Buscar

ATIVIDADE PARASITOLOGIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO INGÁ – UNINGÁ
MEDICINA VETERINÁRIA
PARASITOLOGIA 
Eurytrematose Pancreática Bovina, causada por Eurytrema pancreaticum
Acadêmico (a): 
Laricien
 
Kelen
 
Delonghi
Registro Acadêmico: 15250.16
Docente: 
Carla Resende Bastos
Março, 2018
Maringá – Paraná
Introdução
Diariamente estamos em contato direto ou indireto com parasitas que podem estar presentes em nosso organismo ou no meio externo como no solo, água, ou ambiente. Os parasitas, assim como o próprio nome diz, são organismos que necessitam de outro organismo para sobreviver, se alimentar, se reproduzir, ou seja, para realizar o seu ciclo de vida podendo causar danos ao hospedeiros no qual citamos que essa relação parasitária é desarmônica, ou essa relação pode ser harmônica, onde o parasita não causa danos ao hospedeiro.
O ciclo de vida dos parasitas são classificados em monoxeno e heteróxeno. Quando parasita tem uma predileção por única espécie de organismo, normalmente estes parasitas são os monóxenos que realizam todo o seu ciclo de vida em apenas uma espécie. E também tem os parasitas que realizam seu ciclo de vida em diversos hospedeiros diferentes podendo até obter o homem como hospedeiro definitivo, neste caso chamamos o seu ciclo de vida de heteróxeno. Essa informação é de extrema importância porque muitos desses parasitas podem causar doenças ou acometer a injúrias. E também possuem uma grande importância socioeconômica, uma vez que estes parasitas podem acometer animais de produção voltados para consumo humano, podendo causar a condenação parcial ou total de carcaça, ou até mesmo o descarte ou inutilização de produtos de origem animal.
Em abatedouros por exemplo, é comum existir relatos da presença de Fasciola, Cisticercose, Eurytremia entre muitos outros parasitas, onde muitas destas espécies utilizam o bovino como hospedeiro intermediário (para realizar certo período do seu ciclo de vida) e também utilizam o ser humano como hospedeiro definitivo, onde se instala em determinados órgãos e tecidos, podendo causar injúrias e doenças.
Eurytrema pancreaticum
São trematódeos ovais, vermelho-amarronzados, com formato de folha e medindo ao redor de 8-16 × 5-8,5 mm. O corpo é espesso; os trematódeos jovens possuem espinhos, em geral ausentes no verme adulto. A ventosa bucal é maior do que a ventosa ventral; a faringe e o esôfago são curtos. Os testículos situam-se, horizontalmente, logo atrás da ventosa ventral. Possuem um saco cirro tubular. O útero ocupa toda a parte posterior do corpo. 
Imagem 1
- Imagem de um 
Eurytrema
 
pancreaticum
 adulto
Hospedeiros 
Os primeiros hospedeiros intermediários de E. pancreaticum podem ser espécies de caramujos terrestres do gênero Bradybaena. Após serem ingeridos, os ovos do trematódeo eclodem no tubo digestivo do molusco e lá iniciam o seu desenvolvimento. A espécie de caramujo terrestre, Bradybaena similaris, Férussac, (1821), foi descrita no Brasil como o primeiro hospedeiro intermediário de E. pancreaticum (RAGUSA; CAMPOS, 1976). 
Após a saída do ovo, a larva penetra na parede do tubo digestivo do caramujo, onde se desenvolve em esporocisto-mãe ao produzir uma formação semelhante a uma massa arredondada, fixada à superfície externa da parede intestinal do molusco. Os esporocistos-mãe crescem, e no seu interior muitos esporocistos-filhos se desenvolvem. O desenvolvimento no interior do molusco completasse em 90 dias após a infecção sob temperatura de 26ºC, enquanto em condições ambientais pode levar de 250 a 350 dias. 
Imagem 2 – Ciclo de vida do 
eurytrema
 
