Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
4 - DAS PESSOAS – Pessoa natural Pessoa Natural é o ser humano capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na esfera civil. CC, Art. 1º. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. A personalidade jurídica é a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair obrigações (Posição clássica). Ou seja, a personalidade jurídica é o atributo necessário para ser pessoa. 4.1 - Quando a pessoa física adquire essa personalidade jurídica? CC, Art. 2º. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Interpretando literalmente - CC, art. 2º, 1ª parte – A personalidade jurídica acontece a partir do nascimento com vida, momento em que o recém nascido passa a ser sujeito de direito. No Brasil, nascimento com vida = funcionamento do aparelho cárdio-respiratório – Questões sucessórias* Direito comparado: Art. 30 CC espanhol – necessidade de “forma humana” e sobrevida de pelo menos 24 horas, requisitos não exigidos no Brasil por respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana. Art. 2º, 2ª parte – A personalidade civil começa do nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do NASCITURO. Mas o que é nascituro? É pessoa? Tem personalidade jurídica? É sujeito de direitos? Tem direitos resguardados e não é pessoa? E o art. 1º CC??? Segundo Limongi França, o nascituro é o ente concebido, mas ainda não nascido. O ente com vida intra-uterina. *Não confundir com embrião e com concepturo. Nascituro é pessoa? Teorias explicativas do nascituro: - TEORIA NATALISTA: A personalidade só é adquirida a partir do nascimento com vida, assim, o nascituro não é considerado pessoa, tendo mera expectativa de direito. Defendida por Silvio Rodrigues. *CC, art. 2º??? - TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL O nascituro gozaria apenas de direitos da personalidade, muito embora para efeitos patrimoniais a sua personalidade somente se consolidaria a partir do nascimento com vida. Nascituro não possui personalidade jurídica, possuiria uma personalidade jurídica condicional. Defendida por Washington de Barros e Fábio Ulhoa Coelho - TEORIA CONCEPCIONISTA Afirma que o nascituro é dotado de personalidade, é pessoa, porque se é sujeito de direitos, é pessoa. Os direitos patrimoniais permanecem condicionados ao nascimento com vida. Defendida pela doutrina moderna (Teixeira de Freitas, Pontes de Miranda, Flávio Tartuce, Rubens Limongi França, Maria Berenice Dias, Silmara Chinelato) e muito usada pelos Tribunais de SP e RS. Ganhou reforço com a Lei 11.804/2008 – Lei de Alimentos Gravídicos (Matéria polêmica). Não se pode negar personalidade jurídica ao nascituro, pois, segundo Silmara Chinelato: ...quem afirma direitos e obrigações, afirma personalidade, sendo a capacidade de direito e o status atributos da personalidade. A diferença entre a Teoria Condicionalista e a Teoria Concepcionista se funda apenas na qualificação jurídica do nascituro – Se possui ou não personalidade jurídica. Explica Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald: Enfim, a distinção entre a teoria condicionalista e a teoria concepcionista é, tão somente, relativa à qualificação jurídica: para os concepcionistas, se o nascituro dispõe de direitos da personalidade é porque já tem a própria personalidade jurídica, apesar dos direitos patrimoniais ficarem condicionados; de outra banda, os condicionalistas afirmam que, a pesar de já titularizar os direitos da personalidade, se os direitos patrimoniais estão condicionados, a personalidade jurídica, como um todo, está condicionada. CC/NR Independentemente da teoria adotada, a ordem jurídica brasileira protege o nascituro. Vejamos alguns exemplos: o Possui direitos personalíssimos; Como direito à vida, à proteção pré-natal… Art. 7º do ECA diz: “A criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência”. O STJ possui julgados que admitem indenização por dano moral ao nascituro. Se o dano moral consiste no dano proveniente da violação a direito da personalidade, tais entendimentos acabam por reconhecer direitos da personalidade aos nascituros. Possui direito à imagem (Caso de uso indevido das imagens de ultra-sonografia) o Pode receber doação, sem prejuízo do recolhimento do