Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Instituto de Ciência e Tecnologia Engenharia de Materiais VIDROS, VITROCERÂMICOS E VIDRADOS Profa. Dra. Ana Paula F. Albers Aula 7 Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Processamento do Vidro Estado Vítreo Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Processamento do vidro em função da temperatura/viscosidade: Temp. de recozimento inferior: =1014,5P Temp. de transição vítrea: =1013,3P Temp. de recozimento superior: =1013P Temp. de amolecimento: =107,65P Faixa de trabalhabilidade Temp. de conformação (operação): =104P Temp. de fusão: =102P Fluxograma do Processo de Fabricação do Vidro Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Estoque de Matérias-primas Silos Balanças Análise Cálculo da Composição Misturador Enforna Fusão Óleo/gás; Ar/O2; Energia Elét. Afinagem Homogeneização/ Acondicionamento Água Recozimento/ Têmpera Conformação Caco Controle de Qualidade Embalagem Armazenagem Expedição Ilustração do Processo de Fabricação do Vidro Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2017 Processamento do Vidro Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 O processamento de materiais vítreos pode ser dividido basicamente em: 1. Seleção e preparação das matérias-primas/composições 2. Fusão: • Reação entre os componentes e formação do vidro • Dissolução da sílica em excesso • Refino e Homogeneização 3. Acondicionamento térmico 4. Conformação 5. Recozimento/ Têmpera Operações de Acabamento Seleção e Preparação das Matérias-Primas Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 1. Seleção e Preparação das Matérias-Primas Seleção e Preparação das Matérias-Primas Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 1. Seleção e Preparação das Matérias-Primas • Usina de Composição: é um intermediário entre os fornecedores de matérias-primas vidreiras e os fornos de fusão de vidro. • Função: tem a função de armazenar, dosar e misturar as matérias- primas, assegurando a junção entre o processo descontínuo de entrega das MPs e o processo contínuo de fusão. • Componentes: Silos de armazenagem Balanças dosadoras Misturador Seleção e Preparação das Matérias-Primas Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Silos de armazenagem: Podem ser alimentados por três tipos de equipamentos: • Correia transportadora: esteira de borracha que se movimenta sobre rolos, em um plano inclinado. • Elevador de canecas: uma série de canecas é fixada em uma esteira de borracha que gira continuamente na vertical. • Transporte pneumático: MP é transportada em caminhões cisterna. Seleção e Preparação das Matérias-Primas Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Balanças Dosadoras: Na saída dos silos existem dosadores que alimentam as balanças que são as responsáveis pela dosagem de cada matéria-prima de acordo com o resultados do cálculo de composição. Misturador: As MPs são encaminhadas ao misturador e tem a finalidade de misturar de maneira homogênea todas as MP e produzir a composição que vai efetivamente ser enfornada e transformada em vidro. Seleção e Preparação das Matérias-Primas Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Desenho Esquemático de uma Usina de Composição Seleção e Preparação das Matérias-Primas Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2017 Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 2. Fusão Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Enforna Fusão Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 2. Fusão a) Reação entre os componentes e formação do vidro b) Dissolução da sílica em excesso c) Refino e Homogeneização • As etapas (a), (b) e (c) ocorrem simultaneamente e devem garantir a qualidade do produto: dissolvendo os precipitados sólidos; eliminando bolhas de gás; homogeneizando a composição, evitando a formação de cordas ou estrias. Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Objetivo: transformar a composição, que é uma mistura de materiais granulados, em um líquido homogêneo e muito viscoso; • Cerca de 15% em peso da composição é “perdida“ na forma de gases que passam para a atmosfera; Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 a) Reação entre os componentes e formação do vidro: • A formação do vidro envolve transformações físicas e reações químicas em elevadas temperaturas: transformações cristalinas; evaporação da H2O (umidade); eliminação da água estrutural; decomposição dos carbonatos, sulfatos e nitratos; reações químicas entre as matérias-primas; fusão das matérias-primas e dos produtos de reação. Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Ocorrências em temperaturas < 500C: Remoção de água livre Desidratação de Na2CO3. H2O Fusão de KNO3 Transformações polimórficas do SiO2 Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Ocorrências em temperaturas 500C < T < 1100C (sílica-soda-cal): Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Ocorrências em temperaturas > 1100C: Ocorre a fusão propriamente dita das diversas fases de silicato formados. Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • A fusão depende da: composição da mistura (temperatura de fusão); tamanho de partículas (partículas muito finas reagem rapidamente, antecipando a formação da massa vítrea; partículas muito grossas demoram a fundir e resultam em defeitos); quantidade de cacos. • As reações entre os componentes se inicia a baixas temperaturas (estado sólido) e na superfície, quando surgem os primeiros eutéticos (reações via fase líquida). • As matérias-primas não fundidas flutuam sobre o vidro já fundido (diferença de densidade). Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 b) Dissolução da sílica em excesso: • Após concluída as reações, sempre há sílica em excesso que deverá ser incorporada a massa fundida por um processo de dissolução (mecanismo de difusão). • Quanto ao tamanho de partícula da SiO2: quanto menor o tamanho de partículas, mais fácil de ocorrer a dissolução; partículas muito finas se fundem rapidamente e aumentam a viscosidade da massa fundida (fusão prematura), atrapalhando a eliminação dos gases das decomposições, dificultando a etapa do refino. Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 c) Refino e homogeneização: • Necessidade da etapa: variações locais de composição resultam em variações de densidade, viscosidade e tensões superficiais ( tensão superficial, dificuldade de homogeneização). gases dissolvidos e ocluídos, devido ao processo de decomposição e impurezas das matérias-primas, precisam ser eliminados (com o surgimento da fase líquida a eliminação é dificultada). • Procedimentos de refino: Químicos Físicos Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Procedimentos de refino químico: Adicionar substâncias que se decompõem termicamente e em consequência apresentam intenso desprendimento gasoso. As bolhas formadas devem ser grandes, englobar as bolhas menores (decorrentes da fusão do vidro) e atingir a superfície com rapidez. Composição típica das bolhas em decorrência da fusão do vidro: CO2, N2, H2O, CO. Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Procedimentos de refino químico: Os elementos utilizados para refino devem desprender O2 e SO2. Exemplos: sulfatos, óxidos de arsênico e antimônioassociados a nitratos (Na, K, Ba). Este processo também proporciona agitação e homogeneização do banho. Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Procedimentos de refino químico: Sulfatos Normalmente incorporado como sulfato de sódio (Na2SO4) que se funde a 844C: Na2SO4 + xSiO2 Na2O. xSiO2 + SO3 SO3 2SO2 + O2 2Na2SO4 2Na2O + 2SO2 + O2 (a elevadas temperaturas) Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Procedimentos de refino químico: Sulfatos As condições redutoras da atmosfera influenciam fortemente as reações acima e podem diminuir a temperatura de dissolução do SO3 em 150°C (entre 1200 e 1500C). A adição de Na2SO4 recomendada é de 0,65 a 1,30% em peso. O excesso de pode causar bolhas de sulfato difíceis de serem eliminadas. Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Procedimentos de refino químico: Resultam em intenso desprendimento de O2: 1a Etapa: 2As2O3 + 4KNO3 2As2O5 + 4NO + O2 + 2K2O 2a Etapa: As2O5 As2O3 + O2 Da mesma forma age o Sb2O3 Óxidos de Arsênio e Antimônio Associados a Nitratos As2O3 Sb2O3 NaNO3 KNO3 0,5 % 4 % Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Procedimentos de refino físico: Extração: Como se enforna a composição por uma extremidade e se extrai por outra isto cria correntes, que vão da enforna em direção à saída do vidro. Agitação Mecânica: Nos fornos, em alguns casos, podem ser empregados meios mecânicos de agitação do vidro. Agitação por Correntes de Convecção: São geradas por diferenças térmicas, sendo as mais importantes no processo de elaboração dos vidros. Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Agitação por Correntes de Convecção Corte longitudinal Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Agitação por Correntes de Convecção Representação do corte da cuba de um forno de fusão (a cuba é a região do forno que contém o banho de vidro) fluxo do calor da chama fluxo de calor do banho para o meio ambiente Corte tranversal Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Agitação por Correntes de Convecção Acondicionamento Térmico Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 3. Acondicionamento Térmico Acondicionamento Térmico Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 3. Acondicionamento Térmico • Objetivo: homogeneizar o vidro à uma temperatura inferior às temperaturas de fusão, e consequentemente homogeneizar a viscosidade e a velocidade de fluxo, a fim de evitar defeitos na conformação. • Após esta etapa o vidro poderá ser conformado. Processos Indesejados Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Durante o processo de fusão, refino e homogeneização, algumas reações indesejadas podem ocorrer: Corrosão do refratário, Corrosão do eletrodo, Aparecimento