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Material de Apoio Gestão Escolar

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA
UNICARIOCA
CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Atualização de Conhecimentos Pedagógicos
MATERIAL DE APOIO
GESTÃO ESCOLAR
2014
CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA
Curso de Extensão Universitária - Atualização de Conhecimentos Pedagógicos
GESTÃO ESCOLAR
Teorias da administração escolar*
(*Apresentação realizada pela professora para disciplina Gestão no contexto escolar)
Para se pensar em gestão no contexto escolar, precisamos conhecer o processo histórico das
Teorias de Administração escolar.
A administração escolar existe para facilitar o cumprimento das metas e objetivos da organização escolar, considerando os fins educacionais.
Teorias da administração escolar
Segundo Mª Aparecida M. Silva
Teoria Clássica e Tradicional
Esta teoria estava voltada para as ações de:
PLANEJAR;
ORGANIZAR;
CONTROLAR;
COORDENAR;
PREPARAR INFORMAÇÕES;
DIRIGIR;
INTEGRAR E EXECUTAR.
OU SEJA...
Foco nas metas, controle rumo à eficácia através dos melhores métodos, baseando-se na impessoalidade, disciplina, estrutura piramidal e de autoridade. Esta teoria era desconectada da questão humana, das relações.
Movimento das Relações Humanas
Iniciada por Elton Mayo, sob enfoque humanista, propunha a valorização do indivíduo, que precisa ser reconhecido, sentir-se seguro.
O trabalho deveria ser vista como uma atividade grupal.
Teoria de Sistemas
Esta teoria propunha um sistema aberto e dinâmico que se relacione com o seu meio ambiente, numa relação de ida e vinda.
Seria constituído por subsistemas e a realidade composta por pessoas, tecnologias, valores e metas.
A escola influencia e recebe influência, precisaria buscar o equilíbrio dinâmico e harmonia entre os subsistemas.
Teoria Contigencial
Existem variáveis dependentes (como estruturas, funções e realidade psicossocial) e variáveis independentes (meio ambiente) que estão interligadas.
Meio ambiente aqui, é o interno e externo.
A escola não está fechada e nem é autosuficiente.
Nova práxis administrativa escolar
Deve levar em conta tanto as condições concretas da escola quanto da sociedade em que a escola se localiza.
Segundo Nérici, as habilidades básicas do gestor são:
Função administrativa:
Buscar tornar a escola mais eficiente, rompendo com a burocracia, para isso, o gestor deve estudar possibilidades, criar novas atividades segundo a necessidade da escola e da comunidade que ela serve.
Função Social:
Permite o entrosamento entre escola e comunidade, para que a utilidade comunitária forme o verdadeiro cidadão.
Função pedagógica:
Busca da boa didática e atualização contínua dos professores.
Função das relações humanas
É a função mais importante! O gestor precisa melhorar as relações, despertar entusiasmo, dedicação e compreensividade entre todos os personagens da comunidade escolar.
Buscar harmonia mesmo na divergência.
Função de renovação
Levar a escola a constante renovação de propósitos e didática, ajustando-se aos alunos e à sociedade.
O gestor precisa estar atualizado e aberto (criticamente) às novidades educacionais.
Concepções de gestão*
(*Apresentação realizada pela professora para disciplina Gestão no contexto escolar)
Nos séculos XVII e XVIII, com o desenvolvimento do sistema capitalista, nascem as fábricas e os trabalhadores precisam se adaptar ao novo modelo, tão distante dos hábitos adquiridos nas manufaturas, semelhantes às atividades domésticas.
Para evitar perdas de tempo, aumentar produtividade e suprimir gestos e comportamentos desnecessários e supérfluos no interior do processo produtivo, Henry Ford introduz o sistema de linha de montagem na indústria automobilística (fordismo), no início do século XX.
Mas a expressão teórica deste processo de trabalho parcelado é pensado por Frederick Taylor que buscou introduzir o método científico de racionalização na produção, para melhor previsão e controle de todas as fases da produção (taylorismo). O trabalho torna-se intenso e surge a dicotomia entre a CONCEPÇÃO X EXECUÇÃO DO TRABALHO, levando o trabalhador a lidar com um sistema de trabalho mecânico e fragmentado.
Aliada a este modelo, ganha espaço a burocracia, enquanto técnica social de dominação. Surgem os especialistas na administração de coisas e de homens, utilizando-se da racionalidade e objetividade.
Para tornar o trabalhador dócil e submisso, o taylorismo adota formas sutis de dominação: “as ordens de serviço vindas do setor de planejamento são impessoalizadas, não aparecendo mais com a face de um chefe que oprime, pois se acham diluídas na organização burocrática. Com isso, a relação entre dirigentes e dirigidos não é direta, sendo intermediada por ordens vindas de diversos setores.” (ARANHA, 1996)
O taylorismo atingiu empresas, esporte, medicina, escola e até atividades domésticas. Na Educação este modelo influenciou fortemente a tendência tecnicista, sobretudo no período da ditadura brasileira (década de 60).
Taylorismo na educação (características):
* Atuação desligada do contexto em que se vive;
* Práticas despolitizadas e esvaziadas de conteúdo;
* Alienação e rotinização do trabalho;
* Registros e controles burocráticos prevalecem;
* O professor perde a autonomia;
* Legislação educacional sem a participação dos educadores;
* Planejamento externo e “pacotes” que transformam o professor em um simples executor.
Tendências tecnicistas na educação (algumas características)
Breve histórico da organização e gestão educacional brasileira
Picole e Carvalho, com adaptações
De acordo com Picole e Carvalho (2010) embora a gestão da educação no Brasil de hoje esteja vinculada a ideia de democracia, entendida como sinônimo de participação coletiva dos atores envolvidos na prática pedagógica, ainda predomina resquícios de uma prática autoritária, tanto nos setores educacionais como na própria sociedade brasileira.
Podemos dizer que a proposta de adotar uma gestão democrática é uma atitude ainda um tanto quanto utópica. No entanto, se considerarmos que todo projeto tem em si a intenção de vir a ser, de se realizar, é possível elaborar um projeto político-pedagógico voltado para uma escola que eduque seus alunos, possibilitando desenvolvimento humano, cultural, científico e tecnológico necessários ao mundo do trabalho e ao exercício da cidadania. Para a concretização de tal objetivo é necessário não apenas o esforço constante de todos, mas também que ele esteja contido no Projeto Político-Pedagógico.
Isso não significa que cabe apenas à educação tornar a sociedade mais justa e igualitária, mas que papel é fundamental nesse processo, porque ela é formadora dos seres sociais de que a sociedade necessita. Assim, a escola, como instituição pública, precisa rever suas práticas de gestão e de construção dos seus Projetos Político-Pedagógicos.
Em face desta necessidade, é importante fazermos uma revisão histórica dos modelos de organização e gestão educacional no Brasil.
A gestão educacional brasileira, para efeito analítico, pode ser caracterizada como conservadora ou tradicional, democrática, e gerencial ou empresarial.
Podemos dizer que, do ponto de vista legal, tivemos alguns avanços, especialmente se considerarmos que, na década de 80, a administração passou a ser pensada em termos de gestão democrática ou participativa.
Na esteira do movimento da sociedade, as políticas educacionais, por meio do seu ordenamento legal, passam a atribuir importância à gestão democrática. A Constituição Federal de 1988 assegura a gestão democrática do ensino público, que foi reafirmada no campo educacional pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/1996.
Na década de 1990 ocorreram muitas reformas políticas, o setor educacional foi marcado por forte influência dos organismos multilaterais. Segundo Libâneo (2007, p. 35), as reformaseducativas reorganização produtiva no âmbito das instituições capitalistas. Isto porque, o mercado
[...] requer um novo trabalhador, com habilidades de comunicação, de abstração, de visão de conjunto, de integração e de flexibilidade, para acompanhar o próprio avanço científico-tecnlógico da empresa, o qual se dá por força dos padrões de competitividade seletivos exigidos no mercado global. Essas novas competências não podem ser desenvolvidas a curto prazo e nem pela empresa. Por isso, a educação básica, ou melhor, a educação fundamental ganha centralidade nas políticas educacionais, sobretudo nos países subdesenvolvidos. (Libâneo, 2007, p. 102).
Na Conferência Mundial de Educação Para Todos que ocorreu em Jomtien, na Tailândia, em 1990,organizada pelos organismos internacionais, foram apresentadas ações quanto aos aspectos da gestão, financiamento, currículo, avaliação, formação de professores, dirigentes e especialistas da educação a serem incorporadas nas políticas educacionais da América Latina e do Caribe, objetivando atender as necessidades básicas de aprendizagem para estas populações.
A Conferência em Jomtien ocorreu no período histórico em que tínhamos como presidente da República Fernando Collor de Mello, o qual foi destituído do cargo em 1992. Itamar Franco assume a presidência da República e com a participação de educadores de toda a nação é construído o Plano Decenal de Educação Para Todos.
