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Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS Curso de Medicina Veterinária Cirurgia Veterinária I Prof. Daniel Roulim Stainki 75 28) PROLAPSO RETAL # CONCEITO: É a protrusão do reto através do ânus, com eversão da mucosa retal (Fig. 09). # ETIOLOGIA: • parasitismo intenso: enterite, diarréia severa (aumento do peristaltismo), tenesmo/obstrução; • parto distócico; • urolitíase; • enemas: substâncias irritantes para a mucosa retal; • neoplasias intestinais; • corpos estranhos intestinais; • doenças hipertróficas prostáticas; • hérnia perineal; • defeitos congênitos, etc. # SINAIS CLÍNICOS: • reto prolapsado, com exposição da mucosa; • contrações abdominais constantes. Fig. 09 – Prolapso retal em um eqüino. Observe o edema da porção prolapsada e a presença de laceração na mucosa retal. Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS Curso de Medicina Veterinária Cirurgia Veterinária I Prof. Daniel Roulim Stainki 76 # DIAGNÓSTICO: Inspeção: massa cilíndrica, coloração vermelho brilhante em nível do ânus. # TRATAMENTO: 1. NÃO CIRÚRGICO: Este tratamento é baseado na correção do prolapso retal, o qual dependerá da viabilidade do tecido exposto e do tamanho do prolapso. Um pequeno prolapso de aparência viável (sem úlceras, nem áreas de necrose) pode ser reduzido manualmente. A aplicação tópica de uma solução hiper-saturada de açúcar por 20 a 30 minutos e a lubrificação do tecido irão auxiliar na diminuição do edema e facilitarão a redução do prolapso. Após a redução do prolapso, o mesmo é mantido através do fechamento parcial do esfíncter anal com uma sutura em bolsa de tabaco. Em grandes animais a analgesia epidural facilita a introdução do prolapso, diminuindo a resistência do esfíncter anal. A sutura deve ser mantida por um período mínimo de 48h. De duas a três vezes por dia deve- se afrouxar a sutura para o animal defecar. 2. AMPUTAÇÃO RETAL (AMPUTAÇÃO DO PROLAPSO): Quando um prolapso não pode ser reduzido manualmente ou quando a viabilidade intestinal da porção prolapsada encontra-se comprometida, a ressecção total e a anastomose estão indicadas. Este procedimento é realizado sob anestesia geral para pequenos animais ou sob tranqüilização e analgesia epidural para os grandes animais. Dois pontos são colocados na forma de cruz, em torno de 1 a 2 cm do ânus, atravessando todas as camadas e a luz do intestino prolapsado. O prolapso é seccionado logo caudal a esses pontos. A secção deve ser feita por camadas (mucosa, submucosa, muscular e serosa), ligando todos os vasos calibrosos que forem seccionados (categute 2.0). Após a completa secção da porção prolapsada os pontos em cruz são cortados na luz da víscera, formando 4 pontos isolados simples. A anastomose é realizada em toda a circunferência (categute 3.0 ou 2.0) com pontos isolados simples, certificando-se que a submucosa seja incluída nos pontos. A zona de anastomose é introduzida para dentro do ânus e mantida por meio de sutura em bolsa de tabaco (mononylon 2.0). Quando o prolapso retal é recidivante e o tecido retal encontra-se ainda viável, uma celiotomia é realizada, e o prolapso é manualmente reduzido com uma cuidadosa tração no cólon. Uma colopexia (cólon descendente) é realizada na parede abdominal, após a redução do prolapso, para evitar recorrência (categute 2.0 ou 3.0, pontos isolados simples). # PÓS-OPERATÓRIO: • administração de pomadas anestésicas retalmente, para evitar tenesmo; • tratar a causa: 1. em casos de tenesmo: dieta líquida com lubrificantes das fezes durante uma semana; Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS Curso de Medicina Veterinária Cirurgia Veterinária I Prof. Daniel Roulim Stainki 77 2. em casos de diarréia: tratar enterite, administrar antiespasmódicos e combater os parasitas. SUGESTÃO DE LEITURA: ARCHIBALD, J. Canine surgery. 2. ed., Santa Barbara: Am.Vet.Pub., 1974. ENGEN, H. M. Management of rectal prolapse. In: BOJRAB, M. J. Current techniques in small animal surgery. 3. ed., Philadelphia: Lea & Febiger. Cap. 14, p. 259-260, 1990. VAN SLUIJS, F. J. Atlas de cirurgia de pequenos animais. São Paulo: Manole, 1992. 143 p.
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