secundário de bolhas, Volatilização, Devitrificação Processos Indesejados Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 a) Corrosão do refratário • A corrosão do refratário é importante porque: pode resultar em inclusões e corda/estria no material vítreo limita a temperatura e taxa de aquecimento do forno periodicamente a operação do forno deve ser interrompida para substituição do refratário danificado Processos Indesejados Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 a) Corrosão do refratário Corrosão da parede lateral Processos Indesejados Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 b) Corrosão do eletrodo • A corrosão do eletrodo é importante porque: pode contaminar o banho e limitar o potencial elétrico do mesmo. • Os eletrodos são de metais, grafite ou óxidos semi-condutores: Os eletrodos metálicos (geralmente Mo) e de grafite são corroídos por simples oxidação; Os eletrodos de platina e óxido de estanho são inertes quimicamente e apresentam elevado custo. Processos Indesejados Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 c) Aparecimento secundário de bolhas • Refere-se a nucleação e crescimento de bolhas em um banho previamente livre delas. • Ocorre devido a diminuição de temperatura do banho e consequentemente menor solubilidade dos gases dissolvidos. Processos Indesejados Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 c) Aparecimento secundário de bolhas Processos Indesejados Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 d) Volatilização • A perda de material por volatilização é importante porque: Torna impraticável a fusão de vidros contendo elevados teores de selênio e outros metais pesados; Resulta em defeitos tipo corda (variações da composição); O vapor produzido se condensa no revestimento refratário, diminuindo sua vida útil. Processos Indesejados Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 d) Volatilização • Dentre os elementos mais voláteis podemos destacar os alcalinos (principalmente Na e K), boro, metais pesados (Pb, Zn, As, Sb, Cd, Bi), Se e Te. • As perdas podem ser minimizadas reduzindo-se a temperatura e a velocidade do gás na superfície do banho. Processos Indesejados Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 e) Devitrificação • A nucleação e crescimento de cristais ocorre com a diminuição da temperatura do banho (energia é consumida). • Limita o método de conformação de um produto. Fornos de Fusão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Os fornos de fusão podem ser descontínuos ou contínuos: • utilizados para pequenas quantidades (5 ton/dia), em pequenas vidrarias, geralmente para vidros especiais e/ou demandas irregulares. Fornos descontínuos/diários • utilizados em grandes vidrarias, funcionam sem interrupção. Vida útil: 8 - 10 anos. Fornos contínuos Fornos de Fusão Descontínuos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Os fornos de fusão descontínuos podem ser classificados como: Forno Tipo Day Tank: as matérias-primas são carregadas por uma das aberturas laterais. As outras aberturas laterais servem para que os vidreiros através delas colham o vidro. Forno Tipo Day Tank Fornos de Fusão Descontínuos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Forno de Potes: ao contrário do forno tipo Day Tank onde as paredes do forno contém o vidro fundido, nesses fornos usam-se potes (abertos ou fechados). As outras aberturas laterais servem para que os vidreiros colham através delas os potes contendo o vidro. Forno de potes Fornos de Fusão Contínuos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Os fornos de fusão contínuos podem ser classificados de acordo com o sistema de alimentação de energia: Fornos de Fusão Contínuos Combustão: utilizam a queima de óleo ou gás e através do calor das chamas se aquece o banho. Regenerativos: - a maioria dos fornos; - 150 ton/dia Recuperativos: - 30 ton/dia Oxicombustão Elétrico: o banho é aquecido por eletrodos no fundo do forno. Fornos de Fusão Contínuos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Os fornos de fusão contínuos geralmente são divididos por regiões: Garganta: A localização da garganta no fundo da zona de refino impede que as MP de menor peso específico que o vidro e que não reagiram passem para a zona de trabalho. Zona de trabalho ou zona de homogeneização e condicionamento: Fornos de Fusão ContínuosProfa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Modo de Funcionamento Dois sistemas interligados: enforna e extração Enfornadeira: constituída de um pequeno silo, onde a mistura vitrificável é colocada, e uma mesa que tem movimento contínuo de vai e vem. Enforna Extração Fornos Contínuos de Queima Lateral Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Tipos: Forno de queima lateral Fornos Contínuos de Queima Lateral Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Vista do interior de um forno de fusão contínuo de queima lateral Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Vista do