Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Rev. Bras. Parasitol.Vet., v.13, suplemento 1, 2004 53 ERLIQUIOSE CANINA Rosangela Zacarias Machado 1 Professora Titular do Departamento de Patologia Veterinária, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Campus de Jaboticabal – UNESP e-mail: zacarias@fcav.unesp.br INTRODUÇÂO A erliquiose é causada por um grupo de microrganismos, gram ne- gativos, intracelulares obrigatórios e pleomórficos, os quais parasitam células brancas circulantes de várias espécies de animais domésticos e silvestres, in- clusive o homem (Huxsoll, 1970; Rikihisa, 1991; Cohn, 2003). As espécies dentro do gênero Ehrlichia foram divididas em formas monocíticas (E. canis, E. risticii), formas granulocíticas (E. ewingii e E. equi) e formas trombocíticas (Anaplasma platys), embora essa divisão demonstre limitações, pois a infecção por uma espécie pode ocorrer em mais de um tipo celular (Cohn, 2003). Uma classificação mais objetiva tem utilizado a seqüên- cia homóloga do RNA ribossomal (rRNA) em genes, para determinar o paren- tesco genético de vários organismos. Muitos organismos previamente incluí- dos no gênero Ehrlichia têm sido reclassificados e dirigidos para outros grupos genéricos e distribuídos dentro das famílias Anaplasmataceae e Rickettsiaceae (Dumler et al, 2001). A família Anaplasmataceae possui quatro gêneros: Ehrli- chia, Anaplasma, Neorickettsia e Wolbachia. Conforme a reclassificação realizada, o genogrupo 1 mantém o nome genérico Ehrlichia, enquanto mem- bros do genogrupo 2 mudaram de Ehrlichia para Anaplasma, e membros do genogrupo 3 tornaram-se Neorickettsia. Diferentes espécies de carrapatos são capazes de realizar a trans- missão horizontal da infecção erliquial do vetor aos hospedeiros vertebrados. E. canis, usualmente, é disseminada durante o ectoparasitismo do carrapato vermelho do cão Rhipicephalus sanguineus, o qual também transmite E. ewin- gii e provavelmente A. platys (Cohn, 2003). Infecção concomitante com outros patógenos transmitidos por carrapatos tem sido bem documentada por vários pesquisadores (Kordick et al., 1999; Hua et al., 2000; Breitschweralt et al., 1998). R. sanguineus é capaz de transmitir E. canis e E. ewingii, mas também Babesia canis, B. gibsoni, e carrapatos do gênero Ixodes são competentes vetores na transmissão de A. phagocytophila, bem como Borrelia burgdorferi e Babesia microti (Preziosi & Cohn, 2002). HISTÓRICO A primeira espécie Rickettsia canis foi descrita em um cão Pastor Alemão, na Argélia, por Donatien e Lestoquard, em 1935, porém reclassifica- da como Ehrlichia canis, em 1945, por Mashkovsky. Uma importante epizoo- tia da erliquiose canina ocorreu em cães da Armada Americana, em ação na guerra do Vietnã, onde cerca de 300 cães desenvolveram uma enfermidade hemorrágica fatal, chamada pancitopenia tropical canina, caracterizada por debilidade, epistaxes, anemia e leucopenia (Huxsoll et al., 1970). Erliquiose monocítica canina (E. canis) tem sido comunicada em todo o mundo, especi- almente em áreas tropicais e subtropicais, causando extensiva morbidade e mortalidade (Rikihisa, 1999). Os sinais clínicos associados com a infecção por E. canis, provavelmente, são influenciados pela amostra do parasita, imunida- de do hospedeiro e a raça dos cães (Neer, 1998; Harrus et al., 1997; Nyindo et al., 1980). E. chaffeensis foi primeiramente documentada como patógeno erliquial de humanos na América do Norte, com tropismo para células mono- nucleares, e os cães são suscetíveis à infecção por esse organismo (Dawson & Ewing, 1992). E. ewingii é uma entre dois agentes erliquiais conhecida por causar infecção granulocítica em cães junto a outro agente A. phagocytophila (E. equi) (Goldman et al., 1998), com distribuição geográfica no Sudeste e Centro-Sul dos Estados Unidos. Infecções por A. phagocytophila são menos específicas em relação ao hospedeiro que outras infecções erliquiais, causando a erliquiose granulocítica eqüina, febre do carrapato em pequenos ruminantes, erliquiose granulocítica humana e, ainda, infecção em gatos (Magnarelli & Anderson, 1993; Dumler et al., 1995; Bjoersdorff et al., 1999). A. platys tem distribuição cosmopolita e tem causado doença severa fora dos Estados Uni- dos (Harrus et al., 1997; Sainz et al., 1999), sendo freqüente a co-infecção com E. canis, ambas transmitidas pelo mesmo vetor carrapato (Kordick et al., 1999; Suksawat et al., 2001; Hua et al., 2000). Neorickttsia risticii (E. risticii) é o agente da Febre Potomac do cavalo, podendo infectar cães e gatos. Similar- mente a outras Neorickettsia, os trematodas, que utilizam moluscos como hospedeiros intermediários, parecem ser o elo na cadeia de transmissão do parasita (Madigan et al., 2000). Neorickettsia helminthoeca causa doença somente em cães da região Nordeste dos Estados Unidos, estando ali restrita em função do molusco hospedeiro intermediário Oxytrema silicula. Pouco é conhecido sobre a ocorrência e o significado da erliquiose em gatos, mas in- fecções erliquiais monocítica e granulocítica tem sido bem documentadas (Stubbs et al., 2000). Os gatos podem se infectar, experimentalmente, com N. risticci e por A. phagocytophila (Lewis et al., 1975). Erliquiose felina natural tem ocor- rido em pequeno número de gatos, os quais apresentaram febre, anorexia, artropatia e sintomas gastrointestinais (Stubbs et al., 2000, Bjoersodorff et al., 1999; Peavy et al., 1997; Buoro et al., 1989; Bouloy et al., 1994). A ERLIQUIOSE CANINA NO BRASIL No Brasil, o primeiro relato de erliquiose canina ocorreu em Belo Horizonte – MG, por Costa et al., em 1973, e o segundo relato em Jaboticabal- SP, por Maregati, em 1978 (Kavinski et al., 1988). Relatos de casos de “Pan- citopenia Tropical Canina” vêm sendo diagnosticados em várias regiões do Brasil (Yamamura & Vidotto, 1982; Silveira et al., 1984; Nascimento et al., 1984; Almosny et al., 1985; Silva et al., 1985; Kavinski et al., 1988; Seibert et al., 1997; Bulla et al., 2002; Oliveira et al., 2000; Ribeiro et al., 2000; Szabó et al., 2001; Moreira et al., 2003; Dagnone et al., 2002; Dagnone et al., 2003, Munhoz et al., 2003; Vilar et al., 2004; Macieira et al., 2005). A erli- quiose monocítica canina (EMC) vem ocorrendo em, aproximadamente, 20% dos cães atendidos em hospitais e clínicas veterinárias em vários estados do Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil (Labarthe et al., 2003). O principal transmissor de E. canis, no país, é o carrapato ixodídeo R. sangui- neus. A. platys também tem causado trombocitopenia em cães em várias regi- ões do Brasil, sendo não raro a co-infecção com E. canis e Babesia canis, podendo o R. sanguineus ser o mesmo vetor dessas três espécies de microrga- nismos (Bulla et al., 2002; Moreira et al 2003.; Carazoni et al., 2003; Fonseca et al., 2003; Dagnone, et al., 2004; Souza et al., 2004), no entanto maior aten- ção deve ser dada aos diagnósticos parasitológicos, uma vez que corpúsculos de inclusão de E.canis pode ser verificada em plaquetas (Dagnone, et al., 2004; Souza et al., 20). A erliquiose em felinos naturalmente infectados foi notificada por Almosny et al. (1998). Estudos das alterações clínicas, parasito- lógicas, laboratoriais e anatomopatológicas foram realizados em gatos experi- mentalmente infectados por E. canis (Almosny et al., 1999a, b, c, d). Ehrlichia canis foi isolada de um cão, fêmea da raça Weimaraner, em fase aguda da doença, por Machado1, em 1993, na cidade de Jaboticabal- SP, amostra esta caracterizada pelas alterações hematológicas, imunológicas e anatomopatológicas observadas em infecções experimentais em cães. A amos- tra de E. canis de Jaboticabal teve seu fragmento de 398 pb, obtido pela nested PCR (nPCR),seqüenciado, demonstrando identidade com a seqüência do gene 16 S rRNA de E. canis depositado no GeneBank. Ainda por técnicas de biolo- gia molecular, a amostra de E. canis de Jaboticabal não demonstrou co- infecção com Anaplasma phagocitophila (E.equi), A. platys, E. chaffeensis e Babesia canis. A patogenia da EMC com a amostra de Jaboticabal inicia-se dentro de um período de incubação de oito a 20 dias, observando-se sinais clínicos como febre, linfadenomegalia, anorexia, petéquias, equimoses em pele e mucosas e prostração, podendo durar de duas a quatro semanas (Castro, 1997; Moreira, S.M.; Moreira et al, 2002; Castro et al., 2004). Anemia, apatia e emagrecimento foram observados por Almosny (1998) em cães experimen- talmente infectados com E. canis. Em cães naturalmente infectados por E. canis, têm sido observado apatia, hipoanorexia, diáteses hemorrágicas, poliú- ria e/ou polidipsia, e, mais raramente, ataxia e artrite (Oliveira et al., 2000; Faria et al., 2003; Munhoz et al., 2003; Nakaghi, 2004). Ao exame físico de cães atendidos no Hospital Veterinário, da UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 1Machado, R.Z. (FCAV-UNESP Câmpus de Jaboticabal. Comunicação Pesso- al, 1993). XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Rev. Bras. Parasitol.Vet., v.13, suplemento 1, 2004 54 constatava-se palidez de mucosas (ocular, oral e vulvar ou peniana), hiperter- mia, lindadenomegalia, hepato e/ou esplenomegalia e uveíte (Nakaghi, 2004). Sinais oftálmicos incluem opacidade de córnea, uveíte anterior, hifema, lesões coriorretinais focais, com alterações inflamatórias acentuadas em limbo, corpo e processo ciliar em cães experimentalmente e naturalmente infectados, detec- tando-se anticorpos anti-E. canis no humor aquoso de cães experimentalmente e naturalmente infectados (Oriá, 2001; Oriá et al., 2004). Os achados hematológicos na EMC experimental incluem anemia, trombocitopenia e leucopenia; a anemia normocítica normocrônica foi obser- vada a partir da segunda semana pós- inoculação, acentuando-se, na terceira semana, em todos os cães inoculados com E. canis (Castro, 1997; Moreira et al., 2002; Castro et al., 2004). Também Almosny (1998) observou redução acentuada nos valores do eritrograma de cães experimentalmente infectados por E. canis, a partir da primeira semana e com menores valores entre a quinta e sétima semanas. A anemia não regenerativa, com ausência de reticulócitos, foi mostrada em todos os cães estudados com erliquiose canina experimental (amostra Jaboticabal), além de observar atividade da medula óssea com conse- qüente fagocitose de eritrócitos na terceira e quarta semanas pós-inoculação (Silva, 2001). A trombocitopenia é o achado mais freqüente em cães experi- mentalmente e naturalmente infectados por E. canis, observando-se queda no número já na segunda semana pós-infecção e permanecendo baixa durante toda a fase aguda e crônica da doença (Castro, 1997; Oliveira et al., 2000; Moreira et al.; Castro et al., 2004; Nakaghi, 2004). No entanto, plaquetopenias não acentuadas foram observadas por Almosny (1998) em cães experimental- mente infectados por E. canis, na fase aguda da doença, revelando um caráter cíclico e com alterações morfológicas das plaquetas a partir do terceiro até o 67o dia após a infecção. A leucopenia ocorreu por volta da terceira e quarta semanas de infecção experimental de cães com E. canis, com aumento de monócitos, enquanto a contagem de neutrófilos segmentados, eosinófilos e linfócitos apresentou queda significativa dos valores (Castro, 1997; Moreira et al., 2002.; Castro et al., 2004). Pequenas elevações na contagem de leucócitos foram observadas em cães infectados por E. canis, com discreta