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1 Política e o Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes do Município de Teixeira de Freitas - Bahia Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Teixeira de Freitas – COMDECA Prefeitura de Teixeira de Freitas Recorte: Plano Municipal das Medidas Socioeducativas em Meio Aberto - Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à Comunidade Não temos caminho novo, o que temos de novo é o jeito de caminhar. Tiago de Melo 2 Dilma Rousseff Presidenta da República Federativa do Brasil Michel Temer Vice-presidente da República Federativa do Brasil Ruy Costa Governador do Estado da Bahia Paulo Cezar Lisboa Secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e a Pobreza Ângela Maria Gonçalves Superintendente de Assistência Social Juliana Portela Coordenadora de Proteção Social Especial de Alta Complexidade João Bosco Bitencourt Prefeito Municipal de Teixeira de Freitas Jussara Bahia Alves de Andrade Secretária Municipal de Assistência Social Antônio Jorge da Silva Coordenador Vigilância Socioassistencial Ledimar Felizarda Lima Coordenadora da Proteção Social Especial Membros do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Teixeira de Freitas – Bahia Presidente: 3 Carlos Magno Estanislau Vice Presidente: Luan Amaral de Souza ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL TITULARES Fundação Padre José Koopmans/FUNPAJ João Luiz Monti Associação dos Capoeiristas de Teixeira de Freitas/ACTF Adilson José Zacarias Associação Batista Educacional e Pesquisa El Shaday/ABEPES Carlos Magno Estanislau Associação dos Moradores do Bairro Jardim dos Pássaros/AJARP Sandra Rosa Dias Rocha Cândido Associação Pestalozzi de Teixeira de Freitas/PESTALOZZI Justina Marsaro Schultz Associação Cidadania São José/ACSJ Elena Maria Miotto SUPLENTES Profissionais da Área de Saúde Promovendo Assistência Social/ONG PASPAS Geane Barbosa dos Santos Ressurreição Associação Asas de Esperança e Liberdade/ASELIAS Ana Celeste Correia Siquara de Oliveira Casa da Criança Renascer Cícero Jonas da Silva Júnior Associação Assistencial, Educacional e Espiritual ECC Estevão Vilas Boas Espaço Cultural a Paz/ECPAZ Marlene Amaral Associação dos Amigos da Pastoral da Criança/AAPAC Auricéia Ferreira Lacerda 4 ÓRGÃOS PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE TEIXEIRA DE FREITAS – BA TITULARES Secretaria Municipal de Educação – SMEC Venício Ribeiro Arruda Secretaria Municipal de Saúde Luciete Gonçalves da Silva Secretaria Municipal de Assistência Social Antônio Jorge da Silva Secretaria Municipal de Esportes e Lazer – SMEL Florisboa Soares Rocha da Silva Secretaria Municipal de Finanças e Fazenda Pública Maria Renilde Cardoso Machado Secretaria Municipal de Administração Luan Amaral de Souza SUPLENTES Secretaria Municipal de Educação – SMEC Elizete Costa dos Santos Oliveira Secretaria Municipal de Saúde Luciane Aparecida Gonçalves Manganelli Secretaria Municipal de Assistência Social – SMAS Pedro Ralile de Abreu Secretaria Municipal de Esportes e Lazer – SMEL Silvana Meire Fernandes dos Santos Secretaria Municipal de Finanças e Fazenda Pública Carla Caires da Silva Secretaria Municipal de Administração Valter de Souza Pires Comissão do COMDECA de Acompanhamento do Plano de Medida Socioeducativa em Meio Aberto – Prestação de Serviço à Comunidade e Liberdade Assistida Joalbo Oliveira Brandão – Sociedade Civil Pedro Ralile de Abreu - Governo 5 Valter de Souza Pires - Governo Justina Massaro - Sociedade Civil Comissão de Gestão Integrada de Acompanhamento do Plano de Medida Socioeducativa em Meio Aberto – Prestação de Serviço à Comunidade e Liberdade Assistida Ledimar Felizarda Lima - Secretaria Municipal de Assistência Social / Proteção Social Especial Pedro Ralile de Abreu - CREAS- LA &PSC Peterson Silva - Secretaria de Planejamento Alan Ribeiro - Secretaria de Planejamento Joanilton Rodrigues dos Santos - Câmara de Vereadores Jacyana Neiva Ramos - Secretaria de Educação Faber Alves Santos - Estação Vida Mateus Nadier - Delegacia de Polícia Elizete Costa dos Santos Oliveira - COMDECA Joaldo Brandão - COMDECA Telma Alves - Saúde Rogéria Lopes - Saúde Jorge Santos - Esporte e Lazer Samuel Alves Silva - Departamento de Cultura Ismênia Aguiar da Cruz Moreira - CMAS Maria Renilde Cardoso Machado - CMAS 6 Escrito por: Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do Município de Teixeira de Freitas – BA com a Assessoria de Fábio Feitosa da Silva Assessoria Técnica: Fábio Feitosa da Silva 7 SIGLAS COMDECA - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente CONANDA - Conselho Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente CECA BH – Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente da Bahia CREAS- Centro de Referencia Especializado da Assistência Social ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente LA- Liberdade assistida PIA – Plano Individual de atendimento PSC- Prestação de Serviço à comunidade SINASE- Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo 8 Justificativa: O Conselho de Direito da Criança e do Adolescente tem como papel fundamental a discussão e deliberação das políticas públicas voltadas à infância e adolescência, é nesse intuito de fortalecimento dos Conselhos e a garantia de políticas eficientes, por meio da prioridade absoluta de crianças e adolescentes, que este material de construção coletiva entre os diversos atores do Sistema de Garantia de Direito delibera sobre a Política e o Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, com um recorte para as Medidas Socioeducativas em Meio Aberto – Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à Comunidade executadas no Município de Teixeira de Freitas, no Estrado da Bahia. O Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente, órgão colegiado de caráter deliberativo e controlador das ações de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente têm como competência a formulação e deliberação da política e do plano, bem como monitorar, e fiscalizar sua implementação. Enfatizamos nosso compromisso de criar um mundo para as crianças, onde o desenvolvimento humano sustentável, levando em conta os melhores interesses das crianças, é construído nos princípios da democracia, da igualdade, da não- discriminação,da paz e da justiça social e da universalidade, indivisibilidade, interdependência e interrelação de todos os direitos humanos, incluindo o direito ao desenvolvimento. Um mundo para as crianças – 2002 A Política e o Plano Decenal Municipal dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente do Município de Teixeira de Freitas - BA está embasada na Doutrina de Proteção Integral que teve sua inspiração nas normativas internacionais, materializada em tratados e convenções, especialmente na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e na Convenção das Nações Unidas Sobre os Direitos da Criança (1989), bem como nas orientações e deliberações do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. No Brasil, criou-se uma intensa mobilização em torno de implementar as conquistas em favor da criança e do adolescente já consagradas pelos avanços internacionais. Artigo 3° do Estatuto da Criança e do Adolescente:“A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.” As 8ª e 9ª Conferências Nacionais fruto dos resultados das Conferências Estaduais, do Distrito Federal, Territoriais e Municipais foram os principais espaços de discussão da população em geral nas deliberações e normatização da Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e adolescentes. Política dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescente Artigo 3º da nossa Constituição Federal: "Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: • construir uma sociedade livre, justa e solidária; • garantir o desenvolvimento nacional; • erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; • promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação". 