interior de um forno de fusão contínuo de queima lateral Fornos Contínuos de Queima Lateral Fornos Contínuos de Queima Traseira Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Tipos: Forno de queima traseira Fornos Contínuos de Queima Traseira Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Vista do interior de um forno de fusão contínuo de queima traseira Fornos Contínuos Regenerativos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Regeneradores: são câmaras de refratários se secção retangular, cheias de tijolos refratários, construídas de modo a deixar entre os tijolos canais para a passagem dos gases. Tipo de empilhamento do regenerador • Função: aproveitar o conteúdo calórico dos gases da combustão para pré-aquecer o ar, que vai ser usado na combustão antes de serem jogados na atmosfera, através da chaminé. Fornos Contínuos Regenerativos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Tipos: Forno regenerativo de queima lateral Forno regenerativo de queima traseira Fornos Contínuos Recuperativos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Estes fornos usam dispositivos denominados recuperadores, para aproveitar o calor dos gases de combustão no aquecimento do ar que vai ser usado nos queimadores. • Ao contrário dos regeneradores que trabalham em ciclos, os recuperadores trabalham continuamente. • São menos eficientes que os regeneradores e de menor custo. Fornos Contínuos Recuperativos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Recuperadores: são trocadores de calor, de material metálico ou cerâmico. Recuperador metálico Tijolos e empilhagem de recuperadores cerâmicos Fornos Contínuos à Oxicombustão Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Ao invés de se utilizar o ar como comburente, se utiliza oxigênio puro: Redução de cerca de 80% do volume de fumaças geradas: sistemas de filtragem menos dispendiosos; Aumento da temperatura das chamas. • O oxigênio não necessita ser pré-aquecido e portanto os fornos oxicombustão dispensam as câmaras de regeneração. • Como não há regeneração de calor, não há inversões e a combustão se realiza contínua e simetricamente nos dois lados do forno. Fornos Contínuos Elétricos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • O banho é aquecido por eletrodos que fazem passar corrente elétrica no seu interior. A composição nova é depositada sobre o banho, cobrindo toda a sua superfície, e com o calor vindo do banho se funde. Esquema de forno elétrico Fornos Contínuos Elétricos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Vantagens: não há poluição dos bicos queimadores; melhor uniformidade do calor; menos defeitos; maior eficiência no processo de fusão. • Desvantagens: elevado custo de energia; maior corrosão do refratário; custo dos eletrodos. Controles de Forno Vidreiros Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Controle rigoroso por dois motivos: 1) Mantendo-se o nível e a temperatura do vidro estáveis, consegue- se um fluxo constante de vidro através dos alimentadores das máquinas e peças com mínima variação em seus pesos. 2) Evita-se a corrosão dos blocos laterais na linha da superfície do vidro. Controles de Forno Vidreiros Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Temperatura: Pirômetros óticos Pirômetros de radiação • Pressão interna: a pressão dentro do forno deve ser mantida ligeiramente mais alta que a pressão atmosférica. • Nível do forno: Processo pneumático Processo elétrico Processo de reflexão Processo radioativo Processo gancho Controle do Nível nos Fornos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Processo pneumático: o ar é soprado através de um tubo contra a superfície do vidro, conforme varia a distância entre a extremidade do tubo e a superfície pela variação de nível, o manômetro colocado no tudo de ar acusa essa variação. Controle do Nível nos Fornos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Processo elétrico: utiliza um circuito elétrico entre o vidro e um eletrodo de platina, tendo o eletrodo movimentação de descida e subida. Quando a ponta do eletrodo no seu movimento de descida encontra o vidro, fecha-se o circuito emitindo um sinal que permite controlar a altura do vidro. Controle do Nível nos Fornos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Processo de reflexão: a superfície do vidro fundido é especular, assim pode refletir um ponto luminoso colocado no lado de fora do forno para um detector. O detector é provido de uma escala, que mostra o deslocamento da imagem pela variação do nível do vidro. Controle do Nível nos Fornos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Processo radioativo: consiste em uma fonte de raios gama que atravessam a corrente vítrea e incidem sobre um detector. A variação do nível é acusada pelo detector. Controle do Nível nos Fornos Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Processo gancho: um vergalhão de aço tem a extremidade dobrada em ângulo reto e onde são marcados traços de referência de mínimo e máximo. Esse vergalhão quando colocado apoiado na parede lateral do forno e mergulhado no vidro, indica a altura do vidro. Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 4. Conformação Estoque de Matérias-primas Silos Balanças Análise Cálculo da Composição Misturador Enforna Fusão Afinagem Homogeneização/ Acondicionamento Água Recozimento/ Têmpera Conformação Caco Controle de Qualidade Embalagem Armazenagem Expedição Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 4. Conformação • Em decorrência do comportamento plástico-viscoso do vidro, é possível utilizar vários processos de conformação: a) Sopro (manual e automático); b) Estiramento; c) Laminação; d) Prensagem; e) Fibragem; f) Centrifugação. Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Na conformação deve-se observar a viscosidade, variação de viscosidade em função da temperatura, tensão superficial. • Viscosidade: o intervalo de conformação do vidro corresponde a 103 a 107 P(dPa.s). Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Variação de viscosidade X temperatura: fabricação manual: vidro largo fabricação automática: vidro curto Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 a) Sopro: • As peças são moldadas dentro de moldes de ferro fundido, os quais podem ser apenas polidos no seu interior ou revestidos de uma camada de cortiça carbonizada; • Podem ser soprados com o vidro parado ou girando dentro do molde, dependendo do tipo de acabamento superficial; • Fabricação de peças ocas (garrafas, lâmpadas, frascos). Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 a) Sopro: • Processo manual: sopro com a boca ConformaçãoProfa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 a) Sopro: • Processo manual e sem uso de molde Fases do trabalho manual no vidro Coleta do vidro VÍDEO 1 Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 a) Sopro: • Processo automatizado: prensado e soprado; • Para produção de embalagens de boca larga e paredes finas: potes, vasos, etc. Etapas do processo prensar e soprar Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 a) Sopro: • Sucção - Sopro Alimentação por Sucção Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 a) Sopro: • Sopro - Sopro Alimentação por Gota VÍDEO 2 Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 b) Estiramento: • Utilizado para fabricar tubos e bastões. Processo Danner Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 b) Estiramento: • Processo Danner ou Processo do Mandril Giratório: - Vidro em fusão flui sobre a ferramenta: - Ar forçado utilizado para gerar tubo oco. Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 b) Estiramento: • Processo da Boquilha Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 c) Laminação: • Usada para fazer o vidro plano; • Os processos usados são: Fourcault (1905); Colburn (1908); Pittsburg (1928); Processo de laminação por rolos (1959); Processo Float (1959). Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Processo Fourcault c) Laminação: • Processo Fourcault: o vidro é puxado através de uma viga refratária que flua no vidro. • A espessura da chapa depende da temperatura do vidro e da velocidade de estiragem. Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Processo Pittsburg c) Laminação: • Processo Pittsburg: o vidro é puxado na vertical, mas não existe fenda como no processo Fourcault. Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Processo Colburn c) Laminação: • Processo Colburn: o vidro é puxado diretamente do banho, rolando por um cilindro de aço polido. • A velocidade de laminação é duas vezes maior que no processo Fourcault. Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 c) Laminação: • Processo de laminação por rolos: o vidro sai do forno e passa entre dois rolos, que podem ser lisos ou com diferentes texturas. Processo de laminação por rolos Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 c) Laminação: • Desvantagem dos processos citados: Nem sempre se consegue faces perfeitamente paralelas e lisas. Necessidade das etapas: • Esmerilhamento das faces para conseguir o paralelismo das mesmas; • Polimento final. Operações onerosas e demoradas. Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 c) Laminação: • Processo Float: ao sair do forno o vidro fundido é levado a uma câmara onde existe um banho de estanho fundido sobre o qual flutua. • Inventado pelos irmãos Pilkington na Inglaterra. • Vantagem: vidro plano com faces perfeitamente paralelas e polidas, sem necessidade de nenhum acabamento posterior. Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 c) Laminação: • Processo Float: VÍDEO 3 Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 d) Prensagem: • Usado para fazer travessas, pratos, isoladores, blocos, etc. VÍDEO 4,5 Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 e) Fibragem: • É usado para fazer fibras de vidro. • O vidro sai por centenas de bicos de platina (~1mm de diâmetro), formando fios os quais são enrolados em carretéis para usos variados. Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 e) Fibragem: • Fabricação de manta de vidro: Conformação Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 f) Centrifugação: • Foi muito usado para fabricação de cinescópio de televisão (TV antiga). • Uma gota de vidro que cai em um molde cônico que roda em torno de seu eixo vertical, com velocidade suficiente para que o vidro suba pela superfície do mesmo, formando assim um funil. VÍDEO 6 Recozimento/ Têmpera Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Estoque de Matérias-primas Silos Balanças Análise Cálculo da Composição Misturador Enforna Fusão Afinagem Homogeneização/ Acondicionamento Água Recozimento/ Têmpera Conformação Caco Controle de Qualidade Embalagem Armazenagem Expedição 5. Recozimento/ Têmpera Recozimento Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Objetivo: reduzir as tensões internas do vidro. • Se o resfriamento é feito de forma inadequada, elevadas tensões internas são geradas e comprometem não só as propriedades mecânicas, mas também as propriedades ópticas, elétricas, etc. • Após conformado o vidro deve ser resfriado cuidadosamente em torno da Tg, para que tensões decorrentes do gradiente de temperatura sejam minimizadas e toda a sua estrutura apresente o mesmo volume específico. Recozimento Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Evitar que estas tensões sejam geradas é impossível pois elas são inerentes ao processo, então o que se deve fazer é eliminá-las ou ao menos reduzi-las a um nível tolerável Recozimento. Perfil da distribuição de tensões na seção transversal de uma placa de vidro: Recozimento Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Há dois modos de recozimento: aquecer até uma temperatura superior a temperatura superior de recozimento (Annealing Point, = 1013 P ou 1012 Pa.s) por ~ 15 min e resfriar lentamente (risco de deformar a peça); aquecer a uma temperatura superior a temperatura inferior de recozimento (Strain Point, = 1013,5 P ou 1014,5 Pa.s) por longo tempo (~ 4 h) e resfriar lentamente (problema é o tempo). COMPROMISSO: TEMPERATURA X TEMPO Recozimento Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Há dois modos de recozimento: 15 min 4 h Recozimento Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Cálculo do tempo de recozimento: varia para a composição e geometria = tempo de relaxação médio; = viscosidade (da ordem de 1012 Pa.s para o vidro NaO-CaO-SiO2) G = módulo de cisalhamento (2 GPa) G T T min8500 10*2 10 9 12 sTg Recozimento Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Tempos de recozimentos típicos requeridos para alguns tipos de produto de vidro: Recozimento Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Medida de tensões internas: Se a distribuição de tensões internas não for homogênea, o material se comporta anisotropicamente, com a luz se propagando com diferentes velocidades, apresentando variações no índice de refração (distribuição de cores) Polariscópio ou óculos polaróides Têmpera Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Têmpera • Objetivo: introduzir tensões de modo controlado em um corpo que inicialmente estava isento de tensões. • A distribuição de tensões ideal é que a superfície fique submetida a compressão e o interior sob tração, de modo controlado, para quando houver uma solicitação mecânica, inicialmente seja necessário vencer a tensão compressiva para então romper por tração. Têmpera Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Vários Métodos: TêmperaTérmica: submeter a peça à um gradiente de temperatura adequado; Têmpera Química: tratar a superfície do vidro de forma a promover a troca de íons na superfície ou induzir a devitrificação superficial (cristalização superficial). Têmpera Térmica Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Definição: a peça de vidro é aquecida até uma temperatura acima da Tg, porém abaixo do ponto de amolecimento e resfriando-o rapidamente até a temperatura ambiente. • Ocorre basicamente em dois estágios: 1º) O vido é aquecido acima da Tg (~ 650C para sílica-soda-cal) 2º) Resfriamento rápido (ex: correntes de ar) Têmpera Térmica Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Região próxima à superfície COMPRESSÃO Região interna da placa TRAÇÃO • Distribuição de tensões residuais na seção transversal de uma chapa de vidro temperada em decorrência das diferentes velocidades de resfriamento entre a superfície e o núcleo: Têmpera Química Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Definição: introduzir tensões compressivas na superfície utilizando tratamentos superficiais, tais como: 1. Substituir íons na superfície do vidro (acima de Tg): substituir Na+ por K+ (K+ tem maior raio iônico): tensões são desenvolvidas pelo maior raio dos íons K + e estas não são aliviadas. substituir Na + por Li + (Li + tem menor raio iônico): ocorre devido a diferença no coeficiente de expansão térmica, pois a capa formada com íons de