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Economia, Meio Ambiente e Sustentabilidade

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1 
 
ECONOMIA, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE 
 
 
Ana Carolina Silveira Nascimento1 
Camila Coutinho Da Rosa Reduzino 
Carmen Salles De Oliveira Martins 
Cláudia Janaína Rodrigues Da Silva 
Dennys Leonnan Guimarães De Lima 
Francisco Alexandre Lopes Pinto 
Leandro Tavares De Lima 
Letícia Oliveira De França 
Maria Aparecida Oliveira Araújo 
Michelle Da Costa Viana 
Rodrigo De Souza E Silva Sá 
Wellington Oliveira Rodrigues 
 
 
RESUMO: Este trabalho objetiva analisar a importância da Consciência 
Ambiental a partir da escassez dos recursos naturais, reunido ao crescimento 
desordenado da população mundial e a ambição desmedida dos Estados, 
levando em conta o impacto ambiental que surge desse conflito. O 
crescimento econômico do Século XX, que almejava melhores condições de 
vida, conduziu a humanidade a consumir 20% a mais dos recursos naturais 
que a própria natureza tem condições de repor. Num retrospecto rápido da 
história podemos constatar que nas civilizações antigas o declínio e a extinção 
estão diretamente relacionados com a escassez, seja através da erosão 
acentuada ou pelos erros na utilização do solo, levando ao encolhimento das 
colheitas. (BROWN, 2009 p.23). Se a intenção do desenvolvimento econômico 
é proporcionar melhores condições de vida às pessoas torna-se necessária 
uma reavaliação urgente nesse sistema, com mudanças drásticas no setor 
produtivo sob o viés ambiental, sustentabilidade dos negócios, participação 
governamental através de políticas públicas sérias, eficazes e comprometidas 
com o bem-estar social, investimentos em fontes alternativas de energia 
sustentável, participação de instituições privadas envolvidas com a questão 
ambiental, promovendo uma nova relação entre homem e natureza baseada na 
sustentabilidade e a manutenção da vida no planeta. 
 
Palavras-Chave: Meio Ambiente – Sustentabilidade – Economia. 
 
1 Acadêmicos do 3º período do Curso de Graduação em Direito da Universidade 
Salgado de Oliveira – Campus São Gonçalo/RJ, orientados pela Professora Doutora 
Lauriani Porto Albertini. 
2 
 
 
ABSTRACT: This work aims to analyze the importance of Environmental 
Awareness from the scarcity of natural resources, together with the uncontrolled 
growth of world population and the excessive ambition of states, taking into 
account the environmental impact that arises from that conflict. The economic 
growth in the twentieth century, which aimed to better living conditions, led 
mankind to consume 20% more natural resources than nature itself is able to 
reset. In a quick retrospect of history, we can find that ancient civilizations’ 
decline and extinction are directly related to the shortage, either by erosion or 
by errors in land use, leading to shrinkage of crops (BROWN, 2009 p.23). If the 
intent of economic development is to provide better living conditions to people, 
an urgent revaluation in that system is necessary, with drastic changes in the 
productive sector under an environmental bias, business sustainability, 
government participation through serious, effective, and committed public policy 
with social welfare, alternative sources of sustainable energy investment, 
participation of private institutions involved with environmental issues, 
promoting a new relationship between man and nature, based on sustainability 
and on the maintenance of life on the planet. 
 
Keywords: Environment - Sustainability – Economy. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Qualquer impacto, por menor que seja feito pelo homem ao meio 
ambiente reverte em consequências para o próprio homem, desde a poluição 
de um pequeno riacho através de dejetos urbanos até a trágica catástrofe de 
Chernobyl. Eles não causam somente degradação da própria natureza, vão, 
além disso, provocam prejuízos a toda a sociedade seja através de doenças 
transmissíveis, consequentemente com custos hospitalares até a ruina de toda 
a economia das cidades atingidas. 
As causas das agressões ao meio ambiente são de ordem política, 
econômica e cultural. A sociedade, de modo geral, ainda não absorveu a 
importância do meio ambiente para a sua sobrevivência. Todavia, essa 
ganância tem um custo, já visível nos problemas causados pela poluição do ar 
e da água e no número de doenças derivadas desses fatores. 
A sustentabilidade é um fator de extrema importância para assegurar a 
qualidade de vida para as gerações futuras e para isso é preciso que as 
empresas o governo e a comunidade contribuam com práticas que podem 
3 
 
salvar o planeta. É necessário que a sociedade promova a sustentabilidade e a 
preservação ambiental, que não se trata somente de cumprir obrigações com 
órgãos ambientais, mas sim um fator de sobrevivência da organização e 
também de competitividade, desta forma alcançando o desenvolvimento 
sustentável. 
Para atender o crescimento e a demanda o setor econômico preocupa-se 
com a obtenção do maior resultado possível com o mínimo de custos. O 
mercado não reconhece os conceitos ecológicos básicos de produção 
sustentável, não respeita os equilíbrios da natureza, desvalorizando o nosso 
bem maior, nosso planeta. 
Iremos citar aqui exemplos de descaso com o meio ambiente ligado ao 
crescimento econômico, apontaremos os problemas ambientais, 
apresentaremos soluções disponíveis através de energias alternativas 
renováveis e medidas adotadas no sentido de conter o impacto visando 
solucionar este quadro na busca por um desenvolvimento sustentável. 
A questão ambiental não está em contraponto ao crescimento, ela tem 
que fazer parte desse crescimento. As mudanças tem que ser num plano 
global, isto é, a solução está em mudar a rota de desenvolvimento a fim de 
evitar mais danos irreversíveis ao meio ambiente. 
Pode-se perceber que está crescendo a preocupação das empresas e 
das pessoas em relação ao meio ambiente, porém esta preocupação é 
bastante tímida em nível nacional. Este fator pode ser devido à cultura 
brasileira que nunca valorizou as riquezas do país onde se acreditava que os 
recursos naturais eram infinitos. 
 
1 ACIDENTES AMBIENTAIS 
 
O desenvolvimento desgovernado da economia tem provocado impactos 
desastrosos no meio ambiente, ocasionados pelos acidentes ambientais 
degradando a natureza principalmente no setor petrolífero. Segundo a 
Resolução CONAMA nº 001/86, art. 1º, "impacto ambiental", é: 
 
(…) toda alteração das propriedades físicas, químicas e 
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de 
matéria ou energia resultante das atividades humanas que, 
4 
 
direta ou indiretamente afetam a saúde, o bem estar da 
população e a qualidade do meio ambiente. 
 
Em 2006 foi criada no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Coordenação Geral de Emergências 
Ambientais2, tendo como atribuições o desenvolvimento de ações preventivas, 
coordenação e direcionamento de ações de atendimento, proposição de 
normas, critérios, padrões e procedimentos referentes a acidentes e 
emergências ambientais, bem como assistência e apoio operacional às 
instituições públicas e à sociedade. Somente a partir de sua criação é que 
passou a existir um monitoramento sistemático de acidentes ambientais, mas 
cabe salientar que o número registrado não corresponde ao total, haja vista o 
baixo índice de envio de comunicados por instituições públicas. 
A categoria responsável pelo maior número de acidentes ambientais entre 
2006 e 2013, foi o derramamento de líquidos, mais precisamente os “líquidos 
inflamáveis” (que inclui petróleo e seus derivados), as rodovias são as que 
mais apresentam registros. Conforme relatório do IBAMA3, a Região Sudeste é 
a culpadapela maior parte desses desastres, seguida pela Região Sul, Região 
Nordeste, Região Centro-Oeste e Região Norte, sucessivamente (quadro 1). 
Quadro 1: Acidentes ambientais no período de 2006 a 2013 por Regiões 
Fonte: Elaboração própria baseada nos dados do IBAMA 
 
2 Decreto nº 5.718, de 13 de março de 2006. 
3 Relatório de Acidentes Ambientais 2013 – IBAMA/Emergência Ambiental 
ANO TOTAL 
 
SUDESTE 
 
SUL 
 
NORDES
TE 
CENTRO 
OESTE 
NORTE 
 
2006 116 65 30 13 4 4 
2007 183 105 25 27 13 13 
2008 323 149 65 46 45 18 
2009 508 269 81 49 74 35 
2010 751 443 128 98 52 30 
2011 713 477 100 72 43 21 
2012 645 430 70 65 61 19 
2013 732 446 110 73 59 44 
 3.971 2.384 609 443 351 184 
5 
 
Esses impactos ambientais atingem diretamente a capacidade de 
reprodução e desenvolvimento das espécies através da asfixia causada pelo 
recobrimento da flora e fauna, contaminando os recifes de corais e a 
consequentemente alterando as comunidades biológicas. Dessa forma a 
economia é diretamente atingida com os impactos de caráter social, como a 
proibição de banhos de mar, pescaria e navegação, além do impacto direto no 
turismo e nas atividades comerciais destas áreas, gerando graves prejuízos 
tanto sociais quanto econômicos4. 
 
1.1 ACIDENTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
1.1.1 Baia da Guanabara 
 
Um dos maiores acidentes ambientais do Rio de Janeiro, rompimento de 
um duto da Petrobrás ocorrido em janeiro de 2000, provocou o vazamento de 
óleo em grandes proporções que alterou todo o cenário da Baía de Guanabara, 
contaminando vários ecossistemas. Houve o vazamento de 1,3 milhão de litros 
de óleo combustível nas águas da baía. A mancha se espalhou por 40 km², 
afetando milhares de famílias que viviam da pesca e de atividades ligadas ao 
pescado. Este episódio entrou para a história como um dos mais graves 
acidentes ambientais ocorridos no Brasil e América do Sul. O derramamento 
não causou apenas a poluição do espelho d’água da Baía de Guanabara. 
Houve contaminação das areias, de costões rochosos, muros de 
contenção, pedras, lajes e muretas das ilhas do Governador e de Paquetá. Os 
prejuízos se estenderam à vegetação de mangue existente no entorno da Ilha 
do Governador e provocaram uma drástica redução das atividades turísticas 
em toda a Baía, principalmente na visitação à Ilha de Paquetá. Outros 
municípios também foram afetados. A área de proteção ambiental (APA), na 
cidade de Guapimirim, foi duramente atingida pelo derramamento de óleo5. 
 
