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Farmacologia 2 02

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CARLOS HIAGO FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4º SEMESTRE 
 
 
Farmacologia 2 
 
Carlos Hiago Ferreira
CARLOS HIAGO FERREIRA 
TERAPÊUTICA NO TRABALHO 
DE PARTO PREMATURO 
 
Prematuridade 
- Definição: 
o RN com peso < 2500g independente da idade gesta-
cional. [Ylppo (1919)] 
o Feto Prematuro ou Pré-Termo: nascido com menos 
de 37 semanas ou 259 dias calculados a partir do pri-
meiro dia da última menstruação, independente do 
peso [FIGO 1977]. 
o Restrição do crescimento Intrauterino: feto com 
peso abaixo do percentil 10 a cada idade gestacional. 
 
 
 
Aborto 
- É a eliminação do produto conceptual com idade gestaci-
onal inferior a 20-22 semanas ou peso < 500g (OMS). 
 
Feto à termo 
- É o feto com idade gestacional de 37 a 41 semanas e 6 dias 
 
PREMATURIDADE 
Incidência 
- Mundial 5-8% nos países desenvolvidos 
- Brasil 9% 
- São Paulo 20 a 22% (EPM) 
 
 
 
Importância 
- Incidência elevada 
- Morbiletalidade neonatal 
- Custo da prematuridade 
- Possibilidade de prevenção 
 
Fatores de risco demográficos 
- Idade (<20 e >40 anos) 
- Etnia negra 
- Pacientes com baixa con-
dições sócioeconômicas 
- Solteiras 
- Estatura e peso 
(< 1,5m e < 45Kg) 
 
Fatores de risco comportamentais 
- Fumantes 
- Uso de drogas 
- Má nutrição 
- Atividade física excessiva 
- Atividade sexual 
 
 
Fatores de risco pré-gestacionais 
- História obstétrica: intervalo interpartal curto, antece-
dente de prematuro e aborto tardio 
- Malformações uterinas: útero bicorno, didelfo , septado, 
Inc. Istmo Cervical. 
- Patologias associadas: hipertensão, diabetes, colageno-
ses, nefropatias e outras. 
 
Fatores de risco complicações obstétricas 
- Gestação múltipla 
- Anomalias do volume do líquido amniótico 
- Sangramento (1°, 2° e 3° trimestres) 
- Rotura prematura das membranas 
- Malformações fetais 
- Infecções congênitas 
- IATROGÊNICA 
 
Na prematuridade extrema cada dia de retardo do parto au-
menta a taxa de sobrevida em 3% 
 
 Gestação em semanas 
 
 
UTEROLÍTICOS (TOCÓLISE) 
- Diminuir o trabalho de parto 
- A maioria dos uterolíticos são capazes de reverter o tra-
balho de parto por 48/72h. 
- Nenhum esquema mostrou-se eficaz em diminuir a inci-
dência de prematuridade 
- Assim que o útero entra em quiescência a terapia paren-
teral é descontinuada 
- A utilização prolongada de uterolíticos orais não demons-
trou diminuição da incidência de TPP 
- Devemos reiniciar a inibição somente por 2 vezes 
 
Condições para o uso de uterolíticos 
- Período de latência de trabalho de parto (dilatação cervi-
cal <3cm) 
- Esvaecimento não pronunciado 
- Idade gestacional entre 22 e 34 semanas 
- Ausência de contraindicações 
 
Contraindicações 
- Morte ou sofrimento fetal 
- Malformações fetais graves 
- Restrição de crescimento 
- Rotura prematura de mem-
branas 
- SD hemorrágicas 
- SD hipertensivas 
- DMID instável 
 
 
 
BETA-AGONISTAS 
- TERBUTALINA, SALBUTAMOL, FENOTEROL e RITODRINA 
- Receptores beta-1 (coração e intestinos) e predominante-
mente B2 (miométrio, vasos sanguíneos e bronquíolos) 
- Relaxamento da fibra muscular uterina, por ↓ do cálcio 
livre no interior das células. 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
Efeitos colaterais 
- Taquicardia materna e 
fetal 
- Hipotensão 
- Hiperglicemia (inibe a se-
creção de insulina. Alfa esti-
mula e beta inibe). 
- Arritmias 
- Dispneia 
- Tremores 
- Palpitação 
- Náuseas e vômitos 
 
Contraindicações materna 
- Cardiopatia 
- Hipertireoidismo 
- Infecção grave 
- Hipertensão grave 
- DM descompensada 
Contraindicações fetal 
- Malformação 
- Sofrimento fetal 
- RCIU 
- Óbito fetal 
- Sinais de infecção ovular 
- Oligoâmnio 
 
ANTAGONISTA DA OCITOCINA 
- ATOSIBAN é peptídeo sintético que age competindo com 
a ocitocina no seu receptor da célula miometrial. 
- Propriedades tocolíticas semelhantes aos beta-agonistas, 
porém com diminuição significante de efeitos colaterais 
maternos e perinatais 
- Capaz de adiar o TPP por até 2 semanas 
- Efeitos indesejados mínimos 
 
 
SULFATO DE MAGNÉSIO 
- Age como antagonista do cálcio na fibra muscular, pois 
também é um cátion bivalente, compete com o Ca2+ 
- Alternativa quando o agonista beta não pode ser utilizado. 
- A paciente deve ser cuidadosamente monitorizada em re-
lação à diurese, FR e reflexo patelar, avaliar magnesemia 
- Ataque: 4g EV 
- Manutenção: 1 a 2g EV/hora (24h) 
 
 
INIBIDORES DE PROSTAGLANDINAS (ex.: AINES) 
- Os inibidores de prostaglandinas atuam inibindo a enzima 
cicloxigenase (COX) 
 
Efeitos colaterais 
- Irritação gástrica 
- ↓ do líquido amniótico 
- ↓ do fluxo renal e fechamento do ducto arterioso 
- Limitar seu uso até 31 semanas 
 
Contraindicação materna 
- Síndrome hipertensiva e gastrite 
 
 Contraindicação fetal 
- Fechamento precoce do ducto arterioso 
- Idade gestacional > 31 semanas e as mesmas dos beta-
adrenérgicos. 
 
Modo de uso 
- 100 mg por via retal, seguidos de 25 mg por via oral a cada 
6 h, por um período de dois a três dias, para idades gesta-
cionais inferiores a 34 semanas. 
 
 
BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO 
- Inibem a entrada do cálcio extracelular através da mem-
brana citoplasmática. 
- NIFEDIPINA 
- Mais estudos são necessários 
- Ataque: 30mg VO 
- Manutenção: 10 a 20mg VO 8/8h 
DOADORES DE ÓXIDO NÍTRICO 
- O óxido nítrico atua na atividade do sistema enzimático da 
quinase de cadeia leve da miosina e promove o relaxa-
mento da célula miometrial 
- NITROGLICERINA TRANSDÉRMICA 
 
Efeitos indesejados 
- Hipotensão arterial materna 
- Tonturas 
- Palpitações 
- Até o momento, não há relatos de efeitos colaterais fetais 
e neonatais. 
- Longo prazo → cianometahemoglobina 
 
 
UTEROTÔNICOS 
OCITOCINA 
- Historicamente, a utilização de “extratos” da hipófise pos-
terior tem sido realizada desde 1901 em situações de he-
morragia pós-parto. 
- A ocitocina é um polipeptídeo sintetizado nos núcleos pa-
raventricular e supra-óptico do hipotálamo e armazenado 
na neuro-hipófise. 
- No útero ela determina contração da musculatura lisa que 
é bastante importante para o controle de hemorragia 
após a dequitação. 
 
Ações extrauterinas 
- Relaxamento da musculatura lisa vascular 
- Ação antidiurética em altas doses 
- Hiponatremia 
- Edema pulmonar 
 
Doses 
- 10 UI IM ou intra-miometrial 5 UI EV em bolus 
- 20 a 30 UI em 500 ml de sol glicose a 5% EV 
 
MISOPROSTOL 
- Misoprostol é um análogo de prostaglandina E1, geral-
mente (nunca) usado para prevenção e tratamento de úl-
ceras gástricas. 
- Misoprostol é indicado para prevenção da hemorragia 
pós-parto após um parto vaginal normal. 
- Menos efetivo que a ocitocina 
 
Efeitos indesejados 
- Calafrio 
- Febre 
- Cólicas 
- Náuseas e vômitos 
- Sangramento 
 
 
MALEATO DE METILERGONOVINA 
- Alcaloide derivado do ergot 
- Estimulante da contração miometrial 
- Menos efetivo que o Misoprostol 
- Dose: 0,25mg IM ou 0,125mg IV 
 
Efeitos Colaterais 
- Vasoespasmo periférico 
- Hipertensão arterial 
 
Contraindicações 
- Hipertensão arterial 
- Hipersensibilidade à droga 
 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS 
 
CONCEITOS 
A OMS define DROGA como "toda substância química, 
natural ou sintética, que introduzida no organismo vivo, pode 
modificar uma ou mais de suas funções". É toda a substância 
que atua no organismo, modificando sua fisiologia normal. 
 
DROGAS PSICOTRÓPICAS 
Psyché (mente) + trópos (atração)“São drogas que agem no SNC produzindo alterações de 
comportamento, humor e cognição, possuindo grande propri-
edade reforçadora sendo, portanto, passíveis de autoadminis-
tração" (uso não sancionado pela medicina). Em outras pala-
vras, estas drogas levam à DEPENDÊNCIA. 
Têm atuação no cérebro, modificando nossa maneira de 
sentir, de pensar e, muitas vezes, de agir. 
 
DROGAS LÍCITAS 
Compra e venda autorizadas por legislação específica. 
- Medicamentosas: tranquilizantes, analgésicos... 
- Sem finalidade terapêutica: álcool e tabaco... 
- Industriais: cola, esmalte, fluídos, solventes... 
- Benzodiazepínicos: remédios para ↓ ansiedade e induzir o sono 
- Xaropes para controlar a tosse e que podem ter codeína, um de-
rivado opióide) 
- Descongestionantes nasais 
- Anorexígenos: ↓ o apetite e controlar o peso 
- Anabolizantes: ↑ a massa muscular 
 
DROGAS ILÍCITAS 
- Grupo de substs relacionadas → Lei Federal nº 6.368, 21/out/76 
É crime: 
- Art 1º: plantar culturas das quais se extraiam substâncias entorpe-
centes ou psicotrópicas. 
- Art 4º: transportar, guardar, entregar substs entorpecentes 
- Art 12: instigar, induzir/auxiliar ao uso de substs entorpecentes 
- Ex.: Cocaína, heroína, maconha, LSD, crack, anfetaminas, etc. 
 
