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QUESTIONÁRIO - DOENÇAS OCUPACIONAIS

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A obra do médico italiano Ramazzini mundialmente conhecida, De Morbis Artificium Diatriba, de 1700, se destacou, sobretudo, pela seguinte contribuição à saúde dos trabalhadores: O olhar sobre os determinantes sociais das doenças ocupacionais identificadas e sistematizadas de forma organizada e categorizada. A obra em referência, datada de 1700, constitui-se na maior publicação de todos os tempos a tratar da vida e adoecimento dos operários. Ela se diferenciou na ocasião e serve até hoje como importante referência na área por trazer notadamente a visão social da vida do trabalhador para o campo da gênese do adoecimento e também por descrever de forma detalhada, sistematizada e classificada por natureza e grau do nexo causal com o trabalho mais de 50 diferentes patologias (MENDES, p. 4-6).
A saúde ocupacional é caracterizada por promover a saúde, prevenir doenças e oferecer tratamento em uma abordagem multiprofissional a todos os trabalhadores respeitando aspectos de suas vidas e de suas atividades laborais, considerando o processo adaptativo do trabalho ao homem. Qual fato histórico foi fundamental para a consolidação desse campo do cuidado à saúde, inicialmente na Europa? Redução da produtividade advinda da rápida incorporação tecnológica e da mudança em processos produtivos relacionados a numerosos casos de doenças e acidentes de trabalho e devido à Revolução Industrial e à insuficiência da medicina do trabalho em dar solução a esses problemas laborais. A Revolução Industrial iniciada na Inglaterra foi um marco em termos da estruturação da saúde ocupacional, pois proporcionou um grande e acelerado processo de modificação das condições e processos de trabalho nas indústrias, o que culminou em muitas baixas laborais e evidenciou a insuficiência da medicina do trabalho em resolver os problemas de adoecimento, lesões e mortes dos operários, configurando uma redução direta da produtividade dessas indústrias. Foi esse importante fato histórico que impulsionou a modificação da visão e da atuação no campo da saúde dos trabalhadores, que assumiu a abordagem multiprofissional para prevenir os riscos crescentes e tratar os desvios de saúde causados pelas novas e más condições de trabalho.
O que representaram, na abordagem à saúde dos trabalhadores, a criação da OIT, em 1919, e a elaboração de suas recomendações e convenções aplicadas no cenário nacional e internacional? Determinação de importantes e incipientes normas de proteção ao trabalhador estabelecendo parâmetros de segurança aliados a diferentes medidas e ações preventivas voltadas a resguardar os trabalhadores de condições e processos de trabalho nocivos, como, por exemplo, a definição de limites de jornadas de trabalho, regulamentação sobre o desemprego, maternidade e trabalho infantil, entre outros representados em seis convenções adotadas inicialmente.
A OIT, criada em 1919, no contexto do final da Primeira Guerra Mundial, sobre a égide do Tratado de Versalhes, tinha como lema central a justiça social, exercendo seu papel de formuladora e aplicadora das normas internacionais do trabalho através da elaboração de convenções e recomendações que são seguidas pelos países-membros e contribuem em conjunto para a proteção ao trabalhador. As seis primeiras convenções adotadas foram fundamentais e se relacionavam a: limitação de jornada de trabalho, proteção à maternidade, proteção ao desemprego, limitação da jornada noturna de trabalho, idade mínima para o trabalhador das indústrias.
Através de suas conferências internacionais, a OIT conseguiu, ao longo dos anos, corresponder a muitas das demandas dos movimentos sociais organizados e sindicatos de trabalhadores, intensificando a fiscalização sobre a aplicação das normas internacionais. Seu papel estratégico na consolidação de leis trabalhistas, e, de certo modo, de blindagem às políticas econômicas e sociais em diversos países, resultou em relevante proteção ao trabalhador, em princípio. Posteriormente e até a atualidade, também segue como instrumento para identificar as grandes diversidades globais, no que se refere às condições laborais. Conferindo publicidade a seus estudos técnicos e participando ativamente em debates políticos sobre a temática, a OIT mantém-se engajada na luta por justiça social auxiliando nas negociações coletivas reativas a condições laborais, salários e benefícios de classes operárias, entre outras.