elevação dos monócitos e sem alteração significativa dos neutrófilos segmentados, linfócitos e de eosinófilos (Almosny, 1998). Diferentes amostras de E. canis devem ser consideradas quando se analisa a infecção experimental, além da maior ou menor susceptibilidade de raças dos cães. Alterações na celularidade da medu- la óssea foram descritas por Silva (2001), em cães experimentalmente infecta- dos com E. canis, observando-se aumento do índice celular mielóide:eritróide (M:E), com hiperplasia da série granulocítica entre a segunda e terceira sema- nas pós-infecção. Macrófagos em atividade foram observados durante a fase aguda da EMC experimental fagocitando hemácias e granulócitos (Silva, 2001). Ainda, na medula óssea, foram observadas alterações displásicas em série megacariocítica, com megacariócitos pleomórficos, com núcleos hipolo- bulados e hiperlobulados, dispostos em grupos próximos às trabéculas ósseas (Silva, 2001). Hipoalbuminemia, hiperglobulinemia e hipergamaglobulinemia são alterações das proteínas séricas freqüentes em cães naturalmente infecta- dos com E. canis, decorrentes da anorexia desenvolvida pelos cães, de lesões inflamatórias e degenerativas hepáticas e glomerulonefrite (Castro, 1997, Cas- tro et al., 2004). Outrossim, o nível sérico de albumina não sofreu variação significante, em cães na fase aguda da erliquiose experimental, mantendo-se dentro de limites de normalidade as proteínas totais e nenhuma evidência de hipergamaglobulinemia (Almosny, 1998). Atividades enzimáticas da alanina amino transferase e fosfatase alcalina séricas tiveram acentuada elevação entre a primeira e 10a semanas em cães com EMC experimental, mantendo-se den- tro de limites de normalidade os níveis séricos das bilirrubinas, direta e indire- ta, uréia, creatinina e glicose (Almosny, 1998). O exame histopatológico dos vários órgãos de cães em fase aguda com EMC experimental tem evidenciado hiperplasia de cordões medulares com plasmocitose e alguns histiócitos nos linfonodo. No baço, observou-se hiperplasia dos cordões de Billroth com discreto aumento das áreas folicula- res, o que poderia ter sua origem na alteração estrutural e aumento de volume do órgão (Castro, 1997, Silva, 2001, Castro et al., 2004). No fígado, observa- ram-se inflamação perivascular e presença de degeneração hidrópica, variando de leve a moderada. A lesão observada nos rins de cães com EMC foi caracte- rizada como glomerulonefrite intersticial crônica multifocal, não-decorrente de deposição de imunocomplexos e mais provavelmente associadas às alterações circulatórias, em conseqüência da compressão vascular e do processo inflama- tório ou redução do fluxo sangüíneo por trombose. O exame do sistema nervo- so central demonstrou a presença de meningoencefalite não- supurativa, com formação de manguitos perivasculares e infiltrados de células mononucleares nas meninges de cães com erliquiose aguda (Castro, 1997, Silva, 2001, Castro et al., 2004). O estudo imunoistoquímico de células mononucleares de órgãos linfóides de cães com EMC tem mostrado alteração imunofenotípica das popu- lações celulares. A contagem de linfócitos T CD3+ nos órgãos linfóides de- monstrou um aumento do número dessas células na região medular dos linfo- nodos e na zona marginal e polpa branca esplênica, com predomínio de linfó- citos T CD8+ nas lesões inflamatórias dos mesmos órgãos (Castro, 1997, Cas- tro et al., 2004). A redução de linfócitos T CD4+, especialmente em órgãos linfóides, tem sido sugerida em cães com erliquiose aguda experimental. Ain- da, grande número de linfócitos B tem sido identificado na região medular dos linfonodos e cordões esplênicos de cães com erliquiose aguda experimental, além de aumento de imunomarcação de células IgG+ e IgM+ nos mesmos órgãos. No entanto, observou-se imunomarcação diferencial das subclasses de imunoglobulinas G e IgE nos linfonodos e baço dos cães com EMC aguda (Castro et al., 2004b). Significante aumento de células IgG2+ nos órgãos lin- fóides foiobservado em cães com EMC aguda, acompanhado de redução numérica das células IgG1+ e IgE+, em relação ao grupo controle. O exame do infiltrado inflamatório em fígado, rins, pulmões e linfonodos revelou resulta- dos similares, aumento de células IgG2+ e poucas células IgG1+ e IgE+. O percentual de células IgG2+ no linfonodo, baço e do infiltrado inflamatório no fígado, pulmões, rins e SNC representava quase toda a população de linfócitos B CD79á+ (Castro et al., 2004b). As populações de macrófagos MAC 387+ e CD68+, nos linfonodos e baço de cães com EMC aguda, não apresentaram alterações em relação aos cães controle. Apenas na polpa vermelha esplênica foi observado aumento de macrófagos CD68+ nos cães infectados. Outra im- portante observação foi a redução significativa na expressão do MHCII em células dos linfonodos e baço de cães com EMC aguda. No entanto, cerca de 20% a 30% das células inflamatórias observadas em fígado, rins e pulmões expressam o MHCII+. A redução na expressão do MHCII+, em células nos órgãos linfóides de cães infectados por E. canis, pode ser causada pelo meca- nismo de evasão do parasita e sua persistência no baço por longo período de tempo. Considerando os resultados acima descritos, a resposta imune celular em cães com EMC aguda parece ser dirigida para um padrão Th1, com aparen- te imunodepressão de mecanismos regulatórios associados à resposta Th2 (Castro et al., 2004b). O diagnóstico laboratorial tem sido rotineiramente realizado pela identificação direta de mórulas de E. canis em amostras de sangue periférico, porém mais facilmente encontradas em cães experimentalmente infectados, em períodos de pico febril, na fase aguda da doença (Castro, 1997; Almosny, 