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BIOMECÂNICA BIOMECÂNICA DAS FIBROCARTILAGENS MENISCOS DISCOS INTERVERTEBRAIS COLUNA Fibrocartilagem ▪ Tecido com características intermediárias entre o tecido conjuntivo denso e a cartilagem hialina ▪ Feixes evidentes de espessas fibras colágenas (colágeno tipo I) Fibrocartilagem Presente nos discos intervertebrais, sínfise púbica, meniscos dos joelhos A sua presença indica que naquele local o tecido precisa resistir à compressão e ao desgaste MENISCOS Meniscos – Anatomia ▪ São fibrocartilagens com o formato semilunar ▪ Localizados entre os côndilos femoral e tibial (presos ao côndilo tibial) Menisco lateral Menisco medial Meniscos – Funções ▪ Absorver impacto ▪ Aliviar pressão sobre a cartilagem articular ▪ Melhorar a congruência entre os côndilos – favorece a estabilidade (aumenta a área de contato) Meniscos – Anatomia ▪ Menisco lateral Formato mais circular Mais móvel, move-se quase o dobro que o medial no sentido ântero-posterior ▪ Menisco medial Formato de uma lua crescente ▪ São avasculares: quando ocorre ruptura é quase impossível a cicatrização(vascularizados só na porção periférica) Menisco lateralMenisco medial Vista superior da extremidade proximal da tíbia - deslocamento anterior e posterior dos meniscos durante os movimentos de flexão e extensão da articulação do joelho Costa e Serrão. Movimento Articular. Manole, 2010. Lesões Meniscais ▪ Epidemiologia: 1/3: prática esportiva Local: menisco medial (+ fixo*) Lesão associada do LCA (80% a 90%) Futebol Cohen et al. (2003); Olivi et al. (2004) Lesões Meniscais Lesões Meniscais ▪ Movimentos do joelho podem ocasionar lesões quando estes não seguem os deslocamentos dos côndilos ▪ Mecanismo de lesão: Flexão + rotação = força de cisalhamento. Atletas: entorses, mudanças rápidas de direção. Sedentários: alterações posturais, sobrecarga. Cohen et al. (2003); Olivi et al. (2004) DISCO INTERVERTEBRAL COLUNA Disco Intervertebral – Anatomia ▪ Núcleo Pulposo: substância gelatinosa (glicosaminoglicanos + 88% de água) ▪ Ânulo Fibroso ou anel fibroso: constituído por uma série de lamelas de fibras colágenas que estão dispostas em uma forma espiral. Disco Intervertebral – Função ▪ Função núcleo: Absorção de choques e distribuição de pressões ▪ Função ânulo: Conter o núcleo pulposo Auxiliar na estabilização da coluna Núcleo pulposo de meia-idade normal Núcleo pulposo degenerado NORDIN, Margareta, FRANKEL, Victor H. Biomecânica Básica do Sistema Musculoesquelético, 4ª edição. Guanabara Koogan, 02/2014. Movimentos do disco intervertebral ▪ A unidade funcional da coluna vertebral – o segmento de movimento – consiste em duas vértebras adjacentes. ▪ Cada movimento é de escassa amplitude. Os movimentos de grande amplitude são obtidos pela somatória de numerosas articulações. ▪ Movimentos: Flexão-extensão Flexão lateral (inclinação) Rotação direita-esquerda Circundução Comportamento do disco intervertebral nos movimentos elementares ▪ Alongamento axial: aumenta a espessura do disco, a largura diminui e a pressão no interior do núcleo diminui (tratamento das hérnias discais). ▪ Compressão axial:disco se achata e se alarga, o núcleo se achata, sua pressão interna aumenta. Comportamento do disco intervertebral nos movimentos elementares ▪ Extensão: a vértebra superior se desloca para trás, o espaço intervertebral diminui na parte de trás e o núcleo se projeta para frente ▪ Flexão: a vértebra superior desliza para frente e o espaço diminui anteriormente e o núcleo se desloca para trás Comportamento do disco intervertebral nos movimentos elementares ▪ Inclinação: a vértebra superior se inclina para o lado da flexão, o núcleo é deslocado para o lado da convexidade da curva ▪ Rotação axial: o núcleo fica fortemente comprimido e sua tensão interna aumenta com o grau de rotação. Forças de compressão sobre o disco ▪ São mais importantes à medida que se aproximam do sacro. ▪ Indivíduo de 80kg: 37kg em L5S1 ▪ Somando-se o peso de uma carga ou sobrecarga brusca: os discos inferiores da coluna lombar são submetidos a forças que ultrapassam a sua resistência. Compressão Discal em Função da Postura O conhecimento das posições mais agressivas da coluna vertebral é de grande relevância na seleção de um exercício menos nocivo para sujeitos que possuem algum comprometimento estrutural nessa área. A. Quando o indivíduo assume o decúbito dorsal com as pernas estendidas, a tração da porção vertebral do músculo psoas produz um pouco de carga sobre a coluna lombar. B. Quando os quadris e os joelhos estão fletidos e apoiados, o músculo psoas se relaxa e as cargas sobre a coluna lombar diminuem. NORDIN e FRANKEL. H. Biomecânica Básica do Sistema Musculoesquelético., 4ª edição. Guanabara Koogan, 02/2014. Compressão Discal Característica da compressão discal: ▪ Quanto mais distante carga da coluna, maior a sobrecarga. Compressão Discal no Exercício Físico A escolha da técnica influencia a carga na região lombar durante a realização de um exercício físico A. A extensão da coluna a partir do decúbito ventral ativa intensamente os músculos eretores da espinha, mas também produz tensões elevadas sobre os discos lombares e os processos espinhosos, que recebem carga em uma posição extrema. B. A diminuição da curvatura da coluna colocando uma almofada sob o abdome torna possível que os discos resistam melhor às tensões, porque as vértebras estão alinhadas umas com as outras. Prefere-se que o exercício isométrico seja realizado nesta posição. NORDIN e FRANKEL. H. Biomecânica Básica do Sistema Musculoesquelético., 4ª edição. Guanabara Koogan, 02/2014. Realizar uma flexão até o ponto em que apenas as escápulas saem do solo minimiza o movimento lombar, e, consequentemente, a carga sobre a coluna lombar é menor do que quando se realiza o movimento de sentar completo. NORDIN e FRANKEL. H. Biomecânica Básica do Sistema Musculoesquelético., 4ª edição. Guanabara Koogan, 02/2014. Caminhada ▪ Em um estudo de caminhada normal em 4 velocidades as cargas de compressão do segmento L3-L4 variou de 0,2 a 2,5 vezes o peso corporal. ▪ Quanto maior a velocidade, maior a carga. ▪ Conclusão: a caminhada é segura e, talvez, o exercício terapêutico ideal para aqueles com dor lombar (Callaghan et al., 1999). ▪ Controlar a velocidade de caminhada pode moderar ainda mais as cargas na coluna vertebral (Cheng et al., 1998). NORDIN e FRANKEL. H. Biomecânica Básica do Sistema Musculoesquelético., 4ª edição. Guanabara Koogan, 02/2014. Com a adequação do posicionamento, o exercício físico pode ser de grande importância no que diz respeito à adaptação estrutural da coluna vertebral: ▪ Estimula o aumento das proteínas que controlam a compressão (colágeno e proteoglicanos) e o aumento do líquido no disco intervertebral ▪ Garante o ganho de massa óssea no corpo vertebral ▪ Fortalece a musculatura que exerce o controle postural e estabiliza a coluna vertebral (NORDIN; FRANKEL, 2014; WILKE et al ., 1999). PIA:Pressão Intra-Abdominal ▪ A PIA é a pressão criada no interior da cavidade abdominal por uma contração coordenada dos músculos diafragma, abdominais e pélvicos. ▪ Contribui tanto para a retirada de carga quanto para a estabilização da coluna lombar. ▪ O músculo transverso do abdome é o principal músculo abdominal responsável pela produção da PIA. A fadiga muscular do tronco pode tornar a coluna mais vulnerável, em decorrência da perda de controle motor e, assim,sobrecarregar ligamentos, discos e cápsulas articulares circundantes Hérnia de disco ▪ Extrusão de massa discal que se projeta para o canal medular através de uma ruptura da parede do anel fibroso ▪ Epidemiologia: 30-50 anos: fase de degeneração discal Pode ocorrer em qualquer local da coluna vertebral Local + freqüente: lombar(L4/L5; L5/S1) BARROS FILHO (2003) Herniação do núcleo pulposo. HALL, Susan J. Biomecânica Básica, 7ª edição. Guanabara Koogan, 03/2016. Hérnias de disco – Fisiopatogenia Forças compressivas Degeneração núcleo ( proteoglicanas) Desidratação Erosão do anel fibroso = ruptura Prolapso discal Compressão estruturas nervosas, ligamentos Dor HENNEMANN, SCHUMACHER (1997) Mecanismo de lesão Hérnia de disco ▪ Sinais e sintomas Dor (com ou sem irradiação) MMSS, MMII Parestesias (diminuição sensibilidade) Alteração força (paresias) Alteração reflexos ▪ Dependem da localização da hérnia Hennemann, Schumacher (1997) Hérnia de disco Causas ▪ Fatores hereditários ▪ Trabalho físico pesado ▪ Postura de trabalho estática ▪ Idade avançada (também é motivo de lesões degenerativas) ▪ Ação de inclinar e girar o tronco frequentemente ▪ Ação de levantar, empurrar e puxar objetos ▪ Movimentos repetitivos em casa ou no trabalho ▪ Trabalhar dirigindo ou em trabalhos que provoquem vibrações no corpo Diagnóstico ▪ Exames complementares: RM e TC ▪ Não é possível identificar uma hérnia no RX!!! ▪ RX: alinhamento, alterações degenerativas, tumorais e infecciosas. Hérnias de disco Trabalhos recentes mostram que o organismo tem capacidade de reabsorver fragmentos de hérnias extrusas. BARROS FILHO (2003) Evitar movimentos exagerados: ▪ Hiperextensão ▪ Flexão da coluna ▪ Inclinações e rotações acentuadas SANTOS,2005, KEELY, 2001 Ideal: exercícios x alinhamento neutro da coluna SANTOS,2005 PROMOVENDO A SAÚDE NO TRABALHO PROMOVENDO A SAÚDE EM CASA Tratamento ▪ Objetivos: Diminuir a dor Estabilização (fortalecimento) Alongamento Estabilização ▪ Trabalhar os estabilizadores em sua função natural : como estabilizadores primários (ex: auto crescimento) ▪ Exercícios para músculos profundos X superficiais ▪ Equilíbrio agonistas e antagonistas ▪ Controle motor KEELY, 2001 FIM!!!! Referências bibliográficas – Meniscos ▪ HALL, Susan J. Biomecânica Básica, 7ª edição. Guanabara Koogan, 03/2016 ▪ NORDIN, Margareta, FRANKEL, Victor H. Biomecânica Básica do Sistema Musculoesquelético, 4ª edição. Guanabara Koogan, 02/2014. ▪ Forgas CR,MonteiroCG.Tratamento fisioterápico das lesões meniscais do joelho. In :Cohen M, Abdalla RJ. Lesões nos esportes: diagnóstico, prevenção e tratamento.Revinter: Rio de Janeiro,2003. ▪ Cohen et al. Joelho: diagnóstico e tratamento. In: Cohen M, Abdalla RJ. Lesões nos esportes: diagnóstico, prevenção e tratamento.Revinter: Rio de Janeiro,2003. ▪ Stollsteimer GT et al. Meniscal allograft transplantation: A 1 –to 5 year follow-up of 22 patients. Arthroscopy 2000; 16(4): 343-47. ▪ Weiis et al (1989) apud Cohen et al.(2003) ▪ Fu e Baratz apud Cohen et al. (2003) ▪ Olivi R et a. Meniscos. In: Amatuzzi MM. Joelho: articulação central dos membros inferiores. São Paulo:Roca, 2004. Referências bibliográficas – Coluna Vertebral ▪ HALL, Susan J. Biomecânica Básica, 7ª edição. Guanabara Koogan, 03/2016 ▪ NORDIN, Margareta, FRANKEL, Victor H. Biomecânica Básica do Sistema Musculoesquelético, 4ª edição. Guanabara Koogan, 02/2014. ▪ WACHENBERG M et al. Coluna Vertebral: diagnóstico e tratamento. In: Cohen M, Abdalla RJ.Lesões nos esportes: diagnóstico, prevenção e tratamento. Rio de Janeiro: Revinter;2003. ▪ HENNEMANN SF, SCHUMACHER W. Hérnias de disco: revisão de conceitos atuais. In: In: Barros Filho TEP, Basile Júnior R Coluna Vertebral: diagnóstico e tratamento das principais patologias. São Paulo: Sarvier, 1997.
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