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Violência doméstica contra a mulher

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MÁRCIA REGINA CASARIN GEREMONTE
AÇÃO EDUCATIVA EM RELAÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Cassilândia – MS
2011
MÁRCIA REGINA CASARIN GEREMONTE
AÇÃO EDUCATIVA EM RELAÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
		 Projeto de Intervenção apresentado à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito para conclusão do curso de Pós Graduaçãoem nível de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família.
Orientador: Prof. Dr. Alessandro De Carli. 
Cassilândia – MS
2011
SUMÁRIO
RESUMO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................5 
2 OBJETIVOS..................................................................................8
3 MÉTODO.....................................................................................9
 3.1 Caracterização da Área Atendida..............................................9
 3.2 Caracterização dos Sujeitos Participantes................................10
 3.3 Elaboração do Vídeo...............................................................10
 4 RESULTADO...............................................................................12
 5 DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA.....................................................13
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................17
7 REFERÊNCIAS............................................................................18
APÊNDICE
	
�
AÇÃO EDUCATIVA EM RELAÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
RESUMO
	Considerando a frequência e o impacto que a violência contra a mulher inflige sobre as vítimas e suas famílias, verificou-se a necessidade de atuação sobre o processo de educação/mobilização e sensibilização dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para melhor enfrentamento deste agravo, principalmente no que se refere ao diagnóstico de situação de risco e à importância da prevenção/limitação dos danos causados nesses casos. O objetivo desse estudo foi de elaborar um vídeo para ser utilizado como metodologia de ações de educação em saúde direcionadas aos ACS da ESF “Dr. Arcely de Castro Paulino” (Cassilândia, MS), que estavam envolvidos na atenção à saúde de mulheres vítimas de violência. Para a elaboração do vídeo, foram utilizadas imagens provenientes da internet e o programa EDIUS 6.0; dados obtidos da Organização Mundial da Saúde, Organização Pan Americana de Saúde, Vigilância de Violência e Acidentes, Sistema de Atenção Básica e do Departamento de Vigilância e Estatística Municipal de Cassilândia (MS); fotografias e vídeos produzidos pelos membros da equipe de saúde, com a permissão destes. O vídeo revelou-se uma ferramenta estratégica de educação em saúde e de prevenção da violência, caracterizando-se por ser produtivo, dinâmico e prático, capaz de fazer com que os ACS compreendessem os fatores de risco e os fatores potencializadores de violência contra a mulher; desenvolvendo principalmente o senso de responsabilidade social, compromisso e solidariedade que deve ser inerente ao desempenho de sua função. Em decorrência disso, paulatinamente percebemos uma melhora significante no trabalho de abordagem das famílias/indivíduos, no reconhecimento dos determinantes das condições de violência e, principalmente na busca da cidadania para as mulheres vítimas de violência, através da preocupação deles para que todas as pessoas entendam a violência e ajudem a denunciá-la.
DESCRITORES: violência doméstica, educação em saúde, agentes comunitários de saúde.
�
AÇÃO EDUCATIVA EM RELAÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
1 INTRODUÇÃO
A violência contra as mulheres vem se constituindo como um dos principais agravos em saúde pública. Sabe-se que na América Latina e Caribe, de 25% a 50% das mulheres foram vítimas da violência doméstica; 33% sofreram abuso sexual entre os 16 e 49 anos; pelo menos 45% delas foram objeto de ameaças, insultos e destruição de bens pessoais. Ou seja, em algum momento de suas vidas, metade das mulheres latino-americanas foram vítimas de alguma modalidade de violência1. 
No Brasil, a cada 4 minutos uma mulher é violentada. Os crimes mais denunciados nas delegacias de mulheres foram lesões corporais (26,2%) e ameaças (16,4%). Ainda no Brasil, um terço das internações em unidades de emergência são consequência da violência doméstica1. 
A Organização Mundial de Saúde adverte que violência contra a mulher, incluindo o estupro, constitui um sério problema de saúde e causa de doenças e de mortes femininas.
Nesses casos, o agressor geralmente é o parceiro da vítima. As condições socioeconômicas freqüentemente relatadas por mulheres vítimas do parceiro são a baixa escolaridade e o menor status econômico, como, por exemplo, o baixo rendimento salarial da mulher, desemprego, trabalho de baixa qualificação e menor rendimento familiar2. Além disso, pesquisas apontam que a baixa escolaridade do homem e a ausência de trabalho remunerado são fatores associados ao aumento da violência doméstica3. 
Dentre os fatores individuais que estão relacionados ao risco de um homem cometer violência contra a parceira destaca-se o uso de álcool e drogas3.
Em Cassilândia (MS), a equipe de Estratégia Saúde da Família “Dr. Arcely de Castro Paulino” tem se defrontado com muitos casos de dependência de álcool e drogas que implicam violência, principalmente contra mulheres. Entre os dias 06/09/10 e 20/09/10 ocorreram 10 casos de violência contra a mulher; todos eles envolvendo o uso de álcool e/ou drogas. 
A casuística acerca da violência contra a mulher no município de Cassilândia evidenciou que, em 2007, houve 105 registros policiais por agressões, dos quais 78% foram praticadas contra o sexo feminino (dados fornecidos pela Delegacia de Polícia Civil do município). 
Em uma pesquisa realizada nesse mesmo município em 2007, com 25% da população feminina (n=1978 mulheres), constatou-se que: 59% das mulheres tinham conhecimento da existência de violência física; 27% destas disseram que já tinham sido vítimas de violência doméstica e, o que é mais preocupante é que este grupo representava 49% da população entrevistada, o equivalente a 970 mulheres. Portanto, 271 mulheres desse grupo afirmaram terem sido vítimas de violência doméstica. Entre estas, apenas 21% denunciaram a violência ocorrida4.
Pela análise das fichas de notificação de violência em 2010 que foram disponibilizadas pelo setor de estatística da Secretaria Municipal de Cassilândia, cerca de 22% dos casos de violência doméstica relatados em nível municipal foram oriundos da área de abrangência da ESF “Dr. Arcely de Castro”, sendo que os principais agressores encontrados foram cônjuge ex-cônjuge, namorado, filhos, desconhecidos, ex-namorados. Foi observado que de 58 casos, 36 (11 destes na referida ESF) estavam relacionados ao uso de bebida alcoólica. 
Além disso, cabe salientar que a 3ª causa de morte no município de Cassilândia é relacionada a fatores externos (dentre estes, a violência contra a mulher), ficando aquém apenas das doenças cardiocirculatórias e neoplasias. Tal fato coloca a problemática da violência à mulher como foco de intervenções de saúde que possam minimizá-la. 
Considerando-se sua frequência e o impacto que esse tipo de violência inflige sobre as vítimas e também sobre suas famílias, nota-se que pouco se faz para prevenção/educação/promoção de saúde relativas a esse agravo. 
Uma das maneiras para que se inicie um trabalho de educação em saúde que contemple essa demanda, seria através do estímulo à capacitação dos profissionais da ESF “Dr. Arcely de Castro Paulino” para o diagnóstico dealguns fatores de risco relacionados à violência contra a mulher (presentes na área de abrangência) e também para o rastreamento de possíveis vítimas.
O objetivo desse estudo foi de elaborar um vídeo que será utilizado como metodologia de ações de educação em saúde direcionadas aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) da ESF “Dr. Arcely de Castro Paulino” (Cassilândia, MS), que estão envolvidos na atenção à saúde de mulheres vítimas de violência.
2. OBJETIVO:
- Elaborar um vídeo que será utilizado como metodologia de ações de educação em saúde direcionadas aos ACS da ESF “Dr. Arcely de Castro Paulino”, que estão envolvidos na atenção à saúde de mulheres vítimas de violência.�
3 MÉTODO
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ATENDIDA PELA ESF 
A ESF “Dr. Arcely de Castro Paulino” localiza-se à Rua Valdivino de Freitas, s/n, Vila Izanópolis – Cassilândia/MS. Abrange os bairros Bom Jesus, Boa Vista, Jardim Eduardo, Jardim Moreninha e Vila Izanópolis. Possui 707 famílias cadastradas.
A Figura 1 apresenta os determinantes sociais relativos ao processo saúde-doença presentes nessa área de abrangência que influenciam o problema da violência.
	DETERMINANTES
	QUANTIDADE
	DESCRIÇÃO
	REFLEXOS SOBRE OS CASOS DE VIOLÊNCIA
	