A partir de meados da década de 1990, na presidência de Fernando Henrique Cardoso, o modelo de gestão que tem predominado nos encaminhamentos das políticas públicas é o denominado gerencial.
Esse novo modelo de gestão pública foi introduzido a partir da reforma administrativa do Estado Brasileiro, cujas diretrizes encontram-se no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (1995).
O documento redefine e delimita suas funções e área de atuação. O Estado deixa de ser executor ou prestador direto dos serviços sociais, mas mantém o papel de planejador e regulador. O objetivo primordial desta reforma foi reduzir gastos públicos e aumentar a produtividade dos serviços prestados.
As ações de Fernando Henrique Cardoso seguem orientações do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, estabelecendo metas para descentralizar a administração de verbas; são estabelecidos parâmetros curriculares nacionais; aumento da demanda de educação à distância; formação de professores e estabelecimento de critérios de qualidade para os livros didáticos públicos.
Carvalho (2005), ao analisar as repercussões da gestão administrativa gerencial na educação brasileira, destaca a transferência de responsabilidades administrativas, financeiras e pedagógicas para as instituições escolares e o aumento da participação da comunidade escolar por intermédio de mecanismos de gestão colegiada e representativa.
Em decorrência, do novo modelo de gestão, os membros da comunidade passam a atuar diretamente nos Conselhos Escolares e Associações de Pais e Mestres. A ampliação da participação está relacionada ao interesse de impulsionar a comunidade a se sentir responsável pelos resultados e a encontrar soluções para os problemas escolares. A escola passa a ser concebida como empresa prestadora de serviços educacionais e a gestão democrática, por sua vez, está associada à satisfação do cliente, consumidor dos serviços escolares, ou seja, alunos, pais e a comunidade onde se insere. Também está associada a novas formas de controle por parte do Estado, que indiretamente afere o desempenho dos serviços prestados, como ainda fiscaliza a aplicação dos recursos e o cumprimento das metas.
Esse processo modifica o sentido de gestão democrática. Gerada em um momento histórico que correspondia à democratização da sociedade, a participação dos pais e da comunidade era vista como um movimento político de “democratização” da escola, em oposição a uma prática centralizadora e autoritária. Em seu lugar surge outra concepção que corresponde à política de Estado-mínimo.
Acompanhando as mudanças, alguns estados lançam programas, que enfocam a descentralização do poder, a ampliação da autonomia administrativa, financeira e pedagógica da escola, a gestão democrática (escolha de diretores, criação de Grêmios Estudantis, participação da comunidade escolar na construção do Projeto Político-Pedagógico e da constituição dos Conselhos Escolares). 
Neste período, as escolas foram levadas a construir seus Projetos Político-Pedagógicos. Porém, por ser uma das primeiras experiências desta construção, eles apresentaram alguns limites, especialmente porque não foram construídos coletivamente, não se constituíram documentos orientadores das ações escolares, tornando-se assim, documentos de “gaveta”, para serem apresentados a órgãos oficiais.
A gestão democrática nas instituições educacionais (adaptado de Cabral Neto; Azevedo, 2009)
	Enfoques de gestão 
	Paradigma científico-racional 
	Paradigma sócio-histórico-crítico 
	Relações de poder 
	Verticalizadas 
	Horizontalizadas 
	Estruturas 
	Lineares/segmentadas 
	Circulares/integradas 
	Espaços 
	Individualizados 
	Coletivos 
	Decisões 
	Centralizadas e impositivas 
	Descentralizadas e negociadas 
	Formas de ação 
	Autocrática e paternalista 
	Participação e autonomia 
	Meta 
	Eliminação dos conflitos 
	Mediação dos conflitos 
	Visão 
	Nas partes 
	No todo, síntese das múltiplas relações entre as partes 
	Ênfase 
	No ter 
	No ser 
Gestão Democrática na Legislação e no atual PNE
CF/88:
Art. 206: O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da Lei.
LDB/96:
Art. 3°: O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino.
Art. 14: Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I – participação dos profissionais da educação na elaboração da proposta pedagógica;
II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalente.
Art. 15: Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público.
PNE - 2011/2020
Art. 2º São diretrizes do PNE - 2011/2020:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - superação das desigualdades educacionais;
IV - melhoria da qualidade do ensino;
V - formação para o trabalho;
VI - promoção da sustentabilidade sócio-ambiental;
VII - promoção humanística, científica e tecnológica do País;
VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto;
IX - valorização dos profissionais da educação; e
X - difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e a gestão democrática da educação.
Dificuldades para a Gestão Democrática
	Dificuldades Externas à Escola
	( a pequena vontade política;
( contrariedade à ideia de participação política;
	Dificuldades Internas
	( resistência à socialização do poder;
( visão patrimonialista; 
	Dificuldades Gerais
	( cultura democrática ainda pouco consolidada nos diversos segmentos da sociedade.
( dificuldades em entender a importância do Controle Social. 
Gestão Democrática e Participativa
Helena Amaral da Fontoura, com adaptações
Se antes tínhamos uma escola autoritária e centralizadora, reflexo de uma sociedade assim constituída, a partir do final do século XX encontramos muitas mudanças nas políticas públicas e na administração da educação brasileira, com reflexos nas práticas de sala de aula.
Para Silva e Gentili (1996), temos queenfatizar a proposta de que a sociedade e a educação não sejam retiradas da esfera da política e remetidas para a da manipulação tecnocrática e instrumental, tão evidentes no início do século XX. Desejando estabelecer a relação entre qualidade de ensino e participação, saímos da esfera de simples competência para gestores, pais, professores, alunos e funcionários das escolas darem conta dos problemas do dia a dia, passando para o entendimento de que situações vividas na escola envolvem questões políticas, internas à escola e externas a ela, e que repercutem nas práticas e nas formas de resolver as questões.
Para a sociedade, a escola é importante na preparação de indivíduos cidadãos que tenham melhor capacidade produtiva. Por esse motivo, a escola passa a demandar agilidade dos gestores de modo que possa atender às solicitações da sociedade. Existe na desejada AUTONOMIA escolar um grande potencial criativo que tem sido pouco exercitado, já que nossa experiência de gestão ainda prima pelas decisões centralizadas e tradicionais. Temos dificuldade em desenvolver as inovações das quais falamos, mas que não fazemos.
AUTONOMIA: capacidade de se autogovernar; faculdade que possui determinada instituição de traçar as normas de sua conduta, sem que sinta imposições restritivas de ordem estranha (HOUAISS, 2001).
Tanto a legislação quanto as políticas públicas levam a uma maior participação da sociedade como um todo nas decisões e na condução dos trabalhos sociais, trazendo inclusive maior possibilidade de colaborar na gestão de recursos. Assim, os que planejam em educação podem começar a perceber que exercer a autonomia pode ser interessante e promissor na busca dessa qualidade que todos desejamos.
Entretanto, sabemos por experiência que poucos gestores escolares exercem a liderança de forma democrática e participativa, e autonomia ainda é uma palavra distante para muitos educadores, embora legislada na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 205, afirma que a educação deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade.
E reafirma no artigo 206 a gestão democrática como princípio orientador do ensino público. O processo de uma gestão democrática demanda a participação dos diferentes segmentos da comunidade escolar nas decisões políticas de caráter pedagógico.
A autonomia da escola para experienciar uma GESTÃO PARTICIPATIVA está prevista no art. 17 da LDB (Lei de Diretrizes e Bases), que afirma:
“Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público.”
A LDB é mais precisa ainda, nesse sentido, no seu art. 14, quando afirma que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica de acordo com as suas peculiaridades, conforme os seguintes princípios:
I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Nessa perspectiva, a prática de indicação política de diretores escolares perde o lugar para uma maior participação da comunidade na eleição de diretores e na gestão das práticas intraescolares, como a criação de conselhos escolares com autonomia para tomar algumas decisões.
Também é estimulada a participação de pais e de lideranças comunitários, o que ativa a relação escola-comunidade. Discute-se a importância da formação de gestores que entendam e incentivem a participação das comunidades escolar e local nas decisões que envolvam a todos.
A participação no processo educacional é condição essencial para uma vivência democrática, e para o exercício pleno da autonomia, o que impõe desafios constantes para todos, muitas vezes tornando a desejada participação um objetivo difícil de ser alcançado. Esses desafios são tão grandes e tão constantes que, por vezes, a almejada participação torna-se mera utopia.
Desde o Manifesto dos Pioneiros da Educação de 1932, já temos clara a preocupação com a democratização da escola e com a necessidade de participação coletiva na construção de uma escola moderna e de uma sociedade mais justa.
Mousquer, Pereira e Huber (1998), referindo-se à autonomia da escola, afirmam ser esta uma conquista contínua. Para os autores, no cotidiano das escolas não há incentivos para o exercício da autonomia nem para processos de gestão democrática. Com isso, não há o desenvolvimento de líderes autônomos e a desejada autonomia não passa de HETERONOMIA.
