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1 Parte 1 A PESQUISA COMO PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO A ciência é uma atividade tipicamente humana de busca sistemática do conhecimento da natureza e dos seus fenômenos. Observação → Descrição → Experimentação → Teorização Dependendo do objeto de pesquisa, a experimentação (tentativa de reproduzir em laboratório, de modo controlado, os fenômenos) poderá não existir, sendo substituída por um modelo teórico explicativo dos fenômenos naturais ou sociais. A experimentação pode ser mais ou menos rigorosa, dependendo dos recursos de que se dispõe, inclusive o conhecimento teórico preexistente. A profissão de cientista, entendendo-se como a atividade regularmente remunerada por prestação de serviços de pesquisa científica e tecnológica, surge pela primeira vez na Alexandria, cerca de 330 anos a. C. Anteriormente, o conhecimento científico era gerado por filósofos, professores, sacerdotes, magos e por pessoas com outras profissões, mas que tinham em comum um grande espírito de curiosidade e certa disciplina. Atualmente, muito se tem discutido sobre os métodos por meio dos quais se desenvolve a atividade científica, podendo-se dizer que todos eles têm validade tanto para a ciência quanto na busca de tecnologia. Esses métodos podem: • priorizar a conduta abstrata e teórica e subestimar as sensações e o experimento; • entender ser a comprovação experimental o procedimento fundamental. Conceito de tecnologia A tecnologia é o estudo das técnicas, inclusive de sua evolução. É a busca do conhecimento de como produzir e desenvolver instrumentos de trabalho, equipamentos e processos, destinados a elevar a produção por esforço físico humano ou unidade de trabalho despendida e resolver problemas e, desta forma, melhorar a qualidade de vida. 2 Na sua origem, a tecnologia era uma atividade típica de artesãos, dedicados a uma arte diversa daquelas voltadas para despertar o prazer estético, como a pintura, a escultura etc. O desenvolvimento destas artes práticas ou técnicas vem se dando desde o aparecimento do homem, mas a sistematização e a divulgação do conhecimento adquirido são manifestações recentes. A tecnologia generaliza-se depois da descoberta da imprensa. Antes da publicação de tratados impressos, alguns copistas tentaram, por meio de manuscritos, sistematizar e preservar o conhecimento técnico disponível desde a Antiguidade. • O conhecimento se transmitia de homem a homem, nas oficinas e nos laboratórios. Até o século XVII, não se pode falar de relacionamento funcional entre a ciência e a tecnologia, ou de ciência e tecnologia conectadas, C & T. Esse relacionamento se dá com a Revolução Científica do século XVII, quando a necessidade de equipamentos mais complexos e mais precisos para as determinações e medições obrigou os cientistas a estabelecerem um contato mais próximo com os artesãos, o que propiciou um intercâmbio de ideias com sensíveis benefícios para as duas partes. Obs: A tecnologia de hoje é a ciência de ontem, e a ciência de hoje é a tecnologia de amanhã. Conceito de pesquisa A pesquisa é o exercício ou a prática da busca pelo conhecimento, conduzido por meio do método científico escolhido. Convencionalmente, a pesquisa vem sendo classificada em: • básica: objetiva a expansão do saber não necessariamente associada a um interesse imediato de utilização prática dos resultados; • aplicada: conduzida com o propósito de gerar inovações para solucionar problemas. É desejável que exista um certo equilíbrio no desenvolvimento desses dois tipos de pesquisa, porque, enquanto a pesquisa básica cria e dá legitimidade e fundamento a novas ideias, a pesquisa aplicada procura transformá-las em utilidades. O papel da pesquisa aplicada não deve, contudo, levar à suposição de que exista uma relação direta e linear entre os seus resultados, de um lado, e o lançamento de novos produtos no mercado, dinamização da economia, criação de novos postos de trabalho, de outro. É necessário que ocorra, antes, o desenvolvimento do produto ou do processo e a mediação do empresário. 3 Tem-se proposto uma subclassificação da pesquisa em estratégica e fundamental, que se aplicaria conjuntamente às categorias básica e aplicada, de acordo com a dimensão temporal do potencial de aplicação dos seus resultados. • A estratégica apresentaria um elevado potencial para interagir rapidamente com outras pesquisas, dando suporte para novos avanços. • A fundamental teria um horizonte temporal impreciso de utilização dos resultados, seja para expansão do conhecimento, seja para resolver problemas. Conceito de desenvolvimento experimental Por desenvolvimento experimental entendem-se as diversas etapas de transformação de uma descoberta ou um invento em uma inovação, ou o aprimoramento de uma inovação tecnológica, seja esta um novo produto ou um novo processo produtivo. O desenvolvimento