Caracterização da População
(com mais de 10 anos) 
	859 mulheres
877 homens
	Donas de casa (367) ou secretárias do lar (89); renda média de 01 Salário Mínimo (SM).
Funcionários públicos (99), trabalhadores do frigorífico (66), lavradores (75), autônomos (66), e prestadores de serviços diversos como diaristas, carpinteiros (213); renda média de 1 a 2 SM.
	
Dependência econômica, carência de recursos familiares, superioridade masculina e responsabilidade pelo cuidado familiar.
“Machismo”(modelo cultural de masculinidade), dominação masculina; relação de poder (submissão) aceitada pelas mulheres.
Essas situações são acentuadas pelo analfabetismo.
 
Estudos experimentais (Fagan, 1990, 1993) mostram que o abuso de álcool pode ser responsável pelo aumento da agressividade entre os usuários. Há evidências de que a cocaína, barbitúricos, anfetaminas e esteróides têm propriedades que motivam comportamentos e ações violentas.
As associações e igrejas deveriam ser formadores de opiniões, oferecendo apoio social e resgatando membros da comunidade em situação de risco.
A falta de infraestrutura e o pequeno contingente policial implicam dificuldades de atuação no combate à criminalidade e facilidades aos agressores e usuários de álcool e drogas.
	Taxa de Analfabetismo
	142 indivíduos
	Gênero feminino: 87
Gênero masculino: 55 
	
	Alcoólatras 
	61
	Gênero feminino: 11
Gênero masculino: 50
	
	Usuários de Drogas
	31
	Gênero feminino: 03
Gênero masculino: 28
	
	Pontos de Venda de Drogas
	13
	8 bares
05 residências
	
	Comércio de Bebida Alcoólica
	20
	4 supermercados
16 bares
	
	
Associação de Bairro
Núcleo de desenvolvimento comunitário
	
01
01
	
Estão desativados; existem sómente formalmente, mas não exercem atividades práticas, não realizam trabalhos em prol da comunidade.
	
	Igrejas
	09
	Atingindo, em média, 500 pessoas da comunidade
	
	Falta de Infraestrutura 
	Não se aplica
	Ausência de asfalto, iluminação, saneamento básico
	
	Polícia Militar
Polícia Civil 
	01 Batalhão
01 Delegacia 
	Pouco contingente de pessoal, demora no atendimento à população.
	
