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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS UNIDADE DE FRUTAL ANNA LUCILA SALES COSTA ANNA SARAH GOMES DA SILVA CELMA GUSTAVO COSTA CORREIA ELYSAMA ROSA SILVA FABÍOLA DAGAS FREITAS LUCÍLIA LUZIA DA SILVA MIRIÃ FREITAS PENA DE MORTE Frutal 2018 ANNA LUCILA SALES COSTA ANNA SARAH GOMES DA SILVA CELMA GUSTAVO COSTA CORREIA ELYSAMA ROSA SILVA FABÍOLA DAGAS FREITAS LUCÍLIA LUZIA DA SILVA MIRIÃ FREITAS PENA DE MORTE Trabalho apresentado à disciplina Criminologia do Curso de Direito da Universidade do Estado de Minas Gerais Prof. Dr. Pablo Martins Bernardi Coelho Frutal 2018 RESUMO A adoção da pena de morte é considerada por muitos adeptos como sendo eficaz por desempenhar um papel pedagógico no combate à criminalidade, na medida em que a morte de um serve de exemplo a outros para que não se tornem criminosos similares. Em contrapartida, a pena capital é vista por seus opositores no Brasil, como uma grave violação ao maior bem jurídico tutelado: a vida humana. Ainda, acreditam que a pena de morte seja ineficaz, visto o grande número de inocentes que são executados por ano, em países que adotam a morte como punição, e que, a prisão perpétua tendo poder de coerção sobre o criminoso, pode oferecer a plena recuperação do mesmo. Entretanto, a pena de morte ainda é um conceito penal instituído firmemente em muitos países, tornando-se um assunto extremamente polêmico na sociedade contemporânea. Nesse sentido, o presente trabalho visa percorrer as veredas históricas da pena de morte, perpassando pela visão filosófica, as teorias doutrinárias, os países que adotam a pena de morte como punição e a previsão da pena de morte na Constituição Brasileira de 1988. Palavras-chave: Pena de morte. Vida humana. Criminalidade. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................05 2 A PENA DE MORTE NO MUNDO ANTIGO ................................................................07 2.1 GRÉCIA....................................................................................................................07 2.2 EGITO ......................................................................................................................08 3 A VISÃO FILOSÓFICA DA PENA DE MORTE ............................................................09 3.1 ARISTÓTELES .........................................................................................................09 3.2 KANT ......................................................................................................................09 4 PENA DE MORTE: FASES EVOLUTIVAS DA REAÇÃO SOCIAL.............................10 4.1 VINGANÇA PRIVADA ...............................................................................................10 4.2 VINGANÇA DIVINA OU SACRAL ...........................................................................11 4.3 VINGANÇA PÚBLICA ................................................................................................11 5 O PERÍODO HUMANITÁRIO ............................................................................................12 6 DIREITO PENAL INTERNACIONAL..............................................................................00 7 DIREITO PENAL NO ÂMBITO NACIONAL .................................................................00 8 PENA DE MORTE NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 ........................................................00 9 TEORIAS DOUTRINÁRIAS ...........................................................................................00 10 CRÍTICAS ......................................................................................................................00 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................00 5 1 INTRODUÇÃO Considerada a forma mais cruel de punição, a pena de morte existe desde as civilizações mais antigas, e era aplicada de forma desumana e desproporcional ao delito cometido. Com o passar do tempo e o evoluir da sociedade, o Estado assumiu a titularidade da punição e desenvolveu um