experimental tem início em uma bancada de laboratório ou oficina, sendo progressivamente testado em escalas cada vez maiores (scale- up), até se chegar ao estágio de protótipo, no caso de produto, ou de uma nova rota de produção, no caso de processo. Este conjunto de operações é definido como atividade de Pesquisa e Desenvolvimento, P&D (Research and Development, R&D). A P&D pode-se dar por meio de cooperação entre laboratórios e oficinas de universidades e de empresas, ou pelo trabalho integrado de pesquisadores e engenheiros nos laboratórios e plantas-piloto de uma indústria, os quais reúnam tanto a capacitação científica quanto a técnica. Conceito de estado do conhecimento ou “estado da arte” Estado do conhecimento é a avaliação qualitativa e quantitativa do conhecimento em um determinado momento, seja ele referente a um campo da ciência ou a uma determinada técnica. É também denominado como ”estado da arte” (state of the arts). • Os avanços de conhecimento na ciência são denominados descobertas ou invenções, já que houve intencionalidade de gerar utilidade. • Os avanços de conhecimento na tecnologia são inventos e inovações. A denominação de inovação está reservada àquela invenção que tem condições de ser absorvida pelo setor produtivo, transformando-se em uma mercadoria. Processo de geração de conhecimento A geração de conhecimento implica que a atividade nas áreas de C&T e de P&D tenha como resultado os produtos, as descobertas, invenções ou inovações. • Na área científica, ocorre em laboratórios de universidades e centros de pesquisa. 4 • Na área tecnológica, tem lugar nos laboratórios, nas oficinas, nas plantas-piloto e nos parques tecnológicos ou incubadoras de empresas de universidades, de centros de pesquisa e também em instalações de pesquisa das indústrias. A participação da indústria na geração de conhecimento na área tecnológica se dá porque as inovações interessam de perto ao setor produtivo. O conhecimento gerado na área científica tem sido de grande utilidade para as pesquisas na área tecnológica. Esse conhecimento estabelece um fluxo de informações sobre novas descobertas e invenções de interesse para o desenvolvimento de um produto ou um processo produtivo. Da mesma forma, o avanço do conhecimento na área tecnológica interessa às pesquisas na área científica, porque significa a possibilidade de se utilizar os resultados obtidos na produção de novos instrumentos e equipamentos para análises, mensurações e determinações, bem como para criação de condições especiais para observações. O desafio está em aumentar a colaboração e o relacionamento entre a área tecnológica e a científica. Inovação A inovação é a invenção que tem condições de ser absorvida pelo setorprodutivo, transformando-se em uma mercadoria. A inovação pode ser de produto ou de processo: • a de processo se divide em melhoramento organizativo, de aquisição de conhecimento gerencial, inovação tecnológica propriamente dita ou aquela que tem o progresso técnico incorporado; pode-se afirmar que a sua introdução implica, necessariamente, economia de pelo menos um recurso; • a inovação de produto compreende a criação de bens finais novos e qualitativamente diversos; não está voltada para poupar qualquer recurso, mas sim para incrementar a demanda de um determinado bem. A inovação faz a ligação entre a ciência e o mercado. As inovações podem: • impactar o sistema produtivo (caso de um processo poupador de um determinado fator ou o caso de um recurso adicionalmente incorporado a um produto); tornar a vida mais ética (caso de um método de análise que auxilie a perícia criminal); • ou tornar a vida mais humana (no sentido de evitar sofrimentos, prevenindo e curando enfermidades). Do laboratório ao mercado Independentemente de serem de processo ou de produto, as inovações podem ser classificadas em: • radicais: provocam mudanças de forma pronta e imediata; 5 • incrementais: causam mudanças progressivas que levam a uma mudança equivalente à que seria produzida por uma inovação radical; • genéricas: resultam da fusão das duas anteriores; • pervagantes: do tipo genérico, mas com um amplo espectro de aplicações, sobre muitos setores. O interesse pelo estudo do progresso As possibilidades oferecidas pelo progresso técnico para renovar e impulsionar os setores produtivos, tornando-os mais competitivos, e melhorar a qualidade de vida da população, começam a ser objeto de interesse das ciências sociais por ocasião das grandes transformações que ocorreram na sociedade quando o capitalismo mercantilista inicia a dissolução do sistema feudal. Conhecer a natureza do progresso técnico aplicado ao sistema produtivo vem constituindo preocupação das várias correntes do pensamento econômico. O enfoque dos economistas clássicos Para os economistas clássicos, o progresso técnico traria prosperidade e bem- estar, e quaisquer inconvenientes que resultassem de