Figura 1 – Determinantes sociais da ESF Dr. Arcely de Castro Paulino, Cassilândia (MS).
3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS PARTICIPANTES 
Esse vídeo corresponde a apenas uma das etapas de um amplo projeto de intervenção realizado junto à Equipe da ESF “Dr. Arcely de Castro Paulino” entre agosto/2010 à setembro/2011. 
Desse modo, servirá como instrumento de educação/mobilização/sensibilização dos Agentes Comunitários de Saúde – ACS (n = 05) para a problemática relativa à violência presente na área de abrangência atendida por estes profissionais, que representam o elo entre a comunidade e a equipe de saúde. 
Verificou-se a necessidade de uma atuação inicial sobre o processo de educação em saúde dos ACS, enfatizando os vários fatores envolvidos com a violência na área de abrangência de nossa ESF, para que os mesmos fossem capacitados para um melhor enfrentamento desse agravo, principalmente no que se refere ao diagnóstico de situações de risco e à importância da prevenção/limitação dos danos causados nesses casos. 
Nesse sentido, o vídeo serviu para que os ACS refletissem sobre a importância de seu papel como membros da equipe de ESF para o controle desse importante problema de saúde (a violência), tão comum à população adscrita à área de abrangência dessa equipe de ESF. 
3.3 ELABORAÇÃO DO VÍDEO:
As imagens utilizadas foram provenientes da internet e os dados foram obtidos da OMS, OPAS, VIVA e a partir do SIAB e do Departamento de Vigilância e Estatística Municipal de Cassilândia (MS). Foram utilizados também fotografias e vídeos produzidos pelos membros da equipe de saúde, com a permissão destes.
Inicialmente, montou-se a parte escrita no programa Power-Point ® (Microsoft Corporation, EUA) e a seguir imagens alusivas ao texto foram capturadas na internet e inseridas na apresentação. Paralelamente, as atividades realizadas na ESF (reuniões da equipe, visitas domiciliares, capacitação da equipe, encontros com parceiros, fotos dos parceiros) e com os parceiros locais (Cras, Policia Civil e Militar, Conselho Tutelar, Promotoria, Nasf, Caps) contra a violência foram fotografadas e/ou filmadas para posteriormente serem utilizadas na produção do vídeo. 
O vídeo foi produzido com a ajuda de um técnico de informática, no programa EDIUS, onde, de acordo com o Power-Point ® montado, realizou-se a montagem das fotos e legendas animando-as em um determinado tempo (5 segundos), inserindo-se posteriormente, o áudio.
4 RESULTADO
O resultado desse trabalho é um vídeo de educação em saúde que foi utilizado junto aos ACS da ESF “Dr. Arcely de Castro Paulino” (Cassilândia, MS), o qual está disponível em DVD, junto á capa posterior desse manuscrito.
	
