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APOSTILA de Contabilidade das Instituições Financeiras

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OPERAÇÕES BANCÁRIAS E CONTABILIDADE DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
ÍNDICE:
INTRODUÇÃO
1. FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
1.1 CONCEITO
1.2 PATRIMÔNIO
1.2.1 ATIVO 
1.2.2 PASSIVO
1.2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
1.3 TÉCNICAS CONTÁBEIS
1.4 LANÇAMENTO CONTÁBIL – MECANISMO DO DÉBITO E DO CRÉDITO 
1.5 CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS CONTÁBEIS
1.6 REGIMES DE CONTABILIZAÇÃO
1.7 CÁLCULO E ANÁLISE DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ
1.8 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE
1.9 CONVENÇÕES CONTÁBEIS
2. PLANO CONTÁBIL DAS INSTITUIÇÕES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - COSIF
2.1 PRINCÍPIOS GERAIS
2.1.2 DAS NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
2.2 INCORPORAÇÃO, FUSÃO E CISÃO
2.3 INVESTIMENTOS EM OUTRAS SOCIEDADES 
2.4 ATIVO PERMANENTE
2.5 MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
2.6 DISPONIBILIDADES
2.7 OPERAÇÕES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ COM TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
2.8 CÂMBIO
2.9 OPERAÇÕES DE CRÉDITO
2.10 ARRENDAMENTO MERCANTIL FINANCEIRO
2.11 OPERAÇÕES PASSIVAS
2.12 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.13 INSTRUMENTOS FINANCEIROS
2.14 CONSOLIDAÇÃO OPERACIONAL DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
2.15 CÂMBIO
3 PRONUNCIAMENTOS TÉCNICOS
3.1 CPC 01 – REDUÇÃO DO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS
3.2 CPC 05 – DIVULGAÇÃO SOBRE PARTES RELACIONADAS
4 . GERENCIAMENTO DE RISCOS FINANCEIROS
5. CONTABILIZAÇÃO DE EVENTOS TÍPICOS DE BANCOS E APROPRIAÇÃO CONTÁBIL DE RENDAS E DESPESAS FINANCEIRAS – EXEMPLOS
6. EXERCÍCIOS
INTRODUÇÃO:
CONCEITOS INICIAIS RELACIONADOS AO MERCADO FINANCEIRO E À DINÂMICA DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
A INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 
Para se entender o funcionamento de uma INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, é fundamental entender, primariamente, o seu negócio básico, a INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA.
De forma análoga às empresas comerciais, as instituições financeiras são intermediários. A diferença básica é que, enquanto as empresas comerciais fazem intermediação de mercadorias, as instituições financeiras fazem intermediação de disponibilidade de recursos financeiros. Por basearem seu negócio na intermediação financeira, as instituições financeiras também são chamadas de INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS. 
Em Economia, os agentes podem encontrar-se em duas situações distintas, no que tange à disponibilidade de recursos financeiros em um determinado momento: 
AGENTES ECONÔMICOS SUPERAVITÁRIOS (também chamados de APLICADORES, ou INVESTIDORES: São agentes econômicos que, em dado momento, possuem recursos financeiros disponíveis e disposição para aplicar tais recursos por um determinado prazo, auferindo renda por essa aplicação. Podem encontrar-se nessa situação entidades como FAMÍLIAS, EMPRESAS ou GOVERNOS. Tradicionalmente, uma classe especial de investidores é referida na literatura, os chamados INVESTIDORES INSTITUCIONAIS. São assim chamados quaisquer entidades que, por característica inerente à sua principal atividade, agreguem grande quantidade de recursos financeiros (poupança), os quais são carreados para o mercado financeiro. Exemplos típicos são as entidades de previdência privada (conhecidas como fundos de pensão). Também são exemplos dessa classe, os fundos de investimento, as companhias seguradoras e as companhias de capitalização. 
AGENTES ECONÔMICOS DEFICITÁRIOS (também referidos como TOMADORES ou DEVEDORES): São agentes econômicos que, em dado momento, necessitam captar recursos financeiros de terceiros por um determinado prazo, a fim de financiar, no presente, consumo, investimento ou capital de giro para os quais, ou não possuem recursos financeiros disponíveis, ou, por uma decisão financeira (alavancagem, por exemplo), optem por utilizar-se de recursos de terceiros. Podem enquadrar-se nessa situação também FAMÍLIAS, EMPRESAS ou GOVERNOS. 
É a existência dessas duas situações que geram a oferta e a demanda. O objeto da oferta e da demanda é a DISPONIBILIDADE DE RECURSOS FINANCEIROS POR UM DETERMINADO PRAZO. Os agentes econômicos superavitários são os OFERTANTES enquanto os DEFICITÁRIOS são os DEMANDANTES. Como em qualquer mercado, isso tem um preço. Esse preço é o que chamamos de JUROS ou, de uma forma mais abrangente, de ENCARGOS FINANCEIROS. Assim, um aplicador opta por disponibilizar recursos financeiros a um tomador por um determinado prazo com o intuito de auferir RENDA, decorrente desses JUROS ou ENCARGOS FINANCEIROS. O seguinte esquema ilustra a base do mercado financeiro: 
As transações do mercado financeiro são formalizadas através de INSTRUMENTOS FINANCEIROS, CONTRATOS que vinculam os agentes envolvidos e detalham os aspectos relativos aos prazos, encargos financeiros e demais condições, como garantias, por exemplo.
Alguns desses contratos podem transformar-se em TÍTULOS, por um processo chamado SECURITIZAÇÃO que visa, sobretudo, facilitar a troca de agentes envolvidos, permitindo o surgimento de um MERCADO SECUNDÁRIO, o que dá LIQUIDEZ às posições, aumentando a dinâmica do mercado.
No mercado financeiro fatores complexos geram a necessidade de intermediários no fluxo de recursos financeiros dos agentes econômicos superavitários para os deficitários. Tais fatores podem ser resumidos como CONFIANÇA, ESPECIALIZAÇÃO, COMPATIBILIZAÇÃO DE PRAZOS e COMPATIBILIZAÇÃO DE VALORES. 
CONFIANÇA: Em uma análise racional, nenhum ser aplicador teria como contraparte um tomador no qual não confie que os recursos retornarão. Então, de modo a minimizar o RISCO, os investidores buscam, em suas decisões, maximizar o retorno associado ao risco de seu investimento. Em um SISTEMA FINANCEIRO REGULAMENTADO, onde exista uma estrutura regulatória governamental para as transações do mercado financeiro, as Instituições Financeiras acabam se mostrando como organizações mais confiáveis que os modelos particulares. 
ESPECIALIZAÇÃO: A atuação no mercado financeiro demanda conhecimento e análises relativas aos riscos e perspectivas de retorno esperado associadas às alternativas disponíveis. Em geral, os pequenos investidores não têm conhecimento adequado ou acesso às informações necessárias para uma tomada de decisão acerca de onde investir seu dinheiro. Estes tendem a buscar as instituições financeiras em virtude do grau de especialização destas. 
COMPATIBILIZAÇÃO DE PRAZOS: Superados fatores como confiança e especialização, para que haja uma transação no mercado financeiro, há a necessidade de que as expectativas de prazo dos agentes sejam “casadas”, ou seja, aqueles que buscam empréstimos de recursos tem que encontrar outro agente econômico com dinheiro disponível e vontade de aplicá-los em prazos equivalentes. 
COMPATIBILIZAÇÃO DE VALORES: De forma semelhante aos PRAZOS, para que as expectativas de valores sejam “casadas” entre os agentes, as poupanças devem ser suficientes para suprir as demandas por recursos oriundas dos projetos de financiamento privados e públicos.
Assim, os INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS têm como função básica na economia a criação de instrumentos que facilitem o fluxo de recursos entre os AGENTES ECONÔMICOS SUPERAVITÁRIOS (ofertantes) e os DEFICITÁRIOS (demandantes). Ou seja, são basicamente ALOCADORES DE RECURSOS. 
Como intermediários, as INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS “compram” e “vendem” algo, fazendo seu resultado justamente pela diferença de “preço” que pagam aos seus “fornecedores” e o que cobram dos seus “clientes”. 
A “mercadoria” das IFs é a DISPONIBILIDADE DE RECURSOS FINANCEIROS POR UM DETERMINADO PRAZO. O “preço” corresponde aos JUROS e demais ENCARGOS FINANCEIROS cobrados dos seus “clientes”, no caso, os TOMADORES ou AGENTES ECONÔMICOS DEFICITÁRIOS ou pagos aos seus “fornecedores” no caso, os APLICADORES ou AGENTES SUPERAVITÁRIOS ou DEPOSITANTES.
A “margem” das IFs é chamada de “SPREAD”, que é diferença entre os juros ou encargos cobrados dos TOMADORES e aqueles pagos aos DEPOSITANTES. É a base da formação do RESULTADO DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA, análogo ao lucro bruto na Demonstração do Resultado das empresas comerciais. 
Os INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS, têm à sua disposição,INSTRUMENTOS FINANCEIROS de CAPTAÇÃO e de APLICAÇÃO de recursos, que podem ser chamados, respectivamente, OPERAÇÕES PASSIVAS e OPERAÇÕES ATIVAS. A maior parte dos instrumentos financeiros permitidos aos INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS para a sua atividade fim não são permitidos aos demais agentes econômicos não caracterizados como INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. Por exemplo, somente INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS podem captar recursos via DEPÓSITOS (à vista, à prazo, de poupança, etc.) e aplicar recursos via OPERAÇÕES DE CRÉDITO (empréstimos, desconto de títulos e financiamentos). 
As OPERAÇÕES PASSIVAS geram despesas para as INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, em função dos JUROS e demais ENCARGOS FINANCEIROS pagos aos seus DEPOSITANTES, despesas essas denominadas DESPESAS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA. Por outro lado, as OPERAÇÕES ATIVAS geram receitas para as instituições financeiras, decorrentes dos JUROS e demais ENCARGOS FINANCEIROS cobrados dos seus TOMADORES, receitas essas denominadas de RECEITAS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA.
O confronto das RECEITAS e DESPESAS da INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA forma o RESULTADO BRUTO DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA, linha da DRE que equivale ao LUCRO BRUTO das INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS.
OS INSTRUMENTOS FINANCEIROS 
Todo INSTRUMENTO FINANCEIRO é um CONTRATO, ou seja, um acordo entre partes que gera direitos e obrigações, no caso, de natureza financeira ou patrimonial. A parte detentora dos direitos é o que chamamos de INVESTIDOR ou APLICADOR 
Os INSTRUMENTOS FINANCEIROS, tanto os de utilização exclusiva de INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS (depósitos, operações de crédito, etc.) quanto os disponíveis aos agentes econômicos em geral (debêntures, ações, títulos públicos, etc.) podem ser classificados quanto ao tipo de remuneração, primariamente, como instrumentos de RENDA FIXA ou de RENDA VARIÁVEL.
Caracterizam-se como de RENDA FIXA os instrumentos com PRAZO DETERMINADO de vencimento e REMUNERAÇÃO CONTRATUALMENTE ESTABELECIDA. Como exemplos de INSTRUMENTOS FINANCEIROS DE RENDA FIXA temos os depósitos, as operações de crédito, os títulos públicos, as debêntures, etc.
Os INSTRUMENTOS FINANCEIROS DE RENDA VARIÁVEL caracterizam-se pelo PRAZO INDETERMINADO e pela REMUNERAÇÃO VARIÁVEL, ou seja, não estabelecida entre as partes, sendo exemplo clássico, as ações. A não existência de uma remuneração contratualmente estabelecida não significa que os aplicadores em instrumentos de renda variável não esperem obter renda com os mesmos. Só que tal renda é função do RESULTADO do emissor, ou seja, quem aplica em um instrumento dessa natureza torna-se SÓCIO do emissor. É exatamente o caso das ações. 
Ajuda a entender a diferenciação relacionando esses conceitos aos conceitos contábeis de PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO, considerando a ótica do agente tomador. Os instrumentos de RENDA FIXA são contabilizados no PASSIVO do tomador, enquanto os de RENDA VARIÁVEL no PATRIMÔNIO LÍQUIDO. 
O CUSTO HISTÓRICO ACRESCIDO DAS RENDAS ou DESPESAS APROPRIADAS PRO RATA TEMPORIS EM RAZÃO DA FLUÊNCIA DO PRAZO, SEGUNDO O REGIME DE COMPETÊNCIA como VALOR DA CURVA, em referência à curva de juros e demais encargos financeiros histórica, será sempre a base da avaliação contábil de qualquer instrumento financeiro, seja ele ativo ou passivo, independentemente da existência ou não de mercado secundário. Em cima dessa base de valor é que são efetuados ajustes, dependendo do caso. 
A evolução dos mercados financeiros produziu ainda os chamados INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVATIVOS, que se caracterizam por ter seu preço DERIVADO de algum outro preço de ativo (ações ou mercadorias, por exemplo), taxa (DI, SELIC, US$, por exemplo) ou índices (IBOVESPA, por exemplo). São derivativos clássicos os TERMOS, FUTUROS, OPÇÕES e SWAP´s. Os agentes econômicos recorrem a esses instrumentos por diferentes motivações, como para proteger-se de riscos (HEDGE), para aproveitar distorções temporárias de preços em diferentes segmentos do mercado financeiro (ARBITRAGEM) ou mesmo para simples ESPECULAÇÃO. 
Assim, as INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS baseiam seu negócio em INSTRUMENTOS FINANCEIROS ATIVOS ou OPERAÇÕES ATIVAS e INSTRUMENTOS FINANCEIROS PASSIVOS ou OPERAÇÕES PASSIVAS. 
1. FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
1.1 CONCEITO
Contabilidade é a ciência que estuda, registra, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades com fins lucrativos ou não.
1.2 PATRIMÔNIO
Conjunto de bens, direitos e obrigações suscetíveis de avaliação econômica, vinculados a uma entidade ou pessoa física.
O patrimônio é dividido em três partes.
1a Parte	 – 	ATIVO (A) - parte positiva, composta de bens e direitos.
2a Parte	 – 	PASSIVO EXIGÍVEL (PE) - parte negativa, composta das obrigações com terceiros.
	3a Parte	 – 	PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) – parte diferencial entre o ativo e o passivo exigível. O patrimônio líquido representa as obrigações da entidade para com os sócios ou acionistas (proprietários) e indica a diferença entre o valor dos bens e direitos (ativo) e o valor das obrigações com terceiros (passivo exigível).
Essa parte diferencial (PL) é que vai medir ou avaliar a situação ou condição da entidade sendo, portanto, considerado como PASSIVO NÃO EXIGÍVEL.
Equação Fundamental do Patrimônio: PL = A – PE
		
