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Teoria da Pena

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Teoria da Pena
Aula 1
1. TEORIAS E TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS DA SANÇÃO PENAL 
1.1 TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS DA SANÇÃO PENAL 
1.2 TEORIA DA PENA (CRÉDITO DIGITAL)
 1.3 O SISTEMA PENAL BRASILEIRO. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA PENA
 2. ESPÉCIES DE SANÇÃO PENAL 
2.1 PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE (CRÉDITO DIGITAL)
 2.2 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS E MULTA (CRÉDITO DIGITAL) 
2.3 SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE PENA 
2.4 MEDIDAS ALTERNATIVAS, SUBSTITUTIVOS E CONSENSO NO PROCESSO PENAL
 2.5 MEDIDA DE SEGURANÇA 
3. CONCURSO DE CRIMES 
3.1 TEORIAS E ESPÉCIES DE CONCURSOS DE CRIMES 
3.2 CONSEQUÊNCIAS EM RELAÇÃO À FIXAÇÃO DE PENA E EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE 
4. CONCURSO DE PESSOAS (CRÉDITO DIGITAL) 
4.1 CONCEITOS, REQUISITOS, TEORIAS E O SISTEMA PENAL BRASILEIRO
 4.2 AUTORIA E PARTICIPAÇÃO 
4.3 LIMITES À COMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS E CONDIÇÕES PESSOAIS 
5. EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE 
5.1 CAUSAS ABSTRATAS E CONCRETAS DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE
 5.2 IMUNIDADES ABSOLUTAS E RELATIVAS
Transformações históricas da sanção penal.
· Avaliar as transformações históricas da sanção penal desde sua antiguidade até os dias atuais, a partir da investigação do desenvolvimento do Direito Penal.
Referências:
1. BECCARIA, Cesare Bonesana Marques. Dos delitos e das penas. São Paulo: Martin Claret, 2000, p. 126. 
2. FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhere. Petrópolis, Vozes, 1987.
	· Situação-problema: em Vigiar e Punir, obra de Michel Foucault, o autor demonstra como era a punição do indivíduo que praticava um crime ao final do século XVIII, destaca que: 
Em 1772, encontram-se sentenças como a seguinte: 
Uma criada de Cambrai, que matara sua senhora, é condenada a ser levada ao lugar do suplício numa carroça usada para retirar as imundícies em todas as encruzilhadas; lá haverá uma forca a cujo pé será colocada a mesma poltrona onde estava sentada a senhora Laleu, sua patroa, quando foi assassinada; e sendo colocada lá, o executor da alta justiça lhe cortará a mão direita e em sua presença a jogará ao fogo, e lhe dará imediatamente depois quatro facadas com a faca utilizada por ela para assassinar a senhora Laleu, a primeira e a segunda na cabeça, a terceira no antebraço esquerdo, e arrancadas com a faca utilizada por ela para assassinar a quarta no peito; feito o que, será pendurada e estrangulada na dita forca até à morte; e depois de duas horas seu cadáver será retirado, e a cabeça separada ao pé da dita forca sobre o dito cadafalso, com a mesma faca que ela utilizou para assassinar sua senhora, e a cabeça exposta sobre uma figura de vinte pés fora da porta da dita Cambrai, junto ao caminho que leva a Douai, e o resto do corpo posto num saco, e enterrado perto do dito poste, a dez pés de profundidade (FOUCALT, Michel. Vigiar e Punir. Nascimento da Prisão. Tradução de. Raquel Ramalhete. 26 a. Edição. Petrópolis: Vozes, 1987, p.40)	Comment by Adriana: Estrutura provisória de madeira sobre a qual os condenados à morte eram executados.Forca; instrumento usado para execução dos condenados a estrangulamento.[Figurado] A execução da pena de morte ou a própria: foi morto por cadafalso.
Com base na leitura citada e, a partir de uma análise histórico-evolutiva da sanção penal:
a) O decorrer da história da legislação penal brasileira, a sanção penal vivenciou em algum momento a execução que repousasse no corpo do indivíduo? Você identificou alguma semelhança nos dias atuais?
Há uma visão estereotipada do brasileiro como um povo pacífico, alegre e tolerante. Tal interpretação da nossa cultura, contudo, não se confirma em nossa história. Fomos uma colônia de Portugal e um país formado pelo trabalho compulsório, escravo. Tais características impuseram um rígido sistema de hierarquias que, obviamente, era sustentado por leis penais extremamente rigorosas.
