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Metabolismo, Nutrição e Crescimento bacteriano NUTRIÇÃO, METABOLISMO E CRESCIMENTO BACTERIANO - carboidratos METABOLISMO BACTERIANO Como as bactérias produzem energia para sobreviver? OBTENÇÃO DE ENERGIA POR OXIDAÇÃO OXIDAÇÃO AERÓBIA DE CARBOIDRATOS A glicose é o carboidrato fornecedor de energia mais comum utilizado pelas células. Para produzir energia a partir de glicose, os micro-organismos utilizam dois processos gerais: a respiração celular e a fermentação. Respiração celular Como as bactérias não possuem mitocôndrias, parte da respiração celular ocorre na membrana plasmática (mesossomo) Lembre-se Eucariotos RESPIRAÇÃO CELULAR Compõe-se de três etapas: GLICÓLISE - (10 reações) ocorre no citoplasma dos eucariotos e procariotos CICLO DE KREBS - (8 reações) nos eucariotos ocorre na matriz mitocondrial e nos procariotos ocorre no citoplasma CADEIA RESPIRATÓRIA ou FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA - nos eucariotos ocorre nas cristas mitocondriais e nos procariotos ocorre na MP (mesossomo) ATP – moeda energética dos seres vivos NAD – nicotinamida adenina dinucleotídeo É um transportador de H+ FAD – flavina adenina dinucleotídeo (é derivada da vitamina B2) É um transportador de H+ Glicólise = quebra da glicose Glicólise Glicólise No final da glicólise há produção de: 2 moléculas de ácido pirúvico 4 moléculas de ATP, com um saldo de apenas 2 ATPs 2 moléculas de NADH2 Glicólise O ácido pirúvico originado na glicólise contém energia, a qual será liberada durante as reações do ciclo de Krebs, que ocorre no interior das mitocôndrias. Figure 9.10 Conversion of pyruvate to acetyl CoA, the junction between glycolysis and the Krebs cycle Nos eucariontes, o piruvato é transportado para a matriz mitocondrial, onde é descarboxilado, produzindo acetil-CoA. Ciclo de Krebs Ciclo do ácido cítrico ou Ciclo dos ácidos tricarboxílicos (TCA) Função central é a oxidação de acetil-CoA a CO2 A energia liberada pela oxidação é conservada nos transportadores de elétrons reduzidos NADH e FADH2. Descarboxilações (perdas de CO2) Desidrogenação (perdas de H) No final do ciclo de Krebs há formação de: 2 moléculas de CO2 (x 2) = 4 CO2 1 molécula de ATP (x 2) = 2 ATP 1 molécula de FADH2 (x 2) = 2 FADH2 3 moléculas de NADH2 (x 2) = 6 NADH2 Lembre-se que antes do ciclo de Krebs, a molécula de ácido pirúvico se transformou em acetil-co A e formou: 1 molécula de CO2 (x 2) = 2 CO2 1 molécula de NADH2 (x 2) = 2 NADH2 No final da glicólise há produção de: 4 moléculas de ATP, com um saldo de apenas 2 ATPs 2 moléculas de NADH2 e os 38 ATPs? Visão geral da respiração aeróbica A cadeia respiratória e fosforilação oxidativa são o terceiro estágio da respiração celular • Os hidrogênios (e seus elétrons) liberados na glicólise e no ciclo de Krebs são imediatamente transportado para a cadeia respiratória que é um processo gerador de ATPs onde o O2 serve de aceptor final dos hidrogênios (e elétrons) gerando uma molécula de H2O por cada par de elétrons que são transportados pelo NADH e FADH2. Cadeia Respiratória e fosforilação oxidativa Cadeia Respiratória Os elétrons altamente energizados provenientes da glicólise e do ciclo de Krebs passam por substâncias transportadoras que, enfileiradas na membrana interna da mitocôndria, formam a chamada cadeia respiratória, ou cadeia transportadora de elétrons. Na cadeia respiratória, os elétrons passam de uma substância transportadora a outra, em sequência definida, liberando gradativamente seu “excesso” de energia. Essa energia é usada para forçar a passagem dos íons H+ para o espaço existente entre as duas membranas