HETERONOMIA: Sujeição a uma lei exterior ou à vontade de outrem; ausência de autonomia. 2. Segundo Kant, sujeição da vontade humana a impulsos passionais, inclinações afetivas ou quaisquer outras determinações que não pertençam ao âmbito da legislação estabelecida pela consciência moral de maneira livre e autônoma (HOUAISS, 2001).
Gestores Participativos
Helena Amaral da Fontoura, com adaptações
Para pensarmos em ações educativas de qualquer ordem, precisamos considerar as pessoas como centrais ou estaremos fadados ao fracasso. Desenvolver um processo de gestão participativa em uma escola, que seja aberto ao diálogo, pode produzir excelentes resultados, já que esse processo democrático valoriza as pessoas. Focar no indivíduo, respeitar o trabalho do todos, envolver a comunidade poderão elevar a qualidade educacional oferecida à população.
Não podemos negar que a qualidade da educação não decorre apenas de valorização do material humano ou de questões meramente técnicas; pode haver por parte dos gestores dos sistemas de ensino um desejo de reduzir gastos e alocar poucos recursos no desenvolvimento dos processos educacionais, principalmente na adoção de um modelo mais democrático de gestão administrativa nas escolas, o que implica investir em pessoal e em recursos materiais. É um trabalho que não aparece, ou seja, não tem caráter eleitoreiro.
Os incentivos políticos e institucionais à participação das comunidades escolar e local têm sido poucos e ineficientes na construção da autonomia escolar. A descentralização e a democratização da administração de escolas públicas são perseguidas teoricamente, mas com poucos resultados significativos e permanentes.
Segundo Fortuna (1998), falta transparência das informações, dos controles de avaliações e debates e votação das decisões coletivas. Ela aponta esses elementos como capazes de favorecer a prática de uma gestão democrático-participativa. O eixo central desses processos, o indivíduo, não é ouvido com atenção e suas necessidades e objetivos não são nem percebidos. Inserido na organização escolar e no sistema de ensino ainda centralizador (supostamente aberto à participação), pouco espaço lhe é oferecido para participar ativamente e com efetivo envolvimento.
Madeira (1998) comenta que as políticas educacionais restringem a oportunidade de participação do indivíduo apenas à mecânica adesão ao já definido. Para as políticas educacionais serem implementadas com sucesso, precisam considerar os processos construídos por homens concretos em seus ofícios de viver e sobreviver.
Concluindo, podemos afirmar que qualquer proposta inovadora referente a políticas educacionais somente terá êxito se o gestor e os membros internos da escola estiverem efetivamente envolvidos no processo.
Em se tratando de uma instituição como a escola, locus privilegiado de formação humana, a busca pela democracia pressupõe tarefas como desenvolver nos educandos uma cultura participativa, valores éticos de solidariedade e atitudes coletivas na resolução dos problemas.
Nas escolas onde os gestores demonstram confiança na equipe de funcionários, o desempenho geral é superior. As escolas que apresentam mudanças constantes de professores, combinadas com pouco tempode permanência na escola, têm mais problemas para instalar uma gestão participativa. Escolas com destacado desempenho têm um quadro de professores com tempo integral maior do que de professores que dividem seu tempo de trabalho com outras escolas. As mudanças de professores nas escolas públicas dificultam a formação de equipes coesas.
É necessário aliar qualidade educacional com qualidade social, como recomenda Gentili (1998). Tendo no centro do processo a preocupação com o ser humano e o desenvolvimento de uma sociedade mais igualitária, composta de sujeitos autoconfiantes e felizes, o futuro da educação será mais profícuo.
As escolas falam. Fornecem muitas informações sobre seu cotidiano: dificuldades, acertos, desacertos; demonstram sua vontade de acertar, de serem competentes, de serem eficientes, eficazes e a necessidade de serem ouvidas e atendidas.
Coordenar um grupo requer persistência, honestidade e predisposição para desenvolver a forma da virtude do amor pela escola, da eficiência concreta de deveres e na satisfação da qualidade escolar. Vale a pena, pois um grupo coeso é capaz de mobilizar forças de tal forma que o todo constitua um bem beneficiando a todos.
A participação direta da comunidade é o reconhecimento de sua importância, visto que ela fornece informações que serão a base do trabalho dirigido pela escola, pois na educação cidadã, a reflexão sobre o grupo social em que o aluno se encontra é um requisito relevante e que deve ser observado. A escola só terá maior sucesso se a ação for coletiva, e isto dependerá dos gestores que a dirigem, os quais precisam
transformar sua maneira de ser, agir e construir.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1254520Image ID: 1254520
GESTÃO PARTICIPATIVA: Na escola é um trabalho conjunto, que envolve a participação de todos: gestores, docente e comunidade. Quando todos participam das tomadas de decisões, o trabalho é mais produtivo, há maior comprometimento e responsabilidade, acima de tudo o espírito de solidariedade é fortalecido.
Gestão Democrática
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo. Os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.
Paulo Freire
Na Gestão democrática deve haver compreensão da administração escolar como atividade meio e reunião de esforços coletivos para o implemento dos fins da educação, assim como a compreensão e aceitação do princípio de que a educação é um processo de emancipação humana; que o Plano Político pedagógico (PPP) deve ser elaborado através de construção coletiva e que além da formação deve haver o fortalecimento do Conselho Escolar. 
A gestão democrática da educação está vinculada aos mecanismos legais e institucionais e à coordenação de atitudes que propõem a participação social: no planejamento e elaboração de políticas educacionais; na tomada de decisões; na escolha do uso de recursos e prioridades de aquisição; na execução das resoluções colegiadas; nos períodos de avaliação da escola e da política educacional. Com a aplicação da política da universalização do ensino deve-se estabelecer como prioridade educacional a democratização do ingresso e a permanência do aluno na escola, assim como a garantia da qualidade social da educação. 
As atitudes, os conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades e competências na formação do gestor da educação são tão importantes quanto a prática de ensino em sala de aula. No entanto, de nada valem estes atributos se o gestor não se preocupar com o processo de ensino/aprendizagem na sua escola. Os gestores devem também possuir habilidades para diagnosticar e propor soluções assertivas às causas geradoras de conflitos nas equipes de trabalho, ter habilidades e competências para a escolha de ferramentas e técnicas que possibilitem a melhor administração do tempo, promovendo ganhos de qualidade e melhorando a produtividade profissional. O Gestor deve estar ciente que a qualidade da escola é global, devido à interação dos indivíduos e grupos que influenciam o seu funcionamento. O gestor, que pratica a gestão com liderança deve buscar combinar os vários estilos como, por exemplo: estilo participativo que é uma liderança relacional que se caracteriza por uma dinâmica de relações recíprocas; estilo perceptivo/flexível que é uma liderança situacional que se caracteriza por responder a situações específicas; estilo participativo/negociador que é uma liderança consensual que se caracteriza por estar voltada a objetivos comuns, negociados; e estilo inovador: que é uma liderança prospectiva que se caracteriza por estar direcionada à oportunidade, isto é, à visão de futuro. O gestor deve saber integrar objetivo, ação e resultado, assim agrega à sua gestão colaboradores empreendedores, que procuram o bem comum de uma coletividade.
A questão da autonomia na nova LDB
A LDBEN n° 9.394/96 representa um grande progresso, já que pela primeira vez autonomia escolar e projeto pedagógico aparecem vinculados num texto legal. 
O Artigo 12 (inciso I) estabelece como incumbência primordial da escola a elaboração e execução de seu projeto pedagógico e os Artigos 13 (inciso I) e 14 (incisos I e II) estabelecem que esse projeto é uma tarefa coletiva, na qual devem colaborar professores, outros profissionais da educação e as comunidades escolar e local.
Além dessas referências explicitas sobre a necessidade de que cada escola elabore e execute o seu próprio projeto pedagógico, a nova lei retomou no Art. 32 (inciso III), como princípio de toda educação nacional, a exigência de "pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas" que, embora já figure na Constituição Federal (Art. 205, inciso III), nem sempre é lembrado e obedecido. A relevância desse princípio está justamente no fato de que ele é a tradução no nível escolar do próprio fundamento da convivência democrática que é a aceitação das diferenças. Porque o simples fato de que cada escola, no exercício de sua autonomia, elabore e execute o seu próprio projeto escolar não elimina o risco de supressão das divergências e nem mesmo a possibilidade de que existam práticas escolares continuamente frustradoras de uma autêntica educação para a cidadania. Na verdade, a autonomia escolar desligada dos pressupostos éticos da tarefa educativa poderá até favorecer a emergência e o reforço de sentimentos e atitudes contrários à convivência democrática.
A autonomia da escola numa sociedade que se pretenda democrática é, sobretudo, a possibilidade de ter uma compreensão própria das metas da tarefa educativa numa democracia. 
