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Slides sobre Era Vargas (PA 9 e 10)

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Era Vargas
1930 - 1945
Planos de Aula 9 e 10
Divisões Históricas
Governo Provisório – 1930 a 1934
Governo Constitucional – 1934 a 1937
Estado Novo – 1937 a 1945
Após os primeiros quinze anos de governo, Getúlio Vargas, retornará para uma governo democrático, legitimado ao Poder por eleições diretas.
 Governo Democrático – 1950 / 1954
Legitimação do Poder de forma indireta
Antecedentes a Revolução de 30!
O primeiro governo republicano foi chefiado por dois militares (República da Espada) Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto). Porém, após essa primeira fase republicana, os civis acabaram assumindo a Presidência com Prudente de Morais, onde durante seu governo, as classes rurais ligadas a agricultura, em especial, à cafeeira, voltaram de certa forma a exercer o domínio sobre a política do País. 
Dessa forma, o governo federal passou a defender com mais ênfase os interesses econômicos dos senhores rurais, principalmente dos fazendeiros de café, juntamente com os dos senhores de engenho, criadores de gado e plantadores de cacau (República Oligárquica). Como a Constituição de 1891 favorecia a descentralização do poder e a autonomia dos estados, São Paulo e Minas Gerais ficaram numa posição privilegiada, por serem os dois estados mais importantes economicamente, conseguindo dessa forma maior influência junto ao governo federal. Dessa forma, ao longo da Primeira República, os presidentes paulistas e mineiros se sucederam em uma determinada alternância do poder. Apesar de Washington Luís ter nascido no Rio de Janeiro, tinha sua formação política no Estado de São Paulo. A denominada política dos governadores, iniciada por Campos Sales, sofreu grande oposição em relação aos estados menos favorecidos economicamente. Pois estes achavam que a sucessão do poder por parte de Minas Gerais e São Paulo, fruto da política do café-com-leite significava o favorecimento da economia exclusivamente para esses dois estados.
Na época não existiam partidos nacionais com representação significativa, diante disso, a política nos estados era liderada pelas oligarquias, apoiadas nos Partidos Republicanos estaduais. Além disso, o sistema eleitoral vigente naquela época apresentava grandes falhas como, por exemplo, pessoas falecidas eram alistadas para a votação, o voto não era secreto, o que obrigava os eleitores a votarem no candidato que o “coronel” apoiava, pois se não fizessem dessa forma, sofriam diversos tipos de represália. Por fim, no final da década de 20, esta situação política atingiu seu apogeu. A oposição de políticos gaúchos e mineiros que haviam perdido as eleições culminou na precipitação da crise da República Oligárquica e do movimento revolucionário de 1930. 
Júlio Prestes: Presidente eleito, mas impedido se tomar posse. 
Antecedentes a Revolução de 30!
Saldo da eleição presidencial de 1930 (eleição direta):
Revolução de 1930: quem assume o poder?
Junta Revolucionária
Uma junta militar formada por uma dissidência oligárquica, composta pelo General Mena Barreto, General Tasso Fragoso e o Almirante Isaías de Noronha, tendo como braço armado o movimento Tenentista, derruba o presidente Washington Luís e assume o poder. Sob pressão de diversos seguimentos econômicos e políticos a junta foi obrigada a entregar o governo “provisoriamente” a Getúlio Vargas.
Getúlio Vargas: Empossado em razão do movimento revolucionário de 1930, em 3/11/30, como chefe do Governo Provisório.
Primeiras Palavras
A Revolução de 1930 revogou o regime político entendido como República Velha. Legitimando o poder conferido a Getúlio Vargas, pela junta revolucionária, em chefe do Governo Provisório, e a partir de 17 de julho de 1934 torna-se, então, Presidente da República por eleições indiretas. Seu governo marcou a História do Brasil no século XX.
Quem foi que disse que em 1930 houve uma revolução? 
 Sem dúvida, a partir de 1930, aconteceram mudanças significativas na sociedade brasileira:
A autoridade do Estado foi ampliada.
A cafeicultura foi diminuindo de importância e a indústria começou a crescer.
A vida urbana tornou-se mais destacada.
Houve a criação de leis sociais (legislação trabalhista) e a busca do apoio do proletariado.
Moralização do Sistema Eleitoral (vide Código Eleitoral de 1932).
Governo Provisório – 1930 a 1934
Lei Orgânica que institui o Governo Provisório – Decreto nº 19398 de 11/11/1930, alçando Getúlio Vargas ao Poder do País, primeiramente como chefe do Governo Provisório.
Após a Revolução Liberal de 1930, rompeu-se o círculo vicioso dos governos oligárquicos e abriu-se caminho para a ascensão e atuação de novas formas sociais.
Base de apoio:
Oligarquias dissidentes (cisão entre PRP e PRM)
Setores da burguesia industrial
Classes médias urbanas
Classes populares (movimento operário)
Jovens militares (movimento tenentista)
Medidas do Governo Provisório
Decreto nº 19.398 (11/11/1930) – Forneceu perfil institucional aos poderes discricionários do cargo de chefe do Governo Provisório.
Nomeação de interventores para substituir os governadores estaduais (na maioria tenentes que participaram da Revolução de 1930);
Prerrogativa de elaborar Decretos-Leis;
Exclusão da apreciação judicial os decretos e atos do Governo Provisório ou dos interventores federais (nenhum ato ou decreto do Governo Provisório e dos interventores poderia ser contestado na justiça brasileira);
Suspensão das garantias constitucionais expressas na Constituição de 1891, exceto o HC para crimes comuns;
Dissolução do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas Estaduais e das Câmaras Municipais (deputados, senadores e governadores de Estado eleitos em 1930 não chegaram a tomar posse de seus mandatos);
Criação do Tribunal Especial – processo e julgamento de crimes políticos, funcionais e outros que seriam definidos em novos decretos. (o Tribunal Especial foi dissolvido em 1932, sem ter condenado ninguém);
Criação de novos ministérios, como o da Educação e Saúde Pública, e do Trabalho, Indústria e Comércio;
Centralização completa da política econômico-financeira e da administração do comércio exterior.
