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1) Unidade 03 – Princípios Constitucionais de Processo: Obs: Os Princípios são considerados “supernormas” em razão de serem normas gerais que exprimem valores do ordenamento jurídico, sendo, portanto, o ponto de referência para as demais regras que compõem o ordenamento jurídico, como explica Celso Antônio Bandeira de Mello ao definir os princípios como sendo mandamentos nucleares de um sistema, verdadeiros alicerces dele, e ainda disposições fundamentais que se irradiam sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definirem a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico. É o conhecimento dos princípios que preside a intelecção das diferentes partes componentes do todo unitário que é o sistema jurídico positivo. Obs: Os princípios processuais constitucionais, conforme admitido pela doutrina majoritária, genericamente são os presentes no artigo 5º da Constituição, dentro do Título Dos Direitos e Garantias Fundamentais, dentre os quais analisaremos abaixo apenas aqueles considerados mais importantes: a) Princípio do Devido processo legal: “Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal” Art. 5º, LIV, CF Considerado para a maioria da doutrina o Principio principal do qual irradiam os demais princípios, uma vez que a partir dele é possível garantir e serem observados direitos como: a citação e conhecimento do teor da acusação, o de provar por todos os meios a sua tese de defesa, direito ao contraditório e ampla defesa, à assistência judiciária e acesso gratuito à justiça, etc. b) Princípio da Isonomia “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e os estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade(...)” Art. 5º, caput, CF Por este princípio verifica-se que as partes de um processo devem receber um tratamento idêntico pelo órgão jurisdicional, sendo oferecidos a ambas as partes as mesmas faculdades e oportunidades processuais para apresentarem os seus direitos. c) Princípio do Juiz natural “Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente” Art. 5º, LIII, CF Por este princípio, apenas um órgão competente, conforme estabelecido pela Constituição Federal, pode processar e julgar o autor de um delito, vedando a criação de um Juízo ou Tribunal de exceção. d) Princípio do Contraditório e da Ampla defesa “Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.” Art. 5º, LV, CF Este princípio também é considerado um dos basilares dos demais, tendo em vista a sua importância para o alcance dos direitos e garantias fundamentais, consistindo o contraditório no direito a informação e também no direito a participação, enquanto que a ampla defesa refere-se a oportunidade que deve ser dada a parte de um processo de provar os fatos alegados por todos os meios de provas e) Princípio da Publicidade dos Atos processuais “A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. Art. 5º, LX, CF Este princípio objetiva dar transparência aos procedimentos processuais, evitando abusos, podendo ser restringido em casos previstos em lei, como nas hipóteses dos artigos 792, § 1º, 476, 481, 482 e 272 do Código de Processo Penal, e nos casos descritos pelo artigo 155 do Código de Processo Civil. f) Princípio do Duplo grau de jurisdição Apesar de não haver nenhuma menção explícita deste princípio no texto constitucional, razão pela qual a doutrina diverge em considerá-lo ou não um princípio de processo constitucional, observa-se que este princípio é uma garantia que dá ao litigante de poder submeter a sua pretensão à um reexame a fim de que a decisão proferida em instância inferior seja analisada e julgada por instância ou grau superior, desde que cumpridos os requisitos estabelecidos em lei e na constituição. Questões de fixação: 1) Cite três princípios constitucionais do processo e explique. 2) Explique a diferença entre os princípios da ampla defesa e do contraditório. 3) Explique o que significa o princípio do devido processo legal e a sua importância. 4) Qual princípio constitucional do processo dá a oportunidade aos litigantes de terem suas pretensões analisadas novamente após decisão de primeira instância. Bibliografia: * SIQUEIRA JR., Paulo Hamilton. Direito Processual Constitucional. São Paulo: Saraiva, 6ª edição, 2012. * CORREIA, Marcus Orione Gonçalves. Direito Processual Constitucional. 4ª ed. São Paulo : Saraiva, 2011. * MEDINA, Paulo Roberto de Gouvêa. Direito Processual Constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 5ª edição, 2012. * BARROSO, Luis Roberto. Curso de Direito Constitucional contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 5 edição, 2015. * MENDES, Gilmar Ferreira, COELHO, Inocêncio Mártires e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 10ª edição, 2015. * MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. São Paulo: Atlas, 9ª edição, 2013.
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