9 Política Municipal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes do Município de Teixeira de Freitas do Estado da Bahia Novos Rumos, Novas Propostas, Novos Desafios, Novos Caminhos! Princípios da política municipal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes 1. Princípios que correspondem a direitos humanos universais A Política Municipal dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente do Município de Teixeira de Freitas – BA tem como fundamento os princípios universais dos direitos humanos adotados pelo Brasil e pelos países da comunidade internacional signatários dos principais documentos que os expressam. Teorias e doutrinas políticas, jurídicas, filosóficas e religiosas ao longo da história abordaram com diferentes interpretações a questão dos direitos humanos. Ao final da segunda guerra mundial, na tentativa de criar instrumentos que coibissem a repetição de violações dos direitos fundamentais dos indivíduos por parte dos Estados, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou em 10/12/1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos1. Nela, o reconhecimento da dignidade inerente a todo ser humano e de seus direitos iguais e inalienáveis consta como o fundamento da liberdade, da justiça e da paz. Em seu primeiro artigo declara que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos, são dotados de razão e consciência e devem agir em relação aos outros com espírito de fraternidade; no 1 Extrapola o escopo deste texto uma retrospectiva histórica da evolução dos direitos humanos no mundo; entretanto, é preciso chamar a atenção para o fato de que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, elaborada na sequência da Carta das Nações Unidas (26/06/45) retoma princípios da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão promulgada na Revolução Francesa (1789), por sua vez fortemente influenciada pelos ideais da Revolução Americana (Declaração de Direitos, 1776). Seu texto também recebe influências do contexto de fortalecimento do ideário socialista e de desenvolvimento dos estados de bem-estar social. 10 segundo, que não haverá distinção de qualquer espécie entre eles, sob qualquer condição. A Declaração arrola um conjunto de direitos civis, políticos e sociais igualmente importantes. Essa concepção de direitos humanos universais, indivisíveis e interdependentes foi ratificada em 1993 pela Declaração e Programa de Ação de Viena2 que em seu preâmbulo ressalta o parâmetro estabelecido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e destaca o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais3 como instrumentos internacionais particularmente importantes no processo de estabelecimento de padrões em matéria de Direitos Humanos. A universalidade dos direitos humanos advém do fato de que a condição humana é o único requisito para a titularidade desses direitos4; sua indivisibilidade e interdependência sinalizam tratar-se de um todo integrado. Como enfatiza o a CF em seu artigo 3º e o PNDH3, o conjunto dos Direitos Humanos perfaz uma unidade indivisível, interdependente e inter-relacionada. Sempre que um direito é violado, rompe-se a unidade e todos os demais direitos são comprometidos5. Artigo 3º "Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, religião e quaisquer outras formas de discriminação. Os direitos sociais preenchem de conteúdo real os direitos civis e políticos, da mesma maneira que, sem estes, aqueles perdem todo o sentido. Em outras palavras, assim como o exercício da liberdade pressupõe a existência de condições dignas de sobrevivência, de nada adianta ter estas asseguradas sem a garantia do pleno exercício da livre escolha. 2 Promulgada na Conferência Mundial sobre Direitos Humanos realizada em Viena de 14 a 25 de junho de 1993. 3 O Brasil aderiu a esses Pactos (de 1966) apenas em 1992, ocasião em que seus principais conteúdos já estavam incorporados na Constituição Federal de 1988. 4 “A natureza universal desses destes direitos e liberdades é inquestionável” - Declaração e Programa de Ação de Viena, I, 1. 5 Programa Nacional dos Direitos Humanos 3, Prefácio do Ministro Paulo Vannuchi. 11 Com base nessas características dos direitos humanos, a Declaração de Viena recomenda: “A comunidade internacional deve considerar os Direitos Humanos, globalmente, de forma justa e equitativa, no mesmo pé e com igual ênfase...” (I,5). Desta perspectiva, são inequívocas as implicações para os Estados Democráticos; se em matéria de direitos civis e políticos sua atuação se caracteriza pela garantia das condições para o pleno exercício dos direitos, assegurar o efetivo cumprimento dos direitos sociais requer expressiva conjugação de esforços nessa direção6. As cartas e tratados de Direitos Humanos enfatizam o princípio da igualdade como base para a universalidade dos direitos e chamam a atenção para o direito à diversidade ao combater qualquer tipo de discriminação. A dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. A soberania da vontade popular, com base na igualdade de todos, sem distinção de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação também se constituem, ao lado de outros, como princípios fundamentais de nosso país7. Coerentemente, com a Política Nacional deliberada pelo Conselho Naconal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA o Município de Teixeira de Freitas , do Estado da Bahia, adota como princípios a universalidade dos direitos com equidade e justiça social e a igualdade e o direito à diversidade. Universalidade dos direitos com equidade e justiça social A universalidade dos direitos, como exposto, baseia-se no reconhecimento de que todos os seres humanos são portadores da mesma condição de humanidade e portanto têm os mesmos direitos. Associar à noção da universalidade as de equidade e justiça social significa reconhecer que viabilizar a universalização dos direitos em um contexto de desigualdades sociais e regionais implica foco especial nos grupos mais vulneráveis.6 Conforme estabelecido na Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento (1986), este consiste em “direito universal e inalienável e parte integrante dos Direitos Humanos fundamentais (...) mas a falta de desenvolvimento não pode ser invocada para justificar a limitação de Direitos Humanos internacionalmente reconhecidos” Declaração e Programa de Ação de Viena, (I, 10) 7 Constituição Brasileira de 1988, Título I – Dos princípios fundamentais. 12 Igualdade e o direito à diversidade Associar a igualdade e o direito à diversidade em uma mesma formulação de princípio significa reconhecer que atingir a igualdade implica também reconhecer a especificidade de direitos de determinados grupos sociais. Implica respeitar e valorizar a diversidade cultural, a religiosa, a étnico-racial, a de gênero e orientação sexual, a físico-individual, e a de nacionalidade, dentre outras. 2. Princípios que correspondem a direitos humanos exclusivos de crianças e adolescentes A Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes no Brasil se pauta também por princípios substantivos específicos desse público: a proteção integral para crianças e adolescentes; a prioridade absoluta para crianças e adolescentes e o reconhecimento de crianças e adolescentes como sujeitos de direitos. Esta é a base da doutrina da proteção integral, adotada pela Constituição Federal do Brasil8, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente9 e pela Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, promulgada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 20/11/1989 e assinada pelo governo brasileiro em 26/01/90. A Convenção Internacional retoma os princípios da Declaração de Genebra sobre os Direitos da Criança de 1924, da Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959 e expressa o resultado de trabalhos realizados ao longo de uma década, marcada pela realização dos Anos Internacionais da Criança (1979) e da Juventude (1985) e pela elaboração de regras para a administração da justiça juvenil e de diretrizes para a prevenção da delinquência juvenil e para a proteção dos jovens privados de liberdade10. No Brasil, esse período foi marcado por avanços na discussão pedagógica sobre essa política pública, que entretanto em um primeiro momento não geraram mudança substantiva no marco legal. Em 1979 foi promulgado nosso segundo Código de Menores cuja natureza, como a do primeiro, de 1927, continuou marcada por cunho predominantemente assistencialista e 8 Constituição Federal, Artigos 227, 228 e 229. 9 Lei 8069, de 13/07/1990. 