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Licenciamento ambiental

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Licenciamento ambiental
2/267
Licenciamento ambiental
Autora: Luciana do Carmo Zotelli
Como citar este documento: ZOTELLI, Luciana do Carmo. Licenciamento Ambiental. Valinhos, 2015.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil 05
Assista a suas aulas 32
Unidade 2: A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental 41
Assista a suas aulas 63
Unidade 3: Legislação aplicável ao licenciamento 74
Assista a suas aulas 100
Unidade 4: Tipos de licenças ambientais 111
Assista a suas aulas 136
Unidade 5: Empreendimentos e atividades que necessitam de licenciamento ambiental 148
Assista a suas aulas 173
2/267
3/2673
Unidade 6: Órgãos e procedimentos do licenciamento ambiental 181
Assista a suas aulas 205
Unidade 7: Monitoramento e Participação Popular no Licenciamento Ambiental 213
Assista a suas aulas 233
Unidade 8: Licenciamento ambiental para fins urbanísticos: estudos, planos e projetos 241
Assista a suas aulas 259
Sumário
Licenciamento ambiental
Autora: Luciana do Carmo Zotelli
Como citar este documento: ZOTELLI, Luciana do Carmo. Licenciamento Ambiental. Valinhos, 2015.
4/267
Apresentação da Disciplina
A disciplina apresenta as bases históricas 
que influenciaram no avanço da 
consciência global mundial e na criação de 
legislações relacionadas ao meio ambiente, 
com destaque a Política Nacional de Meio 
Ambiente, instituída pela Lei nº 6.938, de 
31 de agosto de 1981, que estabeleceu o 
licenciamento ambiental como um de seus 
instrumentos.
As principais regulamentações sobre 
o licenciamento ambiental no Brasil 
estabelecidas pela Resolução CONAMA 
nº 237/97 e nº 01/86 são detalhadas, 
permitindo que o aluno possa compreender 
como ocorre o processo de licenciamento 
ambiental, os tipos de licenças ambientais 
exigidas, os procedimentos necessários, as 
atividades a serem licenciadas, os órgãos 
ambientais competentes ao licenciamento 
e a composição de estudos de impacto 
ambiental exigidos para a avaliação de 
impacto ambiental.
Outros estudos ambientais válidos para 
o licenciamento ambiental são objeto de 
estudo da disciplina, assim como outros 
órgãos associados ao tema, que não os 
competentes ao licenciamento.
Outras inúmeras resoluções e algumas 
legislações referentes ao tema, como a 
Lei dos Crimes Ambientais, o Novo Código 
Florestal, a Lei das Unidades de Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação da 
Natureza e a Lei da Informação Ambiental 
são também apresentadas, permitindo ao 
aluno observar a abrangência associada ao 
tema de licenciamento ambiental. 
5/267
Unidade 1
Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil
Objetivos
1. Abordar os acontecimentos históricos 
mundiais que culminaram com a criação de 
políticas ambientais no país.
2. Apresentar a Política Nacional de Meio 
Ambiente (Lei Federal nº 6.938/1981).
3. Apresentar as principais resoluções brasileiras 
sobre licenciamento ambiental (Resolução 
CONAMA nº 01/1986 e Resolução CONAMA 
nº 237/1997).
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil6/267
Introdução
A Política Nacional de Meio Ambiente, 
instituída pela Lei Federal nº 6.938, de 
31 de agosto de 1981, é um marco para a 
questão ambiental brasileira e é resultante 
de um histórico de acontecimentos 
mundiais que culminaram no avanço 
da consciência ambiental global e, 
consequentemente, na criação de políticas 
referentes ao tema meio ambiente.
A Lei Federal nº 6.938/1981 estabeleceu 
o licenciamento ambiental como um dos 
seus instrumentos, com a finalidade de 
promover o controle prévio à construção, 
instalação, ampliação e funcionamento de 
estabelecimentos e atividades utilizadoras 
de recursos ambientais, considerados 
efetiva e potencialmente poluidores, ou, 
sob qualquer forma, de causar degradação 
ambiental. O licenciamento ambiental é 
um dos instrumentos mais importantes da 
política ambiental pública e tem caráter 
preventivo, uma vez que sua aplicação é 
justamente evitar a ocorrência de danos 
ambientais.
Outro instrumento instituído pela Política 
Nacional de Meio Ambiente, a ser estudado 
nesta aula, é a Avaliação de Impacto 
Ambiental – AIA. O AIA é um instrumento 
de política ambiental formado por um 
conjunto de procedimento capaz de 
assegurar, desde o início do processo, 
a realização de um exame sistemático 
dos impactos ambientais de uma ação 
proposta e de suas alternativas, devendo 
os resultados ser apresentados de forma 
adequada ao público e aos responsáveis 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil7/267
pela tomada de decisão, e por eles 
devidamente considerados (BASTOS; 
ALMEIDA, 2010).
O AIA é adotado por muitos países, 
reconhecido em tratados internacionais 
como um mecanismo potencialmente 
eficaz de prevenção do dano ambiental 
e de promoção do desenvolvimento 
sustentável, e atualmente apresenta uma 
difusão e aplicação mundial (SÁNCHEZ, 
2006).
A incorporação do AIA pela Lei Federal nº 
6.938/1981 foi fortalecida com o artigo 
225º da Constituição Federal de 1988, 
que, estabelecendo o direito de todos 
por um meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, exigiu a apresentação de 
um estudo prévio de impacto ambiental 
para a instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa 
degradação ambiental.
A Política Nacional de Meio Ambiente, 
e mais precisamente os dois 
instrumentos focos de estudo nesta 
disciplina (licenciamento ambiental 
e avaliação de impacto ambiental), 
foram complementados pela Resolução 
CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 
1986, que regulamenta a realização dos 
Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e a 
apresentação do respectivo Relatório de 
Impacto Ambiental (RIMA) no processo de 
licenciamento ambiental das atividades e 
estabelecimentos impactantes. A partir da 
publicação da Resolução Conama nº 01/86, 
começaram efetivamente a ser realizados 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil8/267
estudos de impacto ambiental no Brasil.
A Resolução CONAMA nº 237, de 19 de 
dezembro de 1997, estabeleceu a revisão 
e complementação dos procedimentos 
e critérios do licenciamento ambiental, 
definindo tipos, etapas e competência das 
licenças.
Assim, o processo de avaliação de 
impacto ambiental no Brasil é vinculado 
ao licenciamento ambiental. Devido 
à sua regulamentação, o processo de 
AIA no país passou a ser conduzido, 
essencialmente, pelos órgãos ambientais 
de meio ambiente, que foram criados por 
muitos estados em meados dos anos 1980, 
uma vez que a maioria não dispunha de 
estruturas administrativas para analisar 
os processos para emissão de licenças 
ambientais nesse período. O processo de 
licenciamento ambiental vem sendo, desde 
então, constantemente aprimorado e 
regulamentado, visando garantir frente sua 
complexidade, uma melhoria contínua dos 
procedimentos tanto para o interessado 
como para o tomador de decisão do órgão 
ambiental.
1. Fatores Históricos que 
Influenciaram a Implementação 
do Licenciamento Ambiental
A compreensão tradicional das 
relações entre a sociedade e a natureza 
desenvolvidas até o século XIX, vinculadas 
ao processo de produção capitalista, 
considerava o homem e a natureza como 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil9/267
polos excludentes, tendo subjacente a 
concepção de uma natureza objeto, fonte 
ilimitada de recursos à disposição do 
homem (BERNARDES; FERREIRA, 2007).
Tendo como base essa concepção, práticas 
foram desenvolvidas por meio de um 
processo de industrialização, em que a 
acumulação se realizava com a exploração 
intensa dos recursos naturais, provocando 
efeitosperversos para natureza e 
sociedade (BERNARDES; PEREIRA, 2007). 
A avaliação e priorização de projetos se 
encontravam extremamente limitados 
a uma análise econômica, sem meios de 
identificar e incorporar as consequências 
ou efeitos ambientais de um determinado 
projeto, plano ou programa que 
acarretassem degradações ao bem-estar 
social e ao seu entorno (BRASIL, 2009).
No final da década de 1960, nos países 
industrializados e também em alguns 
países em desenvolvimento, o crescimento 
da conscientização do público quanto 
à rápida degradação ambiental e aos 
problemas sociais decorrentes levou as 
comunidades a demandar uma melhor 
qualidade ambiental, crescendo a 
participação pública que passou a exigir 
que as questões ambientais fossem 
expressamente consideradas pelos 
governos ao aprovarem programas de 
investimento e projetos de grande e de 
médios portes (BASTOS; ALMEIDA, 2010).
Bernardes e Ferreira (2007) consideram 
que a tomada da consciência ecológica foi 
iniciada quando os problemas vivenciados 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil10/267
por pescadores no sul do Japão, na Baía 
de Minamata, no final da década de 1950, 
vieram à tona. Na época, o Japão tentava 
acompanhar o ritmo de industrialização da 
Europa, e a instalação da indústria Chisso 
Corporation resultou na contaminação por 
metal pesado da água da Baía, resultando 
em consequências terríveis à população, 
no fenômeno conhecido como “doença de 
Minamata”.
