Buscar

ANNE FRANK LETÍCIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Colégio Estadual Presidente Kennedy
Professora: Soraya Rosa 8º A
Nome: Emanuelle Goulart Nº : 04 e Letícia Coitim Peretti Nº :21
Transformação das páginas 86 até 90 do livro “O Diário de Anne Frank” em texto teatral :
ANNE FRANK: Segunda-feira,6 de dezembro de 1943
(Ela faz uma pausa para pensar no que vai escrever)
ANNE FRANK: Querida Kitty, Com a aproximação do dia de São Nicolau, ninguém pode deixar de recordar a linda cesta enfeitada do ano passado, e eu, especialmente, achei que seria muito sem graça não fazer nada este ano. Pensei muito no assunto até inventar uma coisa, e uma coisa muito engraçada.
Consultei Pim, e há uma semana começamos a compor uma pequena poesia para cada pessoa.
FLASHBACK 
(Domingo à noite – faltavam quinze para as oitos – Pim e Anne aparecem lá em cima carregando uma enorme cesta de lavadeira toda enfeitada de figurinhas e laços de papel carbono rosa e azul. A cesta estava coberta por uma enorme folha de papel pardo, no qual estava pregada uma carta. Todos ficaram realmente espantados com o tamanho da surpresa que ali vinha embrulhada.)
ANNE FRANK: (Anne apanha a carta e começa a ler)
ANNE FRANK: Eis que São Nicolau chega de novo Diferente, porém, da última vez. Não podemos celebrá-lo com festas Como fizemos no ano passado. Nossas esperanças eram muitas, então, E os otimistas pareciam ter razão Ninguém supunha que este ano O receberíamos ainda às escondidas. Mesmo assim, alegremo-nos no seu dia E como não temos nada para ofertar Queiram todos, por favor, Dentro de seus sapatos olhar.
(Cada um tirou um sapato seu de dentro da cesta. Dentro de cada sapato havia um pequeno embrulho com o endereço do dono)
TODOS: (Risos)
ANNE FRANK: Sua Anne
(Anne começa a escrever sobre seu dia )
ANNE FRANK: Quarta-feira, 22 de dezembro de 1943.Querida Kitty, uma gripe fortíssima impediu-me de escrever a você até o dia de hoje. Não imagina como é horrível ficar doente, aqui. 
(Ela se lembra de como era difícil tossir)
ANNE FRANK: enfiava a cabeça debaixo das cobertas para abafar o ruído. Em geral, o resultado não era dos melhores, e a coceira na garganta continuava;
(Anne se lembra das tentativas de cura)
ANNE FRANK: leite com mel, açúcar, pastilhas, tudo foi tentado. Chego a ficar zonza, quando me lembro da quantidade de curas que experimentaram em mim. Suadores, compressas, toalhas molhadas no peito, toalhas secas no peito, bebidas quentes, gargarejos, pinceladas na garganta, repouso absoluto, travesseiros extras para aquecer, bolsas de água quente, limonadas e, ainda por cima, termômetro de duas em duas horas. Será que alguém sara com todas essas coisas? O pior de tudo foi o sr. Dussel querendo bancar o doutor
(Anne se irrita ao lembrar do sr.Dussel)
ANNE FRANK: Ele deitou a cabeça grisalha em meu peito nu para ouvir os ruídos que vinham lá de dentro! O cabelo dele me incomodava tremendamente, mas não era só isso; é que fiquei um bocado encabulada, apesar de ele ter estudado medicina há trinta anos e possuir título de doutor. Que idéia a desse sujeito, vir deitar-se em meu coração! Não é meu namorado nem nada! Além do mais, jamais poderia saber se estou doente ou não, lá por dentro; seus ouvidos devem estar precisando de uma boa lavagem, pois está surdo feito uma porta! Mas chega de doença. 
(Ela se acalma e muda de assunto)
ANNE FRANK: Já estou em ponto de bala outra vez, cresci um centímetro, engordei um quilo, continuo pálida, mas com muito apetite de novos conhecimentos. Não tenho grandes novidades para lhe contar. Para variar, estamos nos dando bem. Não têm havido brigas — acredite que há meio ano não gozávamos de tanta paz nesta casa. Elli continua isolada de nós. Recebemos, no Natal, óleo extra, doces e xarope, mas o presente mais bacana foi um broche feito de uma moeda de dois centavos e meio e que brilha que é uma maravilha. É lindo, mas indescritível. 