imposto de transmissão inter vivos; o Pode ser beneficiário de legado e herança; o Pode ser-lhe nomeado curador para a defesa de seus interesses (arts. 877 e 878, CPC); o O aborto é considerado crime pelo Código Penal; o Tem direito à realização de teste de DNA para determinação de sua paternidade (perfilhação), para resguardar seu direito de personalidade – Caso Glória Trevis - Rcl 2.040, D.j. 27.06.03. Matéria ainda polêmica, mas a jurisprudência vem conferindo direito à alimentos, direito à reparação por dano moral, e até indenização ao nascituro. Vejamos: “INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. ALIMENTOS PROVISÓRIOS EM FAVOR DO NASCITURO. POSSIBILIDADE. ADEQUAÇÃO DO QUANTUM. 1. Não pairando dúvida acerca do envolvimento sexual entretido pela gestante com o investigado, nem sobre a exclusividade desse relacionamento, e havendo necessidade da gestante, justifica-se a concessão de alimentos em favor do nascituro. 2. Sendo o investigado casado e estando também sua esposa grávida, a pensão alimentícia deve ser fixada tendo em vista as necessidades do alimentando, mas dentro da capacidade econômica do alimentante, isto é, focalizando tanto os seus ganhos como também os encargos que possui. Recurso provido em parte. (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 70006429096, SÉTIMA CAMARA CÍVEL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RS, RELATOR: SÉRGIO FERNANDO DE VASCONCELLOS CHAVES, JULGADO EM 13/08/2003)”. “DIREITO CIVIL. DANOS MORAIS. MORTE. ATROPELAMENTO. COMPOSIÇÃO FÉRREA. AÇÃO AJUIZADA 23 ANOS APÓS O EVENTO. PRESCRIÇÃO INEXISTENTE. INFLUÊNCIA NA QUANTIFICAÇÃO DO QUANTUM. PRECEDENTES DA TURMA. NASCITURO. DIREITO AOS DANOS MORAIS. DOUTRINA. ATENUAÇÃO. FIXAÇÃO NESTA INSTÂNCIA. POSSIBILIDADE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. I – Nos termos da orientação da Turma, o direito à indenização por dano moral não desaparece com o decurso do tempo (desde que não transcorrido o lapso prescricional), mas é fato a ser considerado na fixação do quantum. II – O nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do pai, mas a circunstância de não tê- lo conhecido em vida tem influência na fixação do quantum. III – Recomenda-se que o valor do dano moral seja fixado desde logo, inclusive nesta instância, buscando dar solução definitiva ao caso e evitando inconvenientes e retardamento da solução jurisdicional. “ (STJ, QUARTA TURMA, RESP 399028/SP; RECURSO ESPECIAL 2001/0147319-0, MINISTRO SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, Julg. 26/02/2002, DJ 15.04.2002 P. 00232) Notícia do Correio Brasiliense de 09 de fevereiro de 2007: “Por ter sido considerado torturado durante o regime militar, ainda na barriga da mãe, João Carlos de Almeida Grabois, filho da ex-guerrilheira Criméia Grabois, pode ser indenizado na próxima terça-feira, no valor máximo de R$ 39 mil a ser pago pela Comissão de Ex-Presos Políticos de São Paulo. Em 2004, a Comissão já havia reconhecido e feto como preso político e vítima dos torturadores. Grávida de 7 meses, quandofoi presa e levada para o DOI-Codi, Criméia foi torturada com choques e espancamento. O bebê nasceu com afundamento no peito, segundo a família. “Ele foi perseguido antes de nascer. Pagou pela trajetória política do avô, da mãe e do pai, que tinham o sobrenome Grabois”, disse a tia de João Carlos, Amélia Telles. João Carlos recorreu da primeira sentença, que determinava o valor mínimo para este tipo de indenização, que é de 22 mil.” É, portanto, inegável a existência de diversos direitos da personalidade concedidos aos nascituros. Por isso, Maria Helena Diniz determina que o NASCITURO POSSUI PERSONALIDADE JURÍDICA FORMAL, a qual possibilita o exercício e a proteção desses direitos personalíssimos. 