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Propriedades e índices dos solos Prof.ª Laís Oliveira Engenheira Agrícola e Ambiental Mestre e Doutora em Engenharia Civil Exercício • Para construir um aterro, dispõe-se de uma quantidade de terra, que é chamada de “área de empréstimo”, cujo volume foi estimado em 3.000 m3. Ensaios mostraram que o peso específico natural é da ordem de 17,8 kN/m3 e que a umidade é de cerca de 15,8%. O projeto prevê que no aterro o solo seja compactado com uma umidade de 18%, ficando com um peso específico seco de 16,8 kN/m3. Que volume de aterro é possível construir com o material disponível e que volume de água deve ser acrescentado? Exercício • Para construir um aterro, dispõe-se de uma quantidade de terra, que é chamada de “área de empréstimo”, cujo volume foi estimado em 3.000 m3. Ensaios mostraram que o peso específico natural é da ordem de 17,8 kN/m3 e que a umidade é de cerca de 15,8%. ✓Material de empréstimo: ✓Peso da partículas sólidas: ρd= 53.400÷(1+0,158)= 46.114 kN 17,8 kN/m3 x 3.000 m3 = 53.400 kN Exercício • O projeto prevê que no aterro o solo seja compactado com uma umidade de 18%, ficando com um peso específico seco de 16,8 kN/m3. Que volume de aterro é possível construir com o material disponível e que volume de água deve ser acrescentado? ✓Volume compactado: ✓Peso da água (compactado): ✓Peso da água (natural): ✓Quantidade de água (acrescentar): 46.114 kN ÷ 16,8 kN/m3 = 2.745 m3 0,18 x 46.114 kN = 8.300 kN 0,158 x 46.114 kN = 7.286 kN 8.300 - 7.286 = 1.104 kN ou 101,4 m3 Granulometria Exercício Coeficiente de uniformidade: Cun = Cu = d60 / d10 Coeficiente de curvatura: Cc = (d30) 2 / (d60 . d10) = 0,17/0,0035 = 48,57 ✓ Cnu < 5 muito uniforme; ✓ 5 < Cnu < 15 uniformidade média; ✓ Cnu > 15 não uniforme. = 0,0312/(0,17 . 0,0035) = 1,61 ✓ 1 < CC < 3 solo bem graduado; ✓ CC < 1 ou CC > 3 solo mal graduado. Cor • Comparação com escalas padronizadas; • Também é o indicativo da presença exacerbada de alguns componentes. Teor elevado M.O. em decomposição Presença de óxidos de ferro/Solos bem drenados Solos frequentemente encharcados Identificação tátil-visual Os solos quando úmidos podem ser reconhecidos da seguinte forma: - Arenosos: ásperos e pouco pegajosos; - Argilosos: suavidade e pegajosidade; - Siltosos: sedosos/brilhosos. Identificação tátil-visual • Resistência a seco: umedecendo-se uma argila, moldando-se uma pequena pelota irregular (dimensões da ordem de 2 cm) e deixando-se secar ao ar, esta pelota ficará muito dura e, quando quebrada, se dividirá em pedaços bem distintos. Ao contrário, pelotas semelhantes de siltes são menos resistentes e se pulverizam quando quebradas. Identificação tátil-visual • Ductividade: tentando moldar um solo com umidade em torno do limite de plasticidade nas próprias mãos, nota-se que as argilas apresentam-se mais resistentes quando nesta umidade do que os siltes. • Velocidade de secagem: secar um solo na mão do LL até o LP, por exemplo, é tanto mais rápido quando menor o intervalo entre os dois limites, ou seja, o IP do solo. Identificação tátil-visual • Shaking Test: formando-se uma pasta úmida (saturada) de silte na palma da mão, quando se bate esta mão contra a outra, nota-se o surgimento de água na superfície. Apertando-se o torrão com os dedos polegar e indicador da outra mão, a água reflui para o interior da pasta. No caso das argilas, impacto das mãos não provoca o aparecimento de água. ESTRUTURA DOS SOLOS 4.1. Solos finos e solos granulares 4.2 Amolgamento e sensibilidade das argilas 4.3 Tixotropia Estrutura do solo • Modo pelo qual as partículas do solo se arranjam em agregados ou torrões; • A estrutura explica a consistência do solo, ou seja, a capacidade de resistir a um esforço destinado a rompê-lo; • A estrutura também determina a permeabilidade do solo. Componentes • Mineralogia do solo; • Tamanho das partículas; • Arranjo físico das partículas; • Proporções relativas das partículas (argila, silte, areia e pedregulho); • Tamanho dos poros do solo; • Ar contido nos poros do solo; • Forças existentes entre as partículas do solo. Solos grossos • Na estrutura dos solos grossos, as partículas se apoiam diretamente uma sobre as outras. • No caso de areias, a estrutura do solo varia de uma estrutura fofa até uma estrutura compacta. • No processo de sedimentação (ou deposição das partículas) dos solos grossos a força que prevalece é a força da gravidade, ou o peso próprio dos grãos. Solos grossos • O comportamento dos solos grossos depende fundamentalmente da sua compacidade relativa, definida pela seguinte equação: ✓Dr = compacidade relativa; ✓emáx = índice de vazios correspondente ao estado mais fofo possível; ✓emín = índice de vazios correspondente ao estado mais compacto possível; ✓enat = índice de vazios correspondente ao estado natural do solo. Solos grossos Solos finos • Estrutura alveolar ✓Característica em solos com partículas da ordem de 0,02 mm (ou siltes), onde as forças de gravidade e as forças de superfície quase