Populismo
Estratégia política ideológica que marca toda a era de Vargas, de 1930 a 1945. Uma estratégia difícil e complicada com a qual Getúlio procuraria firmar o Estado no duplo papel de árbitro dos conflitos sociais, econômicos e políticos e do principal agente de modernização geral do país.
Vargas sustenta sua política de Estado na trilogia: Trabalhismo, Industrialismo e Nacionalismo.
A Legislação Trabalhista
Desde os primórdios da revolução de 1930 era nítida a preocupação com o trabalhador, antes simplesmente ignorado e destituído de qualquer direito. Assim, criou-se o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (26/11/1930), com Lindolfo Collor à frente. Nos anos seguintes, regulamentaram-se os sindicatos, a jornada de trabalho e o trabalho dos menores e das mulheres.
A principal razão que levou a nova classe dominante em se importar com o mundo do trabalho foi a preocupação em controlar e frear a formação de um operariado organizado, com ideologia própria. Desde a primeira década do presente século já era visível a propagação do anarquismo, do socialismo e do comunismo. Para vincular o trabalhador ao Estado, preparou-se uma legislação própria, que acabou ligando todos os órgãos trabalhistas (sindicatos) diretamente ao Ministério do Trabalho.
1932 – Comissões Mistas de Conciliação & Juntas de Conciliação e Julgamento
Órgão administrativo composto por 2 juízes classistas (sindicato laboral e sindicato patronal) e um Juiz de Direito, presidente, indicado pelo governo. Tais Juntas somente foram revogadas do ordenamento jurídico brasileiro em 1999, mediante Emenda à Constituição de 88 (EC nº 24), que transformou as JCJ em Varas do Trabalho, bem como a presença dos juízes classistas.
A denominação Justiça do Trabalho surgiu no âmbito da Constituição de 1934, porém na esfera administrativa:
Criada por Lei em 1939.
Instalada
em 1941 (Estado Novo) vinculada ao Ministério do Trabalho.
Torna-se órgão do Poder Judiciário na CF/1946.
Legislação Eleitoral  Código Eleitoral de 1932
Decreto nº 21.076 (24/02/32)
A Revolução de 1930 tinha como um dos princípios a moralização do sistema eleitoral. Um dos primeiros atos do governo provisório foi a criação de uma comissão de reforma da legislação eleitoral, cujo trabalho resultou no primeiro Código Eleitoral do Brasil (Um código eleitoral é o conjunto de normas legislativas que rege o processo de eleição para cargos políticos).
 
Na economia
Por causa da crise do café, o governo queimou milhões de sacas, mas a crescente concorrência estrangeira necessitava de outras medidas, diminuindo assim a importância do café;
Houve o incentivo a diversificação  frutas, algodão;
A indústria ganha razoável impulso. Entre os vários fatores destacaram-se:
 Diminuição das importações;
Atendimento ao mercado externo.
A crise econômica mundial de 1929, deflagrada com a quebra da Bolsa de Nova York, em 24 de outubro, que foi a maior na história do capitalismo, atingindo diversos países e paralisando suas atividades econômicas. Seus efeitos no Brasil derrubaram a política de valorização do café, iniciada em 1906 com a assinatura do Convênio de Taubaté - governo compraria todo o estoque de café que não fosse vendido – queimando se fosse o caso – e parte da produção excedente, de tal maneira que conseguisse, com isso, uma diminuição da oferta do produto, valorizando-o no mercado externo. O café, que respondia por 70% das exportações brasileiras, teve seu preço diminuído no mercado internacional. A crise do produto ameaçou a estabilidade do governo de Washington Luís que não permitiu a nova desvalorização da moeda, pleiteada pelos cafeicultores diante do desastre na Bolsa de NY.
O regime centralizador, por vezes autoritário, do Getulismo ou Era Vargas estimula a expansão das atividades urbanas e desloca o eixo produtivo da agricultura para a indústria, estabelecendo as bases da moderna economia brasileira.
Contradições do governo
O governo provisório não parecia tão provisório. Getúlio demorava a convocar a Assembleia Constituinte. Além disso passada a euforia inicial, manifestaram-se as divergências entre os inúmeros grupos vitoriosos.
 Em São Paulo o descontentamento era maior; além de ter um interventor que não era paulista, os fazendeiros de café estavam ansiosos para recuperar o poder.
Motivações da Revolução de 9 de julho de 1932
Explode a Revolução Constitucionalista de São Paulo
Inconformismo dos setores ligados aos grupos econômicos mais poderosos de São Paulo, por verem enfraquecida sua influência.
O problema político da nomeação dos interventores.
Interesse na reconstitucionalização do regime, que resultaria na democratização do país.
A política centralizadora de Vargas desagrada as oligarquias estaduais, especialmente as de São Paulo. As elites políticas, sentem-se prejudicadas. E os liberais reivindicam a realização de eleições e o fim do governo provisório. 
O governo Vargas reconhece oficialmente os sindicatos dos operários, legaliza o Partido Comunista e apóia um aumento no salário dos trabalhadores. Estas medidas irritam ainda mais as elites paulistas. 
O estopim
Em 23 de maio de 1932, realizou-se um ato de protesto onde milhares de pessoas participaram, no ato morreram os estudantes: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Do nome dessas quatro primeira vítimas, foi tirada a sigla MMDC, símbolo da revolução.
Em 9 de julho de 1932, esperando apoio de outros estados inicia-se a revolução.