4.2 – Natimorto O natimorto é aquele que nasceu morto. Não é nascituro e não é pessoa, mas goza de certa tutela como determina o Enunciado nº 01 da I Jornada de Direito Civil: “1 – Art. 2º: a proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura.” 5 - CAPACIDADE CIVIL Ao estudar a capacidade civil, temos o momento oportuno para conhecer a nova teoria da PERSONALIDADE JURÍDICA. Historicamente, a personalidade jurídica sempre foi conhecida como a aptidão genérica para titularizar direitos e deveres, aptidão esta conferida às pessoas. Ocorre que, por um olhar mais acurado, pode-se perceber que a personalidade jurídica, conferida somente às pessoas, não pode consistir apenas na aptidão genérica para titularizar direitos e deveres. Existem outros entes (entes despersonalizados) que são aptos a titularizar direitos e deveres e nem por isso possuem personalidade jurídica, como o condomínio, a massa falida e a sociedade de fato. Dessa forma, não se pode, efetivamente, atrelar a personalidade jurídica, simplesmente, à possibilidade de titularizar relações jurídicas. Não se pode, enfim, represar a idéia de personalidade jurídica, tão somente, na potencialidade de ser sujeito de direitos, afinal é possível sê-lo, independentemente dela. Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald. Personalidade jurídica, então, é algo a mais. É a principal conseqüência do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. Com esteio em avançada visão civil-constitucional, a personalidade jurídica é o atributo reconhecido a uma pessoa (natural ou jurídica) para que possa atuar no plano jurídico (titularizando as mais diversas relações) e reclamar uma proteção jurídica mínima, básica, reconhecida pelos DIREITOS DA PERSONALIDADE. A personalidade jurídica é, assim, muito mais do que, simplesmente, poder ser sujeito de direitos. Titularizar a personalidade jurídica significa, em concreto, ter uma TUTELA JURÍDICA ESPECIAL, consistente em reclamar direitos fundamentais, imprescindíveis ao exercício de uma vida digna. ... Cuida-se de uma aptidão genericamente reconhecida: toda pessoa é dotada de personalidade. É a possibilidade de ser titular de relações jurídicas e de reclamar o exercício da cidadania, garantida constitucionalmente, que será implementada (dentre outras maneiras) através dos DIREITOS DA PERSONALIDADE. (Grifo nosso) Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald. A personalidade jurídica é uma “ossatura destinada a ser revestida de direitos” (Grifo nosso) San Tiago Dantas citado por CC e NR A personalidade, mais do que qualificação formal, é um valor jurídico que se reconhece nos indivíduos e, por extensão, em grupos legalmente constituídos, materializando-se na capacidade jurídica ou de direito. (Grifo nosso) Francisco Amaral. Sabendo agora a posição clássica e moderna sobre a personalidade jurídica, podemos seguir ao estudo da capacidade civil: A capacidade civil se divide em duas: - Capacidade civil de direito (de gozo) - Capacidade civil de fato (de exercício) A capacidade civil de direito seria a capacidade genérica, aquela que surge quando adquirida a personalidade jurídica (toda pessoa passa a ser capaz de direitos e deveres). Como diz Orlando Gomes, seria melhor nem tentar diferenciar capacidade civil de direito de personalidade jurídica. São termos que se confundem. Se possui personalidade jurídica, possui capacidade genérica, e vice-versa, pois uma é atributo de condição da outra. Ocorre que pela teoria moderna da personalidade jurídica, conseguimos encontrar distinção entre personalidade jurídica e capacidade jurídica. Personalidade jurídica X Capacidade Jurídica. Antigamente, a personalidade jurídica conferia às pessoas a aptidão para ser sujeito de direito, o que gerava a capacidade jurídica, que quando plena possibilitava a prática pessoal de atos. Pontes de Miranda foi o primeiro doutrinador a questionar essa estrutura trazendo à discussão os entes despersonalizados. Os entes despersonalizados são sujeitos de direito, são capazes de direitos e deveres, titularizam relações jurídicas, mas nunca possuíram personalidade jurídica. Assim, Pontes de Miranda diferenciou personalidade jurídica de capacidade civil. Personalidade jurídica confere a PROTEÇÃO ELEMENTAR DIFERENCIADA (Que pode ser implementada pelos DIREITOS DA PERSONALIDADE) – Titulariza relações EXISTENCIAIS e PATRIMONIAIS. Capacidade Jurídica confere a aptidão para ser sujeito de direito – Titulariza relações PATRIMONIAIS. Os entes despersonalizados não possuem personalidade jurídica, mas possuem capacidade jurídica. Não podem reclamar direitos da personalidade. Ex: Condômino pode reclamar dano moral, condomínio não. Nesse diapasão, exemplificando, uma criança ou adolescente tem personalidade (e, por conseguinte, direito a uma vida digna), mas não tem capacidade. Em sendo assim, poderá manifestar a sua vontade em relação à sua adoção por um terceiro, por exemplo, mas não lhe é reconhecido o direito de celebrar um contrato de doação ou de arrendamento. Ou seja, relações existenciais podem ser titularizadas por quem tem personalidade, mesmo que não tenha plena capacidade. Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald Isso se confirma no art. 1º do Código Civil: CC, Art. 1º. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil, mas nem todo aquele que é capaz de direitos e deveres na ordem civil é pessoa. Já a capacidade civil de fato é a aptidão para se praticar ou exercer pessoalmente os atos da vida civil. Nem todos possuem. Por exemplo, uma criança de 10 anos tem capacidade de direito, mas não tem capacidade de fato. No momento em que a pessoa atinge os 18 anos, ou se emancipa, passa a deter CAPACIDADE PLENA! De direito e de fato. Incapacidade X Ilegitimidade Qual a diferença entre incapacidade e ilegitimidade? Incapacidade é a falta da capacidade de fato. Capacidade de direito todos aqueles que nasceram com vida possuem. Essa incapacidade pode ser absoluta – CC, art. 3º, ou relativa – CC, art. 4º. A ilegitimidade é o impedimento específico para a prática de determinado ato jurídico, por exemplo: CC, art. 1.749, I – tutor não pode adquirir bens do tutelado. O tutor é capaz, mas falta a ele legitimidade por haver impedimento específico. Diz Silvio Venosa: “Não se confunde o conceito de capacidade com o de legitimação. A legitimação consiste em se averiguar se uma pessoa, perante determinada situação jurídica, tem ou não capacidade para estabelecê-la. A legitimação é uma forma específica de capacidade para determinadosatos da vida civil. O conceito é emprestado da ciência processual. Está legitimado para agir em determinada situação jurídica quem a lei determinar. Por exemplo, toda pessoa tem capacidade para comprar ou vender. Contudo, o art. 1.132 (art. 496 CC 2002) do Código Civil estatui: „os ascendentes não podem vender aos descendentes, sem que os outros descendentes expressamente consintam‟. Desse modo, o pai, que tem capacidade genérica para praticar, em geral, todos os atos da vida civil, se pretender vender um bem a um filho, tendo outros filhos, não poderá fazê-lo se não conseguir a anuência dos demais filhos. Não estará ele, sem tal anuência, „legitimado‟ para tal alienação. Num conceito bem aproximado da ciência do processo, legitimação é a pertinência subjetiva de um titular de um direito com relação a determinada relação jurídica. A legitimação é um plus que se agrega à capacidade em determinadas situações.” 5.1 – ROL DOS ABSOLUTAMENTE INCAPAZES - 1916 X 2002 O Código Civil de 1916, em seu art. 5º, determinava como absolutamente incapazes: - os menores de 16 anos, - os loucos de todo gênero; - os surdos-mudos, que não puderem exprimir a sua vontade; - os ausentes, declarados tais por ato de juiz. O Código de 2002, com sua visão mais moderna do Direito Civil, determina como absolutamente incapazes: CC, Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. - Os menores de 16 anos; Menores impúberes. Crianças e adolescentes até 16 anos. ECA, art.2º: Criança=Até 12 anos incompletos / Adolescente=Entre 12 e 18 anos Pode a vontade dos absolutamente incapazes ser levada em consideração? Enunciado 138, III Jornada de Direito Civil: “Art. 3º: 138 – A vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inc. I do art. 3º, é juridicamente relevante na concretização de situações existenciais a eles concernentes, desde que demonstrem discernimento bastante para tanto.” - Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; Esquizofrenia, transtorno bipolar grave, epilepsia, qualquer doença que prive totalmente o discernimento. “Loucos de todo gênero” é um expressão que não diz nada. Essa incapacidade deve ser oficialmente reconhecida por processo de interdição (Arts. 1.177 e 1.186 do CPC), mas a doutrina admite uma “incapacidade natural” quando ainda não ocorrido o processo de interdição. Nesse caso, se admite a invalidação do ato praticado pelo incapaz apenas se demonstrados o prejuízo ao incapaz, a má-fé da outra parte e a real incapacidade do agente. Ocorrendo a declaração judicial de incapacidade (interdição), mesmo que esta seja proveniente de enfermidade “cíclica”, não serão considerados válidos nem os atos praticados nos momentos de lucidez. - Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir a sua vontade. Aqueles que em razão de causa temporária (ou permanente) estejam impossibilitados de exprimir sua vontade. Ex: Intoxicação fortuita*, coma por acidente de veículo. E o “actio libera in causa” – “Ação livre na causa”?? E o surdo-mudo incapaz de manifestar vontade? E o ausente? O Código Civil de 2002 retirou de seu texto a referência expressa ao surdo-mudo incapaz de manifestar vontade e ao ausente. No Código de 1916 o surdo-mudo era determinado expressamente como absolutamente incapaz. No Código de 2002 não há mais essa necessidade, pois este já se encontra implicitamente no inciso III do art. 3º, que diz “… mesmo que por causa transitória...”. Se a causa transitória de impedimento de expressão gera incapacidade absoluta, a causa permanente, de forma óbvia, também gerará. O ausente, para o Código de 2002, não é mais considerado absolutamente incapaz, e sim morto – morte presumida. 5.2 – ROL DOS RELATIVAMENTE INCAPAZES - 1916 X 2002 O Código Civil de 1916, em seu art. 6º, determinava como relativamente incapazes (relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer): - os maiores de 16 e menores de 21 anos, - os pródigos, - os silvícolas O Código de 2002, com sua visão mais moderna do Direito Civil, determina como relativamente incapazes: CC, Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. - Os maiores de 16 e menores de 18 anos; Menores púberes. CC 2002 reduziu a maioridade civil para 18 anos. Critério objetivo do homem-médio. - Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; **Cuidado! A embriaguez, o vício e a deficiência que geram incapacidade relativa são as que DIMINUEM, mas não ACABAM com o discernimento. Se o aniquilam (caso da embriaguez patológica ou dependência química total) geram incapacidade absoluta. - Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; Síndrome de Down. - Os pródigos. Desvio comportamental – Pessoa dilapida desordenadamente seu patrimônio, de tal forma que pode chegar à completa miséria. A motivação da lei é garantir-lhe o mínimo vital, preservando assim a dignidade da pessoa humana, e protegê-lo para que não venha procurar o Estado, ou a família (base da sociedade) para sanar sua pobreza. A preservação do mínimo vital, da dignidade da pessoa humana, é um interesse da sociedade, não só do indivíduo. Será interditado – CC, Art. 1.782 – a interdição se reduzirá aos atos relacionados ao patrimônio. *A capacidade dos ÍNDIOS* será determinada por lei especial (Lei nº 5.371/67 e Lei nº 6.001/73 – Estatuto do Índio). E.I., Art. 8º considera, regra geral, o ato do índio como nulo de pleno direito, todavia, será considerado válido se o índio revelar consciência e não lhe acarretar prejuízo. 5.3 – SUPRIMENTO DA INCAPACIDADE A incapacidade deverá ser suprida, seja ela absoluta ou relativa. - Incapacidade absoluta é suprida através da representação. - Incapacidade relativa é suprida através da assistência. 5.4 – FIM DA INCAPACIDADE Finda a incapacidade quando findar a sua causa (seja ela fruto de enfermidades ou pela menoridade) e por emancipação. Para o novo Código Civil, aos 18 anos completos finda a menoridade e inicia-se a maioridade plena, momento em que a pessoa obtém capacidade para a prática de todos os atos da vida civil. Segundo Washington de Barros, opinião que prevalece na doutrina, a maioridade é atingida no primeiro momento do dia em que se completa os 18 anos. E se nasceu no dia 29 de fevereiro?? 