Na reunião do Clube de Roma constituído 
em 1968, composto por cientistas, 
industriais e políticos, a problemática 
ambiental associada ao crescimento 
econômico e uso crescente dos 
recursos naturais foi abordada. Os 
maiores problemas levantados foram 
a industrialização acelerada, rápido 
crescimento demográfico, escassez de 
alimentos, esgotamento de recursos 
não renováveis e deterioração do meio 
ambiente. Um dos documentos mais 
importantes, em termos de repercussão 
entre os cientistas e os governantes, foi o 
Relatório Meadows, publicado em 1972, 
também conhecido como Os Limites do 
Crescimento, no qual foram reportados 
pioneiramente os problemas ambientais 
(BRASIL, 2009).
A primeira manifestação, de maneira 
institucionalizada, de política relacionada 
ao tema impacto ao meio ambiente 
veio com a criação do NEPA – National 
Environmental Policy Act (Lei de Política 
Nacional do Meio Ambiente), em 1969, 
nos Estados Unidos. A referida lei 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil11/267
institucionalizou, no ano seguinte, o processo associado a essa declaração conhecido como 
Avaliação de Impacto Ambiental – AIA, conforme apresentado na Figura 1, que se transformou 
em modelo para legislações similares em todo o mundo.
Identificar e desenvolver 
métodos e procedimentos 
que assegurem que os valores 
ambientais serão considerados 
nas tomadas de decisões, ao 
lado de considerações técnicas e 
econômicas.
Uso de abordagem sistemática 
e interdisciplinar para assegurar 
o uso integrado das ciências 
naturais e sociais e das artes de 
planejamento ambiental nas 
tomadas de decisão que possam 
ter um impacto sobre o ambiente.
Criação do processo de Avaliação 
de Impacto Ambiental – AIA.
LEI DA POLÍTICA 
NACIONAL DO MEIO 
AMBIENTE DOS ESTADOS 
UNIDOS
Figura 1 – Estruturação da Lei Nacional de Política Ambiental dos Estados Unidos – NEPA
Fonte: Adaptado de Sánchez, 2006
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil12/267
Em junho de 1972, três anos após a criação 
da NEPA, foi realizada a primeira grande 
conferência para discutir o problema 
ambiental. A Conferência Mundial de 
Meio Ambiente, em Estocolmo, como foi 
intitulada, teve o objetivo de estabelecer 
uma visão global e princípios comuns para 
preservação e melhoria do ambiente, que 
resultou na Declaração sobre o Ambiente 
Humano Uma das deliberações desta 
declaração foi determinar às instituições 
nacionais competentes, a tarefa de 
planificar, administrar e controlar a 
utilização dos recursos naturais dos 
Estados, com o fim de melhorar a qualidade 
do meio ambiente (BRASIL, 2009). Segundo 
Bernardes e Ferreira (2007), o desastre 
da Baía de Minamata, no Japão, foi uma 
das causas principais que resultaram na 
realização dessa reunião sueca, e um 
dos pontos marcantes do encontro foi 
a contestação às propostas do Clube de 
Roma sobre o crescimento zero para os 
países em desenvolvimento.
A Conferência de Estocolmo representou 
um marco que inseriu as questões 
ambientais em parte das políticas de 
desenvolvimento adotadas nos países 
Para saber mais
Avaliação de impacto ambiental: processo que 
visa identificar, prever, interpretar e comunicar 
informações sobre as consequências de uma 
determinada ação sobre a saúde e o bem-estar 
humano (MUNN, 1975).
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil13/267
mais avançados e, também, naqueles 
em processo de desenvolvimento. Dos 
diversos instrumentos e métodos de 
avaliação desenvolvidos apresentados 
com o objetivo de incorporar as questões 
ambientais ao processo de decisão, a 
Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) 
tem sido o instrumento mais discutido 
(BRASIL, 2009).
A partir da Conferência de Estocolmo, 
houve um constante aprimoramento 
da legislação ambiental e aumento da 
conscientização da população, implicando 
em grande avanço no tratamento das 
questões ambientais (BRASIL, 2009). 
A Conferência de Estocolmo criou 
também alguns programas e comissões 
importantes, como o Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) 
e a Comissão Mundial sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (CBRASILD), 
estabelecendo, assim, o assunto 
definitivamente na pauta de discussões da 
ONU (BERNARDES & FERREIRA, 2007).
Em 1981, nove anos após a Conferência 
de Estocolmo e como resultado do avanço 
da consciência ambiental global, houve, 
então, o estabelecimento da Política 
Nacional de Meio Ambiente, representando 
grande evolução no tratamento da questão 
ambiental no Brasil. Após a criação da 
Política Nacional de Meio Ambiente 
Brasileira, ocorreu em 1992, no Rio de 
Janeiro, a mais importante reunião, depois 
de Estocolmo, intitulada Conferência das 
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil14/267
Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida 
também como a ECO-92 A ECO 92 foiuma 
grande marca da internacionalização 
definitiva da proteção ambiental e das 
questões ligadas ao desenvolvimento, 
criando elementos importantes como a 
Agenda 21.
Na Agenda 21, os estados signatários 
reconhecem a avaliação de impacto 
ambiental como instrumento que 
deve ser fortalecido para estimular o 
desenvolvimento sustentável, como 
trechos do documento transcritos a seguir:
“Certificar-se de que as decisões 
relevantes sejam precedidas por avaliações 
do impacto ambiental e que, além disso, 
considerem os custos de eventuais 
consequências ecológicas” (Capítulo 
7, Promoção do Desenvolvimento 
Sustentável) (ONU, 1992, item 07.41b).
“Desenvolver, melhorar e aplicar métodos 
de avaliação de impacto ambiental com o 
objetivo de fomentar o desenvolvimento 
industrial sustentável” (Capítulo 9, 
Proteção da atmosfera).(ONU, 1992, item 
9.12).
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil15/267
2. Legislação E Resoluções 
Associadas Ao Licenciamento 
Ambiental
2.1 Política Nacional de Meio 
Ambiente
Dentro desse contexto de preocupação 
ecológica e implementação de ações na 
tentativa de proteger o meio ambiente, o 
governo brasileiro sancionou, em 1981, 
a Lei Federal nº 6.938, que estabelece 
a Política Nacional do Meio Ambiente 
– PNMA, em que está traçadatoda a 
sistemática necessária para a aplicação 
da política ambiental. O objetivo central 
da Política Nacional de Meio Ambiente é 
a preservação, melhoria e recuperação 
Link
A Agenda 21 pode ser definida como um 
instrumento de planejamento para a construção 
de sociedades sustentáveis. 
179 países participantes da Rio-92 acordaram e 
assinaram a Agenda 21 Global, um programa de 
ação baseado num documento de 40 capítulos, 
que constitui a mais abrangente tentativa 
já realizada de promover o desenvolvimento 
sustentável.
<http://www.mma.gov.br/responsabilidade-
socioambiental/agenda-21/agenda-21-
global>
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil16/267
da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar condições ao desenvolvimento 
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida 
humana.
A PNMA estabelece dez princípios, sendo que destacamos para esta disciplina o princípio 
do controle das atividades potencial ou efetivamente poluidoras, que é justamente um dos 
objetivos do licenciamento ambiental Pelo artigo 6º, a PNMA estabelece que os órgãos e 
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem 
como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da 
qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, conforme 
estruturação apresentada na Figura 2.
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil17/267
Figura 2 – Estruturação do SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente
Fonte: Adaptado de Brasil (1981).
Entre os treze instrumentos da PNMA estabelecidos pelo artigo 9º da Lei Federal nº 6.931/81, 
apresentados no Quadro 1, estão destacados a avaliação de impactos ambientais e o 
licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, representando um grande 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil18/267
avanço na questão ambiental brasileira.
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental; 
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação 
ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade 
ambiental;
VI - a criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção 
ambiental e as de relevante interesse ecológico, pelo Poder Público 
Federal, Estadual e Municipal;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo 
Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção 
ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; 
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil19/267
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa 
Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento 
das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação 
ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente [...] 
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, 
obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; 
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras 
e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão 
ambiental, seguro ambiental e outros. 
Quadro 1 – Instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente estabelecidos pela Lei Federal nº 6.938/81
Fonte: Adaptado de Brasil (1981).
De modo a reforçar o instrumento do licenciamento ambiental, o art. 10 da Lei Federal nº 
6.938/81 define ainda que:
“A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil20/267
utilizadores de recursos ambientais, efetiva 
ou potencialmente poluidores ou capazes, 
sob qualquer forma, de causar degradação 
ambiental dependerão de prévio 
licenciamento ambiental”. (Art. 10º, Lei 
Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981).