A escola que se quer democrática precisa definir, a priori, uma nova qualidade, que passa, dentre outras, pelas questões de organização escolar - uma organização escolar que modifique a realidade que aí está, a partir dessa realidade encontrada.
Um dos requisitos de uma nova qualidade pode ser definido por professores capacitados, com formação específica e experiência, selecionados por critérios de competência, conforme um quadro de carreira que impeça influências clientelísticas. A organização administrativa da escola precisa colocar-se a serviço do pedagógico, o que significa:
• compor turmas, turnos e horários adequados a critérios pedagógicos que favoreçam a aprendizagem;
• prever capacitação em serviço e assistência didático-pedagógica constante aos professores, de forma a assegurar o retomo dos benefícios para a escola;
• definir equipes didático-pedagógicas (orientação pedagógica e educacional) de assessoria à atividade docente na escola;
• assegurar horários para reuniões pedagógicas, abrindo espaço para a discussão sobre questões do ensino, para a troca de experiências, para o estudo sobre temas de Educação que favoreçam a melhoria da qualidade do trabalho docente;
• articular as disciplinas do currículo de modo a assegurar conteúdos orgânicos;
• acompanhar o rendimento dos alunos e prever formas de suprir possíveis requisitos, sem rebaixar o nível do ensino.
A organização escolarque se faz necessária é uma organização competente pedagogicamente, de forma a alterar o atual quadro da escola que aí está.
A organização escolar é, por assim dizer, o conteúdo do trabalho coletivo de professores e pedagogos na construção do projeto pedagógico - projeto este com clareza de seus fins, que se efetive no cotidiano; por isso é construção, não está pronto, acabado, mas se faz com profissionais competentes/comprometidos.
A construção do projeto pedagógico pelo coletivo dos educadores escolares objetiva a democratização do ensino, cujo núcleo é a democratização do saber, que passa agora a se diferenciar da democratização das relações internas, sem no entanto se desvincular delas.
Características da construção da autonomia
A efetivação da autonomia escolar está associada a uma série de características, umas ocorrendo como desdobramento de outras, tal como num mosaico que só faz sentido visto pelo conjunto.
Dentre essas características ressaltam, como significativas em seu processo, as seguintes:
Autonomia é construção
A autonomia é um processo que se constrói no dia-a-dia, mediante ação coletiva competente e responsável, realizada mediante a superação de naturais ambiguidades, contradições e conflitos. Para orientá-la, portanto, bastam diretrizes, princípios e estratégias, sendo normas e regulamentos inócuos e até mesmo contraproducentes, uma vez que limitam a participação e a criatividade necessárias para a construção social. Trata-se de uma construção processual, sem planta pré-traçada.
Autonomia é ampliação das bases do processo decisório
Ao se construir a autonomia da escola, amplia-se, até mesmo para fora do estabelecimento de ensino, o poder de decisão sobre o seu trabalho. Esse processo de decisão torna-se, desse modo, mais amplo e complexo, por levar em consideração múltiplos aspectos.
Autonomia é um processo de mão dupla e de interdependência
Não se constrói a autonomia da escola senão mediante um entendimento recíproco entre dirigentes do sistema e dirigentes escolares, entre estes e a comunidade escolar (incluindo os pais) a respeito de que tipo de educação a escola deve promover e de como todos, em conjunto, vão agir para realizá-la. Não se trata,portanto, de um processo de repartir responsabilidades, mas de desdobrá-las, ampliando-as e compartilhando-as.
Autonomia e heteronomia se complementam
Autonomia da escola não significa total e absoluta capacidade e direito de condução de seus próprios destinos, em desconsideração ao contexto de que a escola faz parte. Tal situação seria irreal na dimensão social. A interdependência é a regra geral que rege todas as organizações sociais. Por conseguinte, a heteronomia, isto é, a determinação externa dos seus destinos, sempre estará legitimamente presente na gestão da escola, tanto pública, quanto privada, estabelecendo, com a autonomia, um equilíbrio dinâmico nos sistemas de ensino e suas escolas. Isso porque, a autonomia “é o resultado do equilíbrio de forças numa determinada escola, entre os diversos detentores de influência (externa e interna)” (Barroso, 1996, p. 186).
Autonomia pressupõe um processo de mediação
Dados os conflitos, as contradições e as tensões decorrentes do próprio processo de aprender a trabalhar de forma compartilhada, o exercício da prática de autonomia implica a necessidade da prática de mediação que envolve saber equilibrar interesses diversos, sem desconsiderá-los. A mediação implica um processo de ganha ganha, em que todos os segmentos envolvidos têm suas necessidades mais importantes reconhecidas e atendidas,assim como contribuem, com sua competência, para a efetivação da educação.
Autonomia é um processo contraditório
Como a liberdade e a flexibilidade são componentes imprescindíveis para a construção da autonomia, que se processa mediante o envolvimento de grupos que expressam diferentes interesses, é natural que seja um processo acompanhado de manifestações contraditórias. Estas fazem parte do processo e saber utilizar a sua energia e reconhecer as suas tendências é condição para o bom encaminhamento do processo.
Autonomia implica responsabilização
Não ocorre autonomia quando não existe a capacidade de assumir responsabilidades, isto é, de responder por suas ações, de prestar contas de seus atos, de realizar seus compromissos e de estar comprometido com eles, de modo a enfrentar reveses e dificuldades.
Consequentemente, a intensidade da autonomia está diretamente relacionada com a intensidade dessa responsabilização que exige uma atitude critica e reflexiva sobre os processos e resultados de cada escola (Góis, 1997).
Autonomia é transparência
Não basta assumir uma responsabilidade. … preciso dar conta dela e prestar contas para a sociedade do que é feito em seu nome. Em vista disso, a sua prática envolve monitoramento, avaliação e comunicação de ações e seus resultados. Em última instância, autonomia e transparência implicam abrir a “caixa-preta” da escola, para a comunidade e a do sistema de ensino, para a sociedade.
Autonomia é expressão de cidadania
A consciência de que, vivendo em um contexto, temos em relação a ele, direitos que se justificam pelos deveres assumidos, é pré-condição para a efetivação da autonomia, daí por que é uma expressão de cidadania. Quando a escola se propõe a promover a cidadania critica e competente em seus alunos, emerge como condição natural para a realização desse objetivo, a construção de sua autonomia, processo por si só pedagógico, em cuja expressão se articulam direitos e deveres. Quando, é a medida que se constrói a autonomia da escola, os alunos aprendem, vivendo nesse ambiente, o espírito da cidadania.
Autonomia é um processo de articulação entre os âmbitos macro e micro
Autonomia não é um processo interno à escola, mas sim, um princípio que deve permear todo o sistema e até mesmo a sociedade. … por isso que não se realiza autonomia por decreto, nem se delega condições de autonomia. Para ser plena, necessita de que no âmbito macro de gestão, que tanta influência exerce sobre a escola, não apenas por suas regulamentações e determinações, mas por seu modo de ser e de fazer, adote-se a prática da construção de sua própria autonomia, que implica sua responsabilização pelo todo.
Autonomia implica gestão democrática
Autonomia é um processo coletivo e participativo de compartilhamento de responsabilidades, emergentes do estabelecimento conjunto de decisões. Não se trata, na efetivação desse processo, de a escola ser autônoma para alguém, para algum grupo, mas de ser autônoma com todos, em nome da sociedade, desse modo caracterizando-se como gestão democrática, isto é, uma gestão compartilhada e participativa.
A gestão democrática implica a participação de todos os segmentos da unidade escolar, a elaboração e execução do plano de desenvolvimento da escola, de forma articulada, para realizar uma proposta educacional compatível com as amplas necessidades sociais.
Condicionantes da participação da comunidade na gestão escolar. 
Vitor Henrique Paro, 1995
Condicionantes ideológicos dizem respeito às “concepções e crenças sedimentadas historicamente, na personalidade de cada pessoa, que movem suas práticas e comportamentos no relacionamento com outros.” (Paro, 1995, p.304) A amplitude e os graus de participação, verificados nas escolas, são influenciados pelas concepções que os profissionais da escola possuem a respeito da comunidade, das instâncias de decisão e da natureza do que “pode” ou não ser decidido coletivamente.
Condicionantes institucionais entenda-se o conjunto de fatores vinculados à existência formal da escola que influem na qualidade e no tipo de gestão que nela será vivenciada. Como exemplo, Vitor Paro indica-nos: o caráter hierárquico da distribuição da autoridade existente no interior da escola, o modelo de provimento para o cargo ou função dirigente adotado, a natureza e os limites de intervenção dos mecanismos de ação coletiva, entre outros.Condicionantes político-sociais internos da participação da comunidade na gestão da escola referem-se “aos múltiplos interesses dos grupos que interagem na unidade escolar” (Paro, 1995, p.300). Interesses esses que tendem a expressar necessidades imediatas, na maior parte das vezes, contraditórias originando conflitos e demonstrando a impossibilidade de práticas “harmoniosas”, muitas vezes enaltecidas como um padrão esperado para a gestão escolar.