1º de março. A emancipação é uma forma de antecipação da capacidade civil de fato de uma pessoa (antecipa os efeitos da maioridade civil), atribuindo-lhe plena capacidade jurídica para gerir seus negócios e dispor de seus bens. Assim, em casos não relativos a enfermidades, há duas formas de obtenção da capacidade civil plena: - Maioridade (atingir os 18anos de idade); - Emancipação 6 – EMANCIPAÇÃO CC, Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. A emancipação (CC, art. 5º) pode ocorrer de 3 formas distintas: A - Emancipação voluntária B - Emancipação judicial C - Emancipação legal A - Emancipação voluntária É a concedida pelos pais por instrumento público independentemente de homologação judicial. É ato dos pais e ato conjunto – Se apenas um dos pais possui a guarda, pode emancipar o filho sozinho? Não. É ato proveniente do poder de família, o qual não foi perdido quando a guarda passou apenas à mãe, ou apenas ao pai. É ato irrevogável. Pressupõe um mínimo de 16 anos de idade. O menor deve participar do ato, deve querer a emancipação, mesmo sendo esta um ato decorrente do poder familiar, pois atingirá toda a vida do menor. Para Carlos Roberto Gonçalves e para o STF, com o objetivo de evitar prejuízo à vítima, na emancipação voluntária os pais permanecem responsáveis pelos atos do filho até que complete 18 anos de idade. B - Emancipação judicial A emancipação será requerida ao juiz, que analisará a conveniência do deferimento para o bem do menor e, assim decidindo, a concederá por sentença. É aplicada especialmente aos menores órfãos. Na emancipação judicial, desde que o menor tenha 16 anos completos, o juiz poderá emancipá-lo ouvindo o tutor. O JUIZ ouve o tutor e emancipa o menor, nunca é o tutor que emancipa o menor!! Evita-se assim as emancipações destinadas apenas a eximir o tutor do exercício da tutela. Tanto a emancipação judicial quanto a voluntária só produzirão efeitos após o registro no cartório de registro civil e no assento de nascimento. Na emancipação judicial deverá o juiz comunicar de ofício ao cartório de registro civil. C - Emancipação Legal Opera-se por força de lei. CC, art. 5º, parágrafo único, incisos II a IV: C.1 – Se dá por meio do casamento. Casamento exige idade mínima de 16 anos – se emancipará em virtude do casamento. *A pessoa que se emancipou pelo casamento, se vier a se separar* (EC 66/2010) ou divorciar, voltará ao estado de incapacidade? Não. A separação e o divórcio produzem efeitos para o futuro. A pessoa permanece emancipada. *E se o casamento houver sido anulado? Polêmica! Para Pontes de Miranda e Pablo Stolze, a anulação gera efeitos ex tunc, retroativos, gera efeitos para o passado, assim, a emancipação cairia por terra. Ex: Pessoa que casou sob coação – emancipação deixará de existir. Casamento nulo não produz efeitos – Exceção: casamento putativo (CC, art. 1.561 – A boa-fé “limpará” os defeitos do casamento para quem assim o contraiu). C.2 – Por meio de exercício de emprego público efetivo. *Muito raro. A maioria dos concursos tem como requisito a idade mínima de 18 anos. Na carreira militar, por exemplo, há cargos que podem ser ocupados com 17 anos – será emancipado. C.3 – Por colação de grau em curso de ensino superior. Por COLAÇÃO DE GRAU em curso de ensino superior! Não por aprovação em vestibular de curso de ensino superior – questão de concurso. C.4 – Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que em função deles o menor com 16 anos completos já possua economia própria. MENOR --------------- 16 anos completos + economia própria. Economia própria em um conceito aberto = estabelecimento civil, estabelecimento comercial, relação de emprego. Conceito aberto = Juiz, pelo princípio da operabilidade, preencherá esse conceito de acordo com o caso concreto. Estabelecimento comercial = Ex.: Estabelecimento empresarial. Estabelecimento civil = Ex.: Prestação de serviços. Relação de emprego = Ex.: Empregado. Tendo a idade mínima de 16 anos, se empregado, o jovem estará emancipado. Não carece de anotação na CTPS (Contrato de trabalho é “contrato realidade”). Se o menor é demitido antes de completar a maioridade não volta à condição de incapaz – situação de instabilidade jurídica e já comprovação da maturidade. 