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NOTA DE AULA 06

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
FACULDADE DE DIREITO 
DEPARTAMENTO DE DIREITO PÚBLICO 
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II 
MONITOR: MARWIL PRACIANO 
 
 
NOTA DE AULA – 06 
 
 
PODER LEGISLATIVO 
PARTE II 
 
Depois de termos estudado a forma na qual o Poder Legislativo está organizado, 
daremos continuidade ao estudo desta função do Estado, buscando compreender como 
funciona o Poder Legislativo em âmbito Federal. Abordaremos nesta Nota de Aula 
importantes noções, como as Reuniões (Sessões Legislativas), a composição das Mesas 
Diretoras, as Comissões Parlamentares, as Imunidades Parlamentares e, ainda, a forma na 
qual poderá se dar a perda do Mandato. 
 
E, para finalizar o estudo do Poder Legislativo, veremos, na próxima Nota de Aula 
(07) o importante PROCESSO LEGISLATIVO e também a outra função típica deste Poder: a 
função fiscalizatória. 
 
REUNIÕES 
 
 Nas Reuniões (ou Sessões Legislativas), o CN (as duas casas juntas e cada uma 
delas) funcionará e cumprirá suas atribuições legislativas. 
 
 Existem quatro tipos de Sessões Legislativas: 
 
 Sessão ordinária; 
 
 Sessão extraordinária; 
 
 Sessão conjunta; 
 
 Sessão preparatória. 
 
 
Estudaremos agora, uma por uma, cada uma delas. 
 
 
 2 
Sessão legislativa ordinária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Segundo o art. 57, caput da CF/88: 
 
 
 
 
 
 
 Este período anual é denominado pela doutrina de sessão legislativa ordinária. 
Durante ele, ordinariamente os parlamentares se reúnem em Brasília, sede do Poder 
Legislativo Federal (Congresso Nacional). 
 
 No caso de dias de reuniões marcadas caírem em dias de feriado ou nos finais de 
semana, transferir-se-á a data para o 1º dia útil subsequente (art. 57, § 1º). 
 
 Já o período compreendido entre 18 a 31 de julho e de 23 de dezembro a 1º de 
fevereiro do ano seguinte ocorre o chamado recesso parlamentar, no qual não ocorrem, 
ordinariamente, reuniões do CN. Há, no entanto, a possibilidade da convocação 
extraordinária de parlamentares, mas aí já configurará o caso de sessão legislativa 
extraordinária, que estudaremos mais a frente. 
 
 Durante o recesso parlamentar, estará à frente uma Comissão representativa do 
Congresso, com atribuições definidas no regimento comum (art. 58, § 4º). 
 
 Destaque-se que não terminará a sessão legislativa ordinária enquanto não 
houver a aprovação da lei de diretrizes orçamentárias. Vejamos o art. 57, § 2º da CF/88: 
 
 
 
 
 Cada legislatura (período de 4 anos, correspondente a um mandato de Deputados 
Federais e a 2 mandatos de senadores) terá, portanto, 4 sessões legislativas ordinárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
02/02 17/07 01/08 22/12 
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital 
Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de 
dezembro. 
§ 2º - A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do 
projeto de lei de diretrizes orçamentárias. 
 
 3 
Sessão legislativa extraordinária 
 
 Podem-se convocar reuniões fora do período da sessão legislativa ordinária 
(portanto, dentro da sessão legislativa extraordinária) observando-se as hipóteses do art. 
57, § 6º da CF/88. Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Presidente do Senado Federal poderá convocar sessão legislativa 
extraordinária, portanto, em caso de decretação de estado de defesa ou intervenção 
federal, de pedido de autorização para decretação de estado de sítio e para compromisso 
e posse do Presidente e do Vice-Presidente da República. 
 
 E o Presidente da República, bem como o Presidente da Câmara dos Deputados e 
do Senado Federal ou a requerimento da maioria (absoluta) dos membros de ambas as 
Casas do CN (CD e SF) poderá(ão) convocar sessão legislativa extraordinária também em 
caso de urgência ou interesse público relevante. 
 
Pelo menos foi essa a novidade trazida com a regra da EC nº 50, de 2006. 
 
