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Procedimentos Especiais

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL (Procedimentos Especiais) * Raimundo Leite * 2015
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1 RITOS COMUNS E RITOS ESPECIAIS:
1 - PROCEDIMENTOS (RITOS) DO PROCESSO COGNITIVO:
( PROCEDIMENTOS COMUNS: 
( PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO. 
( PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO. 
( PROCEDIMENTOS ESPECIAIS: Previstos em leis extravagantes (EXEMPLO: LEI DE LOCAÇÕES DE IMÓVEIS URBANOS; ETC.) e nos 890 a 1186/CPC. ( Os ritos especiais são específicos, parcial ou totalmente distintos dos ritos comuns. ( Se para uma ação determinada houver rito especial, este deve ser usado, pois o rito comum (ordinário ou sumário) tem caráter residual, contudo aplica-se, subsidiariamente o rito ordinário ao especial no que este for omisso (pú do 272/CPC).
2 - PROCEDIMENTOS (RITOS) ESPECIAIS:
( PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA: Há conflito de interesses retratado numa pretensão resistida (lide) (1º/CPC). 
( PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA: Reservada só à Justiça Comum (1º/CPC). 
( Corrente (: Adota a teoria clássica ou administrativista, ou seja, não há o exercício do direito de ação (há apenas um requerimento ao Juiz, que atua por equidade, e homologa o requerimento ou não); não há lide; não há partes (mas sim interessados); a decisão não é apta a fazer coisa julgada material. ( É possível a transformação da jurisdição contenciosa em voluntária, mas o oposto não ocorre, sob pena de extinção sem resolução do mérito, contudo, a jurisprudência, adotando o princípio da instrumentalidade, tem admitido a conversão da jurisdição voluntária em contenciosa, sem a extinção, pois a jurisdição é una (MAJORITÁRIA). 
( Corrente (: Adota a teoria revisionista ou jurisdicionalista, ou seja, embora não haja lide, há o exercício do direito de ação; há partes (o que não existe é contraparte); há processo, embora a decisão não seja apta a fazer coisa julgada material (mas faz coisa julgada formal) (Alexandre Câmara).
2 RITO DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS (JEC):
1 - NOÇÕES GERAIS SOBRE O JEC:
( CRIAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS: 
( JUIZADO ESPECIAL ESTADUAL: O I do 91/CRFB foi regulamentado pela Lei 9099-1995, que criou os JEC (Juizados Especiais Estaduais). ( Trata-se de uma norma federal que traça normas gerais sobre os JEC (Juizados Especiais Cíveis) e os JECRIM (Juizados Especiais Criminais), ambos pertencem à Justiça Comum Estadual. ( Serão criados pela União (no DF e Territórios) e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência (1º/Lei 9099-1995). ( Instituído o JEC, serão implantadas as curadorias necessárias e o serviço de assistência judiciária (56/Lei 9099-1995).
( JUIZADO ESPECIAL FEDERAL: A Lei 10259-2001 criou os JEF (Juizados Especiais Federais). ( Trata-se de uma norma federal que traça normas gerais sobre os JEFC e os JEFCRIM, ambos pertencem à Justiça Comum Federal. ( Aplica-se a eles, no que couber, o disposto na Lei 9099-1995 (1º/Lei 10259/2001).
( PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DOS JUIZADOS (MAS NEM SEMPRE EXCLUSIVOS): (2º/Lei 9099-1995): 
( PRINCÍPIO DA ORALIDADE: Tem como base a: 
( CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS: Para que a palavra oral possa prevalecer; portanto no JEC só há duas audiências e, em regra, no mesmo dia (audiência de conciliação e AIJ). 
( IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ: O Juiz que diretamente colheu as provas, identificando-se fisicamente com elas, é o mais apto a dar a decisão, contudo tal princípio é “furado” no Código de Processo Civil, só aplicado como exceção (132/CPC). 
( IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: Embora seja posição minoritária, há quem diga que tais decisões comportam embargos de declaração (48/Lei 9099-1995). 
( PRINCÍPIO DA SIMPLICIDADE: Afasta a utilização de termos rebuscados ou técnicos em favor de uma melhor compreensão daqueles que não têm vivência jurídica. 
( PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE: Mitiga o rigor formal extremado, característico de nosso Ordenamento Jurídico. ( Relacionado ao princípio do prejuízo (não há nulidade de ato processual sem prova de prejuízo) e ao princípio da instrumentalidade (o ato processual é válido, mesmo se praticado de forma diversa, desde que atinja sua finalidade essencial). 
( PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL: Obter o maior resultado com o mínimo de emprego de atividade processual. 
( PRINCÍPIO DA CELERIDADE: Em sede de JEC, o principal enfoque deve recair sobre a rapidez processual, em lugar da segurança jurídica (EXEMPLO: NOS DIREITOS DE CRÉDITO “TEMPO É DINHEIRO”, PORTANTO UMA DECISÃO NÃO TÃO JUSTA PODE TER MELHOR EFEITO QUE UMA DECISÃO MAIS JUSTA, PORÉM VAGAROSA. ADEMAIS O AUTOR, AO OPTAR PELO JEC, IMPLICITAMENTE ESTÁ ABRINDO MÃO DA SEGURANÇA JURÍDICA QUE TERIA NO JUÍZO COMUM DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL EM FAVOR DA CELERIDADE). 