7 – OBSERVAÇÕES QUANTO A REDUÇÃO DA MAIORIDADE CIVIL A redução da maioridade civil não prejudica benefícios penais – princípio da individualização da pena. *Crimes cometidos por menores de 21 anos possuem atenuante de menor idade. Campo previdenciário: Enunciado nº 3 da 1ª Jornada de Direito Civil e nota nº 42 de 2003 da Casa Civil do Governo Federal: Determinam que a redução da maioridade civil não atinge a legislação previdenciária que é legislação especial, assim o beneficiado continua, por exemplo, recebendo auxílio por morte até os 21 anos de idade. E.C.A. – STJ determinou no julgado HC 28332/RJ que a redução da maioridade civil não alterou o limite máximo etário de 21 anos para a medida de internamento. STJ entende que a redução da maioridade civil não implica no cancelamento automático da pensão alimentícia. A obrigação de pagar alimentos engloba o tempo de conclusão dos estudos, o que gira em torno dos 21 anos. PENSÃO ALIMENTÍCIA. MAIORIDADE. FILHO. Trata-se de remessa pela Terceira Turma de recurso em ação revisional de alimentos em que a controvérsia cinge-se em saber se, atingida a maioridade, cessa automaticamente ou não o dever de alimentar do pai em relação ao filho. Prosseguindo o julgamento, a Seção, por maioria, proveu o recurso, entendendo que, com a maioridade do filho, a pensão alimentícia não pode cessar automaticamente. O pai terá de fazer o procedimento judicial para exonerar-se ou não da obrigação de dar pensão ao filho. Explicitou-se que completar a maioridade de 18 anos não significa que o filho não irá depender do pai. Precedentes citados: REsp 347.010/SP, DJ 10.02.2003 e REsp 306.791/SP, DJ 26/08/2002. REsp 442. 502/SP, Rel. Originário Min. Castro Filho, Rel. Para acórdão Min. Antônio de Pádua Ribeiro, julgado em 06.12.2004. ALIMENTOS. MAIORIDADE DO ALIMENTANDO. EXONERAÇÃO AUTOMÁTICA DA PENSÃO. INADMISSIBILIDADE. Com a maioridade, extingue-se o poder familiar, mas não cessa, desde logo o dever de prestar alimentos, fundado a partir de então no parentesco. É vedada a exoneração automática do alimentante, sem possibilitar ao alimentado a oportunidade de manifestar- se e comprovar, se for o caso, a impossibilidade de prover a própria subsistência. Precedentes do STJ. Recurso especial não conhecido. (REsp 739.004/DF, Rel. Ministro Barros Monteiro, Quarta Turma, julgado em 15.09.2005, DJ 24.10.2005). HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL. ALIMENTOS. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou-se no sentido de que a maioridade dos filhos não acarreta a exoneração automática da obrigação de prestar alimentos. Ordem denegada. (HC 55.065/SP, Rel. Min. Ari Pargendler, Terceira Turma, julgado em 10.10.2006, DJ 27.11.2006) HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS.PRECEDENTES DA CORTE. 1. O habeas corpus, na linha da jurisprudência da Corte, não constitui via adequada para o exame aprofundado de provas indispensáveis à verificação da capacidade financeira do paciente para pagar os alimentos no montante fixado. 2. A maioridade do credor dos alimentos não exonera, por si só, a obrigação do devedor. 3. A propositura da ação revisional de alimentos não impede a prisão civil do devedor de alimentos. 4. “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo” (Súmula nº 309 STJ – atual redação aprovada em 22.03.2007 pela Segunda Seção). 5. Ordem concedida em parte. (HC 55.606/SP, Rel. Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, Terceira Turma, julgado em 05.09.2006, DJ 13.11.2006). RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALIMENTOS. MAIORIDADE DO ALIMENTANDO. MINISTÉRIO PÚBLICO. ILEGITIMIDADE PARA RECORRER. O Ministério Público não detém legitimidade para recorrer contra decisão em que se discute alimentos quando o alimentando houver alcançado a maioridade. Recurso Especial não conhecido. (REsp 712.175/DF; Rel. Ministro César Asfor Rocha, Quarta Turma, julgado em 18.10.2005, DJ 08.05.2006). HABEAS CORPUS. ECA. INTERNAÇÃO. LIBERAÇÃO COMPULSÓRIA. IDADE LIMITE, 21 ANOS. NOVO CÓDIGO CIVIL. REDUÇÃO DA IDADE DA CAPACIDADE CIVIL. DESINFLUÊNCIA NA MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. RESTRIÇÃO. ATIVIDADES EXTERNAS. INOCORRÊNCIA. 1. O Novo Código Civil, ao reduzir a idade da capacidade civil, não revogou o artigo 121, parágrafo 5º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, que fixa a idade de 21 anos para a liberação compulsória do infrator. 2. Ajustada a execução da medida sócio-afetiva de internação ao artigo 121, parágrafo 5º, da Lei nº 8.069/90, não há falar em constrangimento ilegal (Precedentes da Corte). 3. Conquanto o artigo 120 da Lei 8.069/90 dispense autorização do juiz para a realização de atividades externas pelo menor sujeito à medida sócio-educativa de semiliberdade, tal não implica a exoneração do magistrado do seu dever legal de presidir o bom cumprimento do comando da sentença, adequando a medida sócio educativa às peculiaridades do menor e ao próprio ato infracional por ele perpetrado (Precedentes da Corte). 