As Ordenações Filipinas, vigoraram de 1603 até 1830.
 O famoso livro V do mais longo Código Penal brasileiro descrevia as possíveis penalidades:
“… morte natural, morte natural com crueldade, morte pelo fogo até ser feito o condenado em pó para que não tivesse sepultura ou memória, açoites, com ou sem baraço, pregão pela cidade e vila, degredo para galés, África, Índia, Brasil ou, ainda Costa do Marfim, para fora do reino ou para vila do bispado, mutilações ou cortes das mãos, da língua, queimadura com tenazes ardentes, confisco, multa, capela de chifres na cabeça (para os maridos que condescendiam), polaina ou enxaravia na cabeça.”	Comment by Adriana: Laço de forca; corda com que se enforcavam os condenados.
→ Com a independência, os ventos do iluminismo chegaram ao Brasil, porém, em forma de brisa.....
→As Ordenações Filipinas passaram a ser questionadas pela crueldade e vários projetos mais “humanitários” começaram a ser pensados →em 1830 foi promulgado o primeiro Código Criminal do Brasil 
→ Porém, o objetivo dessa nova legislação não era humanizar as penas, mas reestabelecer o equilíbrio político.
→ O mais importante a ser destacado é que esse Código Penal marcou o nascimento da prisão no Brasil. 
Até 1830, o aprisionamento era a maneira de guardar o prisioneiro até que ele sofresse as sanções estabelecidas, ou seja, não era exatamente uma forma de castigo, mas a maneira de impedi-lo de fugir até que este fosse punido → Com o Código Penal é inaugurado no Brasil o aprisionamento como principal forma de punição
→ A Casa de Correção da Corte foi a primeira instituição carcerária construída nesses moldes. 
A ideia era humanizar as sentenças e, como o próprio nome sugere, “corrigir” os infratores. A inspiração arquitetônica foi o famoso projeto carcerário denominado sistema panóptico
→ Nada, porém, aconteceu como planejado. A começar pela execução do projeto que não conseguiu reproduzir o “efeito panóptico”. Por mais que reformas fossem feitas, havia “pontos escuros” que não podiam ser vigiados por um único olhar. As questões humanitárias também não foram observadas, logo a penitenciária se transformaria num depósito de seres-humanos.
→A Casa de Correção do Rio de Janeiro, também chamada Casa de Correção da Corte, foi criada em 6 de julho de 1850 pelo decreto n. 678.
→ A maioria dos detentos contava entre 21 e 40 anos. Eram solteiros. Eram também classificados como escravos ou “Africanos libertos” (escravos alforriados). Em suma, a prisão era povoada por homens negros em quase sua totalidade. O que nos leva a conclusão de que esse modelo servia para o controle da escravidão e, principalmente, para disciplinar os negros libertos, que não estavam mais sob a tutela de um senhor.
→A Casa de Correção da Corte talvez seja o maior símbolo da falência do nosso modelo prisional. Não apenas por ter sido a primeira, mas por ter perdurado no tempo, concentrando em sua história todas as contradições e os fracassos deste sistema. Em 2010, a antiga prisão, que se transformara no Complexo Penitenciário Frei Caneca, foi finalmente desativada. 
→ Aquilo que no começo foi pensado para ser um local limpo e seguro, quando fechado no século XXI, estava completamente superlotado, com celas em que seres-humanos, segundo relatos, disputavam espaço com “ratos do tamanho de gatos”.
Ex: domesticação da alma – sirenes, horários, uniformes, uma forma de atingir a alma.
Sistema PANOPTICO – PAN (tudo) Óptico ( visão)
	Panóptico é um termo utilizado para designar uma penitenciária ideal, concebida pelo filósofo utilitarista e jurista inglês Jeremy Bentham em 1785, que permite a um único vigilante observar todos os prisioneiros, sem que estes possam saber se estão ou não sendo observados.
Foucault busca nesse sistema panóptico outros sistemas sociais, como a escola, a família, a vida publica, ou seja, um plano de vigilância.
Ex: câmaras nas ruas
Com isso: disciplinamos nosso corpo, nossa alma e nos docilizamos.