Condicionantes materiais dizem respeito “às condições objetivas em que se desenvolvem as práticas e relações no interior da escola.” (Paro, 1995, p.301) Para Paro, o que “parece se dar na realidade de nossas escolas públicas é que, na medida em que faltam recursos de toda ordem, o esforço despendido para remediar tais insuficiências têm competido com o esforço que se poderia empregar para modificar as relações autoritárias que vigem dentro da instituição escolar.” 
Propostas para superação dos condicionantes
Propostas para superação de condicionantes ideológicos:
estimular um ambiente escolar que favoreça a identificação dos trabalhadores da escola com os interesses da comunidade usuária; 
criar mecanismos que favoreçam a superação do sentimento de desinformação e incompetência que, por vezes, acompanha pais e funcionários operacionais em reuniões; 
incentivar a construção da autonomia dos diferentes segmentos para o exercício da tomada de decisão. 
Propostas para superação de condicionantes institucionais:
divulgar sistematicamente as reuniões e seus resultados (por meio de boletins, murais, jornais, rádio-escola, assembléias etc.); 
utilizar diferentes instrumentos e formas para chamar a comunidade a participar da gestão da escola: promovendo discussões, manifestações culturais, mudando o funcionamento das reuniões que já são realizadas, acolhendo de maneira prazerosa os sujeitos envolvidos; 
organizar as reuniões, com pauta previamente definida e divulgada, horário para começar e acabar, delegação de trabalhos por meio de comissões etc., pois a sensação de improdutividade é um dos fatores que gera as abstenções nos encontros; 
adotar a sistemática de rodízio para a coordenação das reuniões, dado ser esta uma habilidade que se adquire ao exercê-la; 
assumir o caráter político da gestão da escola como não contraditório ao exercício da direção da mesma.
Propostas para superação dos condicionantes político-sociais:
procurar enfrentar os conflitos, não impedindo que os mesmos surjam. Tal postura permitirá a manifestação dos diferentes interesses e percepção do problema ou questão gerando, também, a possibilidade de que diferentes e interessantes soluções apareçam. Além de garantir o exercício da prática democrática no interior dos CEs; 
realizar, sempre que necessário, uma decodificação das leis, normas, portarias e demais documentos formais, pois se nem todos dominam a linguagem burocrática, enquanto outros se “escondem” por trás dela; 
avaliar coletiva e permanentemente as ações desenvolvidas no interior da escola – avaliação enquanto processo contínuo de toda a instituição e não só dos alunos – principalmente, embora não exclusivamente, daquelas ações e projetos que emanaram das decisões coletivas; 
estabelecer coletivamente prioridades e distribuir, também de maneira coletiva, as responsabilidades pela sua operacionalização. Tanto a definição quanto a execução das prioridades devem pressupor aqueles elementos das práticas dialógicas, nas quais os consensos são necessariamente precários e resultam da negociação possível; 
definir prioridades e metas pode e deve pressupor a seleção dos recursos e prazos para serem atingidas, caso contrário a sensação será de incapacidade; 
propiciar e valorizar as discussões prévias entre representantes e representados para subsidiar o processo de tomadas de decisão, contribuindo para a diminuição da sensação de despreparo e falta de legitimidade que caracteriza a ação dos representantes dos diferentes segmentos que compõem os diferentes mecanismos de ação coletiva; 
valorizar a participação organizada de todos os segmentos e de todas as formas, considerando todos os participantes como interlocutores válidos e imprescindíveis, principalmente quando organizados em Grêmios, Sociedades Amigos de Bairro, Clube de Mães, Sindicatos, Partidos, outros Conselhos etc.). 
Propostas para a superação dos condicionantes materiais:
procurar destinar todos os recursos existentes na escola para o favorecimento das práticas a serem adotadas pelo CE; 
explicitar as carências existentes e experimentar soluções, mesmo que conjunturais, que favoreçam o maior envolvimento dos diferentes segmentos na resolução dos problemas; 
incorporar experiências populares e locais na resolução de problemas, como tática para o incentivo aos encontros coletivos, embora responsabilizando os governos pela manutenção dos recursos adequados para o bom funcionamento da escola, exemplos são os mutirões, as festividades locais etc.; 
lembrar que um coletivo articulado geralmente desenvolve instrumentos de pressão mais eficazes. Além do que, é necessário reiterar que as soluções para a restrição dos recursos públicos certamente não se resolverá na esfera da unidade escolar.
possibilitar, no caso dos usuários, a avaliação das atividades da escola mediante a presença destes no cotidiano da escola desenvolvendo atividades de controle e supervisão das práticas escolares. Exemplos seriam o acompanhamento de entrada/saída e intervalo de alunos; supervisão e operacionalização das prioridades definidas para o período; assistência aos professores, etc. 
Pontos de destaque para uma gestão eficaz
1 - Formação
Cursos de Educação Continuada são fundamentais para o trabalho de qualquer gestor escolar porque fornece informações e ferramentas de articulação dos conhecimentos teóricos e práticos e porque o capacita a usar instrumentos de gestão mais efetivos. 
2 - Visão integradora do Gestor
Ao estabelecer rotinas e atividades coordenadas e relacioná-las com as metas, o gestor começa a criar a cultura de eficiência. A instituição que tem um projeto pedagógico construído coletivamente tem uma vantagem: os propósitos educativos e as metas estão definidos no documento - e ambos são conhecidos de todos, o que facilita atrelar novas ações aos propósitos educativos.
Um ponto importante para desenvolver a visão integradora é compreender que a escola faz parte de um sistema maior. Existe uma comunidade dentro e ao redor dela, que precisa estar comprometida com o trabalho pedagógico. Sem a reflexão sobre esses elementos, a gestão deixa de representar as necessidades dos alunos e se torna cada vez mais burocrática.
A visão integradora, portanto, exige que o gestor procure uma formação teórica sólida, que propicie mais conhecimento sobre as várias áreas da gestão e domine os instrumentos que permitam analisar a realidade escolar dentro e fora dos muros.
Para enxergar a escola em sua totalidade, cabe ao gestor procurar:
- Observar o movimento da escola no dia a dia para analisar o clima entre alunos, professores e funcionários e estar sempre atento aos sinais que mostrem que algo não corre bem.
- Montar um quadro com as oito áreas da gestão (Gestão pedagógica, Gestão administrativa, - Gestão financeira, Gestão da infraestrutura, Gestão da comunidade, Gestão de relações pessoais, Gestão dos resultados escolares e Gestão do relacionamento com a rede), prevendo rotinas e anotando os principais processos relacionados a cada uma delas e os profissionais envolvidos na realização das tarefas.
- Questionar as ações, os procedimentos e as novas propostas para se certificar da relação de cada projeto com os propósitos maiores da escola.
- Construir e avaliar com a equipe, ao longo de cada ano, o projeto pedagógico da escola. Ele deve conter as metas da instituição e projetar ações e caminhos a serem atingidos.
Dentro de cada área da gestão, é essencial prever as atividadesnecessárias, as condições e o tempo para executá-las.
- Solicitar que todos os funcionários façam uma lista das atividades cotidianas para poder discutir com eles os desvios de função e sugerir novas formas de organização do trabalho em função das reais necessidades da comunidade escolar.
3 - O gestor e as metas da aprendizagem
A gestão funciona quando a avaliação externa impulsiona a aprendizagem.
Recentes no cenário educacional brasileiro, as avaliações já aparecem entre os principais interesses dos gestores escolares - que, ao ver sua instituição em posição não confortável em relação à rede, se sentem incomodados e começam a trabalhar para reverter a situação.
Para ficar atento às metas de aprendizagem e usar bem o resultado das avaliações, o gestor considera sobre:
- Refletir sobre os objetivos da prova e procurar compreender o tipo de ensino que é preciso promover na escola para que os alunos adquiram as habilidades exigidas.
- Avaliar com a comunidade como se aproximar do perfil buscado pelos avaliadores.
- Organizar a infraestrutura adequadamente com base nas metas de aprendizagem.
- Entender os fatores que interferem nas notas das provas (evasão, repetência, ensino).
- Avaliar em que disciplinas ou séries estão localizados os piores resultados e quais são os motivos que levam a isso.
- Planejar a formação continuada dos professores com foco nas necessidades de aprendizagem dos estudantes.
- Criar condições de melhoria do aprendizado, planejando tempos maiores de formação da equipe docente ou revendo o currículo.
4 - Clima Organizacional
Um bom ambiente de trabalho - Coesão da equipe e comando claro são a base de um clima favorável. São três os elementos que ajudam a compor o bom clima organizacional:
- O primeiro é a coesão da equipe gestora, com o diretor e o coordenador pedagógico sempre presentes, entrosados e com discursos e práticas coerentes com os objetivos predefinidos. 