mitocondriais. Fosforilação oxidativa Os íons H+ acumulados “à força” no espaço entre as membranas mitocondriais tendem a se difundir para a matriz mitocondrial, mas só podem fazê-lo passando através de um conjunto de proteínas presentes na membrana interna da mitocôndria que formam a chamada sintetase do ATP. A sintetase do ATP é comparável à turbina de uma usina hidrelétrica: ao ser “movimentada” pela passagem dos íons H+, ela libera energia suficiente para fosforilar moléculas de ADP, transformando-as em ATP. Esse conjunto de reações, que resulta na fabricação de ATP, é chamado fosforilação oxidativa. De volta ao interior da mitocôndria, os íons H+ combinam-se com os elétrons transportados pela cadeia respiratória, agora com baixa energia, e com átomos provenientes do gás oxigênio, formando água. OXIDAÇÃO AERÓBIA DE COMPOSTOS ORGÂNICOS DIFERENTES DE CARBOIDRATOS Além de açúcares, outras fontes de carbono podem estar disponíveis aos microrganismos: - Proteínas - Lipídios Estafilococos que habitam a pele humana são capazes de hidrolisar os lipídios da pele para a obtenção de energia. Algumas bactérias podem utilizar aminoácidos que se encontram livres no meio ou que são obtidos por hidrólise de proteínas OXIDAÇÃO AERÓBIA DE COMPOSTOS INORGÂNICOS Há bactérias capazes de se multiplicar em ambientes totalmente desprovidos de matéria orgânica. Estes microrganismos oxidam compostos inorgânicos para produzir ATP. Ex: bactérias nitrificantes NO2 - (nitrito) + O2 → NO3 - (nitrato) + Energia (ATP) OXIDAÇÃO ANAERÓBIA Fermentações Fermentação pode ser definida como um processo que: 1. Libera energia a partir de açúcares ou outras moléculas orgânicas. 2. Não requer oxigênio. 3. Não requer a utilização do ciclo de Krebs ou de uma cadeia de transporte de elétrons. 4. Produz somente uma pequena quantidade de ATP (somente uma ou duas moléculas de ATP para cada molécula de matéria inicial). Glicose 2 piruvatos 2 lactatos Glicólise anaeróbica Glicólise Fermentação lática piruvato lactato Lactato desidrogenase glicólise É comum em algumas bactérias, protozoários, fungos e tecidos animais - coalhadas - iogurte - queijos - leite azedo - cárie É comum em algumas bactérias e fungos do gênero Saccharomyces cerevisiae. - Cerveja - Vinhos - Aguardente - Pão - combustível Fermentação alcoólica Glicólise anaeróbica ou fermentação O produto final da glicólise anaeróbica é o LACTATO Balanço energético: 4 ATPs prouzidos 2 ATPs gastos Rendimento líquido: 2 ATPs Fermentação lática humanos Fermentação alcoólica bactérias Fermentação Entregar texto sobre fermentação para os alunos (Tortora) Respiração anaeróbica Na respiração anaeróbica, o aceptor final de elétrons é uma substância inorgânica diferente do oxigênio (O2). Estes compostos podem ser: nitrato (NO3 –), nitrito (NO2 –), sulfato (SO4 2–), carbonato (CO3 2-). ATP gerada na respiração anaeróbica varia com o micro- organismo e a via. Como nem todos os carreadores na cadeia de transporte de elétrons participam na respiração anaeróbica, o rendimento de ATP nunca é tão elevado quanto na respiração aeróbica. Consequentemente, os anaeróbicos tendem a crescer mais lentamente que os aeróbicos. Nutrição clorofila Não é realizada nos cloroplastos Reação quimiossintética nas Nitrossomonas: NH3 (amônia) + O2 → NO2 - (nitrito) + Energia 6 CO2 + 6 H2O + Energia → C6H12O6 + 6 O2 Reação quimiossintéticanas Nitrobacter: NO2 - (nitrito) + O2 → NO3 - (nitrato) + Energia 6 CO2 + 6 H2O + Energia → C6H12O6 + 6 O2 (ruminantes, cupins e bactérias que degradam a celulose) (bactérias patogênicas) (organismos mortos) FATORES NECESSÁRIOS PARA O CRESCIMENTO BACTERIANO 1- TEMPERATURA # A maioria dos micro-organismos