certo grau de proporcionalidade entre o delito e a pena. Adotada ainda em aproximadamente 58 países como medida punitiva, a pena de morte possui para eles um caráter pedagógico, na medida em que a morte de um sirva de exemplo para que outros não se tornem criminosos similares. Entretanto, não existem estudos que comprovem que a pena de morte tenha um efeito redutor no que diz respeito à criminalidade e nem que provoque intimidação a quem pratique o terrorismo. De acordo com a Anistia Internacional, os motivos passíveis de condenação por pena de morte envolvem homicídios, espionagem, tráfico de drogas, falsa profecia e estupro. O adultério e homossexualismo também são apontados como motivos para punição com a pena de morte em alguns países, como por exemplo, aqueles de religião islâmica. Os métodos adotados para a execução dos condenados à pena de morte variam de acordo com cada país, e em cada país, de acordo com o crime cometido. Por exemplo, nos Estados Unidos, os casos de terrorismo e homicídios qualificados são sentenciados com a cadeira elétrica ou injeção letal. Nos países asiáticos, a punição é feita normalmente com o fuzilamento. Os opositores da pena de morte e defensores dos direitos humanos acreditam que a pena de morte seja antiética e exagerada para crimes considerados banais. Além desses aspectos, a pena de morte é irreversível, caso seja comprovada a inocência do réu. No Brasil, as discussões em torno da pena de morte ganham espaço sempre que ocorre um crime hediondo. No sistema jurídico brasileiro o direito à vida, é reconhecido como um direito fundamental, declarado e garantido como cláusula pétrea da Constituição Brasileira de 1988. Porém, o mesmo artigo 5º da Constituição Brasileira, que assegura o direito à vida de todos os brasileiros e estrangeiros no Brasil, permite a aplicação da pena de morte. Art.5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos ternos do art. 84, XIX. A interpretação desse dispositivo constitucional deixa claro que no Brasil não 6 haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada, como descreve o Art. 84, XIX da Constituição Federal de 1988. Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional. Mesmo que aconteça o que está previsto no inciso XIX do Art.84, a pena de morte não poderá ser estendida aos crimes cometidos fora dos períodos de guerradeclarada, uma vez que os direitos prescritos no Art. 5º da Constituição Federal não podem ser alterados por serem considerados cláusulas pétreas. Ferrajoli defende os direitos fundamentais como “todos aqueles direitos subjetivos que correspondem universalmente a todos os seres humanos enquanto dotados do status de pessoa, de cidadão ou de pessoas com capacidade de agir” (FERRAJOLI, 2001, p.19) Assim, mesmo que a população se exalte com os crimes hediondos e clame por uma punição como a pena capital, é impossível que alguém seja condenado no Brasil em tempos de paz. O fato é que a pena de morte, nos casos de crimes bárbaros, hediondos e de corrupção administrativa, constitui uma das formas de depuração social, preconizadas pelo darwinismo social, para o fim de eliminação de canalhas e corjas (SOARES, 2009, p.303). 7 2 A PENA DE MORTE NO MUNDO ANTIGO Desde as primitivas organizações tribais, a pena de morte foi admitida e aceita de maneira ampla, inclusive dentre as comunidades ameríndias, como forma de punição, nos casos mais graves de ofensas aos deuses, ou por atos anti-sociais, que tornavam o indivíduo indesejável ao grupo social, devendo assim ser suprimida a sua vida. Por outro lado, o cristianismo e as ramificações que dele se originaram, como o islamismo e o protestantismo) também acolheram a pena capital (SOARES, 2009, p. 296). A pena de morte era amplamente utilizada no mundo antigo e os tribunais eram constituidos por reis, sacerdotes, juizes e uma parte seleta dos cidadãos, e sua aplicação raramente seguia a um código ou se valia de um flagrante do delito. Isso explica as inúmeras execuções de inocentes. Dentre os povos antigos que mais se valiam da pena capital como punição para os crimes cometidos, os gregos, egípcios, hebreus e babilônios. Hamurábi, é conhecido historicamente por reunificar a Mesopotâmia e fundar o Império Babilônico bem como por haver executado muitas pessoas com a pena de morte, baseado no Código de Hamurábi, criado por ele. Na antiguidade, a pena de morte relacionava-se à condição social do acusado. Assim, a falta de autonomia da mulher, fazia do adultério uma sentença de morte. Assim, pode-se perceber que, ainda hoje adotada em alguns paises e embora as formas de execução possam não serem as mesmas da antiguidade, as práticas do mundo antigo não ficaram no passado. 