4. Writ denegado. (HC 28.332/RJ, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, julgado em 28.09.2004, DJ 01.02.2005) 8 - EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL Finda a existência da pessoa natural com a morte – CC, art. 6º. CC, Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. Antes : morte = parada cárdio respiratória. Hoje : morte = morte encefálica - irreversibilidade (Resolução 1480/97 do Conselho Federal de Medicina e Lei 9.434/97 – Lei dos Transplantes). Quem declara o óbito é um profissional da medicina, um médico, todavia, nos locais em que não houver médico, a morte pode ser aferida por duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou verificado a morte (Lei 6.015/73 - Lei de Registros Públicos, art. 77) Doutrinariamente pode-se falar em 4 espécies de morte: Morte real Morte simultânea ou comoriência Morte civil** (não mais existente em nosso ordenamento jurídico) Morte presumida 8.1 – Morte Real Aquela prevista no CC, art. 6º. Gera, dentre outros: . Fim do poder familiar . Dissolução do vínculo matrimonial . Extinção de contratos personalíssimos . Extinção da obrigação de pagar alimentos 8.2 - Morte Simultânea ou COMORIÊNCIA Aquela prevista no artigo 8º do Código Civil. CC, Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. Situação jurídica especial em que duas ou mais pessoas morrem na mesma ocasião sem que haja possibilidade de indicação do momento de suas mortes. Prova: laudo médico / testemunhas (CPC, art. 131 – “Juiz apreciará livremente a prova”). A morte não precisa ocorrer no mesmo local. Critérios distintos em outros países. Não há transferência de bens entre comorientes. Não existindo conclusão sobre a ordem cronológica dos óbitos, aplica-se o princípio da comoriência admitindo-se a simultaneidade das mortes. *Questão sucessória (Exe: Maria e José morrem em acidente de avião). Na realidade o que ocorre é que nenhum dos comorientes herda do outro. Serão abertas cadeias sucessórias autônomas e distintas. 8.3 – Morte Civil Não mais existente no sistema civil brasileiro. Encontra certo ponto comparativo no Código Civil no art. 1.816 – Herdeiro declarado indigno será afastado da herança como se morto fosse antes da abertura da sucessão. É considerado morto apenas para a questão sucessória vinculada à indignidade, mantendo a personalidade para todos os demais efeitos. CC, Art. 1.816, caput. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão. Legislação militar: Indigno do oficialato perde o posto e a patente – família pode receber pensão como se ele morto fosse. 8.4 - Morte Presumida Ocorre em duas situações: - Decorrente da ausência – CC, art. 22 ao 39; - Decorrente da previsão do CC, art. 7º Ausência é um procedimento, um rito (sucessão provisória – sucessão definitiva). Uma vez reconhecida a ausência de um dos cônjuges pode o outro se casar? O CC, em seu art. 1.571 admite que o casamento válido seja dissolvido por força da ausência, quando aberta a sucessão definitiva do ausente. No momento em que o juiz declara aberta a sucessão definitiva, o ausente é declarado PRESUMIDAMENTE MORTO, portanto, seu cônjuge já é considerado viúvo. A declaração de ausência não é registrada como óbito, mas como “declaração de ausência” e em livro próprio. Além da ausência, temos a morte presumida nos casos do art. 7º do CC. CC, Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. As hipóteses de morte presumida do art. 7º não se confundem com a ausência, tanto que quando é declarada o registro é feito no livro de óbito. Art. 7º, I – Exemplos: Ulysses Guimarães, Acidente da TAM. *Se os corpos não fossem encontrados, as famílias conseguiriam uma declaração de óbito fundada nesse inciso do art. 7º. E se após todo o procedimento o morto voltar?? Entrará com ação judicial pedindo a declaração de inexistência do fato alegado (morte presumida), o que gerará seus efeitos como retorno da validade do RG, CPF…, mas e no caso do cônjuge que se casou novamente?? Posição técnica X Posição prática. Tecnicamente o segundo casamento é inválido.
Compartilhar