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REFORMA AGRÀRIA

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REFORMA AGRÀRIA
Reforma Agrária não é mera redistribuição de terras. Trata-se de um processo amplo de mudanças que passa pelo campo político, social, técnico e econômico.
 
Essencialmente visa a transferir a propriedade da terra de minorias latifundiárias para pequenos agricultores e trabalhadores agrícolas, objetivando o alcance de uma igualdade social maior, de melhor distribuição do poder político e de melhorias de ordem econômica.
 
CF 1946 – desapropriação por interesse social (RA), criação do Instituto Nacional de Imigração e Colonização – INIC, hoje INCRA;
!950 – Período conturbado, insatisfação camponeses, criação sindicatos que exigiam expansão de direitos, 1959 R. Cubana que intensificou o movimento pela RA;
1964 – EC 10/64 – Autonomia Legislativa do DA, passou a ser ramo da Ciência Jurídica,  competência da União, CF/88 art. 22, I. ( embora os demais entes públicos possam contribuir)
A EC 10/64 – Acesso à terra a todos; Tal EC acrescentou ao art. 5.º, XV, letra a, da CF de 1946 à palavra agrário. O exercício legislativo dessa competência ocorreu em 30/11/1964, com a promulgação da Lei 4.504/1964, “ Estatuto da Terra”(pressão social, econômica e política – movimento para eliminar a propriedade individual).
         ET visa proteger o homem do campo em detrimento do proprietário rural, baseou-se na desigualdade entre o homem que trabalha a terra e o proprietário / possuidor da terra. Antes os conflitos eram dirimidos pelo Direito Civil ( igualdade de vontades).
 CF/88 – Caput III – Política Agrícola, Fundiária e R. Agrária. ( luta entre sem terras X ruralistas ) – Função Social da Propriedade Rural. (art. 182 § 2, 184 e seg ) 
 CF-Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. 
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
 Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 3º - Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§ 4º - O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
 Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
 Do ponto de vista formal e abstrato a CF/88 representa um avanço quanto a buscas de atingir níveis mais elevados de justiça social. Avanço mais declaratório do que efetivo. Os legisladores constituintes, traíram-se a si mesmos, conservadores, colocando os artigos referentes à política agrícola e fundiária e sobre a reforma agrária no título que dispõe sobre a Ordem Econômica e Financeira e não no titulo VIII da Ordem Social. Para os constituintes, a questão fundiária diz respeito exclusivamente à vida econômica, nada com a desigualdade social.
 O dever fundamental do Estado referente à reforma agrária, em primeiro lugar, é efetivar o direito a trabalho, consagrado internacionalmente com a Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948. (art. XXIII), reconhecido pela CF/88, no art. 6º, e ao declarar a valorização do trabalho como princípio fundamental da nossa organização política, art. 1º, IV e 170. 
Artigo XXIII
 1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Art. 1º – A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
        I -  soberania nacional;
        II -  propriedade privada;
        III -  função social da propriedade;
        IV -  livre concorrência;
        V -  defesa do consumidor;
        VI -  defesa do meio ambiente;
        VII -  redução das desigualdades regionais e sociais;
        VIII -  busca do pleno emprego;
        IX -  tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte.
    Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
 Assim, o efetivo trabalho agrícola pressupõe como condição indispensável, o uso e a posse da terra, direito fundamental que se opõe ao simples proprietário, que não cultiva ou faz de modo insuficiente e defeituoso. A reforma agrária procura assegurar a supremacia do direito ao trabalho sobre o simples domínio do solo sem cultivo adequado.
Abolicionismo e Reforma Agrária
Segundo o historiador e geógrafo Manoel Correia de Andrade, o movimento político-social em prol das campanhas abolicionista e pela reforma agrária, apesar de separados por um século de distância, guardam entre si a mesma causa remota: surgiram em consequência da conquista do território brasileiro pelos portugueses, do sistema de posse e uso da terra imposto à população indígena que habitava o vasto território e aos grandes contingentes de negros trazidos da África para possibilitar o desenvolvimento das grandes plantações.
Os portugueses procuraram desenvolver uma agricultura destinada à produção de alimentos e matérias-primastropicais, necessários ao mercado europeu, bem como organizar a exploração de minérios.
Por meio do sistema implantado, terras foram doadas a colonizadores, que deveriam utilizar grande número de escravos (indígenas e/ou africanos), para produção das mercadorias de interesse do mercado colonial. Para controlar o acesso à propriedade da terra, dizimaram os grupos contrários à escravidão e dominaram a população pelo uso da força.
Formou-se, então, uma sociedade sem liberdade, em sua maioria, em que a grande concentração fundiária impossibilitava que as pessoas pobres, mas livres, tivessem acesso a terra para o seu cultivo.
 