Especificação da fórmula: PL = Patrimônio Líquido, A = Ativo, PE = Passivo Exigível.
Representação Gráfica do Patrimônio
PATRIMÔNIO
ATIVO +
PASSIVO (-)
Bens
Exigível – Obrigações
Direitos
PL/SL
TOTAL
TOTAL
 1.2.1 ATIVO 
São os valores positivos (bens e direitos) do patrimônio e subdivide-se em:
Circulante (AC)
Agrupa as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as despesas antecipadas (pagas e não incorridas).
Realizável a Longo Prazo (ARLP)
Direitos realizáveis após o término do exercício social subseqüente, os direitos não derivados de vendas, bem como os adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituam negócios usuais no objeto da exploração da companhia, independentemente do prazo.
Permanente (AP)
Agrega os bens da manutenção da empresa, bem como os bens de uso futuro e as despesas diferidas. Subdivide-se em:
		a.	Investimento (APInv) – ações, quotas de outras empresas adquiridas com a intenção de permanência, os bens de uso futuro, e os direitos de qualquer natureza não classificáveis no Ativo Circulante ou no Realizável a Longo Prazo, e que não se destinem a manutenção da atividade da companhia, ou seja, bens ou direitos sem os quais a companhia poderia existir. 
		b.	Imobilizado (APImob) – bens e direitos da manutenção, ou seja, necessários a atividade principal da empresa.
		c.	Diferido (APDif) – compreende as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, são as chamadas despesas diferidas, que são aquelas despesas que foram pagas e incorridas, mas com benefícios ao longo do tempo, exemplo: despesas pré-operacionais, despesas com pesquisas, despesas de implantação, despesas de reorganização.
Investimentos 
Em sentido restrito, significa APLICAÇÃO DE CAPITAIS fora do objeto social da empresa, ou seja, aplicação de capitais objetivando obtenção de rendimentos ou receitas extra-operacionais (compra de ações ou quotas de capital, títulos, obras de arte, etc.)
Participações Societárias 
São aplicações de recursos em investimentos efetuados por uma sociedade (denominada investidora) na aquisição de ações ou quotas de capital de outra pessoa jurídica (denominada investida).
Participações em Controladas
Quando a investidora, denominada Controladora, detiver, direta ou indiretamente, a titularidade de mais de 50% do capital votante de uma sociedade investida, que é denominada Controlada.
Participações em Associadas
Quandoa participação da investidora for inferior a 10 % do capital total da investida que não será considerada controlada e nem coligada. Apenas ASSOCIADA.
1.2.2 PASSIVO
São os valores negativos (obrigações) do patrimônio e subdivide-se em:
Circulante (PC)
Agrupa as obrigações vencíveis no exercício seguinte.
Exigível a Longo Prazo (PELP)
Agrupa as obrigações com vencimento após o término do exercício seguinte.
Resultados de Exercícios Futuros (REF)
Agrupa as receitas de exercícios futuros que correspondem a valores recebidos antecipadamente, diminuídos de seus custos e despesas correspondentes, desde que essas receitas antecipadas não impliquem ao recebedor a devolução dos valores recebidos caso haja o distrato da operação. 
1.2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Representa as obrigações para com os sócios, acrescidas das reservas e dos lucros (auferidos) ou prejuízos (suportados). Subdivide-se em:
Capital Social (CS): representa os bens ou direitos entregues ou a entregar pelos sócios à empresa. Pode ser:
Capital Social Subscrito (CSS) - é o comprometido pelos sócios.
Capital Social Realizado (CSR) - é o efetivamente entregue pelos sócios à empresa.
Capital Social a Realizar (CSaR) - é a diferença entre o capital social subscrito e o capital social realizado.
Reservas
Reservas de Capital
São contribuições recebidas dos proprietários e de terceiros que não representam receitas ou ganhos que, portanto, não devem transitar por contas de resultado.
Classificam-se como Reservas de Capital:
–	Correção Monetária do Capital Realizado;
–	Ágio na Emissão de Ações;
–	Produto na Alienação de Partes Beneficiárias;
–	Produto na Alienação de Bônus de Subscrição;
–	Prêmios na Emissão de Debêntures;
–	Doações;
–	Subvenções para Investimentos;
–	Incentivos Fiscais.
Reserva de Correção Monetária do Capital Realizado:
Representa o valor da correção monetária do Capital Social Realizado até o momento de sua capitalização (transformação da reserva em Capital Social efetivamente) por decisão dos sócios ou acionistas.
	Resultado de Correção Monetária
	a Reserva de Correção Monetária do Capital Social
Reserva de Ágio na Emissão de Ações:
Esta reserva representa, portanto, a contribuição do subscritor que ultrapassar o valor nominal da ação e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação de capital.
	Valor pago pela ação	12
	(-) Valor da Ação	10
	(=) Ágio na Emissão 	 2
	Contabilização:
	Caixa ou Bancos				12
	a Capital Social		10	
	a Reserva de Ágio na Emissão de Ações	 2
Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias
Partes Beneficiárias são títulos sem valor nominal, emitidos pela companhia e negociáveis no mercado de valores mobiliários. Não fazem parte do Capital Social, portanto não se confundem com ações. 
As Partes Beneficiárias não podem ultrapassar a 10% do Lucro, e elas podem ser:
	a.	atribuídas gratuitamente a fundadores, acionistas ou terceiros (não são contabilizadas como Reservas);
	b.	alienadas a terceiros (nesse caso, a Reserva deve ser constituída)
Reserva de Produto da Alienação de Bônus de Subscrição
Compreende o valor ganho pela sociedade, proveniente da venda de direitos de subscrição de ações, dentro do limite do capital autorizado. Esses títulos conferem aos adquirentes o direito de subscrever ações no próximo aumento de capital, sendo uma espécie de ágio pago antecipadamente.
Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures
Debêntures são títulos emitidos pela companhia, que representam obrigações, de longo prazo, dando a seus titulares, além da participação no lucro, rendimento de juros e correção monetária. Podem ou não ser conversíveis em ações. Na emissão, podem ser vendidos a um preço superior ao seu valor nominal; essa diferença representa um PRÊMIO e deve ser registrada como Reserva de Capital.
	Título alienado por	550
	Valor Nominal do Título	500
	Prêmio na Emissão	 50
	