( PRINCÍPIO DO INCENTIVO À CONCILIAÇÃO E À TRANSAÇÃO: São modalidades de composição das pretensões processuais. ( Na transação ocorrem concessões mútuas. ( Na conciliação, mais abrangente, insere-se toda e qualquer forma de entendimento (mesmo que uma das partes se submeta integralmente à vontade da outra). ( Em sede de JEC haverá uma audiência para que possa ocorrer a conciliação, a transação ou a instituição de juízo arbitral (audiência de conciliação). ( Caso isso na ocorra parte-se, em regra no mesmo dia, para a AIJ (audiência de instrução e julgamento).
2 - COMPETÊNCIA DO JEC:
( OPCIONALIDADE PELO RITO SUMÁRIO DO CPC OU PELO RITO SUMARÍSSIMO DO JEC: 
( Corrente (: A utilização do JEC é optativa, salvo os casos em que a lei proíbe que a pessoa seja parte ou que determinada ação tramite no JEC (MAJORITÁRIA). 
( Corrente (: Fora o caso de não existir JEC na comarca e os casos de veto por lei de certas pessoas e causas no JEC, não há opção para a parte, pois a competência do JEC é constitucional. 
( Corrente (: Apenas nos casos dos I e IV do 3º/Lei 9099-1995 há opção, pois o limite do valor da causa somente é exigido para esses dois casos; nas hipóteses dos II e III do 3º/Lei 9099-1995, em que não há limite de valor, não há a opcionalidade. 
( COMPETÊNCIA RATIONE VALORIS: Como visto, a corrente majoritária admite que o autor opte pelo rito sumaríssimo do JEC ou pelo rito comum do Código de Processo Civil, mas se o valor da causa for maior que 40 salários mínimos e o autor optar pelo JEC, deve renunciar o excedente, ou seja, só pode cobrar do réu o crédito de valor de 40 salários mínimos, salvo hipótese de conciliação entre as partes ou no caso de competência ratione materiae. ( No caso de bem imóvel com valor maior de 40 salários mínimos será viável a ação no JEC apenas se o imóvel for divisível (3º e § 3º/Lei 9099-1995). 
( COMPETÊNCIA RATIONE MATERIAE: Como visto, a corrente majoritária admite que o autor opte pelo rito sumaríssimo do JEC ou pelo rito comum do CPC, porém o JEC é absolutamente incompetente para analisar matérias (salvo se o valor da causa for inferior a 40 salários mínimos) diferentes das enumeradas nos 3º e II, III e IV/CPC, ou seja: 
( AÇÕES DO II DO 275/CPC: (EXEMPLO: ARRENDAMENTO RURAL E PARCERIA AGRÍCOLA; COBRANÇA AO CONDÔMINO DE QUAISQUER QUANTIAS DEVIDAS AO CONDOMÍNIO; RESSARCIMENTO POR DANOS EM PRÉDIO URBANO OU RÚSTICO; RESSARCIMENTO POR DANOS CAUSADOS EM ACIDENTE DE VEÍCULO DE VIA TERRESTRE; COBRANÇA DE SEGURO, RELATIVAMENTE AOS DANOS CAUSADOS EM ACIDENTE DE VEÍCULO, RESSALVADOS OS CASOS DE PROCESSO DE EXECUÇÃO; COBRANÇA DE HONORÁRIOS DOS PROFISSIONAIS LIBERAIS, RESSALVADO O DISPOSTO EM LEGISLAÇÃO ESPECIAL; REVOGAÇÃO DE DOAÇÃO;  DEMAIS CASOS PREVISTOS EM LEI). 
( AÇÃO DE DESPEJO PARA USO PRÓPRIO. 
( AÇÕES POSSESSÓRIAS SOBRE IMÓVEIS DE VALOR NÃO EXCEDENTE A 40 SALÁRIOS MÍNIMOS. 
( Observação: Outras ações levarão à extinção do processo sem resolução do mérito (nota-se que, diferente do que ocorre nos procedimentos do Código de Processo Civil, os autos não são remetidos para o Juízo competente - II do 51/CPC). 
( COMPETÊNCIA FUNCIONAL: Compete ao JEC (§ 1º do 3º, § 1º do 41, 48, 52/Lei 9099-1995): 
( EXECUTAR SEUS JULGADOS.
( EXECUTAR OS TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS DE VALOR DE ATÉ 40 SALÁRIOS MÍNIMOS. 
( JULGAR OS RECURSOS INTERPOSTOS CONTRA SUAS DECISÕES. 
