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FOBIA ENTREGAR

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
DISCIPLINA BASES BIOLOGICAS DO COMPORTAMENTO HUMANO
ISADORA COMASSETO
EDUARDA BECKER
RUANA ESTER 
FOBIA E SUAS CAUSAS 
CANOAS, RS 2019/1
O que é fobia?
A fobia é um medo irracional e neurótico diante de uma situação ou objeto que não apresenta qualquer perigo. Pessoas fóbicas sentem tanto medo que evitam determinadas situações, pessoas e lugares para não se expor ao perigo. Quando expostos ao objeto causador da fobia, esses indivíduos apresentam uma série de sintomas físicos: falta de ar, taquicardia, tremedeira e ataques de pânico.
Tipos de fobia
O número de fobias possíveis é quase infinito, mas o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria classifica 500 exemplos de fobias, que são divididas em cinco tipos:
Fobias de animais;
Fobias de aspectos do ambiente natural (trovoadas, enchentes, terremotos)
Fobias a sangue, injeções ou feridas;
Fobias a situações específicas (altura, andar de avião, andar de elevador)
Fobias sem classificação específica (medo de vomitar, de contrair uma doença, do escuro, de casar, de ficar solteiro, entre outros).
Como surgem as fobias
As fobias atingem cerca de 10% da população mundial, e qualquer pessoa pode ser acometida por uma em algum momento da vida. Pessoas que conviveram com familiares fóbicos em sua infância têm mais predisposição ao problema, e traumas relacionados ao objeto de perigo também podem desencadear uma fobia.
A Inteligência Emocional entende que a maioria dos medos começa a ser desenvolvido ainda durante a fase gestacional, quando os sentimentos, pensamentos e emoções dos pais são transferidos para o bebê. 
Ou seja: muitos medos manifestados na idade adulta podem ter sido gerados ainda no útero materno ou na infância, e diversas experiências traumáticas ao longo da vida estão relacionadas a esses medos.
Fatores de risco
Apesar de as causas de uma fobia não estarem totalmente esclarecidas, os médicos e psiquiatras acreditam que uma série de fatores possa estar envolvida. Veja:
Idade
Alguns tipos de fobia se desenvolvem cedo, geralmente na infância. Outras podem ocorrer durante a adolescência e há aquelas que também podem surgir no início da vida adulta, até por volta dos 35 anos de idade.
Histórico familiar
Se alguém de sua família tiver algum tipo fobia, você tem mais chances de desenvolvê-la também. Esta poderia ser uma tendência hereditária, mas especialistas suspeitam que crianças sejam capazes de aprender e adquirir fobia somente observando as reações de uma pessoa próxima, da mesma família, a alguma situação de pouco ou nenhum perigo.
Temperamento
O risco de se desenvolver uma fobia específica pode aumentar se você tiver temperamento difícil, for sensível e tiver um comportamento mais inibido e retraído do que o normal.
Evento traumático
Passar por uma situação traumática ou por uma série de eventos traumáticos ao longo da vida podem levar ao desenvolvimento de uma fobia.
Sintomas de Fobia
Os sinais e sintomas dependem muito do tipo de fobia que você tem. No entanto, independentemente do tipo, algumas características são notadas em todos os indivíduos que apresentam fobias:
Sentimento de pânico incontrolável, terror ou temor em relação a uma situação de pouco ou nenhum perigo real
Sensação de que você deve fazer todo o possível para evitar uma situação, algo ou alguém que você teme
Incapacidade de levar sua vida normalmente por causa de um medo ilógico
Presença e aparecimento de algumas reações físicas e psicológicas, como sudorese, taquicardia, dificuldade para respirar, sensação de pânico e ansiedadeintensos, etc
Saber que o medo que sente é irracional e exagerado, mas mesmo assim não ter capacidade para controlá-lo.
Tratamento de Fobia
O tratamento para a fobia tem como objetivo reduzir a ansiedade e o medo provocados por motivo ilógico, irracional e exagerado, ajudando no gerenciamento das reações físicas e psicológicas decorrentes deste medo.
Há três diferentes tipos de abordagem que podem ser seguidos pelos especialistas e pacientes: a psicoterapia, o uso de medicamentos específicos ou, ainda, a união de ambos.
Betabloqueadores, antidepressivos e sedativos costumam ser as medicações mais recomendadas pelos médicos e, quando unidas a terapias comportamentais, o resultado costuma ser bastante eficiente.
Medicamentos para Fobia
Os medicamentos mais usados para o tratamento de fobias são:
Anafranil
Cloxazolam
Clomipramina
Olcadil
Exemplos de fobia
Acrofobia: medo de altura;
Agorafobia: medo de espaços abertos ou com multidões;
Aracnofobia: medo de aranhas;
Catastrofobia: medo de catástrofes e aspectos ambientais;
Claustrofobia: medo de lugares fechados;
Fobia social: medo de pessoas e da exposição;
Glossofobia: medo de falar em público;
Hematofobia: medo de sangue, injeções e feridas;
Monofobia: medo de ficar sozinho;
Nictofobia: medo da noite ou do escuro;
Tanatofobia: medo da morte;
Zoofobia: medo de animais.
Pessoas com fobias têm área do cérebro diminuída
A região do cérebro chamada cíngulo anterior do córtex apresenta-se com menor volume em pessoas com medo de aranha.  É o que revela exames de última geração, com aparelhos de ressonância magnética e de espectroscopia por ressonância em estudo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e das Universidades Federais de São Paulo, Santo André, no Estado de São Paulo, e do Rio de Janeiro, RJ.