Dos Delitos e das Penas (1764) Cesare Beccaria (1738-1794)
Por receio de perseguição não publicou o livro, que feito de forma secreta;
· Prisão cautelar como “ultima ratio”
· Não se admite um processo penal inquisitório (atualmente temos um processo penal acusatório)· Só com o pacote anticrime - LEI Nº 13.964, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2019 o sistema acusatório veio a ser positivado no art 3° A CPP:
	· Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. 
· Direito penal: vingança coletiva → humanismo
Principais premissas:
· Fim da pena de morte
· Isonomia entre réus que praticaram o mesmo crime
· Fim da tortura como um dos mecanismos de prova
· Direito penal mínimo → o D penal não pode regular muitas condutas→ a consequência é a fragilização do D Penal →não se deve banalizar o D Penal.
Centro do trabalho de Cesare Beccaria: propõe reestruturação do D Penal
· Penas humanas →o réu é um sujeito de direitos
· Proporcionalidade → entre a conduta praticada e o escalonamento entre as penas
· Separação de poderes → envolvimento de três poderes no direito penal: legislativo (elabora as leis), judiciário (julgar a conduta e a sua adaptação a lei) e executivo ( para executar a pena que foi imposta);
· Para Beccaria →o Direito é uma convenção social válida e que vai trazer influência tanto na moral quanto na política.
· O direito deve alcançar o coração do homem
· A pena tinha como origem o pacto social, ideia originalmente vinda da teoria clássica do contrato social, em que só as leis poderiam decretar as penas dos delitos.
· Premissas do Direito Penal:
· Só a lei pode estabelecer penas →P. da legalidade
· Só o soberano pode fazer leis gerais, mas não pode julgar
· Sujeitos processuais (órgão para julgar, defender e acusar em pessoas distintas). Sistema acusatório
· Leis são mutáveis → ex: adultério
__________________________________________________________-
· Silogismo a ser feito pelo juiz:
• Premissa maior: lei geral ex: art 155 CP
• Premissa menor: conduta
· Consequência: pena ou liberdade após análise das provas
No decorrer da história da legislação penal brasileira, a sanção penal vivenciou em algum momento a execução que repousasse no corpo do indivíduo? Você identificou alguma semelhança nos dias atuais?
Código Criminal - 1830
CAPITULO IV
INSURREIÇÃO
Art. 113. Julgar-se-ha commettido este crime, retinindo-se vinte ou mais escravos para haverem a liberdade por meio da força.
Penas - Aos cabeças - de morte no gráo maximo; de galés perpetuas no médio; e por quinze annos no minimo; - aos mais - açoutes.	Comment by Adriana: A pena de galés inserida no Código Criminal de 1830 perdurou por todo o século XIX, somente sendo extinta em 1890 com o Código Penal Republicano. Uma pena que visava condenar escravizados, libertos e livres pobres, a pena mais severa depois da pena capital. Os galés deveriam ficar presos na cadeia da cidade e sair diariamente para prestar serviços públicos, pois, de acordo com o artigo 44 do Código Criminal de 1830: A pena de galés sujeitará os réus a andarem com calceta no pé, e corrente de ferro, juntos ou separados, e a empregarem nos trabalhos públicos da província, onde tiver sido cometido o delito, à disposição do governo.2 (CÓDIGO CRIMINAL, 1830).
SECÇÃO I
Homicidio
Art. 192. Matar alguém com qualquer das circumstancias aggravantes mencionadas no artigo dezaseis, numeros dous, sete, dez, onze, doze, treze, quatorze, e dezasete.
Penas - de morte no gráo maximo; galés perpetuas no médio; e de prisão com trabalho por vinte annos no minimo.	Comment by Adriana: A pena das galés era a punição na qual os condenados cumpriam a pena de trabalhos forçados.
Na execução, algoz subia nos ombros do condenado para acelerar morte
Fonte: Agência Senado
→ Apesar de os tribunais continuarem sentenciando a pena de morte até o fim do Império, em 1889, as forcas foram definitivamente aposentadas uma década antes.	Comment by Adriana: O Brasil Império foi uma época da História do Brasil que teve início em 07 de setembro de 1822 – quando ocorreu a Independência do Brasil. O período imperial teve fim em 15 de novembro de 1889 – quando ocorreu a Proclamação da República.
→ A lei da pena de morte dos escravos deixou de fazer sentido em 1888, com a abolição da escravidão. Ela só foi oficialmente revogada em 1890, logo depois da Proclamação da República (1889).