1998; Silva., 2001; Castro et al., 2004). Entretanto, na fase crônica da doença, dificilmente as mórulas são encontradas em esfregaços sangüíneos corados (Oliveira et al., 2000; Krym et al., 2002; Olicheski et al., 2002; Leite e Ribeiro, 2003; Nakaghi, 2004). A presença de mórulas intracitoplasmáticas de E. canis foi evidenciada em esfregaços corados da punção aspirativa da medula óssea em cães naturalmente e experimentalmente infectados (Silva, 2001; Moreira et al., 2002 ). O cultivo de E. canis foi realizado em células DH82 (Torres et al., 2002) e em monócitos de sangue periférico canino (Saito, 2003), sendo um método sensível na detecção de infecção aguda precoce e crônica, porém laboriosa e com resultados positivos a partir de 14 até 40 dias de cultivo. Dessa forma, a detecção molecular do agente da EMC tem sido realizada pela reação em cadeia da polimerase (PCR) e “nested” PCR (nPCR), identificando cães experimentalmente (fase aguda precoce) e naturalmente infectados, em fase crônica e em vetores ixodídeos, com maior sensibilidade e especificidade no diagnóstico da EMC (Alves et al., 2002; Bulla et al., 2002; Dagnone et al., 2004b; Nakaghi et al., 2004; Macieira et al., 2005). A PCR, em única amplifi- cação de DNA, não se mostrou sensível na detecção de pequeno número de E. canis, nas amostras de sangue de cães assintomáticos ou naturalmente infecta- dos e/ou tratados, razão pela qual empregou-se a nPCR, a qual detectou 53,33% de positividade em 30 cães com suspeita clínica, atendidos no HV- UNESP-Jaboticabal (Nakaghi et al., 2004). A sensibilidade da nPCR foi avali- ada utilizando a amostra E. canis de Jaboticabal, com positividade até 1,12 pg de DNA (Nakaghi et al., 2004b). Uma análise comparativa entre a PCR (gene dsb) e a nPCR (16S rRNA), realizada em 24 amostras sangüíneas de cães naturalmente infectados por E. canis, demonstrou ser as duas técnicas adequa- das ao diagnóstico da EMC; no entanto, a nPCR é a única capaz de diferenciar as espécies de Ehrlichia spp (Nakaghi et al., 2004). A presença de E. chafeen- sis e A. equi não foi verificada em amostras de sangue de cães atendidos no HV-UNESP-Jaboticabal com suspeita clínica de EMC pela nPCR (Dagnone, et al., 2004b). Vários testes sorológicos comerciais na detecção de anticorpos IgG anti-E. canis têm sido utilizados no Brasil. A reação de imunofluorescência indireta (RIFI) tem sido o método mais amplamente utilizado no diagnóstico de infecção por E. canis (Oriá et al., 2000; Silva, 200; André et al., 2003; XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Rev. Bras. Parasitol.Vet., v.13, suplemento 1, 2004 55 Takahira et al, 2003.; Nakaghi, 2004) e E.platys ( Takahira et al, 2003). Mais recentemente, outros testes, tais como “Dot Elisa”, Imunocomb (Biogal, Israel) e o “Snap 3D+ assay” (IDEXX Laboratories Inc., USA), têm sido referidos pelos pesquisadores brasileiros (Castro et al., 1997; Oliveira et al., 2000; Silva, 2001; François et al., 2002; André et al., 2003; Oriá et al., 2003; Castro et al., 2004; Dagnone et al., 2004; Nakaghi, 2004). A freqüência de ocorrência de erliquiose canina obtida pela RIFI situa-se entre 63,33% e 66,67% (Oriá, 2001; Nakaghi, 2004), enquanto no Dot-Elisa detectou-se positividade de 70% a 92,31% dos cães com suspeita da doença (Olivera et al., 2000; Oriá, 2001; Nakaghi, 2004). O Dot-Elisa é considerado uma técnica mais sensível, ainda que a análise estatística não mostre diferença significativa, mas não deixa de ser uma técnica rápida, de baixo custo e fácil de ser empregada na rotina clíni- ca para o diagnóstico da erliquiose canina. No tratamento da EMC, a tetraciclina, oxitetaciclina, doxiciclina e dipropionato de imidocarb têm sido utilizados em clínicas e hospitais veteriná- rios no Brasil. Corticosteróides também são indicados na preservação da inte- gridade vascular ou da função plaquetária, principalmente na fase crônica e grave da EMC. Enrofloxacina, mais recentemente, também é indicada no tra- tamento da erliquiose canina. A administração de doxiciclina, precedida ou não pelo dipropionato de imidocarb, não parece interferir na resposta terapêu- tica de cães com EMC (Souza et al., 2003). A oxitetraciclina é o fármaco de escolha no tratamento da EMC, seguido da doxiciclina (Monteiro et al., 2003). No Brasil, casos humanos de erliquiose por A. phagocitophila (E. equi) não foram ainda assinalados, embora riquetsioses em humanos vêm ocorrendo na Região Sudeste, causada pelo agente Rickettsia rickettsii, a prin- cipal riquetisiose que acomete o homem no país (Galvão et al., 2002). O po- tencial zoonótico de E. canis tem sido aventada por vários pesquisadores (Ma- eda et al., 1987, Taylor et al., 1988, Barton & Foy, 1989). O carrapato R. san- guineus pode ser o principal vetor da erliquiose aos humanos (Maeda et al., 1987). Com a utilização de técnicas moleculares, demonstrou-se que muitos casos de erliquiose em humanos estavam associados à infecção por E. chaffe- ensis, agente da erliquiose monocitotrópica humana (EMH). E canis e E. chaf- feensis apresentam características morfológicas e moleculares semelhantes, distinguíveis apenas por testes moleculares específicos (Dawson et al., 1991; Reddy et al., 1998). Mais recentemente, Unver et al. (2001) demonstraram que as amostras de E. canis, isoladas de casos humanos de erliquiose da Venezue- la, foram detectadas em cães e carrapatos R. sanguineus naquele país, sugerin- do os autores, o alto potencial de transmissão de E. canis do cão para o ho- mem. Finalmente, nenhuma vacina , até o momento, foi desenvolvida na proteção de cães com EMC. Em experimentos de imunizações de cães, com antígenos de E. canis derivados de cultura, junto a adjuvantes, estimularam