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Avaliação de sanidade de sementes de Capsicum annuum L. tratadas com extrato aquoso de alho e nim(

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Avaliação de sanidade de sementes de Capsicum annuum L. 
tratadas com extrato aquoso de alho e nim(1). 
 
Raqueline Dias Campelo(2); Priscyla Neves Cardoso(3); Camila Pinto 
Brandão(4); Sayure Mariana Raad(5); Emilene Balga Carrilho(6); Íris Lettiere do 
Socorro Santos da Silva(7). 
 
(1)
 Trabalho executado com recursos do Laboratório de Fitopatologia Pesquisa da Universidade Federal Rural 
da Amazônia, em Belém. 
(2)
 Graduanda do curso de Agronomia; Laboratório de Fitopatologia/ICA, Universidade Federal Rural da 
Amazônia, Belém, Pará; raquecampelo@yahoo.com.br; 
(3)
 Graduanda do curso de Agronomia; UFRA; 
priscyla.cardoso@hotmail.com; 
(4)
 Graduanda do Curso de Agronomia; UFRA; brandaopcamila@gmail.com; 
(5)
 
Graduanda do Curso de Agronomia; Laboratório de Fitopatologia/ICA, UFRA; raadsayure@gmail.com 
(6)
 
Graduanda do Curso de Agronomia; Laboratório de Fitopatologia/ICA, UFRA; emilenebalga@gmail.com
 (7)
 
Professor/Pesquisador Fitopatologia/ICA, Universidade Federal Rural da Amazônia; iris.lettiere@ufra.edu.br. 
 
RESUMO: O pimentão (Capsicum annuum L.), pertencente à família das Solanáceas, está entre 
as dez hortaliças de maior importância econômica no mercado hortifrutigranjeiro nacional, tanto em 
valor quanto em volume comercializado, sendo cultivado em todo o território nacional. Diante disso, 
o objetivo do experimento foi avaliar a sanidade de sementes de pimentão (Capsicum annuum L.) 
tratadas com extrato aquoso de alho (Allium sativum) e nim (Azadirachta indica) em diferentes 
concentrações. As sementes foram pré-tratadas com as soluções de extrato de nim e alho e 
colocadas em gerbox para o teste de sanidade com papel de filtro. O experimento foi composto por 
9 tratamentos e 4 repetições contendo 20 unidades em cada gerbox. Os tratamentos foram divididos 
em: Testemunhas (T1), sementes tratados com Nim 10% (T2), Nim 20% (T3), Alho 10% (T4), Alho 
20% (T5), tratadas com hipoclorito e Nim 10% (T6); hipoclorito e Nim 20% (T7), hipoclorito e Alho 
10% (T8) e hipoclorito e Alho 20% (T9). Foi verificado através do teste de Tukey, que o tratamento 
que apresentou maior controle de sanidade das sementes foi hipoclorito e Nim 20% (T7). Os fungos 
identificados com maior incidência via microscópio foram Aspergillus sp e Penicillium sp. 
 