cresce bem nas temperaturas ideais para os seres humanos. Contudo, certas bactérias são capazes de crescer em extremos de temperatura que certamente impediriam a sobrevivência de quase todos os organismos eucarióticos. # Classificados em três grupos principais considerando as variações de temperatura de crescimento Psicrófilos – crescimento em baixas temperaturas Mesófilos – crescimento em temperaturas moderadas Termófilos – crescimento em altas temperaturas A temperatura ótima para a maioria das bactérias patogênicas e de cerca de 37°C, e as estufas para culturas clínicas em geral são ajustadas nessa temperatura. Os mesófilos incluem a maioria dos organismos deteriorantes e patogênicos. A maioria das bactérias requer valores de pH em torno da neutralidade para sua nutrição e crescimento. 2- FATORES NECESSÁRIOS PARA O CRESCIMENTO BACTERIANO Quando bactérias são cultivadas no laboratório, elas com frequência produzem ácidos que algumas vezes interferem com o seu próprio crescimento. Para neutralizar os ácidos e manter o pH apropriado, tampões químicos são incluídos no meio de cultura. As peptonas e os aminoácidos atuam como tampões em alguns meios, e muitos meios também contêm sais de fosfato. 3- CONCENTRAÇÃO DE CLORETO DE SÓDIO – NaCl Não halofílicas < 0,05% Halofílicas > 0,5% Halofílicas extremas > 6% • O sódio participa do mecanismo de transporte e na estabilidade e atividade catalítica de várias enzimas. • Tem importante papel estabilizador na membrana externa das bactérias halofílicas. FATORES NECESSÁRIOS PARA O CRESCIMENTO BACTERIANO 4- OXIGÊNIO O oxigênio pode ser ESSENCIAL, INDIFERENTE, ou NOCIVO à vida das bactérias. O oxigênio exerce um papel decisivo no crescimento bacteriano. Quanto à necessidade de oxigênio, as bactérias podem ser divididas em: # AERÓBICOS ESTRITOS OU OBRIGATÓRIOS – necessitam de oxigênio para a sua sobrevivência. FATORES NECESSÁRIOS PARA O CRESCIMENTO BACTERIANO # ANAERÓBICOS FACULTATIVOS – podem utilizar oxigênio quando este está disponível, porém, na sua ausência, são capazes de continuar o seu crescimento através da respiração anaeróbica ou fermentação. # ANAERÓBICOS AEROTOLERANTES – toleram a presença de oxigênio, mas não crescem na sua presença. # BACTÉRIAS MICROAERÓFILAS – crescem em concentrações de oxigênio inferiores as encontradas no ar. # ANAERÓBICOS ESTRITOS – o oxigênio é letal, ex: Clostridium tetani. 5- ÁGUA # A água não constitui um nutriente, mas é absolutamente indispensável para o crescimento. Uma vez que as bactérias só se nutrem de substâncias em solução. # Exerce função primordial na regulação da pressão osmótica (salgamento). # A maior parte das bactérias, quando não esporuladas, morre rapidamente pela dessecação. FATORES NECESSÁRIOS PARA O CRESCIMENTO BACTERIANO FATORES NECESSÁRIOS PARA O CRESCIMENTO BACTERIANO 6- FONTES DE CARBONO # O carbono é indispensável à síntese dos componentes celulares, deve ser fornecido à bactéria seja na forma de composto orgânico, como por exemplo os carboidratos (glicose, frutose, lactose, ...), ou inorgânicos, no caso o CO2. # Metade do peso de uma célula bacteriana típica é composta de carbono. FATORES NECESSÁRIOS PARA O CRESCIMENTO BACTERIANO 7- FONTES DE NITROGÊNIO # Podem usar aminoácidos, peptonas e peptídeos, extratos de tecidos (carne, cérebro, ...), sangue, soro, entre outros para síntese de proteínas, síntese de DNA e RNA 8- FATORES DE CRESCIMENTO # Fatores de crescimento são substâncias que determinadas bactérias são incapazes de sintetizar, mas são necessárias à síntese e ao metabolismo celular. Ex: algumas vitaminas 9- ELEMENTOS TRAÇOS # Os micro-organismos requerem quantidades muito pequenas de