Em todos os Estados, aqueles que adeririam à revolução, foram rapidamente tirados de cena.
Esperando apoio, os paulistas preferiram fortificar-se nas fronteiras do Estado do Rio de Janeiro.
Vencidos pela evidente superioridade federal em armas, munições, aviões e navios, os paulistas renderam-se em 28 de Setembro de 1932.
Embora derrotados, os revolucionários paulistas, conseguiram, pouco mais tarde, a concretização de um dos objetivos de sua luta. Em 3 de maio de 1933. Foi realizada a eleição para a escolha dos membros da Assembleia Constituinte, que votou o projeto da Constituição de 1934.
A Constituição de 1934
Alteração do conceito de Estado de cunho Liberal americano para Estado Social (influência da Constituição da República Alemã de Weimar (1919).
Da Constituição de 1891, manteve-se a federação, as eleições diretas e o mandato presidencial de quatro anos (sem reeleição imediata). No entanto, a eleição do primeiro Presidente da República deveria ser indireta: venceu na disputa presidencial, Getúlio Vargas.
Medidas Constitucionais:
Extinção do cargo de vice-presidente
Remédios constitucionais: habeas-corpus (proteção da liberdade pessoal) e criação do mandado de segurança (defesa do direito, certo e incontestável, ameaçado ou violado por ato manifestamente inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade) e ação popular (Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a declaração de nulidade ou anulação dos atos lesivos do patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios).
Inclusão de Capítulos referente: a Ordem Econômica e Social, Família, Educação e Cultura como deveres do Estado – ensino primário obrigatório e Segurança Nacional.
Admissão do sufrágio feminino obrigatório para maiores de 18 anos, alfabetizada, quando estas exerçam função pública remunerada.
Em relação ao controle difuso de constitucionalidade houve a adoção de um tratamento especial – consagrou-se a competência do Senado Federal para suspender a execução de lei ou ato declarado inconstitucional pela Corte Suprema
Previsão da Justiça do Trabalho; porém, não como órgão do Poder Judiciário
Constitucionalizou-se a assistência jurídica gratuita aos necessitados
A Constituição de 1934
Instituição da Justiça do Trabalho, salário mínimo, jornada de 8 horas, repouso semanal obrigatório, férias remuneradas, indenização por dispensa sem justa causa
No texto constitucional, artigo 121, proibiram-se as diferenças salariais com base em diferenças de sexo, idade, nacionalidade ou estado civil. Foram estabelecidos salários mínimos regionais; jornada de trabalho de oito horas; descanso semanal; férias anuais remuneradas; indenização do trabalhador em caso de demissão sem justa causa; regulamentação das profissões; proibição do trabalho a menores de 14 anos, de trabalho noturno para menores de 16 anos, de trabalho reconhecidamente nocivo à saúde aos menores de 18 anos e às mulheres (licença maternidade).
 Competência para elaboração de Legislação: somente a União poderia legislar (centralização), conforme Art. 5, inciso XIX – legislar sobre:
Direito penal, comercial, civil, aéreo e processual; registros públicos e juntas comerciais;
Divisão judiciária da União, do distrito Federal e dos Territórios, e organização dos juízos e tribunais respectivos
Nacionalização das riquezas do subsolo (se estabeleceu o princípio da propriedade nacional do subsolo, explorável privadamente mediante explicita concessão estatal)
Direito ao governo de estatizar empresas nacionais ou estrangeiras de acordo com o interesse geral
Voto universal, secreto e direto – maioridade eleitoral 18 anos (menos para analfabetos e praças de pré–soldados e mendigos) – Justiça Eleitoral como órgão do Poder Judiciário
A Constituição da República de 1934
Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, promulgada em 16 de julho de 1934
São órgãos da soberania nacional, dentro dos limites constitucionais, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, independentes e coordenados entre si.
PODER EXECUTIVO  exercido pelo Presidente da República por uma mandato de 4 anos, por sufrágio universal, direto, secreto e maioria dos votos; sem reeleição imediata. 
Nota: Disposições Transitórias do texto constitucional de 1934 – Art. 1º - Promulgada esta Constituição a Assembleia Nacional Constituinte elegerá, no dia imediato, o Presidente da República para
o primeiro quadriênio constitucional.
PODER LEGISLATIVO  Era exercido pela Câmara dos Deputados com a colaboração do Senado Federal. Rompia-se, assim, o princípio do bicameralíssimo rígido ou paritário, no qual as duas Casas exercem funções básicas idênticas. Estabelecendo um bicameralíssimo desigual ou unicameralíssimo imperfeito, já, como dito, o Senado Federal era mero colaborador da Câmara dos Deputados.
Câmara de Deputados (representantes do povo)  mandato de 4 anos, eleitos mediante sistema proporcional e sufrágio universal, igual e direto e, também, de representantes eleitos pelas organizações profissionais na forma que a lei indicasse (representação corporativista na Câmara dos Deputados – os Deputados das profissões serão eleitos na forma da lei ordinária por sufrágio indireto das associações profissionais.)
A Constituição da República de 1934
PODER LEGISLATIVO
Senado Federal (representantes dos Estados)  Composto de 2 representantes de cada Estado e o do Distrito Federal – mandato de 8 anos, eleitos mediante sufrágio universal, igual e direto. Competência: possui a incumbência de promover a coordenação dos Poderes federais entre si, manter a continuidade administrativa, velar pela Constituição, colaborar na feitura das leis e praticar os demais atos de sua competência. Suspender a execução, no todo ou em parte, de qualquer lei ou ato, deliberação ou regulamento quando tenham sido declarados inconstitucionais pelo Poder Judiciário.