4 ttp://www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg10/anais/T14_0440.pdf> 
Acesso em: 08/05/2015 
5 <http://oglobo.globo.com/rio/pescadores-lutam-ha-quase-15-anos-por-indenizacoes-
devido-ao-vazamento-de-oleo-na-baia-14444587> Acesso em: 06/05/2015 
6 
 
A maior tragédia ambiental do país já completou 15 anos e os problemas 
gerados aos pescadores e suas famílias ainda não terminaram. A sentença 
anunciada pela 25ª Vara Cível do Rio de Janeiro, em abril de 2005 que teve 
sua decisão confirmada pela 1ª Câmara Cível, cada pescador deveria ganhar 
R$ 754,11 por mês, ao longo de dez anos, por causa dos danos causados pelo 
acidente e por terem sido impedidos de jogar suas redes no mar. Após uma 
série de recursos, a sorte dos pescadores mudou de rumo: a última decisão 
prevê um único pagamento — do mesmo valor estabelecido anteriormente — 
porque a Justiça entendeu que a pesca só ficou prejudicada por 45 dias6. 
 
Figura 1: Biguá agonizando na baía de Guanabara. <http://lurdinha.org/site/baia-de-
guanabara-pescadores-lutam-ha-quase-15-anos-por-indenizacoes/> Acesso em: 
06/05/2015 
Vale ressaltar que o Rio de Janeiro será palco, em 2016 de uma 
competição olímpica, tendo se comprometido em despoluir 80% da Baía de 
Guanabara reunindo ações desde adoção de barreiras de poluição em saídas 
de rios, embarcações para coletar o lixo, instalação de redes coletoras de 
esgoto e cinco Unidades de Tratamento de Rio (UTRs). Este Programa de 
Despoluição da Baía de Guanabara foi lançado em 1994, até agora, mais de 20 
anos depois, nada aconteceu. O governo do estado do Rio de Janeiro já 
contraiu empréstimos de cerca de R$ 10 bilhões para recuperar a baía, sempre 
com as mesmas promessas: “Nós vamos utilizar esses recursos se possível 
nos meus 4 anos”, disse Marcelo Alencar em 1995; “Estão dentro do 
cronograma prevista para serem encerradas em 2003”, prometeu Garotinho em 
2002; “Já está atrasada de novo a obra, nós vamos ter que renegociar os 
 
6 <http://lurdinha.org/site/baia-de-guanabara-pescadores-lutam-ha-quase-15-anos-por-
indenizacoes/> Acesso em: 06/05/2015 
7 
 
prazos e eu quero adiantar e garantir a segunda fase de despoluição”, disse 
Rosinha em 2003; “Eu não tenho a menor dúvida de que é um programa 
importantíssimo. Nós temos que convencer os japoneses, os bancos 
internacionais a continuarem investindo”, destacou Sérgio Cabral em 2006; “Vai 
melhorar a vida do entorno da Baía de Guanabara e de diversas cidades”, 
afirmou Luiz Fernando Pezão em 2014 (grifos nosso)7. 
A Baia da Guanabara era um balneário, ali se tomava banho de mar, mas 
50 anos depois nossos governos viram as costas fingindo não verem que o 
cartão postal de tirar o fôlego, se transformou no depósito de lixo e esgoto mais 
bonito do mundo, mas tudo isso vai ser mostrado a todo o planeta quando os 
atletas de todos os lugares do mundo estiverem expostos às mesmas doenças 
que os habitantes do entorno da Baia estão e os velejadores estiverem se 
desviando dos botijões de gás, mochilas, tênis que estarão competindo de igual 
para igual em homenagem e honra a Zeus, o deus dos deuses. 
 
1.1.2 Superbactéria 
 
Como se tudo acima não bastasse um estudo realizado pela Fundação 
Oswaldo Cruz (Fiocruz), identificou uma superbactéria resistente aos principais 
antibióticos, de ambiente hospitalar, na Praia do Flamengo e um segundo 
estudo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com o 
Inea, mostra que a bactéria também está presente nas águas da Praia de 
Botafogo, praias estas, localizadas próximas à região da Marina da Glória, que 
receberá provas de vela durante os Jogos Olímpicos de 20168. 
 
1.1.3 Angra dos Reis 
 
Em 21 de janeiro de 2015 a Petrobrás comemora: 
 
Completamos, no fim de 2014, 225 operações Ship-to-Ship 
(STS) realizadas na Baía de Ilha Grande, em Angra dos Reis 
 
7<http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/04/falta-de-solução-para-o-lixo-na-baia-
de-guanabara-preocupa-atletas.html> Acesso em: 08/05/2015. 
8<http://www.ecodebate.com.br/2014/12/18/rj-instituto-estadual-do-ambiente-inea-
alerta-para-superbacteria-nas-praias-do-flamengo-e-botafogo/> Acesso em 08/05/2015 
8 
 
(RJ), com plena segurança no que se refere às manobras, 
navegação e proteção ao meio ambiente. Começamos a 
realizar as operações do STS em Angra dos Reis em 2009. (...) 
Esta alternativa representa uma solução logística que 
possibilita flexibilidade operacional, otimização de ativos 
(navios e terminais), com resultado financeiro elevado, além de 
apresentar índice de segurança operacional reconhecido pelas 
autoridades internacionais (grifo do original)9. 
 
No entanto, em 16 de março de 2015, menos de 2 meses após a 
comemoração, acontece o que já era esperado e avisado de longa data: 
 
A Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro (SEA) 
divulgou na noite desta segunda-feira (16) a quantidade de 
óleoque vazou no mar de Angra dos Reis: 560 litros, de acordo 
com as primeiras estimativas. (...) O acidente aconteceu no fim 
da madrugada, durante uma operação de transferência de óleo 
entre duas embarcações atracadas no píer: o Gothenburg, que 
trazia o óleo de uma plataforma de Macaé, e o Buena Suerte, 
que levaria o produto para o exterior (grifo nosso)10. 
 
Figura 2: Vazamento de óleo da Transpetro em Angra dos Reis (Foto TV Record). 
Inicialmente a Petrobras Transporte – Transpetro, empresa responsável 
pelo acidente, fora multada pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA) em R$ 
2,38 milhões em face do derramamento de 560 litros de óleo na Baía de Ilha 
Grande, em Angra dos Reis, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) 
Tamoios, no entanto esse valor subiu para R$ 50 milhões, quando o órgão 
chegou à conclusão que a Transpetro omitiu informações, uma vez que o 
 
9 <(http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/atingimos-a-marca-de-225- operacoes-
de-transferencia-de-petroleo-entre-navios-na-baia-de-ilha-grande.htm)> Acesso em: 
08/05/2015. 
10<(http://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2015/03/560-litros-de-oleo-
vazaram-no-mar-de-angra-dos-reis-rj-aponta-sea.html)> 10/05/2015 
9 
 
vazamento foi de, pelo menos, 800 litros de petróleo e a área atingida não 
condisse com a verdade11. 
O Artigo 21, da Lei nº 9.966/2000, estabelece que a reparação do dano 
ambiental e a indenização às atividades econômicas e ao patrimônio público e 
privado, que tenham sofrido prejuízo, são obrigatórias em qualquer 
circunstância de descarga, ainda que autorizada, de óleo, substâncias nocivas 
ou perigosas ou misturas que os contenham, de água de lastro e de outros 
resíduos poluentes. Esta lei define o termo descarga da seguinte maneira: 
XI – descarga: qualquer despejo, escape, derrame, vazamento, 
esvaziamento, lançamento para fora ou bombeamento de substâncias nocivas 
ou perigosas, em qualquer quantidade, a partir de um navio, porto organizado, 
instalação portuária, duto, plataforma ou suas instalações de apoio. 
Esta reparação está de acordo com a Constituição Federal12 e a 
Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA)13, vez que o responsável pelo 
dano, culpado ou não, é forçado a indenizar e/ou reparar os estragos e 
prejuízos causados ao meio ambiente e a terceiros. 
 Finalmente, em 8 de abril de 2015, o Conselho Diretor do Instituto 
Estadual do Ambiente (INEA) cassou a licença da Petrobras para operações 
Ship-to-Ship (STS) (navio para navio) na Baía da Ilha Grande, em Angra dos 
Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, ficando estabelecido o prazo de 60 
dias para a interrupção de transferências de óleo cru ou derivados do petróleo. 
Com a revogação definitiva da licença ambiental das operações Ship-to-Ship a 
situação da Petrobras se agrava, uma vez que essa alternativa de transferência 
provinha de restrições de berços de atracação de terminais da empresa na 
região Sudeste. Os projetos de expansão dos dois principais terminais, em 
Angra dos Reis (RJ) e em São Sebastião (SP) foram vetados por órgãos 
ambientais e um dos principais projetos logísticos, a construção de um terminal 
oceânico está atrasada, justamente por falta de licença ambiental. 
Os especialistas acreditam que parte das operações será transferida para o 
 
11http://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2015/03/sobe-para-r-50-milhoes-
multa-por-vazamento-da-transpetro-em-angra.html 09/05/2015 
12 Art. 225, inciso VII, § 3º da CRFB 
13 Art. 4º, inciso VII da Lei 6.938, de 31 de Agosto de 1981 
10 
 
Uruguai, país que já é usado por empresas privadas de petróleo que atuam no 
Brasil14. 
 