2.1 GRÉCIA Na Grécia, o julgamento era realizado na Ágora, um espaço livre onde os jurados, escolhidos entre os cidadãos, se reuniam com a finalidade de julgar os acusados e aplicar- lhes as penas que variavam de acordo com a gravidade do delito. As penas variavam entre multas, escravidão, exílio e execução. Caso o acusado fosse flagrado cometendo o delito, estava dispensado o seu julgamento e esse poderia ser executado a pauladas ou apedrejamento. Dentre os criminosos que recebiam esse tipo de pena, estavam os traidores, piratas e homicidas. Os intelectuais e abastados quando considerados transgressores eram executados pela ingestão de chás de plantas tóxicas, como foi o caso da execução de Sócrates. “Acusado 8 de heresia e de ser má influência aos jovens da época, Sócrates foi condenado a morte, por pequena maioria de 501 jurados, com a ingestão do chá de cicuta” (CARTLEDGE, 2009, p. 236). A outros, menos afortunados, eram impostas penas similares à crucificação: seus braços, pernas e pescoço eram fixados com braçadeiras de ferro à placas de madeira e eram deixados ali até morrerem de fome e sede. Péricles (495-429 a.C), grande estadista e comandante das tropas em Atenas, era quem imputava essa pena cruel àqueles que fazia prisioneiros. Entretanto, as penas de execução não eram aplicadas em períodos festivos. 2.2 EGITO As leis eram promulgadas pelos faraós e pelos sacerdotes que desempenhavam o papel de juízes e a pena de morte era aplicada quando o acusado faltava com a verdade ao tribunal. O perjúrio poderia custar inclusive, a vida de toda a família do acusado. Os crimes contra o Estado eram considerados os mais graves, assim como ao Faraó e os roubos às tumbas. As penas consistiam em entregar o criminoso aos crocodilos, empalação no estômago ou o condenado era queimado vivo. Para os crimes cometidos contra o faraó, o acusado era convidado a cometer suicídio. Uma outra penalidade aplicada junto à execução, era a negação do sepultamento ao sentenciado, fato que impediria o seu renascimento, segundo a cultura egípcia. As penas nem sempre estavam relacionadas à gravidade do delito, tornando-as por vezes, injustas. 9 3 A VISÃO FILOSÓFICA SOBRE A PENA DE MORTE Sob a perspectiva de Aristóteles e Kant. 3.1 ARISTÓTELES Sob a ótica filosófica, Aristóteles (384-322 a.C) admite o talião - fundamento de maior peso, acerca da pena de morte, embora ressalte a proporcionalidade e não a igualdade, como condição de validade desse fator referencial das penas (SOARES, 2009, p.296). O talião corresponde ao princípio pelo qual se deve aplicar ao delinquente um dano igual ao que ele causou à vitima: concepção consagrada pela Bíblia (simbolizada pela expressão “olho por olho, dente por dente”) e pela Lei da XII Tábuas, em Roma (SOARES, 2009, p.297). 3.2 KANT Kant (1724-1804), sustenta em sua obra “Metafísica dos Costumes” que: quantos cometerem um assassinato, ou mandaram, ou com ele cooperaram, todos devem ser punidos com a morte (SOARES, 2009, p.297). Kant define o direito de punir como o direito do soberano de inflingir castigo ao súdito que cometeu um delito. Ele define crime, como sendo a infração de lei pública que incapacita a ser cidadão; distingue os crimes em privados e públicos, conforme seja a pessoa individual ou a comunidade que o crime ponha em perigo. Kant, brilhantemente, ainda define os crimes públicos em crimes de índole abjeta (que não envolvem violência) e crime de indole violenta. 