 Nesta sessão extraordinária, o CN se limitará a deliberar sobre a matéria para a 
qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º do mesmo art. 57 e vedado o pagamento 
de parcelas indenizatórias (art. 57, § 7º). Vejamos os dois dispositivos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sessão legislativa conjunta 
 
 As reuniões em sessão conjunta (reunindo as duas Câmaras do Congresso 
Nacional) ocorrem dentro das hipóteses previstas no art. 57, § 3º da CF/88. Vejamos tal 
dispositivo: 
 
 
 
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: 
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de 
defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a 
decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente 
e do Vice-Presidente- Presidente da República; 
 II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos 
membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público 
relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria 
absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
 
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente 
deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese 
do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em 
razão da convocação. 
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação 
extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente 
incluídas na pauta da convocação. 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sessão legislativa preparatória 
 
 A regra das sessões legislativas ordinárias aqui se relativiza. No 1º ano da 
legislatura, cada uma das Casas se reunirá a partir de 1º de fevereiro para a posse de seus 
membros e a eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 anos, vedada a recondução 
ao mesmo cargo na eleição seguinte. 
 
 Excepcionalmente, portanto, devido à sessão legislativa preparatória, o recesso 
parlamentar, normalmente de 55 dias, será de 54. Vejamos a regra do art. 57, § 4º da 
CF/88: 
 
 
 
 
 
 
MESAS DIRETORAS 
 
 Cada Casa do Congresso Nacional possuirá Mesas Diretoras, responsáveis pelas 
funções de administração (de polícia, execução e administração), devendo ser observada, 
no tocante à sua constituição e assegurada, tanto quanto possível, a proporcionalidade na 
representação dos partidos ou blocos parlamentares participantes da respectiva Casa 
(regra do art. 58, §1º da CF/88). 
 
 O art. 57, § 5º da CF/88 estabelece também algumas regras sobre a forma de 
organização destas Mesas. Vejamos: 
 
 
 
 
 
 Portanto, a presidência da Mesa será necessariamente ocupada pelo Presidente 
do Senado Federal. A 1ª Vice-presidência, pelo Presidente da Câmara dos Deputados; a 2ª 
Vice-presidência, por Senador; a 1ª Secretaria por Deputado Federal, a 2ª pelo SF, a 3ª pela 
CD e a 4ª pelo SF (ou seja, de forma alternada). 
§ 3º - Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos 
Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para: 
I - inaugurar a sessão legislativa; 
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às 
duas Casas; 
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da 
República; 
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar. 
 
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º 
de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros 
e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a 
recondução para o mesmo cargo na eleiçãoimediatamente subseqüente. 
§ 5º - A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do 
Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos 
ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado 
Federal. 
 
 5 
COMISSÕES PARLAMENTARES 
 
 Iniciaremos, agora, o estudo das Comissões Parlamentares. Trata-se de 
organismos constituídos pelas Casas do Congresso Nacional (pelas duas juntas ou por 
cada uma delas) composto por um número restrito de membros, encarregados de estudar 
e examinar as proposições legislativas e apresentarem pareceres. 
 
 Poderão ser, nos termos do art. 58 da CF/88, permanentes (e aí se atrelarão a um 
tema, a alguma matéria) e temporárias (ou especiais), constituídas na forma que os 
Regimentos Internos do CN e de suas respectivas Casas estabelecerem (já que existirão 
Comissões do CN, da CD e o SF). Vejamos o dispositivo constitucional: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Examinaremos, a seguir, cada uma delas. 
 
Comissão temática 
 
 As Comissões temáticas, também conhecidas como Comissões em razão da 
matéria, são comissões permanentes (já que não se extinguem com o fim de uma 
legislatura), as quais cabe, de acordo com o art. 58, § 2º da CF/88: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os Regimentos Internos do SN (no art. 72) e da CD (no art. 32) estabelecem suas 
respectivas comissões temáticas, sobre os mais diversos assuntos. 
 
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões 
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as 
atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que 
resultar sua criação. 
§ 1º - Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto 
quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos 
parlamentares que participam da respectiva Casa. 
 
§ 2º - Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe: 
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a 
competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos 
membros da Casa; 
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; 
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos 
inerentes a suas atribuições; 
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer 
pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; 
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; 
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de 
desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. 
 
 6 
Comissão especial 
 
As Comissões especiais, previstas no caput do art. 58 da CF/88 juntamente com as 
temáticas, também são nominadas temporárias, por se extinguirem com o fim de uma 
legislatura (e cumprida a finalidade para a qual foram criadas), são compostas para 
apreciar matérias mais pontuais, específicas. 
 