Sobre quais fatores determinantes de processos de adoecimento as ações de promoção da saúde e prevenção das doenças laborais, no âmbito da saúde do trabalhador, podem ou devem atuar? Ambientes de trabalho, condições sobre as quais os trabalhadores desempenham suas funções laborais e a assistência a eles prestada.
A saúde do trabalhador, como área da saúde pública que estuda e intervém sobre as relações entre o trabalho e a saúde, deve atuar na promoção e na proteção da saúde do trabalhador por meio do desenvolvimento de ações de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e a organização e prestação da assistência. Dessa forma, lembrando o Modelo de Determinantes Sociais de Saúde (CNDSS), a saúde do trabalhador deve atuar sobre os macrodeterminantes do processo de adoecimento, ressaltando-se condições e ambientes de trabalho e a oferta dos serviços de saúde (assistência).
De que maneira o entendimento da evolução histórica da saúde dos trabalhadores pode auxiliar na formação do profissional que atua ou quer atuar na área? A maneira como a saúde do trabalhador evoluiu historicamente (a ampliação do conhecimento sobre a patogênese do trabalho, detecção dos agravos, identificação dos riscos e condições de vulnerabilidade e assistência ao trabalhador) deve estar presente nos processos reflexivos que norteiam a nossa atuação profissional, permitindo a adequada tomada de decisão sobre nossa praxis. A atuação do profissional de saúde precisa estar atualizada do ponto de vista técnico-científico, mas também contextualizada – por isso é essencial saber como a área evoluiu e seus principais marcos identificados.
A saúde do trabalhador como área especializada da assistência à saúde é resultado de um processo evolutivo, histórico, marcado por descobertas científicas de grandes estudiosos das ciências médicas e dos fenômenos sociais, culturais e econômicos. Dessa forma, a atuação profissional da atualidade, por se tratar do conhecimento teórico refletido na prática inserida nos processos de promoção, prevenção e assistência à saúde, só pode ser completa e eficiente se for contextualizada em seu processo histórico (de entendimento da especificação da área como sendo de saúde pública).
O entendimento da evolução histórica permite entender a complexidade da abordagem clínica e epidemiológica dos agravos à saúde do trabalhador, admitida a necessidade da multidisciplinaridade do cuidado pela insuficiência de a área da saúde isoladamente ser resolutiva. Além disso, tal entendimento auxilia a compreendermos a gênese e o significado de cada uma das descobertas realizadas, cada qual em seu contexto histórico e cada qual influenciando na forma de ver e atuar sobre o processo saúde-doença, em última análise, nos dias de hoje. A formação para atuar na área em referência exige não somente conteúdo técnico, ou prática de campo, mas uma combinação entre ambos e um acúmulo de conhecimento acerca dos conceitos e evolução das práticas incorporadas.
Das afirmações abaixo relacionadas quais expressam a relevância do nexo de causalidade entre trabalho e o adoecimento para o processo de prevenção, promoção e tratamento das patologias do trabalho?
I – Auxilia na determinação do diagnóstico e na correta condução terapêutica da doença ou agravo do trabalhador.
II – Permite a notificação do agravo quando necessário (exemplo: acidente do trabalho).
III – Promove ao trabalhador as garantias previstas na legislação pertinente ao trabalho.
IV – Explica o grau de culpabilidade do empregador ou do empregado na ocorrência do evento.
Todasexceto a IV. O nexo de causalidade permite que a assistência seja adequada, além de contribuir para a qualificação das informações epidemiológicas (incidência, prevalência, gravidade e distribuição, entre outras) relativas a doenças e/ou agravos relacionados ao trabalho. Estabelecer esse nexo é importante na medida em que são notificados aos órgãos competentes a correta identificação e o diagnóstico de uma enfermidade, assegurando a proteção laboral dos pontos de vista legal, trabalhista e previdenciário ao trabalhador afetado.