Contabilização:
	Caixa ou Bancos					550
	a Debêntures a Pagar (PELP)			500
	a Reservas de Prêmio na Emissão de Debêntures	 50
Reserva de Doações
As companhias podem receber doações em dinheiro, créditos/direitos ou em bens. Os ativos recebidos em doação devem ser contabilizados pelo valor de mercado. Por exemplo, se a empresa receber um terreno, deverá avaliá-lo, através de laudo, para saber quanto lhe custaria caso o tivesse comprado. Esse deverá ser então o valor do imóvel e o da reserva respectiva.
Reserva de Subvenção para Investimentos
Subvenção são os valores concedidos às empresas pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal como incentivo ou ajuda a setores econômicos, em cujo incremento tenha interesse. As subvenções, quando concedidas às empresas, podem se destinar a financiar a implantação ou expansão de empreendimentos (subvenções para investimentos) ou para cobrir déficits de empresas públicas ou sociedades de economia mista (subvenções para custeio).
Reserva de Incentivos Fiscais
São os incentivos não incluídos nas subvenções para investimentos, tais como os relativos aos fundos setoriais de desenvolvimento FINOR, FINAN e FUNRES, que correspondem à redução do valor devido como imposto de renda pela pessoa jurídica para a aplicação nesses fundos. 
Utilizam-se as Reservas de Capital para:
absorção de prejuízos, quando estes ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros;
incorporação ao capital social;
pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando esta vantagem lhes for assegurada; 
resgate, reembolso ou compra de ações.
Reservas de Reavaliação:
Reavaliação representa a complementação, até o valor de mercado, pela diferença entre este valor e o do custo contábil do bem, corrigido monetariamente.
Ex.	Equipamentos:	
	Valor de Mercado	500.000
	(-) Custo Contábil Corrigido	360.000
	(=) Reavaliação	140.000
	Contabilização:
	Bem Reavaliado (Equipamentos)	
	a Reserva de Reavaliação	140.000
Baixa da Reserva de Reavaliação
A reserva de reavaliação constituída será baixada contra a conta de lucros acumulados ou a crédito de resultado não operacional à medida que o ativo reavaliado for sendo realizado mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa por perecimento ou obsolescência.
Tomando o exemplo acima, e sabendo que a taxa de depreciação de equipamentos é de 10% a.a., teríamos os seguintes lançamentos:
	10% de 500.000,00 = 50.000
	Despesa de Depreciação
	a Depreciação Acumulada – Equipamentos
	Pela depreciação do período			50.000
	Reserva de Reavaliação
	a Lucros Acumulados
	Pela realização parcial da reserva
	em decorrência de depreciação do
	bem reavaliado			14.000
É vedado às instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil a realização de reavaliação de ativos de uso próprio e a constituição das respectivas reservas de reavaliação.
O saldo das reservas de reavaliação existentes na data da entrada em vigor da Resolução 3.565, de 29 de maio de 2008, deve ser mantido até a data de sua efetiva realização por depreciação e baixa, inclusive por alienação do ativo reavaliado.
Reservas de Lucros
São as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. Representam “lucros reservados”. São lucros contabilmente realizados que ainda não foram distribuídos aos sócios ou acionistas.
	Classificam-se como Reservas de Lucros:
	–	Reserva Legal
	–	Reservas Estatutárias
	–	Reservas para Contingências
	–	Reservas de Retenção de Lucros
	–	Reserva de Lucros a Realizar
	–	Reserva Especial de Lucros para Dividendos Obrigatórios não Distribuídos.
Reserva Legal
		1.	Finalidade – assegurar a integridade do capital social, aumentando o capital social ou absorvendoprejuízos;
		2.	De natureza obrigatória;
		3.	Limite – 20% do capital social realizado;
		4.	Base de cálculo – o Lucro Líquido do Exercício;
		5.	Percentual aplicado – 5%;
		6.	Não precisará ser constituída quando:
seu saldo atingir a 20% do valor do Capital Social (corrigido); 
seu saldo, antes da constituição referente ao exercício, somado ao montante das reservas de capital (exceto a Reserva de Correção Monetária do Capital), atingir 30% do Capital Social (corrigido); 
Reservas Estatutárias
		1.	De constituição facultativa;
		2.	Finalidade, base de cálculo, valor e limite - de acordo com o estatuto;
		3.	Tipos de Reservas Estatutárias (previstas no Estatuto)
			–	Reserva para Aumento do Capital;
			– 	Reserva para Resgate de Debêntures;
			–	Reserva para Resgate de Partes Beneficiárias;
			–	Reserva para a Amortização de Ações.
		
Reservas Para Contingências
	1.	De constituição facultativa;
	2.	Finalidade – compensar prejuízos futuros, cujo valor possa ser estimado;
	3.	Valor – de acordo com a assembléia, que deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, quais as razões de prudência que recomendem a sua constituição;
Reservas de Retenção de Lucros
		1.	De constituição facultativa;
		2.	Finalidade – separar parte do lucro apurado, visando manter tais recursos na companhia para aplicação em projetos de expansão;
		3.	Base de Cálculo – de acordo com orçamento aprovado na assembléia
	
Reserva de Lucros a Realizar
Significado de Lucros a Realizar: tendo em vista que a contabilidade adota o regime de competência, para registrar suas operações, pode ocorre que a empresa venha a apurar um lucro líquido sem o correspondente acréscimo em disponibilidades. Tais lucros apesar de econômica e contabilmente realizados, estão financeiramente por realizar (Lucros a Realizar). 
	Lucros a Realizar:
	I.	Saldo Credor da Correção Monetária;
	II.	O aumento do valor do investimento em coligadas e controladas, ou seja, o Resultado Positivo da Equivalência Patrimonial;
	III.		O lucro em vendas a prazo realizável após o término do exercício seguinte, ou seja, o lucro proveniente das vendas classificadas no ARLP.
	Esta reserva é de constituição facultativa, porém só existirá quando a soma dos Lucros a Realizar, forem maiores que o somatório das demais Reservas de Lucros constituídas no período.
Reserva Especial de Lucros para Dividendos Obrigatórios não Distribuídos
Quando a sociedade tem dividendo obrigatório a distribuir e não existem recursos financeiros para seu pagamento, ela poderá não efetuar a distribuição (art. 202. § 4o e 5o da Lei 6.404/76); os lucros que deixarem de ser distribuídos serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos subseqüentes, deverão ser pagos como dividendos assim que o permitir a situação financeira da companhia.
Os lucros acumulados não destinados às reservas previstas devem ser contabilizados como RESERVAS DE LUCROS À DISPOSIÇÃO DA ASSEMBLÉIA
1.3 TÉCNICAS CONTÁBEIS
A contabilidade para atingir sua finalidade se utiliza das seguintes técnicas.
Escrituração
É o registro de todos os fatos que ocorrem no patrimônio.
Método das Partidas Dobradas
A essência deste método, é que o registro de qualquer operação implica que um débito em uma ou mais contas deve corresponder um crédito equivalente, em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual a soma dos valores creditados, ou simplificando:
Contas
Representam os registros de débito e crédito da mesma natureza ou espécie identificadas por um título que qualifica os elementos do patrimônio (bem, direito, obrigação ou situação líquida) ou uma variação patrimonial (receitas e despesas).
Elementos da Conta
São seis os elementos de uma conta:
Título – é o nome da conta.
Data – marcação do tempo do fato (dia, mês e ano).
Histórico – é a narração do fato ocorrido.
Débito – estado de dívida da conta
Crédito – estado haver da conta
Saldo – é a diferença entre o débito e o crédito. Pode ser:
		Devedor – quando débito maior que crédito.
		Credor – quando débito menor que crédito.
		Nulo – quando débito igual a crédito.
Débito, Crédito e Saldo
Débito de uma conta – situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que representam: bens, direitos, despesas e custos têm saldo devedor.
Crédito de uma conta – situação de direito de haver da conta. As contas que representam: obrigações (PE), Patrimônio Líquido (PL) e receitas, têm saldo credor.
Saldo de uma conta - representa a diferença entre o valor do débito e do crédito. Os saldo podem ser: devedor, credor ou nulo.
1.4 LANÇAMENTO CONTÁBIL – MECANISMO DO DÉBITO E DO CRÉDITO 
Lançamento é o registro dos fatos contábeis (aqueles que provocam mudanças na composição do patrimônio da entidade), efetuados de acordo com o método das partidas dobradas. É feito em ordem cronológica e obedecendo a determinada técnica.
Passos para se Efetuar um Lançamento.
Dado um fato contábil, devemos seguir alguns passos para efetuar seu devido lançamento.
Exemplo: Compra de um veículo à vista em dinheiro no valor total de $ 10.000,00
1o passo – identificar as contas envolvidas no fato;
	