Comissão parlamentar de inquérito (CPI) 
 
 As Comissões Parlamentares de Inquérito, mais conhecidas como CPIs encontram 
sua previsão no art. 58, § 3º da CF/88 e também em outros dispositivos 
infraconstitucionais (Lei nº 1.579/52; lei nº 10.001/00; LC nº 105/01) e nos Regimentos 
Internos das duas Casas. 
 
 CPIs são comissões temporárias ainda mais especiais, pois surgem apenas nos 
casos de investigar fato certo e determinado. Este fato certo e determinado é o que tenha 
relevância e interesse à vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social 
do País, devidamente caracterizado na requisição de CPI, sendo exercido pela 
Administração (em especial, pelo Poder Executivo) e sobre o qual a CPI terá o papel 
fiscalizatório e de controle. 
 
Trata-se de uma forma de se efetivar uma das funções típicas do Poder Legislativo 
(função fiscalizatória do art. 70, caput da CF/88) e, ao mesmo tempo, consagra a 
perspectiva da teoria dos freios e contrapesos: o controle de um Poder por outro Poder. 
 
 A CPI é criada pela Câmara dos Deputados e/ou pelo Senado Federal, mediante 
requerimento de 1/3 de seus membros (no mínimo, 171 Deputados Federais (1/3 de 513) e 
27 Senadores (1/3 de 81) em conjunto ou separadamente). 
 
 São requisitos, portanto, a requisição subscrita de, no mínimo, 1/3 dos 
Parlamentares, indicando, com precisão, de fato determinado a ser apurado na 
investigação parlamentar e também do prazo certo (temporariedade) para o 
desenvolvimento dos trabalhos. 
 
 Destaque-se que mais de uma CPI pode estar instaurada ao mesmo tempo dentro 
de uma mesma Casa. O Regimento Interno terá a liberdade de estabelecer limite máximo 
de Comissões. 
 
 O prazo certo da CPI, motivo pelo qual é considerada temporária, deverá respeitar 
o limite da legislatura. Há a possibilidade de, se não finalizada a investigação do fato que 
motivou sua criação, de ela ser prorrogada, mas sempre sendo respeitada a legislatura na 
qual foi instaurada. Poderá funcionar, ainda, durante o recesso parlamentar, mas sempre 
estando limitada a prazos estabelecidos nos Regimentos das respectivas Casas. 
 
 A extinção da CPI se dá com a resolução do problema/tarefa(concluindo, pois, o 
motivo de sua instauração), com o fim do respectivo prazo e com o término da sessão 
legislativa ordinária. 
 
 7 
 Como poderes, ela terá aqueles inerentes à letra do art. 58, § 3º da CF/88 (poderes 
de investigação próprios das autoridades policiais), além de outros(que os Regimentos 
das respectivas Casas estabelecerem). Vejamos o dispositivo constitucional: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Decisões do STF já trouxeram a possibilidade das CPIs quebrarem o sigilo fiscal, o 
sigilo bancário e o sigilo de dados, sem a necessidade de qualquer intervenção judicial, 
sempre por meio de decisão fundamentada e motivada e observadas as formalidades 
legais, não podendo, portanto, exercer de forma ilimitada a quebra de sigilos (por 
exemplo, a quebra de sigilo da comunicação telefônica – interceptação telefônica – está 
reservada constitucionalmente à atividade jurisdicional). 
 
 Há alguns limites, portanto, à instauração de CPIs. Não podem ser criadas, por 
exemplo, para investigação de sentenças judiciais e quaisquer outros atos de conteúdo 
jurisdicional. 
 
 As deliberações destas comissões parlamentares de inquérito devem ser 
revestidas de motivação, sob pena de ineficácia. Não poderão, no entanto, condenar ou 
impor penalidades. Assim, os Presidentes da CD, do SF ou do CN encaminharão relatório 
circunstanciado da CPI com respectiva resolução fundamentada e aprovada aos chefes do 
Ministério Público da União ou dos Estados e também às autoridades administrativas ou 
judiciais com poder de decisão, conforme o caso, para a prática de atos de sua 
competência e, assim, existindo elementos, para que promovam a responsabilização civil, 
administrativa ou criminal dos infratores. 
 
Comissão mista 
 
 Compostas por membros das duas Casas (Deputados e Senadores), as Comissões 
mistas são, geralmente, instauradas nas sessões conjuntas do Congresso Nacional. 
 