10 4 PENA DE MORTE: FASES EVOLUTIVAS DA REAÇÃO SOCIAL O conceito de repressão penal ou imposição de castigos, corresponde à ideia de ação ou efeito de reprimir, coibir, proibir por meios policiais ou judiciais a prática de determinados atos, considerados ilícitos penais (SOARES, 2009, p. 266). Durante o processo de evolução dos povos, essa reação social passou por três fases distintas 4.1 VINGANÇA PRIVADA Neste período histórico na vingança privada, cometido um crime, ocorria a reação da vítima, dos parentes e até do grupo social (tribo), que agiam sem proporção a ofensa, atingindo não só o ofensor, como todo o seu grupo. A inexistência de limites (falta de proporcionalidade) imperava no revide à agressão, bem como a vingança de sangue. Foi um dos períodos em que a vingança privada constituiu-se a mais frequente forma de punição, adotada pelos povos primitivos. A vingança privada constituía-se numa reação natural e instintiva, por isso, foi apenas uma realidade sociológica, não uma instituição jurídica. Duas grandes regulamentações, com o evoluir dos tempos, encontraram-se fundadas na vingança privada: a lei de o talião e a composição. Apesar de se dizer comumente pena de talião, não se tratava propriamente de uma pena, mas de um instrumento moderador da pena, o qual consistia em aplicar ao delinquente ou ofensor o mal que ele causou ao ofendido, na mesma proporção. Foi adotado no Código de Hamurábi: "Art.209 – Se alguém bate numa mulher livre e a faz abortar, deverá pagar dez ciclos pelo feto". "Art. 210 – Se essa mulher morre, então deverá matar o filho dele". Também encontrado na Bíblia Sagrada: "Levítico 24, 17 – Todo aquele que feri mortalmente um homem será morto". Assim como na Lei das XII Tábuas. "Tábua VII, 11 – Se alguém fere a outrem, que sofra a pena de Talião, salvo se houver acordo". 11 "Ut supra", a Lei de Talião foi adotada por vários documentos, revelando-se um grande avanço na história do Direito Penal por limitar a abrangência da ação punitiva. 4.2 VINGANÇA DIVINA OU SACRAL Nesta era, a religião atinge influência decisiva na vida dos povos antigos. A repressão ao delinquente nessa fase tinha por fim aplacar a "ira" das divindades ofendidas pela prática do crime, bem como castigar ao infrator. A administração da sanção penal ficava a cargo dos sacerdotes que, como mandatários dos deuses, encarregavam-se da justiça. Aplicavam-se penas cruéis, severas, desumanas. A "vis corpolis" era usada como meio de intimidação. No Oriente Antigo, pode-se dizer que a religião confundia-se com o Direito, e, assim, os preceitos de cunho meramente religioso ou moral, tornavam-se leis vigentes. A legislação típica dessa fase era o Código de Manu, mas esses princípios foram adotados na Babilônia, no Egito (Cinco Livros), na China (Livro das Cinco Penas), na Pérsia (Avesta) e pelo povo de Israel. 4.3 VINGANÇA PÚBLICA Com uma saciedade um pouco mais organizada, especialmente no que tangia ao desenvolvimento do poder político, surge, no seio das comunidades, a figura do chefe ou da assembleia. A pena, portanto, perde sua índole sacra para transformar-se em uma sanção imposta em nome de uma autoridade pública, a qual representava os interesses da comunidade em geral. Não era mais o ofendido, ou mesmo os sacerdotes, os agentes responsáveis pela sanção, mas sim o soberano (rei, príncipe, regente). Este exercia sua autoridade em nome de Deus e cometia inúmeras arbitrariedades. A pena de morte nesta época era uma sanção largamente difundida e aplicada por motivos que hoje são considerados insignificantes. Usava-se mutilar o condenado, confiscar seus bens e estender a pena além da pessoa do apenado, geralmente atingia-se até os familiares do delinquente. 12 Embora a criatura humana vivesse aterrorizada período da história, devido à falta de segurança jurídica, verificou-se um grande avanço no fato de a pena não ser mais aplicada por terceiros, e sim pelo Estado. 