PODE JUDICIÁRIO  órgãos do Poder Judiciário: 
Corte Suprema  sede na capital da República e jurisdição em todo o território nacional, compõe-se de 11 Ministros nomeados pelo presidente da República, com aprovação do Senado Federal; 
Juízes e Tribunais Federais (nomeação feita pelo Presidente da República dentre cinco cidadãos indicados por escrutínio secreto pela Corte Suprema); 
Juízes e Tribunais Militares e Juízes e Tribunais Eleitorais.
É estabelecido ao exercício da magistratura as garantias constitucionais da inamovibilidade, vitaliciedade e irredutibilidade de vencimentos.
Direito Políticos na Constituição da República de 1934
Art. 108  são eleitores os brasileiros de um ou outro sexo, maiores de 18 anos, que se alistarem na forma da lei.
Não podem ser eleitores  os que não saibam ler e escrever; os praças de pré, os mendigos e os que estiverem privados dos direito políticos (temporária ou definitivamente).
O alistamento e o voto são obrigatórios para os homens e para as mulheres, quando estas exerçam função pública remunerada.
Direito Políticos na Constituição da República de 1934
Direitos de 1ª Dimensão  São direitos civis e políticos. Trata-se dos direitos individuais vinculados à liberdade, à igualdade, à propriedade, à segurança e à resistência às diversas formas de opressão. (Cenário político do Estado Liberal pós-absolutista, caracterizado como Estado mínimo) – Liberdade, civil e politicamente considerada. Titular: o Homem na sua individualidade.
Direitos de 2ª. Dimensão  São os direitos sociais, econômicos e culturais. (Estado Assistencialista/Estado do Bem Estar Social). Igualdade. Titular: Indivíduo.
Direitos de 3ª. Dimensão  São os direitos metaindividuais, transindividuais, direitos coletivos e difusos. Solidariedade/Fraternidade. Titular não é mais o homem individual, nem tampouco regulam as relações indivíduos e Estado, mas agora dizem respeito à proteção de categorias ou grupos de pessoas – proteção do corpo social, do gênero humano (família, povo, nação), não se enquadrando nem no público, nem no privado. Incluem-se: direito a paz, a autodeterminação dos povos, ao meio ambiente sadio, a qualidade de vida, direito de comunicação, a defesa do consumidor, a infância e juventude, ao progresso, ao patrimônio cultural da humanidade.
Direitos de 4ª. Dimensão  São os direitos referentes a biotecnologia, a bioética e a regulação da engenharia genética e o direito a democracia, a informação e ao pluralismo. Trata-se dos direitos específicos que tem vinculação direta com a vida humana, como a reprodução humana assistida (inseminação artificial), aborto, eutanásia, cirurgias intra-uterinas, transplantes de órgãos, engenharia genética (clonagem), contracepção. Fundamento: Globalização do Estado neoliberal. Tb denominado direito dos povos.
Direito Políticos na Constituição da República de 1934
Direitos de 5ª Dimensão  São os “novos” direitos advindos das tecnologias de informação (Internet), do ciberespaço e da realidade virtual em geral.
“A passagem do século XX para o novo milênio reflete uma transição paradigmática da sociedade industrial para a sociedade da era virtual ou digital. É extraordinário o impacto do desenvolvimento da cibernética, das redes de computadores, do comércio eletrônico, das possibilidades da inteligência artificial e da vertiginosa difusão da internet sobre o campo do Direito, sobre a sociedade mundial e sobre os bens culturais do potencial massificador do espaço digital.”
Urge, pois, que o Direito se apresse em regulamentar a ciência da informática ou computação, o direito à privacidade e à informação e o controle dos crimes via rede, ou seja, incitação de crimes de uso de droga, de discriminação étnica e intolerância religiosa, de abuso e exploração de menores, pirataria, apropriação indevida e criminosa de propriedade intelectual e direitos autorais, ameaça de difamação e calúnia de pessoas e tantos outros.
A Carta de 1934 e a Segunda Geração de Direitos Fundamentais
ANL X AIB
Neste período de governo de Getúlio, cresceu muito a radicalização político-ideológica no Brasil.
Com as idas e vindas do governo Vargas, a presença das oligarquias ainda no poder, os trabalhadores em luta por reformas mais amplas e os tenentes insatisfeitos e estes últimos polarizaram-se em dois blocos:
ANL  Aliança Nacional Libertadora (movimento dominado pelo PCB) 
1935 – liderado por Luis Carlos Prestes. (movimento de esquerda)
AIB  Ação Integralista Brasileira (inspiração nazi-fascista) 
1932 – liderado por Plínio Salgado. (movimento de direita)
Estes dois grupos durante governo Vargas repetem a briga do fascismo e do socialismo na Europa e, são utilizados de acordo com os interesses do governo
No dia seguinte à promulgação da Constituição, Vargas foi eleito presidente, o governo provisório dava lugar a um governo constitucional com duração de quatro anos.
No contexto mundial as doutrinas variavam entre o fascismo e o socialismo soviético, a democracia liberal estava em baixa. No Brasil isso reflete na criação da ANL e da AIB.
Aliança Nacional Libertadora – 1935 (ligou-se o PCB)
Reunia intelectuais, operários, estudantes, membros da classe média e militares de tendência democrática, socialista ou comunista. Entre os seus preceitos defendia:
A formação de um governo “antiimperialista”, ou seja, um governo popular;
A reforma agrária;
Ampliação das liberdades democráticas;
Cancelamento da dívida externa;
Nacionalização das empresas estrangeiras
O seu presidente de honra era Luís Carlos Prestes.
Liderada pelo escritor Plínio Salgado, inspirava-se no modelo nazi-fascista e propunha entre outras coisas para o Brasil:
Extinção das democracias representativas – pregava a existência de um partido político único, negando a representação individual dos cidadãos e se opondo ao liberalismo, socialismo e ao capitalismo financeiro;
Destruição do movimento operário independente;
Propunha, portanto, um governo totalitário;
Sua principal base de apoio era a classe média urbana. E congregava também oficiais das Forças Armadas, grandes proprietários e empresários. Vestiam camisas verdes e tinham o grito ANAUÊ como palavra de ordem e a letra sigma (Σ) do alfabeto grego como símbolo. O Integralismo tinha, também, como lema Deus, Pátria e Família.