- O segundo é o comprometimento de professores e funcionários com essas metas, medido pela reação positiva às propostas de mudança e ao trabalho coletivo. 
- O terceiro é a existência de um comando e uma organização que deixem evidentes as funções de cada um e respeitem a rotina escolar.
Para alcançar esses três elementos (espírito de coesão da equipe gestora, envolvimento de professores e funcionários e organização clara do trabalho), é preciso pôr em prática um tipo de gestão em que haja diálogo, participação nas decisões e atribuição de responsabilidades.
Ao promover a participação de todos nos processos de discussão e decisão, o gestor ganha aliados mais conscientes da necessidade de atingir os resultados.
Portanto, para promover um bom clima organizacional, é preciso:
- Organizar reuniões regulares com os envolvidos de cada setor para acompanhar, avaliar conjuntamente e discutir a melhor forma de trabalhar.
- Criar comissões de co-gestão por área para ajudar na tomada de decisões.
- Planejar a formação permanente dos funcionários para que todos se sintam capacitados a atuar com autonomia.
- Respeitar as funções de todos, ajustando a rotina de forma a valorizar as ações que promovem a melhoria do aprendizado e excluindo as que não têm relação com os objetivos da escola.
- Envolver toda a comunidade escolar na discussão do projeto político pedagógico.
- Monitorar quanto tempo é gasto com cada atividade e tentar se reorganizar, para perder menos tempo com emergências. Reuniões regulares com os funcionários ajudam muito para isso.
- Montar um conselho gestor com representantes de vários setores para trocar ideias.
- Delegar o que pode ser delegado.
Mecanismos da Gestão Democrática
Conferência Municipal de Educação;
Conselho Municipal de Educação;
Outros Conselhos;
Orçamento Participativo na Educação;
Eleições para diretores;
Conferência Local da Comunidade Escolar/ Assembléia Escolar;
Conselho de Escola;
Orçamento Participativo Local;
Associação de Pais;
Grêmio Estudantil;
(Rotatividade do quadro de diretores da escola).
Conselhos Escolares
Helena Amaral da Fontoura, com adaptações
Conselhos Escolares são órgãos colegiados compostos por representantes das comunidades escolar e local, que têm como atribuição deliberar sobre questões político-pedagógicas, administrativas, financeiras, no âmbito da escola. Cabe aos Conselhos, também, analisar as ações a empreender e os meios a utilizar para o cumprimento das finalidades da escola. Eles representam tanto a comunidade escolar quanto a local, atuando em conjunto e definindo caminhos para tomar as deliberações
que são de sua responsabilidade. Representam, assim, um lugar de participação e decisão, um espaço de discussão, de negociação e encaminhamento das demandas educacionais, possibilitando a participação social e promovendo a gestão democrática. São, enfim, uma instância de discussão, de acompanhamento e de deliberação, na qual se busca incentivar uma cultura democrática, buscando instaurar uma cultura participativa e cidadã.
Considerando a importância das escolas públicas na construção da cidadania e na consciência da importância da participação coletiva nos processos sociais, veremos que os Conselhos Escolares podem ser uma enorme contribuição para a elaboração e a aplicação dos projetos político-pedagógicos, já que permitem a definição de rumos e prioridades das escolas numa perspectiva emancipadora, que realmente considere os
interesses e as necessidades da maioria da sociedade.
Funções dos Conselhos Escolares
Os Conselhos Escolares atuam em diversas áreas, exercendo inúmeras funções, tais como:
a. Deliberativas: quando decidem sobre o projeto político-pedagógico e outros assuntos da escola, aprovam encaminhamentos de problemas, garantindo a elaboração de normas internas e o cumprimento das normas dos sistemas de ensino, e assim decidem sobre a organização e o funcionamento geral das escolas, propondo à direção as ações a serem desenvolvidas. Elaboram normas internas da escola sobre questões referentes ao seu funcionamento nos aspectos pedagógico, administrativo ou financeiro.
b. Consultivas: quando têm um caráter de assessoramento, analisando as questões encaminhadas pelos diversos segmentos da escola e apresentando sugestões ou soluções, que poderão ou não ser acatadas pelas direções das unidades escolares.
c. Fiscais (acompanhamento e avaliação): quando acompanham a execução das ações pedagógicas, administrativas e financeiras, avaliando e garantindo o cumprimento das normas das escolas e a qualidade social do cotidiano escolar.
d. Mobilizadoras: quando promovem a participação, de forma integrada, dos segmentos representativos da escola e da comunidade local em diversas atividades, contribuindo assim para a efetivação da democracia participativa e para a melhoria da qualidade social da educação.
Devem fazer parte dos Conselhos Escolares: a direção da escola e a representação dos estudantes, dos pais ou responsáveis pelos estudantes, dos professores, dos trabalhadores em educação não docentes e da comunidade local. Como todo órgão colegiado, o Conselho Escolar toma decisões coletivas. Ele só existe enquanto está reunido. Ninguém tem autoridade especial fora do colegiado só porque faz parte dele. Contudo, o diretor atua como coordenador na execução das deliberações do Conselho Escolar e também como o articulador das ações de todos os segmentos, visando à efetivação do projeto pedagógico na construção do trabalho educativo. Ele poderá – ou não – ser o próprio presidente do Conselho Escolar, a critério de cada Conselho, conforme estabelecido pelo Regimento Interno.
Atribuições e funcionamento dos Conselhos Escolares
A primeira atribuição deverá ser a elaboração do Regimento Interno do próprio Conselho Escolar, que define ações importantes, como: calendário de reuniões, escolha e substituição de conselheiros, condições de participação do suplente, processos de tomadade decisões.
Num segundo momento, deve-se partir para a elaboração, discussão e aprovação do projeto político-pedagógico da escola. No caso de escolas em que este já existe, cabe ao Conselho Escolar avaliá-lo, propor alterações se for o caso, e implementá-lo. Em ambos os casos, o Conselho Escolar tem um importante papel no debate sobre os principais problemas da escola e suas possíveis soluções.
Aspectos positivos da implantação dos Conselhos Escolares
Sendo os Conselhos Escolares as pedras básicas para o projeto político-pedagógico, sua efetiva implantação pode trazer as seguintes vantagens:
– as decisões refletem a pluralidade de interesses e visões que existem entre os diversos segmentos envolvidos;
– as ações têm um patamar de legitimidade mais elevado;
– maior capacidade de fiscalização e controle da sociedade civil sobre a execução da política educacional;
– maior transparência das decisões tomadas;
– garantia de que as decisões sejam efetivamente coletivas;
– garantia de espaço para todos os segmentos da comunidade escolar poderem expressar ideias e necessidades, contribuindo para as discussões dos problemas e a busca de soluções.
Para que haja uma participação efetiva dos conselheiros, é importante:
– escolher bem os representantes;
– permitir a participação dos conselheiros nas decisões, em igualdade de condições;
– informar com antecedência a pauta da reunião;
– possibilitar que os conselheiros expressem sempre as opiniões, mesmo se contrárias às do grupo;
– garantir o respeito às decisões tomadas;
– convocar reuniões extraordinárias para assuntos urgentes.
Como se pôde ver é grande a importância dos Conselhos Escolares para a busca de transformações no cotidiano escolar, orientadas pelo desejo de construção de uma sociedade igualitária e justa. Suas atividades são muitas e variadas, devendo sempre ser referenciadas pelas demandas da comunidade e pela realidade de cada escola, que deve buscar o exercício da sua autonomia.
Os Conselhos Escolares e a construção da proposta educativa da escola
O projeto político-pedagógico elaborado apenas por especialistas não consegue representar os anseios da comunidade escolar, por isso ele deve ser entendido como um processo que inclui as discussões sobre a comunidade local, as prioridades e os objetivos de cada escola e os problemas que precisam ser superados, por meio da criação de práticas pedagógicas coletivas e da corresponsabilidade de todos os membros da comunidade escolar. Esse processo deve ser coordenado e acompanhado pelos Conselhos Escolares.
Para a elaboração coletiva desse projeto educativo, é importante considerar a experiência dos profissionais da educação de cada escola, a cultura da comunidade e os currículos locais, a troca de experiências educacionais, uma bibliografia especializada, as normas e diretrizes do seu sistema de ensino e as próprias Diretrizes Curriculares Nacionais.
Todos esses aspectos devem ser considerados visando à coerência com um projeto de sociedade efetivamente compromissado com os interesses e as necessidades da maioria excluída do exercício de uma cidadania plena.
No processo de elaboração do projeto político-pedagógico da escola, compete ao Conselho Escolar debater e tornar claros os objetivos e os valores a serem coletivamente assumidos, definir prioridades, contribuir para a organização do currículo escolar e para a criação de um cotidiano de reuniões de estudo e reflexão contínuas, que inclua a avaliação do trabalho escolar. Por meio desse processo, combate-se a improvisação e as práticas cotidianas que se mostram incompatíveis com os objetivos e as prioridades definidos e com a qualidade social da educação que se pretende alcançar.