Durou três séculos a exploração colonial e escravagista. No século XIX, iniciam-se as manifestações pela libertação dos escravos.
 
A reação dos negros e das elites que entendiam que mudanças de ordem social eram necessárias para assegurar o desenvolvimento do Brasil redundou na abolição da escravidão, por meio de etapas sucessivas.
Com a Lei Áurea (13-5-1888), cessava definitivamente a escravidão, mas não resolvia a situação dos escravos. Leis complementares propostas por abolicionistas, visando à criação de colônias agrícolas para os libertos, a desapropriação de terras não exploradas e o desenvolvimento da agricultura, não foram assinadas.
 
A República e a terra
 
Com a abolição da escravatura, a República, que sucedeu à monarquia, procurou substituir os escravos por colonos europeus, especialmente onde se dava a expansão de culturas de exportação, como a do café. Restava aos negros e mulatos trabalhar em sistema de parceria (em que o pequeno produtor pagava a renda da terra com grande parte de sua produção agrícola ou em dinheiro), ou desenvolver culturas de subsistência para os grandes proprietários.
 
A enorme dimensão do território brasileiro, aliada à pequena concentração de população, contribuiu para o surgimento dos grandes latifúndios, que expandiam seus domínios forçando a venda das pequenas propriedades, ou mesmo expulsando seus donos do local onde viviam.
 
Nas áreas mais importantes, onde se cultivava produtos de exportação (café, açúcar, cacau), foram adotadas relações de trabalho, tornando o trabalhador em assalariado. Nas menos dinâmicas, de muita terra e pouca mão-de-obra, surgiram outras formas de relação (arrendamento de pequenos sítios, a parceria e a concessão de terras pela troca de produção).
 
A República retardou as medidas agrárias que vinham sendo defendidas por grupos políticos. Surgiam no país formas de exploração dos trabalhadores agrícolas (ex-escravos, na maioria).
 
Reações e primeiras mudanças  
 
As revoltas surgidas foram sempre destruídas com violência pelos governos ligados aos grupos dominantes. A revolução de 1930 contribuiu para a quebra do sistema dominante das oligarquias (MG e SP). Passaram a fazer parte das lutas políticas novas parcelas da população brasileira: a classe média e o operariado industrial urbano.
A Constituição de 1934 trazia avanços:
a) garantia a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, mediante prévia e justa indenização;
b) determinava que o trabalho agrícola fosse regulamentado, procurando fixar o homem no campo;
c) previa a organização de colônias agrícolas;
d) consagrava o usucapião;
e) obrigava as empresas agrícolas, localizadas longe dos centros escolares, a manter escolas.
 Não chegou, entretanto, a produzir efeitos. Foi substituída pela Constituição de 1937, mais conservadora, mais voltada para os problemas urbanos do que para os do setor agrário.
 
Após o término da Segunda Guerra Mundial, uma Assembleia Constituinte elaborou a nova Constituição (1946), que repetiu os dispositivos da Carta de 1934. Os representantes dos latifundiários na Constituinte permitiram a inclusão dos avanços anteriores, pois entendiam perfeitamente que, com a obrigatoriedade de indenização prévia em dinheiro, nos casos de indenização, a reforma agrária não teria êxito.
 
O impulso da industrialização, nos anos 50, revitalizou a economia mundial capitalista. No Brasil, a partir de 1955, abrem-se novas rodovias, implantam-se usinas hidrelétricas, indústrias de base (siderúrgica, petrolífera, automobilística). Cresce o processo de concentração de renda. Expandem-se, na área rural, as culturas comerciais, atingindo as terras ocupadas por pequenos produtores.
 