( COMPETÊNCIA TERRITORIAL: Tanto a incompetência ratione materiae, como visto, quanto a incompetência ratione loci (territorial) levam à extinção do processo sem resolução do mérito (diferente do que ocorre no procedimento do Código de Processo Civil) (II e III do 51/Lei 9099-1995). ( É competente para julgar as causas previstas na Lei 9099-1995 o JEC do foro (4º e I a III e pú/Lei 9099-1995): 
( DO DOMICÍLIO DO RÉU (FORO GERAL): Ou, a critério do autor, do local onde o réu exerça atividades profissionais ou econômicas (réu pessoa física) ou mantenha estabelecimento empresarial, filial, agência, sucursal ou escritório (réu pessoa jurídica). 
( DO LUGAR ONDE A OBRIGAÇÃO DEVA SER SATISFEITA: Se a obrigação puder se realizar em mais de um local e a escolha couber ao credor este pode ajuizá-la em quaisquer desses locais, mas se a escolha couber ao devedor, o credor deve ajuizar no foro geral. ( É possível aqui o foro de eleição. 
( DO DOMICÍLIO DO AUTOR OU DO LOCAL DO ATO OU FATO: Nas ações indenizatórias. 
( Observação: Mesmo nos casos de foro especial, a ação pode ser proposta no foro geral (domicílio do réu) (pú do 4º/Lei 9099-1995).
( INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JEC: Mesmo se o valor da causa for igual ou inferior a 40 salários mínimos o JEC é absolutamente incompetente para julgar certas matérias, sob pena, também, de extinção do processo sem resolução do mérito, são elas (§ 2º do 3º/Lei 9099-1995): 
( AÇÕES DE NATUREZA ALIMENTAR. 
( AÇÕES DE NATUREZA FALIMENTAR. 
( AÇÕES DE NATUREZA FISCAL: São todas as que dizem respeito a dívidas tributárias e não tributárias para com a Fazenda Pública. 
( AÇÕES DE INTERESSE DA FAZENDA PÚBLICA: São as que podem afetar diretamente o patrimônio da União, dos Estados e dos Municípios. 
( AÇÕES RELATIVAS A ACIDENTES DE TRABALHO. 
( AÇÕES RELATIVAS A RESÍDUOS: No legado com “resíduos”, os bens podem ser consumidos e alienados incondicionalmente, só passando para o beneficiário da cláusula o remanescente (a sobra); contudo o legislador entendeu “resíduos” como termo muito mais abrangente, para significar não só os “resíduos de legado”, mas qualquer resíduo (sobras) de direito sucessório ou de herança jacente. 
( AÇÕES RELATIVAS AO ESTADO E CAPACIDADE DAS PESSOAS (AINDA QUE DE CUNHO PATRIMONIAL): (EXEMPLO: AÇÕES DE PATERNIDADE, PARENTESCO, ADOÇÃO, CASAMENTO, DIVÓRCIO, SEPARAÇÃO JUDICIAL, ETC.). 
3 - JUIZ TOGADO E LEIGO, CONCILIADOR, PARTES E ADVOGADO NO JEC:
( JUIZ TOGADO: No Código de Processo Civil, embora esteja estabelecido o princípio da persuasão racional pela livre valoração das provas dentre as oferecidas (131/CPC), o JEC possibilita ao Juiz a utilização de tal princípio de forma mais ampla, inclusive fazendo uso das regras da experiência comum ou técnica (afinal o Juiz é uma pessoa e vive em sociedade). ( Isso não quer dizer que o Juiz possa ser parcial (legalidade e imparcialidade são princípios constitucionais), mas que pode conduzir o processo no JEC na busca da verdade real com mais liberdade (5º/Lei 9099-1995). ( A equidade não é meio supletivo de lacuna da lei, sendo mero recurso auxiliar da aplicação desta; o Juiz sempre julgará “com” equidade (trata-se de decidir de forma justa), mas “por” equidade (trata-se de decidir sem se ater à legalidade estrita) só com permissão da lei (127/CPC); pela análise do 6º/Lei 9099-1995, o Juiz tem permissão legal para julgar “por” equidade sempre que esse critério atender aos fins sociais da Lei 9099-1995 e às exigências do bem comum (MAJORITÁRIA). 
( CONCILIADORES E JUIZ LEIGO: Ambos são auxiliares da Justiça, sendo que os conciliadores não precisam ser advogados (embora melhor que o sejam), mas os Juízes Leigos devem ser advogados com mais de 5 anos de experiência forense ficando impedidos de advogar perante qualquer JEC (ou mesmo JECRIM) enquanto no desempenho de suas funções (aqui há falha da lei, pois não estende a proibição ao conciliador advogado e não proíbe ambos de advogarem no rito sumário no caso de opcionalidade dos clientes entre este rito e o rito do JEC favorecendo uma captação irregular de clientela) (7º e pú/Lei 9099-95). ( Ambos podem dirigir a audiência de conciliação, mas só os Juízes Leigos podem ser escolhidos como árbitros (§ 2º do 24/Lei 9099-1995) e realizar a AIJ (supervisionado pelo Juiz Togado) dando sentença, que pode ser homologada pelo Juiz Togado (há quem diga que tal dispositivo afronta o princípio do Juiz Natural previsto na Constituição Federal) (40/Lei 9099-1995). ( Contudo, o Juiz Leigo não pode funcionar na fase executiva do título judicial nem na execução de título extrajudicial.