se equivalem. ✓As partículas se unem para sedimentar na água, ou no ar, as partículas formam uma estrutura alveolar semelhante a favos de abelha (pequenas cavidades). ✓Os alvéolos são formados por poucas partículas de solo, portanto não existe formação grumos (aglomeração de várias partículas). Solos finos • Estrutura floculenta ✓Ocorre em partículas menores que 0,02 mm (siltes e argilas); ✓As partículas necessitam se unir e formar grumos para sedimentar. Então, após a sedimentação dos grumos de partículas é formada a estrutura floculenta; ✓Semelhante a estrutura alveolar, contudo, diferentemente, da estrutura alveolar onde os alvéolos são formados por poucas partículas de solo, na estrutura floculenta os alvéolos são formados por grumos de partículas (ou várias partículas); ✓Raramente, as estruturas alveolar e floculenta ocorrem isoladamente. Estrutura esqueleto • A estrutura esqueleto ocorre em solos formados por grãos finos e grãos grossos; • Na estrutura esqueleto, os grãos grossos se dispõem de maneira tal que os interstícios (ou pequenos espaços) entre os grãos grossos são ocupados por uma estrutura de grãos mais finos. Estrutura das argilas Compressibilidade • Capacidade que os solos têm de diminuírem de volume aos serem comprimidos por pressão; • Os solos finos possuem um grande volume de vazios, o que confere a estes solos uma elevada compressibilidade; • Assim sendo, acréscimos de cargas de fundações sobre solos finos pode provocar diminuição dos vazios do solo, e consequentemente, causar recalques (afundamentos) indesejáveis da fundação. Amolgamento das argilas • Amassamento da argila em todas as direções, sem que ocorra alteração do teor de umidade; • Tende a destruir a estrutura original do solo, ou seja, o amolgamento elimina as ligações existentes no solo desde a sua formação; • Provoca redução de resistência do solo. Sensibilidade das argilas • A um teor de umidade constante, a sensibilidade da argila quanto ao amolgamento é definida pela seguinte equação: ✓St = sensibilidade da argila; ✓RC = resistência à compressão da amostra de argila indeformada; ✓R’C = resistência à compressão da amostra de argila amolgada. Sensibilidade das argilas • Quanto maiora sensibilidade da argila (St) quanto ao amolgamento, maior será a perda de resistência da argila, quando a argila for amolgada. Tixotropia das argilas • Recuperação da resistência perdida pela argila pelo efeito do amolgamento; • Quando a argila permanece em repouso, a argila tende a recuperar a resistência inicial que foi perdida pelo amolgamento; • No amolgamento da argila ocorre o desequilíbrio das forças interpartículas; • Contudo, quando a argila está em repouso, os potenciais de atração e repulsão no interior da argila tende ao equilíbrio, de maneira a recuperar a resistência inicial. Tixotropia das argilas • A propriedade tixotropia é de grande utilidade prática, como por exemplo, para estabilizar furos de sondagem com uso de lamas de argila betonita (ou lamas betoníticas), pois, a lama evita desmoronamentos no furo de sondagem; • A tixotropia é mais evidente nas argilas montmoriloníticas (a betonita é uma argila do grupo das montmorilonitas). Atividade das argilas • Indica o potencial de expansão da argila e a estabilidade estrutural da fração de argila. ✓Índice de atividade > 1,25 – Argila Ativa; ✓Índice de atividade < 0,75 – Argila Inativa; ✓Índice de atividade entre 0,75 e 1,25 – Argila considerada normal. Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐼𝑃 𝐹𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐴𝑟𝑔𝑖𝑙𝑎(< 0,002𝑚𝑚) Atividade das argilas IP = LL - LP Exercício • Na determinação do Limite de Liquidez de um solo, de acordo com o Método Brasileiro (NBR-6459), foram feitas cinco determinações do nº de golpes para que a ranhura se feche, com teores de umidade crescentes, tendo-se obtido os resultados apresentados a seguir. Qual o LL desde solo? Tentativa Umidade Nº de golpes 1 51,3 36 2 52,8 29 3 54,5 22 4 55,5 19 5 56,7 16 Exercício 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 U m id a d e ( % ) Nº de golpes Exercício • Com a mesma amostra, foram feitas 4 determinações do Limite de Plasticidade, de acordo com o Método Brasileiro (NBR-7180), tendo-se obtido as seguintes umidades quando o cilindro com diâmetro de 3 mm se fragmentava ao ser moldado: ✓22,3% ✓24,2% ✓21,9% ✓22,5% Qual o LP? E o IP? Exercício ✓22,3% ✓24,2% ✓21,9% ✓22,5% ✓ 24,2% se afasta da média mais do que 5% → (24,2 - 22,7)/22,7 = 6,6%, então deve ser desconsiderado! ✓22,3% ✓21,9% ✓22,5% Média: 22,7% Média: 22,2% IP= LL – LP = 54 – 22 = 32% Atividade das argilas oLimite de contração • estado de consistência no qual mesmo que o solo perca umidade não ocorrerá perda de volume. Ensaio de contração o Técnica: paquímetro manual; o Utiliza-se chapa de acrílico p/ fixação dos locais das medições Próxima aula... Unidade 5 - Classificação dos solos: 5.1. Genética; 5.2. Granulométrica; 5.3 MCT/MCV (solos tropicais).
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