Com o surgimento das Ligas Camponesas e dos sindicatos rurais, o movimento dos camponeses se organiza como forma de luta legal. Crescem as manifestações favoráveis a implantação da reforma agrária, como forma de mudar o sistema de propriedade da terra. Radicalizam-se os movimentos, por meio de greves, invasões de propriedade não utilizadas, sendo a reforma exigida na “lei ou na marra”.
 
A gravidade da situação leva a sociedade a se preocupar mais com o problema e a discutí-lo. Em 1963, é lançado o Estatuto do Trabalhador Rural, que passa a garantir ao homem do campo o direito ao salário mínimo, a férias e repouso remunerados, ao aviso prévio e à indenização em caso de demissão. O Governo cria a Superintendência da Reforma Agrária (SUPRA). Os Estados Unidos pressionam as autoridades brasileiras para implantar uma reforma agrária, visando a amenizar a influência da Revolução Cubana na América Latina.
 
Multiplicavam-se as reivindicações sociais e firmava-se uma mentalidade de mudanças, com destaque para a reforma agrária. A Revolução de 1964 inicia um período autoritário, onde o movimento popular do campo é totalmente reprimido.
 
O primeiro governo militar, devido às condições do país e as pressões americanas, elaborou um projeto de reforma agrária moderado. Transformado na Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, nascia o Estatuto da Terra, criando dois órgãos: o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA), para cuidar da reforma da estrutura fundiária, e o Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrícola (INDA), voltado para o processo de colonização.
 
Esses órgãos sofreram forte pressão do setor latifundiário. Posteriormente foram unificados, surgindo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), em 1970. Levantamentos iniciados pelo IBRA e depois pelo INCRA – 1967, 1972 e 1976 – demonstraram um domínio completo dos latifúndios no território brasileiro, que não eram cultivados intensamente, impedindo milhões de trabalhadores de terem acesso a terra e à produção. Os minifúndios, mesmo em maior número, ocupavam áreas pequenas e respondiam pelo grande volume da produção brasileira de alimentos. Tal constatação teve que ser abafada.
 
A iniciativa de utilizar terras devolutas (desocupadas), pertencentes à União e aos estados, numa política de colonização para os trabalhadores em terra de áreas críticas e de tensão social no meio rural, redundou no Programa de Integração Nacional (PIN), e justificaria a construção de grandes rodovias (Transamazônica, Perimetral Norte, Cuiabá-Santarém). O Governo lançou, ainda, projetos conservadores, como o PROTERRA(1971), em áreas do Nordeste, pelo qual o próprio latifundiário oferecia ao INCRA parte do seu latifúndio, recebendo indenização em dinheiro.
 
resultado da política agrária do regime militar acabou reforçando o poder do latifúndio tradicional e desenvolveu o latifúndio moderno, das grandes empresas nacionais e multinacionais. Projetos agrícolas, agroindustriais, agropecuários, financiados pelo Governo, transformaram-se em latifúndios enormes, apoderando-se de terras de posseiros e índios.
 
Com a ênfase dada à política de exportações, foi melhorado o sistema viário, com a construção de auto-estradas, ampliação de portos e modernização de ferrovias. Houve incentivo para o desenvolvimento da tecnologia agrícola importada, com crescimento  da produção de matérias-primas e de alimentos (açúcar, cacau, café, fumo).
 
Os sindicatos passaram a ser controlados pelo Ministério do Trabalho e a praticar uma política assistencialista.         
 
Com o fracasso do modelo econômico do governo militar, começaram a surgir greves nas áreas em que os agricultoreseram mais bem organizados, e onde prevalecia o sistema de assalariamento. Muitos desses movimentos tiveram sucesso, mas nem sempre os proprietários respeitavam os direitos assegurados pela Justiça aos trabalhadores.
 
A Igreja Católica e outras instituições religiosas passaram a apoiar os trabalhadores rurais. Verifica-se no país o crescimento de uma conscientização maior de seus problemas. Avança a campanha pelas Diretas Já. Eleito pelo Colégio Eleitoral, Tancredo Neves promete a reforma agrária aos trabalhadores do campo. No governo Sarney cria-se o Ministério da Reforma Agrária e do Desenvolvimento (MIRAD) que, juntamente com o INCRA, apresentam um Plano Nacional de Reforma Agrária (1985).
 