Classificação das substâncias psicotrópicas 
- Estimulantes → aceleram a transmissão nervosa → - sono e 
+ excitação. São as anfetaminas conhecidas por “rebites” ou 
“bolinhas” (+ em remédios para emagrecer), cafeína, coca-
ína, crack, nicotina... 
- Depressoras → ↓ o ritmo da transmissão nervosa. São os 
opiáceos-xaropes, álcool, morfina, heroína, ansiolíticos e 
barbitúricos (calmantes), ervas calmantes (chás)... 
- Perturbadoras → potencializam sensações e podem alterar 
o funcionamento do SNC. Ex.: maconha. 
- Alucinógenas → únicas subts que alteram o SNC a ponto de 
causar alucinações. Ex.: ervas/flores, ácido lisérgico (LSD), al-
guns cipós e cogumelos encontrados em esterco. 
 
Dependência física 
Quando a droga é utilizada em quantidades e frequências 
elevadas, o organismo se defende, estabelecendo um novo 
equilíbrio em seu funcionamento e adaptando-se à droga de 
tal forma que, na sua falta, funciona mal. 
Estado de adaptação do corpo, manifestado por distúr-
bios físicos quando o uso de uma droga é interrompido. A in-
terrupção causa a crise de abstinência. 
“A droga é necessária → corpo funcione normalmente” 
 
Dependência psíquica 
É a dependência fundamental. 
Instala-se quando a pessoa é dominada por um impulso 
forte, quase incontrolável, de se administrar a droga à qual se 
habituou, experimentando um mal-estar intenso ("fissura"), na 
ausência da mesma. 
Condição na qual uma droga produz um sentimento de 
satisfação e um impulso psicológico, exigindo uso periódico 
ou contínuo para produzir prazer ou evitar desconforto. 
Apego ao estado onde as dificuldades do usuário são mo-
mentaneamente apagadas pelos efeitos da droga que acaba 
por preencher a necessidade de "soluções" imediatas. 
 
Tipos de uso (%) 
Drogas Na vida No ano No mês 
Maconha 
Solventes 
Benzodiazepínicos 
Orexígenos 
Estimulantes 
Cocaína 
Xaropes (codeína) 
Opiáceos 
Alucinógenos 
Esteróides 
Crack 
Barbitúricos 
Anticolinérgicos 
Merla 
Heroína 
8,8 
6,1 
5,6 
4,1 
3,2 
2,9 
1,9 
1,3 
1,1 
0,9 
0,7 
0,7 
0,5 
0,2 
0,1 
2,6 
1,2 
2,1 
3,8 
0,7 
0,7 
0,4 
0,5 
0,32 
0,2 
0,1 
0,2 
0 
0 
0 
1,9 
0,4 
1,3 
0,1 
0,3 
0,4 
0,2 
0,3 
0,2 
0,1 
0,1 
0,1 
0 
0 
0 
 
Droga e dependência 
Drogas Homens Mulheres 
Cigarro 21 % 20% 
Tranquilizantes 17% 27% 
Remédios emagrecer 8% 20% 
Maconha 34% 23% 
Cocaína ou crack 11% experimentaram 
Anabolizantes 94% nunca consumiram 
Pesquisa realizada pelo NEVICI (Núcleo de Estudos sobre Vi-
olência e conquista da Cidadania) no 1º sem/2005 com 
1575 alunos (1017 homens e 558 mulheres). 
Álcool em 1º lugar, seguido pelo cigarro (nicotina) e medica-
mentos em 2º lugar. 
11% afirma nunca beber; 
80% afirma ingerir bebidas alcoólicas. 
“Tomou porre”: 50% das mulheres e 65% dos homens. 
Bebida mais consumida é a cerveja. 
39% costuma beber com amigos em bares. 
24% costumam beber em casa. 
 
 
 
 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
COCAÍNA 
Extraída da coca, vegetal das regiões 
andinas da Ámerica do Sul, pode ser ina-
lada na forma de pó ou injetada na veia, 
misturada com água. 
Tem grande potencial de causar dependência. 
 
Efeitos físicos: 
Vasoconstrição periférica, dilatação das pupilas e ↑ da 
temperatura, FC e PA 
O uso prolongado por inalação pode causar ulceração na 
mucosa do nariz e pode lesar o septo nasal gravemente. O uso 
prolongado também pode dar insuficiência cardíaca. 
Mortes relacionadas com parada cardíaca ou convulsões 
seguidas de parada respiratória. 
 
PROVA! Porque um quadro de arritmia cardíaca produzida pela 
cocaína tratada com proponolol pode apresentar um quadro de 
hipertensão, mesmo este sendo um antihipertensivo? 
R: porque o bloqueio do receptor B do vaso potencializará 
a vasocontrição. Hipertensão mediada por resistência. 
 
Efeitos psíquicos: 
- Envolvimento neuropsicológico → uso contínuo. 
- Altas doses/uso prolongado pode desencadear paranóia. 
- Risco de morte súbita mesmo no 1º uso. 
- Normalmente com a suspensão → depressão. 
 
Tratamento da intoxicação 
No caso ingestão de cocaína o tratamento é realizado 
através da lavagem gástrica utilizando água com carvão ativo 
ou tanino. Administrar laxativo salino. As disritmias cardíacas 
podem ser tratadas com propanolol, sob monitorização, pois o 
medicamento pode precipitar uma crise hipertensiva. 
 
CRACK 
 
É uma variação da cocaína cujo resí-
duo é misturado com bicarbonato de só-
dio e fumado. 
Pode produzir um comportamento 
agressivo. 
Ocorre euforia em poucos segundos e o pico plasmático 
se mantém de 5 a 10 min 
Cocaína injetável x Crack → quase a mesma potência 
Efeitos associados com o uso atingem: sistema respirató-
rio, cardiovascular e neurológico 
Toxicocinética e dinâmica → Crack ≈ Cocaína 
 
ECSTASY 
Chamada de “pílula do amor”. O me-
tilenodioximetanfetamina (MDMA) “ecs-
tasy” foi sintetizado pela Merck em 1914 
com a finalidade de ser usado como um su-
pressor do apetite, mas nunca foi usado 
com essa finalidade. 
O MDMA é uma droga sintética e psicoativa, composta de 
substâncias estimulantes e perturbadoras. 
Consumo: + comps, inalação, injeção ou supositório. 
Produz um ↑ do estado de alerta, maior interesse se-
xual, sensação de estar com grande capacidade física e mental, 
atrasa as sensações de sono e fadiga, euforia, bem-estar, agu-
çamento sensório-perceptivo. 
 
 
Efeitos físicos: 
Neurotóxico; em altas doses pode causar ↑ da tempera-
tura corporal (hipertermia maligna), o que pode levar lesão 
muscular (rabdomiólise) e insuficiência renal e sistema cardi-
ovascular. Foi demonstrado que o MDMA causa lesão cerebral, 
afetando os neurônios. 
 
Outros efeitos: 
Tensão muscular, náuseas, visão borrada, desmaio, cala-
frio ou sudorese, ↑ FC e PA 
 
Distúrbios psíquicos: 
Confusão, depressão, distúrbios do sono, ansiedade grave 
e paranóia. 
Lesões a longo prazo de partes do cérebro relacionadas 
com a memória e o prazer. 
Degeneração de neurônios que contém o neurotransmis-
sor dopamina, a lesão desses neurônios é a causa de distúrbios 
motores vistos no mal de Parkinson (sintomas: falha de coor-
denação e tremores , podendo resultar em uma forma de pa-
ralisia). 
 
HEROÍNA 
Leva a dependência facilmente. 
É processada da morfina e apresenta-se 
usualmente na forma de pó branco ou mar-
rom. 
 
Efeitos físicos: 
Overdose fatal, aborto espontâneo, colapso venoso e do-
enças infecciosas (HIV/AIDS, hepatite → opióides são imunode-
pressores),complicações pulmonares (pneumonias), efeito de-
pressor na respiração. 
A heroína pode conter aditivos que não se dissolvem bem 
e resulta em obstrução dos vasos sanguíneos, dos pulmões, fí-
gado, rins ou cérebro. Isso causa infecção ou mesmo a morte 
de parte desses órgãos vitais. 
45% da droga e seus derivados podem ser recuperados na 
urina (42%-Morfina; 1,3% 6-monoacetilmorfina e 0,1% Heroína). 
Droga + perigosa sob o risco de dependência dos usuários 
Miose em heroína e midríase para cocaína 
Pode atravessar a barreira placentária 
Na intoxicação o edema pulmonar é mais evidente 
 
LSD – ÁCIDO LISÉRGICO 
É um alcaloíde derivado da ergota-
mina e denominado de LSD25, sintetizado 
em 1938 pelo químico Albert Hoffmann. 
Dietilamida → “Doce” 
A administração da droga é sublingual, e até os anos 60 
era aplicada em diversos materiais absorventes. A partir da dé-
cada de 80, o mais comum é o papel de filtro. 
A absorção da droga dura 35 a 45min, e seus efeitos du-
ram +- 6h, o estágio de recuperação dura 7 a 9h, podendo ocor-
rer “ondas de LSD”. 
Os estágios de ação do LSD são: Período de latência; Mo-
dificações físicas; Período de síndrome psíquica; Modificação 
de tempo vivido, espaço e corpo; Alucinações, Conotação eró-
tica e Lucidez repentina; 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
Exerce funções serotoninérgicas 
Dependência questionável (compulsividade) → não há re-
latos de síndrome de abstinência 
Uso crônico pode implicar em “Flashbacks” 
 
DROGAS ILÍCITAS - INALANTES 
Subts químicas voláteis que possuem efeitos psicoativos. 
Ex.: solventes (thinner, removedores, fluídos de limpeza, 
gasolina, cola) e gases (butano, propano, aerossóis, gases anes-
tésicos e etc). 
Efeitos similares aos anestésicos, pois ↓ as funções do or-
ganismo. O uso repetido pode provocar perda da consciência. 
Ainda pode induzir a parada cardíaca e morte em poucos minu-
tos de uma sessão de uso prolongado. 
Altas [] pode causar a morte por sufocação por deslocar 
o oxigênio dos pulmões. 
O abuso crônico de solventes pode causar danos graves 
ao cérebro, fígado e rins. 
 
MACONHA 
Derivada da folha da planta Cannabis 
sativa → princípio ativo é o THC (delta-9-
tetrahidrocanabiol) → o pó da folha resse-
cada é fumado. 
Tem efeito perturbador. 
Rapidamente passa dos pulmões → sangue, que carrega 
para todo o organismo, incluindo o cérebro (+ receptores ca-
bidiois THC). 
 
Efeitos a curto prazo: 
Problemas com memória e aprendizado, percepção dis-
torcida, dificuldade em pensar e resolver problemas, perda da 
coordenação e ↑FC. 
 
Efeitos a longo prazo: 
Mudanças no cérebro semelhantes aos vistos no abuso de 
outras drogas consideradas mais “pesadas”. 
Efeitos adversos na saúde podem decorrer devido ao THC 
prejudicar a habilidade do sistema imune de lutar contra infec-
ções e câncer. 
Depressão, ansiedade, e distúrbios da personalidade tam-
bém estão associados ao uso da maconha. 
Quanto maior o abuso da maconha mais propensão ao declínio 
de suas atividades intelectuais, de trabalho e sociais. 
 
