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Atos juridios estritu sensu

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Ato Jurídico stritu sensu
Antes de retratar sobre o ato jurídico em sentido estrio precianos falar sobre o Fato jurídico ,uma vez que o Ato jurídico é parte desse principio.O Fato jurídico é todo acontecimento, natural ou humano e suscetível de produzir efeitos jurídicos. Os fatos Jurídicos constituem gênero que inclui eventos puramente naturais (fatos jurídicos em sentido restrito), e atos humanos de que derivam efeitos jurídicos, quais sejam, atos jurídicos e atos ilícitos. Tal a classificação adotada pelo Código Civil ao considerar que, no ato Jurídico ou lícito, o efeito jurídico deriva da vontade do agente (contratos, testamentos), ao passo que no ato ilícito o feito independe da vontade do agente, que, ao agir com dolo ou culpa e ocasionar dano a outrem, ocasionará efeitos jurídicos que, em absoluto, desejou, assim estará sujeito às sanções legais, então podemos dizer que Ato jurídico em sentido estrio é o que gera consequências jurídicas previstas em lei e não pelas partes interessadas, não havendo regulamentação da autonomia privada; é aquele que surge como mero pressuposto de efeito jurídico, preordenado pela lei, sem função e natureza de autojulgamento. 
Os atos jurídicos no sentido estrito são aqueles decorrentes de uma vontade moldada perfeitamente pelos parâmetros legais, ou seja, uma manifestação volitiva submissa à lei.São atos que se caracterizam pela ausência de autonomia do interessado para auto regular sua vontade, determinando o caminho a ser percorrido para a realização dos objetivos perseguidos.Para o Direito, apenas a vontade externada é hábil a dar ensejo a um ato jurídico; a vontade mantida sob reserva mental não compõe o suporte fático do ato. Assim preceitua o art. 110 do CC/02: “a manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento”.A vontade pode ser exteriorizada de duas formas: pela manifestação de vontade e pela declaração de vontade. Na primeira, a vontade se externa por meio de um comportamento humano; na segunda, a vontade é explicitamente manifestada por meio de uma afirmação, de uma exposição.
Uma nota peculiar do ato jurídico é que o agente não pode definir os efeitos, limites e alcance do ato; tais fatores promanam diretamente da lei, daí se dizer que os efeitos são necessários, ex  lege. Por exemplo: o pai pode não reconhecer a paternidade de um filho que teve, mas se o fizer, é a lei que definirá os efeitos desse reconhecimento; nosso atual Código Civil diz que o reconhecimento da paternidade é irrevogável, incondicional e imediato. Se a lei não definir totalmente os efeitos do ato jurídico em sentido estrito, então aplicam-se supletivamente as regras que dizem respeito aos negócios jurídicos.
Atos ilícitos: juridicidade e antijuridicidade
Não é simples o conceito de ilícito, mesmo porque encontramos tal instituto em diversos ramos do Direito. Grosso modo, diz-se que ilícito é tudo aquilo que é contrário ao ordenamento jurídico. Quando a contrariedade atinge determinado ramo do Direito, ou quando a consequência decorrente dessa contrariedade provém dele, costuma-se adjetivar o ilícito com a referência a este ramo. Temos, assim, o ilícito civil, o ilícito penal, o ilícito administrativo. Mas é importante lembrar que, não rara as vezes, todos esses ilícitos advêm de um mesmo e único fato, de um mesmo
comportamento humano.
Caio Mário da Silva Pereira apresenta como requisitos do ato ilícito: a) a conduta (realização intencional ou meramente previsível de um resultado exterior); b) a violação do ordenamento jurídico, caracterizada pela contraposição do comportamento à determinação de uma norma; c) imputabilidade, d) penetração da conduta na esfera jurídica alheia. De acordo com o autor, para que se tenha a conduta é preciso que o agente tenha a intenção de produzir um resultado exterior ou, caso não tenha havido a intenção, que esse resultado ao menos fosse previsível. Ademais, a conduta deve interferir nos direitos de outrem, pois enquanto permanecer inócua, desmerecerá a atenção do Direito.
Muito se discute na doutrina se o ato ilícito é um ato jurídico. Diz-se que, por ser contrário ao Direito, é uma contradição em termos denominá-lo “jurídico”. O ato ilícito não seria um ato jurídico, mas antijurídico.Venosa sustenta que do ilícito decorrem efeitos contrários ao ordenamento jurídico, considerado este em seu sentido amplo, na medida em que ataca aqueles bens e valores que o Direito protege[10]. Como já comentamos no início deste capítulo, Pontes de Miranda coloca os atos ilícitos como uma categoria própria, distinta dos atos jurídicos em sentido estrito.
Ato ilícito é, sim, uma espécie de ato jurídico em sentido estrito, visto que consiste num fato decorrente da vontade humana, ao qual a lei atribui efeitos. Não importa se esse ato é contrário ao ordenamento, se fere aquilo que o Direito visa resguardar. O importante é que a norma jurídica atribua consequências, muito embora não sejam as consequências “normais" que se esperam de um ato. Assim, entendemos que não é a adequação ou a inadequação da conduta em relação ao Direito que caracteriza um fato decorrente da vontade humana como ato jurídico. O ato jurídico se compõe daqueles dois fatores lembrados por Maria Helena Diniz e aqui já expostos: o fato propriamente dito e a declaração de vontade da norma. Estando presentes, estamos diante de um ato jurídico.

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