No Brasil existe pena de morte?
Art 5° CR/88 XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Na doutrina a história do Direito Penal possui sua divisão em fases. E segundo Cleber Masson (2017) são elas: vingança privada , vingança divina, e vingança pública.	Comment by Adriana: Nos primórdios, quando ocorria um crime a reação a ele era imediata por parte da própria vitima, por seus familiares ou por sua tribo. Comumente esta reação era superior à agressão: não havia qualquer idéia de proporcionalidade.	Comment by Adriana: É o direito penal imposto pelos sacerdotes, fundamentalmente teocrático (o Direito se confundindo com a religião).O crime era visto como um pecado e cada pecado atingia a um certo Deus. A pena era um castigo divino para a purificação e salvação da alma do infrator.Era comum neste período o uso de penas cruéis e bastante severas.	Comment by Adriana: Período marcado pelas penas cruéis (morte na fogueira, roda, esquartejamento, sepultamento em vida) para se alcançar o objetivo maior que era a segurança da classe dominante. Com o poder do Estado cada vez mais fortalecido, o caráter religioso foi sendo dissipado e as penas passaram a ter o intuito de intimidar para que os crimes fossem prevenidos e reprimidos.
O art. 5 da CR, por exemplo, contém inúmeros dispositivos da matéria de direito penal que objetiva resguardar a dignidade da Pessoa humana, entre eles estão: 
XL- Anterioridade da lei penal
 XLVI - individualização da pena
XLV- proibição da punição passar da pessoa do condenado
 XLVII proibição de alguns tipos de sanções, que são as de banimento, prisão perpétua, de trabalhos forçados, morte, salvo em guerra declarada e cruéis.
	
→ONU descreve como cruel, desumano e degradante o sistema prisional brasileiro.
Relatório do Judiciário descreve 'tortura medieval' em presídio: murros, chutes, tiros e pau de arara.
Relatório produzido pelo Poder Judiciário em Mato Grosso revela o que foi qualificado como “tortura sistemática, tratamento cruel, desumano e degradante praticados por policiais penais” em face de detentos na penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira, conhecida como Ferrugem, em Sinop. Devido à grande quantidade de lesões e cicatrizes visualizadas, o Judiciário concluiu que os atos são habituais e generalizados.
Questão 1: 
	O sistema das penas sempre esteve em transformação para acompanhar a evolução social. Sobre a história das penas, assinale a alternativa INCORRETA:
Alternativas:
	A)
	Nos tempos medievais o castigo tinha a finalidade de provocar o medo coletivo, com a aplicação de penas bárbaras, como torturas, amputação de órgãos e mutilações.
	B)
	Para Cesar Beccaria, na sua obra Dos delitos e das penas, a pena tinha como origem o pacto social, ideia originalmente vinda da teoria clássica do contrato social, em que só as leis poderiam decretar as penas dos delitos.
	C)
	A caracterização da prisão como sanção penal somente se deu na Idade Média, momento em que se começa a disseminar a utilização de castelos e outros estabelecimentos como verdadeiras casas de recolhimento para o crescente número de delinquentes e mendigos.
	D)
	Na vingança pública, a pena de morte é vista como uma sanção largamente difundida e aplicada por motivos que hoje são considerados insignificantes. 
As primeiras instituições segregadoras, dando indícios da prisão nos moldes atuais, voltadas para submeter à disciplina os “rebeldes”, que eram em particular os pobres, surgiram durante a idade moderna, quando já imperava o capitalismo.	Comment by Adriana: Idade Moderna é o período que se estendeu de 1453 a 1789.
Questão 2: 
	Com base nas transformações históricas da pena e vingança privada, analise as assertivas abaixo:
I - De todas asfases da evolução da pena, a vingança privada é a fase mais antiga da história da pena, momento em que não havia modelo de administração pertinente a Justiça. 
II - A sanção era imposta tão somente como vingança, de forma desproporcional à agressão sofrida, podendo, inclusive, atingir membros de sua família ou comunidade. 
III - Nesta fase, a sanção era comumente aplicada, por delegação divina, pelos sacerdotes e sacerdotisas com penas cruéis, desumanas e degradantes pois guardavam relação com a força do deus lesado. 