Lei de Segurança Nacional (LSN)
A Lei de Segurança Nacional, promulgada em 4 de abril de 1935, definia crimes contra a ordem política e social. Sua principal finalidade era transferir
para uma legislação especial os crimes contra a segurança do Estado, submetendo-os a um regime mais rigoroso, com o abandono das garantias processuais.
A LSN foi aprovada, após tramitar por longo período no Congresso e ser objeto de acirrados debates, num contexto de crescente radicalização política, pouco depois de os setores de esquerda terem fundado a Aliança Nacional Libertadora. Nos anos seguintes à sua promulgação foi aperfeiçoada pelo governo Vargas, tornando-se cada vez mais rigorosa e detalhada. Em setembro de 1936, sua aplicação foi reforçada com a criação do Tribunal de Segurança Nacional.
Após a queda da ditadura do Estado Novo em 1945, a Lei de Segurança Nacional foi mantida nas Constituições Brasileiras que se sucederam. No período dos governos militares (1964-1985), o princípio de Segurança Nacional iria ganhar importância com a formulação, pela Escola Superior de Guerra, da Doutrina de Segurança Nacional. Setores e entidades democráticas da sociedade brasileira, como a Ordem dos Advogados do Brasil, sempre se opuseram à sua vigência, denunciando-a como um instrumento limitador das garantias individuais e do regime democrático.
Tribunal de Segurança Nacional (TSN)
Tribunal de Exceção instituído em setembro de 1936, subordinado à Justiça Militar. Era composto por juízes civis e militares escolhidos diretamente pelo Presidente da República e deveria ser ativado sempre que o país estivesse sob o estado de guerra (situação em que uma nação, com ou sem declaração de guerra, inicia hostilidades contra outra suspendendo todas as garantias constitucionais consideradas direta ou indiretamente prejudiciais à segurança nacional).
A criação do TSN está ligada à repressão aos envolvidos no fracassado levante comunista de novembro de 1935, quando militantes da Aliança Nacional Libertadora se insurgiram contra o governo de Getúlio Vargas nas cidades de Natal, Recife e Rio de Janeiro. A função do Tribunal era processar e julgar, em primeira instância, as pessoas acusadas de promover atividades contra a segurança externa do país e contra as instituições militares, políticas e sociais. Entre setembro de 1936 e dezembro de 1937, 1.420 pessoas foram por ele sentenciadas.
Com a implantação da ditadura do Estado Novo, em novembro de 1937, o TSN deixou de se subordinar ao Superior Tribunal Militar e passou a desfrutar de uma jurisdição especial autônoma. Ao mesmo tempo, tornou-se um órgão permanente. Nesse período passou a julgar não só comunistas e militantes de esquerda, mas também integralistas e políticos liberais que se opunham ao governo.
O TSN foi extinto após a queda do Estado Novo, em outubro de 1945
Motivações do golpe do Estado Novo
 Em julho de 1935, foi lançado por Prestes o manifesto que proclamava: “Todo o poder à ANL (Aliança Nacional Libertadora)!” e divulgado a Nação por Carlos Lacerda  o governo interpretou como um chamado à insurreição e colocou-a na clandestinidade.
Após o fechamento da ANL, o Partido Comunista começa a preparar uma insurreição armada. Em 23 de novembro de 1935 estoura em Natal um levante de militares ligados ao partido. No dia seguinte, o mesmo ocorre no Recife e, no dia 27, no Rio de Janeiro. A rebelião fica restrita aos muros dos quartéis, mas serve de argumento para o Congresso decretar estado de sítio. A polícia, dirigida por Filinto Müller, desencadeia violenta repressão aos comunistas.
Com a supressão do movimento, Getúlio decreta estado de sítio por um ano, reprimindo e perseguindo violentamente todos ligados à ANL.
Prestes é preso juntamente com Olga Benário, que é extraditada grávida para a Alemanha nazista, Prestes é mantido preso até o final do Estado Novo.
O estado de sítio aumenta o poder de Vargas e de alguns altos oficiais do Exército e da própria polícia política do Distrito Federal. Crescem a repressão aos movimentos sociais e a conspiração para instaurar uma ditadura no país. É nesse clima que se inicia a campanha para as eleições presidenciais, previstas para janeiro de 1938.
Motivações do golpe do Estado Novo
Campanha eleitoral Três candidatos são lançados à Presidência. O paulista Armando de Sales Oliveira é apoiado pelos partidos Constitucionalista (sucessor do Partido Democrático) e Republicano Mineiro, pelo governador gaúcho, José Antônio Flores da Cunha, e por facções liberais de outros Estados. O paraibano José Américo de Almeida é apoiado pelo Partido Libertador do Rio Grande do Sul, pelo governo de Minas e pela maioria das oligarquias nordestinas. O terceiro candidato é o integralista Plínio Salgado. Vargas declara seu apoio a José Américo, mas, ao mesmo tempo, encomenda secretamente ao jurista Francisco Campos, simpatizante do fascismo e futuro Ministro da Justiça, uma nova Constituição para o Estado autoritário que pretende estabelecer.