Caixa (valor em dinheiro)
Veículo (bem) 
2o 	passo – identificar a natureza das contas, ou seja, a que grupos pertencem: Ativo (A); Passivo (PE); Patrimônio Líquido (PL); Receitas (R); ou Despesas (D).
		Caixa – conta do Ativo (A)
		Veículo – conta do Ativo (A)
3o 	passo – identificar o que o fato provoca sobre o saldo das contas, ou seja, se o saldo aumentará ou diminuirá; no caso:
		Caixa (A) o saldo diminuirá (-);
		Veículos (A) o saldo aumentará (+); 
4o passo – efetuar o lançamento contábil segundo o método das partidas dobradas, com a utilização do quadro-resumo do mecanismo do débito e crédito, da seguinte forma:
Demonstrações Financeiras 
São demonstrativos expositivos dos fatos ocorridos num determinado período. Representam a exposição gráfica dos fatos. São elas:
–	Balanço Patrimonial
–	Demonstração do Resultado do Exercício
–	Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
–	Demonstração das Mutações do patrimônio Líquido
–	Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
Auditoria
É o exame e a verificação da exatidão ou não dos procedimentos contábeis.
Apuração de Resultado
É a diferença entre o valor das Receitas e o valor das Despesas, podendo ser:
Positivo ou Lucro - quando o valor das receitas é superior ao das despesas;
Negativo ou prejuízo – quando o valor das receitas é inferior ao das despesas;
Nulo – quando o valor das receitas é igual ao valor das despesas.
Receitas
São entradas de elementos para o ativo da empresa, na forma de bens ou direitos que sempre provocam aumento da situação líquida.
Despesas
É gasto incorrido para, direta ou indiretamente, gerar receitas. As despesas podem diminuir o ativo ou aumentar o passivo, mas sempre provocam diminuições na situação líquida ou patrimônio líquido. 
Antecipadas
Exemplo: Pagamos à vista o seguro do nosso veículo, relativo a 01 ano. O seguro foi pago hoje (despesa paga) e tal despesa não diz respeito tão somente a data do pagamento (não incorrida)
Incorridas
significa dizer que: já se concretizou, materializou, formalizou.
Diferidas
significa: despesa adiada, postergada, levada para o futuro. 
Exemplo: Uma indústria automobilística pagou despesas relativas a um projeto de desenvolvimento tecnológico para um novo modelo de veículo a ser lançado no mercado.
Características do fato:
a indústria pagou a despesa com o projeto – DESPESA PAGA
o projeto foi realizado – DESPESA INCORRIDA
quando no futuro o modelo forproduzido em série e lançado no mercado, trará retorno – BENEFÍCIOS AO LONGO DO TEMPO.
 
Resultados de Exercícios Futuros
Exemplo: Se recebermos de alguém o valor de $ 12.000,00 correspondente ao aluguel de 12 meses, sem a obrigação de devolvermos, em havendo o distrato, estamos diante de uma receita de exercícios futuros.
Encerramento das Contas de Despesas e Receitas
As contas de receita e despesa são contas temporárias, pois são encerradas a fim de se apurar o resultado do exercício. O lucro ou prejuízo de um exercício é determinado através do confronto das contas de receita e despesa, e esse resultado líquido é apurado na conta denominada de Apuração do Resultado do Exercício (ARE).
Transferência dos Saldos das Contas de Resultado para a Conta de Apuração do Resultado do Exercício (ARE).
As contas de receita por possuírem saldo credor, serão encerradas debitando-se a respectiva conta pelo valor do saldo (portanto, tornando-se o saldo nulo, “encerrando-se” a conta) e creditando-se a conta ARE.
Receitas de Aluguel
ARE
(1) 20.000,00
 20.000,00
 20.000,00 (1)
As contas de despesa, por apresentarem saldo devedor, serão encerradas creditando-se a conta respectiva e debitando-se a conta ARE pelo valor do seu saldo.
	
Despesas de Juros
ARE
 12.000,00
 12.000,00 (2)
(2) 12.000,00
 20.000,00 (1)
 8.000,00 (S)
Transferência do Saldo da Conta ARE para a Conta Patrimonial “Reservas de Lucros Ou Prejuízos Acumulados”
A conta ARE, por sua vez, será encerrada contra uma conta denominada Reservas de Lucros ou Prejuízos Acumulados que é uma conta patrimonial onde fica acumulado o resultado do exercício.
ARE
Reservas de Lucros ou Prejuízos Acumulados
(1) 8.000,00
8.000,00 (S)
 8.000,00 (1)
1.5 CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS CONTÁBEIS
Fato contábil permutativo (ou compensativo)
São os que não provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido (PL), mas podem modificar a composição dos demais elementos patrimoniais, determinam uma variação específica do patrimônio (VARIAÇAO PATRIMONIAL QUALITATIVA).
Fato contábil modificativo
São os que provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido (PL), determinando uma variação quantitativa do patrimônio (VARIAÇÃO PATRIMONIAL QUANTITATIVA).
Pode ser: diminutivo aumentativo.
Fato contábil misto (ou composto)
São os que combinam fatos permutativos com fatos modificativos, determinando variação qua​litativa e quantitativa do patrimônio, ou VARIAÇÃO PATRIMONIAL MISTA.
1.6 REGIMES DE CONTABILIZAÇÃO
Regime de Caixa
Considere no registro contábil do pagamento ou recebimento no momento de sua efetivação, não importando a que período se refere o fato.
Regime de Competência
Determina que as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. 
Regime Misto
Consiste no registro das despesas quando incorridas independentemente de estarem pagas ou não, e o registro das receitas somente quando efetivamente recebidas.
1.7 CÁLCULO E ANÁLISE DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Os índices de liquidez avaliam a capacidade de pagamento da empresa frente a suas obrigações. Sendo de grande importância para a administração da continuidade da empresa, as variações destes índices devem ser motivos de estudos para os gestores.
As informações para o cálculo destes índices são retiradas unicamente do Balanço patrimonial, 
Liquidez corrente - Calculada a partir da Razão entre Ativo Circulante e Passivo Circulante.
Liquidez Imediata - Considera apenas caixa, saldos bancários e aplicações financeiras de liquidez imediata para quitar as obrigações. É a razão entre o Disponível e o Passivo Circulante
Liquidez Geral - Leva em consideração a situação a longo prazo da empresa, incluindo no cálculo os direitos e obrigações a longo prazo. Liquidez Geral = (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante)
Índice de Endividamento - É a razão entre o Ativo Total e o Passivo Total
1.8 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE
Conceito
São os preceitos resultantes do desenvolvimento da aplicação prática dos princípios técnicos emanados da Contabilidade, de uso predominante no meio em que se aplicam, proporcionando interpretação uniforme das demonstrações financeiras.
Objetivo 
Os princípios contábeis permitem aos usuários fixar padrões de comparação e de credibilidade em função do reconhecimento dos critérios adotados para a elaboração das demonstrações financeiras, aumentam a utilidade dos dados fornecidos e facilitam a adequada interpretação entre empresas do mesmo setor.
Enumeração
O Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução nº 750/93, determinou os seguintes Princípios Fundamentais de Contabilidade:
I -o da ENTIDADE;
II -o da CONTINUIDADE;
III -o da OPORTUNIDADE;
IV -o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V -o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;
VI -o da COMPETÊNCIA e
VII -o da PRUDÊNCIA.
	a.	Princípio da Entidade
		–	o patrimônio da entidade não se confunde com o de seus sócios ou acionistas ou proprietário individual.
		–	a contabilidade é mantida para a empresa como uma entidade identificada, registrando os fatos que afetam o seu patrimônio e não o de seus titulares, sócios ou acionistas.
este princípio afirma a autonomia patrimonial evidenciando que este não se confunde com aqueles de seu sócios ou proprietários, no caso de sociedades ou instituições.
	b.	Princípio da Continuidade
		–	a continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.
		–	pressupõe a continuidade indefinida das atividades operacionais de uma entidade até que hajam evidências ou indícios muito fortes em contrário. Por conseqüência, como as demonstrações financeiras são estáticas não podem e não devem ser desvinculadas de períodos anteriores e subseqüentes.
	