( PARTES: 
( TÊM LEGITIMIDADE ATIVA: (§1º e I a IV do 8º/Lei 9099-1995):
( PESSOA FÍSICA QUE TEM CAPACIDADE CIVIL (18 ANOS OU EMANCIPADO), SALVO OS CESSIONÁRIOS DE DIREITO DE PESSOAS JURÍDICAS: (EXEMPLO: SE NÃO HOUVESSE A RESTRIÇÃO DO CESSIONÁRIO, BASTARIA A PESSOA JURÍDICA PROIBIDA DE UTILIZAR O JEC, POR EXEMPLO, ENDOSSAR UMA PROMISSÓRIA A UMA PESSOA FÍSICA DE CONFIANÇA E, INDIRETAMENTE, DEMANDAR NO JEC). ( É supérfluo o § 2º do 8º/Lei 9099-95. 
( MICROEMPRESAS (DEFINIDAS PELA REVOGADA LEI 9841-1999): A pessoa física (empresário individual) ou a pessoa jurídica que aufira, anualmente, receita bruta igual ou inferior a R$ 244.000,00 (não se aplica o valor da LC 123-2006, já que a Lei 12126-2009 estabeleceu a Lei 9841-1999 como modelo). 
( ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (DEFINIDAS PELA LEI 9790-1999): São as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos pela Lei 9790-1999. 
( SOCIEDADES DE CRÉDITO AO MICROEMPREENDEDOR (NOS TERMOS DO 1º/LEI 10194-2001): São as pessoas jurídicas que têm por objeto social a concessão de financiamentos a pessoas físicas, a microempresas e a empresas de pequeno porte, com vistas na viabilização de empreendimentos de natureza profissional, comercial ou industrial. 
( TÊM LEGITIMIDADE PASSIVA: 
( PESSOAS FÍSICAS (SALVO AS EXCEÇÕES EXPRESSAS EM LEI). 
( PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO (SALVO AS EXCEÇÕES EXPRESSAS EM LEI): Têm legitimidade passiva todas as pessoas jurídicas de direito privado, salvo as empresas públicas da União. 
( Observação: O réu, sendo pessoa jurídica ou empresário individual, pode ser representado por preposto credenciado, munido de carta de preposição com poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo empregatício, inclusive pode, uma só pessoa, cumular a função de preposto e advogado (MAJORITÁRIA) (§ 4º do 9º/Lei 9099-1995). ( A pessoa física (que não seja empresário individual) não pode ser representada no JEC ativa ou passivamente (essa matéria restou pacificada com a edição do Enunciado 20/Fórum Nacional dos Juizados Especiais/FONAJE; desta forma, está se impedindo que as pessoas, a quem a própria lei dos JEC primordialmente se dirige, ou seja, as pessoas menos favorecidas, tenham suas lesões e ameaças de lesões a direito tuteladas pelo Estado, por meio do Poder Judiciário). 
( ENTES DESPERSONALIZADOS OU PESSOAS FORMAIS (SALVO AS EXCEÇÕES EXPRESSAS EM LEI). 
( NÃO TÊM LEGITIMIDADE (ATIVA OU PASSIVA): (8º/Lei 9099-1995): 
( INCAPAZ: Seja a incapacidade por doença ou por idade, absoluta ou relativa. 
( PRESO: Só não haverá instauração do processo ou a extinção do processo já em curso em caso de condenação penal transitada em julgado, pois o preso, pessoa física que é, não pode comparecer pessoalmente (MAJORITÁRIA). 
( PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO. 
( EMPRESAS PÚBLICAS DA UNIÃO. 
( INSOLVENTE CIVIL. 
( MASSA FALIDA.
( ADVOGADO: 
( CAUSAS DE VALOR ATÉ 20 SALÁRIOS MÍNIMOS: As partes comparecerão pessoalmente (como visto, não podem as pessoas físicas ser representadas), podendo ou não ser assistidas por advogado. ( Nesse caso, se uma das partes comparecer sem advogado, se a outra comparecer com advogado ou for pessoa jurídica
ou empresário individual, aquela que compareceu sem advogado pode, se quiser, pleitear assistência judiciária gratuita (se a ele fizer jus) junto à Defensoria que atue junto ao JEC (o 54/Lei 9099-1995 só isenta as partes, em 1º grau de jurisdição, de custas, taxas ou despesas processuais e não dos honorários de advogado). 