Rimonabanto → inibe os receptores ca-
bidiois → perda de peso → inibe o centro da 
fome → reação adversa gravíssima → casos 
agudos de depressão e suicídio. 
 
 
 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
TOXICOLOGIA 
OCUPACIONAL & AMBIENTAL 
 
Toxicologia ocupacional: trata das substâncias químicas en-
contradas no ambiente de trabalho. Valores Limites limiares (VLL): 
ppm ou mg/m3. 
Toxicologia ambiental: Trata do impacto potencialmente de-
letério de substâncias químicas, presente na forma de poluentes 
ambientais, sobre os organismos vivos. 
 
Conceitos: 
Toxicidade: é a capacidade inerente e potencial do agente 
tóxico de provocar efeitos nocivos em organismos vivos. 
Promoção de injúrias às estruturas biológicas, através de in-
terações físico-químicas. 
 
Agente químico Û Organismo 
 ß 
 EFEITO NOCIVO 
 
Risco: é a probabilidade da substância produzir dano sob de-
terminadas condições. 
Risco (risk): de um efeito adverso a saúde diz respeito ao ní-
vel de exposição e da suscetibilidade individual para aquela molé-
cula. 
Perigo (hazard): define o potencial de um composto provo-
car dano e é dessa forma associado, virtualmente com alguma mo-
lécula. 
 
Vias de exposição 
- Inalatória 
- Transdérmica 
- Ingestão oral 
- Ambiental: + oral 
- Ocupacional: + inalatória e transdérmica 
 
Duração da exposição 
- Exposição aguda 
- Exposição crônica 
- Exposição a longo prazo de baixo nível (Toxicidade Tardia) 
 
Considerações ambientais 
- Degradação 
- Mobilidade 
- Bioacumulação 
- Bioamplificação 
 
POLUENTES DO AR 
1. MONÓXIDO DE CARBONO (CO) 
- Gás incolor 
- Insípido 
- Inodoro 
- Subproduto da combustão incompleta 
- Concentração média na atmosfera 0,1 ppm 
- CO (1000 ppm) → 50% de carboxiemoglobina. 
- VLL -TMP: 25; VLL- LECP: NE 
 
Mecanismo de ação: 
Combina-se de modo reversível com os sítios de ligação de 
oxigênio da hemoglobina. 
- Afinidade 220x maior que a do oxigênio. CO2 → 8x 
- Formação da carboxiemoglobina. 
- A hematose ocorre devido a [] de O2 e a pressão 
 
Efeitos clínicos: 
Hipóxia: 
- Comprometimento psicomotor 
- Cefaléia e sensação de aperto na área temporal. 
- Confusão e perda da acuidade visual. 
- Taquicardia (reflexa), taquipneia, sincope, coma. 
- Coma profundo, convulsões, choque e insuficiência respira-
tória. 
 
Tratamento: 
- Remover o indivíduo do local de exposição. 
- Oxigênio 
- Ar ambiente a 1 atm → 320 min. 
- Oxigênio a 100% → ~ 80 min. 
- Tratamento com oxigênio hiperbárico é controverso → ace-
lera a cicatrização, evita infecção por bactérias anaeróbias. 
 
2. DIÓXIDO DE ENXOFRE (SO2) 
- Gás incolor 
- Irritante 
- Produzido pela queima de combustíveis fosséis. 
- VLL -TMP: 2 ppm; VLL- LECP: 5 ppm 
 
Mecanismo de ação e efeitos clínicos 
- Em contato com membranas úmidas → ácido sulfúrico. 
- Irritante sobre pele, mucosas e olhos. 
- Constrição brônquica quando inalado. 
- Exposições de 5-10 ppm provocam broncoespamo grave. 
 
Tratamento 
- Não é específico para o SO2. 
- Tratamento da irritação do trato respiratório 
 
3. ÓXIDO DE NITROGÊNIO (NO2) 
- Gás irritante, 
- Acastanhado, 
- Algumas vezes associados a incêndios (Florestas) 
- VLL -TMP: 3 ppm; VLL- LECP: 5 ppm 
 
Mecanismo de ação 
- Profundo irritante pulmonar 
- Capacidade de provocar edema pulmonar 
- As células do tipo I alveolares são as mais afetadas na expo-
sição aguda. 
- A exposição a 50 ppm por 1 hora pode provocar lesões e 
edema pulmonar. 
- A exposição a 100 ppm pode levar a morte. 
 
Efeitos clínicos e Tratamento 
- Irritação dos olhos e nariz, 
- Tosse 
- Produção de escarro mucóide ou espumoso. 
- Pode-se verificar o aparecimento de edema pulmonar dentro 
de 1-2 horas. 
- O2, controle da irritação pulmonar e edema pulmonar 
- Broncodilatadores, sedativos e antibióticos. 
 
4. OZÔNIO (O3) 
- Gás irritante 
- Azulado 
- Encontrado na natureza 
- Encontrado em torno de equipamentos elétricos de alta vol-
tagem e purificadores de água 
- Oxidante encontrado no ar urbano poluído. 
- Tratamento de água de piscinas para alergicos ao cloro. 
 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
Efeitos clínicos e Tratamento 
- Irritante das mucosas 
- Irritação das vias respiratórias 
- O2, controle da irritação pulmonar e edema pulmonar 
- Broncodilatadores, sedativos e antibióticos. 
 
SOLVENTES 
1. HIDROCARBONETOS ALIFÁTICOS HALOGENADOS 
- Solventes industriais 
- Desengordurantes e produtos de limpeza 
- Tetracloreto de carbono, clorofórmio, tetracloroetileno 
 
Mecanismo de ação e efeitos clínicos 
- Experimentalmente provocam depressão do SNC, lesão he-
pática e renal. 
- Amplamente utilizado como anestésico. 
- Ainda não foram determinadosos efeitos potenciais da ex-
posição a longo prazo de baixos níveis em seres humanos. 
 
Tratamento 
- Não existe tratamento específico para intoxicação aguda. 
- O tratamento depende do sistema orgânico afetado. 
 
2. HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS 
2.1 BENZENO 
- Amplamente utilizado como solvente 
- Agudamente provoca depressão do SNC 
- A exposição a 7.500 ppm por 30 min pode ser fatal. 
- VLL – TMP: 0,5 ppm; VLL – LECP: 2,5 ppm 
 
Efeitos Clínicos 
- Os 1ºs sintomas da intoxicação são: cefaleia, perda do apetite 
e fadiga. 
- A exposição crônica ao benzeno pode resultar: mielotóxico 
→ anemia aplásica, leucopenia, trombocitopenia. 
- Dados epidemiológicos indicam incidência aumentada de 
leucemias em trabalhadores. 
 
2.2 TOLUENO 
- Depressor do SNC 
- Não possui propriedades mielotóxicas 
- Exposição de 800 ppm → fadiga intensa e ataxia. 
- Exposição a 10.000 ppm → rápida perda da consciência. 
- Os efeitos crônicos da exposição a longo prazo ao tolueno 
não estão bem definidos. 
 
INSETICIDAS 
1. HIDROCARBONETOS CLORADOS 
- DDT, Hexacloretos de benzeno, Ciclodienos, Toxafenos. 
- Inativação do canal de sódio das membranas excitáveis. 
- Descarga repetitiva da maioria dos neurônios. 
- Estimulação do SNC: tremores, convulsão. 
- Tratamento sintomático 
 
2. INSETICIDAS ORGANOFOSFORADOS 
- Bem absorvidos pela pele, Trato respiratório e TGI. 
- Metabolismo rápido. 
- Age fosforilando o sítio de ação da colinesterase. 
- Alguns dos agentes possui atividade colinérgica direta. 
- Alterações neurocomportamentais e cognitivas. 
- Não existe tratamento específico para efeitos neurotóxicos. 
Mas usa-se a Atropina que bloqueia os receptores pós-sináp-
ticos. 
 
 
 
TOXICOLOGIA DO METAIS PESADOS 
1. CHUMBO 
Farmacocinética: 
- Absorção lenta e uniforme 
- Vias respiratória e gastrointestinal. 
- Pouco absorvido pela pele (orgânico) 
- Após a absorção liga-se aos eritrócitos e se difundem pelos 
tecidos moles: medula óssea, fígado, rim, músculos e gôna-
das. 
- Atravessa a barreira placentária. 
- Eliminação renal principal. 
 
Farmacodinâmica: 
- Inibe a atividade enzimática 
- Interfere na ação de cátions essenciais 
- Altera estrutura das membranas celulares e de receptores 
 
Ação sobre os sistemas: 
A. SNC 
- Efeitos neuro-comportamentais 
- Irritabilidade 
- Perda da libido 
- Comprometimento da coordenação visual-motora 
- Neuropatia periférica. 
 
B. Sangue 
- Anemia microcítica e hipocrômica 
- ↑ na fragilidade osmótica do eritrócito 
- Presença de pontilhado basófilo no sangue periférico. 
 
C. Rins 
- Fibrose intersticial renal e nefrosclerose 
- Artrite gotosa 
- ↑ PA 
 
D. Órgãos reprodutores: 
- Toxina para a função reprodutora 
- Em homens produz oligospermia severa 
- Mulheres grávidas pequenas quantidades de chumbo podem 
interferir no desenvolvimento neurológico do feto. 
 
E. Trato gastrintestinal: 
- Perda do apetite 
- Dor abdominal intensa 
- Constipação e raramente diarreia. 
 
F. Sistema cardiovascular: 
- Hipertensão. 
 
Principais formas de intoxicação por chumbo inorgânico 
Aguda: 
- Inalação industrial de Óxido de Chumbo 
- Crianças: ingestão de tinta (ex.: brinquedos) 
- Inicio abrupto dos sintomas requer dias ou semanas 
- Diagnóstico difícil podendo ser confundido com: apendicite, 
úlcera, pancreatite ou meningite. 
- A manifestação subaguda muitas vezes é confundida com do-
ença viral do tipo gripal. 
 
Crônica: 
- Apresenta achados multissistêmicos: 
- Anorexia, fadiga, mal-estar, cefaleia. 
- Queixas neurológicas, dificuldade de concentração, irritabili-
dade. 
- O diagnóstico é feito pela determinação de Pb no sangue. 
- Nos EUA, a presença de níveis superiores a 10 µg/dL reco-
menda-se investigação criteriosa. 
 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
Principais formas de intoxicação por chumbo orgânica 
- Causado por chumbo tetraetil e tetrametil. 
- Pb orgânico é volátil e Lipossolúvel. 
- Absorção pela pele e Trato respiratório 
- Produto do metabolismo hepático é responsável pelo enve-
nenamento agudo. 
- O envenenamento crônico e raro. 
 
Tratamento 
Pb inorgânico: 
- Interrupção imediata da exposição. 
- A encefalopatia é uma emergência médica. 
- Suporte intensivo com anticonvulsivantes. 
- Edema cerebral: corticosteróides e Manitol. 
- Evitar hiperidratação. 
- Terapia de quelação: edetato dissódico de cálcio 
(CaNa2EDTA): 1500 mg/m2/dia. 
 
