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Revisão - patologia (alterações subestruturais)

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PARTE 1: ALTERAÇÕES DAS SUBESTRUTURAS CELULARES
Ana Paula Monteiro de Araújo
Conceitos importantes
Sincício: Conjunto de células que se fundem, perdendo parte de sua membrana, e formando uma única massa citoplasmática multinucleada. Exemplo: Célula Gigante.
ICC: Insuficiência cardíaca congestiva.
DPOC:
Expansão Isosmótica: Entrada de água na célula acompanhada de solutos, aumentando seu volume (edema intracelular ou tumefação) mas mantendo sua osmolaridade.
Subestruturas celulares: Exemplos: Todas as Organelas, a Membrana e o Núcleo (RE, Mitocôndrias, Lisossomos, Complexo de Golgi, Microtúbulos...).
Como funciona e o que causa uma alteração subestrutural?
AGRESSÕES DIRETAS OU INDIRETAS → CÉLULAS→ ALTERAÇÕES SUBESTRUTURAS DAS CÉLULAS, MEMBRANA MAIS COMUM → ALTERAÇÕES DAS FUNÇÕES CELULARES, EX: BOMBA DE NA/K → ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS, EX: TUMEFAÇÃO → ALTERAÇÃO DA FUNÇÃO DO TECIDO E ORGÃO → ALTERAÇÃO DA HOMEOSTASE→ DOENÇA = SINTOMAS
Alterações na Membrana
Informações gerais: Subestrutura que mais consome energia, é responsável pelo controle do que entra e do que sai da célula, ou seja, sua permeabilidade e é nela que ocorre a bomba de Na/K.
Como ocorre uma ação direta na membrana? Um agressor atinge a membrana, produz modificações morfológicas e/ou funcionais de seus componentes. 
Quem são os Agressores? Lipases e proteases, complemento ativado, detergentes e radicais livres.
Agressores da Membrana
Lipases e Proteases: Enzimas que quebram ligações entre os ácidos graxos e entre os aminoácidos, respectivamente. Esse processo é chamado de clivagem. Quando ocorre na membrana afeta sua composição, devido esta ser Fosfoglicolipoproteica.
Sistema Complemento previamente ativado: Sua função é defender o organismo, com por exemplo a Opsonização. Entretanto, quando alterada de forma anormal, pode atacar o próprio organismo, provocando uma agressão.
Radicais Livres: Após radiações ionizantes, luz ultravioleta ou após a metabolização inicial de substâncias exógenas (CCL) causam Peroxidação, ou seja, o oxigênio se liga aos lipídios. Estes presentes na composição da Membrana. Importante ressaltar que não atacam apenas lipídios, mais essa é a agressão mais típica causada por eles.
Exemplo de ação direta
A ação direta de um agente lesivo sobre a membrana citoplasmática pode produzir alterações funcionais. Isso acontece quando provoca um bloqueio as enzimas associadas a membrana. Exemplo: Ouabaina, um hormônio tóxico, que inibe a ATPase-Na/K dependente, alterando a funcionalidade da bomba de sódio-potássio. 
Exemplo de ação Indireta 
Como a membrana depende de outras organelas da célula para suas funções, quando um agressor produz alterações da membrana citoplasmática porque comprometeu as fontes de produção de energia e/ou os mecanismos de síntese celular, tem-se uma ação indireta desse agente sobre a membrana. Exemplo uma agressão mitocondrial, faz com que caia a produção de ATP – lembrando que a membrana é a estrutura que mais gasta ATP- diminuindo a capacidade funcional da bomba de Na/K. Em consequência, a célula passa reter água, tornando-se tumefeita.
Ainda sobre ação indireta
As modificações funcionais mais importantes são as alterações nos mecanismos de permeabilidade. A consequência principal é a modificação do componente hídrico da célula, que leva ao edema intracelular, ou degeneração hidrópica ou vacuolar. Outras alterações de importância referem-se a modificações da resistência elétrica e aos mecanismos de repolarização em células especializadas. 
Alterações Macroscópicas
Resultam especialmente da ação de enzimas, complemento ativado, Peroxidação de lipídios, síntese deficiente de proteínas etc. Um exemplo é a ruptura, a formação de bolhas e protrusões, que refletem o enfraquecimento da membrana citoplasmática. Além das alterações nas estruturas juncionais, como a Acantólise - afastamento.
Alterações funcionais
Sobre elas é importante saber que não possuem ordem de ocorrência. Podem acontecer antes de uma alteração morfológica, coexistir com ela ou dela independer.