Os Conselhos Escolares, ao assumirem a função de estimular e desencadear uma contínua realização e avaliação do projeto político-pedagógico das escolas, acompanhando e interferindo nas estratégias de ação, contribuem decisivamente para a criação de um novo cotidiano escolar, no qual a escola e a comunidade se identificam no enfrentamento não só dos desafios escolares imediatos, mas dos graves problemas sociais vividos na realidade brasileira. A escola e a comunidade são realidades complexas, cada uma dentro da sua especificidade. Nesse sentido, o processo de construção do projeto político-pedagógico não é algo que se realiza com facilidade e rapidez.
O incentivo do poder público e o compromisso dos gestores educacionais com esse processo são importantes, pois o desenvolvimento e o acompanhamento do projeto político-pedagógico exigem espaço e tempo para análise, discussão e reelaboração permanentes, assim como um ambiente institucional favorável, que assegure condições objetivas para a sua concretização.
Em todo esse processo, deve-se ter clara a importância de conhecer os estudantes: como a escola está trabalhando para atendê-los?
Quais os dados relativos ao desempenho escolar? Quais as principais dificuldades na aprendizagem? Como está sendo o trabalho dos professores e especialistas que atuam na escola, a ação dos trabalhadores não docentes, a atuação dos pais ou responsáveis e seus respectivos papéis nesse conjunto? Trata-se de refletir, cotidianamente, sobre a qualidade do trabalho que a escola está realizando.
Associação de Pais, Mestres e Funcionários
Órgão de representação dos Pais, Mestres e Funcionários que buscam a integração dos segmentos escolares, discutir as políticas educacionais e o Projeto Político-Pedagógico da escola Pública, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino.
É necessário que pais, funcionários, alunos e professores se disponham a participar e que tenham tempo para conhecer os temas que fazem parte do cotidiano escolar. É preciso romper com a ideia de que os pais não participam da vida escolar por não terem interesse na educação dos filhos. Existem sentimentos envolvidos como por exemplo: não enxergar o significado da participação, descrença, constrangimentos, vergonha, sentimento de inferioridade, etc.
O desafio está em tornar os pais aliados e sensibilizá-los para o envolvimento com as atividades escolares.
Grêmio Estudantil
É o órgão máximo de representação dos estudantes a serviço da ampliação da democracia na escola. Através das suas funções de representação e organização dos alunos, contribui para a efetivação de uma educação emancipatória e transformadora.
O Grêmio é uma entidade representativa de estudantes da educação básica que pode contribuir para o processo de democratização das decisões tomadas na escola. 
Tem como objetivo possibilitar que o jovem desempenhe um papel ativo e democrático nos processos de decisões coletivas.
A sua instituição e funcionamento estão definidos na legislação federal específica (Lei 7.398, de 04/11/1985 e Lei 8.069 de 13/07/1990).
A instalação do grêmio depende da iniciativa de alunos e professores que podem estimular a sua implantação (pontapé).
É mais do que um órgão responsável em promover eventos. 
Deve contribuir para o debate sobre o Projeto Pedagógico da escola e sobre temas do interesse dos alunos, da educação, da escola e da região onde os alunos vivem.
O Grêmio desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do protagonismo estudantil. 
Sua existência consolida a cultura democrática de diálogo e de participação.
Considera-se a importância de promover a formação de valores e de atitudes cidadãs, que permitam aos jovens conviver de forma autônoma com suas angústias, desafios e com as novas configurações que se impõe no trabalho. 
Conselho de Classe
É um órgão colegiado, presente na organização da escola, em que os professores das diversas disciplinas, juntamente com a direção, equipe pedagógica e alunos representantes de turma, reúnem-se para refletir, avaliar e propor ações no acompanhamento do processo pedagógico da escola.
Rotatividade no quadro de dirigentes
As eleições são fundamentais para o processo derenovação e rotatividade dos quadros dirigentes escolares. Assim, as eleições devem evitar que educadores se “perpetuem” no cargo de diretores.
A Gestão do Trabalho Pedagógico e o 
PPP em ação
Quem define para onde a escola deve rumar?
É importante que se tenha claro que gestão democrática não é uma exigência apenas para a tomada de decisão, mas um exercício permanente e cotidiano. 
Na construção do projeto político pedagógico da escola deve questionar: que tipo de cidadãos queremos formar?
Qual direção seguir? Que atividades e disciplinas devem ser organizadas para que se atingir os objetivos pretendidos? Como devem estar distribuídos os tempos e os espaços de ensino aprendizagem? E a avaliação? 
Essas são algumas das questões que devem ser definidas no PPP da escola.
O PPP é mais do que uma exigência legal, é uma tomada de posição e consenso sobre o que se deve fazer na escola.
É a definição das regras do jogo, é por meio dele que a comunidade escolar (professores, alunos, técnicos educacionais, comunidade e família) define como deve ser a escola, sua organização, seus relacionamentos, suas disciplinas, estratégias de ensino, avaliação, ou seja, toda a organização do processo formativo dos alunos.
É um Projeto, porque indica uma direção, é Político, porque resulta das relações de força existentes na escola, é Pedagógico porque se compromete em definir o tipo de ser humano que se quer formar.
O PPP busca um rumo, uma direção. 
É uma ação intencional, um compromisso assumido coletivamente (Veiga, 1995).
Para essa autora todo o Projeto pedagógico da escola é também um projeto político, pois está intimamente articulado ao compromisso sociopolítico e com os interesses reais e coletivos da população. 
O PPP só se constitui instrumento da gestão democrática da escola se estiver garantida a participação da comunidade na sua construção que envolve a discussão, execução e avaliação. 
Primeira etapa: Diagnóstico da realidade
Busca-se reconhecer o aluno, o seu trabalho e o seu contexto (família, comunidade). Vai além de dados estatísticos, deve buscar quais são as dificuldades a serem enfrentadas, as experiências, os recursos humanos existentes, os equipamentos disponíveis e a disposição para o trabalho pedagógico.
Segunda etapa: A Discussão da proposta curricular contemplando as exigências legais, a perspectiva da formação integral e as expectativas de alunos e suas famílias. Discute-se sobre conteúdos escolares, metodologia, avaliação, considerando as dimensões da cultura, ciência, tecnologias e do trabalho humano, respeitando as especificidades locais. 
Terceira etapa: Desenvolvimento e avaliação. 
O PPP deve expressar a vontade do coletivo escolar que assume a responsabilidade de fazê-lo efetivo e deve ter como uma das suas principais características a flexibilidade. Sem a participação ativa dos profissionais da educação os PPPs estarão inviabilizados. Participação, colegialidade e autonomia são princípios necessários.
Projeto Político-Pedagógico: discutindo conceitos
O termo projeto indica plano, intento; vem de projetar, que significa lançar-se, precipitar-se.
Neste sentido, o projeto é redação preliminar das intenções da escola. Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2003, p. 345-346), “é um documento que reflete as intenções, os objetivos, as aspirações e os ideais da equipe escolar, tendo em vista um processo de escolarização que atenda a todos os alunos”.
Vejamos também o que pensa Gadotti sobre projeto:
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função de promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores [...] (GADOTTI, 1994, p. 579).
O termo político relaciona-se ao sentido de exercer a política de cuidar do que é público, ter habilidade no trato das relações humanas, bem governar. Politizar na escola é inculcar nos seus alunos e demais membros que a constitui a consciência dos direitos e deveres dos cidadãos. A ação política promove a concentração de pessoas ao redor de ideais, é essencialmente democrática.
Segundo Aristóteles, “o homem é um ser político”, portanto, todas as suas ações se dão de forma intencional e nas relações sociais. A educação sendo uma construção humana e ocorrendo nas relações sociais de forma intencional, passa a ser um ato político. A educação engendra desde sua gênese uma contradição histórica em sua práxis, com interesses antagônicos construídos e desenvolvidos nas relações sociais do meio onde a escola está inserida. A administração escolar, nela incluída o ato de planejar as ações educacionais, pode ser feita de forma centralizada e autoritária, como participativa e democrática, includente ou excludente. Quando a mesma assume a forma participativa e includente, permite uma maior eficiência social e educacional. Para tanto, necessitamos de um instrumento de planejamento que permita a participação de todos os atores de forma democrática, para isso surge o Projeto Político-Pedagógico, que quando elaborado e executado de forma participativa, tem se mostrado um importante instrumento de inclusão social e de gestão democrática da escola pública.
O termo pedagógico, por sua vez, refere-se à dimensão que possibilita a efetivação da finalidade da educação, que é o ato de ensinar e de aprender. Veiga nos esclarece a relação entre os dois termos: compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade [...] Pedagógico, no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. (VEIGA, 1995, p. 13).