O licenciamento ambiental foi estabelecido 
visando controlar o uso de recursos 
naturais no país, e controlar atividades 
poluidoras que até então se instalavam 
e operavam sem considerar critérios 
ambientais significativos.
É importante salientar que, embora a lei 
que estabelece o licenciamento ambiental 
em nível federal tenha sido instituída 
em 1981, alguns estados brasileiros já 
adotavam esse procedimento.
A legislação moderna sobre licenciamento 
ambiental começou no Rio de Janeiro, 
com o Decreto-Lei nº 134/75, que tornou 
obrigatória a prévia autorização para 
operação ou funcionamento de instalação 
ou atividades real ou potencialmente 
poluidoras, enquanto que o Decreto 
nº 1633/77 instituiu o Sistema de 
Licenciamento de Atividades Poluidoras, 
modelo que seria posteriormente 
retomado pela legislação federal 
(SÁNCHEZ, 2006).
Em São Paulo, a Lei nº 997/76 criou 
o Sistema de Prevenção e Controle 
da Poluição do Meio Ambiente , 
regulamentada pelo Decreto nº 8.468/76, 
que foi posteriormente modificado pelo 
Decreto nº 47.397/02. Em sua redação 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil21/267
original, esse decreto estabelecia duas 
modalidades de licença, denominadas 
Licença de Instalação e Licença de 
Funcionamento (SÁNCHEZ, 2006).
O licenciamento estadual paulista e o 
fluminense eram aplicados basicamente 
às atividades industriais e certos projetos 
urbanos como aterros de resíduos sólidos 
e loteamentos. Com a incorporação do 
AIA à legislação brasileira, esses sistemas 
preexistentes de licenciamento tiveram de 
ser adaptados, abrangendo os impactos 
numa esfera ambiental, social e econômico 
global, e não considerando apenas o 
impacto pontual.
2.2 Resoluções CONAMA asso-
ciadas ao licenciamento am-
biental
2.2.1 Resolução CONAMA nº 
001 de 23 de janeiro de 1986
A Resolução CONAMA nº 001, de 23 
de janeiro de 1986, regulamentou 
a realização dos Estudos de Impacto 
Ambiental (EIA) e a apresentação do 
respectivo Relatório de Impacto Ambiental 
(RIMA) no processo de licenciamento 
ambiental das atividades modificadoras 
do meio ambiente. Desse modo, o 
instrumento de avaliação de impacto 
ambiental instituído pela PNMA é 
implementado através do EIA-RIMA, 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil22/267
que, por sua vez, está associado ao outro 
instrumento do licenciamento ambiental.
O estudo de impacto ambiental que deve 
ser desenvolvido no licenciamento de 
atividades de modificadoras do meio 
ambiente devem conter no mínimo 
quatro atividades técnicas referentes: 
a) ao diagnóstico ambiental da área de 
influência do projeto; b) à análise dos 
impactos ambientais do projeto e de suas 
alternativas; c) à definição das medidas 
mitigadoras dos impactos negativos; 
e d) à elaboração do programa de 
acompanhamento e monitoramento. 
A Constituição Federal de 1988 
representou grande impulso à questão 
ambiental no Brasil. Em seu art. 225, é 
estabelecido que:
“Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Link
Para verificar no artigo 2º da Resolução 
CONAMA nº 001/86, as atividades consideradas 
modificadores do meio ambiente, acesse:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/
res86/res0186.html>. 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil23/267
Poder Público e à coletividade o dever 
dedefendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações” (Art. 225º da 
Constituição Federal de 1988).
Para assegurar a efetividade desse direito, 
a Constituição Federal definiu que o 
Poder Público deve exigir, na forma da 
lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa 
degradação do meio ambiente, estudo 
prévio de impacto ambiental, a que se 
dará publicidade, reforçando, assim, o 
estabelecido pela PNMA, pela Resolução 
CONAMA 01/86 e o próprio licenciamento 
ambiental no qual ocorre a avaliação do 
impacto ambiental. 
 
2.2.2 Resolução CONAMA nº 
237, de 19 de dezembro de 1997
A Resolução CONAMA nº 237, de 19 de 
dezembro de 1997, é a principal norma 
reguladora do licenciamento ambiental 
no Brasil, e dispõe sobre a revisão e 
complementação dos procedimentos e 
critérios utilizados nesse processo, além de 
regulamentar aspectos do licenciamento 
ambiental estabelecidos na Política 
Nacional de Meio Ambiente que ainda não 
haviam sido definidos.
A Resolução CONAMA nº 237/1997 
estabeleceu que a localização, construção, 
instalação, ampliação, modificação 
e operação de empreendimentos 
e atividades utilizadoras de 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil24/267
recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os 
empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão 
de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sendo que empreendimentos e 
atividades considerados efetiva ou potencialmente causadores de significativa degradação 
do meio dependerão de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto 
sobre o meio ambiente.
Para saber mais
Licenciamento ambiental: “Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente 
licencia a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades 
utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras e daquelas 
que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais 
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso” (Inciso I, artigo 1º da Resolução Conama nº 
237 de 19 de dezembro de 1997).
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil25/267
A Resolução nº 237/97 estabeleceu ainda as competências, procedimentos, custos, prazos 
de análise e de validade associados ao licenciamento ambiental e as etapas do processo de 
licenciamento, por meio das Licenças Prévia, de Instalação e de Operação, a serem discutidas 
nas próximas aulas.
Link
Para verificar a lista das atividades ou empreendimentos com significativo impacto ambiental 
sujeitos ao licenciamento ambiental, consulte o Anexo I da Resolução CONAMA nº 237/97, em: 
<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html>.
O licenciamento ambiental, portanto, é o 
instrumento processual através do qual 
pode se assegurar que impactos potenciais 
sejam identificados e que os danos sejam 
mitigados e compensados. Assim, para 
qualquer projeto que vise ser instalado, é 
necessária uma análise não somente dos 
custos e benefícios econômicos envolvidos, 
mas também a análise da viabilidade 
ambiental (SÁNCHEZ, 2006).
Resumidamente podemos considerar que o 
processo de licenciamento ambiental tem 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil26/267
como base, as principais normas legais apresentadas na Figura 3.
Figura 3 – Avanço das legislações e resoluções relacionadas ao licenciamento ambiental federal.
Fonte: Brasil (1981; 1986; 1988; 1997).
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil27/267
Glossário
Licença ambiental: “ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece 
as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas 
pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar 
empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou 
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação 
ambiental” (Inciso II, artigo 1º da Resolução Conama nº 237, de 19 de dezembro de 1997).
Recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os 
estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
Impacto ambiental: qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do 
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades 
humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem-estar da 
população; II- as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e 
sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais (artigo 1º, Resolução 
CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986).
Questão
reflexão
?
para
28/267
Conceituando impacto ambiental como qualquer 
alteração das propriedades físicas, químicas e 
biológicas do meio ambiente, reflita sobre atividades 
que você exerce que resultam nestas alterações. Repare 
em empreendimentos no seu entorno que possam 
causar significativo impacto ambiental.
29/267
Considerações Finais
 » Acontecimentos históricos como o Clube de Roma, caso da Doença de Minamata, 
Conferência de Estocolmo, implantação da Política de Meio Ambiental dos Estados 
Unidos são exemplos de acontecimentos que culminaram com a criação da política 
meio ambiente, e, consequentemente, do licenciamento ambiental no Brasil;
 » a Política Nacional de Meio Ambiente foi instituída pela Lei Federal nº 6.938/1981 
e é o marco da questão ambiental brasileira, tendo instituído como instrumentos, 
a avaliação de impacto ambiental e o licenciamento ambiental;
 » a Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986, regulamentou a realização 
dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e a apresentação do respectivo Relatório 
de Impacto Ambiental (RIMA) no processo de licenciamento ambiental das 
atividades e estabelecimentos impactantes;
 » a Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997, estabeleceu a revisão 
e complementação dos procedimentos e critérios do licenciamento ambiental, 
definindo tipos, etapas e competência das licenças.
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil30/267
Referências
BASTOS, A. C. S.; ALMEIDA, J. R. Licenciamento ambiental brasileiro no contexto da avaliação de 
impactos ambientais. In: CUNHA, S. B.; GUERRA, A. J. T. (Org.). Avaliação e perícia ambiental. 
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. p. 77- 113.
BERNARDES, J. A; FERREIRA, F. P M. Sociedade e Natureza. In: CUNHA, S. B.; GUERRA, A. J. T 
(Orgs.). A questão ambiental: diferentes abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. p. 
17-42.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional de Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário 
Oficial da União, Brasília, Distrito Federal, 2 set. 1981. Seção 1, p. 16509.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986. 
Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Diário 
Oficial da União, Brasília, Distrito Federal, 17 fev. 1986. Seção 1. p. 2548-2549.
BRASIL. Constituição Federal (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: 
Senado Federal, 1988.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 237, de 22 de dezembro de 1997. 
Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do 
Unidade 1 • Introdução e histórico do licenciamento ambiental no Brasil31/267
Meio Ambiente. DiárioOficial da União, Brasília, Distrito Federal, 22 dez. 1997. Seção 1, p. 
30841-30843.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Caderno de licenciamento ambiental. Brasília: BRASIL, 
2009. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/dai_pnc/_arquivos/pnc_caderno_
licenciamento_ambiental_01_76.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2015. 
MUNN, R. E. Enviromental impact assessment: principles and procedures. SCOPE Report 5. 
Toronto: John Wiley & Sons, 1975. 
ONU. Agenda 21 Global. Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (CNUMAD). Rio de Janeiro: Ministério do Meio Ambiente (MMA), Brasil, 1992.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo, Editora 
Oficina de Textos, 2006.
Referências
32/267
Assista a suas aulas
Aula 1 - Tema: Introdução e Histórico do 
Licenciamento Ambiental no Brasil - Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1d/62bf375b8864f6336e8267d6ac66d90f>.
Aula 1 - Tema: Introdução e Histórico do 
Licenciamento Ambiental no Brasil - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
b63a9663d54e09006127cbf473a3f408>.
33/267
1. A empresa XY possui como projeto a construção de um estabelecimento 
que utilizará recursos ambientais capazes de causar degradação ambiental 
Dessa forma, de acordo com a Lei Federal nº 6.938/81, a referida 
construção:
a) não depende de prévio licenciamento ambiental, pois esse somente é necessário se a 
atividade for potencialmente poluidora;
b) depende de prévio licenciamento ambiental, já que utilizará recursos ambientais capazes, 
sob qualquer forma, de causar degradação ambiental;
c) não depende de prévio licenciamento ambiental, pois trata-se de construção 
e o licenciamento ambiental somente é necessário quando há a ampliação de 
estabelecimentos que causar degradação ambiental;
d) depende de prévio licenciamento ambiental apenas se a atividade for efetivamente 
poluidora;
e) depende de prévio licenciamento ambiental apenas se o proprietário limitar o uso de toda 
a sua propriedade para preservar os recursos ambientais.
Questão 1
34/267
2. Instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente estabelecido pela 
Lei nº 9.638/81, de importância para a gestão institucional de planos, 
programas e projetos relacionados ao meio ambiente, em nível federal, 
estadual e municipal.
O texto acima se refere a qual instrumento?
a) Estudo de Impacto Ambiental
b) Avaliação do Impacto Ambiental
c) Relatório de Impacto Ambiental
d) Sistema de Gestão Ambiental
e) Resumo do Impacto Ambiental
Questão 2
35/267
3. A Resolução CONAMA nº 001/86 traz uma série de procedimentos de 
estudos ambientais para a implantação de empreendimentos, que in-
clusive são de acesso público. Assim, identifique a alternativa que incide 
procedimentos dentro dessa resolução:
a) EIA/RIMA, definidos como Estudos de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio 
Ambiente.
b) EIA/RIMA, definidos como Estudo Inicial Ambiental e Relatório Indicador de Meio Ambiente.
c) PDA, Potencial de Degradação Ambiental.
d) PDA/RIMA, sendo Potencial de Degradação Ambiental e Relatório Indicador de Meio 
Ambiente.
e) PIA/ PDA, como Estudo Inicial Ambiental e Potencial de Degradação Ambiental.
Questão 3
36/267
4. O Sistema Tríplice de licenciamento ambiental, que estabelece as figu-
ras da Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Opera-
ção (LO), foi instituído através da:
a) Lei Federal nº 12.651/2012 - Código Florestal.
b) Lei Federal nº 6.938/1981 - Política Nacional de Meio Ambiente.
c) Resolução CONAMA nº 237/1997.
d) Resolução CONAMA nº 001/1986.
e) Lei Federal nº 9.605/1998 - Lei de Crimes Ambientais.
Questão 4
37/267
5. Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabele-
ce as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão 
ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para locali-
zar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizado-
ras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente po-
luidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação 
ambiental. Conforme art. 1º da Resolução CONAMA nº 237/97, essa defi-
nição refere-se à(ao):
a) licenciamento ambiental
b) licença ambiental
c) estudos ambientais
d) impacto ambiental regional
e) avaliação de impacto ambiental
Questão 5
38/267
Gabarito
1. Resposta: B.
Conforme estabelecido no art. 10ª da 
Lei Federal nº 9.638/81, a construção, 
instalação, ampliação e funcionamento de 
estabelecimentos e atividades utilizadores 
de recursos ambientais, efetiva ou 
potencialmente poluidores ou capazes, 
sob qualquer forma, de causar degradação 
ambiental dependerão de prévio 
licenciamento ambiental.
2. Resposta: B.
Conforme estabelecido no art. 9° da 
Lei Federal nº 9.638/81, são 13 os 
instrumentos da Política de Meio Ambiente, 
entre os quais a avaliação de impactos 
ambientais.
3. Resposta: A.
A Resolução CONAMA nº 001, de 23 de 
janeiro de 1986, regulamentou a realização 
dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e 
a apresentação do respectivo Relatório de 
Impacto Ambiental (RIMA) no processo de 
licenciamento ambiental das atividades e 
estabelecimentos impactantes.
4. Resposta: C.
A Resolução CONAMA nº 237/97 
estabelece a revisão e complementação 
dos procedimentos e critérios do 
licenciamento ambiental, inclusive 
definindo as três licenças ambientais 
associadas a esse procedimento: Licença 
39/267
Prévia (LP) – concedida na fase preliminar 
do planejamento do empreendimento 
ou atividade aprovando sua localização 
e concepção, atestando a viabilidade 
ambiental e estabelecendo os requisitos 
básicos e condicionantes a serem 
atendidos nas próximas fases de sua 
implementação; Licença de Instalação (LI) 
– autoriza a instalação do empreendimento 
ou atividade de acordo com as 
especificações constantes dos planos, 
programas e projetos aprovados, incluindo 
as medidas de controle ambiental e demais 
condicionantes, da qual constituem motivo 
determinante; Licença de Operação 
(LO) – autoriza a operação da atividade 
ou empreendimento, após a verificação 
do efetivo cumprimento do que consta 
Gabarito
das licenças anteriores, com as medidas 
de controle ambiental e condicionantes 
determinados para a operação.
5. Resposta: B.
Conforme o art. 1º da Resolução CONAMA 
nº 237/97, licença ambiental é definida 
como um ato administrativo, conforme 
apresentado a seguir:
Licença ambiental Ato administrativo
Licenciamento 
ambiental
Procedimento 
administrativo
40/267
Estudos ambientais Estudos que fornecem 
subsídios para a 
análise da licença 
ambiental (estudos 
como relatório 
ambiental, plano, 
projeto de controle 
ambiental etc.)
Impacto ambiental 
regional
É todo e qualquer 
impacto ambiental 
que afete diretamente 
(área de influência 
direta do projeto), no 
todo ou em parte, o 
território de dois ou 
mais estados
Gabarito
41/267
Unidade 2
A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental
Objetivos
1. A importância do estabelecimento de 
padrões de qualidade ambiental no 
âmbito do licenciamento ambiental.
2. Tipos de padrões de qualidade 
ambiental.
3. A obrigatoriedade da divulgação da 
informação ambiental.
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental42/267
Introdução
Conforme discutido na aula anterior, a 
incorporação de temas ambientais ao 
debate público no Brasil ocorreu após 
o tema ter sido inserido na agenda 
internacional. O conceitode meio 
ambiente foi sendo assimilado à ideia 
de qualidade de vida, de modo que os 
problemas então denominados ambientais 
foram assimilados à noção de poluição 
(SÁNCHEZ, 2006).
A década de 1970 viu florescer leis de 
controle de poluição e surgir entidades 
governamentais encarregadas da 
vigilância ambiental e da fiscalização das 
atividades poluentes. Os EUA modificaram 
e atualizaram suas leis de controle de 
poluição durante essa década, enquanto 
que, no Brasil, os Estados do Rio de 
Janeiro, em 1975, e São Paulo, em 1976, 
estabeleceram suas próprias leis de 
controle de poluição.
O Brasil, que avançava em uma forte 
base de infraestrutura à custa do capital 
estrangeiro, era pressionado diante das 
manifestações ambientalistas. A Política 
Nacional de Meio Ambiente, apresentada 
na aula anterior, definiu poluição como 
“a degradação da qualidade ambiental 
resultante de atividades que direta ou 
indiretamente:
a. prejudiquem a saúde, a segurança e o 
bem-estar da população;
b. criem condições adversas às 
atividades sociais e econômicas;
c. afetem desfavoravelmente a biota;
d. afetem as condições estéticas ou 
sanitárias do meio ambiente;
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental43/267
e. lancem matérias ou energia 
em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos.’’ (Lei 
Federal nº 6.938/1981, art. 3º, inciso 
III)
Segundo Sánchez (2006, p. 26), a definição 
de poluição é “introdução no meio 
ambiente de qualquer forma de matéria ou 
energia que possa afetar negativamente 
o homem ou outros organismos”. De 
maneira geral, com pequenas mudanças 
na formulação ou na terminologia, é esse 
o conceito de poluição que se encontra na 
literatura técnica internacional.