Pb orgânico: 
- Descontaminação da pele. 
- Evitar qualquer exposição adicional. 
- Uso apropriado de anticonvulsivantes 
- Terapia de quelação empírica na presença de concentração 
elevada de Pb circulante 
 
2. ARSÊNICO 
- Elemento natural 
- Algumas regiões do mundo o lençol freático pode conter al-
tos níveis de arsênico. 
- Arseniacais orgânicos foram os 1ºs antibióticos utilizados 
- Produtos industriais farmacêuticos 
 
Farmacocinética: 
- Bem absorvido pela respiratória e trato gastintestinal. 
- A absorção percutânea é limitada. 
- A maior parte do arsênico absorvido sofre metilação hepá-
tica. 
- Seus metabólitos e o arsênico residual sofre eliminação re-
nal. 
 
Farmacodinâmica: 
- Exerce seu efeito tóxico ao inibir as reações enzimáticas em 
diversos sistemas. 
- O gás arsina que é oxidado in vivo exerce potente efeito he-
molítico. 
- Também interrompe a respiração celular em outros tecidos. 
 
Principais formas de intoxicação por arsênico. 
A. Envenenamento agudo: 
- Cardiovasculares: choque e arritmias. 
- SNC: Encefalopatia e neuropatia periférica e coma. 
- Trato gastrintestinal: gastrenterite 
 
O tratamento baseia-se: 
- Descontaminação intestinal adequada. 
- Cuidados de suporte intensivos. 
- Quelação imediata com dimercaprol (3-5 mg/Kg) a cada 4-6 
horas. 
 
B. Envenenamento crônico: 
- Sintomas constitucionais: fadiga, perda de peso, anemia. 
- Queixas gastrintestinais 
- Neuropatia periférica sensório-motora. 
- Alterações cutâneas: hiperpigmentação em gotas de chuva, 
hiperqueratose acometendo as palmas das mão e plantas 
dos pés. 
- Doença vascular periférica e hipertensão 
- Os níveis urinários de arsênico total deve se normalizar 
(≤50µg/24h) dentro de algumas semanas após a interrupção 
da exposição 
 
C. Envenenamento por gás arsina: 
- Profundos efeitos hemolíticos. 
- De 2 a 24 horas após inalação. 
- Cefaléia, dispnéia, nauseas, vomitos dores abdominais, icte-
rícia e hemoglobinúria. 
- Insuficiência renal oligúrica. 
 
O tratamento baseia-se: 
- Cuidados de suporte intensivos. 
- Transfusões sanguíneas. 
- Diurese alcalina forçada e hemodiálise. 
- Os agentes quelantes não tem ação. 
 
3. MERCÚRIO 
- Único metal líquido em condições normais. 
- Obtido predominantemente na forma de HgS. 
- Grande utilização industrial 
- Produção de tinta e pigmentos, amalgma dentário e refina-
ção do ouro. 
- Bioacumulação em sistemas biológicos. 
 
Farmacocinética: 
- O mercúrio elementar é muito volátil e pode ser absorvido 
pelos pulmões. 
- Pouco absorvido pelo TGI intacto 
- Absorção percutânea de todos os tipos de mercuriais é limi-
tada. 
- Distribuição rápida. 
- Maior concentração nos rins. 
- O Hg inorgânico é excretado principalmente pela urina den-
tro de poucos dias. 
- Retenção no cérebro e rins por vários anos. 
- Ligam-se a radicais sulfidrilas em tecidos queratinizados. 
 
Farmacodinâmica: 
- O Hg interage com grupos sulfidrila in vivo. Inibindo as enzi-
mas e alterando as membranas celulares. 
 
Principais formas de intoxicação por mercúrio 
Aguda: 
- Inalação aguda de vapores de Hg. 
- Pneumonite química e edema pulmonar não cardiogênico. 
- Gengivoestomatite 
- Sequelas neurológicas 
- Ingestão de sais de mercúrio inorgânico. 
- Gastroenterite hemorrágica 
- Necrose tubular e insuficiência renal 
 
Crônica: 
-Inalação de vapores de Hg. 
- Tríade: tremor, disturbio neuropsiquiátrico, gengivoestoma-
tite 
- Intoxicação por metilmercúrio. 
- SNC: parestesia, ataxia, distúrbios auditivos 
 
Tratamento 
Exposição aguda: 
- Tratamento suporte intensivo 
- Quelação aguda com dimercaprol 
 
Exposição crônica: 
- Succimer, D-penicilamina e DMPS aumentam a excreção uri-
nária. 
 
 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
OS PRINCÍPIOS DA 
QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER 
 
CÂNCER 
 Doença caracterizada por uma multiplicação e propagação 
no organismo de formas anormais das próprias células corporais. 
 
Sinônimos 
- Neoplasia Maligna 
- Tumor Maligno 
- Neoplasia = novo crescimento 
 
Diferenças com os tumores benignos 
- Propriedade de diferenciação 
- Poder de invasão 
- Capacidade de metastizar 
- Metástase = capacidade de se propagar para órgãos distan-
tes da origem, seja por via sanguínea ou linfática 
 
Considerações 
 O CA surge em decorrência de uma série de alterações gené-
ticas e epigenéticas. 
 
As principais lesões genéticas: 
- Inativação de genes antitumoriais (p53) 
- Ativação de oncogenes (mutação dos genes normais que 
controlam a divisão celular) 
 
As células cancerosas exibem 4 características: 
- Proliferação descontrolada 
- Perda da função, em decorrência da falta de capacidade de 
sofrer diferenciação 
- Poder de invasão 
- Capacidade de sofrer metástases 
- Alta atividade metabólica → + marcador em cintilografia 
 
GÊNESE DO CÂNCER 
 
 
ASPECTOS MOLECULARES 
CÂNCER DE MAMA 
 O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mu-
lheres, devido à sua alta frequência e sobretudo pelos seus efeitos: 
- Psicológicos 
- Percepção da sexualidade 
- Própria imagem pessoal 
- Relativamente raro antes dos 35 anos de idade. 
- Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas déca-
das de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas ta-
xas de incidência ajustadas por idade. 
- No Brasil, o CA de mama é o que mais causa mortes entre as 
mulheres. 
Fatores de Risco 
 
- História familiar: parentes de 1º grau (mãe ou irmã) foram 
acometidas antes dos 50 anos de idade. 
- Caráter familiar corresponde a aproximadamente 10%. 
- A idade constitui um outro importante fator de risco, 
- Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos 
orais. 
- A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade mo-
derada, é identificada como fator de risco para CA de mama. 
- Exposição a radiações ionizantes em idade < 35 anos.

 
 
Características moleculares 
- Desregulação da proliferação e apoptose celular 
- Desaparecimento das células mioepeteliais 
- Transformação epitélio-mesênquima. 
- Instabilidade genômica (mutação, deleção, amplificação re-
arranjos cromossômicos). 
- Proto-oncogenes (c-MYC, Erb-B2, EGFR, etc.) 
- Genes supressores de tumor (TP53, p16, E-Caderina). 
 
CÂNCER DE PULMÃO 
 O câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores 
malignos, apresentando um ↑ anual de 2% na sua incidência mun-
dial. Em 90% está associado ao consumo de derivados do tabaco. 
 Segundo a Estimativa de Incidência de Câncer do INCA, o cân-
cer de pulmão deverá atingir 27.170 brasileiros (17.850 homens 
e 9.320 mulheres). 
 O câncer de pulmão, do ponto de vista anatomopatológico, 
é classificado em dois tipos principais:
 
1. Pequenas células
 
2. Não-pequenas células (85%)
 
 
Características moleculares 
- Alterações na via de transdução de sinal 
- Modificação nas vias de proliferação celular 
- Apoptose 
- Angiogênese. 
- Alterações genéticas (TP53, P16, RB, RAS, c-KIT) 
 
Fatores de Risco
 
- Independentemente do tipo celular ou subcelular, o taba-
gismo é o principal fator de risco do câncer pulmonar (90% 
dos casos). 
- Outros fatores relacionados são certos agentes químicos 
(como o arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, níquel, 
cádmio e cloreto de vinila). 
- Fatores dietéticos (baixo consumo de frutas e verduras) 
- Doença pulmonar obstrutiva crônica - DPOC (enfisema pul-
monar e bronquite crônica). 
- Fatores genéticos (que predispõem à ação carcinogênica de 
compostos inorgânicos e hidrocarbonetos policíclicos aromá-
ticos). 
- História familiar de câncer de pulmão. 
 
CÂNCER DE ESÔFAGO E ESTOMAGO 
 O câncer de esôfago mais frequente é o carcinoma epider-
moide escamoso, responsável por 96% dos casos. Outro tipo de 
câncer de esôfago, o adenocarcinoma, vem tendo um aumento 
significativo principalmente em indivíduos com esôfago de Barrett, 
quando há crescimento anormal de células do tipo colunar para 
dentro do esôfago.
 
 O câncer de esôfago no Brasil, consta entre os 10 mais inci-
dentes, é o 6º tipo mais mortal, com 5.307 óbitos. 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
 O câncer de estômago (também denominado câncer gás-
trico). Os tumores do câncer de estômago se apresentam, predo-
minantemente, sob a forma de três tipos histológicos: o adenocar-
cinoma, responsável por 95% dos tumores gástricos, o linfoma, di-
agnosticado em cerca de 3% dos casos, e o leiomiossarcoma.
 
 Segundo a Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil, pu-
blicada pelo INCA, estão previstos 23.000 novos casos de câncer 
de estômago no Brasil para o ano de 2010. 
 
Características moleculares 
- Características ambientais 
- Consumo de nitrosaminas (conservantes), etilismo e tabaco 
- Ingestão de líquidos em temperaturas elevadas 
- H. pylori 
- Mutação (TP53) 
- Supressão de Ciclina D1 
- Outras 
 
Fatores de Risco
 
- Vários estudos têm demonstrado que a dieta é um fator pre-
ponderante no aparecimento do câncer de estômago. Uma 
alimentação pobre em vitamina A e C, carnes e peixes. 
- Fatores de risco de origem patológica: anemia perniciosa (as-
sociada a acolidrina e gastrite, falta de B12?), as lesões pré-
cancerosas como a gastrite atrófica e metaplasia intestinal e 
as infecções gástricas pela bactéria Helicobacter pylori po-
dem ter fortes relações com o aparecimento desta neoplasia. 
 
CÂNCER DE PÂNCREAS 
 O risco de desenvolver o CA de pâncreas aumenta após os 50 
anos de idade, principalmente na faixa entre 65 e 80 anos, maior 
incidência no sexo masculino. É raro antes dos 30 anos de idade. 
 A maior parte dos casos da doença é diagnosticada em fase 
avançada, e, portanto, é tratada para fins paliativos. 
 O tipo mais frequente é o adenocarcinoma em 90% dos casos 
de CA de pâncreas. 
 No Brasil, o CA de pâncreas representa 2% de todos os tipos 
de câncer, sendo responsável por 4% do total de mortes por CA. 
 