5 DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA
	Esse vídeo faz parte de um projeto de intervenção maior (APÊNDICE 01), desenvolvido pela ESF “Dr. Arcely de Castro Paulino” em parceria com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para minimizar a violência na área de abrangência dessa unidade de ESF.
 	O objetivo primordial do vídeo foi facilitar o processo de educação em saúde dos profissionais dessa equipe de ESF, procurando sensibilizar e fazer com que estes sejam agentes transformadores a cerca da violência em sua área adscrita. 
Além disso, tal instrumento serviu como ferramenta educativa para que atingíssemos uma das metas do pacto pela saúde, de ampliar a cobertura da ficha de notificação/investigação de violência doméstica, sexual e/ou outras violências, influenciando assim nas ações de promoção de saúde veiculadas a essa população, o que concorda com o estudo Candeias (1997), o qual evidenciou que, por se tratar de um conceito amplo, a promoção da saúde engloba a educação em saúde, a qual compreende as experiências de aprendizagem orientadas para a facilitação de ações voluntárias conducentes à saúde (Candeias, 1997)5.
	Com a utilização desse método educativo, procuramos estabelecer uma estratégia de educação em saúde e de prevenção da violência que fosse mais produtiva, dinâmica, prática e capaz de fazer com que os profissionais de saúde (em sua maioria os ACS), compreendessem os fatores de risco e os fatores potencializadores de violência contra a mulher. 
Percebemos que, sendo mais realistas e até certo ponto mais apelativos no que se refere ao agravo da violência contra a mulher em nossa área de abrangência, seríamos mais eficazes na sensibilização dos mesmos em relação à importância de seu trabalho e de suas funções enquanto agentes sociais que também devem estaratentos para a identificação de situações de risco e na proposição de ações em relação à violência contra a mulher. 
O vídeo contempla a idéia da atenção universal, equânime e integral à saúde que, tem como uma de suas idéias norteadoras a melhoria qualitativa dos serviços ofertados, a democratização do conhecimento, a utilização dos recursos humanos não especializados e de tecnologia simplificada, o que concorda com Brasil (1997; 1999)6,7.
Após a profissionalização do ACS, notamos a necessidade de formas mais abrangentes e organizadas de aprendizagem, adotando uma ação educativa crítica, baseada na realidade prática e que acompanhe a evolução tecnológica e das ciências relacionadas à saúde, possibilitando aos mesmos que consigam desenvolver o conceito de competência, articulando conceitos, habilidades e atitudes ( Brasil, 1999)7 relacionadas à situação de violência contra a mulher. 
Assim, a finalidade da ação educativa proposta foi desenvolver no indivíduo e no grupo a capacidade de analisar criticamente a sua realidade, de decidir ações conjuntas para resolver problemas e modificar situações; de organizar e realizar ação, e de avaliá-la com espírito crítico. 
O vídeo ilustrou a mensagem, de maneira eficiente, satisfazendo o nível de aspiração do público a que se dirigiu estando alicerçado em bases epidemiológicas sólidas, esclarecendo sobre os riscos, as condições e as formas de lidar relacionadas ao agravo.
Para além, abordou o reconhecimento dos órgãos públicos e privados envolvidos, e as ações e atribuições que estão em curso para o controle da violência contra a mulher em nosso município. Tais características implicaram forte alicerce e um tom fidedigno e apelativo à realidade problematizada.
Nas reuniões realizadas na unidade de saúde para capacitação/educação dos ACS, uma reclamação constante e pertinente destes diz respeito à maneira como a mesma se realizava: sendo sempre muito “falada”, difícil de “guardar na mente, na cabeça”. 
Com essa metodologia (vídeo), isso foi transposto, pois “o que se fala se esquece, mas o que se vê se lembra, se guarda”. 
Outro ponto a se destacar, é a violência como “situação muito estressante”, “delicada de se lidar”, segundo a opinião dos ACS, pois quando não vive essa realidade, fica difícil abstrair a respeito do assunto, o que denota a importância do vídeo como agente ilustrador do problema, o que concorda com Gazinelli et al.(2005;p.5)8, os quais destacaram que:
 “...Hoje sabe-se que há um trabalho educativo a ser feito, que extrapola o campo da informação, ao integrar as considerações de valores, costumes, modelos e símbolos sociais que levam a formas específicas de condutas e práticas”.