Outro conceito definido pela Política 
Nacional de Meio Ambiente é o de 
degradação ambiental, que no caso é 
considerada como uma “alteração adversa 
das características do meio ambiente” (Lei 
Federal nº 6.938/1981, art. 3º, inciso II).
Os problemas ambientais, como a 
contaminação das águas com esgotos 
domésticos ou efluentes industriais, a 
contaminação do ar pela exalação de gases 
em veículos automotores ou emissões 
de atividades industriais e a degradação 
ambiental, impactam de forma relevante 
a qualidade de vida das populações, 
afetando, entre outros aspectos (BRASIL, 
2009):
(i) a saúde das pessoas, por exemplo, 
doenças pulmonares decorrente da 
qualidade ruim do ar, ou proliferação de 
doenças de veiculação hídrica;
(ii) a economia de sobrevivência, quando, 
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental44/267
por exemplo, devido ao efeito da 
degradação ambiental, a biodiversidade 
diminui, afetando comunidades que 
dependem da fonte afetada.
É possível visualizar claramente a relação 
estreita que existe entre a qualidade 
ambiental e a qualidade de vida das 
pessoas. Desse modo, é compreensível 
que o objetivo central da Política 
Nacional de Meio Ambiente seja a 
preservação, melhoria e recuperação 
da qualidade ambiental propícia à 
vida, visando assegurar condições ao 
desenvolvimento socioeconômico, aos 
interesses da segurança nacional e à 
proteção da dignidade da vida humana 
(artigo 2º da Lei Federal nº 6.935/1981). 
Nesse sentido, o “estabelecimento de 
padrões de qualidade ambiental” visa ao 
fornecimento de referências técnicas que, 
uma vez atendidas, garantem a qualidade 
ambiental.
Então, temos padrões de qualidade 
ambiental que devem ser atingidos. Deste 
modo, a exigência do licenciamento 
ambiental para determinadas atividades 
ou empreendimentos busca estabelecer 
mecanismos de controle ambiental das 
intervenções setoriais que possam vir a 
comprometer a qualidade ambiental.
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental45/267
1. Estruturação da Política 
Nacional de Meio Ambiente
A Política Nacional de Meio Ambiente, 
por meio da Lei Federal nº 9.638/1981, 
instituiu como instrumentos a 
Avaliação do Impacto Ambiental e o 
licenciamento ambiental, como verificado 
na aula passada. A principal razão da 
exigência do licenciamento ambiental 
para determinadas atividades ou 
empreendimentos é buscar estabelecer 
mecanismos para o controle ambiental das 
intervenções setoriais que possam vir a 
comprometer a qualidade ambiental.
Considerando a importância da qualidade 
ambiental para a manutenção da saúde 
humana, vamos abordar nesta aula um 
outro instrumento da Política Nacional de 
Meio Ambiente, que é o estabelecimento 
de padrões de qualidade ambiental.
A Lei Federal n° 6.938/1981 criou o 
Conselho Nacional do Meio Ambiente 
– CONAMA, órgão colegiado de caráter 
deliberativo e consultivo que, entre 
outras responsabilidades, delibera sobre 
normas e padrões para um ambiente 
ecologicamente equilibrado e essencial à 
sadia qualidade de vida. A competência do 
CONAMA é definida pelo art. 8º da referida 
lei, com redação complementar dada pela 
Lei Federal nº 7.804/89 (BRASIL, 1989a) 
e Lei Federal nº 8.028/1990 (BRASIL, 
1990a), qu, e determina como algumas das 
responsabilidades do CONAMA:
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental46/267
• estabelecer, privativamente, normas 
e padrões nacionais de controle da 
poluição por veículos automotores, 
aeronaves e embarcações, 
mediante audiência dos Ministérios 
competentes (inciso VI do artigo 8º 
da Lei Federal nº 6.938/81);
• estabelecer normas, critérios e 
padrões relativos ao controle e 
à manutenção da qualidade do 
meio ambiente com vistas ao uso 
racional dos recursos ambientais, 
principalmente os hídricos (inciso 
VII do artigo 8º da Lei Federal nº 
6.938/81).
O CONAMA representa um mecanismo 
formal de participação da sociedade e de 
cooperação entre governo e sociedade, 
propiciando o debate de temas ambientais 
relevantes entre representantes da União, 
dos estados e municípios, da iniciativa 
privada e de organizações da sociedade 
civil (BRASIL, 2009).
A regulamentação dos padrões de 
qualidade ambiental ficou a cargo do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente – 
CONAMA, responsável por estabelecer 
os padrões federais que, na ausência de 
padrões estaduais ou municipais mais 
restritivos, correspondem à legislação 
aplicável e asseguram a manutenção da 
qualidade ambiental no país.
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental47/267
2. Estabelecimento dos Padrões 
de Qualidade Ambiental
Os padrões de qualidade para a água, ar, 
solo e ruídos sonoros foram estabelecidos 
visando estabelecer mecanismos para 
o controle ambiental das intervenções 
setoriais que comprometam a qualidade 
ambiental.
Para saber mais
Padrão de qualidade ambiental: limite 
definido por leis, normas ou resoluções para 
as perturbações ambientais, em particular da 
concentração de poluentes e resíduos, que 
determina a degradação máxima admissível do 
meio ambiente.
Esses padrões são derivados de critérios 
científicos e representam valores máximos 
de matéria ou energia capaz de assegurar 
a qualidade ambiental de um recurso 
ambiental, visando à manutenção da saúde 
pública.
Os limites para esse fim vêm sendo 
estabelecidos e atualizados com base em 
organizações de referência mundial, como 
a Organização Mundial da Saúde – OMS. A 
seguir, estão apresentados alguns padrões 
de qualidade ambiental de nível federal, 
estabelecidos pelo CONAMA e discutidos 
nos próximos itens.
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental48/267
Figura 1 – Padrões de qualidade ambiental de nível federal.
Fonte: Brasil (1989b; 1990b, 2005, 2008, 2009)
2.1 Padrões de qualidade da água 
Os atuaispadrões de qualidade da água superficiais e subterrâneas estão regulamentados 
pelas Resoluções CONAMA nº 357/2005 (BRASIL, 2005) e nº 396/2008 (BRASIL, 2008), 
respectivamente.
A Resolução CONAMA nº 357/2005 (BRASIL, 2005) estabeleceu os padrões de qualidade 
como metas finais a serem alcançadas em diferentes enquadramentos das classes de uso de 
rio (classe especial, 1, 2 ,3 e 4). Para as classes de uso de rio estabelecidas, há requisitos de 
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental49/267
qualidade fixados na forma de parâmetros 
com seus respectivos limites.
a ser utilizada no consumo humano, 
dessedentação de animais, irrigação e 
recreação, permitindo uma qualidade 
ambiental para cada tipo de atividade.
Link
Para entender melhor o enquadramento 
das diversas classes de rio, acesse: <http://
portalpnqa.ana.gov.br/enquadramento-
bases-conceituais.aspx>
Link
Para verificar os padrões das diferentes classes 
de uso, acesse:
<http://www.mma.gov.br/port/
conama/legislacao/CONAMA_RES_
CONS_2008_396.pdf> 
<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/
res05/res35705.pdf>
A Resolução CONAMA nº 396/2008, 
também estabeleceu padrões de 
qualidade, como metas finais a serem 
alcançadas em diferentes classes de uso 
(classe especial, classe 1, 2, 3, 4, e 5), além 
de estabelecer Valores Máximos Permitidos 
(VMP) para cada água subterrânea 
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental50/267
2.2 Padrões de qualidade do ar 
Após a promulgação da PNMA em 1981, 
o governo brasileiro criou pela Resolução 
CONAMA nº 05, de 1989 (BRASIL, 1989b), 
o Programa Nacional de Controle da 
Poluição do Ar – PRONAR, que definiu a 
estratégia de estabelecer, em curto prazo 
de tempo, os novos padrões brasileiros 
de qualidade do ar. Essa determinação foi 
atendida pela Resolução CONAMA nº 003, 
de 28 de junho de 1990 (BRASIL, 1990b), e 
foi o primeiro dispositivo legal decorrente 
do PRONAR. Além disso, estabeleceu os 
padrões nacionais de qualidade do ar para 
níveis de partículas em suspensão, fumaça, 
partículas inaláveis, dióxido de enxofre, 
monóxido de carbono, ozônio e dióxido de 
nitrogênio.