( CAUSAS DE VALOR SUPERIOR A 20 SALÁRIOS MÍNIMOS: As partes comparecerão pessoalmente (como visto, não podem as pessoas físicas ser representadas) e a assistência por advogado é obrigatória (9º e § 1º/Lei 9099-1995). ( O mandato ao advogado pode ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais. ( Em qualquer caso o Juiz alertará as partes (na conciliação ou antes da instrução) da conveniência do patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar (§§ 2º e 3º do 9º/Lei 9099-1995). 
( MP: Intervirá nos casos da lei, desde que a causa se submeta aos limites do 3º e I a IV/Lei 9099-1995 (11/Lei 9099-1995). 
( INTERVENÇÃO DE TERCEIRO E LITISCONSÓRICIO: (10/Lei 9099-95):
( INTERVENÇÃO DE TERCEIRO: Não se admite em sede de JEC qualquer forma de intervenção de terceiro (incluindo a assistência) (MAJORITÁRIA). 
( LITISCONSÓRCIO: É admitido. ( Em caso de litisconsórcio necessário numeroso deve o Juiz extinguir o processo sem resolução do mérito, pois incompatível ao rito sumaríssimo (II do 51/CPC). ( Em caso de litisconsórcio facultativo multitudinário deve o Juiz deve limitar o número de litigantes por analogia ao pú do 46/CPC. ( Embora omissa a Lei 9099-1995, aplica-se o 191/CPC para que se conte em dobro os prazos no caso de os litisconsortes terem advogados diferentes (MAJORITÁRIA).
4 - PROCEDIMENTO NO JEC:
( PRINCÍPIOS LIGADOS AOS ATOS PROCESSUAIS DO JEC: 
( PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: Os atos praticados no JEC são orientados pelo princípio da publicidade (qualquer interessado pode acompanhar o processo, exceto nos casos em que o Juiz entenda melhor resguardar a privacidade das partes - não se trata de segredo de Justiça do 155/CPC) (12/Lei 9099-1995). 
( PRINCÍPIOS DA INSTRUMENTALIDADE E DO PREJUÍZO: Os atos praticados no JEC são orientados pelo princípio da instrumentalidade (serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados) e pelo princípio do prejuízo (não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo) (13 e § 1º/Lei 9099-1995). 
( PRINCÍPIO DA ORALIDADE: Em sede de JEC prevalece o princípio da oralidade, inclusive a prática de atos processuais em outras comarcas pode ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação, mas os atos essenciais devem ser sumariamente registrados por escrito para efeito administrativo (já que não cabe rescisória - 59/Lei 9099-1995), os demais podem ser gravados e inutilizados após o trânsito em julgado da decisão, sendo que a norma local acerca do JEC determinará, pormenorizadamente, sobre a conservação das peças do processo e demais documentos que o instruem (13 e §§ 2º a 4º/Lei 9099-1995). 
( Observação: O JEC pode funcionar até a meia-noite (quando se encerra o horário noturno) de acordo com as normas de organização judiciária, que também devem regular o funcionamento do JEC durante as férias forenses (12/Lei 9099-1995). 
( PEDIDO (PETIÇÃO INICIAL): 
( INSTAURAÇÃO DO PROCESSO POR ESCRITO: A petição inicial (em sede de JEC fala-se em “pedido”) apresentada à secretaria do JEC deve conter (14 e § 1º e I a III/Lei 9099-1995): 
( NOME, QUALIFICAÇÃO E ENDEREÇO DAS PARTES. 
( FATOS E FUNDAMENTOS DO PEDIDO (CAUSAS DE PEDIR) DE FORMA SUCINTA. 
( PEDIDO (OBJETO) E SEU VALOR: Pode ser formulado pedido genérico se impossível determinar, desde logo, a extensão da obrigação do réu. 
( Observação: Também são pertinentes pedidos alternativos ou cumulativos, sendo que a cumulação deve ser sucessiva própria (EXEMPLO: SÓ SE ANALISA O 2º PEDIDO SE O 1º FOR PROCEDENTE, POR EXEMPLO, COMO OCORRE COM A RESCISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM A REINTEGRAÇÃO NA POSSE DO BEM) e sua soma não pode ultrapassar o valor de 40 salários mínimos (EXEMPLO: SE A CUMULAÇÃO OCORRER ENTRE UMA CAUSA SUJEITA AO JEC RATIONE MATERIAE E OUTRA RATIONE VALORIS, SOMENTE QUANTO A ESTA ÚLTIMA É QUE SE APLICA A LIMITAÇÃO LEGAL) (§ 2º do 14, 15/Lei 9099-1995). 
( INSTAURAÇÃO DO PROCESSO ORALMENTE: Nesse caso a secretaria do JEC terá que fazer a redução a escrito da demanda proposta, podendo utilizar o sistema de fichas ou formulários impressos (§ 3º do 14/Lei 9099-1995). 
( DESIGNAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO: Ajuizada a demanda ela é registrada (não há distribuição ou autuação) e, em seguida, será designada a audiência de conciliação pela secretaria do JEC a realizar-se em até 15 dias (16/Lei 9099-1995). ( Se o autor e o réu comparecerem espontaneamente ao JEC para resolver o conflito, será dispensado o registro da demanda e a citação do réu (por óbvio) e será instaurada, imediatamente, a audiência de conciliação, salvo se não for possível por causa do horário ou por falta de condições técnicas, mas de qualquer maneira a audiência de conciliação será marcada e ambas as partes saem do JEC cientes da data (17/Lei 9099-1995). 