Em roda de conversa realizada com os ACS após assistirem ao vídeo e fazermos a discussão sobre o assunto, os mesmos afirmaram que: 
 “... esse vídeo foi uma coisa rápida mas que vai ficar em nossa mente por muito tempo, a gente já sabia muita coisa, mas esquece, agora acho que nos lembraremos das imagens e sofrimentos vistos nos vídeo.”(ACS 1).
 “O vídeo esclarece bem o que temos que fazer e como podemos reconhecer as mulheres que sofrem violência sem ficar com lenga-lenga ...”(ACS 2).
 “... esse método prende a atenção, nos deixa preocupados em querer ajudar, diminuir o sofrimento dessas mulheres... deveria ser passado para todos os ACS e para os outros profissionais.” (ACS 3). 
“Acho que agora vou conseguir trazer mais casos para a unidade...o vídeo me esclareceu dúvidas principalmente quando mostrou os sinais de alerta e como agir com a família e com as mulheres, quais orientações poderei oferecer..Acho que os outros profissionais da equipe precisariam também ser capacitados para dar continuidade ao nosso serviço.”(ACS 3) 
“Acho que agora consigo enxergar quem são essas mulheres em risco e quais as famílias deverei ficar mais atento para a ocorrência da violência. Achei o vídeo muito bom pois é rápido, fácil de entender e quando paramos para discutir as coisas ficam muito mais claras e objetivas para o nosso dia a dia. Por que você não faz uma adaptação e passa para os pacientes na sala de espera?”(ACS 4).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Ao utilizarmos o vídeo como estratégia de educação em saúde, notamos que atingimos nosso principal objetivo, que era o de desenvolver no ACS o senso de responsabilidade social, compromisso e solidariedade, que deve ser inerente ao desempenho de sua função, enfocando, nesse caso, a violência contra a mulher, tão prevalente na área de abrangência da ESF à qual pertencemos.
	O vídeo se mostrou motivador, segundo opiniões dos próprios ACS, contribuindo para diminuir a tensão e ansiedade dos ACS tanto com a equipe, quanto com a comunidade. Nesse sentido, esse instrumento facilitou a apropriação, pelo ACS, das ferramentas adequadas e necessárias para lidar com os problemas de violência contra a mulher. 
Em decorrência disso, paulatinamente percebemos uma melhora significante no trabalho de abordagem das famílias/pessoas, no reconhecimento dos determinantes das condições de violência e, principalmente na busca da cidadania para as mulheres vítimas de violência, através da preocupação deles para que todas as pessoas entendam a violência e ajudem a denunciá-la.
7 REFERÊNCIAS
Ipas Brasil. Projeto Amparo. Porto Velho, Brasil; 2003 ( capturado em 05 de outubro de 2010) Disponível em: http://www.ipas.org.br/amparo.html
Mota JC. Violência contra a mulher praticada pelo parceiro íntimo: estudo de um serviço de atenção especializada. Rio de Janeiro; 2004 ( Curso de Saúde Pública - Mestrado) Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca . ( capturado em 10 de novembro de 2010). Disponível em: http://thesis.icict.fiocruz.br/lildbi/docsonline/pdf/motajcm.pdf 
Mota JC, Vasconcelos AGG; Asis SG. Análise de correspondência como estratégia para descrição do perfil da mulher vítima do parceiro atendida em serviço especializado. Ciênc. saúde coletiva vol.12 n.3 Rio de Janeiro Maio/Junho; 2007. (capturado em 10 de novembro de 2010). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232007000300030&script=sci_arttext 
Calças, AQP. Relatório de Análise da Pesquisa sobre Violência Doméstica em Cassilândia/MS, 2008.
Candeias, NMF. Conceitos de Educação e de Promoção Em Saúde: Mudanças Individuais e Mudanças Organizacionais. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 209-213, 1997.
Brasil, Ministério da Saúde. Programa Comunidade Solidária. Programa de Agentes Comunitários de Saúde. Brasília, 1997. – Descrição da experiência, Brasil 1997.
Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Manual para a Organização da Atenção Básica. Brasília, 1999 a – Descrição da experiência, Brasil 1999
Gazzinelli, MF; Gazzinelli, A; Reis, DC e  PENNA, CMM. Educação em saúde: conhecimentos, representações sociais e experiências da doença. Cad. Saúde Pública [online]. 2005, vol.21, n.1, pp. 200-206. ISSN 0102-311X. (capturado em 12 de janeiro de 2011). Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/csp/v21n1/22.pdf�
APÊNDICE 1
PLANEJAMENTO EM SAÚDE – VIOLÊNCIA 		ESF “Dr. ARCELY DE CASTRO” - 2011
	MÊS
	AÇÕES A SEREM REALIZADAS
	OBJETIVO DA AÇÃO
	DIA / ATIVIDADES A SEREM EXECUTADAS
	PARCEIROS
	LOCAL
	JANEIRO
04/01
07/01
E
14/01
Durante todo o mês
	