O cenário nacional torna-se delicado. De um lado, há movimentos que pleiteiam a aplicação do Plano de Reforma Agrária, considerado moderado e contraditório, e os que querem a reforma imediatamente, por meio da ocupação de terras improdutivas. Do outro, os grandes latifundiários radicalizam o processo e resistem à implantação de mudanças.
Conceito de reforma agrária
 
De acordo com a Lei nº 4.504 (Estatuto da Terra), de 30-11-64, art. 1º, & 1º:
 “Considera-se Reforma Agrária o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade”.
Diversos especialistas chamam a atenção para aspectos importantes da Reforma Agrária:
a) necessidade de ser um processo amplo e abrangente, que conte efetivamente com a participação dos camponeses e beneficie a maioria dos trabalhadores rurais;
b) a localização da Reforma somente no Setor Primário, ou seja, a distribuição de direitos sobre a propriedade de terra agrícola, evitando-se assim deturpações quanto ao seu âmbito, fato que pode inviabilizar todo o processo;
c) estabelecimento de uma política abrangente, que leve em conta a promoção humana, social, econômica e política.
d) A rapidez e firmeza do processo, como forma de atingir metas a curto prazo e de conseguir modificações na estrutura latifundiária.
Reforma Agrária é, portanto, um processo de mudanças estruturais que visa distribuir os direitos sobre a posse e uso da terra e o controle de sua produção, assegurando a participação da população rural nos benefícios do desenvolvimento.
 
 Etapas do processo
 
Para a maioria dos autores, dois pontos são estratégicos para o sucesso da Reforma Agrária: rapidez e abrangência. O período de sua duração deve ser de cinco a dez anos, no máximo. É essencial, também, que alcance todo o território nacional, essencial para a consolidação das ações e para impedir o aparecimento de resistências anti-reformistas.
 
Entretanto, devido às dimensões do território nacional, as ações a serem desenvolvidas não podem ocorrer ao mesmo tempo e em toda as partes. É preciso observar as prioridades, levando-se em conta as necessidades mais urgentes de cada região ou área específica. O que tem que ser evitado é a implantação de programas em áreas isoladas, em detrimento de outras, pois favorece a formação de focos de resistência contra as reformas.
 
As etapas que devem compor um processo de reforma agrária não precisam seguir uma sequência obrigatória, podendo variar ou mesmo ser eliminadas, dependendo do desenvolvimento específico de cada área.
 
 Primeira etapa
 
Refere-se ao reconhecimento do problema agrário, no que se refere ao nível de vida do homem do campo, constatando-se como se encontra a sua situação econômica, social e política.
Nessa etapa são detectadas as falhas do funcionamento da agricultura da região estudada e suas relações com a posse e o uso da terra.
 
 Segunda etapa
 
É a fase de planejamento. É comum ocorrem enganos na avaliação dos dados coletados, criando-se projetos tecnicamente perfeitos, mas distanciados da realidade, o que inviabiliza a sua execução. Cada área deve merecer um tratamento específico, conforme o estágio de desenvolvimento em que se encontra.
 Terceira etapa
Corresponde ao período de execução e que exige a aplicação de instrumentos legais, tais como desapropriações, transferência de posse de terra. É imprescindível a participação do trabalhador rural, a fim de torná-lo o principal agente do desenvolvimento.
O êxito ou entrave de um processo de reforma agrária está diretamente ligado ao entendimento por parte da população dos programas e projetos formulados e da integração com as forças interessadas nas reformas. Nesta etapa devem ser constituídas entidades de classe, para fiscalização e avaliação das ações executadas.
 Consolidação
A reforma agrária estará ou não consolidada, dependendo do nível alcançado pelas mudanças, no que toca a posse, uso e gozo da terra e aos fatores de produção.
As falhas de estrutura anteriormente existentes devem desaparecer, para que não apareça qualquer possibilidade de reversão das alterações produzidas.

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