1.2 ACIDENTES NO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
1.2.1 Santos 
 
No Estado de São Paulo a situação não é muito diferente, no dia 
02/04/2015 acontece o maior incêndio de São Paulo, na Ultracargo (na área 
industrial da Alemoa, em Santos), após a explosão de cinco tanques de 
combustíveis foi constatada uma enorme mortandade de peixes, em face de 
baixa oxigenação e temperatura elevada da água, no rio Casqueiro que corta o 
bairro de Alemoa e deságua na baia de Santos, além da grande quantidade de 
combustível vazado uma intensa fumaça escura, e se caso venha a chover, 
provocará a chuva ácida ocasionada pela queima de hidrocarbonetos. A 
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) afirma que no 
entorno, ou seja, num raio de 3 km a qualidade do ar não oferece risco à 
população e nega que a fumaça causada pelo fogo nos tanques de 
combustíveis possa ter sido carregada pelo vendo para outros lugares, ou seja, 
para o mar ou para a Serra do Mar. Segundo o pesquisador Professor Davis 
Gruber Sansolo da Universidade Estadual Paulista (UNESP) 
 
É de uma irresponsabilidade absurda. Eles preferem ter uma 
postura política de diminuir o problema sem mesmo ter 
consciência da dimensão. Deviam ter um diálogo sincero com a 
população e deixar claro que a dimensão do problema ainda 
não é conhecida. 
 
confirmando com estas palavras o que todos já sabem de situações passadas: 
o descaso e a irresponsabilidade do Estado em relação à saúde e à segurança 
da população15. 
 
 
14http://brasileconomico.ig.com.br/brasil/2015-04-14/sem-angra-petrobras-pode-fazer-
transferencia-de-petroleo-no-uruguai.html 10/05/2015 
15 <http://www.revistaecologica.com/incêndio-em-santos-deixa-rastro-de-danos-
ambientais/> Acesso em: 08/05/2015. 
11 
 
 
Figura 3: Incêndio nos tanques de combustível em Santos, no litoral de São Paulo (Foto: 
Paulo Whitaker/Reuters) 
 
1.2.2 São Sebastião 
 
Ainda no estado de São Paulo, na cidade de São Sebastião, o vazamento 
de combustível de um píer do Terminal Almirante Barroso (TEBAR), em 5 de 
abril de 2013, trouxe consequências gravíssimas, vários ecossistemas 
costeiros foram atingidos, sendo classificado como o acidente mais grave nos 
últimos dez anos. Mesmo a Transpetro não informando sobre a quantidade de 
combustível que chegou a vazar do píer, a composição muito parecida com a 
capa asfáltica, com cheiro muito forte e uma dispersão muito rápida alcançou 
áreas muito grandes em um espaço curto de tempo com o auxílio das correntes 
marítimas e a ação dos ventos. Nove praias foram atingidas pelo vazamento do 
combustível. O que surpreende é que a CETESB questiona se haverá algum 
tipo de penalidade à Petrobras, dependendo de um relatório sobre o que 
aconteceu existindo a possibilidade de apenas uma advertência16. 
 
1.3 OS 10 PIORES ACIDENTES AMBIENTAIS DA HISTÓRIA EM ORDEM 
DECRESCENTE 
 
10º) Vazamento químico em Cubatão, São Paulo, Brasil - 25 de fevereiro de 
1984 
 
 
16 <http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/04/prefeito-s-sebastiao-
diz-que-impacto-ambiental-requer-avaliacao-profunda.html> Acesso em: 08/05/2015 
12 
 
 
Figura 4: Desastre na Vila Soco http://inspecaoequipto.blogspot.com.br/2013/05/caso-
015-desastre-da-vila-soco.html Disponível em: 10/05/2015 
 
Vazamento de 700 mil litros de gasolina de um duto da Petrobras que 
atravessa por baixo de palafitas na Vila Socó, em Cubatão–SP provocou o 
incêndio que matou aproximadamente 500 pessoas, sendo que 60% eram 
crianças. A maior parte desses mortos jamais foi localizada, partindo-se do 
princípio que o calor gerado pelo incêndio, ultrapassou aos 1000 ºC, por várias 
horas17. 
 
9º) Césio-137 - Vazamento radioativo - Goiânia, Goiás, Brasil - 13 de setembro 
de 1987 
 
Figura 5: Coleta do Césio-137 em Goiânia-GO http://portaldaradiologia.com/?p=1422Foi encontrado numa clínica abandonada, por catadores de um ferro 
velho do local, em Goiânia-GO, que entenderam tratar-se de sucata, um 
aparelho de radioterapia, uma cápsula com 19 gramas de cloreto de césio 
(césio 137). Foram contaminadas aproximadamente 120 pessoas com 4 
mortos, porém, a Associação das Vítimas do Césio 137 aponta que até o ano 
de 2012, quando o acidente completou 25 anos, cerca de 104 pessoas 
morreram e cerca 1600 tenham sido afetadas diretamente. Esse acidente é 
 
17<http://zonaderisco.blogspot.com.br/2010/01/lembrancas-da-vila-soco-ontem-e-
hoje.html> Acesso em: 10/05/2015 
13 
 
considerado o maior do Brasil e o maior do mundo, considerando-se que 
ocorreu fora de usinas nucleares18. 
 
8º) Vazamento radioativo – Kyshtym, Rússia - 29 de setembro de 1957 
 
Figura 6: Usina atômica de Mayak, Rússia 
http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/os-maiores-acidentes-nucleares-da-
historia#2 
 
Após a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética estava empenhada 
em alcançar o poderio nuclear dos Estados Unidos. O governo contratou 
cientistas renomados para trabalhar em um programa que deu origem a uma 
dúzia de usinas atômicas pelo país, incluindo a construção da usina de Mayak, 
próxima à pequena cidade de Kyshtym. Mas a pressa em erguer o projeto foi 
negligente em relação à segurança. No dia 29 de setembro, uma falha no 
sistema de refrigeração do compartimento de armazenamento de resíduos 
nucleares causou uma explosão em um tanque com 80 toneladas de material 
radioativo. As partículas liberadas contaminaram a região de Mayak e cidades 
próximas num raio de 800 km Estima-se que pelo menos 200 pessoas 
morreram de câncer em decorrência da exposição à radiação19. 
 
 
 
 
 
 
18 <http://www.brasilescola.com/fisica/o-acidente-radioativo-goiania.htm> Disponível 
em: 29/05/2015 
19<http://www.quimica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1445&evento=
4> Disponível em: 10/05/2015 
 
14 
 
 
7º) Vazamento de Dioxina – Seveso, Itália – 10 de julho de 1976 
 
 
Figura 7: Vítimas de Seveso Itália http://inspecaoequipto.blogspot.com.br/2014/06/caso-
074-o-legado-de-seveso-italia-1976.html Disponível em: 10/05/2015 
 
Um vazamento de dioxina causou a contaminação de 320 hectares, 
atingindo milhares de pessoas e animais. Foi uma das maiores catástrofes 
ecológicas do mundo. Quarenta e um galões continham uma substância 
altamente venenosa: o TCDD. Dois milhões e 200 mil toneladas de terra, 
contaminadas com 200 gramas desse veneno, conhecido como dioxina, tal 
veneno é mil vezes mais tóxico do que o composto letal cianeto de potássio 
(cianureto). Ocorreu um superaquecimento no reator de dioxina e o veneno foi 
liberado no meio ambiente, através de uma válvula defeituosa. 
Repentinamente, pássaros atingidos pela nuvem tóxica começaram a cair do 
céu e crianças foram hospitalizadas com diarreia, enjoos e irritação na pele. 75 
mil animais morreram ou tiveram de ser abatidos. O acidente ocorreu numa 
fábrica suíça, Hoffman-La Roche, que produzia na época, o triclorofenol, usado 
em produtos antibacterianos20. 
 
 
 
 
 
 
20<http://www.dw.de/1976-explos%C3%A3o-provoca-vazamento-de-dioxina-em-
seveso/a-871315> Disponível em: 10/05/2015 
15 
 
6º) Vazamento químico - Mar de Prince William Sound, EUA - 24 de março de 
1986 
 
Figura 8: Coleta do óleo - Foto de domínio público encontrada no Google 
 
Exxon Valdez, um navio petroleiro, da empresa petrolífera Exxon Mobil, 
que comercializa seus produtos sob a marca Esso, encalhou na Enseada do 
Príncipe Guilherme (Prince William Sound) despejando mais de 41 milhões de 
óleo cru na costa do Alasca. Centenas de milhares de animais morreram nos 
meses seguintes ao vazamento do óleo. De acordo com as estimativas, 
morreram 250 000 pássaros marinhos, 2 800 lontras marinhas, 250 águias e 22 
orcas, além da perda de bilhões de ovos de salmão. A empresa foi multada em 
US$ 5 bilhões Foi o segundo maior derramamento de petróleo da história dos 
Estados Unidos, sendo que 500 milhas de costa foram cobertas pelo petróleo21. 
 
5º) Vazamento químico - Golfo do México, EUA - 20 de abril de 2010 
 
 
Figura9: Golfo do México - Foto de domínio público encontrada no Google 
 
A explosão ocorrida no Golfo do México, na plataforma da Deepwater 
Horizon, ocasionou o rompimento de dutos no oceano derramando 
aproximadamente 4,9 milhões de galões, ou cerca de 780 milhões de litros de 
óleo, entre 20 de abril e 15 de julho de 2010, 11 pessoas morreram e 17 
ficaram feridas. Foram quase três meses de derramamento de óleo em águas 
 
21<http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/desastre-do-exxon-valdez-uma/> 
Disponível em 29/05/2015 
16 
 
profundas podendo ter causado mais danos à vida marinha e às áreas ao redor 
do local do acidente do que o já foi revelado até agora. Estimativas indicam que 
o acidente causou a morte de aproximadamente 1.1 mil tartarugas (de cinco 
espécies, todas ameaçadas de extinção), 128 golfinhos, 8200 aves marinhas22. 
 