FLASHBACK
SR. DUSSEL : -Miep, pode me fazer um lindo bolo para que eu o ofereça para a sr. Frank à sra. Van Daan ?
MIEP: -Claro, com muito prazer!
ANNE FRANK: Com todo o trabalho que ela tem, ainda fazer mais isso! Eu também tenho uma coisa para Miep e Elli. Sabe, durante dois meses economizei o açúcar de meu mingau e, com o auxílio do sr. Koophuis, quero que o transformem em fondants. O tempo está chuvoso, o fogão cheira mal e a comida pesa no estômago de todos nós, provocando ruídos estranhos em todas as direções. A guerra não progride. Nosso moral está podre. Sua Anne
(Anne abre seu diário e começa a escrever)
ANNE FRANK: Sexta-feira, 24 de dezembro de 1943. Querida Kitty, Já lhe escrevi, certa vez, como o clima aqui reinante nos afeta a todos. Creio que no meu caso o problema está se agravando sensivelmente. "Himmelhoch jauchzend und zum Tode betrübt [14]" serve perfeitamente para mim. Sinto-me Himmelhoch jauchzend, se penso como somos felizes aqui em comparação com outras crianças judias, e zum Tode betrübt, se acontece como hoje, por exemplo (Anne se lembra de quando a sra. Koophuis foi visitá-los)
FLASHBACK
SRA. KOOPHUIS:-Olá, como estão?
EDITH FRANK:- Estamos bem na medida do possível, e como a senhora está ?
SRA. KOOPHUIS: - Estou bem, então, alguma novidade ?
SRA. VAN DAN:- É meio difícil ter novidades morando nesse lugar
OTTO FRANK: - Mas e a senhora, alguma novidade?
SRA. KOOPHUIS: - Nada de extraordinário
ANNE FRANK: - Conte-nos sobre sua filha Corry
SRA. KOOPHUIS: - Claro! Corry este em um clube de hóquei, ela gosta muito 
SR. VAN DAN: - Que maravilha! É ótimo para a saúde praticar exercícios físicos 
SRA. KOOPHUIS: - Concordo plenamente, fora isso ela esta participando de várias competições de barco e também entrou para o teatro, fez muitos amigos. 
ANNE FRANK: - Que coisa boa!
ANNE FRANK: Não sei se tive ciúmes de Corry, só sei é que senti uma vontade enorme de me divertir à beça, rir até minha barriga doer, nem que fosse uma só vez. Esta época do ano é especialmente linda, com os feriados de Natal e Ano-Novo, e nós trancafiados aqui dentro como párias da sociedade! Olhe, sinceramente eu não deveria escrever isto, parece até ingratidão, eu sempre exagero tudo. Mesmo assim, pense de mim o que quiser, não posso guardar comigo tudo o que sinto, e por isso relembro as palavras que escrevi no início deste diário: "o papel é paciente". Quando chega alguém lá de fora com as roupas batidas pelo vento e o rosto gelado, minha vontade é esconder a cabeça nos cobertores para não pensar: "Quando nos concederão o privilégio de respirar ar fresco?" Sei que meu dever não é esconder a cabeça nas cobertas, e sim, ao contrário, levantá-la bem alto e ser corajosa. Mas não consigo evitar esses pensamentos, e eles voltam não uma vez só, mas vezes sem conta. Acredite no que lhe digo; se você ficasse trancada durante um ano e meio, tenho a certeza de que sentiria, muitas vezes, que era demasiado. Apesar de toda a gratidão que devemos sentir, não se pode esmagar os sentimentos. Andar de bicicleta, dançar, assobiar, olhar o mundo, ser jovem e livre — é isso o que mais desejo; porém não o posso demonstrar porque — penso nisso muitas vezes — se nós oito começássemos a ficar com pena de nós mesmos e a andar com caras infelizes, onde é que iríamos parar? Às vezes pergunto a mim mesma: "Será que alguém, judeu ou não, compreenderia que sou apenas uma mocinha com uma necessidade terrível de se divertir pra valer?" Não sei, nem poderia falar dessas coisas para ninguém, pois sei que começaria a chorar. E chorar alivia tanto! Apesar de todas as minhas teorias e esforços, cada dia sinto mais falta de uma mãe de verdade, que me entenda. Por isso, tudo o que faço ou escrevo é pensando na Mumsie [15] que quero ser para meus filhos, mais tarde. Uma Mumsie que não levasse tão a sério o que os outros dizem, mas que levasse a sério o que eu digo. Já reparei, embora não saiba explicar como, que a palavra "Mumsie" diz tudo, tudo. Sabe o que descobri? Que para ter a sensação de chamar mamãe de algo parecido com Mumsie, chamo-a, muitas vezes, de Mum e até de Mums, que é a Mumsie incompleta. Gostariade chamar mamãe de Mumsie, mas não sei se ela iria compreender. Agora chega de falar nisso. Escrevendo, dissipou-se um pouco meu zum Tode betrübt. Sua Anne. 
