O período republicano e a segunda República - Apostila

História do Direi to O PERÍODO RE PUBLI CANO E A SEGUNDA REPÚ BLICA 1 Sumário Introdução ........................................................................................................................................... 2 Objetivos .............................................................................................................................................. 2 1. O Período Republican o e a Segun da República ...................................................................... 2 1.1. Velha República .................................................................................................................. 2 1.2. Constituição de 18 91 e Constituição de 1934 ................................................................ .3 Exercícios ............................................................................................................................................. 5 Gaba rito ............................................................................................................................................... 6 Resumo ................................................................................................................................................ 7 2 Introduçã o O chamado B rasil República é conhecido como período da História do Brasil em que o sistema republicano foi instaura do no Brasi l após a sua proclamação e segue em vig ência até os dias de hoje, como será visto. Objetivos \u2022 Observar a transição do regime monárqui co para o regime r epublicano ; \u2022 Analisar os reflexos d o pe ríodo do poder moderador e m vigor no Brasil para a construção das Consti tuições seguintes. 1. O Período Republi can o e a Segun da Repúbli ca 1.1. Velh a República A História da República Brasileira te m por início a sua p roclamação em 188 9 e se mantém até os dias atua is, onde houve a união dos ideais republicanos conhecidos e delimitados em tod o pe ríodo coloni al, tendo c omo parâmetro a Inconfidência Mineira e a Conjura ção Baiana , ocorridas no final do século XVIII. Tais revoltas tinha m como objetivo o fim da monarquia, com posterior superação gov ernamental, mas o mesmo só foi a lcançado após o final do escravismo quase um século depois, onde as elites agrárias, que eram as reais detentoras d o poder, aceitara m que era o momento de mudar para o conceito r epublican o. Desde então, até a presente constituição, ho uve momentos de altern ância entre a centraliz ação e descentr alização do p oder, que pode ser observ ado na política e admin istração. Até a Era Vargas e m 1930, houve uma grande vertente que acreditava no ideal l iberal puro, onde havia u ma gran de desce ntralização e os Estados possu iriam mais poder e autonomia, possibilitan do a criação de suas constitui ções próprias e deixando, ass im, as oli garquias regionais mai s pode rosas, visto que não haveria poder central tão fortemente constituí do para se submeterem. Com um Estado Central fraco e Estado s independentes fortes, pode ser ver a ascensão da República das Oliga rquias , onde f icou conhecida a política d o \u201ccafé - com- leite\u201d, que era caracterizada a alternância de pod er e ntre o Estado de São Paul o e Mina s Gerais, que possuíam uma imensa força por conta da produção agropecuár ia. 3 Esta fase é conhecida por ter estados tão autônomos que era comum a regulação e t ributação do comércio inter no e ex terno ser realizada fora d o cont role central do Estado. O presidente interviria nos momentos d e indícios de movimentos separatistas e nos conflitos intern os e os gover nadores e membros gerai s do legislativo são eleitos de forma direta. As restri ções, porém, de monstravam o quanto grande parte da população era excluída, uma vez que o poder de voto era negado a soldados, analfabetos, menor es de 18 anos e mulheres. Como essa fase foi gerenciada pelos estados mais for tes quanto a produção de café e leite, a e conomi a em torno d e tais produtos perm aneceu fortes, porém houve um i ncentiv o ao avanço de demai s formas d e atividades e moderniza ção da nação. SAI B A M AI S ! Quando o Partido Republicano Paulista ve nceu, a ruptura se mostro u evidente, pois houve denúncias de fraudes e leitor ais, o que se deu por estopim p ara a ocorrên cia da Revolução de 1930. 1.2. Constitui ção de 1891 e Constitu ição de 19 34 Constituição de 189 1 (Brasil República) Com a proclamação da R epública e sua adequação aos desejos dos detentores do poder da época, houve grandes mudanças referentes a toda sociedade brasileira. A força da cor rente abolicionista trou xe o fim d o trabalho esc ravo, houve incentiv os a modernização e crescimento da i ndústria, q ue decorrente da época, A quebra da política do \u201ccafé -com- leite\u201d se deu quando o partido p aulista, que estava no poder, indicou Júlio Prestes para sucessão de Washington Lu ís, rompendo com Minas Gerais quanto seu acordo de alt e rnân cia quanto a chefia do E xecutivo. Assim, o Partido Republicano Mineiro se juntou com políticos que almejav am o pode r, como do R io Grande do Sul e a Pa raíba par a lançar seu ca ndidato (Getúlio Vargas) à presidência. 