	c.	Princípio da Oportunidade
		–	refere-se simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.
		–	reconhecimento imediato de ativos e passivos nos registros contábeis, considerando-se, inclusive, para os casos em que não haja uma prova documental concreta, a possibilidade de uma estimativa técnica, razoável e objetiva, visando evitar o liberalismo por parte das pessoas.
	d.	Princípio do Registro pelo Valor Original
		–	os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade.
	e.	Princípio da Atualização Monetária
		–	os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.
		–	indica a necessidade de reconhecimento da perda do poder aquisitivo da moeda sobre o valores que integram as demonstrações financeiras.
		–	o objetivo do princípio da atualização monetária é, o de eliminar das demonstrações financeiras da entidade as distorções causadas pela desvalorização da moeda.
	f.	Princípio da Competência
		–	as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se relacionarem, independentementede recebimento ou pagamento.
		–	as receitas e as despesas são atribuídos aos períodos de acordo com a real incorrência dos mesmos, isto é, de acordo com a data do fato gerador e não quando são recebidos ou pagos. 
	g.	Princípio da Prudência
		–	determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior valor para os componentes do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
		–	visa a prudência na preparação dos registros contábeis, com a adoção de menor valor par os itens do ativo e da receita, e o de maior valor para os itens do passivo e de despesa.
1.9 CONVENÇÕES CONTÁBEIS
Conceito
São as normas e os procedimentos que, delimitam, restringem a aplicação dos princípios quando existem várias opções a serem seguidas.
As convenções são:
	a.	Objetividade 
			–	os registros devem ter suporte, sempre que possível, em documentos de transações, normas e procedimentos escritos e práticas geralmente aceitos no ramo da atividade econômica.
			–	 para que não haja distorções nas informações contábeis, o contador deverá escolher, entre vários procedimentos, o mais adequado para descrever um evento contábil.
	b.	Materialidade
			–	a fim de se evitarem desperdícios de tempo e de recursos, devem ser aplicados com rigor os princípios contábeis apenas para os eventos dignos de atenção pela sua materialidade, isto é, pelo seu valor envolvido, considerando-se assim o binômio custo-benefício.
	c.	Consistência
			–	desde que se tenha adotado determinado critério, dentre vários igualmente válidos a luz de um certo princípio contábil, o critério não deve ser alterado ao longo do tempo, caso contrário se estaria prejudicando a comparabilidade dos relatórios contábeis.
	d.	Conservadorismo
			–	não antecipar receitas e apropriar todas as despesas e perdas possíveis.
			–	a posição conservadora será evidenciada no sentido de antecipar prejuízo e nunca no sentido de antecipar lucro.
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2. PLANO CONTÁBIL DAS INSTITUIÇÕES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - COSIF
O regulamento do COSIF e o elenco de todas as contas utilizadas, pode ser encontrado no endereço de Web abaixo:
http://www4.bcb.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=nmsDenorCosif:idvDenorCosif�
2.1 PRINCÍPIOS GERAIS
Objetivo:
“uniformizar os registros contábeis dos atos e fatos administrativos praticados, racionalizar a utilização de contas, estabelecer regras, critérios e procedimentos necessários à obtenção e divulgação de dados, possibilitar o acompanhamento do sistema financeiro, bem como a análise, a avaliação do desempenho e o controle, de modo que as demonstrações financeiras elaboradas, expressem, com fidedignidade e clareza, a real situação econômico-financeira da instituição e conglomerados financeiros.” (Circ 1273) 
As normas e procedimentos, bem como as demonstrações financeiras previstas no COSIF são obrigatórias para:
a) os bancos múltiplos;
b) os bancos comerciais;
c) os bancos de desenvolvimento;
d) as caixas econômicas;
e) os bancos de investimento;
f) os bancos de câmbio;
g) as sociedades de crédito, financiamento e investimento;
h) as sociedades de crédito ao microempreendedor;
i) as sociedades de crédito imobiliário e associações de poupança e empréstimo;
j) as sociedades de arrendamento mercantil;
l) as sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e câmbio;
m) as sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
n) as cooperativas de crédito;
o) os fundos de investimento;
p) as companhias hipotecárias;
q) as agências de fomento ou de desenvolvimento;
r) as administradoras de consórcio;
s) as empresas em liquidação extrajudicial.
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Não são obrigadas a adotar as normas do COSIF:
Sociedades de fomento mercantil (factoring)
Administradoras de cartões de crédito
Entidades de Previdência Privada
Seguradoras
Sociedades de Capitalização
Planos de Saúde
Escrituração
 