 Uma importante Comissão mista permanente, a Comissão mista de orçamento, 
tem suas finalidades expressas no art. 166, § 6º da CF/88. Vejamos: 
 
 
 
 
 
Comissão representativa 
 
 As Comissões representativas do Congresso Nacional apenas se constituem nos 
tempos de recesso parlamentar (fora do período da sessão legislativa ordinária prevista 
no art. 57, caput). 
 
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de 
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos 
nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos 
Deputados e pelo Senado Federal, em conjuntoou separadamente, 
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de 
fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, 
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade 
civil ou criminal dos infratores. 
 
§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e 
do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao 
Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 
165, § 9º. 
 
 8 
 Com ela, visa-se assegurar a representatividade mínima ao CN em tempos de 
recesso, sendo tal Comissão sempre eleita pelas duas Casas na última sessão legislativa 
ordinária do período legislativo (duas vezes ao ano). Suas atribuições estão definidas em 
Regimento do CN, comum ao SF e à CD. Deverá sua composição, na medida do possível, 
observar a proporcionalidade da representação partidária (art. 58, § 4º). 
 
IMUNIDADES PARLAMENTARES 
 
 Para que a atividade parlamentar seja exercida com plena liberdade, existem 
certas prerrogativas que garantem o exercício do mandato parlamentar de forma livre. 
São as imunidades parlamentares. 
 
 Sem tais prerrogativas, o bom funcionamento da instituição encontraria diversos 
empecilhos, o que pode ser visto de forma negativa. Um desempenho livre do Poder 
Legislativo lhe garante maior independência. Com isso, também se reforça a democracia, 
com a livre expressão de opiniões, palavras e votos e se impedem prisões arbitrárias e até 
rivalidades políticas. 
 
 As imunidades parlamentares são subdividas em dois grandes grupos: 
 
 Imunidade material, real ou substantiva (inviolabilidade) – art. 53, caput da 
CF/88; 
 
 Imunidade processual, formal ou adjetiva – art. 53, §§ 2º a 5º da CF/88, em relação 
à prisão e aos processos criminais. 
 
Estudaremos, a seguir, as duas modalidades de imunidade parlamentar federal. 
Para as demais esferas, recomenda-se a leitura de livros sobre o assunto. 
 
Imunidade material ou inviolabilidade parlamentar 
 
 Vejamos o dispositivo do art. 53, caput da CF/88: 
 
 
 
 
Assim, são invioláveis, nas esferas civil e penal, os parlamentares de ambas as 
Casas, por suas opiniões, palavras e votos, desde que proferidos em razão das funções 
parlamentares, no exercício do mandato, não se restringindo ao âmbito do Congresso 
Nacional. 
 
 
 
 
Imunidade formal ou processual 
 
 Já a imunidade formal (ou processual) encontra amparo no art. 53, §§ 2º a 5º da 
CF/88. Vejamos: 
 
 
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e 
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Por força do art. 53, § 2º da CF/88, gozarão os Parlamentares de imunidade formal 
ou processual para a prisão (essa é a regra). A exceção serão os casos de flagrante crime 
inafiançável, remetendo-se os autos para a respectiva Casa para que a maioria de seus 
membros resolva sobre a prisão. 
 
 Mesmo antes de tomarem posse, os parlamentares, diplomados (o que garante 
que foi eleito regularmente) juntos à Justiça Eleitoral, já possuem essa imunidade formal. 
Tal imunidade engloba a prisão penal (prisão temporária, em flagrante delito de crime 
afiançável, por pronúncia, preventiva) e a prisão civil (prevista no art. 5º, LXVII da CF/88). 
 
 Casos particulares vieram com julgados do STF no sentido de admitir a prisão de 
parlamentares em decorrência de decisão transitada em julgado mesmo se a Casa não 
determinar a perda do mandato. Tais decisões, no entanto, ainda geram controvérsias. 
 
 Quanto à imunidade formal para o processo, que sofreu profundas limitações após 
a EC nº 35/2001, tem-se, pela nova regra que, oferecida a denúncia, o ministro do STF 
poderá recebê-la sem a prévia autorização da Casa parlamentar. Assim como ocorria 
anteriormente à EC, poderão se instaurar inquéritos policiais e processos de natureza 
civil, disciplinar ou administrativa, além do oferecimento da denúncia criminal. 
 