Como profissional de saúde, analisando as alternativas abaixo relacionadas marque a correta em relação a correlação entre a adoção de medidas de promoção à saúde e o fomento do papel do TRABALHO como sendo promotor de saúde e não gerador de doenças? Medidas simples de humanização de processos de trabalho, como tornar ambiente mais tranquilo e saudável mediante redução da exposição aos riscos ocupacionais (físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, mecânicos), além das específicas de redução de exposição a agentes nocivos incentivam o papel promotor de saúde do trabalho em si. O aluno deverá expor medidas relativas a ações de promoção à saúde e preventivas que podem ser promovidas no ambiente de trabalho de forma organizada, coletiva e outras direcionadas ao indivíduo que esteja exposto a determinados riscos ocupacionais específicos, na tentativa de evitar ocorrências de danos, sofrimento ou agravos.
De que maneira o estudo do ambiente e das condições de trabalho pode auxiliar na assistência à saúde dos trabalhadores? Ajuda no diagnóstico do grau de exposição aos riscos ocupacionais e na determinação do nexo causal.
O estudo técnico do ambiente e condições de trabalho é essencial para conhecer como, onde e em que condições as atividades laborais são exercidas e, consequentemente, de que maneira impactam no processo de saúde-doença do trabalhador individual e coletivamente. Essa informação permite a determinação do nexo de causalidade, quando for o caso, e orienta a condução dos profissionais de saúde nos processos assistenciais.
Segundo MENDES, 2003, a classificação das doenças ocupacionais é fundamental pela “necessidade de separar o que é diferente, e se possível juntar o que é semelhante”. Em sua concepção qual das alternativas abaixo apresenta as justificativas corretas sobre a importância mencionada por Mendes sobre os sistemas de classificação das doenças ocupacionais?
I. A categorização dos agravos/danos/doenças relacionadas ao trabalho vai permitir tratar com maior eficiência e eficácia cada uma das condições em si.
II. A identificação e separação das doenças segundo similaridades e diferenças levam ao reconhecimento de padrões de comportamento, efeitos similares e orientam a investigação médica.
III. É essencial devido à necessidade de acompanhamento dos resultados das abordagens terapêuticas distintas para problemas iguais que podem orientar a economicidade dos tratamentos;
IV. A produção de informação técnica sobre cada doença em si e seu grupo de doenças semelhantes é crucial, entre outros motivos, por orientar a anamnese ocupacional e o uso das demais ferramentas de investigação da relação trabalho-saúde-doença.
I, III e IV
Saber se uma doença esta intrinsecamente relacionada ao trabalho e seu potencial nocivo (Grupo I de Schiller) ou se a mesma possui múltiplos fatores de risco (etiologia epidemiológica), muda absolutamente tudo, seja na abordagem diagnóstica e terapêutica como na própria repercussão laboral do agravo/dano/doença do trabalhador individual ou das coletividades. Por isso é importantíssimo conhecê-las, classificá-las e identificá-las de forma objetiva e técnica.
Qual a principal característica da classificação das doenças proposta por Schilling em 1984? Forma de relacionamento do trabalho com as doenças, diferenciando as doenças essencialmente ocupacionais daquelas relacionadas ao trabalho.
Schilling identificou que todas as informações já existentes sobre as doenças essencialmente ocupacionais (profissionais) poderiam mascarar a incidência de doenças que guardavam relação ou eram afetadas pelo trabalho, mas que eram de etiologia epidemiológica. Portanto, a principal característica de seu sistema de classificação é a proposição da existência de três formas de relacionamento entre trabalho e doença, permitindo que as abordagens preventivas para eliminação ou redução dos fatores de risco pudessem ser direcionadas segundo tipo de grupo de doenças específico, sendo, portanto, mais efetivas.

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