a resposta imune humoral. Entretanto, os cães, imunizados e desafiados, apre- sentaram manifestações clínicas da EMC mais graves que os cães do grupo controle não imunizado (Ristic & Holand, 1993 apud Harrus et al., 1999). Estudos futuros devem trazer contribuição científica no desenvolvimento de vacinas contrao R. sanguineus, vetor ixodideo da EMC, e as doenças erliqui- ais dos animais e do homem. AGRADECIMENTOS Aqui expresso os meus sinceros agradecimentos à Profa Dra. Mirela Tinucci-Costa, aos pós-graduandos Márcio Botelho de Castro, Valerie Lê Du da Silva, Arianne Pontes Oriá ; Andréa Cristina Higa Nakaghi, Ana Silvia Dagnone e a pós-doutoranda Gisele Maria de Andrade, pela colaboração no projeto de pesquisa, o qual se iniciou com o isolamento da amostra Jaboticabal de E. canis, em 1993, em um dos tristes momentos diante da morte de cães com erliquiose aguda. Desvendar os mecanismos imunopatológicos da erliqui- ose canina faz parte de um sonho, um projeto de vida, para que médicos vete- rinários possam, em tempo hábil, diagnosticar, tratar e recuperar os animais infectados por este parasita, com mecanismos de evasão da resposta imune do hospedeiro extremamente complexos. REFERENCIAS ALMOSNY, N.R.P.; FAN, L.C.R. Ehrlichiose canina: Relato de um caso. In: CONGRESSO ESTADUAL DE MEDICINA VETERINARIA, 1985, Santa Maria, v. 1, p.189-189. ALMOSNY, N.R.P.; ALMEIDA, L.E.; MOREIRA, N.S.; MASSARD, C.L. Erliquiose clinica em gato ( Felis catus). Rev Bras. Ciência Vet. , 5(2), 82- 83,1998 ALMOSNY, N.R.P. Ehrlichia canis (Donatien & Lestoquard, 1935). Avalia- ção parasitológica, hematológica e bioquímica sérica da fase aguda de cães e gatos experimentalmente infectados, 1998. Tese (Doutorado em Parasitologia Veterinária)-UFRRJ, Seropédica, RJ. ALMOSNY, N.R.P.; MASSARD, C.L.; CARVALHO, E.C.Q.; SILVA, G.V.O. Aspectos anatomopatológicos de felinos domésticos experimentalmente infec- tados por E. canis. In: I CONGRESSO INTERNACIONAL DE MEDICINA FELINA, Rio de Janeiro, 1999 a. ALMOSNY, N.R.P.; MASSARD,C.L.; SILVA, G.V.O. Avaliação clinica e parasitológica de felinos domésticos experimentalmente infectados por E. canis. In: I CONGRESSO INTERNACIONAL DE MEDICINA FELINA, Rio de Janeiro, 1999 b. ALMOSNY, N.R.P.; MASSARD,C.L.; SILVA, G.V.O. Avaliação da hemato- logia de felinos domésticos experimentalmente infectados por E. canis. In: I CONGRESSO INTERNACIONAL DE MEDICINA FELINA, Rio de Janeiro, 1999 c. ALMOSNY, N.R.P.; MASSARD,C.L.; SILVA, G.V.O. Avaliação dos níveis de proteínas séricas e do fibrinogênio de felinos domésticos experimentalmente infectados por E. canis. In: I CONGRESSO INTERNACIONAL DE MEDICINA FELINA, Rio de Janeiro, 1999 d. ALVES, L.M.; CHAVES, N.S.T.; LINHARES, G.F.C.; CORREA, W.G.; MARTINS, A.P.; MENDONÇA, A.C. Comparação das técnicas da reação em cadeia da polimerase (PCR) e do esfregaço sanguíneo para o diagnostico de Ehrlichia canis. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERI- NÁRIA, 29 , Gramado. Anais...Gramado, 2002. 1CD-Rom. ANDRÉ, M.R.; MACHADO, R.Z.; HIGA, A.C.; PEREIRA, G.T. Detecção de anticorpos anti-Ehrlichia canis pelas técnicas de Imunofluorescência indireta (RIFI) e Dot-ELISA correlacionando-as aos achados clínicos e hematológicos em cães naturalmente infectados. In: Congresso de Iniciação Cientifica, 15, Marilia. Anais...Marilia: Universidade Estadual Paulista, 2003. 1 CD-Rom. BARTON, L.L.; FOY, T.M. Ehrlichia canis infection in a child. Pediatrics, Village, v.04, n.03, p.580-582, 1989. BJOERSDORFF, A.; SVENDENIUS, L.; OWENS, J.H.; MASSUNG, R.F. Feline Granulocytic ehrlichiosis- a report of a new clinical entity and charac- terization of the infectious agent. Journal of Small Animal Practice, v. 40, p. 20-24, 1999. BOULOY, R.P. ET AL. Clinical ehrlichiosis in a cat. J. Am. Vet. Med. Assoc., 204(9):1475-8, 1994. BREITSCHWERDT, E.B.; HEGARTY, B.C.; HANCOCK, S.I. Sequential evaluation of dogs naturally infected with Ehrlichia canis, Ehrlichia chaf- feensis, Ehrlichia equi, Ehrlichia ewingii, or Bartonella vinsonii. Journal of Clinical Microbiology, v.36, n. 09, p. 2645-2651, 1998. BULLA, C.; TAKAHIRA, R. K.; ARAUJO, JR. J. P.; CUSTODIO, M.; LOPES, R. S. Associação de Ehrlichia platys com E. canis em cães de regiões endêmicas. In: MOSTRA CIENTÍFICA DA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA- Unesp/Botucatu, 6o , 2002 a. p.31. BULLA, C.; TAKAHIRA, R.K.; ARAUJO, JR.J.P.; WIEDMEYER, C.E.; LOPES, R.S. Contagem de plaquetas como teste de triagem para infecção por Ehrlichia canis em cães. In: MOSTRA CIENTÍFICA DA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA- Unesp/Botucatu, 6o, 2002b, p.42. BUORO, I.B. ET AL. Feline anaemia associated with Ehrlichia-like bodies in three domestic short-haired cats. Vet. Rec., 125(17):434-6, 1989. CARRAZZONI, P. G.; TEIXEIRA, M. N.; SILVA, F. M. P.; COUTINHO, D. G.; OLIVEIRA, J. B. Avaliação da contagem de plaquetas, tempo de coagula- ção, tempo de sangria, proteínas plasmáticas totais e fibrinogênio de cães natu- ralmente infectados por Ehrlichia canis e Ehrlichia platys na cidade do Recife – Estado de Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CLINICOS VETERINARIOS DE PEQUENOS ANIMAIS, 24, 2003. Belo horizonte, 2003. CASTRO, M. B. Avaliação das alterações hematológicas, imunológicas e anatomopatologicas na infecção aguda experimental de cães por Ehrlichia canis (DONATIEN & LESTOQUARD, 1935) OU MOSHKOVKI 1945. 1997. 