IV - A vingança nesse momento tem um caráter pessoal, pois a própria vítima e/ou familiares realizavam a vingança contra o "criminoso", ou então contra o grupo social a que a vítima pertencia.
Alternativas:
	A)
	Estão corretos os itens I, II e III
	B)
	Estão corretos os itens II, III e IV
	C)
	Estão corretos os itens I, III e IV
	D)
	Estão corretos os itens I, II e IV
	E)
	Todos os itens estão corretos
A sanção aplicada por delegação divina, pelos sacerdotes e sacerdotisas, se dava na vingança divina, e não na vingança privada.
Aula 2
Conceito de pena - teorias absolutas, relativas e mistas – tipos de prevenção
O sistema punitivo do Estado destina-se, portanto, à defesa social na forma em que essa defesa é entendida pelos que têm o poder de fazer as leis.
Esse sistema opera por meio da mais grave sanção jurídica, que é a pena, juntamente com a medida de segurança, em casos especiais. 
sanção penal → pena e medida de segurança ( tratamento compulsório imposto àquele que não possua sanidade ( imputável e semi-imputável).
· teorias absolutas: foi desenvolvida na idade média, sendo a pena a exigência de justiça. Quem pratica um mal deve sofrer um mal. A pena se funda na justa retribuição, é um fim em si mesma e não serve a qualquer outro propósito que não seja o de recompensar o mal com o mal. 
· teorias relativas: partindo de uma concepção utilitária da pena, justificam-na por seus efeitos preventivos. 
→ Significa dizer que a finalidade da pena não seria punir todos os crimes, mas prevenir todos os crimes.
→De alguma maneira, o que se quer dizer é que a sociedade ideal é aquela na qual não ocorrem crimes e não aquela onde todos os crimes são punidos, e é isso o que o Estado deve perseguir.
·  teorias mistas ou unitárias, que combinam as teorias absolutas e as relativas, que não seriam excludentes entre si. 
→Parte do entendimento de que a pena é retribuição, mas deve, por igual, perseguir os fins de prevenção geral e especial. 
OBS: A teoria geral é subdividida em negativa, que busca a intimidação daqueles que não praticaram a conduta ilícita, para que estes não se sintam motivados ou instigados à prática do crime e também em positiva, na qual a pena nada mais é do que um novo meio de se produzir novos valores morais e éticos diante da sociedade e do indivíduo que não praticou a conduta ilegal.
Assim é que os fundamentos contidos nas citadas teorias estabelecem uma idéia global da função da pena:
• realização de Justiça (teoria retributiva, absoluta);
• proteção da sociedade por meio da ameaça da pena (prevenção geral);
• proteção da sociedade evitando a reincidência do delinquente (prevenção especial).
Aula 2
Questão 1: 
	Assinale a alternativa correta sobre a Teoria absoluta da pena:
Alternativas:
Alterna
	A)
	foi desenvolvida na Idade Média, com o único propósito de punir o condenado, para que entendesse que estava sendo penalizado em razão de seu desrespeito para com as normas jurídicas e para com seus iguais.
	B)
	a pena se justifica não para retribuir o fato delitivo cometido, mas, pela necessidade de evitar a prática de delitos. Assim, a pena era vista como instrumento apto à prevenção de possíveis delitos, tinha, pois, um nítido caráter utilitário de prevenção.	Comment by Adriana: É fundada na teoria relativa da pena
	C)
	a pena seria aplicada para impor o medo. Todavia, muitas vezes, tal medo era incapaz de coagir a prática do delito, já que o condenado agia com confiança de que não seria descoberto.
	D)
	consiste no estabelecimento de diretrizes de conduta para a sociedade, através da demonstração do especial valor de determinados bens jurídicos, que se faz por meio da criação dos tipos penais, da cominação das penas correspondentes e do estabelecimento dos critérios de persecução penal.	Comment by Adriana: Relacionado à prevenção geral
Questão 2: 
	Sobre a Teoria da Pena, assinale a alternativa INCORRETA:
Alternativas:
	A)
	A teoria relativa da pena tem a finalidade de impedir o cometimento de novos ilícitos, a partir da aplicação imediata da pena.
	B)
	Para a teoria mista ou eclética, a pena é tanto uma retribuição ao condenado pela realização de um delito, como uma forma de prevenir a realização de novos delitos.