13 5 O PERÍODO HUMANITÁRIO O denominado Período Humanitário transcorre durante o lapso de tempo compreendido entre 1750 e 1850. Tendo seu apogeu no decorrer do Humanismo, esse período foi marcado pela atuação de pensadores que contestavam os ideais absolutistas. Pugnava-se nesta época pela reforma das leis e da administração da justiça penal no fim do século XVIII. Os povos estavam saturados de tanta barbárie sob o pretexto de aplicação da lei. Por isso, o período humanitário surgiu como uma reação as arbitrariedade praticadas pela administração da justiça penal e contra o caráter real das sanções. Os escritos de Montesquieu, Voltaire, Rousseau, D’Alembert e o Cristianismo foram de suma importância para o humanismo, uma vez que construíram o próprio alicerce do período humanitário. O pensamento predominante da época ia de encontro a qualquer crueldade e se rebelava contra qualquer arcaísmo do tipo: "Homens, resisti à dor, e sereis salvos" (Basileu Garcia). 14 6 DIREITO PENAL INTERNACIONAL 7 DIREITO PENAL NO ÂMBITO NACIONAL .................................................................00 15 8 PENA DE MORTE NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 O genocídio da Segunda Guerra Mundial deixou claro que a humanidade estava sob grave ameaça. Nesse sentido, foi elaborada por representantes de diversos países e regiões do mundo a “Declaração Universal dos Direitos Humanos - DUDH” que foi: [...] proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução 217 A (III) da Assembleia Geral como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações. Ela estabelece, pela primeira vez, a proteção universal dos direitos humanos. (ONU, 1948). Em defesa da integridade física, moral e psíquica dos seres humanos, sinteticamente, determina a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos". E, em seu artigo 5° prescreve: “Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.” (ONU. 1948, p.4-6). Após sua implementação, a DUDH “inspirou as constituições de muitos Estados e democracias recentes”, inclusive a Constituição brasileira onde se observa o principio da humanidade em vários momentos, como por exemplo, no art. 5º, inciso III: “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.” (CARVALHO, Gabriel L. de. 2007). Corroborando tal afirmação, constata-se que a Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988, tem como um dos “Princípios Fundamentais” [...]: “Art.1º, inciso III: a dignidade da pessoa humana”. E arremata, nos “Direitos e Garantias Fundamentais”, artigo 5º, caput: Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis. Em suma, verifica-se que, segundo ratifica o Principio da Proporcionalidade que 16 rege o Direito Penal, também previsto no parágrafo 2º, do artigo 5º da Constituição Federal 1 , todo cidadão, indubitavelmente, tem seu direito legitimo de somente ser apenado de forma condizente ao dano causado, sendo terminantemente proibida a adoção da pena capital em solo brasileiro, bem como de medidas que atentem contra o “Estado Democrático de Direito” em vigor no país. 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERRAJOLI, Luigi. Los Fundamentos de los Derechos Fundamentales. In: Ferrajoli, L. Los Fundamentos de los Derechos Fundamentales. Trad. Perfecto Andrés et al. Madrid: Trota, 2001. História Ilustrada Grécia Antiga/ Paul Cartledge, organizador; tradução de Laura Alves e Aurélio Rebello. 2. Ed. São Paulo: Ediouro, 2009. KLABIN, Aracy Augusta Leme. História Geral Do Direito. São Paulo: Editora Revista Dos Tribunais, 2004. SOARES, Orlando. Curso de Criminologia: o fenômenocriminal. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2003. BRASIL, Decreto Lei n. 2.848, de 07 de dez. de 1940. Institui o Código Penal. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 16 de Nov. de 2018. CARVALHO, Gabriel Luiz de. Penas vedadas pela Constituição Federal de 1988. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 12,n. 1642, 30 dez. 2007. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/10802>. Acesso em: 15 nov. 2018. ONU. Assembleia Geral das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948. Disponível em: < https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/declaracao/ >. Acesso em 17 de nov. de 2018.
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