Características moleculares 
- Oncogênese K-RAS 
- Genes supressores de tumores (P53, p16 DPC4) 
 
Fatores de Risco 
- Os fumantes possuem três vezes mais chances de desenvol-
ver a doença do que os não fumantes. 
- Consumo excessivo de gordura, de carnes e de bebidas al-
coólicas. 
- Pancreatite crônica ou de diabetes melitus 
 
QUIMIOTERAPIA 
 A quimioterapia é o método que utiliza compostos químicos, 
chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas 
por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimiotera-
pia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou antiblástica. 
 
Histórico 
 1946 - O 1º quimioterápico antineoplásico foi desenvolvido a 
partir do gás mostarda, usado nas 2 Guerras Mundiais como arma 
química. Após a exposição de soldados a este agente, observou-se 
que eles desenvolveram hipoplasia medular e linfóide, o que levou 
ao seu uso no tratamento dos linfomas malignos. 
 
*mostardas nitrogenadas (metil-di(2-cloroetil)amina e tri(2-cloro-
etil)amina) – efeitos sobre tecidos em estado de rápido cresci-
mento. 
 Nas décadas de 60 e 70 inicia-se a era da quimioterapia cien-
tífica, com o conhecimento da cinética celular e da ação farmaco-
lógica das drogas. 
 Introdução da poliquimioterapia. 
 
Mecanismos de ação geral 
- Afetam tanto as células normais comoas neoplásicas. 
- Maior dano às células malignas. 
- Diferenças quantitativas entre os processos metabólicos des-
sas duas populações celulares. 
- Crescimento das células malignas e os das células normais. 
- Ação nas enzimas, que são responsáveis pela maioria das 
funções celulares. 
- Afeta a função e a proliferação tanto das células normais 
como das neoplásicas. 
 
Tipos e finalidade da quimioterapia 
- Curativa - quando é usada com o objetivo de se conseguir o 
controle completo do tumor. 
- Adjuvante - quando se segue à cirurgia curativa, tendo o ob-
jetivo de esterilizar células residuais locais ou circulantes, di-
minuindo a incidência de metástases à distância. 
- Neoadjuvante ou prévia - quando indicada para se obter a 
redução parcial do tumor, visando a permitir uma comple-
mentação terapêutica com a cirurgia e/ou radioterapia. 
- Paliativa - não tem finalidade curativa. Usada com a finali-
dade de melhorar a qualidade da sobrevida do paciente. 
 
Via de administração da quimioterapia 
- Intramuscular: Injeção no músculo. 
- Subcutânea: Injeção sob a pele. 
- Intralesional: Injeção diretamente na área cancerosa. 
- Intratecal: Injeção dentro do canal espinhal. 
- Intravenosa: Injeção na veia. 
- Uso tópico: Aplicada na pele. 
- Via oral: Pílulas, cápsulas ou líquidos. 
 
Toxicidade geral dos quimioterápicos 
 Afetam estruturas normais que se renovam constantemente, 
como a medula óssea, os pelos e a mucosa do tubo digestivo. 
 As células normais apresentam um tempo de recuperação 
previsível, sendo possível que a quimioterapia seja aplicada repe-
tidamente, desde que observado o intervalo de tempo necessário 
para a recuperação da medula óssea e da mucosa do tubo diges-
tivo (Ciclos periódicos) 
 A toxicidade é variável para os diversos tecidos e depende da 
droga utilizada. 
 
Efeitos tóxicos dos quimioterápicos, conforme a época em que se 
manifestam após a aplicação. 
 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
 
 
Retornar ao hospital imediatamente em caso de: 
- Febre por mais de duas horas ≥ 38°C. 
- Manchas ou placas avermelhadas no corpo 
- Sensação de dor ou ardência ao urinar. 
- Dor em qualquer parte do corpo inexistente antes do tto. 
- Sangramentos que demoram a estancar. 
- Falta de ar ou dificuldade de respirar. 
- Diarreia por mais de 2 dias. 
 
Critérios para aplicação da quimioterapia 
Condições gerais do paciente: 
- <10% de perda do peso corporal desde o início da doença. 
- Ausência de contraindicações clínicas para as drogas selecio-
nadas. 
- Ausência de infecção ou infecção sob controle. 
- Capacidade funcional correspondente aos 3 primeiros níveis, 
segundo os índices propostos por ECOG e Karnofsky. 
 
 
 
Critérios laboratoriais para aplicação da quimioterapia 
 Contagem das células do sangue e dosagem de hemoglobina. 
(Os valores exigidos para aplicação da quimioterapia em crianças 
são menores.): 
- Leucócitos > 4.000/mm³ 
- Neutrófilos > 2.000/mm³ 
- Plaquetas > 150.000/mm³ 
- Hemoglobina > 10 g/dl 
 
 Dosagens séricas: 
- Ureia < 50 mg/dl 
- Creatinina < 1,5 mg/dl 
- Bilirrubina total < 3,0 mg/dl 
- Ácido Úrico < 5,0 mg/dl 
- Transferases (transaminases)<50Ul/ml 
 
Resistência aos quimioterápicos 
- Mutação: populações celulares desenvolvem nova codifica-
ção genética. 
- São estimuladas a desenvolver tipos celulares resistentes ao 
serem expostas às drogas, enveredando por vias metabólicas 
alternativas, através da síntese de novas enzimas. 
- O tratamento é descontinuado, quando a população tumoral 
é ainda sensível às drogas. 
- É aplicada a intervalos irregulares. 
- Doses inadequadas são administradas. 
- "Resistência a múltiplas drogas“, está relacionado à diminui-
ção da [] intracelular do quimioterápico e a presença da gli-
coproteína 170-P. 
- Deve-se iniciar a quimioterapia quando a população tumo-
ral é pequena, a fração de crescimento é grande e a proba-
bilidade de resistência por parte das células com potencial 
mutagênico é mínima. 
 
Responsividade do tumor à quimioterapia 
- Tumores quimiossensíveis 
- Tumores moderadamente quimiossensíveis. 
- Tumores quimiorresistentes. 
 
 
 
 
Ações dos agentes quimioterápicos relativas a seus usos clínicos 
 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
 
 
TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO DO CÂNCER 
PRINCIPAIS AGENTES ANTINEOPLÁSICOS 
Agentes Citotóxicos 
- Agentes Alquilantes e Correlatos 
- Antimetabólicos 
- Antibióticos Neoplásicos 
- Derivados Vegetais 
 
Hormônios 
- Esteróides 
 
Agentes Diversos 
 
AGENTES ALQUILANTES E CORRELATOS 
Grupo Alquil 
- Ligações covalentes com nucleotídeos, como o N7 da Gua-
nina do DNA → Replicação defeituosa ou ruptura da cadeia. 
- Principal efeito → síntese do DNA 
 
Efeitos Adversos 
- Mielossupressão 
- Esterilidade 
- Risco de Leucemia 
 
Principais exemplos 
- Mostardas nitrogenadas: CICLOFOSFAMIDA, ACROLEÍNA 
- Nitrosureias: LOMUSTINA 
- CISPLATINA → ligação intrafilamento do DNA → baixa mielo-
toxicidade → náuseas e vômitos intensos e nefrotoxicidade 
→ Tumores de células germinativas (testículo e ovário) 
 
ANTIMETABÓLICOS 
- Bloqueiam ou subvertem as vias de síntese do DNA 
 
→ Antagonistas do Folato 
METOTREXATO 
- Inibe a DHFR (Di-hidrofolato redutase reduz o ácido fólico → 
ácido folínico). Reumatologia também utilizam. 
 
Efeitos Adversos 
- Mielossupressão 
- Nefrotoxicidade 
 
→ Análogos da Pirimidina 
FLUOROURACIL 
- Inibe Timidilato Sintetase 
 
CITARABINA 
- Inibe a DNA Polimerase 
 
Efeitos Adversos 
- Mielossupressào 
→ Análogos da Purina 
MERCAPTOPURINA 
 
FLUDARABINA 
- Inibe a DNA Polimerase 
 
PENTOSTATINA 
- Inibe Adenosina Desami-
nase 
ANTIBIÓTICOS CITOTÓXICOS 
- Ação direta sobre o DNA 
 
DOXORRUBICINA 
- Inibe síntese do DNA 
(inibe topoisomerase II) 
e do RNA 
 
Efeitos Adversos 
- Náuseas 
- Vômitos 
- Mielossupressão 
- Queda de cabelo 
 
BLEOMICINA 
- Fragmentação da Cadeia 
de DNA 
 
Efeitos Adversos 
- Febre 
- Alergias 
- Reações mucocutâneas 
- Fibrose Pulmonar 
DACTINOMICINA 
- Intercala-se no DNA, ini-
bindo a RNA polimerase e 
a transcrição 
 
Efeitos Adversos 
- Náusea 
- Vômitos 
- Mielossupressão 
 
MITOMICINA 
- Quando ativada produz 
um metabólito alquilante 
 
DERIVADOS VEGETAIS 
ALCALOIDES DA VINCA (VINCRISTINA) 
- Inibe a mitose na metáfase 
- Efeitos tóxicos neuromusculares 
 
TAXANOS (PACLITAXEL) 
- Estabiliza os microtúbulos → inibindo a mitose 
- Efeitos adversos leves: Reações de Hipersensibilidade 
 
ETOPOSIDA 
- Inibe a Topoisomerase II → inibindo síntese DNA 
- Inibe a função mitocondrial 
 
Efeitos Adversos 
- Náuseas e vômitos 
- Mielossupressão 
- Alopécia 
 
CAMPOTECINAS (IRINOTECANO) 
- Inibe a Topoisomerase I 
 
HORMÔNIOS E AGENTES RADIOATIVOS 
- Glicocorticóides → Leucemias e Linfomas 
- Tamoxifeno → Tumores de mama (antiprogestágenos) 
- Análogos do Gn-RH → Tumores de próstata e mama 
- Antiandrogênicos → Tumores de próstata 
- Inibidores da síntese de hormônios sexuais → Ca de mama 
pós-menopáusico 
- Isótopos Radiativos → I131 para Ca de tireóide 
 
AGENTES DIVERSOS 
PROCARBAZINA 
- Inibe síntese do DNA 
- Interfere na mitose 
 
CRISANTASPASE 
- Inibe síntese asparagina → Leucemia Linfoblástica Aguda 
 
HIDROXICARBAMIDA 
- Inibe a Ribonucleotídeo Sintetase 
 
ANSACRINA 
- Inibe a Topoisomerase II 
 
MITOTANO 
- Interrompe a síntese de esteróides adrenocorticais 
 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
IMATINID 
- Inibe vias de sinalização dos genes 
- Leucemia Mielóide Crônica 
 
ANTICORPOS MONOCLONAIS 
- Riruximab → linfoma células b 
- Trastuzumab → CA de mama 
 
Efeitos adversos comuns 
- Náusea e Vômitos 
- Mielotoxicidade 
- Toxicidade Gastrointestinal:estomatite, ulceração, superin-
fecção por Candida albicans. 
- Alopécia 
- Efeitos Gonadais em mulheres: irregularidade menstrual, 
amenorreia e infertilidade. 
- Efeitos Gonadais em Homens: comprometimento da esper-
matogênese e esterilidade. 
- Hiperuricemia. 
- Mutagênese e Carcinogênese. 
 