Alterações nos Retículos Endoplasmático Liso e Rugoso
Dilatação das cisternas do RE: É causada pela expansão isosmótica do líquido intracelular, posteriormente uma agressão que tenha provocado falha na bomba de Na/K.
Vesiculação: É causada pela Peroxidação na membrana do RE, fazendo com que suas cisternas se fragmentem.
Desacoplamento dos ribossomos: Pode ser causada pela Peroxidação no RER, inibição da proteína de acoplamento, alteração iônica ou agressão direta aos ribossomos – ex: Dimetilnitrosamina, composto químico cancerígeno, formado no estômago, pelo ambiente ácido.
Ainda sobre as alterações no RE
Proliferação do REL: É causado após contato com DDT, álcool ou outras substâncias tóxicas ou não, estes vão ser metabolizados e vão estimular maior metabolismo, proliferando o REL. No caso do CCl4, sua toxicidade aumenta.
Aparecimento de depósitos anormais: Ocorre nas cisternas do RE, quando a excreção encontra-se reduzida.
Corpos residuais e figuras lamelares concêntricas: São exemplos de alterações macroscópicas e representam partes não funcionais ou mortas no citoplasma.
Alterações na Mitocôndria
Tumefação: Pode ser de baixa ou alta amplitude. Baixa: consiste na contração e condensação da matriz e expansão da câmara mitocondrial externa. Alta: dilatação da câmara interna, achatamento das cristas e ruptura da membrana externa.
Cristólise: Pode ser parcial ou total. Consiste nas condições patológicas, hipóxia ou anóxia, hipocalcemia etc. As cristas se desorganizam e desaparecem. Como a velocidade da respiração e o sistema enzimático depende do número de cristas, estas funções estarão alteradas.
Aumento do volume: Aparecem mitocôndrias gigantes, com formas irregulares. Geralmente, em casos de alcoolismo crônico, dietas deficientes em ácidos graxos, hipovitaminose C e corticoides 
Ainda sobre alterações mitocondriais
Variação de número: Em caso de dietas hipoproteicas o número de mitocôndrias fica reduzido, quando a dieta se normaliza as mitocôndrias voltam a aparecer em maior quantidade.
Inclusões: Cristas de fosfato de Ca. O cálcio passa a se acumular nas cristas da Mitocôndria.
Miopatia mitocondrial: Encontra-se mitocôndrias em maior número e/ou maior volume, com maior número de cristas. Também a presença de Tricômico de Gomori, que são acúmulos de mitocôndrias na periferia
Alterações dos Lisossomos
Presença de Corpos residuais: Acontece em condições patológicas em que ocorre acúmulo de substâncias nos lisossomos. Como por exemplo, uma digestão ineficiente, por carência de enzimas provoca este acúmulo.
Aumento do número de vacúolos autofágicos: Só acontece em lesões focais, acredita-se que objetivando o isolamento da área. Provoca a autofagia.
Alterações no Complexo de Golgi
Vacuolização: Em condições patológicas, e como consequência do álcool. O Complexo torna-se muito desenvolvido, com as vesículas e os sáculos alargados, aumentando a secreção e havendo perda do paralelismo (arranjo natural do Complexo de Golgi).
Alterações nos Microtúbulos
Despolimerização: São organelas de proteínas polimerizadas, responsáveis pela mobilidade celular (ex: movimento amebóide). Quando ocorre uma falha na bomba de Na/K, e estas se tornam tumefeitas resultando em despolimerização, acontece perda de funcionalidade (ex: lisossomos, que dependem da sua movimentação).
Alterações nos Núcleos
Aumento ou diminuição no número de poros: A desnutrição crônica provoca redução no número de poros do núcleo, entretanto a neoplasia (câncer) provoca o efeito contrário, resultando no aumento da quantidade de poros.
Dilatação da Cisterna: Expansão isosmótica pode provocar dilatação das cisternas perinucleares.
Inclusões, invaginações, espessamento da membrana e tortuosidades: As agressões virais possuem como consequências todas essas alterações.
Aumento no volume do suco nuclear: A expansão de volume do citoplasma provoca expansão do volume do suco nuclear, que junto com as variações
do pH resulta no rearranjo dos filamentos de cromatina. 
Alterações pouco conhecidas
Microcorpos e Peroxissomos: Microcorpos são peroxissomos. Encontram-se em condições patológicas com variação no seu número, devido a falhas metabólicas.

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