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Gustavo Moreno T19 Aula 10: Farmacologia em Ortopedia: Dor: Em teoria tem que ter um fator causador Dor é a sensação de um estímulo Processos da dor: 5 ao todo 1º → Transdução Receptores sensoriais Estímulos nóxicos → impulsos elétricos Nociceptores: pele, articulação, músculo 2º → Condução: Impulsos carreados no primeiro neurônio Raíz dorsal da medula 3º → Transmissão: Sinapse para transmissão para segundo neurônio Neurotransmissores excitatórios: glutamato*, substância P. fatores de crescimento Neurotransmissores inibitórios: opióides, GABA e glicina 4º → Percepção: Interpretação do estímulo como dor Tálamo Córtex 5º → Modulação: Vias inibitórias ou excitatórias: medula espinhal,gânglios da raiz dorsal, substância cinzenta periaquedutal Mecanismo de ação do peptídeos opioides endógenos: diminuição do influxo pré sináptico de Ca++ Fibras nervosas: Fibra A beta: Age mais de maneira motora Grossas → alta velocidade Estímulos não dolorosos Alodinia: dor neuropática Fibra A delta Grossas→ alta velocidade Mecanoreceptoras: estímulos tóxicas Dores agudas de localização definida (específica) Fibra C: “Fibra da dor” Finas e amielínicas 75% impulsos aferentes sensoriais Dor de localização difusa Fibra A-delta Fibras C Alto limiar Mecanorreceptores e temperatura Rápida, mielinizada 5 - 30 m/seg Primeira dor Bem localizada Picada aguda Uniforme de pessoa para pessoa Baixo limiar Polimodal (vários estímulos → mecânicos, térmicos, metabólicos) Lenta, não mielinizada 0,4 - 1 m/seg Segunda dor: persistente Difusa Queimação Tolerância da dor varia de pessoa para pessoa Primeiro neurônio sensitivo: Gânglio da raiz dorsal → corpo celular primeiro neurônio sensitivo Modulação da dor Sinapse no corpo posterior da medula Fenômeno de Wind up: Estímulo repetitivo de fibra C Sensibilidade central: hiperalgesia secundária Diminuição do limiar de excitabilidade Acúmulo de neurotransmissores excitatórios Segundo neurônio sensitivo: Tratos ascendentes → espinotalâmico Tálamo → impulsos encaminhados para córtex Terceiro neurônio sensitivo: Córtex somatossensorial Identificação do local Plasticidade neuronal da dor (aumenta a área de contato → muito relacionado com a dor crônica) Neurônios no processonociceptivo Dor crônica: Perdura além do estímulo doloroso Após reparo tecidual Duração maior que 3 meses Sem processo ativo Fatores: genética, dores agudas mal tratadas, lesão nervosa, feminino, procedimento cirúrgicos Dor nociceptiva: Tem um tecido que foi lesado Lesão tecidual 2 tipos: somáticas e viscerais Dor somática → tecidos superficiais, bem localizadas Dor visceral → órgãos internos, difusa (exp: cólica) Dor neuropática: Lesão ou disfunção SNC ou SNP Dor mediada por sistema nervoso simpático → sinais e sintomas autonômicos Nervo → resposta simpática (edema, calor local, eritema → sintomas e sinais autonômicos) Dor neuropática periférica → neuralgia pós herpética, neuroma Dor central → pós AVC (“dor vem do córtex”) Dor nociceptores ou inflamatória Produzida pela atividade neural normal em resposta a estímulos causadores de dano tecidual, pode ser aguda ou crônica Dor pós-operatória; lombalgia inferior mecânica; traumatismo e lesão; isquemia, infecção, artrite Dor de tipo misto Causada por uma combinação de fatores Herpes zoster; algumas lombalgias; enxaqueca Dor neuropática Causada por lesões ou doenças que afetam o sistema nervoso – SNP / SNC SPH; SDRC; compressão da raiz espinal, neuralgia do trigêmeo, dor