DROGAS COM ALVOS MOLECULARES ESPECÍFICOS NO TRATA-
MENTO DO CÂNCER 
- Início das pesquisas: década de 1970. 
- 1ºs resultados: 1980-90 seleção de alvos moleculares. 
 
INIBIDORES DE ESPECÍFICOS DE TK (TIROSINA-QUINASE) 
- Inibidores ligam-se competitivamente ao receptor impe-
dindo fosforilação. 
- Tipos: Imatinibe, Inibidores de EGFR, Erlotinibe, Gefitinibe 
 
IMATINIBE 
- Inibidor de TK 
- Especificidade para Bcr-Abl (LMC) e c-kit (tumores gastroin-
testinais) 
- Tratamento para LMC altamente efetivo com toxicidade 
baixa 
- Tratamento isolado ou combinado a outras medicações 
- Tumores com alteração de c-KIT e PDGFR 
- Terapias tradicionais desanimadoras 
- 60-80% de resposta entre os pacientes. 
 
FAMÍLIA ERBB DE RECEPTORES COMO ALVO: 
- Receptores de fator de crescimento 
- EGFR: envolvido nos processos de proliferação celular, mi-
gração, invasão e sobrevivência celular 
 
INIBIDORES DO RECEPTOR DO FATOR DE CRESCIMENTO EPIDÉR-
MICO (EGFR) 
- Expressão aumentada em vários tumores 
o Cólon 
o Cabeça e pescoço 
o Bexiga 
o Esôfago 
o Próstata 
o Pâncreas 
o Pulmão 
o Renal 
o Mama 
o Ovário 
- Impede a fosforilação do receptor TK de EGFR 
- Efeitos colaterais: diarreia e erupção cutânea 
 
ERLOTINIBE 
- Resultados objetivos em carcinomas de pulmão e de pênis 
- Efeitos colaterais: diarreia. 
 
GEFITINIBE 
- Carcinoma de pulmão 
- 54% de resposta: remissões completas, parciais e estabili-
dade 
- Efeitos colaterais: diarreia. 
 
ANTICORPOS MONOCLONAIS 
- Primeiros anticorpos monoclonais: década de 1970 
- Anticorpos de murinos: HAMA (anticorpos humanos anti-
murinos): 30% dos pacientes 
- Engenharia genética: anticorpos quiméricos e humanizados 
- Nomenclatura: depende da origem: 
 
 
 
Anticorpos monoclonais para leucemias e linfomas 
RITUXIMAB (MABTHERA, RITUXAN) 
- Específico para CD20 
- Marcador de superfície dos linfócitos B 
- Ausência de expressão em células plasmáticas e células-
tronco: repovoamento após tratamento 
- Capacidade de inibir, de proliferação celular, de apoptose e 
sensibilizar células para quimioterapia. 
 
GENTUZUMAB OZOGAMICIN (MYLOTARG) 
- Anti CD-33 
- Aprovado para tratamento de LMA 
- Blastos leucêmicos: 80% expressam CD33, mas não nas célu-
las progenitoras. 
 
ALENTUZUMAB (CAMPATH) 
- Anti CD52 
- Aprovado para Leucemia Linfocítica Crônica 
- CD52 expresso em 95% dos linfócitos T e B e monócitos; 
- Eliminam células tumorais do sangue, da MO e baço; 
- Alta frequência de infecções oportunistas. 
 
IBRITUMOMAB TIUXETAM (ZEVALIM) 
- Conjugação de anticorpo monoclonal com isótopo radioativo 
Y90 (atividade imunológica e radioterapia localizada) 
- Autorizado em 2002 pela FDA 
- Resposta completa de 30% 
 
Anticorpos monoclonais para tumores sólidos 
CETUXIMAB 
- Liga-se ao receptor EGFR 
- Impede transdução de sinal 
- Frequente expressão aumentada de EGFR nos tumores de ca-
beça e pescoço 
- Cetuximab + Radioterapia = 100% resposta 
- Estudos em andamento: cabeça e pescoço, cólon e pulmão. 
 
BEVACIZUMAB 
- Anticorpo monoclonal dirigido contra o VEGF 
- Primeiros resultados apresentados em 2003 
- Pacientes com câncer colorretal metastático 
- Radioterapia + Bevacizumab: ↓ risco de óbito de 35%. 
 
TRANSTUZUMAB 
- 1º anticorpo monoclonal aprovado pela FDA para tumores 
sólidos 
- Dirigido contra domínio extracelular HER2, onde há superex-
pressão (adenocarcionoma mama metastático) 
- Transtuzumab + quimioterapia = resultados superiores (p.ex. 
vida média aumentou em cerca de 5 anos). 
 
DENILEUKIN DIFTITOX (ONTAK) 
- Fusão entre toxina diftérica enzimaticamente ativa e sequên-
cia de gene para IL-2; 
- Estudos com pacientes linfoma T refratário (CD25+): resposta 
global de 60%. 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
ANTIBIOTICOTERAPIA 
 
 Substâncias químicas que inibem o crescimento ou provo-
cam a destruição dos micro-organismos. Produzidos através de 
micro-organismos como bactérias, fungos, e outros, ou sinteti-
zados total ou parcialmente. É uma das drogas mais utilizadas 
na terapêutica. Uso indiscriminado → Resistência Bacteriana → 
Germes multirresistentes. 
 
Racionalização de uso: Efetividade x Toxicidade x Custos 
 
Histórico dos ATB 
- 1877 - Joubert e Pasteur: inibição crescimento antrhax 
- 1928 - Fleming: Descoberta penicilina 
- 1936 - Uso sulfonilamidas 
- 1940 - Florey, Chain e Abraahm: isolamento da penicilina. 
- 1941 - Uso clínico penicilina 
 
Classificação ATB por efeito 
- Bactericidas: agem matando os micro-organismos 
- Bacteriostáticos: agem inibindo o crescimento dos micro-
organismos. 
 
Resistência bacteriana 
- Resistência Natural (Primária) 
- Resistência Adquirida (Secundária) 
o Por Seleção: Mutação. 
o Por Indução: Plasmídeos e transpossomas. 
 
ANTIBIOGRAMA 
 
Gram Negativo I 
(640660) 
Gram Negativo II 
(640661) 
Gram Negativo III 
(640662) 
Ampicilina Gentamicina Cefotaxima 
Cefalotina Ceftazidima Aztreonam 
Amoxicilina + 
Clavulanato 
 
Amicacina 
 
Cloranfenicol 
Cefuroxima Ciprofloxacin Tetraciclina 
Cefoxitina Cefepime Tobramicina 
 
Ceftriaxona 
 
Sulfazotrim Ticarcilina + Clavulanato 
Gram Positivo I 
(640658) 
Gram Positivo II 
(640659) 
 
Urina (640657) 
Oxacilina Cefepime Norfloxacin 
Penicilina Cloranfenicol Gatifloxacin 
Eritromicina Ciprofloxacin Nitrofurantoína 
Clindamicina Gentamicina Sulfazotrim 
Sulfazotrim Rifampicina Tetracilina 
Vancomicina Tetracilina Ácido Nalidíxico 
 
Antibiótico de amplo espectro x espectro reduzido 
Bactericida X Bacteriostático 
Aminoglicosídeos Tetraciclinas 
Cefalosporinas Macrolídeos 
Penicilina Cefalosporinas 
 
Doses e Intervalos ATB são ditados por: 
- MIC (Concentração Inibitória Mínima) 
- TOXICIDADE 
- MEIA-VIDA PLASMÁTICA 
- COMODIDADE POSOLÓGICA 
 
Duração do tratamento: 
- Normal: 7-10 dias → inf. moderadas 
- 10-14 dias → inf. Graves 
- Dose única: Gonorreia, ITU. 
- 3 dias: ITU não complicada. 
- Exceção: Osteomielite (28 dias) 
 
Efeitos adversos ATB 
- Tóxicos: concentração superior a terapêutica. 
o Ex.: aminoglicosídeos → oto e nefrotoxicidade 
o Ex.: betalactâmicos → neurotoxicidade 
- Colaterais: com esquemas posológicos nas concentrações 
terapêuticas. 
o Ex.: dor epigástrica p/efeito irritativo da eritromicina 
e das tetraciclinas. 
- Secundários: superinfecção 
o Desequilíbrio da flora bacteriana normal. 
o Ex.: candidíase oral/vaginal quando se utiliza atb 
como ampicilina e amoxicilina. 
- Reações hipersensibilidade: 
o Respostas imunológicas anormais a ATB 
o Independente da dose 
o Difícil Previsibilidade 
o Ex.: Rash cutâneo por penicilina. 
 
Sítios de ação dos diferentes tipos de agentes antibióticos 
 
 
 
Síntese da PC Metabolismo do ácido fólico 
RNA polimerase 
DNA-dependente 
Ciclosserina Trimetoprim Rifamicinas 
Bacitracina Sulfonamidas Síntese de proteínas 
B-lactâmicos Sulfonas Aminoglicosídeos 
Glicopeptídeos Replicação do DNA Macrolídeos 
Membrana celular Quinolonas Lincosamida 
Polimixinas Nitromidazóis Estreptograminas 
 Anfenicóis 
 Tetraciclinas 
 Rupirocina 
SULFONAMIDAS 
 
Histórico 
- Antiguidade 
- Descoberta de atividade anti-estreptocócica da sulfami-
docrisoidina (prontosil) em 1932; início da quimioterapia 
antimicrobiana moderna. 
 
Composto básico: as sulfas cli-
nicamente úteis derivam-se da 
sulfanilamida. 
 
 
 
Mecanismo.de ação da assoc. sulfonamidas + trimetoprima- Inibe a síntese de ácidos nucleicos e de proteínas. 
- As sulfonamidas inibem as enzimas sintetases que trans-
formam o PABA em ácido fólico. 
- A trimetropina bloqueia as redutases que reduzem o 
ácido fólico a ácido folínico impedindo a formação dos áci-
dos nucleicos. 
 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
 
 
Mecanismo de ação 
- O sulfametoxazol e o trimetoprim, embora bacteriostáti-
cos quando isolados, apresentam atividade bactericida 
quando associados. 
- O trimetoprim apresenta uma afinidade 50 a 100.000 ve-
zes maior pela diidrofolato-redutase bacteriana que pela 
diidrofolato-redutase humana. 
 
Classificação 
- Sulfonamidas de ação curta ou intermediária (½ vida 
aproximada de 12 horas): 
 
SULFAMETAXAZOL: 
- Rapidamente absorvida por via oral 
- É eliminada por via renal – filtração glomerular 
- Distribui-se amplamente pelos tecidos 
- Atravessa a barreira placentária e hematoencefálica 
- É pouco metabolizado pelo fígado 
- É comercializada em associação à trimetoprima (cotri-
mazol). 
 