4 trouxe maior pr oximidade em suas c aracterí sticas a r ep ública ameri cana, eis que houve maior si milar idade da estrutura d os Estados possuindo autonomia dos poderes e representados por eleitos por voto direto. I M P O R T A N T E ! Com a crescente necessidade de evolução e maior proximidade co m o sistema presidencialista americano, h ouve um a a ssembleia constit uinte, trazendo gran des inovações com a Constituição de 1891, onde foi firmada a forma f ederativa do Estado, estruturado do poder c entral para as \u201cpontas\u201d e tendo a república como forma de gover no, havendo delimitação significativa quanto à separação dos poderes e evolução dos instrumentos tidos como remédios constitucionais, e is que foi criado o i nstrumento do Habeas C orpus . Houve uma en orme quebra quanto à Igreja e o Estado, que não mais adotou o catolicismo como r eligião oficial. Pode-se observar que as restrições de voto tão l atentes anteriormente for am relativi zadas, deix ando q ue houv esse o voto de mulheres, sol dados, e mantendo a proibição aos a nalfabetos. Constituição de 193 4 (Segunda Rep ública) A Constituição de 19 34 é conhecida por ter sido de certa forma empurrad a por Getúlio Vargas, que formou nova Assemble ia Constituinte em meados d e 1934 e foi caracteriz ada por ser a formalização das diretrizes de govern o de seu chefe. Apesar d e man ter o nome de República, houve uma enorm e centraliz ação de poder, realizado de forma autoritária e que se ref letiu no nov o texto constitucion al. O governo federal teve uma maior centralizaç ão de pode r, man tendo o sistema de votos quan to as suas restrições. O marechal Deodoro da Fonseca, p roclamador da República e chefe do governo provisório, e Rui B arbosa, se u vice, no mearam uma c omissão de cinco pessoas para apresentar um projeto a se r exami nado pela f utura A ssembleia Constituin te, onde o proj eto escolhido vigorou co mo Constituição Provisória da República até as conclusões da Constituinte. 5 Houve um grande avanço quanto aos direitos dos trabalhadores, uma vez que Vargas tentar ia manter seu poder e popularid ade por medidas que melhor assem a vida do tr abalhador, como a instauração de 8 hora s diária s para a jornada de trabalho e a criação de Tribun ais esp ec ializados na matéria , be m como criação de leis específicas dos trabalhadores. A Constituição de 1934 é le mbrada, ainda, por três emendas constitucionais voltadas a reforçar a força e pode r central , com a justificativa d e trazer se gurança a o Estado e mais atribuições ao P oder Executivo, r ompendo com toda delimitação dos três poderes, visto que a aludida const ituição f oi usada co mo desculpa para coibi r movimentos autônomos e trazer a Vargas poderes além do que seria competência do Poder Executi vo. Exercíci os 1 \u2013 (Fuvest-SP) A política do café, duran te a Primeira República: a. chegou ao auge do protecionismo com o C onvênio de Taubaté, passando depois a reger-se pelas leis do mercado. b. procur ou atender aos interesses dos cafeicultores através de constantes medida s de proteção ao produto. c. pode ser equiparada a de outras produções agr ícolas, todas el as amparadas por Planos de Defesa. d. atendeu exclusivam ente aos interesses dos gran des grupos internaci onais através dos Planos de Defesa. e. foi dirigida pelo governo do est ado de São P aulo, enquanto o poder f ederal mantinha uma a titude distante e neutra. 2 - \u201cPara o historiador José Murilo de C arvalho, a repúb lica consolidou - se excluindo o envolvimento popular no governo\u201d. (Vicenti no, Claudio. História para o Ensino Médio: hi stória geral e do Brasil: volume único. \u2013 São Paulo: Scipione, 2001.p, 387.) Discorra sobre essa frase quanto à exclusão popular na formaçã o da Repúbl ica n o Brasi l. 6 Gabari to 1 \u2013 Letra B . C omo os cafeicultores domin avam politicam ente o estado f ederal, e les conseguir am durante a Prim eira República imp or medidas que beneficiav am sua produção. 2 - A frase do historiador José Muri lo de C arva l ho mostrou que a proclamação da República veio acompanhada de ce rto receio por parte das elites quanto à participação popular na p olítica. Os gover nantes temiam que o povo realizasse revoluções contra as mudanças políticas e constitucionais elaboradas nos primeiros anos da República e, por isso, as discussões ficaram restritas à classe abastada . Desse modo, a falta de informaçã o perante as cam adas populares e o seu papel figuran te durante e sse período ev idenciaram as mudanças estratégicas do Império para a R epública. 