SENSIBILIZAR
 EQUIPE DE ESF, ACS 
SENSIBILIZAR E INFORMAR A POPULAÇÃO
MAPEAR –IDENTIFICAR FAMÍLIAS/PESSOAS DE RISCO
	- Sensibilizar os componentes da ESF e ACS para aimportância de trabalhar o tema violência 
- Levar conhecimento sobre o assunto e alertar para os perigos do uso de álcool e drogas
- Facilitar acesso, Identificar áreas e situações de maior risco para ações pertinentes 
	- Inicio Curso Supera para toda a equipe ESF – 120h
- 04 - Filme e Roda de Conversa: Equipe ESF e NASF
- 7 e 14 - 2 Apresentações de Teatro para sensibilizar pop. Do que é violência
-Durante todo o mês – Realizar mapeamento das residências onde ocorreram violência e onde há usuários de álcool e drogas – detectar famílias e risco – questionario e conhecimento pessoal do ACS
- Construir o mapa da área com alfinetes coloridos mostrando os locais detectados pelos ACS como de risco.
	Senad
Equipe ESF + NASF
Núcleo de PS
ACS e enfermeira
ACS + Enf.
	Via Internet
Unidade de Saúde
Na comunidade (Área de Abrangência)
Área De Abrangência da ESF + Unidade de Saúde
Unidade de Saúde
	MÊS
	AÇÕES A SEREM REALIZADAS
	OBJETIVO
	DIA / ATIVIDADES A SEREM EXECUTADAS
	PARCEIROS
	LOCAL
	FEVEREIRO
14 A 18/02
24/02
	