COTRIMAZOL 
- É utilizado no combate a quadros infecciosos por:
 
- Escherichia coli: 
o Infecções urinárias 
o Prostatites 
- Haemophilus influenzae e pneumococos: 
o Infecções brônquicas 
- É o medicamento de escolha para o tratamento de infec-
ções por Pneumocystis jiroveci 
- Meningites por meningococo e pneumococo 
 
Classificação 
- Sulfonamidas de ação longa ação: (½ vida aproximada de 
150 horas): 
 
SULFADOXINA 
- Em associação com pirimetamina constitui o FANSIDAR 
- É uma sulfa de ação ultra-prolongada 
- É absorvida por via oral e administrada por via IV 
- Em associação com a pirimetamina pode ser utilizada no 
combate a toxoplasmose e malária. 
 
Indicações 
- A associação sulfa + trimetoprim pode ser adotada em di-
versos processos infecciosos. São consideradas como im-
portantes opções no tratamento de: 
- Salmoneloses Shigeloses 
- Pneumonia por Pneumocystis jiroveci (P. carinii) 
- Donovanose 
- Nocardiose e actinomicose 
- Infecções urinárias por: 
o Escherichia coli 
o Proteus mirabilis 
- Prostatites por Escherichia coli 
- Uretrite gonocócica e por clamídias 
- Infecções respiratórias: 
o Superada pela maior eficácia da penicilina e demais 
antibióticos. 
o A associação com o trimetroprim atua ainda nas in-
fecções brônquicas por Haemophilus influenzae e 
pneumococo 
o Meningites estafilocócicas 
o Hanseníase 
 
Classificação 
 
Sulfonamidas limitadas ao trato gastrointestinal: 
- Sulfaguanidina 
- Sulfasuxidina 
- Sulfatalidina 
- Salicilazosulfapiridina (sulfasalazina)* 
- * Metabólito sulfapiridina pode ser absorvido. 
 
Sulfonamidas tópicas: 
- Sulfadiazina de prata 
- Forma de creme 
- Usos: 
o Queimados infectados 
o Infecções ginecológicas: P. aeruginosa e C. Albicans 
 
Mecanismo de resistência do sulfametoxazol 
- Mutação cromossômica: superprodução de PABA ou mo-
dificação estrutural da diidropteroato-sintetase. 
- Transferência plasmidial: modificação da diidropteroato-
sintetase ou diminuição da permeabilidade da parede ce-
lular ao sulfametoxazol. 
 
Propriedades farmacológicas das sulfonamidas 
- Absorção: bem absorvidas pelo TGI, exceto as de uso tó-
pico e as de ação intestinal. 
- Distribuição: ampla, incluindo o SNC, a próstata (exceto 
na prostatite crônica) e barreira placentária. 
- Ligação proteica: variável, sendo de 70% para sulfameto-
xazol. 
- Excreção: preferencialmente renal, por filtração glomeru-
lar; 20 a 40% são excretados por via biliar. 
 
Propriedades farmacológicas das trimetoprima 
- Absorção enteral: boa. 
- Distribuição: ampla, incluindo o SNC, a próstata (exceto 
nas prostatites crônicas) e a barreira placentária. 
- ½ vida sérica: 11 horas. 
- Metabolismo: moderado no fígado. 
- Ligação proteica: 65 a 70%. 
- Excreção: 60 a 80% da dose é excretada na urina via se-
creção tubular. 
 
Ajustes posológicos na insuficiência renal (sulfametaxazol/tri-
metoprima): 
 As posologias habituais e as correções das doses na IR, de 
acordo com o clearence de creatinina e calculadas com base no 
componente trimetoprim, são: 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
- 80ml/min .................... 3 - 5mg/kg cada 6 - 12 horas 
- 50 a 80ml/min .................... 3 - 5mg/kg cada 18 horas 
- 10 a 50ml/min ................... 3 – 5mg/kg cada 24 horas 
- < 10ml/min .................................... não recomendado 
- Após a hemodiálise, a dosagem suplementar é de 4 a 
5mg/kg do componente trimetoprim. 
- Durante a diálise peritoneal a dosagem é de 16mg do 
componente trimetoprim a cada 48 horas. 
 
Indicações clínicas (sulfonamidas + trimetoprima) 
- Infecções do trato urinário: 
o Prostatites, orquites e epididimites. 
o Tratamento de ITU’s complicadas ou não 
o Profilaxia das infecções recorrentes em mulheres 
adultas e crianças com refluxo vesico-ureteral. 
- Infecções respiratórias: 
o Tratamento de pneumonias, bronquites, otites e si-
nusites (como droga alternativa). 
o Profilaxia de exacerbações agudas de bronquites 
crônicas. 
o Profilaxia e tratamento de infecções pulmonares 
provocadas pelo Pneumocystis jiroveci. 
- Infecções gastrointestinais: 
o Shigelose* 
o Salmonelose* 
o Escherichia coli enteropatogênica* 
o Cólera 
o Isospora belli 
o Diarreia do viajante 
- Infecções genitais*: 
o Eficaz nas prostatites e uretrites gonocócicas. 
o Pode ser eficaz para o tratamento de infecções por 
Chlamydia trachomatis e Haemophylus ducreyi. 
o Resistência crescente, pouco úteis nessas situações. 
- Outras utilizações: 
o Brucelose (6 semanas) 
o Nocardiose 
o Paracoccidioidomicose 
o Melioidose (Pseudomonas pseudomallei) 
o Pseudomonas cepacia 
o Stenotrophomonas maltophilia 
o Doença de Whipple 
o Meningites por micro-organismos susceptíveis 
 
Efeitos adversos (sulfonamidas + trimetoprima) 
- Gravidez e lactação: evitar durante o último trimestre de 
gravidez e o primeiro mês de amamentação. 
- Em recém-nascidos, o sulfametoxazol/trimetoprima, por 
competir com a bilirrubina pela ligação com a albumina, 
pode precipitar o quadro clínico de Kernícterus. 
- Outros efeitos adversos da associação (mais frequentes e 
pronunciados nos pacientes HIV positivos) são: 
 
TGI: 
- Náuseas 
- Vômitos 
- Diarreias 
- Colite pseudomembranosa 
 
Fígado: 
- Necrose hepática 
- Icterícia 
- Colestase prolongada 
Reações de hipersensibilidade: 
- Rash cutâneo 
- Febre 
- Doença do soro 
- Nefrite necrotizante 
- Anafilaxia (especialmente sulfas de longa duração) 
- Eritema nodoso 
- Eritema multiforme 
- Vasculite 
 
SNC: 
- Cefaleia 
- Depressão 
- Meningite asséptica 
 
Pâncreas: 
- Pancreatite aguda 
 
Sistema hematopoiético: 
- Anemia hemolítica aguda 
- Anemia aplástica 
- Anemia megaloblástica 
- Agranulocitose 
- Trombocitopenia 
- Leucopenia 
 
Pulmão: 
- Infiltrados transitórios difusos (pacientes HIV+). 
 
Sistema renal: 
- Disfunção renal (em pacientes com lesão prévia) 
- Acidose tubular renal 
- Cristalúria (sulfadiazina, sulfatiazole) 
 
 A associação sulfametoxazol/trimetoprim, competindo 
com a ligação pela albumina, aumenta o nível sérico de várias 
drogas, entre elas: 
- Warfarin 
- Metotrexato 
- Clorpropamida 
- Tolbutamida 
- Diuréticos tiazídicos 
- Fenitoína 
 
 Diversas drogas, competindo com as sulfonamidas pela li-
gação com a albumina, podem aumentar o nível sérico do sul-
fametoxazol/trimetoprim, entre elas: 
- Indometacina 
- Fenilbutazona 
- Salicilatos 
- Probenecida 
- Sulfinpirazona 
 
 Os níveis séricos de rifampicina podem estar aumentados 
nos pacientes em uso de sulfametoxazol/trimetoprim. 
 
Apresentações farmacológicas disponíveis no Brasil 
Uso oral: 
- Sulfadiazina: compr 500mg; 
- SMZ/TMP (s): compr 400/80mg - Susp 200/40mg/5ml 
- SMZ/TMP(d): comp 800/160mg 
- Sulfasalazina: comp 500mg 
- Sulfadoxina + pirimetamina (fansidar): compr 500 + 25mg 
- Sulfadiazina + trimetoprima: compr 410 + 90mg - Susp 205 
+ 45mg/5ml. 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
Uso endovenoso: 
- SMZ/TMP: ampolas com 400/80mg cada 5ml 
- Sulfadoxina/pirimetamina: ampolas com 500/25mg 
 
Uso tópico: 
- Sulfadiazina de prata a 1%: 
o Bisnagas com 15,30 e 50g 
o Potes com 100 e 400g 
o Creme vaginal com 30g 
 
 
 
FLUORISOQUINOLONAS 
 A 1ª quinolona não fluorada, o ácido nalidíxico foi obtida 
durante a síntese da cloroquina. Atualmente incluem agentes 
fluorados de: 
- Amplo espectro: 
o CIPROFLOXACINA 
o LEVOFLOXACINA 
o OFLOXACINA 
o NORFLOXACINA 
o ACROSOXACINA 
o PEFLOXACINA 
 
- Baixo espectro: 
o ÁCIDO NALIDÍXICO 
o CINOXACINA 
 
Mecanismo de ação 
- Atuam sobre a topoisomerase e DNA-girase, alterando a 
replicação do DNA bacteriano. 
 
Farmacocinética 
- Bem absorvidas por VO. 
- T ½ varia de 3h (ciprofloxacina) à 10h (perfloxacina). 
- Concentram-se nos rins, próstata, pulmões e nos fagóci-
tos, a maioria não atravessa as barreiras. 
- Antiácidos interferem na absorção. 
- Biotransformadas no fígado por enzimas P450 (embora 
sejam inibidores desta enzima). 
- Eliminadas na urina. 
 
Efeitos adversos 
- Alterações gastrintestinais 
- Erupções cutâneas 
- Cefaleia 
- Vômitos 
- Podem ocorrer interações metabólicas com a teofilina (in-
toxicação). 
 
Indicações terapêuticas 
- Amplo espectro: eficaz contra micro-organismos Gram –
/+ e organismos resistentes as penicilinas e cefalospori-
nas. 
- Principais indicações: 
o Infecções do trato urinário 
o Inf respiratórias por Pseudomonas e H. influenzae 
o Prostatite 
o Gonorreia 
o Otite 
o Osteomielite bacilar 
 
 
 
β-LACTÂMICOS 
 Penicilinas: Fleming (1928) observou cultura de estafilo-
cocos contaminada por fungo do gênero penicillium. 
- Em 1941, notáveis efeitos nos seres humanos. 
- Podem ser destruídas por: amidases e β-lactamases (pe-
nicilinases). 
- Outros: cefalosporinas e cefamicinas. 
 