10 Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça da Infância e Juventude - Regras de Beijing (nov/1985), Diretrizes das Nações Unidas para a Prevenção da Delinquência Juvenil, Diretrizes de Riad e Regras Mínimas das Nações Unidas para a Proteção dos Jovens Privados de Liberdade (nov/1990). 13 repressivo: a pobreza era entendida como situação irregular e os menores não eram considerados sujeitos de direitos. Com o processo de redemocratização do país e a pressão do movimento social foi possível aprovar a doutrina da proteção integral, que faz uma ruptura radical com o paradigma menorista anterior, ao considerar crianças e adolescentes sujeitos de direitos. Proteção integral para crianças e adolescentes A proteção integral é um conceito que abrange o conjunto de direitos assegurados exclusivamente a crianças e adolescentes. Estes evidentemente possuem os mesmos direitos de todas as pessoas, os direitos humanos universais. No entanto, devido à sua condição peculiar de pessoas em desenvolvimento têm ainda outros direitos. São direitos específicos que, no seu conjunto, visam assegurar-lhes plenas condições para o seu desenvolvimento integral. A proteção integral é devida ao longo de todo o processo de desenvolvimento do ser, desde sua gestação até sua maioridade legal; cabe aos responsáveis por provê-la – a família, a sociedade e o Estado11-, adequá-la às necessidades de cada faixa etária e fase de formação. Prioridade absoluta para crianças e adolescentes A garantia de prioridade absoluta assegurada a crianças e adolescentes implica a primazia deles em receber proteção e cuidados, a precedência no atendimento e a preferência na formulação e execução de políticas e na destinação de recursos públicos12. O Encontro Mundial de Cúpula pela Criança estabeleceu compromissos13 reafirmados pela Declaração de Viena, que recomenda a cooperação e a solidariedade internacionais para aplicação da Convenção sobre os Direitos da Criança e define que “(...) os direitos da criança deverão se 11 Constituição Federal, art. 227 e ECA, artigo 4º. 12 Constituição Federal, artigo 227 e Estatuto da Criança e do Adolescente, artigo 4º. parágrafo único. 13 “Comprometemo-nos aqui solenemente a dar a mais alta prioridade aos direitos da criança, à sua sobrevivência, à sua proteção e ao seu desenvolvimento. Isso também assegurará o bem-estar de todas as sociedades”. Item 19 da Declaração Mundial sobre a Sobrevivência, a Proteção e o Desenvolvimento das Crianças nos anos 90 (Cúpula Mundial para a Infância, Nova Iorque, set/ 90). 14 constituir uma prioridade no âmbito da ação alargada do sistema das Nações Unidas na área dos Direitos Humanos”14. A precedência do interesse da criança e do adolescente fica claramente estabelecida na legislação, devendo ser feita a ressalva de que deve ser compreendida como atenção aos mais vulneráveis e não privilégio injustificável em circunstâncias específicas que apontem para maior vulnerabilidade de outro grupo ou pessoa. A prioridade absoluta assegurada a crianças e adolescentes, tal como a proteção integral, decorre do entendimento de que são seres titulares de direitos, que se encontram em processo de desenvolvimento. Reconhecimento de crianças e adolescentes como sujeitos de direitos O reconhecimento de crianças e adolescentes como sujeitos de direitos significa compreendê- los como detentores de todos os direitos da pessoa humana, ainda que o exercício de alguns somente lhes possa ser assegurado no momento em que atingirem a maturidade necessária para tal. O Estatuto afirma a plena compatibilidade entre a titularidade dos direitos fundamentais assegurada à criança e ao adolescente e a proteção integral também assegurada a eles15 – esta sim, devida apenas a eles. Ao traduzir o conceito de proteção integral, o Estatuto da Criança e do Adolescente, estabelece um conjunto de direitos fundamentais: à vida e à saúde; à liberdade, ao respeito e à dignidade: à convivência familiar e comunitária; à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer e à profissionalização e proteção no trabalho16. Estabelece ainda os direitos e garantias dos adolescentes a quem se atribua autoria de ato infracional, ou em cumprimento de medida socioeducativa. O diagnóstico da situação da infância e da adolescência evidencia os avanços obtidos desde a promulgação do Estatuto até os dias de hoje pelas políticas setoriais fortemente imbricadas na promoção e proteção dos direitos de crianças e adolescentes, como a saúde, a educação e a assistência social. 14 Declaração e Programa de ação de Viena, I, 21. 15 ECA, artigo 3º. 16 O Sistema de Informação para a Infância e Adolescência, SIPIA, detalha a compreensão de cada tipo de direito e especifica os principais tipos de violação. 15 Além de estabelecer parâmetros para a organização do Sistema de Garantia dos Direitos, nesseperíodo o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda - aprovou os Planos Nacionais de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil, de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, de Promoção, Defesa e Garantia do Direito à Convivência Familiar e Comunitária e estruturou o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, Sinase. Ao lado dos cinco princípios substantivos mencionados, a Política Nacional dos Direitos Humanos das Crianças e Adolescentes no Brasil adota outros três para organizar a política de atendimento aos direitos de crianças e adolescentes. 3. Princípios Organizativos da Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes Os três princípios para organização dos serviços, programas e ações que compõem a política de atendimento aos direitos humanos das crianças e adolescentes são a descentralização político-administrativa, a participação e controle social e a intersetorialidade e trabalho em rede. A Constituição da República dispõe que o atendimento dos direitos da criança e do adolescente deverá se pautar pela descentralização político-administrativa e pela participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis17. Descentralização político-administrativa A proposta de descentralização político-administrativa na Constituição de 1988 consagrou o sistema federativo brasileiro baseado numa forma de organização em que se estabelece um pacto, reconhecendo a autonomia das esferas territoriais de poder, em determinado espaço territorial, porém requerendo formas de cooperação entre os entes da federação. O pacto federativo torna a relação intergovernamental uma das características centrais para o poder político e a gestão pública no país pressupondo a presença intensa de incentivos federais e estaduais, o consentimento e a adesão de estados e municípios e a capacidade de coordenação entre os níveis de governo, envolvendo sempre intensas negociações. Nas políticas sociais as comissões tripartites têm funcionado como mecanismos importantes de coordenação, de negociações e de responsabilização entre os entes federativos e as instituições que compartilham responsabilidades com o Estado. 17 CF, artigos 227, parágrafo 7º do Inciso VII e 204. 16 A observância da descentralização político-administrativa para a criação e manutenção de programas específicos é definida pelo ECA entre as diretrizes da política de atendimento, ao lado da municipalização. A definição do município como lócus primário para a promoção, a proteção e a defesa dos direitos de Crianças e Adolescentes visa o aperfeiçoamento do atendimento, tornando-o mais próximo dos destinatários e acentuando as condições para o controle social democrático. Participação e controle social O modelo brasileiro de democracia desenhado pela Constituição de 1988 apoia-se na combinação da democracia representativa e da democracia participativa, ao introduzir os mecanismos de participação direta (plebiscito, referendo e leis de iniciativa popular) e os de gestão participativa de políticas sociais. A matriz proposta para a política da infância e adolescência compartilha do mesmo espírito adotado para a educação, saúde e seguridade social como um todo18 e viabiliza-se principalmente através de conselhos paritários e deliberativos dos direitos da infância e adolescência19. Importantes desdobramentos deste modelo tem influenciado programas e projetos sociais em que governo e sociedade enfrentam conjuntamente os problemas da infância e adolescência no país. Para além dos conselhos dos direitos da infância e adolescência, ficou regulamentada a realização de Conferências como instância máxima de deliberação, momento em que a sociedade e o poder público avaliam o alcance das políticas e propõem ajustes para seu fortalecimento e avanço. As conferências se constituem em espaços mais amplos que os conselhos por envolver outros sujeitos políticos, por isso, associam o caráter deliberativo ao de mobilização social. Para fortalecer a mobilização é recomendável que haja espaços permanentes de diálogo e de articulação que tencionem para ampliação das políticas e denunciem as situações de violação de direitos, os fóruns de defesa de direitos cumprem esse papel. Intersetorialidade e o trabalho em rede 18 A gestão democrática do ensino público está definida no artigo 206 (inciso VI); o artigo 198, relativo à saúde, determina a descentralização com direção única em cada esfera de governo (inciso I) e com participação da comunidade (inciso III). A gestão administrativa da seguridade social terá caráter democrático e descentralizado, com a participação da comunidade, em especial trabalhadores, empresários e aposentados (artigo 194, inciso VII). 