4º) Vazamento químico - Minamata, Japão - de 1930 a 1970 
 
Figura 10: Contaminação por mercúrio: vítima de Minamata. (foto: W. Eugene Smith/ 
Aileen Archive) Foto de domínio público encontrada no Google 
 
A partir da década de 1930, uma fábrica de produtos químicos – a Chisso 
Corporation – resolveu despejar rotineiramente seus rejeitos industriais 
contendo mercúrio nas águas que banhavam o município de Minamata, no 
Japão. Somente 20 anos depois, começaram surgir sintomas de contaminação: 
peixes, moluscos e aves morriam. Em 1956 foi registrado o primeiro caso de 
contaminação humana - uma criança com danos cerebrais. Moradores da 
cidade de Minamata, no Japão, começaram a ter convulsões e nascerem com 
deformações no corpo, muitos casos foram observados depois desta data e a 
moléstia ficou conhecida como Mal de Minamata. A empresa além de negar 
envolvimento no caso da poluição, escondeu vários relatórios que provavam a 
sua culpa e ainda aumentou a produção nos 18 anos seguintes. Estima-se que 
pelo menos 50 mil pessoas tenham sofrido as consequências da intoxicação 
por mercúrio naquela cidade. Aproximadamente 2200 pessoas morreram e 
 
22<http://www.ecoagencia.com.br/?open=noticias&id=VZlSXRVVONlYHZFTT1GdXJFb
KVVVB1TP> Disponível em 10/05/2015 
17 
 
3000 ficaram doentes. Só em 1997 que o processo de descontaminação 
terminou23. 
 
3º) Vazamento químico - Golfo Pérsico, Kuwait – Janeiro de 1991 
 
Figura 11: Controle do vazamento de petróleo, por bombeiros, no Golfo Pérsico, Kuwait 
Foto de domínio público encontrada no Google 
 
Após perderem a guerra para o Kuwait, os militares iraquianos abriram as 
válvulas de poços de petróleo e oleodutos e explodiram 700 poços 
de petróleo do país. O incêndio causado durou 8 meses, até ser controlado por 
10 mil bombeiros de 34 países. A fumaça se dispersou por 7 mil km² chegando 
até a Rússia. Com o volume de 1 milhão e 360 mil toneladas, este pode ser 
considerado o pior vazamento de petróleo da história, que não foi propriamente 
acidental, mas deliberado causando enormes danos à vida selvagem no Golfo 
Pérsico24. 
 
2º) Vazamento químico - Bhopal, Índia - 3 de dezembro de 1984 
 
Figura 12: Vítimas de Bhopal enfileiradas para contagem. Foto de domínio público 
encontrada no Google23<http://cienciahoje.uol.com.br/especiais/rastros-do-mercurio/passado-e-tragedia> 
Disponível em: 10/05/2015 
24 <http://meioambiente.culturamix.com/ecologia/maiores-vazamentos-de-petroleo-do-
mundo> Disponível em: 10/05/2015 
18 
 
No pior desastre químico da história, cerca de 40 toneladas de metil 
isocianato e outros gases letais vazou da fábrica de agrotóxicos, de origem 
americana, a Union Carbide Corporation, em Bhopal, Índia. Estima-se que 
entre 3,5 e 7,5 mil pessoas morreram em decorrência da exposição direta aos 
gases, algumas fontes citam mais de 22 mil mortes ao decorrer dos anos 
seguintes, sendo este o maior acidente industrial registrado pela história. A 
Union Carbide, que possuía a fábrica de agrotóxicos na época do vazamento 
dos gases, abandonou a área, deixando para trás uma grande quantidade de 
venenos perigosos e tentou se livrar da responsabilidade pelas mortes 
provocadas pelo desastre pagando compensações inadequadas ao Governo 
da Índia. A empresa negou-se a fornecer informações detalhadas sobre a 
natureza dos contaminantes, e, como consequência, os médicos não tiveram 
condições de tratar adequadamente os indivíduos expostos. Mesmo hoje os 
sobreviventes do desastre e as agências de saúde da Índia ainda não 
conseguiram obter da Union Carbide e de seu novo dono, a Dow Química (Dow 
Chemicals), informações sobre a composição dos gases que vazaram e seus 
efeitos na saúde. Apesar deste quadro absurdo, a fábrica da Union Carbide em 
Bhopal permanece abandonada desde a explosão tóxica enquanto que 
resíduos perigosos e materiais contaminados ainda estão espalhados pela 
área, contaminando solo e águas subterrâneas, dentro e no entorno da antiga 
fábrica. Hoje se sabe que o composto químico era o isocianato de metila25. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25<http://www.pco.org.br/internacional/30-anos-do-desastre-de-bhopal/abiz,o.html> 
Disponível em: 29/05/2015 
19 
 
1º) Vazamento radioativo - Chernobyl, Ucrânia - 26 de abril de 1986 
 
 
Figura 13: Usina de Chernobyl, Ucrânia - Foto de domínio público encontrado no Google 
 
Considerado o pior acidente radioativo do mundo. A radiação emitida no 
acidente foi 100x maior que as da bomba de Hiroshima e Nagasaki. Foi 
ocasionado por uma explosão após uma série de falhas humanas em uma 
usina de energia. O incêndio foi controlado 9 dias depois, mas já era tarde. 
Uma nuvem radioativa exigiu a evacuação de 45 mil pessoas e chegou a atingir 
outros países da Europa. Mesmo o governo russo tentando encobrir tudo, na 
Suécia, pesquisadores estranharam o aumento nos níveis de radiação em seu 
território. Na época houve 31 mortes, mas as piores consequências vieram em 
longo prazo: mais de 300 mil pessoas com doenças graves - doenças essas 
que surgiram após a explosão - foram remanejadas. Foram gastos 480 milhões 
de dólares para limpar a região. Até hoje existem evidências desse acidente, 
além de uma cidade fantasma26. 
 
2 PROBLEMAS AMBIENTAIS 
 
A degradação do meio ambiente não tem como único fator os desastres 
ambientais, mas também por sucessivas deteriorações ao longo do tempo. A 
discussão a seguir foi retirada do texto elaborado pelo UNEP (United Nations 
Environment Programme – Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente) sobre os grandes problemas mundiais da atualidade em relação ao 
meio ambiente. Foram levantados 12 grandes problemas, são eles: 
 
 
 
26<http://veja.abril.com.br/acervodigital/?edicao=922&pg=36> Disponível em: 
29/05/2015 
20 
 
 
2.1 CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO RÁPIDO 
 
A taxa de crescimento populacional mundial está em declínio, no entanto 
a expectativa de vida está em ascensão desta forma o número de habitantes 
no mundo continua aumentando27. 
 
2.2 URBANIZAÇÃO ACELERADA 
 
A qualidade de vida de bilhões de pessoas em todo o planeta está caótica 
em face da poluição do ar e das águas, com a enorme produção de lixo, com a 
especulação imobiliária, proliferação de favelas em áreas de alto risco e a 
demanda de maiores recursos, energias e infraestrutura criando problemas 
complexos de caráter ambiental, econômico e principalmente social28. 
 
2.3 DESMATAMENTO 
 
Está ocorrendo o desmatamento em todo o planeta, a China já teve toda 
a sua cobertura vegetal explorada e os Estados Unidos e a Rússia já 
destruíram suas florestas. No Brasil existe uma derrubada predatória para fins 
econômicos, sendo que no caso da Mata Atlântica somente 9% da floresta 
sobrevive29. 
 
2.4 POLUIÇÃO MARINHA 
 
Os poluentes, como esgotos domésticos, industriais e lixo sólido são 
levados para o mar através dos rios, e juntamente com os vazamentos e as 
lavagens dos tanques de petróleo e os desastres ecológicos de grande 
proporção provocam uma poluição extremamente degradante nos oceanos que 
embora tenham a capacidade de se regenerar torna-se praticamente 
 
27 <http://www.brasilescola.com/geografia/o-crescimento-populacional-no-mundo.htm> 
Disponível em: 29/05/2015 
28<http://www.mundosustentavel.com.br/2006/10/urbanizacao-acelerada/> Disponível 
em: 29/05/2015 
29 <http://www.suapesquisa.com/desmatamento/> Disponível em: 29/05/2015 
21 
 
impossível, pois muito dos detritos lançados não são biodegradáveis, fazendo 
com que haja a perda da biodiversidade30. 
 
2.5 POLUIÇÃO DO AR E DO SOLO 
 
Através das indústrias e dos automóveis com o lançamento de diversos 
tipos de gases, tais como dióxido de carbono, óxidos de enxofre e outros 
materiais particulados a atmosfera está sendo afetada provocando danos à 
saúde, especialmente em crianças e idosos. Quanto ao solo, a poluição é 
ocasionada principalmente pelos lixões, uso de agrotóxicos e defensivos 
agrícolas e que por sua vez são levados através das águas das chuvas e 
consequentemente provocando a poluição dos rios31. 
 
2.6 POLUIÇÃO E EUTROFIZAÇÃO DE ÁGUAS INTERIORES – RIOS, LAGOS 
E REPRESAS 
 
O fenômeno da eutrofização é caracterizado pela alta concentração de 
nutrientes no ambiente aquático resultante da poluição das águas por ejeção 
de adubos, fertilizantes, detergentes e esgoto doméstico sem tratamento 
provocando o aumento de minerais criando uma camada espessas de algas na 
superfície que impossibilita a realização da fotossíntese32. 
 
2.7 PERDA DA DIVERSIDADE GENÉTICA 
 
A perda da diversidade genética é uma das ameaças do equilíbrio 
ambiental do planeta. O desmatamento juntamente com a perda de diversidade 
genética nos ecossistemas agrícolas e a falta de proteção dos recifes de corais 
são alguns dos grandes causadores do desaparecimento de várias espécies e 
 
30<http://www.brasilescola.com/geografia/poluicao-marinha.htm> Disponível em: 
29/05/2015 
31<http://www.infoescola.com/meio-ambiente/tipos-de-poluicao/> Disponível em: 
29/05/2015 
32<http://www.infoescola.com/ecologia/eutrofizacao/> Disponível em: 29/05/2015 
22 
 
perda da variabilidade da flora e da fauna, sendo que a biodiversidade e seus 
recursos genéticos são fundamentais para o equilíbrio da vida no planeta33. 
 