PENICILINAS 
 
Tipos 
- Naturais - BENZIL FENOXIMETILPENICILINA. 
- Resistentes a ß lactamase - FLUCLOXACILINA. 
- Amplo espectro - AMPICILINA, AMOXICILINA. 
- Espectro ampliado - CARBENICILINA. 
 
Mecanismo de ação 
- Interferem na síntese da parede celular bacteriana, ini-
bem enzima de transpeptidização. 
- Lisam a bactéria ao inibir um inativador de enzimas auto-
líticas da parede celular. 
 
Farmacocinética 
- Absorção VO variável, IV ou IM com ampla distribuição. 
- Insolúveis em lipídeos. 
- Não penetram nas células dos mamíferos, nem atraves-
sam barreiras. 
- Eliminação por secreção tubular com t½ curta. 
 
Efeitos adversos 
- Hipersensibilidade causada pelos metabólitos. 
- Superinfecção. 
 
Indicações terapêuticas 
- Isoladas ou em associação, constituem fármaco de esco-
lha na quimioterapia bacteriana. 
- Principais indicações: 
o Infecções por stafilococos e streptococos 
o Meningite bacteriana 
o Endocardite 
o Bronquite 
o Otite 
o Faringite 
o Gonorreia 
o Sífilis 
 
 
 
CEFALOSPORINAS E CEFAMICINAS 
 
- Isoladas dos fungos Cephalosporium e Streptomyces as 
semissintéticas são de amplo-espectro, hidrossolúveis e 
relativamente estáveis em pH ácido. 
 
Mecanismo de ação 
- Idêntico ao das penicilinas (interferem na síntese do pep-
tídeo da parede celular bactéria). 
 
Mecanismo de resistência 
- Maior das bactérias Gram – que codificam uma β-lacta-
mase mais ativa na hidrólise das cefalosporinas. 
 
Classificação 
- 1ª geração: CEFALEXINA, CEFALOTINA. 
- 2ª geração: CEFUROXIMA, CEFOXITINA, CEFACLOR. 
- 3ª geração: CEFOTAXIMA, CEFTRIAXONA. 
- 4ª geração: CEFEPINA (>resistência a β-lactamase). 
 
Farmacocinética 
- Algumas adm por VO (cefalexina), a maioria IM ou IV. 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
- Ampla distribuição, algumas atravessam barreiras (ce-
foperazona *, ceftriaxona* cefotaxima e cefuroxima). 
- Eliminação por secreção tubular , *eliminadas na bile. 
 
Indicações terapêuticas 
- Bactérias Gram – e Gram + 
- Septicemia 
- Pneumonia 
- Infecção urinária 
- Meningite 
- Sinusite 
 
Efeitos adversos 
- Hipersensibilidade 
- Nefrotoxicidade 
- Intolerância ao álcool. 
 
 
AFETAM A SÍNTESE DE PROTEINAS BACTERIANAS 
 
Classificação 
- Tetraciclinas 
- Cloranfenicol 
- Aminoglicosídeos 
- Macrolídeos 
 
 
TETRACICLINAS 
 
Classificação 
- TETRACICLINA 
- OXITETRACICLINA 
- DOXICICLINA 
- MINOCICLINA 
 
Mecanismo de ação 
- Inibem síntese de proteínas, são bacteriostáticos. 
 
Farmacocinética 
- VO ou parenteral 
- Absorção intestinal irregular (alimentos), prejudicada (cál-
cio, ferro, magnésio, alumínio), exceto: minociclina e do-
xiciclina. 
- Ampla distribuição, atravessam barreiras. 
- Eliminação renal e na bile. 
 
Indicações terapêuticas 
- Amplo espectro. 
- 1ª escolha: riquétsias, micoplasma, peste, clamídias, bru-
celose, cólera, leptospirose. 
- 2ª escolha: infecções respiratórias, acne, meningite, diar-
reia. 
 
Efeitos adversos 
- Distúrbios gastrintestinais 
- Hipoplasia dentária 
- Deformidades ósseas 
- Aplasia medular 
- Fototoxicidade 
- Tontura. 
 
 
 
CLORANFENICOL 
- Originalmente isolado do Streptomyces. 
 
Mecanismo de ação 
- Inibe síntese de proteínas, liga-se a unidade 50S do ribos-
soma da bactéria, assim como a eritromicina e clindami-
cina. 
Farmacocinética 
- Administração VO com pico plasmático em 2hs. 
- Ampla distribuição, atravessa barreiras 
- Metabolismo hepático 
- Eliminação urinária. 
 
Indicações terapêuticas 
- Amplo espectro bactérias Gram – e Gram + 
- Bactericida para: 
o H. Influenzae 
o Meningite 
o Febre tifóide 
o Conjuntivite 
 
Mecanismo de resistência 
- Devido produção de cloranfenicolacetiltransferase. 
 
Efeitos adversos 
- Aplasia medular (pancitopenia) 
- Síndrome cinzenta do RN 
- Hipersensibilidade 
- Superinfecção 
 
 
 
AMINOGLICOSÍDEOS 
- Produtos naturais ou semissintéticos produzidos por dife-
rentes actinomicetes. 
 
Classificação 
- ESTREPTOMICINA (Streptomyces griseus) 
- GENTAMICINA 
- TOBRAMICINA 
- KANAMICINA 
- METILMICINA 
- AMIKACINA 
- NEOMICINA 
 
Mecanismo de ação 
- Inibem a síntese de proteínas bacterianas (bactericidas 
dose-dependente). 
- Transportada para o interior da célula (oxigênio depen-
dente), inibe a translocação do mRNA. 
- Pouco efeito sobre micro-organismos anaeróbicos. 
 
Farmacocinética 
- Extremamente polares. 
- Não são absorvidas no TGI. 
- Após IM absorção rápida pelos tecidos (pico 30´). 
- Não atravessam barreiras (placenta?). 
- Baixa distribuição nos tecidos. 
- Concentram-se no ouvido interno e no córtex renal. 
- T ½ plasmática é de 2-3h. 
- Eliminação renal por filtração glomerular. 
 
Efeitos adversos 
- Grave ototoxicidade e nefrotoxicidade (dose-dependente 
- a metilmicina é a menos tóxica); 
- Monitorar concentrações plasmáticas 
- Rara paralisia causada por bloqueio da JNM 
 
Indicações terapêuticas 
- Estreptomicina: 
o Endocardite bacteriana 
o Tuberculose 
o Tularemia (febre do coelho) 
 
CARLOS HIAGO FERREIRA 
- Gentamicina: 
o Pneumonia 
o Sepsis 
o Infecções urinárias 
o Meningite 
o Endocardite 
o Queimados 
- Tobramicina: oftalmologia. 
- Kanamicina: tuberculose (pouco uso). 
- Neomicina: preparação do intestino para cirurgias (VO) 
uso tópico. 
 
 
 
MACROLÍDEOS 
 
 
 ERITROMICINA foi descoberta em 1952 como um produto 
metabólico da Streptomyces erythreus. CLARITROMICINA e 
AZITROMICINA são derivados semissintéticos. 
 
Mecanismo de ação 
- Inibem a síntesede proteínas bacterianas (translocação 
do RNA), ao ligarem-se a unidade 50S do ribossomo. 
- Competem com o cloranfenicol. 
- Bacteriostáticos ou bactericidas (altas doses) 
- Contra cocos e bacilos Gram + 
 
Farmacocinética 
- Administração VO 
- Eritromicina pouco estável em meio ácido, embora IV 
possa ocorrer tromboflebite local. 
- Absorção no intestino (éster). 
- Ampla distribuição, mas não atravessam barreiras. 
- T½ da eritromicina é de 3h, da claritromicina é 3 x maior e 
da azitromicina é 10 x maior. 
- Concentram-se nos fagócitos, potencializam a destruição 
das bactérias. 
- Inativados no fígado pela enzima P450 (claritromicina 
forma metabólito ativo). 
- Excreção na urina e bile. 
 
Efeitos adversos 
- Distúrbios gastrintestinais 
- Reações de hipersensibilidade 
- Distúrbios da audição 
- Icterícia colestática 
- Superinfecção 
- Inibem a enzima CYP3A4 com importantes interações far-
macológicas na clínica. 
 
Mecanismo de resistência 
- Bombeamento p/fora do micro-organismo 
- Metabolismo por metilases 
- Hidrólise por esterases 
- Mutação alterando unidade 5OS 
 
Indicações terapêuticas 
- Principalmente tuberculose e pneumonias 
- Infec. por streptococos: faringite, sinusite e erisipela. 
- Infeccão por helicobacter pylori: úlcera péptica 
- Sífilis e tétano 
 
 
 
LINCOSAMIDAS 
CLINDAMICINA 
 
Mecanismo de ação 
- Bacteriostático, liga-se a subunidade 50S do ribossomo e 
inibe a síntese de proteínas. 
 
Farmacocinética 
- Absorção oral, com pico de [] plasmática em 1h. 
- T½ de 3h 
- Ampla distribuição e pouca passagem para o SNC e grande 
para a placenta 
- Alta ligação com proteínas plasmáticas 
- Acumula-se em leucócitos, macrófagos e abcessos. 
- Biotransformação hepática 
- Eliminação na bile e na urina. 
 
Efeitos adversos 
- Diarreia 
- Colite grave (1-10%) 
- Síndrome Stevens-Johnson (eritema multiforme), 
- Bloqueio JNM 
 
Indicações terapêuticas 
- Infecções graves por cocos Gram + aeróbicos 
- Tratamento de abscesso pulmonar/infecções pleurais 
- Administração tópica ou oral no tratamento da acne e va-
ginose bacteriana. 
 
 
GLICOPEPTÍDEOS 
VANCOMICINA 
- É um glicopeptídeo tricíclico produzido pelo Streptococos 
orientalis. 
 
Mecanismo de ação 
- Bactericida, inibe a síntese da PC de bactérias sensíveis. 
 
Mecanismo de resistência 
- Resistência dos enterococos decorre da alteração da mo-
lécula de D-alanil da parede. 
 
Farmacocinética 
- Administração IV por infusão lenta 
- T½ de 6hs. 
- Ampla distribuição, 30% ligada a proteínas plasmáticas. 
- Excreção glomerular. 
 
Efeitos adversos 
- Hipersensibilidade 
- Infusão venosa rápida pode causar: 
o Eritema 
o Urticária 
o Hipotensão 
o Taquicardia 
o Ototoxicidade 
o Nefrotoxicidade 
 
Indicações terapêuticas 
- Utilizada para tratamento de infecções graves e resisten-
tes a outros antibióticos: 
o Osteomielite 
o Endocardite 
o Pneumonia 
o Abcessos 
 
 
POLIMIXINAS 
- POLIMIXINA B e COLISTINA (POLIMIXINA E) 
- Extremamente nefrotóxicas, restrita ao uso tópico. 
 
Indicações terapêuticas 
- Bactéria Gram – 
- Uso tópico: 
o Infecções na pele 
o Ouvido 
o Olho 
o Membranas submucosas.

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