É competência do Conselho Monetário Nacional delegada ao Banco Central do Brasil, em reunião daquele Conselho, de 19/07/78. 
Cabe ao Banco Central do Brasil e à Comissão de Valores a expedição de normas para avaliação dos valores mobiliários
A instituição deve manter o Livro Diário ou o livro Balancetes Diários e Balanços e demais livros obrigatórios com observância das disposições previstas em leis e regulamentos. (Circ 1273) 
O simples registro contábil não constitui elemento suficientemente comprobatório, devendo a escrituração ser fundamentada em comprovantes hábeis para a perfeita validade dos atos e fatos administrativos.
A par das disposições legais e das exigências regulamentares específicas atinentes à escrituração, observam-se, ainda, os princípios fundamentais de contabilidade, cabendo à instituição: 
a) as modificações relevantes devem ser evidenciadas em notas explicativas, quantificando os efeitos nas demonstrações financeiras, quando aplicável; 
b) registrar as receitas e despesas no período em que elas ocorrem e não na data do efetivo ingresso ou desembolso, em respeito ao regime de competência; 
c) fazer a apropriação mensal das rendas, inclusive mora, receitas, ganhos, lucros, despesas, perdas e prejuízos, independentemente da apuração de resultado a cada seis meses; 
d) apurar os resultados em períodos fixos de tempo, observando os períodos de 1º de janeiro a 30 de junho e 1º de julho a 31 de dezembro; 
e) proceder às devidas conciliações dos títulos contábeis com os respectivos controles analíticos e mantê-las atualizadas, conforme determinado nas seções próprias deste Plano, devendo a respectiva documentação ser arquivada por, pelo menos, um ano. 
 A forma de classificação contábil de quaisquer bens, direitos e obrigações não altera, de forma alguma, as suas características para efeitos fiscais e tributários, que se regem por regulamentação própria. 
O fornecimento de informações inexatas, a falta ou atraso de conciliações contábeis e a escrituração mantida em atraso por período superior a 15 (quinze) dias, subseqüentes ao encerramento de cada mês, ou processados em desacordo com as normas consubstanciadas neste Plano Contábil, colocam a instituição, seus administradores, gerentes, membros do conselho de administração, fiscal e semelhantes, sujeitos a penalidades cabíveis, nos termos da lei. (Circ 1273) 
Eventuais consultas quanto à interpretação de normas e procedimentos previstos neste Plano, bem assim a adequação a situações específicas, devem ser dirigidas ao Banco Central/Departamento de Normas do Sistema Financeiro, com trânsito, para instrução, pela Delegacia Regional sob cuja jurisdição encontra-se a sede da instituição, obrigatoriamente firmadas pelo diretor e pelo profissional habilitado responsáveis pela contabilidade.
A existência de eventuais consultas sobre a interpretação de normas regulamentares vigentes ou até mesmo sugestões para o reexame de determinado assunto não exime a instituição interessada do seu cumprimento. (Circ 1273) 
As operações, ativas ou passivas, com taxas prefixadas contabilizam-se pelo respectivo valor de aplicação ou de captação. 
b) As operações ativas ou passivas com taxas pós-fixadas ou flutuantes contabilizam-se pelo valor do principal, a débito ou a crédito das contas que as registrem. Essas mesmas contas acolhem os juros e os ajustes mensais decorrentes das variações da unidade de atualização. 
A e b ) As rendas ou os encargos dessas operações são apropriados mensalmente, a crédito ou a débito das contas de resultado, em razão da fluência de seus prazos, admitindo-se a apropriação em períodos inferiores a um mês. 
A e b) As rendas ou os encargos relativos aos dias decorridos no mês da contratação da operação devem ser apropriados dentro dopróprio mês, pro rata temporis. 
A e b) A apropriação das rendas ou dos encargos mensais destas operações faz-se mediante a utilização do método exponencial, admitindo-se a apropriação segundo o método linear naquelas contratadas com cláusula de juros simples. 
Contagem do Prazo 
No cálculo de rendas e de encargos de operações ativas e passivas, para efeito do regime de competência, deve ser incluído o dia do vencimento e excluído o da operação. 
Dia do Aniversário 
Para fins de ajuste de operações ativas ou passivas contratadas com cláusula de variação monetária, entende-se como dia do aniversário aquele correspondente ao dia do vencimento, em qualquer mês, do título ou obrigação. Nos casos em que o dia da liberação for diferente daquele do aniversário, deve ser efetuado o cálculo complementar referente ao número de dias compreendido entre o dia do aniversário e o da liberação, complementando ou reduzindo a apropriação efetuada no primeiro mês. 
Exercício Social
O exercício social tem duração de um ano e a data de seu término, 31 de dezembro, deve ser fixada no estatuto ou contrato social.
Data-base para Elaboração de Balancete ou Balanço Patrimonial 
Para efeito de elaboração de balancetes mensais e balanços, as contas de resultados devem ser computadas até o último dia do mês, independentemente de ser o dia útil ou não, data que prevalecerá no preenchimento das demonstrações contábeis. 
Títulos de Renda Variável 
a) Cotados em Bolsa
Mensalmente, avalia-se a carteira de títulos de renda variável, cotados em bolsa, 
Títulos de Renda Fixa 
A carteira de títulos de renda fixa será avaliada mensalmente, adotando-se como base o menor valor entre o contábil e o de mercado. 
I – Valor Contábil – compreende o custo de aquisição, acrescido dos rendimentos pro rata auferidos;
II – Valor de Mercado – para efeito deste item, compreende aquele que se pode obter, na data da avaliação, com a venda do título. 
Elenco de Contas
As instituições financeiras são obrigadas a utilizar os códigos, títulos, subtítulos e funções contábeis previstos no plano e não podem alterar ou modificar qualquer elemento caracterizador da conta padronizada
A codificação das contas observa a seguinte estrutura:
1º dígito – GRUPOS
I - Ativo:
1 - Circulante e Realizável a Longo Prazo;
2 - Permanente;
3 - Compensação;
II - Passivo:
4 - Circulante e Exigível a Longo Prazo;
5 - Resultados de Exercícios Futuros;
6 - Patrimônio Líquido;
7 - Contas de Resultado Credoras;
8 - Contas de Resultado Devedoras;
9 - Compensação.
2º dígito – SUBGRUPOS
3º dígito - DESDOBRAMENTOS DOS SUBGRUPOS
4º e 5º dígitos - TÍTULOS CONTÁBEIS
e) 6º e 7º dígitos - SUBTÍTULOS CONTÁBEIS
8º dígito - CONTROLE (dígito verificador)
2.1.2 DAS NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
O § 5º do art. 176 da Lei das S/A – indicar: 
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; 
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes; 
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações; 
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; 
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; 
f) o número, espécies e classes das ações do capital social; 
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; 
h) os ajustes de exercícios anteriores; e 
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia.
2.2 INCORPORAÇÃO, FUSÃO E CISÃO
A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes.
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.
Nos processos de incorporação, fusão ou cisão que envolvam instituições financeiras deve ser observado:
as sociedades envolvidas devem elaborar balancete patrimonial, contemplando:
I - realização de inventário;
II - ajuste pro rata dasoperações ativas e passivas, bem como das demais receitas e despesas
III - provisão para atender a perdas prováveis e eventuais desvalorizações de elementos do ativo;
IV - contabilização das quotas de depreciação e amortização;
V - provisão para pagamento de tributos e participações no lucro, se for o caso;
VI - provisão para passivos contingentes que possam ser estimados e cuja realização seja provável.
na hipótese de extinção de ações, a diferença entre o valor contábil das ações extintas e o valor do acervo líquido que as substituir deve ser registrado, quando maior, na conta OUTRAS RENDAS NÃO OPERACIONAIS, e, quando menor, no título ÁGIOS DE INCORPORAÇÃO, quando contribuir para a formação de resultados de exercícios seguintes, ou na conta OUTRAS DESPESAS NÃO OPERACIONAIS, quando for o caso.
Dependem de prévia autorização do Banco Central do Brasil as operações de cisão, incorporação e fusão de instituição financeira ou assemelhada objeto e participação societária, direta ou indireta, no exterior. (Res 2723 art 12 IV)
2.3 INVESTIMENTOS EM OUTRAS SOCIEDADES 
devem ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial os investimentos em: 
A equivalência patrimonial é um método contábil de avaliação de investimentos realizados por uma empresa, chamada investidora, em outra, denominada investida.
I – coligadas (10%-50% do Capital Subscrito), ou quando participarem com 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante ou detiverem influência significativa em sua administração; 
II - sociedades controladas (mais de 50% do capital Subscrito); 
III - sociedades integrantes do conglomerado econômico-financeiro; 
IV - sociedades que estejam sob controle comum. 
O valor do investimento na coligada ou controlada deve ser determinado mediante a aplicação, sobre o valor do patrimônio líquido, da porcentagem de participação no capital da coligada ou controlada. 
O cálculo das participações em investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial, inclusive no exterior, deve ser realizado, mensalmente, com base no balanço patrimonial ou no balancete de verificação.
Para efeito de contabilização, a instituição deve
a) desdobrar o custo de aquisição em: 
I - valor do patrimônio líquido na época da aquisição; 
II - ágio ou deságio na aquisição do investimento, que é a diferença entre o custo de aquisição e o valor patrimonial das ações; 
O ágio ou deságio contabilizado na investidora ou controladora, com fundamento na diferença entre o valor de mercado e o valor contábil de bens do ativo da coligada ou controlada, deve ser amortizado no exercício social em que os bens que o justificaram forem baixados por alienação ou perecimento. (Lucro ou Prejuízo)
 
RENDAS DE AJUSTES EM INVESTIMENTOS EM COLIGADAS E CONTROLADAS - GANHOS DE CAPITAL,
DESPESAS DE AJUSTES EM INVESTIMENTOS EM COLIGADAS E CONTROLADAS - PERDAS DE CAPITAL,
2.4 ATIVO PERMANENTE
1. Investimentos no Exterior
2. Participações em Coligadas e Controladas
3. Outros Investimentos:
a) investimentos por incentivos fiscais;
b) títulos patrimoniais;
c) ações e cotas;
d) outros investimentos.
Aplicaçõesno Imobilizado de Uso 
1 - Os imóveis de uso da instituição escrituram-se na sede pelo preço de aquisição, neste incluídas as despesas acessórias indispensáveis, ainda que anteriores à escritura, tais como emolumentos cartorários, corretagens e outras. 
 
2 - Os impostos pagos na aquisição de bens do imobilizado podem, a critério da instituição, ser incorporados ao custo de aquisição ou deduzidos como despesa operacional, 
3 - Os bens móveis de uso, mantidos em estoque e conceituados como bens de consumo durável, tais como mobiliários, máquinas, aparelhos, peças de reposição, utensílios, equipamentos, registram-se em MÓVEIS E EQUIPAMENTOS EM ESTOQUE, do Imobilizado de Uso.
 
4 - O lucro ou prejuízo apurado entre o preço à vista e o valor líquido contábil na venda OUTRAS RENDAS OU DESPESAS NÃO OPERACIONAIS, 
5 - No recebimento de bens em doação, além das normas legais e regulamentares, cabe observar: 
b) devem ser contabilizados pelo valor de mercado, aferido mediante avaliações efetuadas por peritos ou empresa especializada, em contrapartida com OUTRAS RESERVAS DE CAPITAL; 
c) os bens não utilizados ou que deixem de ser utilizados nas atividades sociais para os fins a que se destinavam devem ser reclassificados, imediatamente, em BENS NÃO DE USO PRÓPRIO. 
 
Depreciação do Imobilizado de Uso 
 Para registrar a perda do valor que sofrem os bens em função do seu desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência normal, constitui-se a provisão para depreciação do imobilizado de uso, em contrapartida com a conta específica de despesa operacional. 
Mensalmente, aplicam-se as taxas mínimas anuais abaixo, para depreciação do valor original corrigido dos bens, 
a) Imóveis de Uso - Edificações..................................................... 4% (25 ANOS)
b) Instalações, Móveis e Equipamentos de Uso............................10% (10 ANOS)
c) Sistema de Comunicação (exclusive direitos de uso)................10% (10 ANOS)
d) Sistema de Segurança (exclusive veículos)...............................10% (10 ANOS)
e) Sistema de Transporte (exclusive veículos)...............................10% (10 ANOS)
f) Sistema de Processamento de Dados........................................20% (5 ANOS)
g) Veículos.....................................................................................20% (5 ANOS)
 