2.8 EFEITOS DE GRANDES OBRAS CIVIS 
 
O surgimento de indústrias e aglomerações urbanas provocou uma queda 
no nível do ambiente, com a morte de rios e desaparecimento de grandes 
áreas verdes. Esses reflexos são de caráter ambiental, social e econômico, 
uma vez que provocam danos como a impermeabilização do solo, impacto 
visual, geração de resíduos da construção entre outros34.2.9 ALTERAÇÃO GLOBAL DO CLIMA 
 
Nas últimas décadas ocorreu um expressivo aumento da temperatura 
global. As mudanças climáticas são ocasionadas principalmente pela ação dos 
seres humanos, com a geração da poluição do ar o que tem provocado o 
derretimento de gelo das calotas polares, e consequentemente o aumento no 
nível de água nos oceanos e também o processo de desertificação35. 
 
2.10 AUMENTO PROGRESSIVO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS E 
SUAS CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS 
 
Com a crescente necessidade vem o maior consumo de combustíveis 
fosseis e a necessidade de construção de novas usinas geradoras de energia, 
que por si só causam impactos ambientais associados a sua construção e 
operação36. 
 
 
 
33<http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/perda-biodiversidade-genetica-
risco-extincao-especies/> Disponível em: 29/05/2015 
34<http://editora.unoesc.edu.br/index.php/acsa/article/viewFile/745/pdf_232> Disponível 
em: 29/05/2015 
35<http://www.suapesquisa.com/clima/mudancas_climaticas.htm> Disponível em: 
29/05/2015 
36<http://www.uel.br/projetos/ternopar/pages/arquivos/tcc%20Matheus%20Santos.pdf> 
Disponível 30/05/2015 
23 
 
2.11 PRODUÇÃO DE ALIMENTOS E AGRICULTURA 
 
A produção crescente de alimentos é o principal fator de pressão sobre os 
recursos da terra. Para atender a demanda lança-se mão, de forma 
desenfreada, de todos os recursos legais e ilegais. Os pesticidas e fertilizantes 
são usados de forma indiscriminada e descartados com negligência 
contribuindo para a degradação do solo e a poluição das águas, os sistemas de 
irrigação mal planejados provocam alagamentos, salinização e alcalinização do 
solo e juntamente com o desmatamento em face da expansão das fronteiras 
agrícolas acabam provocando a perda de biodiversidade37. 
 
2.12 FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO 
 
A Organização Mundial de Saúde estabelece que saneamento seja o 
controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem e podem 
exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. No Brasil 
considera-se saneamento básico38 o conjunto de serviços, infraestruturas e 
instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento 
sanitário, limpeza urbana, drenagem e manejo das águas pluviais. Partindo 
desse princípio é a falta de saneamento básico que se reflete diretamente nas 
altas taxas de mortalidade infantil através da contaminação por consumo de 
água não tratada (hepatite A, febre tifoide, malária, cólera, etc.) principalmente 
em países subdesenvolvidos39. 
Todos os problemas acima mencionados causam sérios impactos no meio 
ambiente, ameaçando gravemente o ecossistema, tudo isso gerado pelo abuso 
capitalista da ciência e da tecnologia, mas caso fossem usadas corretamente 
significaria a emancipação do homem. A preocupação em relação a esses 
problemas motivou diversas nações, a partir da década de 70 a criarem várias 
 
37 <http://www.wwiuma.org.br/geo_mundial_arquivos/cap2_%20terra.pdf> Disponível 
em: 30/05/2015 
38 Lei 11.445, de 5 de janeiro de 2007 – Art. 3º - Inciso I, a, b, c e d 
39<http://www.mundoeducacao.com/geografia/saneamento.htm> Disponível em: 
30/05/2015 
 
24 
 
organizações internacionais com o objetivo de discutir os problemas ambientais 
de maneira global40. 
 
3 FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA 
 
Há uma interferência direta da questão energética em todos os 
seguimentos da sociedade, sejam eles econômicos ou sociais e independem 
do meio de atuação, é um assunto estratégico geopolítico global, uma vez que 
o desenvolvimento de todo o planeta depende dela. Essa questão, no entanto, 
está atrelada à questão ambiental, pois o uso inadequado desses recursos 
pode levar a completa destruição da natureza, por este motivo torna-se urgente 
a implantação de novas fontes alternativas de energia41. 
As chamadas “fontes alternativas de energia” são aquelas que 
apresentam alternativas às fontes tradicionais (petróleo, gás natural, hídrica e 
carvão mineral) e provem de recursos naturais que são renováveis, pouco ou 
não poluentes e com baixos índices de agressão ambiental, são naturalmente 
reabastecidos, algumas já estão sendo bastante difundidas. Essa questão 
ganha um espaço cada vez maior à medida que cresce a consciência e os 
movimentos ecológicos. É importante salientar que nem todo recurso natural é 
renovável, por exemplo, o urânio, carvão e petróleo são retirados da natureza, 
porém existem em quantidade limitada e são os maiores vilões da própria 
natureza42. 
 
3.1 ENERGIA SOLAR 
 
A energia solar se refere aquela proveniente do sol, tanto térmica quanto 
luminosa. Esta energia é captada por diferentes tecnologias e transformada em 
energia elétrica ou mecânica43. 
 
40<http://www.uel.br/projetos/ternopar/pages/arquivos/tcc%20Matheus%20Santos.pdf> 
Disponível em: 30/05/2015 
41 <http://www.brasilescola.com/geografia/fontes-energia.htm> Disponível em: 
14/05/2015 
42<http://www.suapesquisa.com/energia/fontes_alternativas.htm> Disponível em 
30/05/2015 
43<http://www.suapesquisa.com/o_que_e/energia_solar.htm> Disponível em: 
30/05/2015 
25 
 
3.1.1 Energia Solar Fotovoltáica 
 
 
Figura 14: Módulo fotovoltaico - foto de domínio público encontrado no Google. 
 
Energia fotovoltáica é a energia elétrica obtida a partir de luz solar, e pode 
ser produzida mesmo em dias nublados, a partir de painéis solares 
fotovoltáicos compostos por células solares captadoras de luz solar, 
convertendo a energia solar em energia elétrica. Todavia, quanto maior a 
intensidade de insolação, maior será a eletricidade produzida. O processo de 
conversão da energia solar utiliza células solares que são constituídas de 
elementos semicondutores, por exemplo, de silício44. 
 
3.1.2 Energia heliotérmica ou energia solar térmica concentrada 
 
Figura 15: Calha de coletores cilindro-parabólicos - foto de domínio público encontrado 
no Google. 
 
Energia heliotérmica é uma tecnologia de geração de energia elétrica 
renovável. É um processo de geração indireta de eletricidade a partir dos raios 
solares. Indireta porque, antes de virar energia elétrica, o calor do Sol é 
 
 
44<http://www.ebes.com.br/Energia-Fotovoltaica/Default.aspx> Disponível em: 
13/05/2015 
26 
 
captado e armazenado para, depois, ser transformado em energia mecânica e, 
por fim, em eletricidade45. 
Acredita-se que o uso de energia solar em grande porte mais antigo foi 
feito por Arquimedes (282 a 212 a.C.), ele teria queimado a frota romana na 
Baía de Syracuse (hoje pertencente a Itália) concentrando raios solares em um 
foco ao ponto de aquecê-los até pegarem fogo. O fato foi referenciado por 
diversos autores entre 100 a.C. e 1.100 d.C. e no livro Optics Vitelio, do 
matemático polonês Vitelio. Já no século XVIII, na Europa e Oriente Médio, 
começou a serem desenvolvidas fornalhas solares, cuja aplicação era a 
fundição de metais, principalmente ferro e cobre46. 
Uma usina de solar térmica concentrada consiste de duas partes: o 
coletor térmico que tem a função de concentrar os raios solares e o 
aquecimento do fluido do trabalho que circula em um receptor, quanto maior a 
taxa de concentração, mais altas são as temperaturas e o ciclo de potência 
onde acontece a expansão de fluido em uma turbina. O vapor pode ser usado 
diretamente em processosindustriais. Espelhos de configurações diferentes 
servem para concentrar os raios solares e é nesses espelhos que circulam um 
fluido de trabalho que é aquecido. 
O Brasil tem trabalhado, em parceria com a Alemanha, que possui o 
domínio da tecnologia nessa área, na região semiárida do nordeste, ao longo 
do Rio São Francisco, onde se encontra o maior potencial para usinas solares, 
na construção da primeira usina heliotérmica experimental, na cidade de 
Petrolina (PE). Esta usina permitirá abastecer até mil residências e a previsão é 
que seja entregue até o final de 201647. 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 <http://energiaheliotermica.gov.br/pt-br/energia-heliotermica/o-que-e-energia-
heliotermica> Disponível em: 30/05/2015 
46<http://www.cresesb.cepel.br/download/tutorial/tutorial_heliotermica_2012.pdf> 
Disponível em: 13/05/2015 
47 <http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2015/01/brasil-e-alemanha-discutem-
projeto-de-energia-heliotermica> Disponível em 13/05/2015. 
27 
 
3.2 ENERGIA EÓLICA 
 
 
Figura 16: Parque eólico de Osório em Rio Grande do Sul – foto de domínio público 
encontrado no Google 
 