 Após recebimento de denúncia contra Senador ou Deputado Federal por crime 
ocorrido após a diplomação, o STF dará ciência da denúncia à respectiva Casa e, por 
iniciativa de partido político nela representado e por voto da maioria absoluta (portanto, 
quorum qualificado) de seus membros, poder-se-á, até a decisão final, sustar 
(suspender) o andamento da ação. É o que nos dita o art. 53, § 3º da CF/88. 
 
Quanto ao pedido de sustação, este deverá ser apreciado pela respectiva Casa no 
prazo improrrogável de 45 dias do seu recebimento pela Mesa Diretora, sendo que a 
sustação do processo suspende a prescrição enquanto durar o mandato (art. 53, §§ 4º e 5º, 
CF/88). 
 
 Assim, a Casa respectiva tem até o final da ação penal para decidir, pelo quorum 
de maioria absoluta de seus membros, se suspende ou não a aludida ação penal. O pedido 
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não 
poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, 
os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, 
para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime 
ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à 
Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e 
pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o 
andamento da ação. 
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo 
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa 
Diretora. 
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o 
mandato. 
 
 10 
de sustação, pelo partido político, na respectiva Casa representado, poderá implementar-
se logo após a ciência dada pelo STF ou em período posterior, não havendo prazo certo, já 
que a Casa terá até o trânsito em julgado da sentença final proferida na ação penal para 
sustá-la. Apesar de não haver prazo certo, o período no qual a ação tramita – até seu 
trânsito em julgado – deverá ser respeitado. O único prazo fixado é mesmo o de 45 dias, 
que se impõe à Mesa Diretora, para aprovar pedido de sustação pelo partido político, 
prazo esse que, como já destacado, é improrrogável. 
 
Prerrogativa de foro 
 
 A prerrogativa de foro, ou “foro privilegiado” é privilégio concedido a certas 
autoridades políticas, que são julgadas por um tribunal diferente do de primeira instância 
(no caso das parlamentares do CN, pelo STF), em que é julgada a maioria dos brasileiros 
que cometem crimes. Tal hipótese encontra-se resguardada no art. 53, § 1º da CF/88. 
Vejamos: 
 
 
 
 
 Ou seja, os parlamentares, desde a expedição do diploma, estarão submetidos ao 
STF para serem perante a Suprema Corte julgados pela prática de qualquer tipo de crime, 
seja de natureza penal comum stricto sensu, seja em crimes contra a vida, eleitorais, 
contravenções penais (veja também o art. 102, I, “b” da CF/88). 
OUTRAS GARANTIAS 
 
 Outras garantias aos parlamentares, ainda, podem ser mencionadas. Vejamos o 
art. 53, §§ 6º a 8º da CF/88: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Logo no art. 53, § 6º, já temos uma garantia chamada sigilo de fonte. Com ele, 
resguardam-se as informações que os parlamentares (e pessoas de quem estes 
receberam informações ou a quem estes tenham confiado informações) obtiveram em 
razão de seu mandato, não se obrigando a prestá-las em juízo por meio de testemunhos. 
 
 No § 7º do mesmo artigo, a incorporação às Forças Armadas de Deputados e 
Senadores dependerá de aprovação prévia, por meio de licença,das respectivas Casas. 
 
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão 
submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. 
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre 
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, 
nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. 
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora 
militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da 
Casa respectiva. 
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o 
estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços 
dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do 
recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução 
da medida. 
 11 
 Já no § 8º, proclama-se a imunidade durante a vigência do estado de sítio e de 
defesa. Afirma-se, pois, que subsistirão as imunidades mesmo durante a vigência dos 
anormais estados de sítio e de defesa, podendo ser suspensas no caso de estado de sitio 
mediante voto de 2/3 do membro da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do 
recinto do Congresso, que sejam incompatíveis com a execução da medida. 
 
INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS PARLAMENTARES 
 
 Para exercerem a atividade parlamentar, Deputados e Senadores não podem 
exercer certas atividades, nem se comportar de determinada forma desde a expedição do 
diploma e também após tomarem posse. Vejamos o dispositivo do art. 54, I e II da CF/88: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão: 
I - desde a expedição do diploma: 
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, 
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa 
concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a 
cláusulas uniformes; 
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os 
de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea 
anterior; 
II - desde a posse: 
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de 
favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou 
nela exercer função remunerada; 
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas 
entidades referidas no inciso I, "a"; 
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que 
se refere o inciso I, "a"; 
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo. 
 