sua aplicação seriam amplamente compensados pelos benefícios acarretados pela sua introdução. Os economistas clássicos (Smith, Ricardo e Mill) foram os primeiros a reconhecer o papel do progresso técnico no crescimento econômico. Para Ricardo, o progresso técnico – além de poder reverter a tendência da economia em direção ao “estado estacionário” – seria uma poderosa arma para a concorrência: • os países que mais avançassem no uso das novas técnicas poderiam beneficiar-se nas relações de comércio internacional; • a inovação tecnológica consolidaria e ampliaria as vantagens comparativas de uma nação nas trocas comerciais. A visão marxista do progresso técnico Marx foi o primeiro economista a seguir os efeitos do progresso técnico no sistema econômico em sua totalidade. Marx não dissociava a possibilidade de expansão capitalista da utilização crescente do progresso técnico, uma vez que este era a principal arma da concorrência capitalista, portanto, da concentração e da centralização dos capitais. Os impactos negativos da grande indústria – que era o vetor da modernização da produção capitalista –, entre eles a destruição de formas antigas de produção familiar, a alienação do trabalhador, o aumento da exploração capitalista através do incremento da mais-valia relativa e a formação de um “exército” de desempregados, explicavam-se pela formação social em que ela se inseria. Superado o capitalismo como formação social, a grande indústria seria expropriada e os benefícios do progresso técnico se voltariam para os trabalhadores. A visão do pensamento neoclássico convencional 6 Os neoclássicos convencionais defendem que não se deve atribuir qualquer sentido valorativo em relação à adoção ou não do progresso técnico. • A inovação tecnológica dependeria do avanço do conhecimento científico e das artes técnicas, o que estaria permanentemente acontecendo fora do sistema produtivo. • A possibilidade de mudança técnica seria algo que aconteceria a depender do preço relativo dos fatores de produção. Uma técnica avançada, embutida em uma máquina ou em um processo de produção disponíveis no mercado, seria utilizada quando os preços destes bens que a incorporassem pudessem ser comparativamente vantajosos em relação ao preço dos fatores que seriam substituídos. Só o mercado deve orientar uma mudança técnica, e um valor afirmativo deve ser dado ao equilíbrio que por meio dela se venha obter, sendo uma questão menos relevante o rumo e a velocidade com que o progresso técnico é incorporado pelo sistema produtivo. A visão contemporânea A visão contemporânea ressalta o impacto econômico das políticas públicas de ciência e tecnologia e das instituições integrantes do sistema nacional de inovações tecnológicas. Tão ou mais importante que os preços relativos para a decisão empresarial de introduzir uma inovação, visando à maior competitividade, é o funcionamento do sistema de geração de tecnologias e os mecanismos de endogenização da demanda pela pesquisa e desenvolvimento (P&D). O arcabouço institucional da ciência e da tecnologia, ou a maneira como se organiza e funciona a pesquisa básica e a aplicada e os mecanismos de difusão em um determinado país ou região, é um fator decisivo nos processos de indução e absorção de inovações tecnológicas. O papel da C&T na afirmação da soberania nacional A afirmação de uma nação, a continuidade de sua independência, a soberania e as relações comerciais mais equilibradas que estabelece com o resto do mundo são progressivamente dependentes da ciência e da tecnologia. Ciência e tecnologia não são somente elementos da cultura de um povo, de uma sociedade, mas são também elementos delimitadores de um perfil moderno de qualquer Estado ou nação. Sem uma ciência e uma tecnologia nacionais não se consegue promover o desenvolvimento econômico, valorizar devidamente os produtos de exportação e também não se tem sucesso em educar, nutrir e tornar saudáveis os cidadãos de um país. No Brasil: 7 • há necessidade de que certos conhecimentos sejam adaptados à realidade brasileira; • há necessidade de sermos menos dependentes de produtos importados e mais eficientes na exportação de produtos novos. Estas necessidades nos obrigam a sermos eficientes na geração autóctone do conhecimento, aquela que se dá no próprio local em que se faz necessária. Por que a tecnologia importada não substitui a geração autóctone (geração de origem) A importância de uma produção autônoma em ciência e tecnologia que leve a uma menor dependência da importação de conhecimentos se justifica porque a transferência de tecnologia não esgota o elenco da diversidade das necessidades de inovações e não apresenta um grau variável de adaptabilidade ao ambiente e às particularidades de mercados nacionais com especificidades culturais inquestionáveis. A efetividade da transferência de tecnologia, que deve ser medida pela capacidade de ir além de soluções