Para saber mais
O estabelecimento do PRONAR foi resultado da 
percepção do acelerado crescimento urbano 
e industrial brasileiro e da frota de veículos 
automotores; do progressivo aumento da 
poluição atmosférica principalmente nas regiões 
metropolitanas; dos seus reflexos negativos 
sobre a sociedade, a economia e o meio 
ambiente; das perspectivas de continuidade 
dessas condições; da necessidade de se 
estabelecer estratégias para o controle; e da 
preservação e recuperação da qualidade do ar, 
válidas para todo o território nacional.
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental51/267
2.3 Padrões de qualidade 
sonora
Os padrões brasileiros de qualidade para 
níveis de sons e ruídos estão estabelecidos 
na Resolução CONAMA nº 01 de 
1990 (BRASIL, 1990c). Essa resolução 
determina como padrões federais aqueles 
recomendados pela NBR 10.151 da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas – 
ABNT, originalmente de 1987 e atualmente 
em vigor após a sua atualização em 2000 
(ABNT, 2000; CONAMA, 1990c).Antes 
dessa normativa, já existiam padrões de 
qualidade para ruídos sonoros fixados 
pela Portaria MINTER nº 92/1980, que 
determinavam como limite aceitável 70 
decibéis (dB) durante o dia e 60 dB durante 
a noite (MINTER,1980).
Para saber mais
O decibel foi originalmente concebido pela 
indústria da telefonia para descrever os ganhos 
e perdas de sinais de áudio nos circuitos de 
telefones. A unidade original foi denominada 
bel por Alexandre Graham Bell, o inventor 
do telefone. Na maioria das atividades da 
eletrônica, entretanto, o bel provou ser uma 
unidade grande, logo, o decibel (um décimo de 
bel) foi adotado como notação padrão.
Após a Política Nacional do Meio Ambiente, 
o CONAMA manteve essas referências 
como o máximo tolerável tanto para 
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental52/267
o dia quanto para a noite, mas adotou 
critérios mais rigorosos para determinar 
níveis menores de ruídos para áreas mais 
sensíveis.
2.4 Padrões de qualidade do 
solo
Os padrões de qualidade do solo foram 
instituídos pela Resolução CONAMA n° 
420 de 2009 (CONAMA, 2009b), sendo 
estabelecidos Valores Orientadores de 
Prevenção da Qualidade do Solo, que 
traduzem os requisitos mínimos para que o 
solo desempenhe suas funções principais, e 
Valores de Investigação, menos restritivos, 
que correspondem a concentrações acima 
das quais existem riscos potenciais à saúde 
humana.
3. Padrões de Emissão 
3.1 Padrões de lançamento em 
águas superficiais
A Resolução CONAMA nº 357/2005 
(BRASIL, 2005) foi complementada e 
alterada pela Resolução CONAMA nº 
430/2011 (BRASIL, 2011), que atualizou 
condições e padrões de lançamento de 
efluentes.
Assim, a concentração máxima de 
determinados elementos nos efluentes 
lançados em um corpo-d’água receptor 
deve obedecer ao padrão de lançamento 
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental53/267
estabelecido pela Resolução CONAMA nº 
430/2011 (BRASIL, 2011). Esses padrões 
de lançamento devem ser considerados 
no licenciamento ambiental da atividade/
empreendimento que lançam efluentes em 
cursos-d’água como forma de manter a 
qualidade ambiental do meio.
3.2 Padrões de emissão
A Resolução CONAMA nº 08/1990 
estabelece limites máximos de emissão 
de poluentes do ar para processos de 
combustão externa em fontes novas 
fixas de poluição (queima de substâncias 
combustíveis realizadas em caldeiras, 
geradores de vapor, centrais para a geração 
de energia elétrica, fornos, fornalhas, 
estufas e secadores para a geração e 
uso de energia térmica, incineradores e 
gaseificadores) com potências nominais 
totais até 70 MW.
Além da Resolução CONAMA nº 08/1990, 
a Resolução CONAMA nº 386/2006 
também estabelece, entre outros, padrões 
de emissão para poluentes atmosféricos, 
provenientes desta vez de processos de 
geração de calor a partir da combustão 
externa de óleo combustível, gás natural, 
bagaço de cana-de-açúcar e derivados da 
madeira.
Assim, no licenciamento de 
empreendimentos e atividades que 
impliquem em emissões atmosféricas, 
o órgão ambiental deve determinar o 
atendimento aos limites de emissão de 
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental54/267
poluentes estabelecidos pelo CONAMA.
4. Qualidade, Informação e 
Monitoramento Ambiental
A qualidade ambiental é o cenário 
almejado para o desenvolvimento 
humano, e os padrões de qualidade 
ambiental estabelecidos em nível federal 
pelo CONAMA ou em nível estadual ou 
municipal são fundamentais para nortear a 
qualidade.
A qualidade ambiental, por sua vez, deve 
ser informada aos gestores e ao público em 
geral, de modo a permitir que eles possam 
avaliar, planejar, reparar e prevenir danos 
futuros. O reconhecimento do direito de 
todos terem acesso às informações em 
matéria de meio ambiente foi estabelecido 
no artigo 5º da Constituição Federal de 
1988 (BRASIL, 1988).
Esse dever da publicidade da qualidade 
ambiental está legalmente expresso, 
no artigo 4º da Política Nacional de 
Meio Ambiente e na Lei da Informação 
Ambiental estabelecido pela Lei Federal nº 
10.650/2003 (BRASIL, 2003).
Um exemplo importante de informações 
para o planejamento e gestão 
ambiental, no Brasil, é o Programa de 
Monitoramento da Qualidade da Água, sob 
a responsabilidade da Agência Nacional 
de Águas – ANA, que visa, entre outros 
objetivos,disponibilizar um diagnóstico 
nacional da qualidade da água no país 
(BRASIL, 2009).
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental55/267
Assim, as informações referentes à 
qualidade ambiental qualificam o 
planejamento para a melhor gestão da 
política ambiental (BRASIL, 2009), inclusive 
nas decisões associadas ao licenciamento 
ambiental.
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental56/267
Glossário
Degradação ambiental: “perda ou deterioração da qualidade ambiental” (SÁNCHEZ, 2006, p. 
26).
Qualidade ambiental: medida da condição de um ambiente relativa aos requisitos de uma 
ou mais espécies e/ou de qualquer necessidade ou objetivo humano e deve ser descrita com a 
ajuda de indicadores objetivos (SACHS, 1974).
Emissão: “lançamento na atmosfera de qualquer forma de matéria sólida, líquida ou gasosa” 
(Inciso I, alínea c, Artigo 3º, da Resolução CONAMA nº 436, de 22 de dezembro de 2011).
Questão
reflexão
?
para
57/267
Considere o rio mais importante na sua cidade ou próxima 
dela. Pesquise a bacia hidrográfica em que o mesmo está 
inserido e verifique no plano da bacia qual é a classe de 
enquadramento do rio e o que essa classificação significa.
58/267
Considerações Finais
 » A promulgação da Política Nacional do Meio Ambiente ensejou a atualização dos 
padrões de qualidade ambiental do país, visando assegurar a conciliação entre o 
desenvolvimento econômico, os interesses de segurança nacional e a sadia qualidade 
de vida; 
 » o estabelecimento desses padrões ficou a cargo do CONAMA, órgão representativo de 
cinco setores da sociedade – órgãos federais, estaduais e municipais, setor empresarial 
e sociedade civil –, criado pela própria Política Nacional de Meio Ambiente;
 » estão vigentes padrões federais de qualidade da água, do ar, de ruídos sonoros e do 
solo, os quais contribuem para a avaliação da qualidade ambiental no país. Há ainda 
padrões de lançamento e de emissão, que devem ser atendidos pelas atividades/
empreendimentos que necessitam de licenciamento ambiental;
 » a publicidade da informação ambiental (como qualidade ambiental ou resultado de 
estudos de avaliação de impacto ambiental) é garantida na lei e permite que gestores e 
público em geral possam avaliar, planejar, reparar e prevenir danos futuros.
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental59/267
Referências 
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional de Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário 
Oficial da União, Brasília, Distrito Federal, 2 set. 1981. Seção 1, p. 16509. BRASIL. Constituição 
Federal (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986. 
Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Diário 
Oficial da União, Brasília, Distrito Federal, 17 fev. 1986. Seção 1. p. 2548-2549.
BRASIL. Lei Federal nº 7.804, de 18 de julho de 1989. Altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto 
de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de 
formulação e aplicação, a Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, a Lei nº 6.803, de 2 de julho 
de 1980, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 19 jul. 1989a. Seção 1. p. 
12026.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 005, de 15 de junho de 1989. Institui o Programa Nacional de 
Controle da Poluição do Ar (PRONAR Diário Oficial da União, Brasília, Distrito Federal,, 30 ago. 
1989b. Seção 1, p. 14713-14714.
BRASIL. Lei Federal nº 8.028, de 12 de abril de 1990. Dispõe sobre a organização da Presidência 
da República e dos Ministérios, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental60/267
Distrito Federal, 12 abr. 1990a. Seção 1, p. 7906.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 03, de 28 de junho de 1990. Dispõe sobre padrões de qualidade 
do ar, previstos no PRONAR. Diário Oficial da União, Brasília, Distrito Federal, 22 ago. 1990b. 