69 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária – Área de concentração: Patologia Animal) – FCAV – UNESP, Jaboticabal –SP. CASTRO, M. B.; MACHADO, R. Z.; AQUINO, L. P. C. T.; ALESSI, A. C.; COSTA, M. T. Experimental acute canine monocytic ehrlichiosis: clinicopa- thological and immunopathological findings. Veterinary Parasitology., Am- sterdam, 2004a. CASTRO, M. B. MACHADO, R. Z.; TINUCCI-COSTA; ALESSI, A. C. An immunohistochemical study of the lesions observed in dogs (Canis familiares) with experimentally acute monocyte ehrlichiosis by Ehrlichia canis. XIII Con- XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Rev. Bras. Parasitol.Vet., v.13, suplemento 1, 2004 56 gresso Brasileiro de Parasitologia Veterinaria e I Simpósio Latino-Americano de Rickettsioses, Ouro Preto, MG, 2004b. COHN, L.A. Ehrlichiosis and related infections. The Veterinary Clinics – Small Animal Practice, v.33, p.863-884, 2003. COSTA, J.O.; SILVA, M.; BATISTA JUNIOR, J.A.; GUIMARÃES, M.P. Ehrlichia canis infection in dog in Belo Horizonte – Brazil. Arquivo da Escola de Veterinária, UFMG, v. 25, n. 02, p. 199-200, 1973. DAGNONE, A.S.; MORAIS, H.S.A.; VIDOTTO, M.C.; JOJIMA, F.S.; VIDOTTO, O. Ehrlichiosis in anemic, thrombocytopenic, or tick-infested dogs from a hospital population in South Brazil. Veterinary Parasitology, v.117. p. 285-290, 2003. DAGNONE, A.S.; TRAPP, S.M.; JOJIMA, F.S.; AMUDE, A.M.; MORAIS, H.S.A.; FREIRE, R.L.; VIDOTTO, O. Avaliação soroepidemiologica da infec- ção por Ehrlichia canis, Dirofilaria immitis e Borrelia burgdorferi em cães de uma população hospitalar. In: CONGRESSO BRASILEIRO PRASITOLOGIA VETERINÁRIA, 12o , Rio de Janeiro. Anais...R.Janeiro, 2002. 1 Cd- Rom. DAGNONE, A. S.; BRUM, A. M.; SEIKI, M. C.; PASCON, J. P. E.; FARIA, J. L. M.; SILVA, V. L. D.; SANTANA, A. E.; TINUCCI-COSTA, ; R.Z. MACHADO. Diagnóstico molecular da erliquiose canina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA E I SIMPÓSIO LATINO- AMERICANO DE RICKETTSIOSES, 13o, Ouro Preto, MG, 2004. DAWSON, J.E.; ANDERSON, B.E.; FISBEIN, D.B.; SANCHEZ, J.L.; GOLDSMITH, C.S.; WILSON, K.H.; DUNTLEY, C.W. Isolation and Charac- terization of an Ehrlichia sp. from a patient diagnosed with human Ehrlichio- sis. Journal of Clinical Microbiology, v.29, n.12, p.2741-2745, 1991. DAWSON, J.E.; EWING, S.A. Susceptibility of dogs to infection with Ehr- lichia chaffeensis, causative agent of human ehrlichiosis. American Journal of Veterinary Research, v. 53, n. 08, p. 1322-1327, 1992. DUMLER, J.S.; ASANOVICHK, M.; BAKKEN, J.S.; RITCHER, P.; KIMSEY, R.; MADIGAN, J.E. Serologic Cross-reactions among Ehrlichia equi,Ehrlichia phagocytophila, and Human Granulocytic Ehrlichia. Journal of Clini- cal Microbioloy, v.33. n. 05, p. 1098-1103, 1995. DUMLER, J.S.; BARBET, A.F.; BEKKER, C.P.J.; DASCH, G.A.; PALMER, G.H.; RAY, S.C.; RIKIHISA, Y.; RURANGIRWA, F.R. Reorganization of genera in the families Rickettsiaceae and Anaplasmataceae in the order Rickettsiales: unification of some species of Ehrlichia with Anaplasma, Cow- dria with Ehrlichia and Ehrlichia with Neorickttsia, descriptions of six new species combinations and designation of Ehrlichia equi and “ HGE agent” as subjective synonyms of Ehrlichia phagocytophila. Interrnational Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology, v. 51, p. 2145-2165, 2001. FARIA, J. L. M.; RIBEIRO, S. C. A.; TINUCCI-COSTA, M. Estudo da sinto- matologia e alterações do hemograma e urinalise em cães com ehrlichiose na fase aguda. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINARIA, 30o , Manaus, 2003. Anais... Manaus., 2003. CD-Rom. FONSECA, L. A. PAES, P.R. O.; ROESLER, T.; TOSCANO, F. S.; ALVES, A. Rickettsiose canina: co-infecção de Ehrlichia canis e Anaplasma platys – relato de caso. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CLINICOS VETERINARIOS DE PEQUENOS ANIMAIS, 24o , Belo Horizonte, 2003. FRANÇOIS, E.P.; ARAUJO, F.A.P.; BREITSAMETER, I.; SCHERER, E.A. Avaliação do perfil sorológico de cães receptores de transfusão de sangue de doadores positivos para Ehrlichia canis (resultados parciais). In: Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária, 29, Gramado. Anais...Gramado, 2002. 1 CD-ROM. GALVÃO, M.A.M.; LAMONIER, J.A.; BONOMO, E.; TROPIA, M.S.; REZENDE, E.G.; CALIC, S.C.; CHAMONE, C.B.; MACHADO, M.C.; OTONI, M.E.A.; LEITE, R.C.; CARAM, C.; MAFRA, C.L; WALKER, D.H. Rickettsioses emergentes e reemergentes numa região endêmica do estado de Minas Gerais, Brazil. Caderno de Saúde Publica, v.18, n.06, p.1593-1597, 2002. GOLDMAN, E.E.; BREITSCHWERDT, E.B.; GRINDEM, C.B. et al. Granu- locytic ehrlichiosis in dogs from North Caroline and Virginia. Journal of Veterninary Intern. Medicine, v. 12, n.02, p.61-70, 1998 HARRUS, S.; KASS, P.H.; KLEMENT, E.; WANER, T. Canine monocytic ehrlichiosis: a retrospective study of 100 cases, and an epidemiological inves- tigation of prognostic indicators for the disease. Veterinary Record, v. 141, n. 14, p.360-363, 1997. HARRUS, S.; WANER, T., BARK, H., JONGEJAN, F.; CORNELISSEN, A.W.C.A. Recent advances in determining the pathogenesis of canine mono- cytic ehrlichiosis. J. Clin. Microbiol., v. 37, n. 9, p. 2745-2749, 1999. HUA, P.; YUHAI, M.; SHIDE, T. et al. Canine ehrlichiosis caused simultane- ously by Ehrlichia canis and Ehrlichia platys. Microbiological Immunology, v. 44, n. 09, p.737-739, 2000. HUXSOLL , D.L.; HILDEBRANDT, P.K. NIMS, R.M.; WALKER, J.S. Tropical Canine Pancytopenia. Journal of American Veterinary Medical Asso- ciation., v.157, n.11, p. 1627-1632, 1970. KRYM, C. M.; SALGADO, D.; FARIA, A. C.; SANTOS, F. V. Incidência da presença de mórula de Ehrlichia sp em células sanguineas de sangue periférico de caninos no Distrito Federal, no período entre janeiro/ 1999 a dezem- bro/2001. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CLINICOS VETERINARIOS DE PEQUENOS ANIMAIS, 23o, Brasília, 2002. Anais...Brasília: ANCLIVEPA-DF, 2002. 