elementos minerais como: -Ferro -Potássio -Magnésio -Cobre -Molibdênio -zinco # Muitos são utilizados como co-fatores de algumas enzimas. FATORES NECESSÁRIOS PARA O CRESCIMENTO BACTERIANO 10- ENXOFRE e FÓSFORO # O enxofre é utilizado para sintetizar aminoácidos contento enxofre e vitaminas como a tiamina e a biotina. # O fósforo é essencial para síntese de DNA e RNA, dos fosfolipídios das membranas celulares, para a formação do ATP. FATORES NECESSÁRIOS PARA O CRESCIMENTO BACTERIANO MEIOS DE CULTURA # Para se obter o crescimento bacteriano in vitro é necessário fazer uma semeadura em meios de cultura. # Os meios de cultura são um conjunto de substâncias que permitem o desenvolvimento de bactérias em sua superfície ou em seu interior. # Todo meio de cultivo deve possuir uma fonte de carbono, nitrogênio e energia. # Os meios líquidos apresentam seus componentes dissolvidos em água e acondicionados em tubos. MEIOS DE CULTURA # Os meios sólidos, são meios inicialmente líquidos, que após a dissolução dos componentes é acrescentado ágar-ágar, cuja função é provocar a solidificação do meio. Estes por sua vez, podem ser acondicionados em placas ou tubos. MEIOS DE CULTURA # Meio de cultura é o material nutriente preparado no laboratório para o crescimento de microrganismos. # Microrganismos que crescem e se multiplicam nos meios de cultura são denominados cultura. # O meio deverá, inicialmente, ser estéril. # MEIO SELETIVO – favorecem o crescimento da bactéria de interesse impedindo o crescimento de outras bactérias (ágar MacConkey-só cresce Gram negativa ). # MEIO NÃO SELETIVO – favorecem o crescimento de várias bactérias (ágar CLED). # MEIO DIFERENCIAL – é utilizado para fácil identificação da colônia da bactéria de interesse quando existem outras no mesmo cultivo (ágar sangue - hemólise). Crescimento de culturas bacterianas • As bactérias normalmente se reproduzem por divisão binária ou cissiparidade. Crescimento de culturas bacterianas O tempo necessário para uma célula se dividir (e sua população duplicar) é chamado de tempo de geração. Ele varia consideravelmente entre os organismos e com as condições ambientais, como a temperatura. A maioria das bactérias tem um tempo de geração de 1 a 3 horas; outras requerem mais de 24 horas por geração. Já a E. coli em condições favoráveis, a divisão ocorre a cada 20 minutos, após 20 gerações, uma única célula inicial poderá ter gerado mais de um milhão de células. Esse aumento ocorrerá em cerca de 7 horas. Em 30 gerações, ou 10 horas, a população poderá ser de um bilhão. FASES DO CRESCIMENTO BACTERIANO Quando algumas bactérias são inoculadas em um meio líquido de crescimento e a população e contada em intervalos regulares, é possível representar graficamente a curva de crescimento bacteriano, que mostra o crescimento das células em função do tempo. Numa curva de crescimento típica para uma cultura bacteriana, no mínimo existem quatro fases principais. # FASE LAG (latência): Período em que ocorre pouca ou nenhuma divisão celular. Período de intensa atividade metabólica principalmente pela síntese de várias moléculas e de enzimas. FASES DO CRESCIMENTO BACTERIANO # FASE LOG (logarítmica): É a fase de crescimento exponencial onde a reprodução celular esta extremamente ativa e o tempo de geração atinge um valor constante.Nesta fase os micro-organismos são sensíveis às mudanças ambientais. # FASE ESTACIONÁRIA: O crescimento diminui, o número de morte celular se torna equivalente ao de células novas e a população se torna estável. # FASE DE MORTE CELULAR (declínio ou morte): Também chamada de fase de declínio pois o número de células mortas excede o de células novas.