( PEDIDO CONTRAPOSTO: Se o réu quiser oferecer pedido contraposto ao pedido do autor (pedido fundado no mesmo fato, já que não pode reconvir) será dispensado da contestação formal e o Juiz deve julgar, numa só sentença, tanto o pedido do autor quanto o pedido contraposto do réu (pú do 17/Lei 9099-1995).
( CITAÇÃO E INTIMAÇÃO: 
( CITAÇÃO: Será feita por carta com AR do citado pessoa física ou do mero recebedor (que deve ser identificado) da pessoa jurídica ou empresário individual (o recebedor não precisa ser o representante - teoria da aparência). ( A citação também pode ser feita pela internet ou por fax. ( Caso, excepcionalmente, seja feita por Oficial de Justiça não será necessária a expedição de mandado citatório pelo Juiz ou de carta precatória. ( É vedada a citação por edital (se o réu não for localizado no endereço disponível, o Juiz deve extinguir o processo sem julgamento do mérito e o autor deve entrar no Juízo Singular); há quem admita a citação por hora certa (embora também seja ficta) se ficar demonstrado que o réu está fugindo de ser citado. ( A citação conterá a cópia da inicial, a designação do dia e hora para o comparecimento do citado e a advertência dos efeitos materiais da revelia. ( O comparecimento espontâneo do réu supre a falta ou nulidade da citação (18 e I a III e §§ 1º a 3º/Lei 9099-1995). 
( INTIMAÇÃO: Será feita utilizando-se as mesmas regras da citação, portanto é vedada a intimação por edital, contudo a maioria das intimações, na prática, será realizada em audiência. ( A intimação do advogado constituído dispensa a comunicação à parte (MAJORITÁRIA). ( As partes têm o ônus de comunicar ao JEC eventual mudança de endereço no curso do processo, sob pena de serem reputadas eficazes as intimações realizadas no endereço anterior (19 e §§ 1º e 2º/Lei 9099-1995). 
( REVELIA, CONCILIAÇÃO, JUÍZO ARBITRAL E AIJ: 
( REVELIA: É o ato de não contestar, portanto a Lei 9099-1995 quando falou em “revelia” quis se referir ao efeito material da revelia, ou seja, se o réu, devidamente citado, não comparecer em qualquer audiência (conciliação ou AIJ) o Juiz dará sentença reputando verdadeiros os fatos alegados na inicial, contudo tal presunção é relativa, pois assim não será se o Juiz não se convencer do que foi alegado pelo autor (20, 23/Lei 9099-1995). 
( AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO: É fase administrativa do processo, pois na prática será conduzida por Juiz Leigo ou por conciliador (sob a orientação daquele), salvo se não houver tais auxiliares no Juízo, caso em que será conduzida pelo Juiz Togado. ( O conciliador (Juiz Leigo ou Togado) deve iniciar a audiência esclarecendo às partes sobre as vantagens da conciliação (dentre elas a falta de limite em caso de pedidos cumulativos que ultrapassem o valor de 40 salários mínimo) e os riscos do litígio. ( Obtida a conciliação está só terá eficácia depois da homologação pelo Juiz Togado (21, 22 e pú/Lei 9099-1995).
( JUÍZO ARBITRAL (NÃO HOUVE CONCILIAÇÃO): Não obtida a conciliação as partes podem optar pelo juízo arbitral (independente de termo de compromisso nos autos). ( As partes escolherão o árbitro dentre os Juízes Leigos, mas se este não estiver presente ou disponível, será convocado pelo Juiz Togado que marcará AIJ, na própria audiência de conciliação, para a qual as partes já estarão intimadas, para que se opere a arbitragem. ( O árbitro, na própria audiência de conciliação ou na AIJ (que foi marcada para ocorrer a arbitragem), receberá as alegações das partes aos moldes da AIJ e, assim como o Juiz Togado, julgará “por equidade”, afinal tem permissão em lei, dando seu laudo na própria audiência ou em até 5 dias. ( Tal laudo deve ser homologado pelo Juiz Togado (este só analisa os aspectos formais) por sentença irrecorrível, embora haja quem diga, minoritariamente, que cabem embargos de declaração (24 e §§ 1º e 2º, 25, 26/Lei 9099-1995). 
( AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO - AIJ (NÃO HOUVE CONCILIAÇÃO): Não obtida a conciliação nem sendo instituído juízo arbitral será realizada, imediatamente, a AIJ, salvo se tal realização prejudicar a defesa. ( Nesse caso a AIJ será marcada para se realizar em até 15 dias a contar da audiência da conciliação já estando as partes, e eventuais testemunhas presentes, intimadas (27 e pú/Lei 9099-1995). ( Na AIJ serão ouvidas as partes, colhidas as provas e, em seguida, proferida a sentença (na prática os Juízes dão sentença, contudo, após a AIJ) (28/Lei 9099-1995). ( Por força dos princípios da unicidade e da continuidade da AIJ se for arguido incidente que impeça o prosseguimento da AIJ o Juiz deve decidir de imediato, mas se o incidente não impedir tal prosseguimento será julgado na sentença (EXEMPLO: SE FOR LEVANTADA UMA EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA O JUIZ TEM QUE DECIDIR DE IMEDIATO, DENTRO DA AIJ, POIS O PROSSEGUIMENTO DESTA DEPENDERÁ DE DECISÃO DO JUIZ SOBRE A QUESTÃO. SE A ARGUIÇÃO FOR SOBRE INCIDENTE DO TIPO PRELIMINAR, COMO NÃO HAVERÁ IMPEDIMENTO DO DESENROLAR DA AIJ, ESTE SERÁ DECIDIDO NA SENTENÇA). ( Em sede de JEC toda a produção de prova é feita na própria AIJ, por isso não é necessário o oferecimento de provas na inicial. ( Os documentos oferecidos pelas partes são recebidos pelo Juiz e exibidos à parte contrária, que deve se manifestar sobre eles (inclusive podendo arguir falsidade documental, que também será decidida de imediato) (29 e pú/Lei 9099-1995).
( RESPOSTA DO RÉU: 
( CONTESTAÇÃO: Deve ser feita em AIJ e conter toda defesa material e processual (incluindo questões sobre o valor da causa, incompetência relativa do Juízo, preliminares e prejudiciais). ( Por força da celeridade, não é cabível prejudicial sob a forma de ação declaratória incidental que obrigue à suspensão do processo, sob pena de extinção do feito sem julgamento do mérito (II do 51/Lei 9099-1995). ( Se a contestação for oral será reduzida a escrito e inserida na ata da AIJ. 
( EXCEÇÃO DE IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO DO JUIZ: Se o Juiz não reconhecer a procedência dessas exceções, elas serão julgadas pelo TJ (313/CPC) e o processo no JEC será, excepcionalmente, suspenso (por permissão da própria Lei 9099-1995) e o incidente será processado na forma dos 304 a 306/CPC (30/Lei 9099-1995). 
( PEDIDO CONTRAPOSTO: Como já visto, é vedada a reconvenção em sede de JEC, mas o réu pode oferecer pedido contraposto ao pedido do autor (pedido fundado no mesmo fato alegado pelo autor) sendo, nesse caso, dispensado da contestação formal (pois esta estará implícita nas suas fundamentações) e o Juiz deve julgar, numa só sentença, tanto o pedido do autor quanto o pedido contraposto do réu, contudo o autor pode responder ao pedido contraposto na própria AIJ ou pleitear, com base no contraditório, designação de nova AIJ para até 15 dias (desta já estarão intimados todos os presentes) (pú do 17, pú do 27, 31 e pú/Lei 9099-1995).
( PROVAS: 
( MEIOS DE PROVA: Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não especificados em lei, são hábeis para provar a veracidade dos fatos alegados pelas partes (32/Lei 9099-1995) (332/CPC). 
( PRODUÇÃO DAS PROVAS EM AIJ: Em sede de JEC tal produção não é facultativa, mas obrigatória, portanto o autor não precisa indicar as provas na inicial, basta levá-las à audiência (o mesmo deve fazer o réu). ( Na análise das provas o Juiz fará, em 1º lugar, um juízo de admissibilidade (eliminando as excessivas, impertinentes ou protelatórias) depois partirá para a produção das provas que entender relevantes para seu convencimento (33/Lei 9099-1995).
( PROVA TESTEMUNHAL: Cada parte pode levar até 3 testemunhas na AIJ. ( Caso a parte entenda ser vital a presença da testemunha deve requerer na secretaria do JEC, com antecedência mínima de 5 dias antes da AIJ, a intimação daquela. ( A vantagem de se intimar a testemunha é que se esta não comparecer, o Juiz pode determinar sua imediata condução valendo-se de força policial, se preciso, desde que a testemunha já tenha sido intimada há mais de 24 horas (34 e §§ 1º e 2º/Lei 9099-1995) (192/CPC). 
( Corrente (: É dispensável o arrolamento de testemunha que não seja intimada, afinal a outra parte pode exercer o contraditório em audiência. 
( Corrente (: É indispensável, pois viola o contraditório da outra parte, que, não sabendo da testemunha, não pode produzir prova prévia; ademais a própria lei exige o arrolamento quando diz que a parte pode levar as testemunhas arroladas (intimadas ou não). 
