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AULA 1,2 Definição e evolucao Historica da Psicologia. Objecto de Estudo

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Aula 2
 Correcção do TPC
 Historial da Psicologia 
Objectivos da aula 
Definir os conceitos de Psicologia
Discutir os conceitos de Psicologia
Resumir os primeiros postulados sobre a alma
Definição do Conceito "Psicologia"
A palavra Psicologia deriva da junção de duas palavras gregas: Psiché e lógos = estudo da mente ou da alma. 
Actualmente, a Psicologia é definida como: 
Ciência que estuda o comportamento e os processos mentais de todos os animais (Davidoff,2012).
 
 Comportamento 
É tudo o que as pessoas e os animais fazem e que seja observável e mesurável. 
Ex: ler, escrever, comparar, contar, sublinhar, criticar, dialogar, falar, copiar, etc. 
Processos mentais 
Incluem formas de cognição ou formas de conhecimento 
Ex: perceber, compreender, lembrar, raciocinar, sonhar, fantasiar, etc (Davidoff, 2012). 
 Objecto de Estudo
A psicologia concentra-se no comportamento e nos processos mentais. 
Evolução Histórica 
A Psicologia tem as suas origens na Filosofia e era visto como um ramo que estudava especificamente a alma, definida como princípio do pensamento e animação do corpo ( Serbenta & Raffaelli, 2003). 
 O carácter científico, actualmente, atingido pela Psicologia, é produto de várias passagens e, em cada fase destacaram-se certos pensadores. 
1. Pensamento Psicológico e Noção de alma na Grécia Antiga 
A Grécia Antiga foi dominada pela Psicologia da mentalidade animista, o animismo. 
O agrupamento, em categorias, das crenças manifestadas por certos primitivos leva a distinguir várias espécies de almas:
 
 alma-vida que abandona o corpo durante o sono, vagueia e encontra outras almas, que procura, depois da morte, outro corpo e pode provocar nele doenças. 
alma-sombra, que segue o corpo em estado de vigília, para não perde-la. 
 alma-reflexo do corpo, que aparece na água e nos objectos brilhantes. 
 alma que o indivíduo tem em comum com um animal, que provoca uma comunhão de destino e mesmo de certas propriedades físicas e mortais ( Mueller, 1976). 
Sócrates (469-399 a.C.), foi um dos primeiros filósofos que interessou-se em aprofundar o seu conhecimento sobre o ser humano, numa perspectiva moral e acrescenta à alma o princípio de movimento e de vida; a razão e o carácter moral como valores essenciais, 
como diria, “conhece-te a ti mesmo” com a finalidade de abrir uma visão essencialmente ética. 
A concepção socrática da alma é inseparável duma filosofia da sabedoria e acreditava que o saber já estava na alma e assim se poderia buscar a verdade nos mais profundos do ser ( Mueller, 1976). 
 
Platão (427-347 a. C.), defendia que a alma era uma substância simples e indivisível, eterna, possuidora da verdade, princípio de todo o movimento, capaz de reminiscências de existências anteriores, nunca se decompondo. 
A tarefa da alma era superar as ilusões das impressões sensoriais e vencer as seduções para que fossem avivadas suas reminiscências. 
 Através do contacto com o mundo e com outros seres, a alma poderia despertar a lembrança do Belo e do Bem Absoluto ( Gomes, S/d ). 
Funções da alma segundo Platão 
1º Nível – a alma é simplesmente o princípio da vida, não apresentando percepção, memória e desejo. 
 2º Nível – a alma aparece em seu lado mortal e, é constituída pelas paixões, petições e sensações irracionais. 
3º Nível – a alma imortal que era a racionalidade e a inteligência.
Para Platão, o conhecimento não poderia apoiar-se nas impressões sensoriais, pós elas estavam em constante mudança, teria que se valer de alguma coisa fora da mente do perceptor, mostrando a necessidade do uso da memória, da razão e da memória inata para se chegar a verdade ( Gomes, S/d ). 
 