A energia eólica é produzida a partir da força dos ventos sendo 
abundante, renovável, limpa e disponível em muitos lugares. Essa energia é 
gerada por meio de aero gerador, nas quais a força do vento é captada por 
hélices ligadas a uma turbina que aciona um gerador elétrico. A quantidade de 
energia transferida é função da densidade do ar, da área coberta pela rotação 
das pás (hélices) e da velocidade do vento48. 
Os Fenícios, Gregos, Romanos, e mais tarde os portugueses utilizaram a 
energia eólica para mover, total ou parcialmente, os seus barcos. O seu 
aproveitamento para encher as velas dos barcos coincide com o começo das 
grandes civilizações que visavam o comércio, conquistas de novos domínios ou 
exploração de mares desconhecidos49. 
Sendo uma das principais apostas no campo das fontes de energia 
renováveis, a energia eólica é totalmente renovável e limpa, não produz 
qualquer poluente. Na década de 70, com a ocorrência da crise do petróleo, 
teve início sua exploração comercial, e por este motivo sua utilização é maior, 
em relação aos outros tipos de energias renováveis. 
A energia eólica traz vantagens tanto para a sociedade em geral: é 
inesgotável; não emite gases poluentes; não gera resíduo; diminui a emissão 
de gases de efeito estufa, quanto para as comunidades onde se inserem os 
Parques Eólicos: são compatíveis com o uso e utilização do terreno como a 
agricultura e a criação de gado; criação de empregos; geração de 
 
48 <http://www.mma.gov.br/clima/energia/energias-renovaveis/energia-eolica> 
Disponível em 30/05/2015 
49<http://www.portal-energia.com/vantagens-desvantagens-da-energia-eolica/> 
Disponível em: 13/05/2015 
28 
 
investimentos em zonas desfavorecidas; benefícios financeiros. Em relação ao 
Estado as vantagens são: reduz a elevada dependência energética do exterior, 
combustíveis fósseis: poupança devido à menor aquisição de direitos de 
emissão de CO2 por cumprir o protocolo de Quioto; possível contribuição de 
cota de GEE para outros setores de atividade econômica; fonte mais barata de 
energia podendo competir em termos de rentabilidade com outras fontes de 
energia tradicionais e em relação aos seus promotores: os aero geradores não 
necessitam de abastecimento de combustível; requerem escassa manutenção 
e em seis meses o investimento será recuperado. 
No entanto existem algumas desvantagens: nem sempre o vento sopra 
quando a eletricidade é necessária; pode ser ultrapassado com as pilhas de 
combustível (H2) ou com a técnica de bombagem hidroelétrica; provoca 
impacto visual considerável, gera uma grande modificação na paisagem; 
impacto sobre as aves, principalmente pelo choque destas nas pás; impacto 
sonoro, ruído constante de (43 dB(A)), sendo que as habitações mais próximas 
deverão estar, no mínimo, a 200 m de distância50. 
 
3.3 ENERGIA GEOTÉRMICA 
 
 
Figura 17: Usina Geotérmica - Foto de domínio publico encontrado no Google. 
 
A energia geotérmica é obtida através do calor proveniente da Terra, é a 
energia calorífera gerada a menos de 64 quilômetros da superfície terrestre, 
em uma camada de rochas, chamada magma, que chega a atingir até 6.000°C. 
Geo significa terra e térmica corresponde a calor, portanto, geotérmica é a 
 
50 <http://www.portal-energia.com/vantagens-desvantagens-da-energia-eolica/> 
Disponível em: 13/05/2015. 
29 
 
energia calorífica oriunda da terra sendo utilizada para a geração de energia 
elétrica. 
Através de perfurações no solo, onde há grande quantidade de vapor e 
água quente, estes são drenados até a superfície por meio de tubulações, o 
vapor é transportado para a central elétrica geotérmica onde irá girar as 
lâminas de uma turbina e a energia ali obtida através da movimentação das 
lâminas (energia mecânica) é transformada em energia elétrica através de 
gerador. 
Entre os aspectos positivos da energia geotérmica estão: praticamente 
nula a emissão de gases poluentes (CO2 e SO2); pequena área para instalação 
da usina; pode abastecer comunidades isoladas. Entre os aspectos negativos 
temos: energia muito cara e pouco rentável com altos investimentos e baixa 
eficiência; possibilidade de esgotamento do campo geotérmico; aumento da 
temperatura ambiente pela perda de calor; emissão de ácido sulfídrico (H2S), 
extremamente corrosivo e nocivo à saúde. A energia geotérmica é bastante 
discutida por conta de possíveis riscos de terremotos que podem ser 
provocados pela rachadura das pedras51. 
 
3.4 ENERGIAS HIDRÁULICAS 
 
Energia Hidráulica, também conhecida como energia hídrica ou 
hidrelétrica, é a energia obtida através do aproveitamento da energia potencial 
das correntes de água em rios, mares ou quedas d’água e convertida em 
energia cinética sendo considerada uma fonte de energia renovável e limpa52. 
 
 
 
 
 
 
 
51<http://www.brasilescola.com/geografia/energia-geotermica-1.htm> Disponível em 
30/05/2015 
52 <http://www.suapesquisa.com/energia/energia_hidraulica.htm> Disponível em 
30/05/2015 
30 
 
3.4.1 Energia Maremotriz 
 
 
Figura 18: Usina Maremotriz – Foto de domínio publico encontrado no Google. 
 
Energia maremotriz, também conhecida como energia das marés é o 
modo geração de energia por meio do movimento e do desnível das marés. 
Para que essa energia seja convertida em energia elétrica é necessária a 
construção de barragens eclusas e unidades geradoras de energia. É 
considerada uma boa alternativa de energia, visto que é uma fonte limpa e 
renovável53. 
A primeira usina maremotriz do mundo foi construída em 1966 na cidade 
de La Rance (França). Atualmente, os países que mais utilizam este sistema 
de geração de energia são: Japão, França, Coreia do Sul, Inglaterra e Estados 
Unidos (principalmente instaladas no Havaí). 
Na década de 1960 foi instalada no Maranhão uma usina Maremotriz, no 
entanto foi abandonada e não concluída. Este será o ponto de partida do 
Laboratório de Tecnologia Submarina da COPPE/UFRJ, para a retomada 
dessa tecnologia. A usina, instalada na Barragem do Bacanga, em São Luís é 
utilizada atualmente, somente como ponte para passagem de carros, o projeto 
da COPPE prevê a instalação de turbinas para aproveitar o movimento das 
marés, entre estuário e reservatório, que chega atingir uma variação de mais 
de 6 metros54.53 <http://www.brasilescola.com/geografia/energia-das-mares.htm> Disponível em: 
30/05/2015. 
54 <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/energia/conteudo_251581.shtml> 
Disponível em 14/05/2015 
 
31 
 
3.4.2 Energia Hidrocinética 
 
 
Figura 19: Usina hidrocinética de Pecém (CE) 
https://cienciasetecnologia.com/eletricidade-energia-ondas-mar/ 
 
A energia Hidrocinética é a geração de energia elétrica através da energia 
oriunda do movimento das ondas ou das diferenças de pressão abaixo delas. 
As usinas de captação da energia das ondas são construídas na costa ou no 
mar próximo a ela, sendo uma fonte de energia limpa e renovável e 
inesgotável, pois a água constitui três quartos do nosso planeta, 
proporcionando potencial para alimentar todo o planeta. . O primeiro parque de 
ondas do mundo foi o parque de Ondas Aguaçadora em Portugal. 
Funcionando de forma experimental desde novembro de 2012, a Usina de 
Pecém (CE), a primeira da América Latina movida pela força das ondas do 
mar, conta com tecnologia brasileira. É feita por flutuadores na base de braços 
mecânicos instalados no quebra-mar do Porto de Pecém. O idealizador e líder 
do projeto é o professor Segen Estefen, Coordenador do Programa de 
Engenharia Oceânica da COPPE/UFRJ55. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 https://cienciasetecnologia.com/eletricidade-energia-ondas-mar/ Disponível em: 
14/05/2015 
32 
 
3.5 BIOMASSA 
 
 
Figura 20: Biomassa - http://www.gruposalmeron.com.br/biomassa-grupo-salmeron.html 
 
Biomassa é a matéria orgânica, de origem vegetal ou animal, que pode 
ser utilizada na produção de energia considerada renovável. Nem toda a 
produção primária do planeta passa a incrementar a biomassa vegetal, pois 
parte dessa energia acumulada é empregada pelo ecossistema na sua própria 
manutenção56. 
Essa fonte energética é renovável, pois a sua decomposição libera CO2 
na atmosfera, que, durante seu ciclo, é transformado em hidratos de carbono, 
através da fotossíntese realizada pelas plantas. Nesse sentido, a utilização da 
biomassa, desde que controlada, não agride o meio ambiente, visto que a 
composição da atmosfera não é alterada de forma significativa. 
Entre as principais vantagens da biomassa estão: Baixo custo de 
operação; facilidade de armazenamento e transporte; proporciona o 
reaproveitamento dos resíduos; alta eficiência energética; fonte energética 
renovável e limpa; menos gases poluentes, no entanto, a falta de planejamento 
pode ocasionar grandes áreas desmatadas, perda de nutrientes do solo, 
erosões e emissão excessiva de gases57. 
O Brasil, por possuir condições naturais e geográficas favoráveis à 
produção de biomassa, pode assumir posição de destaque no cenário mundial 
na produção e no uso como recurso energético. Por sua situação geográfica, o 
país recebe intensa radiação solar ao longo do ano que é a fonte de energia 
fundamental para a produção de biomassa, quer seja para alimentação quer 
seja para fins agroindustriais. Outro aspecto importante é que possuímos 
 
56 <http://www.lippel.com.br/br/sustentabilidade/o-que-e-biomassa#.VWpHpZN-7Wk> 
Disponível em: 30/05/2015. 
57 <http:www.brasilescola.com/geografia/biomassa.htm> Disponível em: 14/05/2015 
33 
 
grande quantidade de terra agricultável, com boas características de solo e 
condições climáticas favoráveis. 
Fontes de biomassa: Cultivos agrícolas: bagaço e palha de cana, casca 
de arroz, castanha, coco da bahia, coco de babaçu, coco de dendê , cascas de 
laranja, etc. Origem vegetal: resíduo de madeiras desperdiçadas nas 
serrarias58. 
A utilização da energia da biomassa é de fundamental importância no 
desenvolvimento de novas alternativas energéticas. Sua matéria-prima já é 
empregada na fabricação de vários biocombustíveis, como, por exemplo: 
 
3.5.1 Biogás 
 
É um biocombustível, ou seja, uma mistura de vários gases sendo 
constituído principalmente de gás metano. Se forma a partir da decomposição 
da matéria orgânica em aterros sanitários, pode se utilizado na geração de 
energia elétrica, combustível para veículos e gás de uso doméstico59. 
 