Seção 1, p. 15937-15939.
BRASIL. RESOLUÇÃO CONAMA nº 1, de 8 de março de 1990. Dispõe sobre critérios de padrões 
de emissão de ruídos decorrentes de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou 
recreativas, inclusive as de propaganda política. . Diário Oficial da União, Brasília, Distrito 
Federal, 02 abr 1990c. Seção 1, p. 6408.
BRASIL. Lei Federal nº 10.650, de 16 de abril de 2003. Dispõe sobre o acesso público aos dados 
e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA. Diário Oficial da 
União, Brasília, Distrito Federal, 16 abr. 2003. Seção 1,p.1.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos 
corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as 
condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Diário Oficial da 
União, Brasília, Distrito Federal, 18 mar. 2005.Seção 1, p.89.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 396, de 03 de abril de 2008. Dispõe sobre a classificação e 
Referências
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental61/267
diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. 
Diário Oficial da União, Brasília, Distrito Federal 7 abr. 2008.Seção 1, p. 64-68.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Caderno de licenciamento ambiental. Brasília: MMA, 
2009. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/ultimo_
caderno_pnc_licenciamento_caderno_de_licenciamento_ambiental_46.pdf>. Acesso em: 20 
ago. 2015. 
BRASIL. Resolução CONAMA nº 420 de 28 de dezembro de 2009. Dispõe sobre critérios e 
valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e 
estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas 
substâncias em decorrência de atividades antrópicas. Diário Oficial da União, Brasília, Distrito 
Federal, 30 dez. 2009. p. 81-84,
BRASIL. Resolução CONAMA nº 430, de 13 maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões 
de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 
2005. Diário Oficial da União, Brasília, Distrito Federal, 16 mai 2011. p. 89
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo, Editora 
Oficina de Textos, 2006.
Referências
Unidade 2 • A qualidade ambiental como uma razão para se fazer o licenciamento ambiental62/267
SANTIAGO, T. M. O., REZENDE J. L. P.; SANTOS, A. A.; FONSECA, R. A.; SELVATTI, T. S. A eficácia do 
estabelecimento de padrões de qualidade ambiental. Espaço & Geografia, Brasília, v. 17, n. 2, 
p. 467-500, 2014.
Referências
63/267
Assista a suas aulas
Aula 2 - Tema: A Qualidade Ambiental como 
uma Razão para se Fazer o Licenciamento - 
Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
e73899418527a6f91c0035414832ed5c>.
Aula 2 - A Qualidade Ambiental como uma 
Razão para se Fazer o Licenciamento - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
a718428b79b72a8602fe52c38992de33>.
64/267
1. Qual das alternativas abaixo é instrumento da Política Nacional do Meio 
Ambiente?
a) Zoneamento urbano.
b) Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental.
c) Licenciamento de toda e qualquer atividade.
d) Instrumento social da concessão florestal.
e) Sistema de informações sobre o meio ambiente exclusivo para órgãos governamentais.
Questão1
65/267
2. Considerando a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente 
é incorreto afirmar que:
a) a degradação da qualidade ambiental é toda alteração adversa das características do meio 
ambiente;
b) o meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
c) a poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou 
indiretamente, por exemplo, afetem desfavoravelmente a biota;
d) a poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que 
prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
e) o poluidor é somente a pessoa física responsável, direta ou indiretamente, por atividade 
causadora de degradação ambiental.
Questão 2
66/267
3. Em relação ao que estabelece a Resolução CONAMA n° 357/2005, que 
dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais 
para o seu enquadramento, é correto afirmar:
a) As águas doces de Classe 3 podem ser destinadas à irrigação de hortaliças, plantas 
frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir 
a ter contato direto, e para aquicultura e atividade de pesca.
b) As águas doces de Classe 2 podem ser destinadas ao abastecimento para consumo 
humano, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à 
recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, entre outros.
c) As águas doces de Classe 4 somente podem ser utilizadas para o abastecimento para 
consumo humano após tratamento avançado.
d) As águas doces de Classe 1 destinam-se exclusivamente ao abastecimento para consumo 
humano.
e) As águas doces de Classe Especial destinam-se ao abastecimento para consumo humano 
sem quaisquer restrições.
Questão 3
67/267
4. De acordo com a Lei Federal nº 6938/1981, do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente (SISNAMA), o órgão federal que tem a finalidade de assessorar, 
estudar e propor ao Conselho de Governo diretrizes de políticas governa-
mentais para o meio ambiente e os recursos naturais, deliberar no âmbito 
de sua competência, sobre normas e padrões com o meio ambiente ecolo-
gicamente equilibrado e essencial à qualidade sadia de vida, é:
a) o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA);
b) o Conselho Superior de Meio Ambiente;
c) o Conselho Seccional;
d) o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA);
e) a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República;
Questão 4
68/267
5. De acordo com a Lei nº 10.650/2003, que dispõe sobre o acesso público 
aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do 
Sisnama, selecione a opção incorreta:
a) Os órgãos e entidades da administração pública, direta, indireta e fundacional, integrantes 
do Sisnama, ficam obrigados a permitir o acesso público aos documentos, expedientes 
e processos administrativos que tratem de matéria ambiental e a fornecer todas as 
informações ambientais que estejam sob sua guarda, em meio escrito, visual, sonoro ou 
eletrônico da qualidade do meio ambiente.
b) Deverão ser publicados em Diário Oficial e ficar disponíveis, no respectivo órgão, em local 
de fácil acesso ao público, listagens e relações contendo os dados referentes aos pedidos 
de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão.
c) Os órgãos ambientais competentes integrantes do Sisnama deverão elaborar e divulgar 
relatórios anuais relativos à qualidade do ar e da água e, na forma da regulamentação, 
outros elementos ambientais.
d) Em caso de pedido de vista de processo administrativo, a consulta será feita, no horário de 
expediente, no próprio órgão ou entidade e na presença do servidor público responsável 
pela guarda dos autos.
Questão 5
69/267
Questão 5
e) Não é assegurado o sigilo comercial, industrial, financeiro ou qualquer outro sigilo 
protegido por lei, bem como o relativo às comunicações internas dos órgãos e entidades 
governamentais.
70/267
Gabarito
1. Resposta: B.
Conforme estudamos na Lei Federal 
nº 6.938/1981 que estabeleceu a 
Política Nacional de Meio Ambiente, os 
instrumentos por ela instituídos são, entre 
outros:
• o zoneamento ambiental (e não 
especificamente urbano);
• estabelecimento de padrões de 
qualidade ambiental (discutidos e 
apresentados nesta disciplina);
• o licenciamento ambiental de 
atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras (e não de toda e qualquer 
atividade);
• instrumento econômico de concessão 
florestal (e não instrumento social);
• sistema de informações sobre o 
meio ambiente (não é exclusivo para 
órgãos governamentais).
2. Resposta: E.
A Lei Federal nº 6.938/61 estabelece que 
poluidor é a pessoa física ou jurídica, de 
direito público ou privado, responsável, 
direta ou indiretamente, por atividade 
causadora degradação ambiental.
As demais afirmações apresentadas na 
questão foram abordadas nesta aula.
3. Resposta: A.
Em relação à Resolução CONAMA n° 
71/267
Gabarito
357/2005, as águas doces de Classe 
3 podem ser destinadas à irrigação de 
hortaliças, plantas frutíferas e de parques, 
jardins, campos de esporte e lazer, com 
os quais o público possa vir a ter contato 
direto; e para aquicultura e atividade de 
pesca.
b) As águas doces de Classe 2 não 
podem ser destinadas à proteção das 
comunidades aquáticas; este uso é 
permitido apenas à classe especial.
c) As águas doces de Classe 4 
não podem ser utilizadas para 
o abastecimento para consumo 
humano mesmo após tratamento 
avançado.
d) As águas doces de Classe 1 
destinam-se a inúmeros outros 
usos além do abastecimento para 
consumo humano.
e) As águas doces de Classe 
Especial destinam-se ao 
abastecimento para consumo 
humano após desinfecção.