CAPACITAR PROFISSIONAIS
	Fazer com que todos os membros da Equipe sejam capazes de realizar uma abordagem e aconselhamento sem riscos para os familiares do agressor, para os proprios profissionais e para que consiga aconselhar o que fazer à estas famílias e ao agressor/usuário 
Realizar ações de envolvimento comunitário visando - Promover a inclusão da família e pessoas envolvidas na violência ao meio que a cerca, Promover a troca de experiências, Emponderar
	- 14-18 – Capacitação através de palestra e discussão de casos e dramatização sobre abordagem da pessoa que sofre violência + abordagem do usuário de álcool e drogas
24 – Reunião com HÁ e DIA(micro 1 E 2) – Atividade física + postura e respiração + Prevenção em saúde bucal
	NASF + CAPS + Promotoria +Equipe ESF
Dentista + Ed. Físico + Fisioter. +
Lanche SMS
	NASF
Local da Comunidade das microáreas 1 ou 2 escolhido pelos ACS
	MÊS
	AÇÕES A SEREM REALIZADAS
	OBJETIVO
	DIA / ATIVIDADES A SEREM EXECUTADAS
	PARCEIROS
	LOCAL
	MARÇO
De 01/03 até final de julho para avaliação e depois contínuo
01 a 04/03
	TREINAMENTO
PARENTAL
ACOMPANHAMENTO DOMICILIAR
ASSISTÊNCIA E ACONSELHAMENTO
INFORMAR
	As famílias produzem e reproduzem cultura e mentalidade, atitudes e comportamentos.
Aproximar-se dos valores culturais e necessidades de cada núcleo familiar.
Estimular a resiliência e o emponderamento
- Levar conhecimento sobre o assunto e alertar para os perigos do uso de álcool e drogas
	01 – até final de julho - visitas às famílias de usuários de álcool e drogas, famílias onde houve(há) violência, muito baixa renda, familias com conflito ou instabili// no casamento
- 01 até final de julho para avaliação e contínuo - Assistência e Aconselhamento na unidade 
01- 04 – Reunião em sala de espera – Perigos do carnaval – Violência + álcool e drogas + DST e gravidez
Distribuição de folders e preservativos
	ACS + Equipe ESF
Médico + enf. + Equipe ESF
	Na comunidade – Área de Abrangência
	