Desta perspectiva, o projeto da escola é sua expressão política, ou seja, é o documento base no qual está contida sua filosofia, suas concepções de sociedade, de educação, de homem. Dele faz parte o currículo que é considerado sua essência, o que a escola tem de melhor para oferecer aos seus alunos. E, é justamente aí que se revela a gestão democrática: na seleção dos conteúdos relevantes e historicamente construídos, por parte dos professores, ouvindo também os seus alunos, pais, funcionários - sujeitos, que por meio do trabalho coletivo, constroem suas consciências pessoais e sociais, a cidadania. Eles trazem consigo elementos de um currículo implícito, emergente e necessário para discutir questões da sociedade atual que diretamente afeta a vida da comunidade escolar. Consolidar a cultura da participação significa construir a gestão democrática e consequentemente formar cidadãos.
O termo gestão democrática tem sido amplamente utilizado na atualidade. Distanciando-se da concepção centralizadora e burocrática de administração, ele passa a ser empregado em um sentido mais dinâmico, expressando mobilização, articulação, cooperação e participação. Nesse sentido, no que diz respeito ao aspecto educacional,
[...] a gestão da educação, enquanto tomada de decisão, organização, direção e participação, não se reduz e circunscreve na responsabilidade de construção do projeto político-pedagógico. A gestão da educação acontece e se desenvolve em todos os âmbitos da escola, inclusive e especialmente na sala de aula, onde se objetiva o projeto político-pedagógico não só como desenvolvimento do planejado, mas como fonte privilegiada de novos subsídios para novas tomadas de decisões e para o estabelecimento de novas políticas [...] (FERREIRA, 2003, p. 16).
Concordamos com Ferreira, quandodiz que a gestão acontece em todos os âmbitos da escola. Diretores, pedagogos, professores, conselheiros - todos são gestores nas instâncias de suas competências. Destacamos aqui a relevância do papel do professor enquanto gestor pedagógico. Ele é o mediador entre os conhecimentos expressos na proposta pedagógica curricular e os alunos. Se no espaço da sala de aula a gestão ocorrer de forma democrática, por meio da socialização dos conhecimentos, da clareza quanto aos objetivos a serem alcançados, da definição dos critérios avaliativos, do respeito aos “combinados” e quanto aos regulamentos expressos no Regimento Escolar, consequentemente o processo ensino-aprendizagem terá uma probabilidade muito grande de efetivação.
Para Ilma Passos (1995, p.17), Gestão democrática é um princípio consagrado pela Constituição vigente e abrange as dimensões pedagógica, administrativa e financeira. Ela exige uma ruptura histórica na prática administrativa da escola, com o enfrentamento das questões de exclusão e reprovação e da não-permanência do aluno na sala de aula, o que vem provocando a marginalização das classes populares. Esse compromisso implica a construção coletiva de um projeto político-pedagógico ligado à educação das classes populares. A construção do projeto político-pedagógico parte dos princípios de igualdade, qualidade, liberdade, gestão democrática e valorização do magistério.
Enquanto, para Bastos (2001, p. 22-23):
A gestão democrática da escola pública deve ser incluída no rol de práticas sociais que podem contribuir para a consciência democrática e a participação popular no interior da escola. Esta consciência, esta participação, é preciso reconhecer, não tem a virtualidade de transformar a escola numa escola de qualidade, mas têm o mérito de implantar uma nova cultura na escola: a politização, o debate, a liberdade de se organizar, em síntese, as condições essenciais para os sujeitos e os coletivos se organizarem pela efetividade do direito fundamental: acesso e permanência dos filhos das classes populares na escola pública. (BASTOS, 2001, p. 22-23)
Podemos observar que os autores associam a construção coletiva do Projeto Político-Pedagógico ao modelo de gestão democrática. Além disso, ambos entendem que ele é um documento norteador do trabalho escolar, cujo objetivo principal é melhorar a qualidade da educação.
Ressaltamos que a gestão democrática, enquanto princípio consagrado pela Constituição vigente deve ser do conhecimento das instâncias escolares, bem como os aspectos legais que o fundamentam e que norteiam a construção do projeto escolar.
Políticas Públicas
Helena Amaral da Fontoura, com adaptações
Políticas públicas são as decisões de governo que influenciam a vida de um conjunto de cidadãos; são os atos que o governo faz ou deixa de fazer e os efeitos que tais ações provocam na sociedade. O processo de políticas públicas numa sociedade democrática é extremamente dinâmico e conta com a participação de diversos atores em vários níveis: de reuniões mundiais de grandes líderes à Câmara de Vereadores de um município brasileiro; da rede nacional de televisão à sociedade de amigos de bairro; do presidente da República ao professor universitário. O desejável é que todos os afetados e envolvidos em políticas públicas participem o máximo possível de todas as fases desse processo: identificação do problema, formação da agenda, formulação de políticas alternativas, seleção de uma dessas alternativas, legitimação da política escolhida, implementação dessa política e avaliação de seus resultados.
Numa sociedade democrática, não é apenas pelo voto que os cidadãos participam da tomada de decisões sobre assuntos de interesse público. Todas as pessoas, individualmente ou em grupos, têm o direito de influenciar o processo pelo qual se discute, delibera e implementa qualquer política que de alguma forma as afete em sua vida profissional ou privada.
Fonte: Google Imagens
Esse direito está assegurado pelo artigo primeiro da Constituição de 1988: “Todo poder emana do povo.” Todos devem ter assegurada a possibilidade de argumentar em favor de seus interesses.
De fato, quanto mais ampla e generalizada for a participação pública, mais legítimo e democrático será o resultado obtido. Quanto mais a conclusão for produto do debate em que participe o maior número possível de cidadãos individuais, empresas e entidades que os representem, menores serão as chances de ela vir a ser contestada e maiores as de que satisfaça o conjunto da sociedade. Muitos brasileiros acham que não influenciam as decisões que geram as políticas públicas, e outros acreditam que votar em dias de eleições é o único nível de participação possível.
Muitas vezes a falta de participação se deve a desconhecimento ou carência de oportunidades; indivíduos, empresas, entidades, ONGs não sabem como fazer chegar aos tomadores de decisão seus pontos de vista ou como apresentá-los. Faltam-lhes informações sobre os canais adequados, os prazos, os procedimentos corretos.
O Brasil é um país com extremas disparidades econômicas entre seus estados e municípios. A Constituição de 1988 deu aos estados e municípios diversas atribuições de políticas públicas que tradicionalmente pertenciam à esfera do Governo Federal. Com frequência, apenas os municípios com mais de cem mil habitantes, onde vivem em 50% da população brasileira, têm de fato condições para implementar muitas dessas políticas públicas. Portanto, muitos municípios não dispõem de recursos para executá-las.
Algumas políticas públicas exigem gastos públicos. Essas precisam de dotação orçamentária da União, dos estados ou municípios. É o caso, por exemplo, de políticas de saúde, educação e segurança. A discussão dos orçamentos nos Legislativos federal, estaduais e municipais é um 
dos momentos mais importantes da definição de prioridades em políticas públicas de toda sociedade.
Algumas políticas públicas não implicam necessariamente custo direto aos governos. São as políticas regulatórias/normativas como, por exemplo, a limitação de publicidade de determinados produtos ou a regulamentação de como devem ser feitas concorrências públicas. No entanto, as consequências dessas políticas quase sempre resultam em perdas e ganhos materiais para setores diversos da sociedade. O governo tem sua agenda de prioridades. O Executivo em geral as define formalmente em sua mensagem ao Legislativo. Mas ela também se estabelece conforme o desenrolar de acontecimentos políticos e sociais. 
Por exemplo, o governo dos EUA só colocou o combate ao terrorismo no topo de sua agenda de políticas públicas após 11 de setembro de 2001. 
O mesmo ocorre com o Legislativo e o Judiciário.
A sociedade também tem uma agenda, que nem sempre se coaduna com a do governo. A agenda da sociedade é mais difícil de se definir formalmente.
Em geral, ela aparece mais claramente por meio de pesquisas de opinião pública. O ideal democrático é que as duas agendas sejam as mais parecidas possível. Para que isso aconteça, a participação dos diversos atores sociais – empresas, sindicatos, entidades de classe, ONGs, universidades, mídia, sociedades de bairro etc. – é absolutamente indispensável.
A seleção de políticas é basicamente atribuição dos Poderes Executivo e Legislativo e das agências reguladoras. Já a sua implementação é responsabilidade exclusiva do Poder Executivo; a avaliação – embora a sociedade tenha papel relevante nessa fase – é função primordialmente das agências reguladoras, do Ministério Público e do Judiciário.
A sociedade civil pode e deve participar de todas as fases do processo de políticas públicas, especialmente formação de agenda, formulação de alternativas, seleção, legitimação e avaliação. De fato, só na implementação é que seu papel é reduzido, embora ela deva acompanhá-la de perto para ter segurança de que o que se implementa é de fato o que foi decidido. O verdadeiro sentido da democracia é a participação do cidadão em todas

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