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17/03/2019 1 CONTROLE MOTOR E COORDENAÇÃO MOTORA UNINASSAU – JOÃO PESSOA CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA CONTROLE MOTOR O comportamento motor evolui a partir de um complexo conjunto de processos neurológicos e mecânicos que determinam a natureza dos movimentos. 17/03/2019 2 CONTROLE MOTOR Centros mais elevados (córtex associativo) – desenvolvem o plano ou estratégia para o movimento. Centros médios (gânglios da base, cerebelo e córtex sensoriomotor) – elaboram o plano reunindo os movimentos e posturas necessários. CONTROLE MOTOR Centros Inferiores (medula espinhal) – propiciam informações acerca do ambiente e desempenho, e traduzem o plano em ações musculares específicas. Obs: os movimentos são ainda modificados pela atividade do reflexo de estiramento. 17/03/2019 3 CONTROLE MOTOR O controle motor pode ser divido em três níveis: voluntário, automático e involuntário. Esse tipo de movimento, no qual a produção e a execução do movimento são planejadas de forma consciente e controlada, é dividido em três níveis: planejamento, tático e execução. CONTROLE MOTOR Ativação da zona pré-motora (que planeja o gesto) potencial de ação para o córtex sensório-motor tálamo núcleos da base (há divergência do sinal para o cerebelo e para o tronco cerebral) medula espinal músculo (via motoneurônio) contração muscular. 17/03/2019 4 Movimento automático: É coordenado a partir da área motora e ocorre quando os movimentos já foram muito aperfeiçoados, não necessitando de planejamento para serem realizados. Quando o gesto motor é estruturado e automatizado, constitui um programa motor ou engrama: Movimento involuntário: não necessita de controle cortical, pois ocorre ao nível medular. São movimentos reflexos, divididos em três tipos: reflexo miotático, reflexo miotático inverso e reflexo flexor ou de retirada. Reflexo miotático: Quando um músculo é estirado, o fuso muscular envia potenciais de ação por uma fibra sensorial até o H medular, onde ela faz uma única sinapse que ativa o motoneurônio alfa que inerva o músculo estirado, provocando sua contração. Reflexo miotático inverso: Depende do Órgão Tendinoso de Golgi (OTG), Um exemplo para esse tipo de reflexo é a queda de braço: quando certo grau de tensão muscular é atingido, os músculos agonistas relaxam e os antagonistas contraem, provocando a queda do braço do indivíduo derrotado. 17/03/2019 5 Reflexo flexor ou de retirada: É ativado por um estímulo nociceptivo, que atinge as terminações nervosas livres subcutâneas, as quais geram um potencial de ação até o H medular, onde ocorrem sinapses ipsilaterais e contralaterais ao estímulo nociceptivo. Simultaneamente, a fibra sensorial cruza o H medular e realiza o processo inverso do outro lado, gerando contração dos músculos extensores e relaxamento dos flexores contralaterais ao estímulo. 17/03/2019 6 CONTROLE MOTOR Regulação do movimento e de ajustes posturais dinâmicos O Sistema Nervoso Central (SNC): controle dos padrões reflexos e habilidades motoras. Decodifica informações sensoriais os comandos necessários para o movimento coordenado. O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2004 LESÃO CENTROS SUPERIORES da influência coordenadora sobre os Centros inferiores. perda ou alteração das habilidades motoras adquiridas no decorrer da vida. estereotipados, desorganizados, grosseiros. dominância de alguns reflexos. CONTROLE MOTOR ESTÁGIOS DO CONTROLE MOTOR MOBILIDADE – tem importante base reflexa (presente nos três primeiros meses de vida). ESTABILIDADE – capacidade de manter uma posição constante em relação à gravidade (equilíbrio estático). - (1) desenvolvimento do controle da cabeça; (2) da capacidade de sentar; (3) da capacidade de ficar em pé. 17/03/2019 7 ESTÁGIOS DO CONTROLE MOTOR MOBILIDADE CONTROLADA – capacidade de mudar de posição e de assumir uma nova posição, enquanto é mantido o controle postural. ESTÁGIOS DO CONTROLE MOTOR HABILIDADE – movimento coordenado evidenciado pela função motora distal discreta superposta à estabilidade proximal. Ex: (1) mastigação, deglutição, fala; (2) funções manuais de preensão e manipulação; (3) locomoção (deambulação). CONTROLE MOTOR REFLEXOS E REAÇÕES DE DESENVOLVIMENTO (POSTURAIS) REAÇÕES DE ENDIREITAMENTO, DE EQUILÍBRIO, DE PROTEÇÃO: Endireitamento – capacidade de alinhamento da cabeça , mantendo face vertical, boca horizontal e alinhamento normal da cabeça e tronco. • modifica-se a postura do indivíduo por diversas vezes e observa-se o alinhamento da cabeça frente às alterações realizada. 