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Direito Agrario Atividade

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Atividade 1
Comente o Regime Sesmarial no Brasil.
O instituto das sesmarias foi criado em Portugal por uma lei de D. Fernando, datada de 1375. Seu objetivo era remediar a série crise de abastecimento, que afligia então o reino. O monarca determinou, para tanto, o cultivo obrigatório de todas “as herdades que som pera dar pam”. Em consequência, se o proprietário não pudesse ou não quisesse cultivar diretamente o solo, deveria dá-lo em arrendamento a alguém que assumisse essa tarefa, sob pena de confisco, devolvendo-se a terra ao soberano. Esta, aliás, a origem da expressão “terras devolutas”.
O instituto já fora aplicado com proveito na colonização das ilhas portuguesas do Atlântico, quando, com a descoberta do Brasil, decidiu-se transplantá-lo ao território da nova colônia. Ao instituir, em 1534, o sistema de capitanias hereditárias, D. João III determinou que cada donatário recebesse como de sua exclusiva propriedade uma faixa de dez léguas, contada a partir da linha litorânea, e distribuísse, a título de sesmarias, o restante do território sob seu comando.
O sistema sesmarial foi transplantado para o Brasil sem o necessário cuidado de adaptação do texto legal, permitindo, desde cedo no Brasil, verificar-se uma comum discrepância entre o texto legal e a prática do direito, fato que, no que tange ao sistema de terras, significou a construção de uma consciência coletiva de liberdade de agir, sem a intervenção do Estado, necessária à ordem, situação que se manteve apesar das sucessivas mudanças de sistema político e texto legal.
 O Direito Agrário possui princípios que sustentam o acesso a terra? Comente.
De ordem constitucional, toda e qualquer propriedade situada em território brasileiro deve atender à razão da função social, devendo esta, visar o chamado \u201cprogresso econômico e social\u201d da comunidade em geral, não se abstendo apenas ao próprio e íntimo interesse particular do proprietário. Por uma visão mais coletiva, podemos afirmar que esse princípio é como um símbolo para o Direito Agrário, norteando-o e dando ao direito à propriedade privada uma maior flexibilização, tendo em vista que somente será considerada desta forma \u2013 como propriedade \u2013 se, de fato, atender aos requisitos legais e fáticos que dizem sugerem a boa e útil exploração da propriedade em prol do interesse coletivo. Esse princípio é fundamental para o Direito Agrário, tendo em vista que este á a base para o direito à reforma agrária. O princípio da função social da terra ressalta o sentido que a terra está a serviço do homem e, não, o homem a serviço da terra, mas, que a terra não é mercadoria e, sim, um meio de produção ou de utilidade social.
A terra como bem de produção, deve satisfazer a sociedade. Aquele que trabalha a terra como posseiro, como proprietário, como arrendatário, como parceiro sem-terra, como empregado rural. Em suma, todo e qualquer homem (e mulher) do campo deve fazer a terra produzir, visando a sua satisfação e de sua família e o bem da sociedade. Portanto, todo o trabalho que se realize sobre a terra deve ter, também, finalidade social. Função social da terra no sentido da necessidade de produção de alimentos para a sociedade presente e a sua conservação para as gerações futuras. A visão social é acentuada, sobremaneira, pelo fato de a terra ser uma necessidade natural ao ser humano, numa concepção agrário-geográfica, como base do viver, do trabalhar e do produzir. Pode-se dizer, então, que a terra estará cumprindo com sua função social quando satisfizer a necessidade natural de viver (morar e trabalhar) do ser humano. Desta forma, a pessoa adquire o direito de viver sobre um pedaço de terra, independentemente de qualquer formalidade e/ou burocracia estatal. Nessa linha de raciocínio o ensaísta mostra o verdadeiro significado da propriedade da terra.
Princípio da Melhor Distribuição da Terra ou do Acesso à Propriedade da Terra
Esse princípio tem como fundamento a política do interesse social onde se pode tirar a terra das mãos de quem não produz, por meio de desapropriação e concede-la a quem queira produzir. Atualmente, considera-se como reforma agrário o conjunto de medidas que busquem promover a melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e aumento de produtividade. Conforme vem expresso no art. 1º, § 1º, do Estatuto da Terra. Com a grande transformação que anda ocorrendo na estrutura agrária brasileira, é de extrema importância o total aproveitamento da terra e uma melhor distribuição das terras públicas e particulares, visando a descentralização da propriedade rural e à valoração do trabalhador do campo com um melhoramento das suas condições de vida, expandindo assim, o setor industrial e econômico do país. A melhor distribuição da terra servirá para diminuir a tensão agrária e contribuirá para solução do problema agrário, apesar de que somente esses processos não seriam suficientes para acabar com o problema agrário. Em virtude de uma reforma agrária mal planejada e mal executada, o Poder Público tem tirado terras de quem está produzindo, para dar para quem não vai produzir nada, por falta de meios e condições.
Tal fato é considerado um contra senso, pois, tirar as terras de quem esta produzindo de forma insuficiente, para colocá-la nas mãos de quem não vai produzir nada, devido o fato de que vai passar a viver do dinheiro público. Diante do problema agrário, a reforma agrária deve ser desenvolvida a fim de compatibilizar a política agrícola e fundiária, que visa promover uma melhor distribuição e aproveitamento da terra, surge um conceito importante que é o módulo rural. O módulo rural visa assegurar ao agricultor e a sua família não somente a subsistência, porém devendo propiciar o progresso social e econômico, limitando o direito de propriedade das terras rurais, é um dos meios mais importantes para se conseguir uma melhor distribuição e aproveitamento das terras rurais. O legislador brasileiro quando criou o Estatuto da Terra não tinha como objetivo criar favelas rurais, mais apoiar técnicas que materialmente se destinasse a fazer a terra rural a produzir e alcançar uma melhor distribuição de renda, como também, aumentar o mercado de trabalho e a oferta de mão de obra.

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