 Aristóteles ( 384-322 a. C)
É considerado como o primeiro grande pesquisador sistemático. Definiu objecto de estudo de varias ciências e foi o primeiro a oferecer uma teoria sistémica sobre a Psicologia.
Para Aristóteles, a alma e o corpo não são entidades separadas. A alma é “causa e principio do corpo vivo”. Suas manifestações como coragem, doçura, temor, piedade, audácia, alegria, amor e ódio, apresentam-se através do corpo ( Gomes, S/d ).
A alma coordena as funções vitais do organismo: sensações, afeição e actividades, sensibilidade e entendimento. 
A relação entre a alma e o corpo é de natureza funcional, seu objectivo é assegurar a harmonia das funções vitais. 
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A alma como princípio da vida e do movimento também está presente nos outros seres vivos, sendo por isso de três tipos: 
alma nutritiva – presente nas plantas.
 alma sensitiva – presente nos animais.
 alma racional – presente no homem
Psicologia da Idade Media 
 Santo Agostinho (354-430) Foi um dos mais importantes teólogos e filósofos  dos  primeiros anos do cristianismo. 
Inspirado em Platão, também fazia uma cisão entre alma e corpo. A alma não era somente a sede da razão, mas a prova de uma manifestação divina no homem. 
A alma era imortal por ser o elemento que liga o homem a Deus. E, sendo também a sede do pensamento, a Igreja preocupava com sua compreensão (Bock et al, 2001). 
 O homem é constituído por duas substâncias distintas, corpo e alma, de forma que nem a alma nem o corpo entendidos singularmente podem ser considerados homem, mas apenas pode-se falar em ser humano quando o ente é constituído de ambos e essa união necessária acontece pela vontade livre do Criador (Bock et al, 2001). 
São Tomas de Aquino (1225-1274)  foi o mais importante proponente clássico da teologia natural e o pai do tomismo. Foi buscar em Aristóteles a distinção entre essência e existência.
Considera que o homem, na sua essência, busca a perfeição através de sua existência. Porém, introduzindo o ponto de vista religioso. 
Afirma que somente Deus seria capaz de reunir a essência e a existência, em termos de igualdade. Portanto, a busca de perfeição pelo homem seria a busca de Deus.
Tomás encontra argumentos racionais para justificar os dogmas da Igreja e continua garantindo para ela o monopólio do estudo do psiquismo e distingue três tipos de alma:
(Bock et al, 2001).
Psicologia no Renascimento 
René Descartes (1596-1659), um dos filósofos que mais contribuiu para o avanço da ciência, postula a separação entre mente (alma, espírito) e corpo, afirmando que o homem possui uma substância material e uma substância pensante, e que o corpo, desprovido do espírito, é apenas uma máquina. 
Esse dualismo mente-corpo torna possível o estudo do corpo humano morto, o que era impensável nos séculos anteriores (o corpo era considerado sagrado pela Igreja, por ser a sede da alma), e dessa forma possibilita o avanço da Anatomia e da Fisiologia, que iria contribuir em muito para o progresso da própria Psicologia (Bock et al, 2001). 
A Psicologia Científica 
Gustav Fechner ( 1801-1887): Cientista da Mente
Interessou-se pela relação entre o estímulo e a sensação, concebendo técnicas engenhosas para descobrir respostas precisas. 
Com o seu trabalho: Elementos da Psicofísica em 1960, demonstrou-se com precisão como procedimentos experimentais e matemáticos podiam ser usados para estudar a mente humano e 20 anos depois estabeleceu-se a Psicologia como área de estudo.
William James (1842-1910): Observador da vida Mental 
Estabeleceu seu próprio laboratório na Universidade de Harvard, em Cambridge, Massachusetts. Um laboratório modesto, para fins de ensino e demonstração dos factores fisiológicos que influenciam a Psicologia. 
Ele influiu amplamente sobre a Psicologia como observador informal da vida mental e como inspiração para outros para os desafios da vida quotidiana. A sua Psicologia mais pratica tentava captar o temperamento da mente em funcionamento. 
Caracterizava a consciência como sendo única e pessoal, mudança contínua, ao longo do tempo. A sua enfâse sobre a mente reflecte-se no nome atribuído ao seu movimento- funcionalismo ( Davidoff, 2012). 
Wilhelm Wundt ( 1832 – 1920): Fundador da Psicologia Científica
A sua ambição era deestabelecer uma identidade independente para a Psicologia, o que lhe levou a abandonar a medicina - Fisiologia em Heidelberg para chefiar o Departamento de Filosofia. Leipzig, na Alemanha. 
Em 1879, Wundt fundou o primeiro grande laboratório de pesquisa em Psicologia, em Leipzig, Alemanha. 
Na sua Psicologia –Psicologia da consciência Humana, acreditava que os Psicólogos deveriam investigar os processos elementares da consciência Humana (sensações e percepções) suas combinações, relações e interacções ( Davidoff, 2012). 
Wundt sentiu que era importante estudar as operações mentais centrais, com um programa de pesquisa duplo: Analise e síntese ( Davidoff, 2012). 
Referências Bibliográficas 
Bock, A. M. B., Fortunato, O. & Teixeira, M. L. T. (2001). Psicologias: Uma Introdução ao estudo da Psicologia. 13ª Edição. São Paulo: Saraiva. 
Davidoff, L.L. (2012). Introdução à Psicologia. 3ª Edição. São Paulo: Pearson.
Gomes, W. B. (s/d). A Psicologia de Platão e de Aristóteles. Disponível em www.fafich.ufmg.br/cogvila/dischistoria/Gomes3 
aos 05/02/2015
Mueller, F. L. (1976). A História da Psicologia
Serbenta, C. A. & Raffaelli, R. (2003). Psicologia como Disciplina Científica e Discurso sobre a alma: Problemas epistemológicos e Ideológicos.

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