tópicas e localizadas de problemas, somente se verifica quando acompanhada da possibilidade de se produzir conhecimento autóctone, que é aquele nacionalmente localizado. Somente por esta via é que serão geradas oportunidades de investimentos que ajudam a superar o modelo de economia complementar e a reduzir os eventuais desequilíbrios econômicos entre as nações. É por meio da produção nacional do conhecimento científico-tecnológico que surgem as possibilidades de explorar as vantagens de comércio internacional, obtendo lucros extraordinários,mediante a incorporação em “primeira mão”, de inovações de processos e produtos, o que não é possível pela via da importação de tecnologia. A dependência tecnológica como fator de retardamento do desenvolvimento econômico tem sido salientada por vários estudiosos. Da mesma forma que é uma utopia pensar-se em autossuficiência em termos de conhecimento, é, por outro lado, altamente desejável depender menos da pesquisa realizada fora das fronteiras do Brasil. Renunciar à geração autóctone do conhecimento e a uma presença em temas avançados de pesquisa significa manter um elevado grau de vulnerabilidade da economia e colocar questões essenciais, como a segurança alimentar e a saúde da população, fora do controle das decisões nacionais. A cooperação internacional em ciência e tecnologia, bem como nos demais setores, faz parte do convívio das nações. Entretanto, ela se deve dar em condições de trocas iguais. O Brasil tem forte potencial para a geração de conhecimento, mas ainda carece de um mecanismo que faça com que este conhecimento alcance o setor produtivo. 8 Comparando-se o Brasil com a Coreia, observa-se que a produção acadêmica dos dois países é semelhante. Porém, a quantidade de trabalhos acadêmicos transformada em pedidos de patentes na Coreia é mais de trinta vezes maior que no Brasil. No Brasil, há ainda incongruência entre o volume de produção científica e a escassez de inovações. A expansão do conhecimento não é proporcional ao aproveitamento econômico desse conhecimento. Alguns problemas foram detectados por pesquisadores: • cultura de propriedade intelectual incipiente: o conhecimento como fonte de geração de inovação e de riqueza precisa, antes de qualquer coisa, estar protegido (situação que vem sendo alterada); • a reputação / notoriedade do pesquisador parece ser mais importante que o benefício social da exploração comercial do objeto da patente; • há pouco incentivo e cultura para a fixação de doutores em empresas (expectativa de mudança com a Lei de Inovação). A situação é ainda mais grave quando se compara o Brasil com países como a Inglaterra, a França e a Alemanha. O Brasil precisa capitalizar mais sua cultura científica. Bibliografia UNIP – Interativa - Professora conteudista:Cecília Maria Villas Boas de Almeida - 2009 ALVES, Rubem. Filosofia da ciência. São Paulo: Ars Poética, 1996. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico; elaboração de trabalhos na graduação.6. ed.São Paulo: Atlas, 2003 CERVO, A. L. & Bervian, P. A. Metodologia Científica. São Paulo: Makron Books, 1996. BASTOS, L.R.; PAIXÃO, L. ; FERNANDES, L. M. Manual para a elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses e dissertações. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979. CONTANDRIOPOULOS, A.P. et. al. Saber preparar uma pesquisa. São Paulo: Hucitec & ABRASCO,1994. DEMO P. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1991. GIL, A. C. Projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1994. LAKATOS, E. Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 1991. MARCANTONIO, A. T. Elaboração e divulgação do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1993. MINAYO, M.C.S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. MOREIRA, D. A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. SELLTIZ, WRIGTHSMAN, COOK. Métodos de pesquisa nas relações sociais. Vol2: Medidas na pesquisa social. São Paulo, EPU, 1987. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 1993. SIDMAN, M. Táticas de pesquisa científica. São Paulo: Editora Brasiliense, 1976. 9 THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 6ª edição. São Paulo, Cortez, 1994. CHIZZOTI, A. A pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo, Ed. Cortez, 1995. CRUZ NETO, O. O Trabalho de Campo como Descoberta e Criação. In MINAYO, M. C. S., Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 9.ª Ed. Petrópolis, Vozes, 2000, p. 51-66. GOMES, R. A Análise de Dados em Pesquisa Qualitativa. In: MINAYO, M. C. S., Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 9.ª Ed. Petrópolis, Vozes, 2000, p 67- 80. DEMO P. Metodologia científica em ciências sociais, São Paulo: Atlas, 1989. DESLANDES, S. F. A construção do Projeto de Pesquisa. In: MINAYO, M. C. S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 9.a. Ed. 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