19 No Estatuto da Criança e do Adolescente, Livro II, artigo 88 – Diretrizes da Política de Atendimento. 17 A intersetorialidade e o trabalho em rede se constituem em princípio organizativo implícito na formulação do Estatuto20, de acordo com o qual a política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios21. Dada a impossibilidade de atuar simultaneamente sobre toda a realidade, as políticas públicas se organizam sobre partes dela; por isso, ainda que plenamente realizadas, serão sempre por natureza incompletas. O reconhecimento dessa verdade impõe a adoção da ótica intersetorial para compreensão e atuação sobre os problemas. Se esta constatação é válida para qualquer política setorial, torna-se ainda mais relevante para uma política de natureza trans ou supra setorial, como é o caso da política de atendimento aos direitos humanos da criança e do adolescente. A promoção, a proteção e a defesa dos direitos dessa população necessariamente mobilizam esforços intersetoriais conjuntos, como se pode depreender da simples leitura dos direitos assegurados no Estatuto, ou das medidas de proteção e socioeducativas. Se aos conselhos dos direitos cabe, em conjunto com os órgãos responsáveis pela coordenação da política em cada esfera, adotar a ótica intersetorial para formular e avaliar a política, aos conselhos tutelares cabe tê-la em mente ao atender casos de violação ou ameaça de violação de direitos de crianças e adolescentes em seu cotidiano. A atuação intersetorial propicia integração dos vários saberes e práticas muitas vezes dispersos e fragmentados nas áreas setoriais em que se organizaram tradicionalmente as políticas públicas e seus sistemas de gestão e de financiamento. Com ela, é possível abordar os nós críticos dos problemas para buscar as alternativas de solução onde elas se encontram, fortalecendo-se o compromisso com os destinatários das ações, as crianças e os adolescentes. A intensificação das redes sociais e organizacionais como modelos potencializadores das ações da política de atendimento aos direitos humanos das crianças e adolescentes põe-se como estratégia de grande relevância. As redes podem ser compreendidas como uma forma especial de articulação que favorece uma visão compartilhada de uma determinada realidade que se pretende transformar e por um conjunto de compromissos estabelecidos entre instituições, entidades, indivíduos ou mesmo 20 A integração operacional dos órgãos encarregados do atendimento inicial do adolescente a quem se atribuaautoria de ato infracional se constitui em diretriz explícita (artigo 88). 21 ECA, artigo 86. 18 ideias, que de alguma forma se conectam. As redes no geral se organizam e se mantém ativas muito mais pela força dos seus ideais aglutinadores e pelo intercambio constante dos seus componentes do que pelas construções normativas que lhes dão suporte. As redes sociais propiciam uma forma de organização dos atores na sociedade e ao mesmo tempo podem traduzir os padrões de relações nelas presentes. Eixos da Política Municipal dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente A Política Municipal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes realiza-se, por meio, de um conjunto articulado de ações que ocorrem no âmbito do Sistema de Garantia dos Direitos. Este se constitui na articulação e integração das instâncias públicas governamentais e da sociedade civil na aplicação de instrumentos normativos e no funcionamento dos mecanismos de promoção, proteção, defesa e controle para a efetivação dos direitos humanos de crianças e adolescentes nas três esferas da Federação. Ou seja, o SGD compreende todas as ações, finalísticas e instrumentais voltadas para a garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Suas características são necessariamente diferentes das dos sistemas estruturados para a gestão e o financiamento das políticas setoriais, em função da natureza transversal da política da infância e adolescência, que se realiza também através das ações daquelas políticas. O Sistema de Garantia dos Direitos está estruturado em torno dos cinco eixos estratégicos apresentados: 1. Promoção dos Direitos de Crianças e Adolescentes 2. Proteção e Defesa dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes 3. Controle da Efetivação dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes 4. Participação de Crianças e Adolescentes 5. Gestão da Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes Como visto, três eixos são compostos por ações-fim – o de Promoção, o de Proteção e Defesa e o de Participação - e dois compostos por ações meio: o de Controle e o de Gestão. Aqui se introduz uma indagação a respeito da ordem de apresentação dos eixos, ou seja, qual a razão de um eixo-meio, o de Controle, anteceder um eixo-fim, o de Participação. 19 A explicação para isso reside em que a participação de crianças e adolescentes deve ser incorporada nos três primeiros eixos; eles deverão ser ouvidos na formulação, na execução e no controle das ações da Política Nacional. Por esse motivo, optamos por colocar esse eixo em quarto lugar na ordem de apresentação, cabendo desde logo frisar que essa ordem não tem qualquer implicação de prioridade. As Diretrizes da Política Nacional Dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes Estabelecidos os princípios substantivos e organizativos da Política Nacional dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente, bem como seus eixos orientadores a tarefa seguinte é a de definir as macro-diretrizes para a Política e que deverão ser contempladas no Plano Decenal. Recorte das Diretrizes da Política Municipal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes com foco nas Medidas Socioeducativa em Meio Aberto, aprovadas na 8ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. EIXO 2 - PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS Diretriz 03 - Proteção especial a crianças e adolescentes com seus direitos ameaçados ou violados, consideradas as condições de pessoas com deficiência e as diversidades de gênero, orientação sexual, cultural, étnico-racial, religiosa, geracional, territorial, de nacionalidade e de opção política. Objetivo Estratégico 3.5 – Definir diretrizes para as atividades de prevenção ao uso de drogas por crianças e adolescentes conforme a Lei 11. 343/06, bem como ampliar, articular e qualificar as políticas sociais para prevenção e atenção a crianças e adolescentes usuários e dependente de álcool e drogas. Objetivo Estratégico 3.12 – Ampliar e articular políticas, programas, ações e serviços para atendimento a adolescentes autores de ato infracional, mediante a regulamentação e implementação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, observadas as responsabilidades do executivo e do sistema de justiça. Deliberações da 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente com foco nas Medidas Socioeducativas em Meio Aberto EIXO 2- PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS 1. Ampliar e articular políticas, programas, ações e serviços do SINASE para atendimento a adolescentes que pratiquem ato infracional, observando as responsabilidades específicas do poder executivo, do sistema de justiça e das demais instâncias do Sistema de Garantia de Direitos e com base da lei 12.594/2012, que trata do sistema socioeducativo. 