spp
.
Os esporocistos-filhos, quando se tornam alongados, abandonam o esporocisto-mãe e migram da superfície externa do trato digestivo à abertura respiratória. Os esporocistos são eliminados pelo molusco através da abertura respiratória e chegam ao ambiente. Estes, por sua vez, contêm centenas de cercárias e sua morfologia é distinta para cada espécie de parasito. A emergência dos esporocistos filhos normalmente ocorre horas antes do amanhecer (ITAGAKI; CHINONE, 1982).
Segundo Basch (1966), os hospedeiros definitivos adquirem a infecção ao ingerir as esperanças infectadas juntas com as pastagens. Estudos realizados por Chinone e Itagaki (1976), Sakamoto et al. (1980) e Chinone; Fukase e Itagaki (1984) demonstraram que as metacercárias são liberadas dos cistos no duodeno e migram para os ductos pancreáticos.
	Nome científico
	Eurytrema pancreaticum
	Nome comum
	Trematódeo do pâncreas 
	Predileção
	Ductos pancreáticos, ductos biliares e duodeno
	Filo
	Platelmintos
	Classe
	Trematoda
	Família
	Dicrocoeliidae
Tabela 01 – Taxonomia do Eurytrema pancreaticum
Um dos problemas enfrentados na bovinocultura de corte e leite, são os endo e ectoparasitas que interferem diretamente no desenvolvimento, no rendimento dos animais, causando grandes prejuízos em toda a sua cadeia produtiva.
As espécies do gênero Eurytrema (LOOSS, 1907), chamam a atenção pelos índices que são observados em pâncreas de bovinos abatidos em matadouros frigoríficos nos diversos estados brasileiros (BRANT, 1962; AZEVEDO et al., 2000; YAMAMURA, 2005).
Destas espécies se destacam, Eurytrema pancreaticum e Eurytrema coelomaticum (GIARD; BILLET, 1892) que são parasitas comuns de ductos pancreáticos, ocasionalmente ductos biliares e raramente intestino delgado de ruminantes. O primeiro tem sido descrito em bovinos, caprinos, ovinos, bubalinos, suínos, camelídeos, cervídeos e homem, enquanto que o segundo ocorre em bovinos, caprinos, ovinos, bubalinos, leporinos e camelídeos (MATTOS JÚNIOR; VIANNA, 1987).
A Eurytrematose, é uma endoparasitose que causa lesões caracterizadas por pancreatite intersticial fibrosante e obliteração (destruição total ou parcial dos ductos pancreáticos), ela ocasiona injúrias em graus variados, assim como na função excretora do pâncreas citado acima. Portanto podemos afirmar que os processos digestivos e metabólicos dependentes das funções pancreáticas podem ser alterados e os animais portadores destas lesões pancreáticas, podem apresentar diminuição na digestibilidade e conseqüentemente, na assimilação de alimentos. A Perda de elementos protéicos e lipídicos pelas fezes também poderão ocorrer e refletir em alterações séricas, hematológicas e fecais muito antes dos animais demonstrarem sinais clínicos aparentes. (GASTE, 1991).
Patogenia e Patologia
Basch (1966) estudou a biologia de E. pancreaticum, também fez observações sobre a patologia e registrou alterações microscópicas e macroscópicas e ainda fez correlações entre o tamanho e a coloração dos parasitos e as condições dos órgãos parasitados. Verificou que havia correlação positiva e significativa entre o número de parasitos e o peso de pâncreas parasitado com E. pancreaticum, ou seja, à medida que aumenta o número de parasitos aumenta também o peso do pâncreas.	
Basch, também avaliou os aspectos microscópicos do pâncreas do bovino parasitado por E.pancreaticum e evidenciaram um quadro de pancreatite fibrosante crônica, caracterizado por exuberante fibroplasia que substituía extensas áreas do parênquima pancreático e por copiosos infiltrados celulares inflamatórios do tipo mononuclear, distribuídos de forma difusa ou em focos pelo tecido glandular, ora entre os ácidos, ora ao redor dos ductos pancreáticos. Foram observados ainda, degeneração pancreática; calcificação distrófica e ossificação membranosa metaplásica; atrofia de ácnos pancreáticos por compressão fibrosa e presença de ovos de Eurytrema spp. houve também comprometimento do pâncreas endócrino com a redução de números e dimensões das ilhotas de Langerhans. Os resultados mostraram que o parasito causa alterações nas células acinares e nos casos mais extremos havia a ausência destas células, decorrente da destruição acarretada pela fibrose.
Diagnóstico
 