4. Resposta: D.
A Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 
Federal nº 6.938/1981) estabeleceu como 
órgãos que constituirão o SISNAMA:
I. órgão superior: o Conselho de 
Governo, com a função de assessorar 
o Presidente da República na 
formulação da política nacional 
e nas diretrizes governamentais 
72/267
para o meio ambiente e os recursos 
ambientais; 
II. órgão consultivo e deliberativo: 
o Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), com 
a finalidade de assessorar, 
estudar e propor ao Conselho de 
Governo diretrizes de políticas 
governamentais para o meio 
ambiente e os recursos naturais 
e deliberar, no âmbito de sua 
competência, sobre normas e 
padrões compatíveis com o 
meio ambiente ecologicamente 
equilibrado e essencial à sadia 
qualidade de vida; 
III. órgão central: a Secretaria do 
Meio Ambiente da Presidência da 
República, com a finalidade de 
planejar, coordenar, supervisionar 
e controlar, como órgão federal, 
a política nacional e as diretrizes 
governamentais fixadas para o meio 
ambiente;
IV. órgãos executores: o Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis – 
IBAMA e o Instituto Chico Mendes 
de Conservação da Biodiversidade 
– Instituto Chico Mendes, com 
a finalidade de executar e fazer 
executar a política e as diretrizes 
governamentais fixadas para o 
meio ambiente, de acordo com as 
73/267
respectivas competências; 
V. Órgãos Seccionais: os órgãos ou 
entidades estaduais responsáveis 
pela execução de programas, 
projetos e pelo controle e fiscalização 
de atividades capazes de provocar a 
degradação ambiental; 
VI. Órgãos Locais: os órgãos ou 
entidades municipais, responsáveis 
pelo controle e fiscalização dessas 
atividades, nas suas respectivas 
jurisdições.
5. Resposta: B.
É assegurado o sigilo comercial, industrial, 
financeiro ou qualquer outro sigilo 
protegido por lei, bem como o relativo 
às comunicações internas dosórgãos e 
entidades governamentais.
74/267
Unidade 3
Legislação aplicável ao licenciamento
Objetivos
1. Competências administrativas e legislativas 
associadas ao licenciamento ambiental.
2. Legislações associadas ao licenciamento 
ambiental (Lei Federal nº 12.651/2012 e Lei 
Federal nº 9.985/2000).
3. Lei dos Crimes Ambientais.
Unidade 3 • Legislação aplicável ao licenciamento75/267
Introdução
O licenciamento ambiental é um dos mais 
importantes mecanismos de controle, 
pois é através dele que o Poder Público 
estabelece condições e limites ao exercício 
de determinada atividade (BRASIL, 2009).
O licenciamento ambiental no Brasil 
instituído pela Lei Federal nº 6.938/81 
antecede a própria Constituição Federal 
de 1988 (BRASIL, 1988). Contudo, a 
Constituição Federal recepciona essa Lei 
e inova ao estabelecer a competência 
ambiental comum dos entes federativos.
A Constituição Federal repartiu as 
competências, em matéria de meio 
ambiente, entre a União, os estados, o 
Distrito Federal e os municípios em razão 
da autonomia de cada ente federado.
A competência administrativa é 
competência comum à União, aos 
estados, ao Distrito Federal e aos 
municípios e é estabelecida pelo artigo 23 
da Constituição Federal, que define entre 
outras competências dos entes federados, 
as seguintes:
Para saber mais
Competência: é a faculdade juridicamente 
atribuída a uma entidade ou a um órgão 
ou agente público para emitir decisões. A 
competência legislativa permite que se legisle 
sobre questões específicas à um tema,.e a 
competência administrativa é aquela referente à 
prática de atos administrativos.
Unidade 3 • Legislação aplicável ao licenciamento76/267
III - proteger os documentos, as obras e outros 
bens de valor histórico, artístico e cultural, os 
monumentos, as paisagens naturais notáveis e 
os sítios arqueológicos;
VI - proteger o meio ambiente e combater a 
poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora.
A União deve estabelecer normas gerais, ou 
seja, fixar parâmetros mínimos de proteção 
ao meio ambiente que deverão ser 
observados pelos demais entes federativos. 
Aos estados e ao Distrito Federal incumbe 
legislar suplementarmente, adaptando 
as normas jurídicas às peculiaridades 
regionais (BRASIL, 2009).
O artigo 24 da Constituição Federal 
exclui dos municípios a competência 
legislativa em matéria ambiental. Porém, 
da interpretação do art. 30 da Constituição 
Federal depreende-se que cabe aos 
municípios legislar sobre assuntos de 
interesse local e suplementar a legislação 
federal e estadual no que couber. Dessa 
forma, mesmo em matéria de meio 
ambiente, caberá aos municípios legislar 
sobre temas de interesse local (BRASIL, 
2009).
Assim, a competência legislativa em 
matéria ambiental é concorrente entre 
a União, os Estados, o Distrito Federal, e 
também os municípios. Todos os entes 
federativos poderão legislar sobre meio 
ambiente, porém os estados, o Distrito 
Federal e os municípios não poderão 
legislar de modo a oferecer menor proteção 
Unidade 3 • Legislação aplicável ao licenciamento77/267
ao meio ambiente do que aquela prevista 
nas normas federais.
Assim, os municípios brasileiros têm 
competência administrativa e legislativa 
em matéria de meio ambiente, bem como o 
dever de protegê-lo.
A Lei Federal nº 6.938/81 prevê, em 
seu artigo 10, a competência para o 
licenciamento (BRASIL, 1981). O Decreto 
Federal nº 99.274, de 6 de junho de 
1990, que regulamentou a referida lei, é 
uma das principais normas legais sobre 
licenciamento ambiental e estabelece 
em seu artigo 17 critérios gerais a serem 
adotados no licenciamento de atividades 
utilizadoras de recursos ambientais e 
potencialmente poluidoras, sendo que 
tais critérios podem ser modificados pelos 
estados, desde que os padrões estaduais 
impliquem em maior proteção ao meio 
ambiente (BRASIL, 1990).
A Lei Federal nº 6.938/81 e o Decreto 
nº 99.274/90 atribuem ao Conselho 
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA 
a competência para estabelecer normas 
e critérios para o licenciamento de 
atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras, conforme discutimos na aula 
anterior. No exercício das competências 
que lhe foram atribuídas, o CONAMA 
instituiu uma série de Resoluções que 
tratam do licenciamento ambiental, sendo 
as mais importantes a Resolução nº 01, 
de 23 de janeiro de 1986 e a Resolução 
Unidade 3 • Legislação aplicável ao licenciamento78/267
nº 237, de 19 de dezembro de 1997, 
apresentadas brevemente em nossa 
primeira aula (BRASIL, 1986; BRASIL, 1997).
Além dessas resoluções e as referentes 
aos padrões de qualidade ambiental 
verificadas em nossa aula passada, no 
processo de licenciamento ambiental 
devem ser consideradas outras diversas 
leis, decretos, resoluções e portarias 
relacionados ao tema. Destacamos nesta 
aula os espaços territoriais especialmente 
protegidos, estabelecidos pela Lei Federal 
n° 9.985/2000, referente à compensação 
ambiental, e a Lei Federal n° 12.651/2012, 
que instituiu o Novo Código Florestal 
(BRASIL, 2000; BRASIL, 2012). Outra 
lei a ser abordada é a Lei dos Crimes 
Ambientais, instituída pela Lei Federal nº 
9.605, de 12 de fevereiro de 1998.
1. Legislação Associada ao 
Licenciamento Ambiental 
1.1 Sistema Nacional de Unida-
des de Conservação da Nature-
za (SNUC) 
A Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho 
de 2000, criou o Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação da Natureza – 
SNUC. O art. 2º da Lei define as Unidades 
de Conservação como espaços territoriais e 
seus recursos ambientais, com objetivos de 
conservação e limites definidos, sob regime 
especial de administração, ao qual se 
aplicam garantias adequadas de proteção 
Unidade 3 • Legislação aplicável ao licenciamento79/267
(BRASIL, 2000).
As Unidades de Conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos: Unidades de 
Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável.
Para saber mais
Unidades de Proteção Integral são destinadas à manutenção dos ecossistemas livres de alterações 
causadas por interferência humana, admitindo apenas o uso indireto dos seus atributos naturais, 
sendo das seguintes categorias: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento 
Natural e Refúgio de Vida Silvestre.
Unidades de Uso Sustentável: onde são admitidas a exploração do ambiente de maneira a 
garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo 
a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente 
viável, das seguintes categorias: Tipos: Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse 
Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento 
Sustentável, Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Unidade 3 • Legislação aplicável ao licenciamento80/267
A Lei do SNUC estabelece alguns pontos 
relacionados ao licenciamento ambiental, 
como a compensação ambiental. Nos 
casos de licenciamento ambiental de 
empreendimentos de significativo impacto 
ambiental, assim considerado pelo órgão 
ambiental competente, com fundamento 
em estudo de impacto ambiental e 
respectivo relatório – EIA/RIMA, o 
Link
Para informações sobre as definições de cada 
tipo de grupo do SNUC, acesse: <http://www.
mma.gov.br/areas-protegidas/unidades-de-
conservacao/categorias>
empreendedor é obrigado a apoiar a 
implantação e manutenção de unidade 
de conservação do Grupo de Proteção 
Integral.
Quando o empreendimento afetar 
unidade de conservação específica, o 
licenciamento ambiental só poderá ser 
concedido mediante autorização do 
órgão responsável por sua administração, 
e a unidade afetada, mesmo que não 
pertencente ao Grupo de Proteção

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