3.5.2 Biodiesel 
 
Éter metílico, o biodiesel pode ser fabricado a partir da soja, algodão, 
mamona, girassol, etc. É utilizado como combustível para motores a diesel, 
liberando baixos índices de gases poluentes no ar60. 
 
3.5.3 Álcool 
 
Pode ser produzido a partir da cana-de-açúcar, beterraba, milho e 
eucalipto. A utilização do álcool, como fonte de energia é mais frequente em 
motores de veículos. Como combustível de veículos o álcool, apresenta grande 
vantagem de ser menos poluente que a gasolina61. 
 
 
58 <http://www.mma.gov.br/clima/energia/energias-renovaveis/biomassa> Disponível 
em 14/05/2015 
59 http://www.brasilescola.com/geografia/biomassa.htm Disponível em 30/05/2015 
60 http://www.brasilescola.com/geografia/biomassa.htm Disponível em 30/05/2015 
61 http://www.brasilescola.com/geografia/biomassa.htm Disponível em 30/05/2015 
34 
 
3.5.4 Bio-óleo 
 
Sua fabricação consiste numa série de transformações físico-químicas, 
que originam um líquido de coloração negra e bastante viscoso, podendo ser 
empregado na geração de energia elétrica, aquecimento doméstico, 
fertilizantes orgânicos, aditivos para combustíveis e como combustíveis (após 
ser refinado)62. 
 
4 CONTEXTO GLOBAL SOBRE O HOMEM E O MEIO AMBIENTE 
 
A preocupação com o meio ambiente foi despertada durante a década de 
1950 quando peças, supostamente desconexas de um quebra cabeças global 
começaram a se encaixar e através de uma série de catástrofes tais como: a 
talidomida, medicamento desenvolvido na Alemanha que causa a má-formação 
congênita em recém-nascidos, gerando milhares de casos de Focomelia, o 
derramamento de petróleo pelo navio Torrey Canyon, na costa do Reino Unido 
e a mortandade de peixes e outros organismos nos lagos da Suécia eram 
resultado da poluição atmosférica proveniente da Europa Ocidental. Com a 
publicação de livros, como The Tragedy of the Commons (“A Tragédia dos 
Bens Comuns”) quebra paradigmas motivando a comunidade em geral a agir. 
A tragédia dos bens comuns como fonte de alimentos pode ser 
evitada pela propriedade privada, ou algo que se assemelhe 
formalmente a isso. Mas o ar e as águas a nossa volta não podem 
ser cercados de forma fácil, e assim, a tragédia do uso dos bens 
comuns como fossa sanitária deve ser evitada por outros meios, por 
leis coercitivas ou impostos que façam com que seja menos 
dispendioso para o poluidor tratar seus agentes poluentes do que 
despejá-los sem tratamento no meio ambiente. (Hardin, 1968 p.1243-
48) 
 
Tal preocupação era quase que exclusivamente do mundo ocidental. 
Enquanto os países comunistas destruíam implacavelmente o meio ambiente 
em nome da industrialização para os países em desenvolvimento a 
preocupação com o meio ambiente era considerada um luxo do Ocidente. Para 
a primeira ministra da Índia, Indira Gandhi, que desempenhou um papel 
essencial no direcionamento da agenda da Conferência das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em 1972, “A pobreza 
 
62 http://www.brasilescola.com/geografia/biomassa.htm Disponível em 30/05/2015 
35 
 
é a pior forma de poluição” (Perspectivas do Meio Ambiente Mundial-2002 
GEO-3 - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – 2004, p.2). 
Ainda, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente,na década de 70 (e de certa forma até hoje) havia duas grandes escolas de 
pensamento sobre as causas da degradação do meio ambiente: uma culpava a 
ganância e a busca implacável pelo crescimento econômico e a outra 
responsabilizava o crescimento populacional. A partir dessa ideia, o Clube de 
Roma, um grupo de cerca de 50 pessoas, autodenominados “sábios”, através 
de um modelo computadorizado sobre o futuro global analisou cinco variáveis: 
tecnologia, população, nutrição, recursos naturais e o meio ambiente. A 
principal conclusão do estudo foi: se as tendências da época continuassem, o 
sistema global se sobrecarregaria e entraria em colapso até o ano 2000. O 
mundo nesse início de década era extremamente polarizado, sendo surpresa 
que a ideia de uma conferência internacional sobre o meio ambiente tenha sido 
até mesmo cogitada (pela Suécia, em1968) e, mais ainda, que ela efetivamente 
tenha sido realizada (em Estocolmo, em 1972) unindo países desenvolvidos e 
em desenvolvimento em busca de um bem comum. 
 
4.1 CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE 
HUMANO 
 
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em 
1972, realizada em Estocolmo, sendo esta a primeira grande atitude mundial 
no sentido de organizar as relações entre o Homem e o Meio Ambiente, 
colocando o meio ambiente em uma questão de relevância internacional, 
reunindo países desenvolvidos e em desenvolvimento, no entanto a União 
Soviética e seus aliados não compareceram. Conferência produziu uma 
Declaração de 26 princípios e um Plano de Ação com 109 recomendações e 
instituiu o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente como “a 
consciência ambiental do sistema da Organização das Nações Unidas” 
(Perspectivas do Meio Ambiente Mundial-2002 GEO-3 - Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente 2004, p.4). 
Vinte anos depois, em 1992, no Rio de Janeiro, outro grande evento é 
organizado para debater o assunto, trata-se da 2ª Conferência das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecido como ECO-92 
36 
 
ou Rio-92, que reúne um número sem precedentes de representantes de 
Estado, da sociedade civil e do setor econômico – mais de 100 chefes de 
Estado, cerca de 10 mil delegados, 1.400 organizações não governamentais e 
aproximadamente 9 mil jornalistas, tendo produzido ao menos sete grandes 
resultados: a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a 
Agenda 21, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do 
Clima, a Convenção sobre Diversidade Biológica, a Comissão de 
Desenvolvimento Sustentável, um acordo para negociar uma convenção 
mundial sobre a desertificação e a declaração de Princípios para o Manejo 
Sustentável das Florestas (Perspectivas do Meio Ambiente Mundial-2002 GEO-
3 - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 2004, p.16)63. 
. 
4.1.1 Convenção sobre Diversidade Biológica 
 
A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) é o primeiro tratado 
mundial sobre a utilização sustentável, conservação e repartição equitativa dos 
benefícios derivados da biodiversidade, e se refere à biodiversidade em três 
níveis: ecossistemas, espécies e recursos genéticos. Neste tratado destaca-se 
o "Protocolo de Biossegurança", que permite que países deixem de importar 
produtos que contenham organismos geneticamente modificados sendo 
assinado por 156 países. A ratificação da convenção pelo Congresso Nacional 
Brasileiro ocorreu dois anos depois, em 199464. 
 
4.1.2 Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima 
 
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima foi o 
compromisso firmado entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento 
onde se comprometem a modificar o seu modelo de produção para reduzir os 
impactos ambientais e abrandar as mudanças climáticas. O Brasil promulga a 
 
63 http://www.wwiuma.org.br/estado_do_mundo.html Disponível em: 30/05/2015 
64 <http://www.infoescola.com/biologia/convencao-sobre-diversidade-biologica-cdb/> 
Disponível em: 10/05/2015 
37 
 
Convenção em Julho de 199865. Tal empenho se explicita no Protocolo de 
Quioto de 1997. 
 
4.1.2.1 Protocolo de Quioto 
 
O Protocolo de Quioto sucede à Convenção-Quadro das Nações Unidas 
sobre Mudança do Clima, foi elaborado com o objetivo de regulamentar o 
acordo firmado e, assim, determinar metas específicas de redução de 
emissões de seis dos principais gases causadores do efeito estufa: dióxido de 
carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre 
(SF6), hidrofluorcarbonos (HFCs) e perfluorcarbonos (PFCs), a serem 
alcançadas pelos países desenvolvidos que o ratificassem, no entanto, a 
ratificação do Protocolo de Quioto pelos países do mundo, esbarrou na 
necessidade de mudanças na sua matriz energética, sendo que os elevados 
custos recairiam, principalmente, sobre os países desenvolvidos, em especial 
os Estados Unidos que declararam que não iriam submeter o avanço da 
economia norte-americana aos sacrifícios necessários a prática das medidas 
propostas, motivo pelo qual não ratificou o protocolo. O Protocolo somente 
entrou em vigor em 2005 com a ratificação pela Rússia e sem a adesão dos 
Estados Unidos e da Austrália66. 
 