Plano Cohen O Congresso Nacional sentindo as manobras de Vargas impede-o de renovar o Estado de Sítio no País e prestes ao mandato presidencial expirar em 1937 e a intenção de continuar no Poder Executivo Federal. Em 30 de setembro de 1937 o general Góis Monteiro, chefe do Estado-Maior do Exército, divulga à nação o "tenebroso" Plano Cohen: uma suposta manobra comunista para a tomada do poder através da luta armada, assassinatos e invasão de lares. O Plano não passa de uma fraude forjada nas dependências do Estado Maior das Forças Armadas para justificar o golpe de estado. Frente à "ameaça vermelha", o governo pede ao Congresso a decretação de estado de guerra, concedido em 1º de outubro de 1937. É o início do golpe (10/11/1937) – o Congresso Nacional foi cercado por tropas da polícia militar, implantando-se assim o regime do Estado Novo, com Vargas na chefia do Executivo Federal.
Ainda em 1937 é estabelecida uma nova Constituição inspirada na Constituição Polonesa (1935) de cunho fascista. Esta é apelidada de polaca, o autoritarismo agora era letra da lei.
Estado Novo de Vargas – Constituição de 1937
A Constituição de 1937 - 10/11/1937 (denominada “A Polaca” por inspiração na Constituição Polonesa de 1935) - Outorgada por Getúlio Vargas – uma Constituição da Ditadura  TODO PODER AO EXECUTIVO FEDERAL.
Durante todo o Estado Novo, Getúlio Vargas exerceu o Poder Executivo Federal legitimado por Decretos-Leis sobre todas as matérias de competência legislativa da União, enquanto não se reunir o Parlamento Nacional. 
 O Executivo é considerado "órgão supremo do Estado" e o Presidente é a "autoridade suprema" do País (onde embora houvesse a afirmação que o poder emanaria do povo, este era representado exclusivamente pelo Presidente da República).
Não há separação dos Poderes  o princípio da separação e independência dos Poderes foi eliminado ficando a competência dos Poderes condicionada aos interesses do Presidente da República.
Foram dissolvidos (art. 178) o Congresso, as Assembléias Estaduais e as Câmaras Municipais, prevendo-se eleições para o Parlamento após a realização do Plebiscito (art. 187). Portanto, o Executivo Federal interferia diretamente nos Estados mediante escolha e nomeação de interventores. Legislativo (Federal, Estadual e Municipal) durante a Ditadura Varquista jamais existiu.
 Os partidos políticos são extintos e instala-se o regime corporativista, sob autoridade direta do Presidente.
 A “Polaca" institui a pena de morte e o estado de emergência, que permite ao Presidente suspender as imunidades parlamentares, invadir domicílios, prender e exilar opositores.
Marcada por características corporativistas e pela proeminência do poder central sobre os estados e do Poder Executivo sobre o Legislativo e o Judiciário. 
Constituição da República - 1937
Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, decretada pelo Presidente da República em 10/11/1937
Forma de Estado  o Brasil é um Estado Federal, constituído pela união indissolúvel dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. É mantida a sua divisão política e territorial.
Na prática, contudo, as autonomias estaduais foram reduzidas, o regime federativo foi simplesmente
nominal, havendo constante, senão permanente, verificação dos governos estaduais por interventores federais. Por sua vez, vereadores e prefeitos eram nomeados pelos interventores de cada estado.
Organização dos Poderes em conformidade com a Carta de 1937
A teoria clássica da tripartição dos Poderes de Montesquieu foi formalmente mantida. Entretanto, na prática, tendo em vista o traço autoritário do regime político, o Legislativo não existiu e o Judiciário foi “esvaziado” de seu poder autônomo e independente.
PODER EXECUTIVO  Presidente da República, autoridade suprema do Estado. Estabeleceu-se eleição indireta (Colégio Eleitoral) para sua escolha com mandato de 6 anos.
O Colégio Eleitoral do Presidente da Republica compõe-se:
Eleitores designados pelas Câmaras Municipais, elegendo cada Estado um número de eleitores proporcional à sua população, não podendo, entretanto, o máximo desse numero exceder de vinte e cinco
de 50 eleitores, designados pelo Conselho da Economia Nacional, dentre empregadores e empregados em numero igual
de 25 eleitores, designados pela Câmara dos Deputados e de 25 designados pelo Conselho Federal, dentre cidadãos de notória reputação.
Parágrafo único: Se o Presidente da Republica indicar candidato, a eleição será direta e por sufrágio universal entre os dois candidatos. Neste caso, o Presidente da Republica terá prorrogado o seu período até a conclusão das operações eleitorais e posse do Presidente eleito.
Organização dos Poderes em conformidade com a Carta de 1937
PODER LEGISLATIVO  será exercido pelo Parlamento Nacional, com a colaboração do Conselho de Economia Nacional e do Presidente da República.
§ 1º O Parlamento Nacional compõe-se de duas Câmaras: a Câmara dos Deputados e o Conselho Federal (assim, como se percebe, o Senado Federal deixou de existir durante o Estado Novo). 
Câmara dos Deputados seria composta de representantes do povo eleitos mediante sufrágio indireto para mandato de 4 anos. 
Conselho Federal seria composto de representantes dos Estados e 10 membros nomeados pelo Presidente da República – a duração do mandato era de 6 anos.
Cabe alertar: nos termos do art. 178, foram dissolvidos a Câmara dos Deputados, o Senado Federal anteriormente vigente, as Assembleias Legislativas dos Estados e as Câmaras Municipais, marcando-se eleições futuras para o novo Parlamento Nacional, após a realização do Plebiscito que referendasse o texto da Constituição de 1937. Enquanto não se reunisse o Parlamento Nacional, o Presidente da República tinha o poder de expedir Decretos-leis sobre todas as matérias de competência legislativa da União. Na prática, portanto, o Poder Legislativo nunca chegou a se instalar durante a vigência do Estado Novo.
Organização dos Poderes em conformidade com a Carta de 1937
PODER JUDICIÁRIO
Órgãos do Poder Judiciário: Supremo Tribunal Federal (composto de 11 Ministros, nomeados pelo Presidente da Republica, com aprovação do Conselho Federal), Juízes e Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, Juízes e Tribunais Militares. A Justiça Eleitoral foi extinta, como também os partidos políticos por força de decreto-lei.