A instituição deve contabilizar a depreciação independentemente da existência de lucros, sendo que a provisão correspondente acumula-se até atingir o valor dos custos de aquisição ou incorporação.
Ativo Intangível
Os chamados "ativos intangíveis" são aqueles que não têm existência física. Como exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de comércio adquirido.
Os direitos classificados no intangível devem ser avaliados pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização, feita em função do prazo legal ou contratual de uso dos direitos ou em razão da sua vida útil econômica, deles o que for menor.
2.5 MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
A equivalência patrimonial é o método que consiste em atualizar o valor contábil do investimento ao valor equivalente à participação societária da sociedade investidora no patrimônio líquido da sociedade investida, e no reconhecimento dos seus efeitos na demonstração do resultado do exercício. 
O valor do investimento, portanto, será determinado mediante a aplicação da porcentagem de participação no capital social, sobre o patrimônio líquido de cada sociedade coligada ou controlada.
2.6 DISPONIBILIDADES
São as contas que registram o volume de dinheiro disponível para os clientes ou para o próprio banco, ou seja, nas agências, tesouraria, departamentos, caixas eletrônicos, etc.
Caixa
As diferenças de numerário contabilizam-se: 
quando a menor, em DEVEDORES DIVERSOS - PAÍS, no subtítulo de uso interno Diferenças de Caixa, com indicação do nome do funcionário responsável, transferindo-se a diferença não regularizada, até o final do semestre seguinte para PERDAS DE CAPITAL.
b) quando a maior, em CREDORES DIVERSOS - PAÍS, no subtítulo de uso interno Diferenças de Caixa, transferindo-se a diferença não regularizada até o final do semestre seguinte ao da ocorrência para GANHOS DE CAPITAL.
Os cheques e outros papéis registrados transitoriamente na conta CAIXA não podem compor o saldo da conta no fim do dia, que expressará, exclusivamente, o numerário existente.
Quaisquer recebimentos ou pagamentos realizados no expediente normal, ou mesmo fora dele integram o movimento do dia, para efeito de contabilização.
A instituição deve providenciar a conferência periódica do saldo de caixa, em todas as dependências que tenham sob sua responsabilidade a guarda e controle de numerário, devendo o respectivo termo de conferência, devidamente autenticado, ser arquivado para posteriores averiguações.
Reservas Livres em Espécie
As reservas bancárias de instituições não sujeitas a recolhimento compulsório ou a encaixe obrigatório são registradas em BANCO CENTRAL - RESERVAS LIVRES EM ESPÉCIE
Aplicações em Ouro
As aquisições de ouro no mercado físico registram-se em APLICAÇÕES TEMPORÁRIAS EM OURO pelo custo total, em subtítulos de uso interno que identifiquem suas características de quantidade, procedência e qualidade e devem ser ajustados com base no valor de mercado do metal, fornecido pelo Banco Central do Brasil. 
2.7 OPERAÇÕES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ COM TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
Operações Interfinanceiras de Liquidez:
Compreende as aplicações feitas em outros bancos via CDI, podendo ser pré ou pós fixadas. Neste grupo estão as operações com títulos como Debêntures, LFTs (Letras Financeiras do Tesouro), LTNs (Letras do Tesouro Nacional), NTNs (Notas do Tesouro Nacional), LBCs (Letras do Banco Central), etc
Títulos e Valores Mobiliários:
Títulos de renda fixa ou variável que o banco compra para sua carteira ou para a carteira vinculada a compromissos de recompra. Na data do balanço esses títulos são convertidos a valores de mercado, podendo ou não haver provisões para possíveis desvalorizações destes. Quando há títulos pré-fixados, surge a linha Rendas a Apropriar, conta retificadora com as rendas que competem ao exercício em questão.
Classificação dos Títulos e Valores Mobiliários em Categorias
Os títulos e valores mobiliários adquiridos por instituições financeiras, devem ser registrados pelo valor efetivamente pago, inclusive corretagens e emolumentos e devem ser classificados nas seguintes categorias:
títulos para negociação - aqueles adquiridos com o propósito de serem ativa e freqüentemente negociados.
títulos mantidos até o vencimento – são aqueles cem que haja intenção e capacidade financeira da instituição de mantê-los em carteira até o vencimento, exceto ações não resgatáveis
títulos disponíveis para venda – aqueles não enquadrados nos itens acima.
Títulos de Renda Variável
São eles: 
a) as ações subscritas ou havidas por investimentos compulsórios, destinadas à negociação em mercado;
b) os bônus de subscrição de companhias abertas;
c) os certificados e cotas de fundos de renda variável;
d) ações adquiridas no mercado para livre negociação;
e) outros títulos adquiridos ou subscritos.
Títulos de Renda Fixa
Compõem a carteira de títulos de renda fixa os seguintes títulos:
Letras Financeiras do Tesouro;
Notas do Tesouro Nacional;
Letras do Tesouro Nacional;
Bônus do Tesouro Nacional;
Letras do Banco Central;
Notas do Banco Central;
Bônus do Banco Central;
Obrigações dos Tesouros Estaduais e Municipais;
Debêntures Conversíveis em ações;
Debêntures Inconversíveis;
Letras de Câmbio;
LetrasImobiliárias;
Letras Hipotecárias;
Certificados de Depósito Bancário;
Obrigações da Eletrobrás;
Títulos da Dívida Agrária;
Cotas de Fundos de Renda Fixa;
outros títulos assemelhados, sejam aqueles com renda prefixada, pós-fixada ou flutuante (taxa variável);
Operações Compromissadas:
Os negócios denominados “compromissados” no sistema financeiro são assim chamados quando há, por uma das partes, o compromisso de realizar uma operação contrária àquela que realizou. Uma operação compromissada representa um empréstimo de uma das partes para a outra, com o “lastro” ou a “garantia” de um título.
Ex: Os títulos de renda fixa utilizados para lastrear as operações da espécie são destacados no Ativo mediante transferência para TÍTULOS DE RENDA FIXA - VINCULADOS A RECOMPRAS, a crédito de TÍTULOS DE RENDA FIXA, na data da operação.
Instrumentos Financeiros Derivativos
Entende-se por instrumentos financeiros derivativos aqueles contratos cujo valor varia em decorrência de mudanças em taxa de juros, preço de título ou valor mobiliário, preço de mercadoria, taxa de câmbio, índice de bolsa de valores, índice de preço, índice ou classificação de crédito, ou qualquer outra variável similar específica, cujo investimento inicial seja inexistente ou pequeno em relação ao valor do contrato, e que sejam liquidados em data futura.
Um derivativo é um instrumento financeiro ou outro contrato que atende cumulativamente as três características seguintes:
seu valor altera-se em resposta à mudanças de uma variavel subjacente (taxa de câmbio, taxa de juros, preço de uma commodity, preço de um instrumento financeiro, índice de preços, rating de crédito etc.);
não é necessário qualquer desembolso inicial ou o desembolso inicial é menor do que seria exigido para outros tipos de contratos onde seria esperada uma resposta semelhante às mudanças nos fatores de mercado; e
instrumento financeiro é liquidado numa data futura.
Os derivativos representam ativos ou passivos financeiros porque representam direitos ou obrigações de liquidar um instrumento financeiro com outra entidade sob condições potencialmente favoráveis (ativo financeiro) ou desfavoráveis (passivo financeiro).
Todos os instrumentos financeiros derivativos devem ser registrados no balanço patrimonial pelo regime de competência, como ativos financeiros quando representam direitos contratuais de receber caixa ou como passivos financeiros quando representam obrigações contratuais de entregar caixa. 
Operações com instrumentos financeiros derivativos
Hedge:
Entende-se por “hedge” a designação de um ou mais instrumentos financeiros derivativos com o objetivo de compensar, no todo ou em parte, os riscos decorrentes da exposição às variações no valor de mercado ou no fluxo de caixa de qualquer ativo, passivo, compromisso ou transação futura prevista, registrado contabilmente ou não, ou ainda grupos ou partes desses itens com características similares e cuja resposta ao risco objeto de “hedge” ocorra de modo semelhante.
As operações de hedge nas instituições financeiras devem se situar num intervalo entre 80% (oitenta por cento) e 125% (cento e vinte e cinco por cento) do valor do ativo.
Arbitragem:
Estratégia financeira em que o investidor objetiva lucrar sobre a diferença entre o preço de um ativo em determinado mercado geográfico e o preço desse mesmo ativo em outro mercado. A arbitragem tradicional consiste na venda/compra de valores mobiliários numa praça financeira e na compra/venda simultânea dos mesmos valores mobiliários numa outra praça financeira, de forma a aproveitar a diferença de cotação existente entre ambas as praças.
Especulação, captação e aplicação:
Algumas empresas usam o hedge como forma de obter ganhos altos e rápidos, como especulação; com isto podem aumentar o risco de perda total ou parcial do investimento.
O processo normal de aplicação em derivativos parte de uma expectativa do investidor, quem acha que o preço do ativo a ser negociado vai subir entra na operação como comprador. Assim, garante que, mesmo que daqui a um tempo o preço suba, ele comprará pelo preço combinado no momento da negociação.
Ajuste ao Valor de Mercado – TVM e Derivativos
Os títulos e valores mobiliários devem ser ajustados pelo valor de mercado, no mínimo por ocasião dos balancetes e balanços, computando-se a valorização ou desvalorização em contrapartida à conta destacada do patrimônio líquido, quando relativa a títulos e valores mobiliários classificados na categoria títulos disponíveis para venda, pelo valor líquido dos efeitos tributários. 
títulos mantidos até o vencimento.
2.8 CÂMBIO
Sempre que o ato ou fato administrativo envolver outra moeda além da moeda nacional, a escrituração deve ser efetuada analiticamente por moeda estrangeira, com indicação do valor na moeda estrangeira envolvida e valor em reais, inclusive a nível de subtítulo e titular.
As contas patrimoniais representativas de moedas estrangeiras devem ser reajustadas, mensalmente, com base nas taxas fornecidas pelo Banco Central para fins de balancetes e balanços, de forma a que o saldo em moeda nacional reajustado corresponda, em natureza (devedora e credora) e valor, ao saldo em moeda estrangeira nela registrado, convertido às taxas mencionadas.
