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Prematuridade O parto prematuro caracteriza-se por parto entre a 22ª e a 37ª semana de idade gestacional. E o trabalho de parto verdadeiro caracteriza-se por contrações frequentes e modificações cervicais. Os fatores maternos (complicações obstétricas ou clínicas) que podem levar à prematuridade são: Gestação múltipla, macrossomia ( feto grande, com peso superior a 4 kg a 4,5 kg. ) e o polidrâmnio ( excesso de líquido amnioótico); Amniorrex prematura (RPM) – ruptura espontânea da bolsa amniótica sendo considerada 1/3 das causas de partos pré-termo. Após 18 à 24h da RPM a mulher tem risco de infecção intra-amniótica, podendo evoluir para septicemia (infecção geral do organismo) e morte; Infecções genitais (cervicites e vaginites); Incompetência istmo-cervical – encurtamento do canal cervical, não tendo sustentação do peso do feto durante a gestação e levando a um abortamento, pois esse colo uterino dilata e afina apenas com a evolução da gestação. Nesses casos, é preciso realizar a cerclagem, que consiste no fechamento do colo através de sutura. Etiologia: desconhecida, trauma cirúrgico (dilatações repetidas), entre outros; Toxemia gravídica – consiste na presença de toxinas no sangue da gestante, pode ser chamada de pré-eclampsia ou eclampsia dependendo dos sintomas dessa mulher. Ocorre habitualmente no final da gravidez, caracterizando-se por hipertensão, edema e proteinúria, assim sendo chamada de PRÉ- ECLAMPSIA. Quando além desses sintomas há convulsões, é chamada de ECLAMPSIA; Infecção urinaria (pielonefrite); Malformação uterina. Os fatores comportamentais que podem levar a um parto prematuro são: Tabagismo; Alcoolismo; Drogas ilícitas; Traumatismo; Esforço físico intenso; Hábitos alimentares inadequados. A conduta a ser tomada é identificar os elementos preditivos e fazer a prevenção do trabalho de parto prematuro. Mas que elementos são esses? Eles podem ser divididos em duas partes: os clínicos ou ultra-s-onográficos. Os clínicos consistem na contratilidade do útero dessa mulher, possíveis sangramentos, dilatação e apagamento ou corrimentos vaginais. São aqueles elementos que podemos identificar em uma consulta, por exemplo. Já os ultra- sonográficos detectam dilatação do orifício interno, comprimento cervical e anomalias uterinas. A prevenção de um trabalho de parto prematuro pode ser feito com repouso relativo, realizar a prevenção de infecção urinaria e genital, ter um aporte nutricional e frequência nas consultas de pré-natal, além dos exames rotineiros, acrescentar ultra- sonografia, exame bacteriológico, cultura endocervical e urocultura (em cada trimestre). Esses são os elementos de prevenção. Para uma conduta de inibição o ideal é repouso hospitalar, hidratação e administração de glicocorticoides entre a 26ª e a 34ª semana de IG, pois os glicocorticoides inibem a prostaglandina, uma das responsáveis – junto à ocitocina – da contração uterina. São utilizados alguns agentes medicamentosos para a inibição do parto se o feto é viável, com BCF normais e sem sinais de sofrimento, membranas íntegras, dilatação cervical de até 4cm, se não estiver em trabalho de parto verdadeiro e com inexistência de sangramento. Um exemplo de medicamento utilizado é o Betametasona ou Dexametasona de 12mg, usado por 2 dias e por via IM. Obs.: Trabalho de parto verdadeiro – Caracteriza-se por contrações frequentes e modificações cervicais. Quanto à alta hospitalar devem ser feitas algumas orientações como: Identificar possíveis contrações, perda de liquido amniótico, presença de disúria (dificuldade de urinar que pode vir acompanhada de dor) e corrimento vaginal; Suspender a vida sexual – porque há liberação de ocitocina durante as relações sexuais e a ocitocina estimula a contração uterina; Manter repouso relativo; Diminuir os intervalos das consultas. A conduta no pré-natal de mulheres que tiveram gestações múltiplas é a diminuição de atividade física, repouso e uso de uterolíticos – medicamentos que inibem a contração uterina. Para casos de polidrâmnio (excesso de liquido amniótico) deve ser feita a amniocentese transabdominal, que consiste na retirada de liquido amniótico do abdome materno para análise. E em casos de incompetência istmo-cervical deve ser realizada a cerclagem cervical (explicada lá em cima). O parto não deve ser inibido na presença de alterações maternas como hipertensão aguda, traumatismo e infecção, ou alterações fetais, como sofrimento e anomalias. A função do liquido amniótico (LA) é permitir movimentação constante, evitar traumas fetais e manter temperatura fetal. Ele pode ser levemente alcalino (7,0 a 7,5), é reabsorvido pela deglutição e respiração fetal, está constantemente formado e a cada 3 horas e reposto e tem um volume médio de 50, 400 e 1000 ml em 12, 20 e 36- 38 semanas, respectivamente. A RPM é considerada um alto índice de mortalidade materna-fetal por infecção e possui alguns fatores para isso como gestantes desfavorecidas socioeconomicamente, mal nutridas, com baixa imunidade e com infecções genito-urinária. E como diagnosticamos uma RPM? 1. Perda súbita de LA; 2. Volume uterino compatível com IG; 3. Visualização da saída de LA pelo orifício do colo; 4. Utilização de métodos laboratoriais; 5. USG (peso fetal, IG e óbito fetal). A conduta a ser tomada frente a uma paciente diagnosticada com RPM é de orientar quanto ao repouso, realizar controle de temperatura de 6/6h, avaliar a vitalidade fetal, a IG, realizar leucograma 2x por semana, evitar toque vaginal e fazer uma hiper- hidratação, em casos de oligodramnia (redução do volume de LA). O prognóstico em uma gestação com menos de 27 semanas é reservado (?), de 28 a 34 semanas é necessário confirmar a IG, apresentação e biometria. Tem risco de amnionite (inflamação da membrana que rodeia o feto) e prolapso de cordão (queda ou deslocamento do cordão). Maior ou igual que 35 semanas é necessário antecipar o parto.
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