O Judiciário, contudo, foi esvaziado – no caso de ser declarada a inconstitucionalidade de uma lei que, a juízo do Presidente da República, fosse necessária ao bem estar do povo, à promoção ou defesa de interesse nacional de alta monta, poderia o Presidente da República submetê-la novamente ao exame do Parlamento Nacional: se este a confirmasse por 2/3 dos votos em cada uma das Câmaras, ficaria sem efeito a decisão do Tribunal.
Outra demonstração de força do poder central – Presidente da República – ao estabelecer que durante o estado de emergência ou o estado de guerra, os atos praticados em virtude deles, não poderiam ser conhecidos por qualquer Juiz ou Tribunal.
O Estado Novo de Vargas
Do ponto de vista político-administrativo, seu conteúdo era fortemente centralizador, ficando a cargo do Presidente da República a nomeação das autoridades estaduais - os interventores. Aos interventores, por seu turno, cabia nomear as autoridades municipais. 
Quanto a evolução da Jurisdição Constitucional no País, a Carta Constitucional de 1937 representou um grande retrocesso no controle de constitucionalidade; pois no controle difuso criou-se a possibilidade do Presidente da República submeter ao reexame do Parlamento a decisão do Poder Judiciário que havia declarado a inconstitucionalidade da lei  mediante deliberação de dois terços dos membros do Legislativo tornar nula a decisão de inconstitucionalidade da lei pelo Poder Judiciário.
Características do Governo
O poder é centralizado no Executivo e cresce a ação intervencionista do Estado. As Forças Armadas passam a controlar as forças públicas estaduais, apoiadas pela polícia política de Filinto Müller. 
O período do Estado Novo foi marcado ainda pelo forte clima repressivo e pelas frequentes violações aos direitos individuais. 
Prisões arbitrárias, tortura e assassinato de presos políticos e deportação de estrangeiros são constantes
Classes médias.
 Amplos setores das burguesias agrária e industrial.
 Rapidamente Vargas amplia suas bases populares recorrendo à repressão e cooptação dos trabalhadores urbanos.
 Sua principal sustentação, porém, são as Forças Armadas
O Estado Novo é apoiado por
Característica da Constituição de 1937
A Constituição do Estado Novo possui como marca enquanto existência apenas ser nominal, ou seja, expressão dotada apenas de um corpo textual meramente formal, embora constata-se que grande parte das normas constitucionais expressa pelo Jurista mineiro Francisco Campos, que viria a ser o Ministro da Justiça no Estado Novo – nome dado à Ditadura de Vargas – permaneceram inaplicadas, exceção notória aos DISPOSITIVOS FINAIS E TRANSITÓRIOS – dispositivos esses, autoritários e que, portanto, prestavam-se àquelas demandas imediatas do Poder Executivo Federal.
Na consideração de Boris Fausto*, a chave da compreensão da legitimação jurídica do Estado Novo encontra-se no âmbito constitucional das disposições finais e transitórias; pois conforme o artigo 186, o estado de emergência era declarado em todo o País, por conseguinte, o Congresso Nacional foi dissolvido bem como as liberdades civis garantidas constitucionalmente. E o governo federal, na pessoa de Getúlio Vargas, com poderes discricionários, inclusive para expedir decretos-leis relacionados a todas as matérias de responsabilidade do Executivo Federal.
Corroborando com o assunto em tela, depara-se com o art. 187, cujo texto expressa a realização de um Plebiscito Nacional que a referendasse, o que jamais foi feito. E sem a realização do plebiscito, que deveria ter ocorrido em até seis anos, contados a partir do início do mandato presidencial, sua aprovação definitiva, portanto, nunca ocorreu.
A Constituição de 1937 e o Cenário Mundial
A Constituição do Estado Novo Getulista vigeu ao longo de um período marcado por duas fases nitidamente distintas;
Ascensão e consolidação da própria ditadura estadonovista em consonância com a onda autoritária e fascista que varreu a Europa nos anos 30 e início da década de 40 (vide Mussolini, na Itália; Salazar, em Portugal).
A crescente dissonância entre o regime vigente do Estado Novo e a mudança nos rumos da Segunda Guerra Mundial, com a entrada dos Estados Unidos no conflito a partir de 1941 e com o realinhamento do Brasil no esforço de guerra contra as potências do Eixo (Alemanha, Japão e Itália).
Realizações do Estado Novo
Criou a  Justiça do Trabalho - Decreto-lei nº 1.237 - (1939)/ organiza a Justiça do Trabalho, porém também na esfera administrativa, passando efetivamente a funcionar em todo o País em 1º de maio de 1941.
Lei de Segurança Nacional (abril de 1935) – definição na forma da Lei – crimes contra a ordem política e social.
Setembro de 1936 – instituído o Tribunal de Segurança Nacional no âmbito da Justiça Militar.
A Consolidação das Leis
do Trabalho, também conhecida por CLT, em 1943 
A Carteira Profissional.
Criou a companhia Siderúrgica Nacional (1940).
A Vale do Rio Doce (1942).
Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945).
Em 1938 criou o IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 
Controle e Repressão
Em 1938, Vargas cria o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), encarregado de unificar e racionalizar o aparelho burocrático e organizar concursos para recrutar novos funcionários.
Em 27 de dezembro de 1939 é criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável pela censura aos meios de comunicação, pela propaganda do governo e pela produção do programa Hora do Brasil.
Revolta Integralista
Integralistas X Vargas 
Os integralistas apoiam o golpe de estado desde a primeira hora mas não conseguem participar do governo. Sentem-se logrados quando Getúlio Vargas extingue a Ação Integralista Brasileira junto com os demais partidos. 