	C)
	Segundo a teoria da prevenção especial, a pena destina-se diretamente à coletividade, como forma de intimidação.	Comment by Adriana: Prevenção geral negativa
	D)
	De acordo com a prevenção geral positiva, o objetivo da pena não é intimidar, e sim demonstrar a vigência da lei, a fim de restaurar a confiança da coletividade na organização na execução do ordenamento jurídico.
	E)
	Na prevenção geral negativa, a finalidade da pena dar-se-ia por intimidação, para fazer a comunidade refletir antes de realizar qualquer ilícito penal. 
Aula 3
O sistema Penal Brasileiro. Princípios norteadores da Pena e Penas admitidas no Direito brasileiro
A Constituição Federal possui alguns dispositivos relacionados com a disciplina das penas.
· Princípio da personalidade (intranscendência) da pena → a pena não passará da pessoa do condenado. 
→limitação dos efeitos da punição ao condenado, não atingindo terceiros, como seus descendentes (fruto do iluminismo).
	Art 5° XLV CR - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
· Princípio da individualização da pena→ determina que todo indivíduo tem o direito de ter a pena a ele aplicada individualmente, consideradas todas as características e condições pessoais, além de se valorar o que efetivamente fez. 
→Ainda que haja concurso de pessoas, não pode haver uma aplicação de sanção idêntica a todos, sob pena de violação deste princípio ( art 5° XLVI CR).
OBS: É inconstitucional a cominação de pena única em um tipo penal
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:  
        I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
        II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
        III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
        IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
Fase de execução:
Lei 7210/84 
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal.
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
(....)
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
· P da inderrogabilidade da pena
“ O juiz poderá deixar de aplicar a pena quando....” →perdão judicial
EX:
Art 121 CP    § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária
Art 129 CP  § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
- colaboração premiada lei 12.850/03 lei 9613/98 → perdão judicial ao réu colaborador
Art 5° CR XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: PENAS ADMITIDAS NO BRASIL.a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
Art 32 CP:
As penas são: 
        I - privativas de liberdade;
        II - restritivas de direitos;
        III - de multa.
	Ex:
Rixa
        Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
        Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
 Calúnia
        Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Art 37CR
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
P. da legalidade (reserva legal) XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
PENAS PROIBIDAS:
XLVII - não haverá penas: ( P. da humanidade)
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
Aula 3
Questão 1: 
	1) Com o advento da Constituição Federal de 1988, adota-se o princípio da dignidade humana, pilar da república federativa do Brasil, instituindo que é proibido aplicação de penas que sejam degradantes, que violem a dignidade humana. Sendo assim, está INCORRETA a alternativa:
Alternativas:
Alterna
	A)
	A proibição de que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante é uma decorrência do princípio da humanidade.
	B)
	O cumprimento de pena privativa de liberdade em regime fechado, quando cumprido em respeito aos pilares da dignidade da pessoa humana, é permitido no ordenamento jurídico brasileiro.
	C)
	O princípio da humanidade das penas garante que o indivíduo que cometeu crime seja punido pelo Estado de acordo com as normas legais, haja vista a existência do Estado Democrático de Direito.
	D)
	Não se admite no ordenamento jurídico a imposição de penas restritivas de direitos consistentes na proibição de frequentar determinados lugares e limitação de fim de semana.
SEÇÃO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
        Penas restritivas de direitos
          Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
        I - prestação pecuniária;  
        II - perda de bens e valores;  
        III - limitação de fim de semana. 
        IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;  
        V - interdição temporária de direitos; 
        VI - limitação de fim de semana. 
Questão 2: 
	Este princípio está diretamente relacionado com o sistema trifásico da pena. Na dosimetria da pena, o juiz tem que analisar subjetivamente o condenado, isto é, sua conduta, culpabilidade, personalidade e demais aspectos subjetivos. Esta individualização se manifesta também em não transpor à pessoa do condenado a sua pena, seja ela privativa de liberdade ou mesmo pecuniária. Precipuamente, trata-se do postulado da:
Alternativas:
	A)
	pessoalidade.
	B)
	legalidade.
	C)
	proporcionalidade.
	D)
	individualização.
	E)
	culpabilidade.
5. São penas proibidas no direito brasileiro, exceto:
a) Banimento.
b) Cruéis.
c) Trabalho não remunerado.
d) De caráter perpétuo.
e) Infamantes.
Letra C

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