4.1.3 Agenda 21 
 
O Desenvolvimento Sustentável do Planeta é o compromisso assumido 
por mais de 170 países na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento realizada durante a Rio-92, no Rio de Janeiro. 
Nesta Conferência, a implantação da Agenda 21, foi o mais importante 
compromisso firmado entre os países, onde mais de 2.500 recomendações 
práticas foram estabelecidas tendo como objetivo preparar o mundo para os 
desafios do século XXI. A Agenda 21 pode ser definida como um instrumento 
de planejamento sociedades sustentáveis em diferentes bases geograficas que 
 
65 Decreto 2.652, de 1º de julho de 1998 
66<http://www.ipam.org.br/saiba-mais/abc/mudancaspergunta/O-que-e-o-Protocolo-de-
Quioto-/20/10> Disponível em: 10/05/2015 
38 
 
conciliam métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência economica. 
Ela se constitui num poderoso instrumento de reconversão da sociedade 
industrial exigindo uma reinterpretação do conceito de progresso, 
contemplando maior harmonia e equilíbrio entre o todo e as partes, 
promovendo a qualidade, não apenas a quantidade do crescimento. 
Ela é também o processo de planejamento participativo de um 
determinado território que envolve a implantação, ali, de um Fórum de Agenda 
21. Composto por governo e sociedade civil, o Fórum é responsável pela 
construção de um Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, que estrutura 
as prioridades locais por meio de projetos e ações de curto, médio e longo 
prazo. No fórum são também definidos os meios de implementação, as 
responsabilidades do governo e dos demais setores da sociedade local na 
implementação, acompanhamento e revisão desses projetos e ações. Para 
atingir tal objetivo, as cidades têm a responsabilidade de programar as 
Agendas 21 Locais, através de um processo participativo e multissetorial, 
visando à elaboração de um plano de ação para o desenvolvimento sustentável 
do Município ou de quaisquer outros arranjos territoriais como bacias 
hidrográficas, regiões metropolitanas e consórcios intermunicipais67. 
 
5 CONSCIÊNCIA AMBIENTAL 
 
A discussão a seguir tem inspiração no filme “Uma Verdade 
Inconveniente” – Al Gore. 
Estudos científicos apontam que a emissão de dióxido de carbono e 
outros gases na atmosfera é a grande responsável pelas mudanças climáticas 
que oplaneta vem sofrendo. Sabe-se que com a 1ª revolução industrial foi 
divisor de águas do crescimento da economia capitalista, tendo sido este o 
ponto de partida do processo de poluição em massa. 
Com a 2ª revolução industrial, no início do século XX nos Estados Unidos, 
o desenvolvimento científico-tecnológico mudou o paradigma na forma de 
 
67 <www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda21> Disponível em: 
17/05/2015 
 
39 
 
produção mundial com a produção em larga escala, e as indústrias passaram a 
produzir gases poluentes como dióxido de carbono (CO2) cuja produção 
aumenta no outono e inverno e diminui na primavera e verão, gás metano, 
óxido nitroso, hidrocarbonetos fluorados, perfluorados e hexafluoreto de 
enxofre, sendo que os três últimos são eliminados principalmente pelas 
indústrias, na mesma proporção. 
Essa busca constante do desenvolvimento está comprometendo os 
fatores naturais e o ecossistema da Terra. A fina camada da atmosfera 
terrestre está se contaminando com tanta poluição. Ela é a parte mais 
vulnerável da terra e por ser fina o bastante, favorece a sua modificação 
(composição). 
A radiação solar vem na forma luz que aquece a terra e aí parte dessa 
radiação é devolvida ao espaço na forma de radiação infravermelha sendo que 
parte desta radiação fica presa dentro da própria atmosfera ocasionando o 
aquecimento global. 
Além das indústrias, o desmatamento e as queimadas das florestas 
também contribuem para a emissão de gás carbônico, com cerca de 30%. 
Essa emissão descontrolada causa desequilíbrio no planeta, uma vez que as 
florestas que são as responsáveis pelo armazenamento do gás carbônico, 
importantes para a realização da fotossíntese estão desaparecendo para 
serem transformadas, na grande maioria das vezes, em pastos em busca de 
uma economia cada vez maior. 
As geleiras estão diminuindo a cada ano. 40% das pessoas do mundo 
recebem sua água potável dos sistemas de rios e fontes que são alimentados 
por mais da metade das águas que vem do derretimento das geleiras e dentro 
dos próximos 50 anos esses 40% de pessoas da terra vão enfrentar uma 
escassez muito grave devido à diminuição das geleiras. Essas pessoas 
encontram-se no Alaska, Himalaia, Nepal, Alpes Australianos (Suíça), Peru, 
Argentina, Patagônia (extremo da América do Sul) e isso demonstra que este 
fenômeno é mundial. 
Quando há mais dióxido de carbono, a temperatura atmosférica aumenta 
porque ele retém mais calor do sol. Em 2005 essa temperatura foi a mais alta 
dos últimos 14 anos. Em menos de 50 anos tornar-se-á insuportável. Na 
Europa, Índia observou-se alteração que atingiu 50ºC e no Oeste Americano 
40 
 
38ºC. Infelizmente está haverá um retrocesso e os lideres políticos nada fazem 
para impedir. 
Os aumentos de temperatura estão acontecendo no mundo todo, 
inclusive nos oceanos e os cientistas especializados em aquecimento global já 
previram há muito tempo este aumento. O aquecimento dos oceanos gera 
tempestades cada vez mais fortes provocando vários furacões (Flórida), 
tornados (EUA) e tufões (Japão/2004), inclusive no Brasil, ocorrendo o primeiro 
tufão no Atlântico Sul e as consequências são demonstradas através dos 
estragos causados nas indústrias petrolíferas, gerando mortes, doenças, 
desabrigo e inclusive prejuízos financeiros sem contar com a destruição de 
ecossistemas ocasionando a extinção de animais, tanto terrestres quanto 
marítimos e o desaparecimento de muitos corais. 
O aquecimento global causa não somente enchentes, mas também 
secas. Tragédias não param de ocorrer principalmente na África, próximo ao 
Saara e a Nigéria cujos fatores como a falta de chuvas vem contribuindo para a 
forte seca existente. 
Todos os problemas já estão ai, instalados e em pleno desenvolvimento, 
juntamente com o desenvolvimento econômico, a cada dia levando mais e mais 
à destruição de nosso planeta e nós somos os maiores responsáveis, uma vez 
que temos o conhecimento de que os estragos provocados são irreversíveis e 
consciência do mal que estamos infringindo ao nosso bem maior, a Natureza. 
As soluções estão em nossas mãos, basta tomarmos as atitudes corretas e 
fazermos as escolhas certas, seja através da escolha de nossos 
representantes quanto na mudança de nossos hábitos, seja nas compras, no 
uso da eletricidade e da água, no tipo de condução que usamos para nos 
locomover, nas escolhas que trazem à emissão de gás carbônico a zero. 
Vamos usar os 3Rs da sustentabilidade: Reduzir, Reutilizar e Reciclar que são 
ações práticas que visam estabelecer uma relação mais harmônica com o meio 
ambiente, pois esse problema é um problema moral. 
 
 
 
 
 
41 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Como ficou demonstrada ao longo deste estudo, a ganância dos homens 
através da exploração desenfreada dos recursos naturais levou o planeta a 
sofrer catástrofes de proporções monstruosas, fazendo esses mesmos homens 
experimentarem uma crise ambiental sem precedentes na história da 
humanidade. 
 A busca constante do desenvolvimento está comprometendo os fatores 
naturais e o ecossistema da terra, a necessidade de crescimento tem gerado 
uma grande problemática: a exilação do meio ambiente. 
Tais atitudes acarretaram ao longo dos anos problemas que levaremos, 
talvez, outros tantos para serem resolvidos, e quem sabe nem sejam 
solucionados uma vez que jamais poderemos reverter à extinção de uma 
espécie e nem trazer de volta vidas humanas que foram perdidas. 
No entanto o homem já domina as chamadas “fontes alternativas de 
energia” e estão ganhando um espaço cada vez maior, essas fontes além de 
não prejudicarem o planeta são renováveis e é a grande chance, para não 
dizer a única, de salvarmos o planeta. 
O enfrentamento deste enorme problema requer senso de urgência na 
tomada de decisões, eventualmente duras para alguns países que deverão 
arcar mais fortemente com custos de uma nova economia, para os estudiosos, 
simplesmente não temos opção. 
Mas apesar de tudo isso tem uma boa notícia: dispomos de suficiente 
conhecimento e tecnologia para mudarmos o curso da História na direção que 
interessa, só não sabemos se essa notícia é desejada por todos. 
Mesmo com um maior número de leis de proteção ao meio ambiente, 
grandes investimentos em pesquisas de tecnologias, criação de organismos de 
proteção e uma grande participação da sociedade em prol da sustentabilidade, 
esses avanços não são suficientes para salvar o planeta, pois esbarram na 
falta de vontade política, onde governante ainda consegue dizer que fonte 
alternativa renovável é “fantasia”, inclusive dando incentivos a um dos grandes 
vilões da degradação do meio ambiente: o carvão vegetal. 
 
42 
 
REFERÊNCIAS 
 
Livros: 
BROWN, L. Eco-Economy. EPI-Earth Policy Institute /UMA-Universidade Livre 
da Mata Atlântica, 2009 p.23. 
HARDIN, G. (1968). The Tragedy of the Commons. Science. 162, 1243-48 
Sites: 
http://brasileconomico.ig.com.br/brasil/2015-04-14/sem-angra-petrobras-pode-
fazer-transferencia-de-petroleo-no-uruguai.html Disponível em:10/05/2015 
http://cienciahoje.uol.com.br/especiais/rastros-do-mercurio/passado-e-tragedia 
Disponível em: 10/05/2015 
https://cienciasetecnologia.com/eletricidade-energia-ondas-mar/ Disponível em: 
14/05/2015 
http://editora.unoesc.edu.br/index.php/acsa/article/viewFile/745/pdf_232 
Disponível em: 29/05/2015 
http://energiaheliotermica.gov.br/pt-br/energia-heliotermica/o-que-e-energia-
heliotermica Disponível em: 30/05/2015 
http://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2015/03/560-litros-de-oleo-
vazaram-no-mar-de-angra-dos-reis-rj-aponta-sea.html

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