Formam a Associação Brasileira de Cultura e passam a conspirar contra o ditador.
Tentam um primeiro golpe em março de 1938, mas são prontamente reprimidos.
Dois meses depois organizam a invasão do Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, com o objetivo de assassinar Vargas. A guarda do Palácio resiste ao ataque até chegarem tropas do Exército. Vários integralistas são presos e alguns executados no próprio Palácio.
Brasil na 2ª Guerra Mundial
Dois anos depois de instalada a Ditadura Vargas começa, então, a 2a Guerra Mundial. Apesar das afinidades do Estado Novo com o fascismo, o Brasil se mantém neutro nos três primeiros anos da guerra. Vargas aproveita-se das vantagens oferecidas pelas potências antagônicas e, sem romper relações diplomáticas com os países do Eixo – Alemanha, Itália e Japão –, consegue, por exemplo, que os Estados Unidos financiem a Siderúrgica de Volta Redonda.
Rompimento com o Eixo 
Em fevereiro de 1942 Vargas permite que os EUA usem as bases militares de Belém, Natal, Salvador e Recife
As forças do Eixo atacam navios mercantes brasileiros ao longo da costa, 5 deles – Araraquara, Baependi, Aníbal Benévolo, Itagiba e Arará – são torpedeados por submarinos alemães.
Morrem 652 pessoas e Vargas declara guerra contra a Alemanha e a Itália
 Força Expedicionária Brasileira (FEB) é criada em 23 de novembro de 1943
Os soldados brasileiros combatem em Nápoles, no vale do rio Pó, tomam Monte Castelo, vencem em Castelnuovo e participam da tomada de Montese
 Além da FEB, a FAB (Força Aérea Brasileira), participará dos combates dando suporte aéreo no combate
A queda do Estado Novo
A partir de 1942, quando a posição do Brasil se definiu claramente a favor das potências liberais, o engajamento no grande conflito não pôde deixar de repercutir na conjuntura política interna.
Estado inspirado no fascismo X empenho na luta antifascista. 
As repercussões da Segunda Guerra, se entrelaçaram a crise política interna, criando a conjuntura favorável ao desmantelamento do Estado Novo. 
As agitações pela redemocratização iniciaram-se com o I Congresso Brasileiro de Escritores (22/01/1945). Durante o encontro foi redigido um manifesto exigindo a legalidade democrática como garantia da completa liberdade de pensamento, e a instalação de um governo eleito pelo povo mediante sufrágio universal direto e secreto.
Da parte do governo há o Ato Adicional de número 9 (Lei Constitucional nº9 de 28/02/1945) à Constituição de 1937 que previa a realização de eleições em data a ser marcada 90 dias depois (as eleições para a Presidência da República e para o Parlamento Nacional seriam realizadas no dia 2 de dezembro de 1945, e em maio de 1946 se realizariam as eleições para os governos estaduais e assembleias estaduais. De acordo com as regras do jogo, Vargas poderia concorrer às eleições, desde que se desincompatibilizasse do cargo três meses antes do pleito).
A queda do Estado Novo
Logo depois, aparece a candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes, articulada pela oposição liberal, que, por sua vez, passa a constituir-se em partido: União Democrática Nacional (UDN).
Surge a candidatura do General Eurico Dutra, que fora Ministro da Guerra do Estado Novo. À sua volta articulavam-se as forças governistas, que logo dariam origem ao Partido Social Democrático (PSD).
Diante das pressões crescentes da opinião pública, Getúlio decretou anistia aos presos políticos.
O Partido Comunista, legalizado desde maio, expressou seu apoio ao governo de Getúlio.
Apesar de estranha, tal atitude do PCB estava de acordo com sua linha política, baseada no antiimperialismo e na aliança com as forças progressistas nacionais. Além disso, o apoio a Getúlio expressava também a presença da diretriz, fixada pela União Soviética, de formação de uma frente popular nos países que lutaram contra o Eixo (Japão, Alemanha e Itália). 
Queremismo
Movimento político surgido em maio de 1945 com o objetivo de defender a permanência de Getúlio Vargas na Presidência da República. O nome “Queremismo” se originou do slogan utilizado pelo movimento: “Queremos Getúlio”
Queremismo  No segundo semestre de 1945, a tônica das movimentações políticas mudou a ênfase. Até o primeiro semestre do mesmo ano, a campanha eleitoral absorvera as energias políticas.
A questão da Constituinte, que deveria reunir-se somente depois da eleição presidencial, marcada para 2 de dezembro daquele ano.
Surge o “Queremismo" (“Queremos Getúlio"), orientada pelos trabalhistas e apoiada pelos comunistas.
Vargas discretamente alimentou esses movimentos populares urbanos, propondo a "lei malaia" (junho de 1945), como ficou conhecida a lei antitruste, que tinha um caráter nitidamente nacionalista e antiimperialista. 
O Queremismo representou, portanto, o respaldo - ainda que indefinido - de que Getúlio necessitava para continuar no poder. E isso despertou na UDN uma desconfiança extrema a qualquer ação de Getúlio.
Queremismo
A situação se tornou mais clara a partir de agosto de 1945, quando surge o grito de "Constituinte com Getúlio”. 
Um grande comício pró-getulista, marcado para o dia 27, foi proibido pelo chefe de polícia do Distrito Federal. 
Em 29 de outubro de 1945, quando Vargas tentou substituir o chefe de Polícia do Distrito Federal, João Alberto Lins de Barros, por Benjamin Vargas, seu irmão, a manobra foi interpretada por seus adversários como um golpe para preparar sua continuidade no poder. No dia 29, o alto comando do Exército, tendo a frente o Ministro da Guerra, general Góes Monteiro, depôs Vargas da Presidência da República, que em seguida foi entregue ao Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro José Linhares.

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