1 CD-ROM. KAVINSKI, L.C.; FLORIANO, B.; CARON, P.E.; BRONZE, S.J.M. Ocorrên- cia de um caso de erliquiose canina em Curitiba- PR. Revista Set. Ciências Agrárias, Curitiba, v.10, n.1-2, p. 217-219, 1988. KORDICK, S.K.; BREITSCHWERDT, E.B.; HEGARTY, B.C.; SOUTHWICK, K.L.; COLITZ, C.M.; MACCORMACK, J.N. Coinfection with multiple tick-borne pathogens in a Walker Hound Kennel in North Caro- lina. Journal of Clinical Microbiology, v.37, n. 08, p. 2631-2638, 1999. LABARTHE, N.; CAMPOS PEREIRA, M.; BARBARINI, O.; MCKEE, W.; COIMBRA, C. A. Serologic prevalemce of Dirofilaria immitis, Ehrlichia canis and Borrelia burgdorferi infections in Brazil. Veterinary Therapeutics, Yar- dley, v. 4, n. 1, p. 67-75, 2003. Leite, R. F. B.; Ribeiro, S. C A. Prevalência da erliquiose canina em Uberlân- dia MG. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINARIA, 30o, Manaus, 2003. Anais... Manaus., 2003. 1 CD-ROM. LEWIS, G.E.; HUXSOLL, D.L.; RISTIC, M.; JOHNSON, A.J. Experimental induced infection of dogs, cats, and nonhuman primates with Ehrlichia equi, etiologic agent of Equine Ehrlichiosis. American Journal of Veterinary Re- search , v. 36, n. 01, p.85-88, 1975. MACIEIRA, D. B.; MESSICK, J.B.; CERQUEIRA, A, M.; LINHARES, G. F. C.; FREIRE, I. M. A.; ALMEIDA, N. K. O; ALMOSNY, N. R. P. Prevalence of Ehrlichia canis infection in thrombocytopenic dogs from Rio de Janeiro, Brazil. Veterinary Clinical Pathology, Santa Bárbara, CA: EUA, 2005. In press. MADIGAN, J.E.; PUSTERLA, N.; JOHNSON, E. et al. Transmission of Ehr- lichia risticci, the agent of Potomac horse fever, using naturally infected aquatic insects and helminth vectors: preliminary report. Equine Veterinary Journal, v. 32, n. 04, p. 275-279, 2000. MAEDA, K.; MARKOWITZ, N.; HAWLEY, R.C.; RISTIC, M.; COX, D.; MCDADE, J.E. Human infection with Ehrlichia canis, a leukocytic rickettsia. The New England Journal of Medicine, v.316, n.14, p.853-856, 1987. MAGNARELLI, L.A.; ANDERSON, J.F. Serologic evidence of canine and equine ehrlichiosis in Northeastern United States. Journal of Clinical Micro- biology, v. 31, n. 11, p. 2857-2860, 1993. MCDADE, J. Ehrlichiosis – A disease of animals and humans. The Journal of Infectious Diseases, v.161, p. 609-617, 1989. MONTEIRO, A.L.R.; MACEDO. M.F.; NÉRI, J.B.; SOTO-BLANCO, B.; ALVES N.D. Estudo comparativo entre três protocolos de tratamento utilizan- do doxiciclina, oxitetraciclina, azitromicina na erliquiose canina. In: Congres- so Brasileiro de Clínicos Veterinários de pequenos animais, 24, 2003. Belo Hozionte. Anais... Belo Horizonte: ANCLIVEPA-MG, 2003. MOREIRA, S.M.; BASTOS, C.V.; ARAUJO, R.B.; SANTOS, M.; PASSOS, L.M.F. Retrospective study (1998-2001) on canine ehrlichiosis in Belo Hori- zonte, MG, Brazil. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, April.2003, v.55, n.02, p.141-147, 2003. MOREIRA, S.M.; MACHADO, R.Z.; PASSOS, L.M.F. Detection of Ehrlichia canis in bone marrow aspirates of infected dogs. In: Fouth International Conference on Ticks and tickborne pathogens, 2002, Banff. Procceedings of the Fourth TTP4. Universitity of Alberta , 2002, v.1. p.40-41, 2002. MUNHOZ, T.D.; OKADA, Y.G.; TINUCCI-COSTA, M. Incidencia de ocor- rência da erliquiose canina na Região Nordeste do Estado de São Paulo. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE INICIAÇÃO CIENTIFICA DA USP, 11o , Piracicaba, 2003. NASCIMENTO, M.D.; ALMOSNY, N.R.P. Ehrlichiose canina: estudo hema- tológico de 22 casos de infecção naturalmente adquirida. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CLINICOS VETERINARIOS DE PEQUENOS ANIMAIS, 7o, Rio de Janeiro, 1984, v. 01, p. 91-91. NAKAGHI, A. C. H. Estudo comparativo entre métodos de diagnostico direto e indireto de Ehrlichia canis em cães com suspeita clinica de erliquiose. 2004. 63 F. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária – Área de concentração: Patologia Animal)-FCAV/UNESP, Jaboticabal –SP. NAKAGHI, A. C. H.; LABRUNA, M.B.; MACHADO, R.Z.; TINUCCI- COSTA, M.; ANDRÉ, M.R.; BALDANI, C.D.; ANDRADE, G.M. Estudo comparativo entre a PCR baseada no gene dsb e a nested PCR no diagnostico XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Rev. Bras. Parasitol.Vet., v.13, suplemento 1, 2004 57 da erliquiose canina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA E I SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO DE RIQUETSIOSES, 13o, Ouro Preto, MG, 2004. NEER, T.M. Canine Monocytic and Granulocytic Ehrlichiosis. In Greene, C.E.; Harvey, J.W. (Ed): Infectious Diseases of the Dog and Cat. Philadelphia, W.B. Saunders, 2nd, p.139-147, 1998.NYINDO, M.; HUXSOLL, D.L.; RISTIC, M.; KAKOMA, I.; BROWN, J.L.; CARSON, C.A.; STEPHENSON, E.H. Cell-mediated and humoral immune responses of German Sheperd and Beagles to experimental infection with Ehr- lichia canis. American Journal of Veterinary Research, v. 41, n. 02, p. 250- 254, 1980. OLIVEIRA, D.; NISHIMORI, C.T.; COSTA, M.T.; MACHADO, R.Z.; CASTRO, M.B. Detecção de anticorpos anti-Ehrlichia canis em cães natural- mente infectados, através do “DOT-ELISA”. Revista Brasileira de Parasitolo- gia Veterinária, v.09, n.1, p.1-6, 2000. OLICHESKI, A. T.; ARAUJO, F. A. P.; BECK, C.; RODRIGUES, R. J. D. Freqüência de protozoários do gênero Babesia Starcovici, 1983, e de riquetsias do gênero Ehrlichia Ehrlich, 1888, em cães (Canis familiaris) no município de Porto Alegre, RS, Brasil (resultados parciais). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINARIA, 29o, Gramado, 2002. Anais... Gramado, 2002. 1 CD-ROM. ORIÁ, A. P. Correlação entre uveítes, achados de patologia clinica, sorológi- cos (Reação de Imunofluorescência Indireta e Dot-blot ELISA) e de anatomo- patologia do bulbo do olho, em animais da espécie canina, natural e experi- mentalmente infectados pela Ehrlichia canis, 2001. 