2. Realizar debates e sensibilizar a sociedade e o poder público a importância das medidas socioeducativas de meio aberto e sua municipalização ampliando e articulando políticas, programas, ações e serviços para a promoção, proteção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes ao direito a convivência familiar e comunitária com base na lei 12.594-2012 e que o Conanda e a SDH-PR regulamentem em forma de resolução esse serviço. 20 Deliberação da 8ª Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente da Bahia com foco nas Medidas Socioeducativas em Meio Aberto EIXO 2- PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS Construção, efetivação e aprimoramento do Plano de Atendimento das Medidas Socioeducativas para a implementação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE, priorizando a implantação/implementação (territorial e regional) de centros integrados de atendimento e implantação/estruturação de defensorias públicas, MP e Delegacias especializadas, Varas da Infância e Juventude. Deliberação da 6ª Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do Município de Teixeira de Fretas - BA com foco nas Medidas Socioeducativas em Meio Aberto EIXO 2- PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS Fortalecimento do atendimento socioeducativo em meio aberto para adolescentes em conflito com a lei, garantindo a efetivação dos direitos preconizados no Estatuto da Criança e do Adolescente. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE LIBERDADE ASSISTIDA • Proporcionar aos adolescentes orientações e esclarecimentos quanto aos direitos e deveres apontados no Estatuto da Criança e do Adolescente; • Esclarecer e orientar o adolescente e sua família ao sobre a decisão individual; • Elaborar junto ao adolescente e sua família o Plano Individual de Atendimento, que constará com o desenvolvimento de atividades previstas pela lei e o planejamento de outras que valorize a promoção do adolescente respeitando sua condição de pessoa em desenvolvimento; • Valorizar as potencialidades dos adolescentes respeitando suas diferenças; • Promover o atendimento personalizado individual e grupal com o adolescente, propiciando discussões referentes a drogas, violência, sexualidade, trabalho, família, e as circunstâncias e consequências do ato infracional, visando redirecionamento do projeto de vida; • Realizar o atendimento individual e grupal com a família, a fim de envolvê-la no processo sócio educativo; • Resgatar a cidadania do adolescente através de sua inserção/reinserção na rede de ensino, regular cursos de capacitação profissional, mercado de trabalho, esportes, cultura e lazer; • Garantir aos adolescentes obtenção de documentos civis; • Desenvolver vínculo de confiança (condição para trabalho com o adolescente); • Desenvolver no adolescente a capacidade de reflexão e elaboração sobre suas vivências, dificuldades, medos e capacidade de promover mudanças saudáveis e significativas em sua vida a partirda vontade e do interesse próprio, visando à proteção da vida, da saúde, da liberdade, preservação da imagem e da autonomia, valores pessoais, cidadania, etc; 21 • Valorizar as produções do adolescente; • Propiciar ações preventivas visando a não regressão da medida ou reincidência em atos infracionais; • Definir com o adolescente alternativas viáveis de encaminhamento; • Obter um diagnóstico social da família no sentido de facilitar a compreensão do adolescente em atendimento e das relações familiares. Diante da necessidade de encaminhamento a outro profissional, será utilizado os serviços existentes na rede municipal (saúde, educação, habitação, cultura, lazer, etc.) • Inserir o adolescente e sua família, quando possível, em programas sociais federais, estaduais e/ou municipais, fortalecendo o convívio sócio familiar e comunitário; • Buscar parcerias com entidades governamentais e não governamentais para inserção dos adolescentes em curso, atividades profissionalizantes, trabalho e outros; MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO A COMUNIDADE Os objetivos da medida de PSC contemplarão os já mencionados na medida de LA, acrescentando: • Atender quinzenalmente o adolescente; • Considerar as habilidades e aptidões dos adolescentes para desenvolvimento da medida de PSC; • Garantir a execução das horas laborativas em locais acolhedores, visando o cumprimento da medida; • Manter profissional de referência no local da prestação de Serviços, facilitando a interlocução sistemática, para garantir melhor acompanhamento das atividades desenvolvidas pelos adolescentes; • Registrar todos os atendimentos quinzenais realizados com os adolescentes e ou familiares; • Avaliar o cumprimento da medida socioeducativa e elaboração de relatórios. OPERACIONALIZAÇÃO DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EM MEIO ABERTO A operacionalização das Medidas Socioeducativas em Meio aberto é de responsabilidade do Gestor Municipal e dar-se-á por meio do Centro de Referência Especializado de assistência Social – CREAS. O Município de Teixeira de Freitas com a perspectiva de humanizar e qualificar o atendimento aos adolescentes em cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à Comunidade faz o atendimento em um Centro de Referência Especializado de assistência Social CREAS específico, ou seja, o CREAS MSE possui uma equipe própria para o atendimento da Medida Socioeducativa em Meio aberto – PSC e LA. Está iniciativa do Município de Teixeira de Freitas aponta para a política Nacional do Sistema Socioeducativo que é necessário repensar o atendimento às Medidas Socioeducativas. Se 22 realmente queremos que tenha sucesso o cumprimento das Medidas em Meio aberto é necessário repensar a forma e a organização para o atendimento. Ter um CREAS específico é um grande avanço, pois os (as) adolescentes terão o acompanhamento por meio de uma atenção mais qualificada, em espaço específico, desde o acolhimento e durante todo o processo de cumprimento da medida. Mas é claro que não basta ter um CREAS específico, uma equipe qualificada a Rede de Atendimento tem que estar funcionando. Todas as políticas precisam ser pensadas desde o início de sua formulação em como garantir os direitos dos adolescentes em cumprimento de Medidas Socioeducativas, desde o processo de acolhimento, como nas etapas seguintes. São as políticas e os profissionais que precisam repensar suas práticas e por meio de um processo permanente de formação compreender o momento que os adolescentes que por consequência cometeram um ato infracional e precisam e tem potencial de repensar e mudar o rumo de sua vida. Por isso é necessário alguns processos a ser pensados na operacionalização: • Orientação inicial aos adolescentes e jovens sobre a decisão judicial aplicada através da interpretação da medida socioeducativa e suas implicações de acordo com ECA; • Construção do Plano Individual de Atendimento (PIA), juntamente com o adolescente e suas respectivas famílias; • Realização de atendimento individual, semanal ou quinzenal com os adolescentes, proporcionando momento de privacidade e confiança; • Acompanhamento da frequência e aproveitamento escolar, envolvendo a família nos assuntos referentes à escola; • Acompanhamento e/ou orientação aos adolescentes na emissão de documentos; • Atendimento grupal com até doze participantes (quando houver demanda) para realização de oficinas temáticas; • Encaminhamento e acompanhamento dos adolescentes para tratamento nos casos de drogadição; • Inclusão e acompanhamento dos adolescentes em atividades esportivas, culturais e de lazer; • Manter atualizados os prontuários individuais, registrando as ações técnicas no processo de acompanhamento do adolescente e sua família; • Realização de visitas domiciliares, • Manter cadastro de Entidades acolhedoras ou de setores públicos para possíveis encaminhamentos da medida de PSC; • Registrar todas as intervenções realizadas, elaborar relatórios, respeitando a periodicidade e embasando-os no Plano Individual de Atendimento; O Sistema de Garantia de Direitos e as Medidas Socioeducativas O Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente, aprovado por meio da lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, constitui-se como o maior