7 Resumo Com o surgimento e crescimento de diversos movimentos republ icanos, o Império foi se enfraquecendo, apesar d e efetivar várias mudanças que vi savam a manu tenção do modelo Imperial absolutista. Todavia, com a criação do partido Republicano - em 1870 \u2013 iniciou-se um processo político que culminou no golpe de Estado orquestrado por Mar echal Deodoro da F onseca, havendo então a p roclamação da República e m 1889 . Já em 1890 foram c onvocadas as eleições para formação de uma Assembl eia Constituinte . A busca pel o distanciamento de u m s istema monárquico, "tí mido" durante o Império, impulsionou uma das pr incipai s muda nças trazi das pela Texto de 1891, a mudança da divisão quadripartida do Império para uma Tripartida nos moldes propostos por Mon tesquieu. Além da divisão dos poderes do modelo de Montesquieu tratava de outra s importan tes mudanças trazidas pela C onstituição foram as seguintes \u2713 Consagr ação do Estado laico: a concepç ão da seculariz ação do poder próprio d a ideologia liberal - t ambém adotada p ela C arta constitucional de 1891 - que estabeleceu a separaçã o entre Igr eja e Estado ; \u2713 Amplia ção dos direitos i ndivi duais, com co ns agração expressa do habeas corpus. Em conclusão , a C onstitui ção de 1891 pode ser b revemente qualificada como form al, escri t a, rígida, democrática, analítica e dogm ática. \u2713 Regi me representativo: os c hefes do Executivo e os membros do Legislativ o passar am a ser eleitos direta mente p ara e xercer man datos temporári os. \u2713 Sistema presidencialista de govern o: a c hefia da Federação f oi conferida ao P residente da República. \u2713 Fortalecimen to do Poder Judiciário: uma Supre ma Corte, instituída à semelhança da C orte existente no siste ma norte -americano, co m competência para inconstitucionalidade de leis e atos nor mativos. 8 \u2713 A C onstituiçã o de 1891 criou a Just iça Federal, ao lado da Estadual, situando o Supremo T ribuna l Fed eral no áp ice do Poder Judiciário. A o S TF cabia, além de competências originárias, julg ar recursos de decisões de juíz es e tribunais federais e recursos contra decisões d a Justiça estadual que questionassem a validade ou a aplicação de lei fe deral. Tam bém lhe fo i atribuída competência recursal par a os processos em que atos estaduais fossem con frontados com a Constituição Fede ral. Os j uízes não mais poderiam se r suspensos por ato do Executivo, t endo -lhes sido asseguradas a vitaliciedade e a irredutibilidade de vencimentos. A Constituição de 1891 reservou uma zona de 14.400 k2, no Planalto Central, para a fixação da futura Capital. \u2713 Ri gidez constitucional: a C onstitui ção esta belece u regras mais rigor osas e complicadas pa ra refor ma do seu texto, diferentes d as prev istas para a f eitura das dema is esp écies n ormativas, infraconstitucionais. \u201cEssa Constituição, que, como a anterior, possuía uma dec laração d e d ireitos, foi emendada nu ma única vez, em 1926.\u201d \u2713 Outro f ator importante foi a adoção pe lo texto do voto direto e univ ersal, dos homens maiores de 21 anos, e xcluídas certas categorias, como a dos praças mi litares, dos analfabetos e dos mendigos. Trata - se de um avanço face à pe rspectiva censitária que regia até aquele instante os direitos políticos. No campo ideológico, é clara a influência positivista p resent e no novo texto, pois, há uma ruptura entre Igreja e Estado, nã o existindo mais uma religião oficial e ocorrendo a absorção por parte d o Estado de funções, até então, realizadas pela Igreja Católica O Estado declara- se laico. O Positivismo é per cebido dent ro dos projetos nacion ais, há a visão de que um grupo de indivíduos mais preparados deve assumir o Poder em prol da m aioria. O que vimos neste capítulo foi a formação d e da República fede rativ a d o Brasi l que incialmente demon strou que na v erdade tín ham os u ma oliga rquia cafeeira no paí s e na segunda república, tivemos grandes avanços em relação a igualdade das pessoas e de desenvolvi mento sociais, porém o golpe de Vargas limitou a segunda república a um curto período de te mpo. 9 Referência s bi bli ográficas ARINOS, Afonso. Curso de D ireito C onst itucional B rasi leiro . Vol. 1, Rio d e Janeiro: Foren se, 196 0. BARBOSA, Rui. Obra s compl etas d e Ru i Barbosa , Vo l. XVII 18 90, A Con s tituiç ão de 189 1. Prefácio e revisão de Ped ro Calmo n. Rio de Janeiro: Mini stér io da Edu cação, 1946. PINTO, Tales dos Santos. Resu mo da história da R epúbl ic a Bra sileira ; Br asil Escola . Disponív e l em https://b rasilescola . uol.co m. br/hi stor iab/bra sil -rep ubl ica2.ht m>. Acesso e m 06 de de ze mbro de 2018.

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