82 F. Dissertação (Mes- trado em Cirurgia Veterinária – Área de concentração: Cirurgia Veterinária) – FCAV –UNESP, Jaboticabal –SP. ORIÁ, A. P. et al. Ophtalmic, hematologic, serologic and histologic findings in dogs with suspected Ehrlichia canis infection. Revista Brasileira de Ciên- cias Veterinárias, Rio de Janeiro, 2004. (no prelo) PEAVY, G.M. et al. Suspected ehrlichial infection in five cats from a house- hold. J. Am. Vet. Med. Assoc., 210(2):231-4, 1997. PREZIOSI, D.E.; COHN, L.A. The increasingly complicated story of Ehr- lichia. Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian, v.24, n.04, p.277-288, 2002. REDDY, R.G.; SULSONA, C.R.; BARBET, F.A.; MAHAN, S.M.; BURRIDGE, M.J.; ALLEMANS, A.R. Molecular characterization of a 28 kDa surface antigen gene family of the tribe Erlichiae. Biochem. Biophys. Com- mun., New York, v.247, n.03, p.634-636, 1998. RIBEIRO, B.C.C.; REIS, R.R.; BATISTA, V.S.; SOUZA, F.S.; MUNIZ, I.M.; GONDIN, F.S.; PORFIRIO, L.C. Alterações hematológicas em cães (Canis familia- ris) com mórulas de Ehrlichia em células mononucleares e plaquetas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CLINICOS VETERINARIOS DE PEQUENOS ANIMAIS, 21o, 2000, Águas de Lindóia, SP. Revista Brasileira de Ciências Veteri- nárias, p.109, 2000. RIKIHISA, Y. The Tribe Ehrlichieae and Ehrlichial Diseases. Clinical Micro- biological Reviews, v.04, n.03, p. 286- 308, 1991. RIKIHISA, Y. Ehrlichiae of Veterinary Importance. In: Rickettsieae and Tickettsiae Diseases at the turn of the third Millenium. Eds. D. Roult & P. Brouqui. Elseviour, Paris, 393-405, 1999. SAINZ, A.; AMUSATEGUI. I.; TESOURO, M.A.; Ehrlichia platys infection and disease in dogs in Spain. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, v. 11, n. 04, p. 382-384, 1999. SAITO, M.E. Isolamento e identificação de Ehrlichia canis (Donatien & Les- toquard, 1935) em cultura de monócitos de sangue periférico canino. 68 p, 2003. Dissertação (Mestrado em Clínica Veterinária). FMVZ-USP, S. Paulo, 2003. SEIBERT, M.; SILVA, N.R.S.; CHAPLIN, E.L.; ARAÚJO, F.A.P. Ocorrência de Ehrlichia (Rickettsiales: Rickettsiaceae) em cães conduzidos ao Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul- Brasil. Arquivos da Faculdade de Veterinária UFRGS, v.25, n.02, p.84-94, 1997. SILVA, C.F.; CARVALHO, C.B.; PEREIRA, N.R.; FAN, L.C.R. Ehrlichiose cani- na: relato de caso. In: CONGRESSO ESTADUAL DE MEDICINA VETERINARIA, 15o, Santa Maria, Anais...Santa Maria, RS, p.31, 1985. SILVA, V. L. D. Avaliação das alterações hematológicas e dos aspectos cito- lógicos e histopatologicos da medula óssea na erliquiose canina aguda: estudo experimental. 2001. 102 F. (Mestrado em Patologia Veterinária Experimental e Comparada) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. SILVEIRA, J.M.; RIBEIRO, O.C.; SILVEIRA, A.C.; LOPES, R.S.; BARROS, N. Patologia e clínica da ehrlichiose canina no Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, 1984, Belém. Belém, Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Sociedade dos Médicos Vete- rinários do Pará, 1984, p.389. SOUZA, A.I.; DAGNONE, A.S.; MACHADO,R.Z. Infecção por Anaplasma platys em cães de Campo Grande-MS. In: CONGRESSO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA E I SIMPÓSIO LATINO AMERICANO DE RICKETTSIOSES, 13o, Ouro Preto-MG, 2004. SOUZA, M.G.; HIGA, A.C.; GERARDI, D.; TINUCCI COSTA, M.; MACHADO, R.Z. Tratamento da erliquiose canina de ocorrência natural com doxiciclina, prece- dida ou não pelo Dipropionato de Imidocarb. Revista de Ciências Agroveterinárias, UDESC, Florianópolis, 2004. (no prelo) STUBBS, C.J.; HOLLAND, C.J.; RELF, J.S. Feline ehrlichiosis. Compen- dium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian, v. 22, n. 04, p. 307-318, 2000. SUKASAWAT, J.; PITULLE, C.; ARRAGA-ALVARADO, C. Coinfection with three Ehrlichia species in dogs from Thailand and Venezuela with emphasis on consideration of 16S ribossomal DNA secundary structure. Journal of Clinical Mi- crobiology, v. 39, n. 01, p. 90-93, 2001. Szabo, M.P.J.; Cunha, T.M.; Pinter, A.; Vicentini, F. Ticks (Acari: Ixodidae) associ- ated with domestic dogs in Franca region, São Paulo, Brazil. Experimental Applied Acarology; Amsterdan, v.25, n.10-11, p.909-916, 2001. TAKAHIRA, R.K.; LOPES, R.S.; COSTA, C.L.; GONDIM,L.F.P.; SARTOR, I.F.; LOURENÇO, M.L.G. Detecção de anticorpos contra Ehrlichia platys e Ehrlichia canis em cães. Revista Nosso Clínico, ano 6 , n. 32. p. 34-38, 2003 TAYLOR, J.P.; BETZ, T.G.; FISHBEIN, D.B.; ROBERTS, M.A.; DAWSON, J.E; RISTIC, M. Serological evidence of Possible Human Infection with Ehr- lichia in Texas. The Journal of Infectious Diseases, v. 158, n. 1, p. 217-220, 1988. TORRES, H.M.; MASSARD, C.L.; FIGUIREDO, M.J.; FERREIRA, T.; ALMOSNY, N.R.P. Isolamento e propagação da Ehrlichia canis em células DH82 e obtenção de antígeno para reação de imunofluorescência indireta. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, Rio de Janeiro, v.09. n.2, p.77-82, 2002. UNVER, A.; PEREZ, M.; ORELLANA, N.; HUANG, H.; RIKIHISA, Y. Mo- lecular and antigenic comparison of Ehrlichia canis isolates from dogs, ticks, and a human in Venezuela. Journal of Clinical Microbiology, v.39, n.8, p.2788-2793, 2001. VILAR, T.D.; VOLINO, W.; NALIM, M.B.; BARROS, N.U.M.; STELING, W.; NASCIMENTO, M.D.; SERRA-FREIRE, N.M.; VALIM, M.P.; ALMOSNY, N.R.P. Registro de infecção: Registro de infecção no Rio de Janeiro-Brasil por Hepatozoon sp e Ehrlichia sp em cão (Canis familiaris) proveniente de Aruba, Caribe. Nosso Clinico, São Paulo, v.31, n.1, p.28-30, 2004. YAMAMURA, M.H.; VIDOTTO, O. Prevalência de hemoparasitos em cães da região norte do Paraná. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETE- RINÁRIA, Balneário Camboriú, 1982. p.196.
Compartilhar