(Anne se recorda de seu pai e começa a escrever)
ANNE FRANK: Sábado, 25 de dezembro de 1943. Querida Kitty ,Durante estes dias, agora que chegou o Natal, penso muito em Pim e no que ele me disse sobre o amor de sua juventude. O ano passado não compreendi o sentido de suas palavras tão bem como agora. Se ele tornasse a falar comigo, talvez eu pudesse mostrar que o compreendo. Creio que Pim falou nisso porque ele, "que conhece o segredo de tantos corações", teve necessidade de expressar seus próprios sentimentos, uma vez na vida. Sim, porque de outra forma, Pim jamais fala de si mesmo, e não creio que Margot tenha idéia do que ele passou. Pobre Pim! A mim ele não engana que já esqueceu tudo! Disso ele nunca há de esquecer. Tornou-se muito tolerante. Espero tornar-me um pouco parecida com ele, sem ter de passar por tudo o que ele passou. Sua Anne. 
(Anne escreve sobre a noite de Natal)
ANNE FRANK: Segunda-feira, 27 de dezembro de 1943. Querida Kitty, Sexta-feira à noite, pela primeira vez na vida, ganhei um presente de Natal. Koophuis, Kraler e as meninas prepararam uma linda surpresa. Miep fez um bolo de Natal muito bonito, no qual estava escrito "Paz, 1944". 
FLASHBACK
ELLI:- Tenho um presente para você, Anne
ANNE FRANK: - Muito obrigada, Elli! São os mesmos que eram feitos antes da guerra, que maravilha!
PETER VAN DAN:- Olhe só! Margot, você e eu recebemos cada um uma garrafa de iogurte, Anne
MARGOT FRANK: - E os adultos uma de cerveja
ANNE FRANK: Todos os presentes foram arranjados com muito gosto e enfeitados com figurinhas. Fora isto, o Natal passou muito depressa, para nós. Sua Anne. 
(Anne se senta em seu quarto e conta sobre sua avó e Lies)
ANNE FRANK: Quarta-feira, 29 de dezembro de 1943. Querida Kitty, Ontem à noite senti-me outra vez muito infeliz. Tornei a lembrar-me de vovó e de Lies. Vovó, querida vovó! Como não compreendemos o quanto sofria e como era boazinha. Além de tudo, ela guardou consigo um segredo terrível, o tempo todo. Como vovó sempre foi boa e leal! Nunca decepcionou a nenhum de nós. Mesmo quando eu fazia a maior travessura, ela estava sempre do meu lado. 
FLASHBACK
EDITH FRANK: - Anne Frank, você não poderia ter feito uma coisa dessas!
VOVÓ: -Se acalme, é coisa de criança.
ANNE FRANK:Vovó, você gostava mesmo de mim ou será que você também não me compreendia? Não sei. Ninguém jamais se abria com vovó. Como deve ter-se sentido solitária apesar da nossa presença! Uma pessoa pode sentir-se isolada, mesmo sendo amada por muita gente, só pelo fato de não ser a "única" de ninguém. E Lies, será que ainda está viva? Que fará ela? Oh, meu Deus, protegei-a, trazei-a de volta para nós. 
(Anne se compara a Lies)
Lies, vejo em você, o tempo todo, o que me poderia ter acontecido; vejo-me constantemente em seu lugar. Por que, então, sentir-me infeliz com as pequenas coisas que acontecem aqui? Devia estar sempre alegre, contente e feliz, a não ser quando penso nela e em seus companheiros de infortúnio. Sou egoísta e covarde. Por que sonhar e pensar sempre nas coisas mais horrendas? No meu medo, tenho ímpetos de gritar com todas as minhas forças, pois apesar de tudo não tenho bastante fé em Deus. Ele me dá tanto! — e eu não mereço nada — e, mesmo assim, cometo erros todos os dias. Se me ponho, então, a pensar em meus semelhantes, morro de vontade de chorar. Dá para chorar o dia todo. Só nos resta rezar, pedir a Deus que realize um milagre e salve alguns deles. Espero estar rezando bastante. Sua Anne.

Continue navegando