A ciência busca respostas para as reações químicas e biológicas das pessoas que sofrem de fobias e, ainda, como é a anatomia das regiões do cérebro dessas pessoas. Apesar dos avanços científicos dos últimos anos, tentando explicar o funcionamento do cérebro humano para as emoções, pouco ainda se sabe sobre a origem do medo excessivo que é tido como um dos fatores que desencadeiam os transtornos de ansiedade.
O coordenador da pesquisa, professor José Alexandre Crippa, do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da FMRP, conta que a falta de informações consistentes, principalmente em termos de imagens neurológicas em fobias, fez com que optassem por estudar um tipo bastante comum de fobia, o medo de animais,  que afeta 12% das mulheres e 3% dos homens, por meio de análises por ressonância magnética estrutural e espectroscopia por ressonância magnética (que faz estudo neurobiológico do cérebro).
Anormalidades na percepção do medo
A pesquisa começou em 2010, quando selecionaram voluntários saudáveis e aqueles que sofriam com medo de aranha. Formaram dois grupos, com 17 e 19 pessoas, respectivamente, com equivalência em idade, escolaridade e nível socioeconômico. Nenhum dos participantes apresentava história de doenças neurológicas, psiquiátricas ou outra de relevância orgânica e nem faziam uso de medicação psicotrópica ou tinham abusado de drogas. Todos foram submetidos a avaliações clínicas e exames por ressonância magnética e espectroscopia no Hospital das Clínicas da FMRP.
Os resultados finais não encontraram alterações metabólicas (análise neurobiológica feita por espectroscopia), mas indicaram afinamento na espessura do cíngulo anterior do córtex (ACC) no grupo de portadores de fobia de aranha, quando comparado com o grupo saudável. Esses achados, garantem os pesquisadores, são importantes por detectar anormalidades em uma estrutura específica, podendo sugerir disfunção potencial dessa área cerebral.
No caso do volume diminuído da ACC que encontraram, “é possível que sejam uma consequência e não a causa das fobias”. É que essa região é ativada em distúrbios emocionais, em estresse pós-traumático e em ansiedade; estudos indicam ainda relação com processos de dor afetiva e, mais precisamente a área do hemisfério direito do cíngulo, ligações ao condicionamento do medo.
Mesmo assim, alertam que pesquisas com neuroimagens em fobias ainda estão em fase inicial. Além desse estudo, relatam apenas outros dois,em todo o mundo, que avaliaram espessuras corticais nessas doenças. Um, mostrou aumentos em estruturas da área límbica (setor medial da superfície do cérebro que controla emoções e comportamentos sociais e que envolve a ACC), e o outro não encontrou nenhuma diferença em volume ou espessura dessas estruturas cerebrais.
Alertam também para o fato de que, apesar de a espessura cortical indicar integridade na arquitetura de regiões do córtex cerebral, não se tem evidências para dizer que a diminuição da espessura do córtex implique diretamente em patologias.
Mesmo sendo resultados ainda preliminares, exigindo novos estudos, os resultados dessa pesquisa brasileira mostram que esta área, o cíngulo anterior do córtex, está relacionada com patologias da ansiedade, especificamente com as fobias. Ajudam também na compreensão da neuroanatomia “dos circuitos de condicionamento e mecanismos do medo inato”.
O professor Crippa ressalta que, como os resultados mostraram diminuição na espessura de uma região paralímbica relacionada ao TOC (transtorno obsessivo compulsivo), síndrome do pânico e transtorno de estresse pós-traumático, eles são válidos também para essas formas de ansiedade e não apenas para as fobias.
Anatomia do Medo
O hipocampo compara experiências; o córtex pré-frontal integra informações sensoriais, emocionais e culturais para formular planos de ação em situações de emergência - e a amígdala dispara o alarme.
Nossos órgãos sensoriais (visão, audição, olfação etc.) recebem informações do ambiente indicando a presença ou a possibilidade de um perigo.
Algumas informações sensoriais, sobretudo visuais e auditivas, recebem um primeiro tratamento no tálamo, uma zona central do cérebro; existem dois circuitos cerebrais capazes de acionar o alarme de medo, um curto entre o tálamo e a amígdala, e um longo, no qual o córtex se interpõe entre essas duas estruturas.
Uma vez acionada, a amígdala lança um primeiro alarme corporal, sob a forma de uma reação de vigília, de posição de tensão. Depois, a pertinência desse sinal é avaliada por diversas estruturas cerebrais próximas da amígdala, envolvidas no "circuito do medo", principalmente o hipocampo, uma zona que age independentemente de nossa vontade, e o córtex pré-frontal, que atua - apenas em parte - em função de nossa vontade.
O nódulo cerebral denominado "hipocampo" exerce, entre outras, a função de fazer comparações com nossas experiências. O hipocampo também é capaz de considerar o contexto em torno do objeto do medo. É o caso, por exemplo, do tigre enjaulado que nos provoca um discreto arrepio de medo (a amígdala dispara uma pequena reação de alerta) - mas o fato de ele estar preso freia o medo. Os fóbicos não dispõem desse "breque contextual"; para eles, qualquer estimulação fóbica é levada muito a sério. 
O córtex pré-frontal, por sua vez, funciona como regulador das reações automáticas. É ele que deve integrar todas as informações sensoriais, emocionais, culturais e subjetivas para formular um plano de ação adequado, às necessidades e ao contexto de cada situação. Existem ainda outras partes do cérebro envolvidas, como o nódulo ventral da estria terminal, que asseguraria, de certa forma, a passagem do medo à ansiedade, ou como o locus ceruleus, que obedece às ordens da amígdala e aciona as reações físicas
FONTES:
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/fobia
http://www.sbie.com.br/blog/conheca-quais-sao-os-12-principais-tipos-de-fobia/
http://www.usp.br/agen/?p=179985
https://www.methodus.com.br/artigo/151/anatomia-do-medo.html
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