Li+ tem menor coeficiente de dilatação térmica e durante o resfriamento resultam em tensões compressivas na superfície. Têmpera Química Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 2. Processo de devitrificação superficial: resulta em uma camada com menor coeficiente de dilatação térmica. Têmpera Térmica X Química Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Vantagens da têmpera térmica em relação à têmpera química: Mais barata Mais rápida Pode ser feita em qualquer peça (independente do volume e geometria) Tipos de Vidro Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Vidro comum Vidro laminado Vidro temperado Operações de Acabamento Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Operações de Acabamento Processos de Remoção de Material Esmirilhamento; Polimento Ácido; Polimento Mecânico; Polimento à Fogo; Gravação; Corrosão Ácida; Jateamento. Processos de Deposição de Material Esmaltagem Tingimento Pintura Metalização à Vacuo Espelhagem Processos de Remoção de Material Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Esmerilhamento: Este é o método mais comum de acabamento ou decoração de peças ocas. A superfície trabalhada torna-se áspera e sem brilho. • Polimento ácido: imersão das peças vítreas em mistura de HF, H2SO4 e H2O quente, seguido de enxágue em água pura. Duração: 30 segundos, podendo ser repetido várias vezes, até se conseguir o efeito desejado. • Polimento mecânico: é feito geralmente em rodas de madeira ou cortiça, usando como agente de polimento o óxido de ferro (pó fino). Processos de Remoção de Material Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Polimento à fogo: o vidro é aquecido entre 500 - 700C tornando-se plástico, a superfície viscosa do vidro se contrai e torna-se lisa devido à tensão superficial. • Gravação: é um método refinado de esmerilhamento. • Corrosão ácida: a solução de ácido fluorídrico é a mais usada. • Jateamento com areia: cortes profundos e superfícies ásperas são possíveis. A superfície do vidro é protegida por uma camada de verniz ou máscara de borracha nos locais que vão ser protegidos da areia. Processos de Remoção de Material Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 Processos de Deposição de Material Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Esmaltação: São usados nesse processo esmaltes coloridos, que são queimados entre 550 - 650C. Esses esmaltes são vidros de baixo ponto de amolecimento misturados com um veículo oleoso. • Tingimento: ocorre principalmente com compostos de cobre e prata. Eles são misturados com caulim, agitados com um líquido e aplicados ao vidro. Por aquecimento, há troca iônica entre os íons de cobre ou prata com os íons alcalinos do vido. Processos de Deposição de Material Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Pintura com Metais Preciosos: platina, ouro e prata misturados com certas substâncias podem ser pintados no vidro e queimados. Depois da queima o metal é polido, obtendo seu brilho original. • Metalização à vácuo: peças de vidro podem ser recobertas com metais em películas finíssimas. • Espelhagem: consiste em cobrir uma superfície de vidro, que está limpa e sem gorduras, com uma solução de prata a qual se adiciona um agente redutor. Defeitos em Vidros Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Nas peças de vidro podem aparecer diversos defeitos, que tornam a peça imprópria para o uso, ou apenas prejudicam sua aparência em maior ou menor grau. • Principais defeitos: Cordas Pedras Bolhas Defeitos em Vidros Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Cordas: consistem na superposição de camadas de vidro de composições químicas diferentes daquelas do vidro matriz. • Principais fatores: Mistura imperfeita das matérias-primas; Temperatura do forno abaixo do especificado; Insuficiência do refino; Corrosão do material refratário; Devitrificação. Defeitos em Vidros Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Cordas: Defeitos em Vidros Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Pedras: são partículas de tamanho variado, que aparecem na parede das peças de vidro, podem ser opacas e transparentes. • Pricipais fatores: Fusão incompleta das matérias-primas; Mistura imperfeita das matérias-primas; Corrosão do material refratário; Devitrificação; Inclusões metálicas. Defeitos em Vidros Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Pedras: Defeitos em Vidros Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Bolhas: se formam como resultado das reações químicas, que se processam entre as matérias-primas, que produzem gases e que não chegam a se desprender do vidro. • Pricipais fatores: Temperatura de fusão e temperatura de refino insuficientes; Inclusão de ar no vidro; Inclusões metálicas; Umidade na mistura. Defeitos em Vidros Profa. Dra. Ana Paula F. Albers 2018 • Bolhas: 2018 Profa. Dra. Ana Paula F. Albers anapaula.albers@gmail.com ana.albers@unifesp.br Rua Talim, 330 – sala 214 São José dos Campos (SP)
Compartilhar