central, polineuropatia sensorial (diabética, HIV) Tratamento da dor: Interrupção ou diminuição na frequência de disparo Escala analgésica da dor: *Degrau I → dor leve - analgésicos simples / AINES *Degrau II → dor moderada - opioides fracos + analgesicos simples/AINES *Degrau III → dor intensa - opioides fortes + analgésicos simples/AINES *Degrau IV → dor refratária - procedimentos intervencionista + opioides fracos + analgesicos simples/AINES (Drogas adjuvantes) – (Tratamento da cauda da dor) Aspecto Farmacológicos: Analgesicos comuns: –Paracetamol: Inibição de prostaglandinas centrais Ação antitermicas e analgesica Menores efeitos colaterais → Hepatotoxicidade (cuidado) Intervalo → 6 horas Limite → 4 gramas por dia –Dipirona: Inibição de prostaglandinas centrais Ação antitérmicas e analgesica Dores pós-operatórias Efeitos colateral raro → agranulocitose Eficácia dose-dependente: 1g/dose* Intervalo → 6 horas Dose máxima → 4 gramas/dia Obs: ideal para a prescrição é 1 grama a cada 6 horas Anti-inflamatório não esteroidal: Inibição de ciclo-oxigenase 1 e 2 (COX 1 e 2) Transformação de ácido araquidônico em prostaglandinas Diminuição ritmo de filtração glomerular → IRA com hipercalcemia Inibidores COX-2 → reduz risco gastrointestinal (risco – úlceras), aumento efeito pró-trombótico Opioides fracos: –Codeína: Agonista de curta duração Opióide fraco Pré-droga Metabolizada em morfina Citocromo P450 Metabolizadores fracos Fluoxetina → Inibidor da codeína** –Tramadol: Curta duração Opióide fraco Agonismo de receptores UM Inibição da recaptação pré-sináptica de serotonina e noradrenalina Risco de síndrome serotoninérgica → depressivos (quadro depressivo intenso) Opioide-like Opioides fortes: –Morfina: Opioide padrão Forte ação analgésica → dor nociceptiva Agonismo dos receptores opióides de curta duração Não apresenta efeito teto → doses aumentadas conforme necessidade Eliminação renal → risco de depressão respiratória em nefropatas Rápida metabolização → a cada 4 horas Obs: prescrição é a cada 4 horas –Metadona: Opioide forte de longa duração Agonismo dos receptores UM Antagonismo receptores NMDA Bloqueio da recaptação das monoaminas (pacientes depressivos vai ter alteração com o uso dessa droga) Meia vida de eliminação incerta Prolonga intervalo QT → aumenta incidência de arritmias cardíacas** Metabolização pelo citocromo P450 Obs: usar com cuidado!! –Oxicodona: Opioide sintético Forte ação analgesica Agonista dos receptores UM Alta biodisponibilidade por via oral Efeito colaterais → depressão respiratória e bradicardia Obs: ela foi feita baseada na morfina por isso a depressão respiratória –Fentanil: Opióide forte Agonista de receptores UM Menor risco de efeitos colaterais Principais Adjuvantes: –Clonidina: Analgesia dose-dependente “Modula a dor” Estimulação dos receptores alfa2 Mimetiza ativação da via descendente inibitória da dor Menos efeito colateral: hipotensão, bradicardia, boca seca –Gabapentinoides: Gabapentina e pregabalina Ação analgésica e ansiolítica Ligam à subunidade Alfa-2-gama dos canais de cálcio voltagem-dependente Diminui taxa de disparo de neurônios da dor Boa eficácia em dores neuropáticas e dor pós operatória “Age na fibra C” Efeito colateral → sonolência, boca seca, ganho de peso Antidepressivos: Aumentam disponibilidade dos neurotransmissores das vias descendentes inibitórias da dor –Tricíclicos → Amitriptilina Inibe recaptação da serotonina Fraco agonismo dos receptores opióides Bloqueio dos canais de sódio –Inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina – duloxetina bloqueio da recaptação das monoaminas Menos efeitos colaterais Tratamento da dor: Escala Evas (Escala analgesica da OMS utilizada no trauma): Tratamento da dor aguda: Melhorar a qualidade de vida Diminuir complicações Distúrbios do sono Eventos cardiovasculares e tromboembólicos Sensibilização central Dor pós-operatório Cauda de subtratamento → sintomas “normais” pós-operatório Dificultaria identificação de complicação Descer escada analgésica → iniciar com analgésicos potentes, horários regular Meia vida de eliminação curta (facilita a identificação se a dor é a falta de medicamento ou da própria cirurgia feita) Analgesia preemptiva: Trauma cirúrgico Antes do evento nóxico Diminui a intensidade da dor e necessidade de analgésico Fármacos: gabapentina, AINE e cetamina Anestésicos locais ou anestesia locoregional (bloqueios) Analgesia no neuroeixo: Opioide peridural e intratecal Analgesia intensa por 24 horas Reduz consumo de anlgesico pós operatório* Tratamentoda dor crônica: Multimodal: sensibilidade central, relações psicológicas Multidisciplinar: medicina, psicologia, fisioterapia Técnicas intervencionistas: bloqueios com corticoides, infiltrações Protocolos: Analgesia do pós operatório: 1º semana: Paracetamol 325mg 4/4h ou Dipirona 500mg 6/6h Tramadol 50mg 8/8h Ibuprofeno 600mg 8/8h Gabapentina 100mg 8/8h* A partir de 2º semana Paracetamol 325mg 4/4h ou Dipirona 500mg 6/6h Tramadol 50mg SN Analgesia de lesão musculoesquelética: Lesões maiores: Paracetamol 750 mg 6/6h ou Dipirona 500mg 6/6h Tramadol 50mg 6/6h SN Ibuprofeno 600mg 8/8h Lesões menores: Tramadol 37mg 8/8h Paracetamol 325mg 6/6h ou Dipirona 500mg 6/6h Ibuprofeno 600mg 8/8h Casos clínicos: JPD, 26 anos, chega ao Pronto-Socorro segurando seu braço direito, ansioso, com fáscies de dor. Refere queda sobre ombro durante partida de futebol. EFO ombro direito: dor intensa à palpação, incapacidade de mobilizar o ombro. Para redução da luxação, qual medicação indicada? Opioide forte de curta duração - morfina Após redução, qual tratamento medicamentoso a ser prescrito? Tramadol 37mg 8/8h Paracetamol 325mg 6/6h ou Dipirona 500mg 6/6h Ibuprofeno 600mg 8/8h VRA, 63 anos, queda de mesmo nível com fratura de rádio distal. Submetida a tratamento cirúrgico para correção da fratura. Qual tratamento medicamento pós-operatório? 1ª semana: Paracetamol 325mg 4/4h ou Dipirona 500mg 6/6h Tramadol 50mg 8/8h Ibuprofeno 600mg 8/8h Gabapentina 100mg 8/8h* A partir da 2ª semana: Paracetamol 325mg 4/4h ou Dipirona 500mg 6/6h Tramadol 50mg SN No acompanhamento, após 2 meses de PO, paciente refere persistência da dor intensa em punho e mão, edema e calor local em mão, formigamento e incapacidade de flexão dos dedos. EFO mão esquerda: edema, eritema em face volar e dorsal de mão, incapacidade de flexão dos dedos e dor à palpação difusa. Qual hipótese diagnóstica? Síndrome dolorosa regional complexa Síndrome dolorosa regional complexa: Dor neuropática crônica Persiste após fim do trauma Desproporcional ao trauma inicial Alterações autonômicas motoras e tróficas Dor em queimação ou continua Mulheres, > 40 anos ** Tabagismo ** Obs: vitamina C → neuroprotetor Qual o tratamento a ser iniciado? Vitamina C 1g VO por 60 dias Dexametasona 20mg VO por 15 dias Paracetamol 750mg 6/6h ou dipirona 1g 6/6h Tramadol 50mg 8/8h Pregabalina 75mg VO ao dia Duloxetina 30mg VO ao dia Fisioterapia
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