O diagnóstico da eurytrematose bovina é realizado principalmente por exame coproparasitológico, porém este método é poucoutilizado na pratica clínica, sendo a parasitose muitas vezes somente diagnosticada durante a necropsia ou exame post-mortem. As técnicas coproparasitológicas para pesquisa de ovos de trematódeos encontradas na literatura dão especial referência a F. hepatica, Schistosoma mansoni e Paramphistomun spp..
As técnicas de diagnóstico, como as de exames coproparasitológico e a IDR, são importantes ferramentas no diagnóstico da euritrematose bovina, porém são necessários mais estudos para aperfeiçoar estas técnicas, bem como estudos epidemiológicos para estabelecer medidas de controle de hospedeiros intermediários, pois esta enfermidade causa importantes perdas econômicas para a bovinocultura.
Controle Terapêutico
 O combate destes trematódeos com os anti-helmínticos, normalmente utilizados em bovinos parecem ser ineficazes no tratamento. Sendo ainda desconhecidas drogas anti-helmínticas capazes de combater o parasitismo por Eurytrema. Muitos autores realizaram estudos in vivo em ruminantes, testando algumas drogas visando observar a eficácia anti-helmíntica das mesmas, principalmente contra trematódeos. (KUKHARENKO), testou drogas como hexacloroparaxilol, hexide, hexacloroetano, cyazide, sulfeno e clorofos, sendo estas drogas ineficazes contra o Eurytrema spp. Drogas como o bithionol, bithionol sulfóxido, thiabendazole e piperazina, também se mostraram ineficazes no controle da eurytrematose.
 O nitroxinile e o praziquantel mostraram-se eficazes contra a eurytrematose, baseando-se na diminuição de ovos eliminados pelas fezes, bem como presença de parasitos com suas estruturas deformadas. Em estudo realizado avaliando-se duas drogas, o praziquantel e o triclabendazole, sobre a forma adulta do parasito. O triclabendazole mostrou-se ineficaz no controle do trematódeo, sendo o praziquantel a droga de eleição, pois mostrou ter alguma atividade sobre a diminuição da motilidade das formas adultas do parasito.
Considerações finais
Os trematódeos do gênero Eurytrema, estão presentes em grande parte do mundo. Nos ruminantes estes parasitos raramente são diagnosticados através de técnicas coproparasitologicos, sendo comumente identificados apenas no momento do abate, na inspeção post mortem. Estes parasitos podem causar grandes prejuízos econômicos em relação a produção de carne e leite e o combate com antihelmínticos mostraram-se ineficazes, favorecendo a sua proliferação. As técnicas biomoleculares mostraram-se eficazes na caracterização da espécie de Eurytrema, demostrando-se ser um método mais confiável quando comparada as técnicas de caracterização morfológica. Além de possibilitar estudos através da filogenia, o que poderá trazer maiores informações sobre este gênero. 
Referências
AZEVEDO, J. R.; MANNIGEL, R. C.; BORBA,T. R.; BARBIÉRI, A. W.; OLIVEIRA, D. C. L.; HEADLEY,S. A.; JANEIRO, V. Prevalence and geographical distribution of bovine eurytrematosis in cattle slaughtered in Northern Paraná, Brazil. Maringá: CESUMAR, 2000;
BRANT, P. C. Freqüência de algumas parasitoses em carcaças e vísceras de bovinos abatidos em Belo Horizonte. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinaria e Zootecnia, Belo Horizonte, v.14, p.127-132, 1962.
GASTE, L. Avaliações laboratoriais em bovinos infectados e não infectados pelo Eurytrema coelomaticum. 1991. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária- Área: Clínica)- Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Botucatu.
GIARD, A.; BILLET, A. Sur quelques trematodes parasites dês boeufs du Tonkin. C.R. Social Biology, Madison, v.4, p.613-615, 1892.
JANSON, J. Note explicative dês objects exposés par l’Ecole Agricole et Forestére de Komaba. Paris, 1889.
MATTOS JÚNIOR, D. G.; VIANNA, S. S., O Eurytrema coelomaticum (Trematoda: Dicrocoeliidae) no Brasil. Arquivos Fluminenses de Medicina Veterinaria, Rio de Janeiro, v.2, n.1, p.3-7, 1987.
http://publicacoes.unifran.br/index.php/investigacao/article/view/1566; acesso em 12/03/2019 às 11:10h;

Continue navegando