dados obtidos, sendo a escala de 
cinco minutos mais apropriada. 
SILVA et al. (2004) relatam resultados 
similares, descartando o uso de escala de 
observações superiores a cinco minutos em 
trabalho com novilhas leiteiras em pastejo. 
Posteriormente, SILVA et al. (2005) 
observaram que escalas maiores que cinco 
minutos podem acarretar em uma diminuição 
na contagem de períodos das atividades, já 
que são atividades excludentes, ou seja, ao 
realizar pastejo necessariamente o animal não 
pode realizar a ruminação, com isso 
intervalos maiores que cinco minutos 
comprometeria a acurácia da avaliação destas 
atividades. Os resultados observados 
referentes ao tempo médio em minutos 
observados nos períodos em alimentação no 
pasto (TPA), períodos em ruminação (TPR), 
períodos em outras atividades (TPO) e 
períodos consumindo suplemento no cocho 
(TPSC) em 24h, tiveram incremento 
significativo (P<0,05) no tempo investido em 
cada atividade em relação aos intervalos de 
tempo, cujos dados encontram-se expostos na 
Tabela 3. 
 
Tabela 3. Média dos tempos gastos por períodos por atividade nos diferentes intervalos de observações. 
Parâmetros 
Intervalos de observações (minutos) 
P-Valor 
5 10 15 20 30 
TPA 45,35 ± 2,00 76,98 ± 2,47 97,71 ± 4,02 107,87 ± 2,88 138,65 ± 6,59 <0,0001 
TPR 25,97 ± 1,20 38,52 ± 1,27 55,50 ± 2,13 78,02 ± 3,36 110,19 ± 7,98 <0,0001 
TPO 19,87 ± 1,13 43,17 ± 1,22 66,64 ± 1,75 88,03 ± 3,61 118,81 ± 10,36 <0,0001 
TPSC 24,62 ± 1,16 41,38 ± 1,36 61,27 ± 2,20 79,83 ± 2,99 103,50 ± 7,55 <0,0001 
TPA – Tempo por de Períodos em Alimentação; TPR – Tempo por Períodos em Ruminação; TPO – Tempo por Períodos em outras 
Atividades; TPSC – Tempo por Períodos consumindo Suplemento no Cocho. 
 
Comportamento ingestivo de bovinos: pastejo contínuo em Brachiaria decumbens 
 
 
Arquivos de Pesquisa Animal, v.1, n.2, p.72-77, 2012 
Os tempos por período de alimentação 
(TPA), em ruminação (TPR), em outras 
atividades (TPO) e de consumo de 
suplemento no cocho (TSC) apresentaram 
diferença (P<0,05) em relação a escala de 
observação de cinco minutos, com 
incremento quando comparada a 10 minutos 
(70%) , 15 minutos (116%), 20 minutos 
(138%) e 30 minutos (206%) para os 
tempos por período em alimentação (TPA), 
com isso conclui-se que, intervalos de 
observação maiores que cinco minutos 
podem influenciar significativamente na 
acurácia da determinação do número de 
períodos obtidos. 
 
CONCLUSÃO 
 
Conclui-se que, o intervalo de tempo 
ideal para o observação dos parâmetros 
analisados é de cinco minutos e tendo como 
escala limítrofe o intervalo de dez minutos 
para experimentos desta natureza. Intervalos 
de observações maiores que dez minutos 
podem influenciar na obtenção dos dados e 
consequentemente na trazendo prejuízo na 
confiabilidade dos resultados. 
 
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Recebido para publicação em 22.06.12. Aprovado em 
19.10.12.

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