 
Termos de indexação: pimentão; patógenos; controle alternativo. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O pimentão (Capsicum annuum L.), pertencente à família das Solanáceas, está entre as dez 
hortaliças de maior importância econômica no mercado hortifrutigranjeiro nacional, tanto em valor 
quanto em volume comercializado, sendo cultivado em todo o território nacional (Albuquerque et al., 
2011). De acordo com Sediyama et al. (2014), a cultura do pimentão se mantém dentre as dez 
culturas de hortaliças de maior importância econômica no mercado brasileiro. Os frutos são 
comercializados verdes (70%) e maduros (30%). 
O pré-tratamento de sementes com hipoclorito de sódio, durante o teste de sanidade, tem por 
objetivo remover os fungos externos para que aqueles localizados internamente possam crescer e 
ser identificados (Faiad et al., 1997). A utilização de extrato bruto ou óleos essenciais visando a 
atuação destes compostos secundários sobre fungos fitopatogênicos é frequentemente empregado 
com sucesso (Silva et al., 2012). 
Os resultados do teste de germinação são utilizados para comparar a qualidade fisiológica de lotes, 
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determinar a taxa de semeadura e servir como parâmetro de comercialização de sementes. Assim, 
o teste é realizado seguindo uma metodologia padronizada, sob condições artificiais controladas de 
laboratório, altamente favoráveis, para que se obtenha a maior porcentagem de germinação no 
menor tempo possível (Coimbra et al., 2007). 
Diante disso, o objetivo do experimento é avaliar a sanidade de sementes de pimentão (Capsicum 
annuum l.) tratadas com extrato aquoso de alho (Allium sativum) e nim (Azadirachta indica) em 
diferentes concentrações. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
O experimento foi realizado no Laboratório de Fitopatologia Pesquisa da Universidade Federal Rural 
da Amazônia, em Belém, no período de 27 de maio a 3 de junho de 2016. Foram utilizadas 720 
sementes coletadas do fruto de Capsicum annuum L adquiridos nas feiras livres da cidade de 
Belém. 
Na preparação dos extratos aquosos, foram utilizados 200g dos materiais vegetais, sendo estes, 
bulbos de alho (Allium sativum L.) e as folhas de nim (Azadirachta indica A. Juss.). Os extratos 
brutos aquosos foram obtidos pela trituração de folhas frescas em água destilada com liquidificador 
doméstico (Mairesse et al., 2007). Foram passados em filtro 250 mL dos extratos brutos de alho e 
nim e posteriormente foram preparadas soluções nas concentrações de 10% e 20%. 
As sementes foram pré-tratadas com as soluções de extrato de nim e alho e colocadas em gerbox 
para o teste de sanidade com papel de filtro. O experimento foi composto por 9 tratamentos e 4 
repetições contendo 20 unidades em cada gerbox. Os tratamentos foram divididos em: 
Testemunhas (T1), sementes tratados com Nim10% (T2), Nim 20% (T3), Alho 10% (T4), Alho 20% 
(T5), tratadas com hipoclorito e Nim 10% (T6); hipoclorito e Nim 20% (T7), hipoclorito e Alho 10% 
(T8) e hipoclorito e Alho 20% (T9). 
Para avaliação da sanidade das sementes, as mesmas, após receberem os diferentes tratamentos 
de desinfestação, foram distribuídas em caixas tipo “gerbox”. A incubação foi realizada em câmara 
com temperatura controlada a 25 ± 2°C, com fotoperíodo de 12 horas de luz fluorescente, durante 
sete dias (AIMI et al.,2016). Após esse período, foi realizada a quantificação e identificação dos 
fungos, em nível de gênero, com base nas suas características morfológicas visualizadas com 
auxílio de microscópios estereoscópico e óptico, segundo Barnett e Hunter (1999), sendo as 
sementes observadas individualmente. 
O delineamento experimental utilizado para a sanidade das sementes foi o delineamento 
inteiramente casualizado e as médias foram comparadas pelo emprego do teste de Tukey ao nível 
de 5% de probabilidade. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Verificou-se, através do teste de Tukey, que o tratamento que apresentou maior controle de 
sanidade das sementes foi hipoclorito e Nim 20% (T7) conforme apresentado na Tabela 01. Este 
tratamento apresentou menor incidência de fungos. Segundo Pereira et al. (2010), a medida que a 
concentração de Nim era aumentada, maior era a inibição do crescimento micelial e da produção de 
conídios. 
 
Tabela 01. Avaliação de sanidade da semente de pimentão com Testemunhas (T1), sementes 
tratados com Nim 10% (T2), Nim 20% (T3), Alho 10% (T4), Alho 20% (T5), tratadas com hipoclorito 
e Nim 10% (T6); hipoclorito e Nim 20% (T7), hipoclorito e Alho 10% (T8) e hipoclorito e Alho 20% 
(T9). 
 
 
 
3 
 
 
TRATAMENTO SANIDADE DAS SEMENTES DE PIMENTÃO 
TESTEMUNHA 5,5 b 
NIM (10%) 7,75 b 
NIM (20%) 8,75 ab 
ALHO (10%) 9,25 ab 
ALHO (20%) 9,75 ab 
HIPOCLORITO E NIM (10%) 11,75 ab 
HIPOCLORITO E NIM (20%) 15,25 a 
HIPOCLORITO E ALHO (10%) 10,00 ab 
HIPOCLORITO E ALHO (20%) 10,75 ab 
CV (%) 29,61 
 
*Médias seguidas das mesmas letras são iguais entre si pelo teste de Tukey a 5%. 
 
 
Nas sementes infectadas, os fungos identificados com maior incidência via microscópio foram 
Aspergillus sp (Figura 01a) e Penicillium sp (Figura 01b). De acordo com Borém et al. (2006), 
podendo estar presentes como contaminantes, ou na forma de micélios dormentes entre os tecidos 
do pericarpo ou do tegumento das sementes. Podem desenvolver e provocar danos às sementes 
durante o armazenamento. A temperatura e umidade relativa do ar são os principais fatores do 
ambiente que influenciam o desenvolvimento de fungos, verificando-se em decorrência, 
apodrecimentos, redução da germinação,
desenvolvimento de plântulas anormais e outros. 
 
 
 
Figura 01. Fungos Aspergillus sp (a) e Penicillium sp (b) identificados em microscópio. 
 
 
CONCLUSÕES 
 
A avaliação realizada através do teste de Tukey apresenta como melhor tratamento de sanidade de 
sementes o hipoclorito e nim nas sementes de pimentão. Nas sementes que apresentaram fungos, 
houver maior incidência dos fungos Aspergillus sp e Penicillium sp. 
 
REFERÊNCIAS 
 
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a b 
4 
 
 
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SEDIYAMA, M.A. N. Nutrição e produtividade de plantas de pimentão colorido, adubadas com biofertilizante de 
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Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.7, n.1, p. 80 – 86 janeiro marco de 2012. 
 
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