avanço para a proteção integral, onde o papel 23 de cada um de seus integrantes é igualmente importante para que a “proteção integral” de todas as crianças e adolescentes. A qualificação profissional adequada e a capacitação permanente de todos os atores do sistema de garantia de direitos são fatores importantes para que estejam abertos ao espírito de equipe, tendo compromisso com a proteção integral das crianças e adolescentes atendidos, principalmente no que diz respeito ao atendimento às medidas socioeducativas, pois nesse momento específico que vivem os adolescentes é preciso a cada ator cumpra o seu papel seja na agilidade e no acolhimento da apuração do ato e a aplicação da medida como no processo de cumprimento da mesma. Assim sendo, todos se tornam responsáveis igualmente pelo sucesso da medida. Com isso podemos mostrar pra sociedade que esse ato infracional, que por alguma circunstância o adolescente cometeu, com a medida socioeducativa, é possível que ele possa fazer a reflexão do seu ato e retomar a sua vida, com novas perspectivas de cidadania. Tabelas para a construção do Diagnóstico do Atendimento Socioeducativo no Município de Teixeira de Freitas - BA O envolvimento, a participação e a colaboração dos diversos atores políticos são fundamentais para superação da complexidade dos processos de elaboração e aprovação de políticas públicas, bem como na etapa seguinte, de realização do que for construído e definido e contempladas nos orçamentos públicos nas três esferas da federação brasileira. Diagnóstico é aquela ferramenta que estabelece um conjunto de dados e informações ou como a identificação e/ou o reconhecimento sobre determinado assunto, situação ou realidade. A base estrutural do segundo documento serão os eixos contidos no Plano Nacional para dez anos: Gestão, Qualificação do Atendimento, Participação Cidadã dos Adolescentes e Sistemas de Justiça e Segurança. Recomenda-se também o envolvimento de frentes ou comissões parlamentares da criança e do adolescente existentes nas Câmaras de Vereadores, sobretudo pelo papel central na aprovação dos PPAs (Planos Plurianuais), LDOs (Leis de Diretrizes Orçamentárias) e LOAs (Leis Orçamentárias Anuais). A tarefa e a responsabilidade da coleta e organização de dados são dos atores responsáveis pelo Sistema de Atendimento Socioeducativo, especialmente daqueles que são diretamente 24responsáveis pela atenção e o atendimento dentro do Poder Executivo, do Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública, dos conselhos de direitos e tutelares e das organizações da sociedade civil. A primeira é ter presente que o atendimento socioeducativo foi regulamentado e instituído, enquanto Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), através da Resolução N.º 119/2006 do Conanda e da Lei Federal N.º 12.594 de 2012. Definir metas quantitativas e qualitativas, encontrando no ciclo orçamentário brasileiro (PPAs, LDOs e LOAs) possibilidades concretas de realização. Relação direta com a Lei Federal N.º 12.594 de 2012, que entre os artigos 18 e 27, apresenta os parâmetros para avaliação e acompanhamento da gestão do atendimento socioeducativo, definindo os seguintes objetivos no art. 19: Contribuir para a organização da rede de atendimento socioeducativo; Assegurar conhecimento rigoroso sobre as ações do atendimento socioeducativo e seus resultados; Promover a melhora da qualidade da gestão e do atendimento socioeducativo; Disponibilizar informações sobre o atendimento socioeducativo. Ainda de acordo com o mesmo artigo, o propósito da avaliação é “abranger, no mínimo, a gestão, as entidades de atendimento, os programas e os resultados da execução das medidas socioeducativas”. Quanto à gestão, art. 22, os objetivos estão direcionados a verificar o orçamento, sua execução e a manutenção do fluxo financeiro; verificar a implementação dos compromissos assumidos e avaliar institucional e intersetorialmente as políticas públicas destinadas aos adolescentes e jovens do atendimento socioeducativo. Já os artigos, 23, 24, 25 e 26 apresentam os parâmetros de avaliação das entidades, dos programas, da execução das medidas socioeducativas e apontam para a utilização dos resultados da avaliação no tocante a: Planejamento de metas e eleição de prioridades do Sistema de Atendimento Socioeducativo e seu financiamento; Reestruturação e/ou ampliação da rede de atendimento socioeducativo, de acordo com as necessidades diagnosticadas; Adequação dos objetivos e da natureza do atendimento socioeducativo prestado pelas entidades avaliadas; Celebração de instrumentos de cooperação com vistas à correção de problemas diagnosticados e avaliados; Reforço de financiamento para fortalecer a rede de atendimento socioeducativo; Melhorar e ampliar a capacidade dos operadores do Sistema de Atendimento Socioeducativo; E os efeitos do art. 95 da Lei N.º 8.069, Estatuto da Criança e do Adolescente. A realização do diagnóstico tem dupla finalidade: (i) conhecer a evolução do atendimento socioeducativo e no momento seguinte definir os objetivos, metas qualitativas e quantitativas, responsabilidades e o orçamento necessário a estruturação do Sistema Socioeducativo; (ii) inserir dentro do próprio plano decenal estadual, Distrito Federal, capitais e cidades das Regiões Metropolitanas um conjunto de dados que permitam uma avaliação futura do planejado. 25 Primeira Parte: O Sistema de Justiça e o Artigo 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente Tabela 01: Total de Medidas Aplicadas pelo Poder Judiciário na nos últimos dois anos (2013 e 2014) Ano PSC LA Semiliberdade Internação Sub Total 2013 234 188 01 10 433 2014 141 207 00 8 356 Total 375 395 01 18 789 Fonte: Poder Judiciário – Juizado Tabela 03: Tipo de atos infracionais praticados nos últimos dois anos (2013 e 2014) Ano Trafico de drogas Furto/Roubo Homicídio/Tentativa Outros* Total 2013 JAN 13 1 2 9 25 FEV 3 4 7 MAR 8 2 2 5 17 ABR 11 1 2 5 19 MAI 6 7 7 20 JUN 3 5 5 13 JUL 4 2 6 12 AGO 10 6 1 2 19 SET 4 2 2 4 12 OUT 8 6 1 8 23 NOV 17 3 1 2 23 DEZ 8 5 3 16 Total 92 43 14 57 206 2014 JAN 4 1 2 7 FEV 6 5 4 15 MAR 16 1 2 19 ABR 12 4 1 2 19 MAI 4 3 2 9 JUN 5 11 2 18 JUL 8 3 2 5 18 AGO 9 7 2 18 SET 13 4 1 9 27 OUT 16 16 1 9 42 NOV 13 12 15 40 DEZ 3 4 2 9 18 Total 109 71 9 61 250 * Lesão corporal / ameaça /receptação / porte ilegal e arma / dirigir veículo motorizado sem carteira de habilitação / apropriação indébita / tentativa de estupro. Fonte: Poder Judiciário – Ministério Público Tabela 04: Adolescentes vítimas de homicídios Ano/Idade 10 14 15 16 17 Total 26 2013 1 2 4 4 5 16 2014 3 5 9 17 Total 1 2 7 9 14 33 Fonte: Secretaria de Segurança Pública - Delegacia de Polícia Segunda Parte: Evolução do Atendimento Socioeducativo Tabela 01: Total Programas construídos/criados no Município Ano PSC LA Sub Total 2013 1 1 2 2014 1 1 2 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 02: Total de Programas de PSC e LA executados pela Prefeitura e Organizações Não Governamentais por Estado/DF em 2013 e 2014 Ano PSC Prefeitura22 LA Prefeitura PSC ONG LA ONG PSC Outro 23 LA Outro Sub Total 2013 1 1 2 2014 1 1 2 Fonte: Órgãos Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 05: Total de Adolescentes em Prestação de Serviço à Comunidade no último dia do mês entre 2013 e 2014 no Município Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Sub Total 2013 20 20 19 21 26 24 16 14 26 14 20 14 234 2014 18 20 16 16 13 13 12 10 00 13 00 10 141 Total 375 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo 22 Desejável explicitar qual Secretaria Municipal é responsável pela gestão e execução do Programa de PSC e/ou LA. 23 Importante informar quem é o outro órgão responsável pela execução da PSC e/ou LA. 27 Tabela 06: Total de Adolescentes em Liberdade Assistida no último dia do mês entre 2013 e 2014 no Município Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Sub Total 2013 14 14 14 16 21 21 14 11 18 15 15 15 188 2014 17 18 16 17 16 16 20 20 17 18 16 16 207 Total Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Terceira Parte: Perfil dos Adolescentes no Sistema Socioeducativo Tabela 02: Faixa Etária nos Programas de Prestação de Serviço à Comunidade e de Liberdade Assistida Ano 12 – 14 anos 15 – 17 anos 18 – 21 anos Subtotal 2013 7 57 3 67 2014 6 34 5 45 Total 13 91 8 112 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 04: Sexo nos Programas de Prestação de Serviço à Comunidade e de Liberdade Assistida Ano Masculino Feminino Subtotal 2013 63 04 67 2014 42 03 45 Total 105 07 112 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 06: Cor nos Programas de Prestação de Serviço à Comunidade e de Liberdade Assistida Ano Branco Pardo Negro Subtotal 2013 6 23 38 67 2014 20 25 45 Total 6 43 63 112 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 08: Perfil Infracional nos Programas de Prestação de Serviço à Comunidade e de Liberdade Assistida 2013 Ato Infracional Quantidade Porcentagem 28 Contra o Patrimônio 33 49,25% Lei de Tóxicos 29 43,28% Contravenções penais 05 7,47% 2014 Ato Infracional Quantidade Contra o Patrimônio 16 Lei de Tóxicos 24 Contravenções penais 01 Ameaça 01 Progressão de Medida 02 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 09: Total de Reincidência durante o cumprimento da Medida Socioeducativa Ano PSC LA Subtotal 2013 1 4 5 2014 1 1 2 Total 2 5 7 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 10: Total de Reincidência após o cumprimentoda Medida Socioeducativa Ano PSC LA Subtotal 2013 0 0 0 2014 0 0 0 29 Total 0 0 0 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Morte de adolescentes após termino do cumprimento de MSE Ano PSC LA Subtotal 2013 0 0 0 2014 0 0 0 Total Tabela 11: Total de Adolescentes Usuários de Drogas quando da aplicação da Medida Socioeducativa Ano PSC LA Subtotal 2013 05 29 34 2014 04 20 24 Total 09 49 58 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 12: Drogas mais Usadas pelos Adolescentes em Prestação de Serviço à Comunidade Ano Bebidas Alcoólicas Maconha Cocaína Crack Subtotal 2013 12 12 00 01 25 2014 12 09 00 02 23 Total 24 21 00 03 48 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 13: Drogas mais Usadas pelos Adolescentes em Liberdade Assistida Ano Bebidas Alcoólicas Maconha Cocaína Crack Subtotal 2013 22 20 00 04 46 2014 12 10 00 01 23 Total 34 30 00 05 69 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 02: Feridos e Mortes durante o cumprimento de PSC e LA Ano / Evento Feridos Mortos Subtotal 2013 01 01 2014 02 05 07 30 Total 02 06 08 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Quinta Parte: Direito à Educação, Assistência Social, Esporte, Profissionalização, Cultura, Lazer e Saúde Tabela 02: Escolarização nos Programas de Prestação de Serviço à Comunidade e de Liberdade Assistida Ano Subtotal de Atendido s Não Alfabetizado Ensino Fundamental Ensino Médio Subtotal 2013 67 8 56 3 134 2014 45 4 38 3 90 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 04: Total de atendidos, matriculados e frequentado a Escola nos Programas de Serviço à Comunidade e de Liberdade Assistida Ano Subtotal de Atendidos Total de Matriculados Total de Frequentando a Escola 2013 67 50 38 2014 45 42 37 Total 112 92 75 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 05: Total de Adolescentes com Famílias Atendidas no Programa Bolsa Família Ano Subtotal de Atendidos PSC LA Total 2013 2014 14 14 Total Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 06: Total de Adolescentes Atendidos em Atividades Esportivas 31 Ano PSC LA Subtotal 2013 05 03 08 2014 06 08 14 Total 11 11 22 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 07: Total de Adolescentes Atendidos em Atividades Profissionalizantes Ano PSC LA Subtotal 2013 03 00 03 2014 03 03 06 Total 06 03 09 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 08: Total de Adolescentes Atendidos em Atividades Culturais Ano PSC LA Subtotal 2013 0 0 0 2014 0 0 0 Total 0 0 0 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 09: Total de Adolescentes Atendidos em Atividades de Lazer Ano PSC LA Subtotal 2013 12 04 16 2014 00 00 00 Total 12 04 16 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 10: Total de Adolescentes Atendidos em Serviços de Saúde 24 Ano PSC LA Subtotal 2013 15 15 30 2014 19 13 32 Total 34 28 62 24 Importante criar uma relação dos serviços de saúde, a exemplo de odontologia, oftalmologia etc. 32 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Sexta Parte: Recursos Humanos por Unidades/Programas de Atendimento Socioeducativo por Estado/DF em 2013 Tabela 01: Quadro de Pessoal por Relação de Trabalho em 2013 Unidades / Programa Ser. Público (Concursado) Ser. Público (Seleção Simplificada/ Temporário) Terceirizado Outros 25 Subtotal PSC 02 09 11 LA 02 09 11 Total 04 18 22 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Sétima Parte: Proposta Pedagógica e Plano Individual de Atendimento Tabela 01: Total de Programas com Proposta Pedagógica Elaborada após a Resolução de N.º 116/2006 do Sinase Ano PSC LA Subtotal 2013 1 1 2 2014 1 1 2 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 02: Total de Adolescentes com Programa Individual de Atendimento elaborado após a Resolução de N.º 116/2006 do Sinase Ano PSC LA Subtotal 2013 34 46 81 2014 31 40 71 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Tabela 03: Total de Programas de Egressos elaborados após a Resolução de N.º 116/2006 do Sinase Ano PSC LA Subtotal 25 Especificar o que compõe o outro. 33 2013 0 0 0 2014 0 0 0 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Oitava Parte: Gestão do Sistema Socioeducativo Tabela 01: Comissões Intersetoriais do Sistema Socioeducativo 2014 Âmbito Ano da criação Funcionamento Municipal 2014 2015 Total 1 Comissão Ampliada 1 Câmara Técnica - CONDECA 1 Comissão Ampliada Fonte: Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - COMDECA Tabela 02: Total de Programas usando plenamente o SIPIA Sinase Web por Medida Socioeducativa 26 Ano PSC LA Subtotal 2013 0 0 0 2014 0 0 0 Fonte: Órgão Municipal de Atendimento Socioeducativo Nona Parte: Órgãos do Sistema de Segurança e Justiça na Área do Adolescente em Conflito com a Lei Tabela 01: Comparação entre 2013 e 2014 Ano Vara Especializada em Atos Infracionais Delegacias Especializadas em Atos Infracionais Núcleo e/ou similar de Defensores Públicos para Atos Infracionais Promotorias Específicas para Atos Infracionais Subtotal 2013 0 0 0 0 0 2014 0 0 0 0 0 Total 0 0 0 0 0 Fonte: Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Secretarias Estaduais de Segurança Pública 26 O Estado/DF e/ou município que usar outro sistema informatizado deve mencionar os motivos. 34 SERVIÇOS DE MSE E A REDE INTERSETORIAL EDUCAÇÃO SAÚDE CULTURA ESPORTE/LAZER TRABALHO Identificação situação escolar. Estratégia de enfrentamento ao alto índice de Adolescentes usuários /dependentes de álcool e outras drogas. Ações articuladas para garantia de acesso a direitos culturais Articulações entre programas e projetos de estímulo a participação de atividades de esporte e lazer. Promoção da aprendizagem e elaboração de cursos profissionalizantes que considerem o perfil e as demandas do público adolescente. Diretrizes Nacionais de Educação para o Sistema Socioeducativo (CNE). Ações articuladas de atendimento a adolescentes com transtornos ou sofrimento mental. Desenvolviment o de ações conjuntas visando a promoção de acesso a equipamentos, produção e manifestações culturais. Desenvolvimento de ações conjuntas visando a promoção do acesso a equipamentos e eventos. Estabelecimento de parcerias com o Sistema “S” para oferta de cursos profissionalizantes. Estratégias de permanência na escola (enfrentamento à discriminação). Promoção de ações de prevenção relativas a saúde do adolescente (DST/AIDS; Planejamento Familiar, álcool e outras drogas. Nova Lei do Jovem Aprendiz. Mais Educação (PRONATEC). PROPOSTA DE POLÍTICA PÚBLICA PARA A DO PLANO MUNICIPALDE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EM MEIO ABERTO – LIBERDADE ASSISTIDA E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE SECRETARIA - Assistência Social SECRETARIA Assistência Social AÇÃO Adolescente em cumprimento de MSE encaminhado para o processo de formação e contratação no Programa Jovem Aprendiz OBJETIVO Garantir a formação e contratação do adolescente em cumprimento de MSE de Liberdade Assistida ou Prestação de Serviço à Comunidade com o perfil para o mercado de trabalho – público ou privado. SECRETARIA Assistência Social / COMDECA AÇÃO 35 Financiamento com recursos do fundo municipal dos direitos da criança e do adolescente para a política de medida socioeducativa. OBJETIVO Definir, anualmente, o percentual de recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente a serem aplicados no financiamento das ações previstas no SINASE, em especial para capacitação, sistemas de informação e de avaliação. SECRETARIA Assistência Social AÇÃO Gestão compartilhada entre governo e sociedade civil na execução da medida socioeducativa de prestação e serviço à comunidade. OBJETIVO Assegurar e consolidar a gestão democrática, participativa e compartilhada do Sistema de Atendimento Socioeducativo em meio aberto – prestação e serviço à comunidade. SECRETARIA Assistência Social AÇÃO Criação do programa de Acompanhamento ao Egresso de medidas socioeducativas. OBJETIVO Garantir a continuidade das atividades do adolescente que cumpriu medida socioeducativa, sem ter a necessidade de progressão da medida. SECRETARIA Assistência Social AÇÃO Espaço de proteção à vida para adolescentes em cumprimento de MSE em meio aberto. OBJETIVO Estimular a articulação com o Programa de Proteção a Criança e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAM), visando à garantia do direito à vida aos adolescentes ameaçados de morte durante o cumprimento da MSE e egressos do sistema socioeducativo. SECRETARIA Assistência Social AÇÃO Campanhas de sensibilização junto à comunidade, poder público, sobre MSE em meio aberto. OBJETIVO Contribuir com a população em geral sobre o papel e a importância das medidas socioeducativas em meio aberto – LA e PSC. SECRETARIA Assistência Social 36 AÇÃO Sistema de informação atualizado para o Sistema Municipal de Informações sobre o Atendimento Socioeducativo. OBJETIVO Garantir o funcionamento do sistema municipal de Informações de medidas socioeducativas, a fim de melhorar o funcionamento das políticas públicas de saúde, assistência social, educação e sistema de justiça bem como fornecer ao órgão gestor estadual informações para o sistema estadual. SECRETARIA Assistência Social AÇÃO Fortalecendo a família para importância na socialização do adolescente. OBJETIVO Acompanhar o adolescente em seu contexto familiar e social durante todo o cumprimento das medidas em meio aberto (atendimento emergencial, encaminhamentos aos programas sociais, a cursos profissionalizantes e inserção no mercado de trabalho, dentre outros). SECRETARIA Assistência Social AÇÃO Manutenção e qualificação dos serviços de atendimento socioeducativo aos adolescentes em cumprimento das medidas de prestação de serviços à comunidade e liberdade assistida. OBJETIVO Garantir de um espaço físico apropriado, infra-estrutura (equipamentos e materiais de consumo), manutenção e recursos humanos. SECRETARIA - Saúde SECRETARIA Saúde AÇÃO Implantação do CAPS AD para o atendimento ado adolescente usuário de substância psicoativas. para a atenção ao uso de drogas. OBJETIVO Garantir a implantação e implementação do CAPS AD, no território para atendimento ao adolescente em cumprimento de MSE em meio aberto, usuário de substâncias psicoativas. SECRETARIA Saúde AÇÃO Atenção à saúde de adolescente em cumprimento de MSE em meio aberto. OBJETIVO Assegurar ao adolescente que esteja em cumprimento de MSE em meio aberto o direito de atenção à saúde de qualidade, principalmente no que diz respeito a odontologia e saúde mental. SECRETARIA – Cultura 37 SECRETARIA Cultura AÇÃO Acesso aos programas culturais, cinema, teatro aos adolescentes em cumprimento de MSE em meio aberto. OBJETIVO Garantir o acesso dos adolescentes em cumprimento de MSE em meio aos espaços de promoção cultural. SECRETARIA - Esporte e Cultura SECRETARIA Esporte e Cultura AÇÃO Espaços de atividades esportivas de lazer e cultura. OBJETIVO Garantir espaços de atividades esportivas de lazer e cultura tanto nas escolas como nas comunidades. SECRETARIA - Educação SECRETARIA Educação AÇÃO Escolaridade como perspectiva para o sucesso profissional. OBJETIVO Criar Programa de aceleração de escolaridade para jovens com defasagem escolar no ensino fundamental e médio para maior inserção no mundo do trabalho. SECRETARIA Educação AÇÃO Capacitação para diretores e professores sobre as medidas socioeducativas. OBJETIVO Garantir dentro do processo de formação continuada de diretores e professores, inclusive na jornada pedagógica, de temas relacionados as medidas socioeducativas. SECRETARIA - Secretaria de Segurança Pública SECRETARIA Secretaria de Segurança Pública AÇÃO Promover ações de prevenção da violência em suas diversas manifestações. OBJETIVO Promover palestras nas escolas municipais e estaduais, tendo como público alvo adolescentes, professores e coordenadores. 38 SECRETARIA - Governo SECRETARIA Governo AÇÃO Formação permanente para o sistema de garantia de direitos. OBJETIVO Estabelecer e implantar política de formação continuada específica para todos os profissionais do Sistema de Garantia de Direitos e rede de atendimento que atuam em medidas socioeducativas, com garantia de dotação orçamentária. SECRETARIA Governo AÇÃO Articulação entre as secretarias afins para o sucesso das medidas socioeducativas de liberdade assistida e prestação de serviço à comunidade. OBJETIVO Manter ampla relação com serviços das diversas políticas públicas existentes no Município, construindo um mapeamento dos equipamentos sociais existentes, a fim de firmar novas parcerias. CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE TEIXEIRA DE FREITAS - COMDECA COMDECA AÇÃO Criação do fluxo legal de progressão de medida socioeducativa. OBJETIVO Normatizar o fluxo legal de progressão de medida socioeducativa, por meio de Resolução do COMDECA e do CECA. COMDECA AÇÃO Participação de adolescentes no processo de formação cultural e profissional nas definições das políticas. OBJETIVO Incentivar a participação dos adolescentes nos eventos sociais da comunidade, em cursos profissionalizantes, em ações de escolarização, trabalho, lazer, cultura e esporte e na elaboração e revisão dos Planos de Atendimento Socioeducativos. 39 COMDECA AÇÃO Programa de monitoramento e acompanhamento permanente dos serviços. OBJETIVO Efetuar, periodicamente, o diagnóstico da qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido pelos programas, serviços e técnicos que executam as ações relativas ao SINASE, acompanhando, dentre outros, os índices de reincidência e de sucesso à reintegração escolar e familiar, inserção no mercado de trabalho e atendimento à saúde (incluindo de usuários de substâncias psicoativas). COMDECA AÇÃO Fiscalização dos programas de medida socioeducativa em meio aberto: LA e PSC. OBJETIVO Garantir que os órgãos responsáveis de fiscalização criem instrumentos de acompanhamento aos programas governamentais e não governamentais de atendimentoàs medida socioeducativa em meio aberto: LA e PSC, garantindo o cumprimento do Artigo 17 do ECA. “ De tudo ficaram três coisas: A certeza de que estamos começando... A certeza de que é preciso continuar... A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar.. Portanto, devemos: Fazer da interrupção um caminho novo... Da queda um passo de dança... Do medo uma escola... Do sonho uma ponte... Da procura um encontro... E assim terá valido a pena. (Fernando Sabino) Fábio Feitosa da Silva Assessor Técnico 40 Referências Bibliográficas BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, Senado Federal, Centro Gráfico, 1988. ______.Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei n. 8.069/90. Brasília: Senado Federal, 1990. CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – CONANDA. Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE. Brasília: outubro de 2006. COSTA. Antônio Carlos Gomes da. Um histórico do atendimento Socioeducativo aos Adolescentes Autores do Ato Infracional no Brasil: Mediação entre o conceitual e o Operacional. In: Políticas públicas e estratégias de atendimento socioeducativo ao adolescente em conflito com a lei. Brasília: Ministério da Justiça. Departamento da Criança e do Adolescente, 1998. SARAIVA. João Batista Costa. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção integral: uma abordagem sobre a responsabilidade penal juvenil. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003. (35) ______. Presidência da República. LEI Nº 12.594, DE 18 DE JANEIRO DE 2012. Institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), regulamenta a execução das medidas socioeducativas destinadas a adolescente que pratique ato infracional.