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2 Sócrates o pai da ética

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Sócrates: o pai da ética 
Sócrates é considerado o fundador da reflexão racional, sistemática e crítica sobre a ação humana virtuosa. 
É claro que antes de Sócrates já existiam costumes e leis, e também um conjunto de tradições, expressas em narrativas e em poemas (mitologia). No entanto, as regras morais estavam vinculadas a uma origem religiosa, que orientava como as pessoas deveriam agir. Os povos antigos (gregos, egípcios, hebreus, etc.) comportavam-se moralmente em função de orientações metafóricas, apresentadas pelos mitos e pelos textos sagrados.
Sócrates (470-399 a.C.) inaugura a Ética ao defender que devemos pensar e analisar as nossas condutas e os nossos comportamentos em função do que nós próprios pensamos, através de um exame racional de nossos comportamentos.
Uma concepção de virtude
A virtude (em Grego areté) é a prática da ação correta, excelente, meritória. 
Mas alguém poderia perguntar: como saber se uma ação é correta? Aliás, correta para quem? O que é correto para um pode não ser para outro? O certo é absoluto ou é relativo?
Sócrates procurou dar uma resposta para essas perguntas. Ele partiu da ideia de que a ação correta para o ser humano deveria ser aquela que manifestasse a sua essência. Ao tentar descobrir o que é que caracteriza o ser humano em sua natureza mais profunda, Sócrates concluiu que a essência do homem é a razão. Portanto, a areté consiste em agir de acordo com a razão.
A partir desse raciocínio que é simples – mas não simplório – Sócrates desenvolveu ainda três ideias que complementam a sua concepção ética: a ideia de autonomia, a tese de que virtude é conhecimento e a tese de que ninguém é mau por livre escolha. Veja: 
Autonomia – se a essência do homem é a razão, então é em si mesmo que cada um deve buscar orientação para agir corretamente. Foi nesse sentido que Sócrates tomou para si um lema inscrito num templo em Delfos: “conhece a ti mesmo”. A verdadeira virtude moral não consiste em seguir os costumes nem em fazer aquilo que a maioria aprova e nem mesmo em obedecer preceitos religiosos. A verdadeira virtude está em obedecer a própria essência. 
A areté humana é o conhecimento – a essência do homem é a razão, que consiste na capacidade de conhecer a natureza verdadeira das coisas, escondida atrás das aparências. O conhecimento da essência das coisas é o verdadeiro conhecimento, é a ciência (episteme). O homem excelente é aquele em que sua essência se manifesta plenamente; portanto, a excelência humana corresponde à plenitude da ciência (episteme). 
Ninguém é mau por livre escolha – todo ser humano busca aquilo que acredita que lhe trará a felicidade. No entanto, na maioria das vezes, nós confiamos nas nossas sensações, na nossa experiência, nas nossas próprias opiniões e também nas opiniões de outras pessoas. Como a nossa percepção da realidade é limitada e as pessoas em quem confiamos também têm suas limitações e também podem podem errar, o resultado é que na maioria das vezes nós nos deixamos levar por falsas opiniões, por preconceitos, por ilusões e, por isso, acabamos agindo de forma incorreta. Ora, a ação incorreta gera a infelicidade. Como ninguém deseja a própria infelicidade, fica claro que só quando agimos sem conhecimento, só quando estamos presos à ignorância, é que agimos de forma incorreta. 
Questões:
1. Como era a moral antes de Sócrates?
2. Para Sócrates, qual é a essência do ser humano?
3. O que significa a palavra areté?
4. Em que consiste a areté, segundo Sócrates?
5. Quais são as 3 teses fundamentais da ética socrática?
6. O que é a razão?
7. Por que Sócrates é considerado o pai da ética?

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