 12 
PERDA DO MANDATO 
 
 O art. 55 da CF/88 estabelece que perderá o mandato o parlamentar que: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A perda de mandato por falta de decoro parlamentar (inciso II) é uma das 
hipóteses na qual se aplicará a regra do § 2º do art. 55, por meio de voto secreto (pois não 
há como, pelo Regimento Interno das Casas, fazer a votação aberta) e maioria absoluta. E 
a única forma de tornar o voto aberto seria por meio de Emenda Constitucional. 
 
 Vejamos, pois, para concluir esse tópico, os §§ do mesmo art. 55 da CF/88: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Há, também, exceções à hipótese de perda do mandato, apresentadas no artigo 
seguinte da CF/88 (56). Veja: 
 
 
 
 
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: 
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; 
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro 
parlamentar; 
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das 
sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta 
autorizada; 
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; 
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta 
Constituição; 
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. 
 
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos 
no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do 
Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. 
§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela 
Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria 
absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político 
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. 
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela 
Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de 
seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, 
assegurada ampla defesa. 
§ 4º - A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa 
levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos 
suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. 
 
 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em resumo, são essas as hipóteses nas quais não haverá a perda do mandato: 
 
 Quando investido nos cargos de: Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário 
de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão 
diplomática temporária (art.56, I); 
 Quando licenciado pela respectiva Casa por: motivo de doença (art. 56, II, 1ª parte); 
 Quando licenciado pela respectiva Casa por: tratar, sem remuneração, de interesse 
particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão 
legislativa (art. 56, II, 2ª parte). 
 
De forma correlata, outras regras se estabeleceram: 
 
 Nos casos de vaga, investidura em funções previstas no art. 56, I, ou licença 
superior a 120 dias: haverá convocação do suplente para assumir o mandato (art. 56, § 1º); 
 Ocorrendo vaga, não havendo suplente e faltando mais de 15 meses para o 
término do mandato: será feita nova eleição para preencher a vaga (art. 56, § 2º); 
 Nas hipóteses de investidura nos cargos de Ministro de Estado, Governador de 
Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura 
de Capital ou chefe de missão diplomática temporária (art. 56, I): o Deputado ou 
Senador poderá optar pela remuneração do mandato; 
 Haverá perda das imunidades parlamentares no caso de investidura nos cargos 
acima apontados? : por força do art. 56, I, o parlamentar federal não perderá o mandato. No 
entanto, perderá as imunidades parlamentares, de acordo, inclusive, com o art. 102, § 1º, do 
RISTF, que cancelou a Súmula 4, a qual dizia o contrário. Assim, apesar de não perder o 
mandato, perderá as imunidades parlamentares. 
 
> NA PRÓXIMA NOTA DE AULA: PODER LEGISLATIVO – PARTE III 
(PROCESSO LEGISLATIVO E FUNÇÃO FISCALIZATÓRIA). 
 
COMO O ASSUNTO CAIU EM AP’s PASSADAS? 
 
1) Quanto aos períodos de funcionamento e de não-funcionamento anuais do 
Congresso Nacional, indique os nomes oficiais com os quais esses períodos são 
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: 
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, 
Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de 
Capital ou chefe de missão diplomática temporária; 
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, 
sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o 
afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa. 
§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em 
funções previstas neste artigo ou de licençasuperior a cento e vinte dias. 
§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para 
preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato. 
§ 3º - Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela 
remuneração do mandato. 
 
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conhecidos, bem como as datas limites de vigência de cada um deles, 
fundamentando sua resposta na Constituição. 
 
2) Deputado Federal do Estado do Ceará, durante o carnaval de Aracati, ao ver uma 
antiga namorada acompanhada de um rapaz de pele negra, tece comentários 
racistas a respeito do mesmo. Findo o mandato do deputado, este é processado 
pelo crime de racismo e alega em sua defesa que durante o exercício de seu 
mandato, período no qual o crime teria ocorrido, ele era inviolável por suas 
palavras e opiniões. Emita seu parecer acerca da validade constitucional da 
defesa apresentada. 
 
Obs.: Serão consideradas válidas as respostas fundamentadas na Constituição Federal. 
 Seja sintético, claro, lógico e preciso. Leia com atenção e responda sem pressa. 
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ESTE MATERIAL NÃO SUBSTITUI A LEITURA BIBLIOGRÁFICA 
(BÁSICA E COMPLEMENTAR) DA DISCIPLINA “DIREITO CONSTITUCIONAL II”.

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