17/03/2019 8 CONTROLE MOTOR REAÇÕES DE ENDIREITAMENTO, DE EQUILÍBRIO, DE PROTEÇÃO: Equilíbrio – manutenção do equilibro após alterações do centro de gravidade. • superfícies móveis (pranchas de equilibro e bolas) • alteração posição do paciente pelo terapeuta. Proteção: Centro de gravidade excede a BS extensão protetora de MMSS. CONTROLE MOTOR CONTROLE POSTURAL E EQUILÍBRIO Estabilidade postural Condição em que todas as forças agindo sobre o corpo são equilibradas de tal modo que o centro de massa fique dentro dos limites de estabilidade, nas divisas da base de apoio. CONTROLE MOTOR Estratégias de equilíbrio Estratégia do tornozelo: A estratégia do tornozelo é a resposta usualmente utilizada durante a manutenção da postura ereta não perturbada sendo também utilizada para o controle postural em pequenas perturbações. transferência do centro de massa para frente e para trás. rotação do corpo como um pêndulo relativamente fixo em torno das articulações do tornozelo. Padrão distal para proximal. distúrbios pequenos, bem dentro do limite de estabilidade. 17/03/2019 9 CONTROLE MOTOR Estratégias de equilíbrio Estratégia do quadril: respostas à perturbações rápidas e de grandes amplitudes. Esta estratégia consiste na inclinação do tronco para frente ou para trás, em função de uma flexão ou hiperextensão do quadril, e ao mesmo tempo, uma movimentação contrária das articulações do tornozelo e pescoço. deslocamentos do centro de massa flexão e extensão do quadril. padrão proximal. Distúrbios mais largos e mais rápidos do centro de massa. CONTROLE MOTOR Estratégias de equilíbrio Estratégia de mudança de apoio movimentos de MMSS e MMII para um novo contato com superfície de apoio. Perturbações posturais amplas e rápidas são iniciadas antes que o centro de massa se aproxime ou exceda o limite elástico. • Estratégia do passo: passos na direção da força de deslocamento (passos para frente ou para trás). • Reajuste lateral: passos para o lado ou passos cruzados. • membros superiores movimentos de agarrar: ajudam a manter o centro de massa dentro da base de suporte e protegem a cabeça numa eventual queda. COORDENAÇÃO MOTORA Capacidade de executar movimentos regulares, acurados e controlados Depende da integridade das aferências sensoriais, e das eferências do córtex motor, cerebelo e gânglios da base Movimentos coordenados: velocidade, distância, direção, ritmo e tensão muscular apropriados + influências sinérgicas apropriadas, fácil reversão entre grupos musculares opostos e fixação proximal para o movimento distal ou a manutenção de uma postura O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2004. 17/03/2019 10 Os impulsos periféricos fazem conexão diretamente com o córtex motor primário (a partir do tálamo) e com o córtex somatossensitivo primário. Os impulsos periféricos alcançam as áreas pré- motoras indiretamente a partir das áreas sensoriais de associação. Esta informação é distribuída através do tálamo, principalmente para o córtex primário e pré-motor. COORDENAÇÃO MOTORA DEFICIÊNCIAS DA COORDENAÇÃO EENVOLVIMENTO DO SNC CEREBELO Fossa craniana posterior, ocupando entre 1/3 a ¼ da capacidade craniana. Influencia o momento de ocorrência, o nível e a taxa de produção de força dos músculos distais e proximais. coordenação e controle fino do movimento. equilíbrio e tônus muscular. planejamento do movimento + aprendizado motor. CEREBELO “Comparador e corretor de erros” Compara a informação recebida do córtex motor e aferências periféricas com o comando de movimento fornecido pelo córtex motor e o movimento executado. 17/03/2019 11 GÂNGLIOS DA BASE •PUTÂMEN E CAUDADO: ESTRIADO •PÁLIDO (INTERNO E EXTERNO) •SUBSTÂNCIA NEGRA •NÚCLEO SUB-TALÂMICO •NÚCLEOS VENTRAL ANTERIOR, VENTRO- LATERAL E CENTRO-MEDIANO DO TÁLAMO GÂNGLIOS DA BASE GÂNGLIOS DA BASE •Participam do controle da atividade motora, exercendo influência sobre as áreas motoras corticais VIA TÁLAMO •Iniciação e regulação dos movimentos intencionais grosseiros gerais •Capacidade de concretizar movimentos automáticos e ajustamentos posturais •Manutenção do tônus muscular normal de fundo. 17/03/2019 12 GÂNGLIOS DA BASE Figura 6 – Circuito motor dos núcleos da base. Fonte: O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2004, p. 161. COLUNAS DORSAIS (AFERÊNCIAS PROPRIOCEPTIVAS) •Alterações menos características que as lesão do Cerebelo e Gânglios da Base. •Compensadas pelo sistema visual. •Dismetria. 17/03/2019 13 KANDEL, Eric R.; SCHWARTZ, James H.; JESSEL, Thomas J. Princípios da Neurociência. 4. ed. Barueri: Manole, 2003. MUTARELLI, Eduardo Genaro. Propedêutica Neurológica do Sintoma ao Diagnóstico. São Paulo: Sarvier, 2000. O’SULLIVAN, Susan B.; SCHMITZ, Thomas J. Fisioterapia Avaliação e Tratamento. 4. ed. São Paulo: Manole, 2004. YOUNG, Paul A.;YOUNG, Paul H. Bases da Neuroanatomia Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS