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ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA FUNCIONAL

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ORTOPEDIA E 
TRAUMATOLOGIA FUNCIONAL
PROF. ME.FABIO TORMEM
Presidente da Mantenedora
Ricardo Benedito Oliveira
Reitor: 
Dr. Roberto Cezar de Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Gisele Colombari Gomes
Diretora de Ensino
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Edson Dias Vieira
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Camila Cristiane Moreschi
Danielly de Oliveira Nascimento
Fernando Sachetti Bomfim
Luana Luciano de Oliveira
Patrícia Garcia Costa
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................5
1 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO .........................................................................................................................6
1.1 AVALIAÇÃO DO PACIENTE ......................................................................................................................................6
1.1.1 RACIOCÍNIO CLÍNICO/TOMADA DE DECISÃO CLÍNICA ...................................................................................6
1.1.2 MANEJO DO PACIENTE .......................................................................................................................................6
1.1.3 EXAME DO PACIENTE ..........................................................................................................................................6
1.1.4 AVALIAÇÃO ........................................................................................................................................................... 7
1.1.5 DIAGNÓSTICO ...................................................................................................................................................... 7
1.1.6 PROGNÓSTICO E PLANO DE TRATAMENTO ..................................................................................................... 7
1.1.7 INTERVENÇÃO ...................................................................................................................................................... 7
1.1.8 RESULTADOS ........................................................................................................................................................ 7
INTRODUÇÃO À FISIOTERAPIA 
TRAUMATO-ORTOPÉDICA FUNCIONAL
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA FUNCIONAL
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
2 EXAME DO MÚSCULO ESQUELÉTICO ....................................................................................................................8
2.1 OBJETIVOS DO EXAME MUSCULOESQUELÉTICO ..............................................................................................8
2.1.1 PROCEDIMENTO DOS EXAMES .........................................................................................................................9
2.2 HISTÓRICO DO PACIENTE ....................................................................................................................................9
2.2.1 INÍCIO DOS SINTOMAS ..................................................................................................................................... 10
2.2.2 LOCALIZAÇÃO DA DOR ...................................................................................................................................... 10
2.2.3 QUALIDADE DOS SINTOMAS ............................................................................................................................ 11
2.3 CONCLUSÃO DO EXAME ...................................................................................................................................... 12
2.4 OBSERVAÇÃO E INSPEÇÃO .................................................................................................................................. 12
2.5 PALPAÇÃO.............................................................................................................................................................. 13
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 14
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
A fisioterapia constitui uma das áreas da saúde que encontra-se em constante expansão e, 
consequentemente, o mercado requer uma demanda de fisioterapeutas devidamente qualificados, 
considerando que essa procura são devido aos hábitos de vida da população.
Atualmente, a sociedade impõe um ritmo bastante acelerado e, portanto, muitas pessoas 
dispõem de um curto intervalo que pode ser reservado ao descanso e às práticas esportivas, o 
que reduz sua qualidade de vida, que ao ser posta em segundo plano, pode vir a desencadear 
problemas à saúde ao permitir que surjam novas doenças.
A atuação da fisioterapia traumato-ortopédica está na investigação, prevenção e 
tratamento das doenças ósseas, musculares, articulares, tendíneas e ligamentares, além das 
doenças reumáticas, luxações, fraturas, pré e pós operatório, entre outros.
Para a realização do programa terapêutico, torna-se necessário, primeiramente, 
estabelecer o diagnóstico clínico. Todo programa terapêutico utiliza-se de técnicas avançadas 
e de equipamentos individuais, entre os quais pode-se citar: eletroesmimulação (TENS e FES), 
laser, ultrassom, ondas curtas, bem como de equipamentos para a cinesioterapia, na qual são 
executados exercícios para reforço muscular e alongamento, o que requer equipamentos como 
cama elástica, halteres, espaldar, faixas elásticas, bicicleta ergométrica, plataforma vibratória, 
entre outros.
O objetivo da fisioterapia traumato-ortopédica é a recuperação dos movimentos 
fisiológicos ou em sua total amplitude, propriocepção, reeducação postural e equilíbrio. 
Assim, pode trazer benefícios como redução da dor e da inflamação, aumento de amplitude de 
movimentos, melhora na flexibilidade e ganho de força muscular.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
Um bom tratamento fisioterapêutico ortopédico começa com uma boa avalição. Ela 
possibilitará um bom diagnóstico das alterações cinéticas funcionais e, com isso, podemos 
elaborar um plano terapêutico adequado ao paciente.
Para um bom diagnóstico funcional e um tratamento adequado em fisioterapia, é 
necessário começarmos por uma boa avalição. O exame físico ortopédico aliado uma anamnese 
bem feita associados a exames complementares, como raio-x, ultrassonografia, entre outros, 
constitui um ponto importante para realizar um bom diagnóstico fisioterapêutico e planejar um 
bom tratamento.
Vale salientar que para realizar uma boa avalição fisioterapêutica, a preparação do local 
é de extrema importância. Um ambiente arejado com boa ventilação, calmo, como privacidade e 
bem iluminado fazem toda a diferença nessa hora.
A avalição deve ser feita, inicialmente, pelo lado contralateral em caso de membros, o 
que permite ao paciente melhorar a confiança no fisioterapeuta. Vale ressaltar que toda a avalição 
deve ser detalhadamente explicada ao paciente para que ele esteja ciente da sua conduta. Dessa 
maneira, o paciente se torna um colaborador na coleta de informações.
O exame deve ser completo e não somente da queixa principal, mesmo que essa seja uma 
queixa localizada, pois essa pode ser uma manifestação pontual de uma doença sistêmica.
1.1 Avaliação do Paciente
1.1.1 Raciocínio clínico/tomada de decisão clínica
O raciocínio clínico é um processo multidimensional que envolve muitashabilidades do 
fisioterapeuta. Ele deve processar todas a informações e tomar as decisões e ações necessárias. 
O raciocínio clínico nada mais é do que uma conversa interna do avaliador ao se deparar com 
desafio da prática clínica.
A decisão clínica e o desfecho do raciocino clínico são o que nos dão a base para o 
bom manejo do paciente. Essa decisão clínica é influenciada por diversos fatores, tais como: 
características do paciente, metas, valores e crenças, fatores físicos, psicossociais, educacionais e 
culturais, bem como fatores ambientais como ambiente da prática clínica, recursos gerais, tempo, 
nível de apoio financeiro, nível de apoio social.
1.1.2 Manejo do paciente
Com o manejo adequado do paciente, podemos alcançar os resultados ideais ao paciente. 
Alguns elementos são fundamentais par alcançar esse resultado. Veremos a seguir.
1.1.3 Exame do paciente
É o processo de obter o histórico, fazer a revisão dos sistemas, selecionar e administrar 
testes e medidas para coletar dados do paciente. O exame inicial e uma avaliação abrangente e 
um processo de teste específico, que leva a classificação do diagnóstico. O processo de exame 
também pode identificar possíveis problemas que requerem consulta ou encaminhamento a 
outro profissional.
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1.1.4 Avaliação
Trata-se de processo dinâmico, no qual o fisioterapeuta faz o julgamento clínico com 
base nos dados coletados durante o exame. Esse processo também pode identificar possíveis 
problemas, que requerem consulta ou encaminhamento a outra profissional.
1.1.5 Diagnóstico
Refere-se tanto o processo como o resultado dos dados do exame de avalição, que o 
fisioterapeuta organiza em grupos definidos, síndromes ou categorias para ajudar a determinar 
o prognóstico (incluindo plano de tratamento) e as estratégias de intervenção mais apropriadas. 
1.1.6 Prognóstico e plano de tratamento
Determinação do nível de melhora ideal que pode ser alcançado por intermédio de 
intervenção e o tempo necessário para alcançar esse nível. O plano de tratamento especifica as 
intervenções a serem usadas, a duração e a frequência.
1.1.7 Intervenção
A interação significativa e habilidosa do fisioterapeuta com o paciente e, se adequado, 
com outros indivíduos envolvido no tratamento dele, utilizando vários métodos e técnicas 
fisioterapeutas para produzir alterações nas condições que são compatíveis com o diagnóstico 
e com o prognostico. O fisioterapeuta conduz um novo exame para determinar alterações na 
condição do paciente e para modificar ou redirecionar a intervenção. A decisão de reavaliar pode 
ser feita com base em novas descobertas clínicas ou na falta de progresso do paciente. O processo 
de reexame também pode identificar a necessidade de consulta ou encaminhamento a outro 
profissional.
1.1.8 Resultados
Resultados do atendimento do paciente, que incluem o impacto das intervenções 
fisioterapêuticas nos seguintes domínios: patologia/fisiotapotologia (doenças, distúrbios ou 
condições) deficiência, limitações funcionais e incapacidades, redução/prevenção de riscos, 
saúde, bem estar e condicionamento físico, recursos sociais e satisfação do paciente.
GOSLIN, A. P. Mecanismos de ação e efeitos da fisioterapia no 
tratamento da dor. Rev Dor. São Paulo, v. 13, n.1, 2013.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rdor/a/trkhMZyRwLRzyGSh7DLrwzH/
?lang=pt.
https://www.scielo.br/j/rdor/a/trkhMZyRwLRzyGSh7DLrwzH/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/rdor/a/trkhMZyRwLRzyGSh7DLrwzH/?lang=pt
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
2 EXAME DO MÚSCULO ESQUELÉTICO
O sistema musculoesquelético inclui todo o sistema de alavanca e biomecânica: ossos, 
cartilagens, bainhas sinoviais, ligamentos, tendões, cápsulas articulares, músculos e outras 
estruturas.
As lesões agudas ou crônicas do sistema músculoesquelético podem causar prejuízos 
como dor, inflamação, inchaço, deformidades, restrição no movimento articular, instabilidade 
articular e fraqueza muscular. Essas lesões podem causar alterações do sistema anatofisiológico 
do paciente, dessa maneira, causando distúrbios anatômicos e alterações anatômicas, além de 
perda de função fisiológica das articulações. Os diagnósticos encontrados para esse tipo de 
lesão podem ser luxações articulares, artrite reumatóide, fraturas, tendinites, bursites, distensão, 
rupturas musculares, entorses e rupturas de ligamentos dentre outras tipos de lesões.
Quanto aos prejuízos secundários do músculo esquelético, pode-se levar em consideração 
que as condições patológicas dos sistemas neurológico, cardiovascular e pulmonar podem trazer 
de forma indireta lesões ao sistema. Essas alterações ocorrem com frequência por atividade com 
condições limitadas, em que o indivíduo, ao realizar movimentos de membros superior (MMSS) 
e/ou membro inferiores (MMII), apresenta um padrão ineficiente, que causa estresse nestas 
estruturas. Essas limitações causam prejuízos diretos e indiretos nas atividades da vida diária, e 
restrições na participação em determinadas tarefas e funções na sociedade. Portanto, a aplicação 
de testes e medidas específicas são componentes essenciais do exame inicial do paciente.
2.1 Objetivos do Exame Musculoesquelético
Para elaboração e implantação de plano de cuidados (PCD), a avalição dos dados do 
exame musculoesquelético passa a ser ponto fundamental, já que contribui para o diagnóstico, 
prognóstico, ajuste das metas previstas e o desfecho esperado.
 ➢ Determinar deficiências, limitações e incapacidades que envolvam músculos, ossos e 
estruturas articulares relacionadas;
 ➢ Identificar o que causa a deficiência limitações ou incapacidades;
 ➢ Determinar como está a condição inicial do paciente;
 ➢ Elaborar plano de cuidados do paciente, através de adequação das metas e desfecho 
previsto;
 ➢ Determinar a eficácia do tratamento;
 ➢ Determinar fatores de risco que possam agravar deficiências, limitações e incapacidades 
nas atividades;
 ➢ Identificar a possibilidade de uso de equipamentos de adaptação e órteses para melhora 
do desempenho funcional;
 ➢ Incentivar o paciente no tratamento.
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2.1.1 Procedimento dos exames
Antes de iniciar o exame, deve-se obter o máximo de informação possível do que levou o 
paciente a desenvolver essa incapacidade. Tais informações são o que vão dar o direcionamento 
do exame físico, parametrizar sobre a eficácia do tratamento e motivar o paciente sobre sua 
melhora, determinando uma melhor aderência do paciente ao tratamento.
Uma entrevista bem feita pode ser fundamental para o ponto de partida de uma avalição 
adequada. Históricos médicos sobre condição atual do paciente ajudarão na busca por informação 
de outras fontes, além disso, esse fator se faz necessário para um histórico mais completo sobre a 
incapacidade ou limitação do sistema.
2.2 Histórico do Paciente
O ponto fundamental da coleta do histórico do paciente se dá ao questionar a sua queixa 
principal. A partir daí devem ser feitas, entre outras, perguntas como:
• QUANDO FOI O INÍCIO DO SINTOMA?
• COMO É ESSA QUEIXA?
• COMO FOI FEITO O DIAGNOSTICO?
• REALIZOU CIRURGIAS?
• QUAIS OS MEDICAMENTOS ATUALMENTE EM USO?
• JÁ REALIZOU TRATAMENTO ANTERIORES PARA O ATUAL PROBLEMA?
• BREVE RELATO DO HISTÓRICO MÉDICO FAMILIAR;
• IDADE;
• OCUPAÇÃO;
• ESTILO DE VIDA DO PACIENTE (TABAGISMO, BEBIDAS ALCÓOLICAS, PRÀTICA 
DE EXERCICIOS FÍSICOS).
O primeiro contato do profissional com o paciente é imprescindível não apenas 
para o processo de diagnóstico, pois trata-se de um momento propício para a 
criação de vínculo com o paciente.
Isso é importante, porque a ação terapêutica não se limita à aplicação de técnicas, 
estendendo-se à função de terapeuta, escutando as queixas com atençãoe 
empatia.
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2.2.1 Início dos sintomas
O fisioterapeuta deve se atentar ao início do sintoma, perguntas como: “COMO É ESSA 
DOR? (Inchaço, limitação, problema etc.)”; “FOI REPENTINO? (por exemplo, causado por 
um trauma, como uma queda, pancada ou acidente com esqui ou automóvel)”, saber sobre o 
segmento da dor, a posição que gera o desconforto e um possível mecanismo de lesão, facilita a 
identificar as estruturas envolvidas.
2.2.2 Localização da dor
Muitas vezes, a localização dos sintomas coincide com a localização da lesão. Pode-se usar 
uma representação gráfica de um corpo para facilitar a identificação pelo paciente do local da dor 
(Figura 1). Quanto a dor referida, pode-se usar uma representação gráfica dos esclerótomos ou 
dermátomos (Figura 2), para ajudar o fisioterapeuta a localizar o segmento medular envolvido 
na lesão.
Figura 1 – Corpo humano. Fonte: Mesquita, Ribeiro e Moreira (2010).
Figura 2 – Representação gráfica dos esclerótomos ou dermátomos. Fonte: Magee e Surek (2012).
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Cabem ainda perguntas como: “A DOR MUDOU DE LOCAL?”; “ELA SE ESPALHA?”; 
“CONCENTRA-SE EM LOCAL ESPECÍFICO?”. Importante ressaltar que uma concentração 
da dor indica melhora do quadro, enquanto um alastramento da dor geralmente indica piora do 
quadro.
2.2.3 Qualidade dos sintomas
A qualidade da dor é importante para identificar a intensidade dela. O Quadro 1 pode 
auxiliar na determinação das características dessa qualidade da dor.
Sintomas Características
Lesões musculares ou articulares Dor mal localizada, incômoda.
Lesões do sistema nervoso Dormência, formigamento, penetrante ou sensações de queimação.
Lesões vasculares Dor profunda e latejante ou frio em uma região do corpo.
Lesões do sistema nervoso periférico ou 
central – disfunção muscular
A fraqueza, desajeitamento ou 
descoordenação.
Quadro 1 – Caracterização da dor. Fonte: Autor.
Para tanto, conhecer a intensidade da dor também é ponto fundamental. Para isso pode-
se usar a Escala Visual Analógica da dor (EVA), representada na Figura 3.
Figura 3 – Escala Visual Analógica (EVA) para Dor. Fonte: Martinez, Gtassi e Marques (2011).
A dor é um sintoma de extrema importância, que não depende nem de situação 
econômica nem de faixas etárias. A dor pode levar a problemas diversos, como 
incapacitação e até mesmo interferir nas relações do paciente com amigos, 
familiares e profissionais.
A fisioterapia tem demonstrado um papel relevante no tratamento do paciente 
com dor. Como as técnicas fisioterapêuticas podem auxiliar no tratamento da dor?
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2.3 Conclusão do Exame
Ao concluir o exame do paciente, após a coleta de informação, cabe ao fisioterapeuta fazer 
mais uma pergunta para que o paciente possa relatar algo que não foi sondado pelo fisioterapeuta, 
tais como: “HÁ ALGO AINDA QUE QUERIA ME DIZER SOBRE SUA DOR?”; “EXISTE 
ALGUMA INFORMAÇÃO RELEVANTE QUE NÃO FOI ABORDADO NESTA CONSULTA?”. 
Esse tipo de pergunta confere uma clareza em relação a avaliação se a resposta for negativa. No 
caso em que a resposta seja positiva, poderia ter deixado passar alguma informação relevante ao 
tratamento.
Para fornecer o contexto apropriado que servirá de base para desenvolver as perguntas 
da consulta, o fisioterapeuta deve ter um conhecimento prévio da anatomia, cinesiologia, 
cinesiopatologia, fisiologia e fisiopatologia, bem como das manifestações físicas e a progressão 
das condições musculoesqueléticas.
2.4 Observação e Inspeção
A observação do paciente começa no primeiro contato visual com ele. As posturas do 
paciente e sua capacidade de se mover, mudar de posição, transferir de sentado para em pé, 
nos fornece informações sobre a gravidade dos seus sintomas, força muscular, amplitude de 
movimento e seu desejo de movimentar-se.
A inspeção deve ser pautada pela biomecânica. Por exemplo, o exame de ombro, envolve o 
exame das regiões cervical e torácica e vice-versa. A inspeção visual deve se concentrar nos ossos, 
estruturas de tecidos moles e pele. O fisioterapeuta deve visualizar a região anterior, posterior e 
lateral do corpo. A observação se dá em comparação com a estrutura contralateral, a procura de 
simetria ou alterações nela.
Para paciente com alterações de postura, indica-se um exame de alinhamento postural, 
no qual observa-se:
 ➢ Na vista  anterior, ambos os olhos, ombros (acrômios), cristas ilíacas, espinhas ilíacas 
anterossuperiores, trocanter maior do fêmur, patelas e maléolos mediais dos tornozelos 
devem estar nivelados horizontalmente. Os ângulos da cintura devem ser simétricos. As 
patelas e os pés devem estar voltados anteriormente;
 ➢ Lateralmente, a linha de gravidade deve cruzar o meato acústico externo, o acrômio, o 
trocanter maior, passar ligeiramente posterior à patela e aproximadamente 5 cm anterior 
ao maléolo lateral. As porções cervical e lombar da coluna devem apresentar curvas 
lordóticas normais, e a porção torácica uma curva cifótica normal;
 ➢ Na vista posterior, os lóbulos das orelhas, os ombros, os ângulos inferiores da escápula, 
as cristas ilíacas, as espinhas ilíacas pósteros superiores, o trocanter maior, as pregas das 
nádegas e joelhos, e os maléolos devem estar nivelados;
 ➢ A coluna vertebral deve estar ereta, com a borda medial da escápula equidistante da coluna 
bilateralmente deve-se observar deformidades em varo e valgo do joelho e do calcâneo.
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2.5 Palpação
Palpação é a utilização do tato para investigar e obter informações ou para completar 
as já obtidas através de outros meios. A palpação é um exame minucioso, que permite que o 
investigador extraia informação de estruturas abaixo da pele e da fáscia. Tem por objetivos:
• Avaliar a ADM;
• Avaliar a simetria da posição das estruturas;
• Perceber alterações na textura e elasticidade tecidual;
• Perceber alterações de contornos ósseos e musculares;
• Perceber alterações na tensão tecidual;
• Temperatura, umidade, movimento, tumefação;
• Dor e crepitação;
• Determinar posicionamento pós operatório e traumáticos de forma adequada.
A palpação tem os seguintes princípios:
• O movimento das mãos é necessário para que as estruturas passem sob os dedos de 
maneira controlada;
• A velocidade dos movimento e a profundidade devem ser ajustada de maneira que se 
perceba o máximo possível de informações;
• Conhecimento prévio de anatomia;
• Fechar os olhos pode ajudar a ter melhor percepção;
• Observar a face do paciente e ouvir seus comentários.
Fisioterapia e Traumato-Ortopedia | Dra. Sylvia Helena Ferreira da 
Cunha (Palestra completa).
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Jgw2G6vVgOY&ab_channel=
Crefito-3.
https://www.youtube.com/watch?v=Jgw2G6vVgOY&ab_channel=Crefito-3
https://www.youtube.com/watch?v=Jgw2G6vVgOY&ab_channel=Crefito-3
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para a obtenção de um resultado bom no transcorrer do tratamento, é essencial que o 
fisioterapeuta faça uma avaliação adequado do paciente, o que requer conhecimentos anatomo-
fisiológicos, semiológicos, patológicos e interpretação de exames, tanto laboratoriais como de 
imagem.
Além disso, a história pregressa das doenças que o paciente teve, bem como o exame 
detalhado irão fornecer subsídios importantes para o diagnóstico correto. Especificamente, na 
área da traumatologia e ortopedia é preciso que seja realizada a avaliação musculoesquelética 
completa para poder identificar qual a parte do sistema está comprometida.
A avaliação objetivaa completa compreensão dos problemas do paciente tanto pela 
perspectiva do examinado como do examinador, considerando as bases físicas que esclarecem as 
queixas do paciente.
Na prática do fisioterapeuta que atua na área de traumatologia e ortopedia, é imprescindível 
o exame ortopédico, bem como as necessidades reais de uma avaliação bem executada, 
considerando que faz parte das atribuições desse profissional e só a partir daí é possível conseguir 
elaborar as metas preventivas, curativas e reabilitadoras, além de realizar a reavaliação do paciente 
para verificar a eficácia da terapêutica empregada.
A terapêutica tem por objetivo a recuperação da funcionalidade que encontra-se 
comprometida ou ao menos evitar complicações decorrentes do trauma sofrido, o que só é 
possível com a realização de uma avaliação bem feita, a partir do levantamento da história da 
ocorrência do trauma e da tentativa de conhecer a personalidade do seu paciente, para serem 
criados os métodos de trabalho individualizado e buscando garantir a recuperação do paciente.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 17
1 MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES .............................................................................................................. 18
1.1 REVISÃO ANATOMOBIOMECÂNICA DOS MEMBROS SUPERIORES ................................................................ 18
1.1.1 OMBRO ................................................................................................................................................................. 18
1.1.2 ARTICULAÇÃO ESCAPULATORÁCICA ............................................................................................................... 18
1.1.3 ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR (EC) .................................................................................................... 19
1.1.4 ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR (AC) ....................................................................................................20
1.1.5 ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL (GU) ................................................................................................................20
1.1.6 COTOVELO ...........................................................................................................................................................22
1.1.7 PUNHO .................................................................................................................................................................25
1.1.8 MÃO .....................................................................................................................................................................26
MEMBROS SUPERIORES 
E INFERIORES
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA FUNCIONAL
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1.2 REVISÃO ANATOMOBIOMECÂNICA DOS MEMBROS INFERIORES ................................................................28
1.2.1 QUADRIL ..............................................................................................................................................................28
1.2.2 JOELHO ................................................................................................................................................................29
1.2.3 TORNOZELO ........................................................................................................................................................ 31
2 DOENÇAS COMUNS DOS MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES ..................................................................32
2.1 MEMBROS SUPERIORES .....................................................................................................................................32
2.1.1 SÍNDROME DO IMPACTO SUBACROMIAL .......................................................................................................32
2.1.2 RUPTURA DO MANGUITO ROTADOR ...............................................................................................................33
2.1.3 CAPSULITE ADESIVA .........................................................................................................................................34
2.1.4 EPICONDILITES ..................................................................................................................................................34
2.1.5 SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO ...................................................................................................................37
2.2 DOENÇAS COMUNS DOS MEMBROS INFERIORES ..........................................................................................38
2.2.1 IMPACTO FEMOROACETABULAR .....................................................................................................................38
2.2.2 DISFUNÇÃO FEMOROPATELAR ........................................................................................................................38
2.2.3 ESPORÃO DE CALCÂNEO ..................................................................................................................................39
2.2.4 FASCITE PLANTAR .............................................................................................................................................39
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 41
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INTRODUÇÃO
Na anatomia, os membros superiores (MMSS) são formados pelo ombro ou cintura 
escapular, braço, antebraço e mão, enquanto os membros inferiores (MMII) são compostos pelo 
quadril, joelho e tornozelo.
As articulações presentes no corpo humano contribuem para que ocorram o movimento 
direcional dos segmentos corporais. A estrutura anatômica de certa articulação, como a do 
ombro, sofre pequenas variações entre as pessoas. Porém, as diferenças relacionadas à rigidez 
ou frouxidão relativas dos tecidos moles que se encontram ao seu redor levam à existência de 
diferenças na amplitude do movimento.
O ombro é constituído pelos ossos úmero, escápula e clavícula, e suas funções dependem 
das articulações entre esses ossos (glenoumeral, acromioclavicular e esternoclavicular), tratando-
se de uma articulação multiaxial, com capacidade de realizar várias combinações de movimentos 
de oscilação e giratórios, o que requer a estabilização desse conjunto. O cotovelo possui uma 
articulação do tipo sinovial, a qual é formada por três articulações (úmero-ulnar), úmero-radial 
e radioulnar. Possui a cápsula articular reforçada nas suas laterais por ligamentos colaterais e a 
membrana fibrosa faz o revestimento das estruturas articulares.
O punho possui uma articulação complexa, formada pelo arranjo de pequenos ossos, 
ligamentos e tendões que fazem a união entre a mão e o antebraço. Trata-se de uma articulação 
multiarticular, formada por duas articulações compostas. Os movimentos realizados pelo punho 
são a flexão e extensão, a pronação e a supinação e os desvios radial e ulnar. A mão é dividida 
em três regiões (carpo, metacarpo e falanges), que permitem movimentos de flexão, extensão, 
adução e abdução. As articulações entre o punho e a mão são a radio-ulnar distal, radiocárpica, 
carpometacarpiana, metacarpofalangiana e interfalângicas.
O quadril refere-se à articulação formada pela união entre a parte proximal do fêmur 
(osso da coxa) e o acetábulo (parte da bacia que articula com a cabeça do fêmur). Trata-se de 
uma articulação sinovial de “esfera e soquete”. O joelho é uma articulação, formada pelo fêmur, 
tíbia e patela, ligados por estruturas como o menisco, tendões musculares e ligamentos. Como é 
propenso alesões diretas e indiretas, além de ser bastante exigido, o joelho é uma das áreas que 
mais sofrem com lesões. O tornozelo é uma articulação complexa, que une as pernas aos pés. Ele 
é formado por três ossos: a tíbia, a fíbula e o tálus. A tíbia é o osso da canela, a fíbula é o osso que 
fica na lateral externa da perna, e o tálus se encaixa no meio desses dois ossos e logo acima do 
osso do calcanhar (o calcâneo).
Nessa Unidade, é apresentada, inicialmente, uma revisão da anatomia e da biomecânica 
das articulações dos membros superiores e inferiores, bem como as doenças mais comuns que 
podem ocorrer nas mesmas.
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1 MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES
1.1 Revisão Anatomobiomecânica dos Membros Superiores
1.1.1 Ombro
O ombro é a articulação mais complexa do corpo humano, pois inclui quatro articulações, 
envolvendo o esterno, a clavícula, as costelas, a escápula e o úmero (Figura 1).
Figura 1 – Articulações do complexo do ombro direito. Fonte: Newman (2011).
As articulações esternoclavicular e acromioclavicular fornecem mobilidade para a clavícula 
e a escápula – os ossos da cintura escapular (cíngulo do membro superior). A articulação mais 
proximal no complexo do ombro é a esternoclavicular, pois a clavícula por meio da sua conexão 
com o esterno, funciona como um suporte ou apoio mecânico. Localizada na extremidade lateral 
da clavícula está a articulação acromioclavicular, a qual juntamente com seus ligamento conectam 
firmemente a escápula à clavícula, enquanto a superfície anterior da escápula repousa contra a 
superfície póstero-lateral do tórax, formando a articulação escapulotorácica, a qual não é uma 
articulação anatômica verdadeira, mas uma interface entre ossos.
1.1.2 Articulação escapulatorácica
Os movimentos na articulação escapulatorácica são ligados mecanicamente aos 
movimentos da articulação acromioclavicular. A posição da escápula no tórax fornece uma base 
de operação para a articulação glenoumeral, a ligação mais distal e móvel do complexo. O termo 
“movimentos do ombro” descreve os movimentos combinados da articulação glenoumeral e da 
escapulatorácica.
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Os principais movimentos da articulação escapulatorácica são: elevação e depressão, 
protração e retração, rotação para cima e para baixo (Figura 2).
Figura 2 – Movimentos da articulação escapulotorácica direita. (A) elevação e depressão; (B) protração e retração; 
(C) rotação para cima e para baixo. Fonte: Newman (2011).
1.1.3 Articulação esternoclavicular (EC)
A articulação esternoclavivular (EC) é complexa, envolvendo a extremidade medial da 
clavícula, a faceta clavicular no esterno e a borda superior da cartilagem da primeira costela. 
Essa articulação funciona como uma articulação basal do membro superior, ligando o esqueleto 
apendicular ao esqueleto axial.
A elevação e a depressão da clavícula ocorrem aproximadamente pralelas ao plano frontal, 
em torno de um eixo próximo de toação anterior- posterior. A protração e a retração da clavícula 
ocorrem paralelas ao plano horizontal, em torno de um eixo vertical de rotação (Figura 3).
Figura 3 – Movimentos de elevação e depressão e de protração e retração da clavícula. Fonte: Newman (2011).
O terceiro nível de liberdade da articulação EC é uma rotação da clavícula em torno 
do eixo ósseo longitudinal. Na abdução ou flexão do ombro, um ponto no aspecto superior da 
clavícula roda posteriormente 20 a 35 graus.
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1.1.4 Articulação acromioclavicular (AC)
A articulação acromioclavicular (AC) é a articulação entre a extremidade lateral da 
clavícula e o acrômio da escápula. Trata-se de uma articulação deslizante ou plana, refletindo o 
contorno plano predominante das superfícies articulares, as quais variam de chatas a levemente 
convexas ou côncavas.
Essa articulação é rodeada por uma cápsula diretamente reforçada pelos ligamentos 
superior e inferior. O ligamento capsular superior é reforçado por meio de inserções do deltóide 
e do trapézio.
Figura 4 – Visão anterior da articulação acromioclavicular direita com os ligamentos circuncidantes.
Fonte: Newman (2011).
1.1.5 Articulação glenoumeral (GU)
A articulação glenoumeral (GU) é a articulação formada entre a cabeça ampla e convexa 
do úmero e a concavidade rasa da cavidade glenóide. Essa articulação opera em conjunto com a 
escápula para produzir uma extensa amplitude de movimento no ombro.
Figura 5 – Vista anterior de uma sencção frontal através da articulação GU direita. Observe a cápsula fibrosa,
a membrana sinovial (azul) e a cabeça longa do tendão do bíceps. A bolsa axilar é mostrada como uma
reentrância na cápsula inferior. Fonte: Newman (2011).
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A cápsula da articulação GU recebe reforço estrutural dos quatro músculos do manguito 
rotador. O subescapular, o mais espesso dos quatro músculos, está localizado em posição 
imediatamente anteriormente à cápsula. O supraespinal, o infraespinal e o redondo menor estão 
localizados em posição superior e posterior à cápsula (Figura 6).
Figura 6 – Aspecto lateral da superfície interna da articulação GU direita. O úmero foi removido para expor
os ligamentos capsulares e a cavidade glenóide. Os quatros músculos do manguito rotador estão mostrados
em vermelho. Fonte: Newman (2011).
Os músculos subescapular, supraespinal, infraespinal e redondo formam o manguito que 
protege e estabiliza ativamente a articulação GU, especialmente durante as atividades dinâmicas.
Vários sacos pequenos e fibrosos, que secretam líquido sinovial internamente, de maneira 
semelhante à da cápsula articular, estão localizados na região do ombro.
Esses sacos, conhecidos como bursas ou bolsas, amortecem e reduzem o atrito entre as 
camadas de tecidos conectivos. O ombro é cercado por várias bolsas, incluindo a subescapular, a 
subcoracóide e a subacromial.
Embora possa ocorrer certo montante de movimento glenoumeral enquanto outras 
articulações do ombro permanecem estabilizadas, é comum o movimento do úmero envolver 
algum movimento de todas as três articulações do ombro.
Os músculos que se fixam à escápula são os músculos levantador da escápula, rombóides, 
serrátil anterior, peitoral menor, subclávio e as quatro partes do trapézio. Primeiramente, eles 
estabilizam a escápula de maneira que ela forme uma base rígida para os músculos do ombro 
durante a contração.
Em segundo lugar, os músculos escapulares facilitam os movimentos do membro superior 
por posicionarem adequadamente a articulação glenoumeral.
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Na medida em que o braço e a mão se movem para a frente para realizar o arremesso, 
a tensão nos músculos romboides diminui para permitir o movimento do ombro para a frente, 
facilitando a rotação lateral do úmero (Figura 7).
Figura 7 – Músculos da escápula. Fonte: HALL (2016).
1.1.6 Cotovelo
O complexo do cotovelo envolve três ossos (úmero, ulna e rádio), três ligamentos (ligamento 
colateral radial, ligamento colateral ulnar e ligamento anular do rádio), duas articulações (úmero 
ulnar e úmero radial) e uma cápsula articular.
Figura 8 – Cápsula articular e ligamentos da articulação do cotovelo. Fonte: Hall (2016).
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No Quadro 1, é apresentado o resumo da ação dos músculos agonistas que movimentam 
o antebraço:
Ação Músculos
Flexão do antebraço na articulação do cotovelo
Bíceps braquial
Braquial
Braquiorradial
Extensão do antebraçona articulação do cotovelo Tríceps braquial
Pronação do antebraço na articulação do cotovelo Pronador redondoPronador quadrado
Supinação do antebraço nas articulações radioulnares Bíceps braquialsupinador
Quadro 1 – Agonistas primários que movimentam o antebraço. Fonte: O autor.
Os músculos inseridos distalmente na ulna flexionam ou estendem o cotovelo, mas não 
fazem pronação ou supinação do antebraço, enquanto os músculos que se inserem no rádio, 
teoricamente, podem flexionar ou estender o braço. Os músculos que agem principalmente no 
punho cruzam a articulação do cotovelo e, por isso, muitos músculos do punho podem flexionar 
ou estender o cotovelo.
Os músculos flexores do cotovelo são: bíceps braquial, braquial, braquiorradial e o 
pronador redondo. Cada um desses músculos produz uma força que passa anterior ao eixo 
medial-lateral de rotação do cotovelo.
A Figura 9 mostra a linha de força dos três flexores primários do cotovelo. A força do 
torque de flexão varia com a idade, sexo, treinamento muscular, velocidade de contração muscular 
e posicionamento das articulações no membro superior.
Figura 9 – Vista lateral mostrando a linha de força dos três flexores primários do cotovelo.
Fonte: Newman (2011).
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Os extensores primários do cotovelo são o tríceps braquial e o ancôneo (Figura 10).
Os músculos extensores conferem estabilidade estática ao cotovelo. Esses músculos 
estabilizam o cotovelo flexionado durante a contração isométrica ou a ativação em velocidade 
excêntrica muito baixa. Além disso, são necessários par gerar torques extensores maiores e 
dinâmicos, por contrações concêntricas ou excêntricas de alta velocidade.
Observa-se que em muitas atividades de empurrão brusco, a extensão do cotovelo é 
combinada a algum grau de flexão do ombro, ou seja, a função de flexão do ombro exercida pelo 
deltoide anterior é um componente sinérgico do ato de empurrar. Na perspectiva fisiológica, essa 
sinergia minimiza a taxa de encurtamento requeridas pela cabeça longa do tríceps à extensão 
completa do cotovelo.
Figura 10 – Vista posterior mostrando os musculos tríceps braquial e ancôneo direitos. Fonte: Newman (2011).
Muitas vezes, as doenças articulares têm como fatores predisponentes o 
envelhecimento e o trabalho. Trabalhadores que executam atividades laborais 
repetitivas e que demandam esforço de determinada articulação, será acometido 
por algum problema articular. Quais ações preventivas são necessárias no 
ambiente de trabalho para evitar esses problemas?
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As linhas de força da maioria dos músculos pronadores e supinadores do antebraço são 
mostradas na Figura 4. Para ser considerado pronador ou supinador, determinado músculo deve 
apresentar duas características: o músculo deve se inserir nos dois lados do eixo de rotação e, 
segundo, o músculo deve produzir uma força que aja com um braço de momento ao redor do 
eixo de rotação para pronação e supinação (Figura 11).
Figura 11 – Linha de força dos supinadores (A) e pronadores (B) do antebraço. Observe o grau em que
todos os músculos se intersectam com o eixo de rotação do antebraço. Fonte: Newman (2011).
1.1.7 Punho
O punho ou carpo é formado por oito ossos carpais em conjunto (escafoide, semilunar, 
piramidal, pisiforme, capitato, trapézio, trapezoide e hamato), que atuam como “espaçadores” 
funcionais entre o antebraço e a mão. Embora possua numerosas articulações intercárpicas, o 
punho possui duas articulações principais: articulação radiocárpica (entre a extremidade distal 
do rádio e a fileira proximal dos ossos do carpo); e a articulação mediocárpica (entre as fileiras 
proximais e distais dos ossos do carpo). As duas articulações permitem os movimentos de flexão 
e extensão do punho, bem como o deslocamento de um lado para outro em um movimento 
conhecido como desvio radial e ulnar. Observa-se que a articulação rádio-ulnar proximal é 
considerada parte do antebraço devido seu papel na pronação e supinação (Figura 12).
Figura 12 – Os ossos e as principais articulações do punho. Fonte: Newman (2011).
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A posição do punho afeta a função da mão, porque vários músculos que controlam os 
dedos têm origem extrínseca à mão, com suas fixações proximais localizadas no antebraço.
A extremidade distal do rádio possui duas configurações de importância biomecânica: 
a) a extremidade distal apresenta um ângulo com cerca de 15 graus em relação à direção ulnar 
(medial), o que permite que o punho e a mão realizem um maior movimento de desvio ulnar 
do que o desvio radial, tendo como resultado dessa inclinação a limitação do impacto da porção 
lateral do carpo contra o processo estiloide do rádio; b) a superfície articular distal do rádio 
apresenta uma angulação com cerca de 10 graus em direção palmar (Figura 13).
Figura 13 – (A) Vista anterior do rádio distal (inclinação ulnar de ± 25 graus); (B) Vista medial do rádio distal 
(inclinação palmar de ± 10 graus). Fonte: Hall (2016).
1.1.8 Mão 
A mão, como o olho, é um importante órgão sensitivo para a percepção do ambiente 
e também um dos principais órgãos efetores dos comportamentos motores mais complexos, e 
auxilia a expressar emoções através de gestos, contato, música e arte. A mão possui 29 músculos, 
que impulsionam 19 ossos e 19 articulações. Biomecanicamente, tais estruturas interagem 
com proficiência excelente. Trata-se de um instrumento altamente especializado que efetua 
manipulações complexas, que exigem múltiplos níveis de força e precisão. Por essa razão, sua 
função envolve uma região desproporcionalmente grande do córtex cerebral.
 ➢ Articulação carpometacarpiana (CMC);
 ➢ Articulação metacarpofalangeana (MFC);
 ➢ Articulações interfalangeanas (IF):
• O polegar tem uma articulação IF;
• Os dedos têm uma articulação interfalangeana proximal (IFP) e uma articulação 
interfalangeana distal (IFD).
Quadro 2 – Articulações comuns a cada raio da mão. Fonte: O autor.
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A mão tem 5 metacarpos, chamados coletivamente de metacarpo, e cada um dos 5 dedos 
contém um conjunto de falanges (Figura 14). Um raio descreve um osso metacárpico e suas 
falanges associadas (Quadro 2).
Figura 14 – Visão palmar da anatomia básica da mão. (A) principais ossos e articulações;
(B) marcos externos. Fonte: Hall (2016).
A Figura B mostra características da anatomia da mão externa, como os sulcos palmares 
ou linhas que existem na pele da palma, as quais funcionam como “dobradiças” da derme, 
marcando onde a pele se dobra sobre si mesma durante o movimento e aumentando a aderência 
da pele palmar para intensificar a segurança e preensão. A localização dos sulcos também é uma 
referência clínica útil da anatomia, por exemplo, o sulco palmar distal marca a localização da 
margem proximal do ligamento carpal transverso subjacente.
O trabalho de fortalecimento dos membros superiores age diretamente na melhora 
da postura, proporcionando melhor estabilidade articular, protegendo músculos e 
articulações do impacto da corrida.
Outra vantagem é uma maior facilidade de execução correta dos gestos 
coordenativos, ou seja, coordenação dos braços com as passadas (LAFEMINA, 
2022).
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1.2 Revisão Anatomobiomecânica dos Membros Inferiores
1.2.1 Quadril
O quadril é uma articulação do tipo bola e soquete (esferóidea). A bola é a cabeça do 
fêmur, que forma cerca de dois terços de uma esfera. O soquete é o acetábulo côncavo, que está 
em ângulo obliquamente nas direções anterior, laterale inferior. A cartilagem articular recobre 
ambas as superfícies articulares. A cartilagem do acetábulo é mais espessa em sua borda, onde ela 
se funde com um anel, ou lábio, de fibrocartilagem que contribui para a estabilidade da articulação.
A pressão hidrostática é maior dentro do lábio do que fora dele, o que contribui para 
a lubrificação da articulação. O acetábulo permite um encaixe muito mais profundo do que a 
cavidade glenoidal da articulação do ombro, e a estrutura óssea do quadril é, portanto, muito 
mais estável ou menos propensa a luxação do que a do ombro.
Vários ligamentos grandes e fortes também contribuem para a estabilidade do quadril. Os 
ligamentos extremamente fortes iliofemoral ou em Y e pubofemoral fortificam a cápsula articular 
anteriormente, com o reforço posterior vindo do ligamento isquiofemoral. A tensão nesses 
principais ligamentos atua girando a cabeça do fêmur no acetábulo durante a extensão do quadril, 
como ocorre quando uma pessoa passa da posição sentada para em pé. Dentro da cavidade 
articular, o ligamento redondo faz a fixação direta do anel do acetábulo à cabeça do fêmur.
Figura 15 – (A) estrutura óssea do quadril; (B) Ligamentos do quadril. Fonte: Hall (2016).
Várias bolsas estão presentes nos tecidos adjacentes para ajudar na lubrificação. As 
mais proeminentes são a bolsa do iliopsoas (posicionada entre o músculo iliopsoas e a cápsula 
articular), servindo para reduzir o atrito entre essas estruturas; e a bolsa trocantérica profunda 
serve de amortecedor entre o trocanter maior do fêmur e o músculo glúteo glúteo máximo no 
ponto de sua inserção no trato iliotibial.
O fêmur é o principal osso de sustentação de carga e é também o mais largo, mais longo e 
mais forte osso do corpo. Seu componente mais fraco é o colo femoral, que tem diâmetro menor 
do que o restante do osso e é fraco internamente porque é composto principalmente por osso 
trabecular. O fêmur forma um ângulo medialmente para baixo a partir do quadril durante a fase de 
apoio da marcha e da corrida, permitindo o apoio único abaixo do centro de gravidade do corpo.
Com relação aos movimentos no quadril, apesar dos movimentos do fêmur serem devidos 
principalmente à rotação que ocorreu na articulação do quadril, a cintura pélvica (cíngulo do 
membro inferior) tem função similar à da cintura escapular no posicionamento da articulação do 
quadril para o movimento eficiente dos membros.
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Mas, diferentemente da cintura escapular, a pelve é uma estrutura única não articulada, 
mas pode girar nos três planos de movimento. A pelve facilita o movimento do fêmur, girando 
de modo que o acetábulo fique posicionado na direção do movimento femoral a ser realizado.
O movimento da cintura pélvica também é coordenado com certos movimentos da 
coluna vertebral.Músculos grandes cruzam o quadril, contribuindo também para sua estabilidade 
(Quadro 3).
Músculo Ações principais
Reto femoral Flexão
Iliopsoas Flexão
(Ilíaco)
(Psoas)
Sartório Ajuda na flexão, adução, rotação lateral
Pectíneo Flexão, abdução, rotação medial
Tensor da fáscia lata Ajuda na Flexão, abdução, rotação medial
Glúteo máximo Extensão, rotação lateral
Glúteo médio Abdução, rotação medial
Glúteo mínimo Abdução, rotação medial
Grácil Adução
Adutor magno Adução, rotação lateral
Adutor longo Adução, assiste na flexão
Adutor breve Adução, rotação lateral
Semitendíneo Extensão
Semimembranáceo Extensão
Bíceps femoral (cabeça longa) Extensão
Seis rotadores laterais Rotação lateral
Quadro 3 – Principais ações dos músculos do quadril. Fonte: O autor.
1.2.2 Joelho
A estrutura do joelho permite a sustentação de grandes cargas e a mobilidade necessária 
para as atividades locomotoras. O joelho é uma grande articulação sinovial, que inclui três 
articulações na cápsula articular. As articulações de sustentação de carga são as duas articulações 
elipsóideas da articulação tibiofemoral, sendo a terceira articulação a articulação patelofemoral.
Embora não seja parte do joelho, a articulação tibiofibular tem conexões de tecido mole 
que também influenciam discretamente o movimento do joelho.
Os meniscos (cartilagens semilunares por causa de seu formato em meia lua) são discos de 
fibrocartilagem firmemente fixados aos platôs tibiais pelos ligamentos coronários e pela cápsula 
articular. Eles também estão ligados um ao outro pelo ligamento transverso.
Os meniscos são mais espessos em suas bordas periféricas, nas quais as fibras da 
cápsula articular os ancoram solidamente à tíbia. O disco semilunar medial também está fixado 
diretamente ao ligamento colateral medial.
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Medialmente, ambos os meniscos se afinam até a espessura de uma folha de papel, com 
as extremidades internas não fixadas ao osso (Figura 16).
Figura 16 – Meniscos do joelho. Fonte: Hall (2016).
Muitos ligamentos cruzam o joelho, aumentando significativamente sua estabilidade. A 
localização de cada ligamento determina a direção em que ele é capaz de resistir ao deslocamento 
do joelho (Figura 17).
Figura 17 - Ligamentos do joelho. Fonte: Hall (2016).
O joelho é cruzado por uma série de músculos biarticulares. As principais ações dos 
músculos que cruzam o joelho estão resumidas no Quadro 3.
Músculo Ações principais
Reto femoral Extensão
Vasto lateral Extensão
Vasto intermédio Extensão
Vasto medial Extensão
Semitendíneo Flexão, rotação medial
Semimembranáceo Flexão, rotação medial
Bíceps femoral Flexão, rotação lateral
Sartório Ajuda na flexão e na rotação lateral da coxa
Grácil Adução da coxa, flexão da perna
Poplíteo Rotação medial, flexão
Gastrocnêmio Flexão
Plantar Flexão 
Quadro 3 – Ações dos músculos do joelho. Fonte: O autor.
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1.2.3 Tornozelo
A região do tornozelo inclui as articulações tibiofibular, tibiotalar e talofibular. A 
articulação tibiofibular é uma sindesmose em que o tecido fibroso denso une os ossos. A 
articulação é sustentada pelos ligamentos tibiofibulares anterior e posterior, bem como pelo 
ligamento tibiofibular interósseo. A maior parte do movimento no tornozelo ocorre na articulação 
em gínglimo tibiotalar, na qual a superfície superior convexa do tálus se articula com a superfície 
distal côncava da tíbia.
As três articulações são envoltas por uma cápsula articular espessa na porção medial 
e extremamente fina na porção posterior. Três ligamentos – talofibular anterior e posterior e 
calcaneofibular – reforçam a cápsula articular lateralmente. Os quatro feixes do ligamento deltoide 
contribuem para a estabilidade articular na porção medial (Figura 18).
Figura 18 – Estrutura óssea e ligamentos do tornozelo. Fonte: Hall (2016).
O eixo de rotação do tornozelo é essencialmente frontal, embora levemente oblíquo e 
sua orientação muda um pouco conforme a rotação na articulação. O movimento no tornozelo 
ocorre principalmente no plano sagital, com o tornozelo funcionando como uma articulação em 
gínglimo que move o eixo de rotação durante a fase de apoio da marcha. A flexão e a extensão do 
tornozelo são chamadas de dorsiflexão e de flexão plantar, respectivamente. Durante o movimento 
passivo, as superfícies articulares e os ligamentos orientam a cinemática da articulação, com as 
superfícies articulares deslizando uma sobre a outra sem deformação apreciável de tecido.
Os maléolos medial e lateral funcionam como polias direcionando os tendões dos 
músculos que cruzam o tornozelo posterior ou anteriormente ao eixo de rotação, favorecendo 
suas contribuições para a dorsiflexão ou para a flexão plantar.
Os principais flexores plantares são as duas cabeças do potente músculo gastrocnêmio 
biarticular e o músculo sóleo, que fica abaixo do músculo gastrocnêmio. Os músculos flexores 
plantaresacessórios incluem o músculo tibial posterior, o músculo fibular longo, o músculo 
fibular curto, o músculo plantar, o músculo flexor longo do hálux e o músculo flexor longo dos 
dedos.
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2 DOENÇAS COMUNS DOS MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES
2.1 Membros Superiores
2.1.1 Síndrome do impacto subacromial
A síndrome do impacto subacromial (SIS) é uma patologia que tem como causa a 
compressão prolongada, gerando inflamação ou degeneração no ombro, atingindo principalmente 
o tendão supraespinhal, tendão do bíceps, a bursa subacromial e a articulação acromioclavicular. 
Se não tratada, pode evoluir para fibrose e até rompimento de um ou mais tendões. O tratamento 
conservador é preconizado com programa de reabilitação visando a melhoria do quadro.
O tratamento conservador pode constar de diatermia com ondas curtas (20 minutos), 
irradiação com laser de baixa energia (gálio-arsênico) (5 minutos), Tens (20 minutos) e 
cinesioterapia, com sessões realizadas e vezes por semana. O tratamento é realizado em duas 
fases: aguda e de reabilitação motora, com objetivos de melhora do quadro álgico e retorno às 
atividades diárias, respectivamente, como mostra o Quadro 4.
Fase aguda
1) Diatermia com ondas curtas .............................. 20 min
2) Laser de baixa energia ........................................ 05 min
3) Tens ........................................................................
(alta frequência + baixa intensidade) 20 min
4) Cinesioterapia 
(exercícios pendulares de Codman)
10 a 20 sessões, 3 vezes por semana
Fase de reabilitação
1) Diatermia com ondas curtas .............................. 20 min
2) Laser de baixa energia ......................................... 05 min
3) Tens .......................................................................
(alta frequência + baixa intensidade) 20 min
4) Cinesioterapia 
4.1 Fortalecimento muscular + ganho de amplitude de 
movimentos (pesos, roldanas, exercícios isométricos)
4.2 Manutenção (atividade física compatível com a faixa 
etária + orientação quanto às atividades cotidianas
10 a 20 sessões, 3 vezes por semana
Quadro 4 – Protocolo de tratamento. Fonte: O autor.
No Quadro 5, é apresentada a avaliação dos resultados do tratamento.
Excelente 1) ausência de dor 2) arco de movimento normal3) sem restrição nos movimentos habituais (quando bilateral)
Bom 1) dor leve 2) arco de movimento normal ou levemente alterado, sem comprometer significativamente as funções habituais
Regular 1) dor leve a moderada 2) arco de movimento alterado, com repercussão na função
Ruim 1) dor importante 2) arco de movimento alterado com repercussão na função
Quadro 5 – Avaliação dos resultados. Fonte: O autor.
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2.1.2 Ruptura do manguito rotador
Essa patologia, em geral, ocorre em indivíduos acima de 45 anos, em pacientes com 
tendinopatia prévia do tendão (supraespinal, na maioria dos casos), que sofrem algum trauma 
direto ou indireto no ombro. Em jovens, a ruptura decorre de trauma com alta energia. Alguns 
pacientes apresentam também sintomas relacionados ao impacto subacromial, em que há fricção 
do tendão supraespinal contra o arco coracoacromial durante a elevação do braço.
Entretanto, não está bem estabelecido se esse impacto (com a formação de um acrômio 
ganchoso) leva a ruptura do tendão em todos os casos. A degeneração intrínseca tendínea pode 
criar uma disfunção nos mecanismos básicos do manguito (estabilização ativa e movimento), 
determinando uma ascensão da cabeça umeral contra o arco coracoacromial, fragilizando o 
tendão até sua ruptura ou desinserção.
As rupturas podem ser parciais (parte do tendão inserido na tuberosidade, sem 
comunicação entre articulação e espaço subacromial) ou completas, e variam conforme o 
tamanho da lesão e quanto ao número de tendões rompidos.
O tratamento conservador consiste de anti-inflamatório não-esteróide via oral, terapia 
miofascial específica (criocinética, compressão isquêmica e ultrassom nas miogeloses e nos 
pontos de gatilho), ultrassom contínuo com frequência de 1,0 Mhz e dosagem de 1,5 w/cm² 
por 5 minutos na região subacromial, exercícios de alongamentos em rotação externa em plano 
de escápula e em adução horizontal a 30 graus de flexão, exercícios de fortalecimento com 
isométricos, bandas elásticas e pesos para rotadores externos e internos do ombro, músculos da 
cintura escapular (trapézio e serrátil anterior) e deltóide (etapa final) de acordo com protocolo 
constante no Quadro 6. O tempo estimado de tratamento é de 06 meses, com avaliação 6 meses 
após a alta.
Fase Procedimentos
Fase 1
(0 a 2 semanas)
Terapia miofascial
Ultrassom subacromial contínuo
Ativos assistidos para amplitude de RE e adução horizontal
Fase 2
(3 a 8 semanas)
Mesmos procedimentos anteriores
Ativos com elásticos para RE e RI e programa com Theraband
Fase 3
9 a 12 semanas
Progredir nos exercícios com Theraband
Ativos resistidos com pesos para RE e RI
Fase 4
13 a 16 semanas
Fisioterapia analgésica, se necessário
Manter Theraband (verde) e progredir nos pesos até 3 séries de 10 
repetições
Ativos com Theraband (amarela) para extensão, abdução e flexão 
até 45º
Fase 5
17 a 24 semanas
Progredir com Theraband (verde) para extensão, abdução e flexão 
até 45º
Iniciar ativos resistidos com pesos para flexão
Quadro 6 – Programa de fisioterapia. Fonte: O autor.
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2.1.3 Capsulite adesiva
A capsulite adesiva do ombro é uma patologia que se caracteriza por rigidez dolorosa do 
ombro, por intensa sinovite e fibrose que levam a espessamento capsuloligamentar, resultando 
em redução do volume articular. Também conhecida pelo termo ombro congelado, controverso 
por incluir uma vasta gama de patologias não associadas a retração capsular.
O objetivo da fisioterapia em casos de capsulite adesiva é eliminar o desconforto e de 
restaura a mobilidade e a função do ombro e, para isso, há várias modalidades de tratamento 
físico. Cada procedimento é parte integrante do programa de fisioterapia e deverá estar de acordo 
com os aspectos clínicos e com o estágio do quadro.
Assim, primeiramente, realiza-se a crioterapia durante 30 minutos 2 a 3 vezes por dia, 
depois a neuroestimulação elétrica transcutânea (TENS), observando que ambos servem para 
diminuição da dor e mobilizações com exercícios pendulares e exercícios de mobilização passiva 
suave no ombro, iniciados pelo fisioterapeuta e depois repetidos em casa, duas a três vezes por dia, 
pelo próprio paciente, que é estimulado a executá-los espontaneamente, ou no caso de pacientes 
menos cooperativos estes serão auxiliados por familiares devidamente treinados.
As aplicações de calor, tais como o ultra-som, ondas curtas ou microondas, são auxiliares 
empregados para o alívio da dor e para diminuição da excitabilidade neuromuscular local. Todavia, 
não são os agentes determinantes da recuperação funcional. Os efeitos fisiológicos restringem-se 
ao aumento do fluxo sanguíneo local e da distensibilidade tecidual, importante para a realização 
dos exercícios. A mobilização passiva ou ativa é a medida mais eficaz, os exercícios passivos são 
os procedimentos fundamentais para o aumento da amplitude de movimento.
Na fase inicial, no controle da inflamação, primeiro se elimina qualquer atividade que 
possa vir agravar os sintomas e, após realizar a analgesia, pode realizar exercícios pendulares de 
Codmann, para decoaptação, relaxamento do espasmo muscular, melhora da dor e manutenção 
da amplitude articular mínima.
Os exercícios de Codmann são realizados para mobilidade articular do ombro, pois as 
técnicas de auto mobilização fazem uso da gravidade para separar o úmero da cavidade glenóide.Ele ajuda no alivio da dor através dos movimentos de leve tração (grau I e II) e dão mobilidade 
precoce as estruturas articulares. A medida que o indivíduo tolera o alongamento, podem-se 
introduzir pesos nos punhos para conseguir uma força de separação articular (grau III e IV).
Os exercícios devem ser realizados com o indivíduo em pé em flexão lombar de 90º, 
sendo realizado no sentido horário, anti-horário, látero-lateral e ântero-posterior, a musculatura 
escapular deve estar totalmente relaxada, para assim alcançar maiores amplitudes.
2.1.4 Epicondilites
Tem-se dois tipos de epicondilite: a medial e a lateral. A epicondilite medial, também 
chamada de Cotovelo de Golfista, embora não atinja apenas golfistas, pois muitas atividades 
repetitivas podem acarretar a epicondilite medial, como a prática de esportes, corte de lenha com 
machado e uso de muitos tipos de ferramentas manuais. Assim, todas as atividades que enfatizam 
os músculos do antebraço podem causar sintomas de epicondilite medial.
A epicondilite é uma lesão por uso excessivo da musculatura do pronador flexor, 
provocando dor ao longo do lado medial do cotovelo. Assim, resulta em um mecanismo de 
sobrecarga tênsil na origem flexora comum no epicôndilo medial.
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O uso excessivo dos músculos e tendões do antebraço e do cotovelo é a causa mais 
comum para o desenvolvimento da epicondilite medial. Geralmente, quando os tendões são 
muito solicitados ocorre uma inflamação, mas a inflamação ocorre nos tendões e é chamada de 
tendinite, porém pelo fato dessa tendinite ocorrer nos epicôndilos do cotovelo, recebe o nome de 
epicondilite. A inflamação prolongada dos tendões geram alterações estruturais e os mesmos se 
degradam (Figura 19).
Figura 19 – Desenho ilustrativo da estrutura tendínea. Fonte: Faleiro et al. (2014).
A dor à palpação do epicôndilo medial é o sinal característico da doença, que pode piorar 
com a pronação ou a flexão dos dedos e do punho contra resistência. O exame radiográfico 
pode mostrar calcificações sobre o ligamento colateral medial ou a origem do pronador. O 
exame de ultrassonografia, em geral, auxilia no diagnóstico. A ressonância magnética nuclear 
fica reservada para os casos duvidosos ou para visualizar rupturas nas inserções da musculatura 
flexo-pronadora e do ligamento colateral medial. A eletroneuromiografia é solicitada em caso de 
suspeita de compressão do nervo ulnar. A dor na região do epicôndilo medial também pode ser 
causada por lesão do ligamento colateral medial ou neuropatia do nervo ulnar.
O tratamento inicial deverá ser sempre conservador, com o uso de anti-inflamatórios 
não hormonais, fisioterapia, acupuntura e repouso. A infiltração apresenta maior risco devido 
à proximidade do nervo ulnar. Nos quadros persistentes de longa duração, pode ser indicada a 
cirurgia.
A epicondilite lateral é uma lesão causada por uma tração repetida que resulta em 
microrrupturas da origem do extensor radial curto do carpo e consequentes fibrose e formação de 
tecido de granulação. Nesse tipo de lesão, observa-se uma solução de continuidade no tendão com 
invasão de fibroblastos e tecido vascular anormal, caracterizando não uma alteração inflamatória, 
mas degenerativa. O exame físico caracteriza-se por dor à palpação sobre o epicôndilo (Figura 
20) e aos movimentos de flexo-extensão do cotovelo.
Figura 20 – Epicondilite lateral. Dor à palpação do epicôndilo lateral. Fonte: Cohen (2012).
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No teste de Cozen, o paciente refere dor no epicôndilo lateral ao tentar a extensão do 
punho contra resistência, estando o cotovelo fletido em 90° e o antebraço pronado (Figura 21).
No teste de Mill, o punho deverá estar em dorsiflexão e o cotovelo em extensão. Com a 
mão fechada, o paciente deverá resistir à flexão do punho, o que, na presença da doença, causará 
dor sobre o epicôndilo lateral. No “teste da cadeira”, o paciente sente dor sobre o epicôndilo lateral 
ao tentar levantar uma cadeira com uma mão, estando o antebraço pronado e o punho fletido. A 
extensão contra resistência do dedo médio é outro teste útil no diagnóstico.
Figura 21 – Teste de Cozen. Dor em região de epicôndilo lateral do cotovelo na resistência à flexão passiva do punho. 
Fonte: Hall (2016).
No exame radiográfico do cotovelo, inicialmente não há alterações. Em casos mais 
crônicos, pode-se visualizar calcificações junto ao epicôndilo lateral. A ultrassonografia, às vezes, 
revela aumento da espessura associada a hipoecogenicidade dos tendões e a sinais de pequenas 
rupturas. A ressonância magnética nuclear é mais sensível que a ultrassonografia, útil nos casos 
de desinserção.
Sobre o diagnóstico diferencial, o principal é a síndrome compressiva do nervo interósseo 
posterior, que apresenta dor à palpação distalmente ao epicôndilo lateral, junto à passagem 
do nervo pela arcada do músculo supinador. Lesões articulares, instabilidades do cotovelo, 
osteocondrite dissecante e cervicobraquialgias também devem ser lembradas no diagnóstico 
diferencial.
O tratamento conservador envolve medidas para aliviar a dor, como analgésicos, gelo, 
acupuntura, fisioterapia (evitar reforço muscular), uso de tensor de antebraço ou órtese de punho 
e restrição das atividades esportivas e de trabalho que exijam esforços de punho e cotovelo. Na 
fase aguda, a imobilização do cotovelo e do punho com tala gessada pode ajudar, aliviando as 
tensões sobre o epicôndilo.
Outras possibilidades terapêuticas são o uso de ondas de choque e, mais recentemente, o 
uso de plasma rico em plaquetas (PRP). Alguns autores acreditam que a maioria das epicondilites 
tenha resolução espontânea em até um ano. Quando não houver melhora já por volta de um ano 
de tratamento conservador, pode-se pensar em cirurgia.
O tratamento cirúrgico baseia-se na liberação da origem dos extensores, na excisão do 
tecido degenerativo angiofibroblástico e em perfurações do epicôndilo, renovando o sítio de 
origem dos extensores. A epicondilite lateral do cotovelo parece ser uma patologia autolimitada, 
porém com um ciclo longo de evolução.
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As técnicas fisioterapêuticas comumente utilizadas para epicondilites de cotovelo são:
 ➢ Crioterapia;
 ➢ Alongamento com utilização de ultrassom;
 ➢ Exercícios excêntricos com movimentos de manipulação (tração) 3 vezes por semana, 30 
repetições;
 ➢ Alongamento dos extensores de pulso radial (flexão de punho ulnar0 3 vezes por semana, 
por 40 segundos;
 ➢ Alongamento passivo e ativo;
 ➢ Massagem de fricção profunda (cyriax);
 ➢ Fortalecimento muscular.
2.1.5 Síndrome do túnel do carpo
A síndrome do túnel do carpo é uma alteração bastante comum. O túnel do carpo é uma 
passagem entre os ossos carpais e o retináculo flexor na face palmar do punho. Embora a causa 
dessa alteração em um determinado indivíduo frequentemente seja desconhecida, qualquer 
edema causado por traumatismo agudo ou crônico na região pode comprimir o nervo mediano, 
que passa através do túnel do carpo, causando a síndrome.
O deslizamento do tendão e do nervo durante movimentação prolongada e repetitiva 
da mão e incursão dos músculos flexores no túnel do carpo durante a extensão do punho foram 
propostos como causas para a síndrome do túnel do carpo. Os sintomas incluem dor e dormência 
ao longo do nervo mediano, fraqueza funcional dos dedos e, eventualmente, fraqueza e atrofia 
dos músculos inervados pelo nervo mediano.
Trabalhadores que executam tarefas que requerem grandes forças de preensão manual, 
movimentos repetitivos ou uso de ferramentas vibratórias estão particularmente suscetíveis à 
síndrome do túnel do carpo.
A síndrome surge após redução do espaço dentro do túnel, causando compressãodo 
nervo mediano. As causas podem ser intrínsecas ou extrínsecas, incluindo diabetes, gravidez, 
trauma, alcoolismo, obesidade, amiloidose, doenças reumatológicas e tireoidianas, compressão 
externa, dentre outras.
MÚSCULO BÍCEPS BRAQUIAL.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=JT2gGyi-lMA&ab_channel=
AnatomiaF%C3%A1 cilcomRog%C3%A9rioGozzi.
https://www.youtube.com/watch?v=JT2gGyi-lMA&ab_channel=AnatomiaF%C3%A1 cilcomRog%C3%A9rioGozzi
https://www.youtube.com/watch?v=JT2gGyi-lMA&ab_channel=AnatomiaF%C3%A1 cilcomRog%C3%A9rioGozzi
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O tratamento fisioterápico consiste na realização de 20 sessões consecutivas com 
duração de 50 minutos cada, com aplicação de um protocolo utilizando lazer arseneto de gálio 
(comprimento de onda de 904 nm, 3j/cm², por 36 segundos por ponto), de forma pontual (8 
pontos na região do túnel do carpo); aplicação de ultrassom, 1 MHz, pulsado (5:5), 0.8 W/cm², 8 
minutos; mobilização passiva e ativo-assistida (flexão/extensão de punho e metacarpofalangiano). 
A partir da 5ª sessão, exercícios cinesioterápicos compostos por alongamento ativo global 
e exercícios isotônicos para membros superiores, em especial na região do punho e mão (halteres 
de 1 e 2 kg, 3 séries de 10 repetições).
2.2 Doenças Comuns dos Membros Inferiores
2.2.1 Impacto femoroacetabular
A Síndrome do Impacto Femoroacetabular (SIFA) é definida como sendo um choque 
do colo femoral contra o acetábulo. A causa principal é a mudança do estado normal de 
funcionamento do quadril em que a cabeça femoral e a borda acetabular sofrem processos de 
impacto, desenvolvendo micro-traumatismo no labrum e na cartilagem acetabular, limitando os 
movimentos de flexão e de rotação interna. 
A SIFA é classificada em dois tipos de impactos: Pincer e Cam. O impacto do tipo Pincer 
ocorre quando há uma deformidade na borda acetabular pelo aumento da cobertura anterior o 
que gera um pinçamento do colo femoral. O impacto tipo Cam ocorre quando a cabeça do fêmur 
tem um raio de curvatura excêntrica e a cabeça femoral não encaixa perfeitamente dentro do 
acetábulo. Ambos os tipos causam degeneração na cartilagem acetabular e no labrum.
O tratamento fisioterapêutico tem como objetivo evitar a intervenção cirúrgica, através 
da utilização de recursos eletrotermofototerápicos, que objetivam a redução da intensidade dor. 
A utilização das técnicas cinesioterapêuticas tem se tornado rotina nos programas de tratamentos 
dos indivíduos portadores de SIFA com o intuito de melhorar a mobilidade, flexibilidade e força 
muscular.
2.2.2 Disfunção femoropatelar
A Disfunção Patelo-femoral (DPF) é uma das desordens musculoesqueléticas mais 
comuns nos indivíduos, afetando os joelhos, podendo estar presente principalmente em atletas e 
adultos jovens. O alinhamento da patela no plano frontal é influenciado pela linha de tração do 
grupo muscular quadríceps femoral e por sua inserção no tubérculo tibial por meio do tendão 
patelar. O resultado dessas forças é um efeito de corda sobre a patela, fazendo com que essa tenha 
um trajeto lateral.
O principal fator que provoca a disfunção patelofemoral é a tração lateral anormal da 
patela, devido a um desequilíbrio neuromuscular entre os músculos vasto medial oblíquo (VMO) 
e vasto lateral (VL). Assim, o fortalecimento muscular baseado no reequilíbrio do VMO e VL 
poderia reduzir o desconforto nos pacientes portadores da DPF.
FADEL, G. et al. LER-DORT em membros superiores: reabilitação. Acta Fisiátrica, 
São Paulo, v. 20, n. 2, 2013.
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Tratamentos conservadores para DPF normalmente consistem em uma variedade de 
componentes desenvolvidos para melhorar o alinhamento patelar. Uma das melhoras alternativas 
para amenizar e sanar a evolução desta disfunção é o tratamento fisioterapêutico, através da 
prática de exercícios com protocolos de tratamento adequados.
O tratamento fisioterapêutico realizado em pacientes com DPF envolve vários recurso 
como o laser de baixa potência, que é utilizado como modalidade terapêutica em várias condições 
patológicas e entre os objetivos está à analgesia, promovendo aumento da endorfina circulante e 
aumento do limiar de excitabilidade dos receptores dolorosos.
Entre os recursos estão também às técnicas de terapia manual, alongando os músculos 
dos membros inferiores (quadríceps, isquiostibiais, tríceps sural, adutores e abdutores), sendo 
que o encurtamento deles aumenta a pressão sobre femoropatelar, causando dor. Exercícios de 
cadeia cinética fechada e aberta geram a cocontração dos músculos agonistas e antagonistas, a 
fim de proporcionar maior estabilização articular, produzindo ainda maior carga de cisalhamento 
anterior da tíbia, aumentando a força de compressão tibiofemoral e diminuindo as forças 
compressivas femoropatelares perto da extensão.
2.2.3 Esporão de calcâneo
Síndrome dolorosa subcalcânea, conhecida como esporão do calcâneo é um termo que 
é usado para descrever a dor no calcanhar plantar induzida mecanicamente, e é frequentemente 
confundida com fasceíte plantar. Talvez, o esporão de calcâneo seja consequência da inflamação 
crônica incitada por tração traumática repetitiva na origem da fáscia plantar e do músculo flexor 
curto dos dedos.
Logo pela manhã, a dor é bem pior ao apoiar o pé no solo pela primeira vez, torna-se 
menos intensa após realizar os primeiros passos. À noite a dor retorna mais intensa e é aliviada 
pelo repouso do pé. Muitas vezes, com esse retorno intenso, o paciente não é capaz de apoiar o 
peso do corpo nos calcanhares. Eventualmente, estão presentes edema leve e eritema. Os sintomas 
podem persistir durante poucas semanas ou mesmo até alguns anos.
Inúmeros fatores de risco podem contribuir para esta síndrome, tais como obesidade, 
ocupações que requerem prolongados estresse local, traumas, sapatos inadequados, anatomia e 
anormalidades estruturais, pé sobre-pronação e biomecânica do pé chato, pé cavo, encurtamento 
do tendão de Aquiles, reduzida dorsiflexão do tornozelo e idade, estão ligados ao aparecimento 
desta doença.
O tratamento fisioterapêutico inclui, normalmente, ondas de choque extracorporal de 
baixa energia 3 vezes em intervalos semanais; laser de gálio com 904 nm de comprimento de 
onda aplicado por 30 segundos durante 10 sessões.
2.2.4 Fascite plantar
A fascite plantar é uma das lesões mais comumente encontradas no pé. É representada 
por um processo degenerativo e inflamatório da fáscia plantar, que provoca dor na tuberosidade 
medial do calcâneo durante a descarga de peso. Uma das causas mais frequentes da fascite plantar 
é a pronação excessiva do pé.
O tratamento fisioterapêutico apresenta várias intervenções, no entanto, não há consenso 
na literatura em relação a melhor opção de tratamento, devido ao índice de evidência alternar 
muito em relação a cada técnica.
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O tratamento fisioterapêutico pode ser realizado em duas fases. Na primeira fase, utiliza-
se:
 ➢ laserterapia (comprimento de onda de 904 nm, densidade de energia 4J/cm, 12 pontos 
aplicados na fáscia plantar);
 ➢ terapia manual com liberação de triggers points em tríceps sural e na fáscia plantar;
 ➢ exercícios de cinesioterapia como alongamento do tríceps sural e fáscia plantar de forma 
passiva em 2 séries de 30 segundos;
 ➢ exercícios de fortalecimento dos dorsiflexores, inversores e da musculatura intrínseca 
do pé com resistência manual, associado a corrente russa (frequência portadora 2500 
Hz, frequência de modulação 60 Hz, Ton 10 segundos, Toff 10 segundos) 3 séries de 10 
repetições;
 ➢ exercícios para o fortalecimento do complexo póstero lateral do quadril, como abdução 
do quadril em decúbito lateral, “ostra”, rotação externa do

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