Disponibilidades em Moedas Estrangeiras
A escrituração da conta DEPÓSITOS NO EXTERIOR EM MOEDAS ESTRANGEIRAS deve ser processada centralizadamente, de forma a evidenciar, com propriedade, nos balancetes e balanços, os direitos e obrigações com banqueiros no exterior.
A instituição deve promover a conferência periódica do saldo da conta DISPONIBILIDADES DE MOEDAS ESTRANGEIRAS, pelo menos por ocasião dos balancetes e balanços, procedimento extensivo a todas as dependências que tenham sob sua responsabilidade a guarda e controle de numerário, devendo o respectivo termo de conferência, devidamente autenticado, ser arquivado para posteriores averiguações.
Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio e Operações de Compra e Venda em Moedas Estrangeiras
As compras e vendas de moedas estrangeiras são registradas:
Compras: a débito de CÂMBIO COMPRADO A LIQUIDAR, em contrapartida com OBRIGAÇÕES POR COMPRAS DE CÂMBIO;
Vendas: a crédito de CÂMBIO VENDIDO A LIQUIDAR, em contrapartida com DIREITOS SOBRE VENDAS DE CÂMBIO.
Recursos de Empréstimos e Repasses em Moedas Estrangeiras
As obrigações em moedas estrangeiras, contraídas no exterior para o financiamento a exportação e importação brasileira, são registradas a crédito de OBRIGAÇÕES EM MOEDAS ESTRANGEIRAS
2.9 OPERAÇÕES DE CRÉDITO
Classificação das Operações de Crédito
Na classificação das operações de crédito, pelos diversos títulos contábeis, deve-se ter em conta:
a) a aplicação dada aos recursos, por tipo ou modalidade de operação;
a atividade predominante do tomador do crédito
 As operações de crédito distribuem-se segundo as seguintes modalidades:
empréstimos - são as operações realizadas sem destinação específica ou vínculo à comprovação da aplicação dos recursos. São exemplos os empréstimos para capital de giro, os empréstimos pessoais e os adiantamentos a depositantes;
títulos descontados - são as operações de desconto de títulos;
financiamentos - são as operações realizadas com destinação específica, vinculadas à comprovação da aplicação dos recursos. São exemplos os financiamentos de parques industriais, máquinas e equipamentos, bens de consumo durável, rurais e imobiliários.
Classificação das Operações de Crédito por Nível de Risco e Provisionamento
As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem classificar as operações de crédito, em ordem crescente de risco, nos seguintes níveis: nível AA; nível A; nível B; nível C; nível D; nível E; nível F; nível G e nível H.
A classificação da operação no nívelde risco correspondente é de responsabilidade da instituição detentora do crédito e deve ser efetuada com base em critérios consistentes e verificáveis, amparada por informações internas e externas, contemplando, pelo menos, os seguintes aspectos
a) em relação ao devedor e seus garantidores:
I - situação econômico-financeira;
II - grau de endividamento;
III - capacidade de geração de resultados;
IV - fluxo de caixa;
V - administração e qualidade de controles;
VI - pontualidade e atrasos nos pagamentos;
VII - contingências;
VIII - setor de atividade econômica;
IX - limite de crédito;
b) em relação à operação:
I - natureza e finalidade da transação;
II - características das garantias, particularmente quanto à suficiência e liquidez;
III - valor.
3 - A classificação das operações de crédito:
de titularidade de pessoas físicas deve levar em conta, também, as situações de renda e de patrimônio, bem como outras informações cadastrais do devedor;
de um mesmo cliente ou grupo econômico deve ser definida considerando aquela que apresentar maior risco, admitindo-se excepcionalmente classificação diversa para determinada operação, observado o disposto na alínea “b” do item anterior.
A classificação da operação nos níveis de risco deve ser revista mensalmente, por ocasião dos balancetes e balanços, em função de atraso verificado no pagamento de parcela de principal ou de encargos, devendo ser observado, no mínimo:
I - atraso entre 15 (quinze) e 30 (trinta) dias: risco nível B;
II - atraso entre 31 (trinta e um) e 60 (sessenta) dias: risco nível C;
III - atraso entre 61 (sessenta e um) e 90 (noventa) dias: risco nível D;
IV - atraso entre 91 (noventa e um) e 120 (cento e vinte) dias: risco nível E;
V - atraso entre 121 (cento e vinte e um) e 150 (cento e cinqüenta) dias: risco nível F;
VI - atraso entre 151 (cento e cinqüenta e um) e 180 (cento e oitenta) dias: risco nível G;
VII - atraso superior a 180 (cento e oitenta) dias: risco nível H;
As operações de crédito contratadas com cliente cuja responsabilidade total seja de valor inferior a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) podem ser classificadas mediante adoção de modelo interno de avaliação.
A provisão para fazer face aos créditos de liquidação duvidosa deve ser constituída mensalmente, não podendo ser inferior ao somatório decorrente da aplicação dos percentuais a seguir mencionados, sem prejuízo da responsabilidade dos administradores das instituições pela constituição de provisão em montantes suficientes para fazer face a perdas prováveis na realização dos créditos:
0,5% sobre o valor das operações classificadas como de risco nível A;
1% sobre o valor das operações classificadas como de risco nível B;
3% sobre o valor das operações classificadas como de risco nível C;
10% sobre o valor das operações classificados como de risco nível D;
30% sobre o valor das operações classificados como de risco nível E;
50% sobre o valor das operações classificados como de risco nível F;
70% sobre o valor das operações classificados como de risco nível G;
100% sobre o valor das operações classificadas como de risco nível H.
A operação classificada como de risco nível H deve ser transferida para conta de compensação, com o correspondente débito em provisão, após decorridos 6 meses da sua classificação nesse nível de risco, desde que apresente atraso superior a 180 dias, não sendo admitido o registro em período inferior.
A operação classificada na forma deste item deve permanecer registrada em conta de compensação pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos e enquanto não esgotados todos os procedimentos para cobrança.
Os valores em já contabilizados em prejuízo, uma vez recuperados, são contabilizados como receitas sem vinculação com a operação que lhe deu origem.
A operação classificada como de risco nível H deve ser transferida para conta de compensação, (CRÉDITOS BAIXADOS COMO PREJUÍZO) com o correspondente débito em provisão, após decorridos 6 (seis) meses da sua classificação nesse nível de risco, desde que apresente atraso superior a 180 dias.
Os créditos baixados como prejuízo e porventura renegociados devem ser registrados pelo exato valor da renegociação, observado o disposto no inciso anterior quanto ao registro do ganho eventualmente auferido, a crédito da conta RECUPERAÇÃO DE CRÉDITOS BAIXADOS COMO PREJUÍZO, com baixa simultânea dos seus valores das respectivas contas de compensação.
 A provisão para créditos de liquidação duvidosa deve ser constituída sobre o valor contábil dos créditos mediante registro a debito de DESPESAS DE PROVISOES OPERACIONAIS e a crédito da adequada conta de provisão para operações de crédito.
Restrições à concessão de créditos:
É vedado às instituições financeiras conceder empréstimos ou adiantamentos:
I - A seus diretores e membros dos conselhos consultivos ou administrativo, fiscais e semelhantes, bem como aos respectivos cônjuges e parentes, até o 2º grau;
III - As pessoas físicas ou jurídicas que participem de seu capital, com mais de 10% (dez por cento), salvo autorização específica do Banco Central da República do Brasil, em cada caso, quando se tratar de operações lastreadas por efeitos comerciais resultantes de transações de compra e venda ou penhor de mercadorias, em limites que forem fixados pelo Conselho Monetário Nacional, em caráter geral;
IV - As pessoas jurídicas de cujo capital participem, com mais de 10% (dez por cento);
V - Às pessoas jurídicas de cujo capital participem com mais de 10% (dez por cento), quaisquer dos diretores ou administradores da própria instituição financeira, bem como seus cônjuges e respectivos parentes, até o 2º grau.
2.10 ARRENDAMENTO MERCANTIL FINANCEIRO (Leasing)
Operações de Arrendamento Mercantil 
Arrendamento mercantil ou leasing é o contrato segundo o qual uma pessoa jurídica arrenda a uma pessoa física ou jurídica, por tempo determinado, um bem comprado pela primeira de acordo com as indicações da segunda, cabendo ao arrendatário a opção de adquirir o bem arrendado findo o contrato, mediante um preço residual previamente fixado.
A soma de todas as contraprestações a que se obriga o arrendatário, nelas inclusas, se for o caso, as comissões de compromisso registram-se a débito das contas Operações de Arrendamento Mercantil, em contrapartida com: VALOR A RECUPERAR,
A arrendadora também pode adquirir bens de propriedade da própria arrendatária e entregá-la para uso, caso configurativo do “lease back”.
As receitas de arrendamento são apropriadas ao final de cada mês, em razão de fluência dos respectivos prazos de vencimento.
O leasing é um produto de crédito das Instituições Financeiras. É, na sua essência, uma operação de financiamento.
Entretanto, diferentemente dos outros produtos de crédito, o leasing possui uma formatação jurídica de aluguel (ou arrendamento).
Os contratos possuem prazos de 24 meses (bens com vida útil de até 5 anos) ou 36 meses (para os demais).
Os contratos estabelecem uma cláusula de valor residual (VR), que representa uma opção ou uma obrigação (no caso de valor residual garantido – VRG) do arrendatário de comprar o bem objeto do contrato. 
A legislação tributária permite a redução de 30% na vida útil do bem para o cálculo da despesa de depreciação.
A legislação tributária, exige que o contrato deve ser contabilizado tanto no arrendador (ativo permanente) como no arrendatário.
Aquisição do Bem: Contrapartida do desembolso inicial (crédito em DISPONIBILIDADES), o lançamento a débito é no grupo de ATIVO PERMANENTE, subgrupo específico de IMOBILIZADO DE ARRENDAMENTO . Ex: veículo no valor de R$ 16.800,00
Registro do Contrato – no subgrupo Operações de Arrendamento Mercantil, na conta de ARRENDAMENTOS FINANCEIROS A RECEBER e uma conta retificadora de RENDAS A APROPRIAR DE ARRENDAMENTOS FINANCEIROS A RECEBER.

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