Unidade de Saúde
	MÊS
	AÇÕES A SEREM REALIZADAS
	OBJETIVO
	DIA / ATIVIDADES A SEREM EXECUTADAS
	PARCEIROS
	LOCAL
	ABRIL
01/04 ATÉ JULHO
01/04 ATÉ FINAL DE JULHO
14/04
27/04
	AVALIAÇÃO DE RISCO POR ENTREVISTA
TERAPIA FAMILIAR
INDIVIDUAL 
TERAPIA FAMILIAR COLETIVA
	- Interromper o uso de drogas antes que se torne um problema crônico
- Acolher, aconselhar e encaminhar adequadamente o usuário ao tratamento 
Melhorar a forma como os familiares lidam com os problemas; facilitar a expressão dos sentimentos, questões, medos; ensinar resolução de problemas e habilidades de prevenção
	01 até julho- Iniciar aplicação de entrevista na pré consulta, através do questionário do Curso SUPERA para intervenção breve e encaminhamento apropriado
01 até final de julho para avaliação e contínuo - Terapia Familiar Individual
14 - 1ª Terapia Familiar Coletiva -Teatro – “Lidando com problemas”
27 – Reunião HÁ e DIA (micro 03 + 04 + 05) - Atividade física + postura e respiração+ Prevenção em saúde bucal 
	Enfermeira + Auxiliar
Nasf = psicóloga
Equipe ESF + Núcleo de PS + Nasf = psicologas
Dentista + NASF – Prof. Ed. física + Fisioter. + Lanche SMS
	Unidade de Saúde
NASF
A definir – Unidade de Saúde ou Comunidade
Local da Comunidade das microáreas 3, 4 ou 5 escolhido pelos ACS
	MÊS
	AÇÕES A SEREM REALIZADAS
	OBJETIVO
	DIA / ATIVIDADES A SEREM EXECUTADAS
	PARCEIROS
	LOCAL
	MAIO
06/05
10/05
	
TERAPIA FAMILAR COLETIVA
SESSÃO DE CINEMA
PARA ADOLESCENTES
	
Enponderar + Promover diálogo sobre o assunto
	
06 - 2ª Terapia Familiar Coletiva
- Teatro – “Medos”
10 – Cinema para Adolescentes
	
Equipe ESF + Núcleo de PS + Nasf= psic
NASF + Equipe ESF
	
A definir – Unidade de Saúde ou Comunidade
Unidade de Saúde
	JUNHO
27 A 29/06
29/06
	
GINCANA NA ESCOLA
E
FESTA JUNINA
	- Promover a inclusão da família e pessoas envolvidas na violência ao meio que a cerca(escola, comunidade, trabalho)
	Gincana com pais e filhos Da escola São José
Encerramento da gincana na festa junina
	Equipe ESF + Equipe Nasf
Equipe ESF + NASF + escola
	Escola São José
Em Frente Unidade de Saúde
	JULHO
	SESSÃO DE CINEMA
PAIS E FILHOS
PIC NIC NA PRAÇA
	
Promover a inclusão da família e pessoas envolvidas na violência ao meio que a cerca(escola, comunidade, trabalho)
	09- Cinema na unidade com tema envolvendo a família, violência
23 – Lanche na praça envolvendo atividades de lazer
	NASF + Equipe ESF
Nasf + Esquipe ESF + Comunidade
	Unidade de Saúde
Parque Elza Vendrame
	MÊS
	AÇÕES A SEREM REALIZADAS
	OBJETIVO
	DIA / ATIVIDADES A SEREM EXECUTADAS
	PARCEIROS
	LOCAL
	AGOSTO
	FECHAMENTO DE DADOS
E
REUNIÃO AVALIATIVA
	
	01 A 12 – Aplicar questionário sobre ações realizadas à população
15 – Condensar resultados:
- N. ações realizadas
- N. de participantes
- Questionário
23 – Reunião Avaliativa equipe ESF + NASF
	ACS + Núcleo de PS
Enferm. + NASF
Equipe ESF + NASF
	ÁREA de Abrangência
NASF
NASF

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