( PROVA PERICIAL: O perito no JEC será tratado como uma testemunha técnica (diferente do que ocorre no Código de Processo Civil), pois o laudo é apresentado oralmente em razão das perguntas do Juiz (depois as partes poderão questionar as conclusões do perito). ( Como tal perito não é remunerado, é difícil tal prova ser produzida, portanto, na prática, há a apresentação de um laudo técnico extrajudicial, sob a forma de prova documental, pelas próprias partes (35/Lei 9099-1995). ( Obviamente que se a ação depender de perícia complexa, o processo deve ser extinto sem julgamento do mérito e o interessado deve ingressar no rito comum do Código de Processo Civil. 
( INSPEÇÃO JUDICIAL: A inspeção, requerida pelas partes ou realizada de ofício, é um pouco diferente da do Código de Processo Civil, pois nem sempre é feita pelo Juiz (EXEMPLO: SE O AUTOR DIZ QUE O ACIDENTE ACABOU COM O SEU CARRO, O JUIZ PÁRA A AUDIÊNCIA E VAI EXAMINAR O CARRO; SE ESTE ESTIVER LONGE, PEDE AO ESCRIVÃO OU AO OFICIAL DE JUSTIÇA PARA O FAZER, IMCUMBINDO-O DE, NA VOLTA, FAZER UM RELATO INFORMAL DAQUILO QUE VIU) (pú do 35/Lei 9099-1995). 
( PROVA ORAL: As provas orais produzidas em AIJ não serão reduzidas a escrito, e, na sentença, apenas o essencial colhido em tais provas orais será reproduzido, inclusive quanto ao depoimento pericial, afinal se o Juiz está presente e decide em audiência, os registros deixam de ser relevantes (os princípios da oralidade e da celeridade têm prioridade em relação ao da segurança jurídica) (36/Lei 9099-1995). 
( INSTRUÇÃO POR JUIZ LEIGO: Toda a instrução pode ser dirigida pelo Juiz Leigo (sob a supervisão do Juiz Togado) e o Juiz Leigo ainda pode dar sentença (que pode ou não ser homologada pelo Juiz Togado) (MAJORITÁRIA), contudo há quem diga que tais dispositivos afrontam o princípio do Juiz Natural previsto na Constituição Federal (37, 40/Lei 9099-1995).
( SENTENÇA: 
( DISPENSA DE RELATÓRIO E NECESSIDADE DE LIQUIDEZ: Embora, na prática, a maioria das sentenças proferidas no JEC tenham sucinto relatório, este é dispensado pela lei, mas são necessários a motivação e o dispositivo. ( A sentença condenatória tem que ser líquida, sob pena de ser alvo de embargos de declaração (mesmo que o pedido seja genérico) (38 e pú/Lei 9099-1995). 
( LIMITE LEGAL: A sentença será ineficaz naquilo que condenar acima de 40 salários mínimos, mas pode ser executado o valor até tal limite. ( Tal limite de 40 salários mínimos não está presente na sentença que homologa o acordo extrajudicial das partes ou no caso
de competência ratione materiae (§ 3º do 3º, 39, 57/Lei 9099-1995). 
( SENTENÇA PROFERIDA POR JUIZ LEIGO: Embora haja quem critique o 40/Lei 9099-1995 dizendo que ele ofende o princípio do Juiz Natural, tal dispositivo diz que o Juiz Leigo, que conduziu a instrução, deve sentenciar e submeter tal decisão, de imediato, ao Juiz Togado que tem as seguintes opções: 
( HOMOLOGAR A SENTENÇA DO JUIZ LEIGO. 
( DAR OUTRA SENTENÇA EM SUBSTITUIÇÃO. 
( DETERMINAR A REALIZAÇÃO DE ATOS PROBATÓRIOS ANTES DE SE MANIFESTAR. 
( RECURSOS: 
( TIPOS DE RECURSOS EM SEDE DE JEC: 
( RECURSO INOMINADO (NA PRÁTICA, CHAMADO DE APELAÇÃO): Só cabível contra a sentença condenatória, já que as sentenças homologatórias de laudo arbitral e de acordo extrajudicial são irrecorríveis (uma corrente minoritária diz que contra estas cabem embargos de declaração). ( No caso de recurso inominado as partes são, obrigatoriamente, representadas por advogado (41 e § 2º/Lei 9099-1995). 
( EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: Cabíveis contra a sentença condenatória e o acórdão da turma recursal. 
( Observação: Como visto, só cabe recurso em sede de JEC, da sentença condenatória ou do acórdão da turma recursal, mas cabe mandamus contra qualquer ato do JEC, que será processado e julgado pela turma recursal (Súmula 376/STJ), contudo o STF entende que não cabe mandamus das decisões interlocutórias do JEC por força da opcionalidade (se a pessoa escolheu o JEC tem que aceitar sua celeridade).
( Observação: Por não ser a turma recursal um tribunal (não cabe recurso especial ao STJ), contudo Corte Especial do STJ, apreciando questão de ordem levantada na Rcl 3.752/GO, em razão do decidido nos EDcl no RE 571.572/BA (STF, Rel. Ministra Ellen Gracie), admitiu a possibilidade do ajuizamento de reclamação 
perante o STJ, objetivando, assim, adequar as decisões proferidas pelas Turmas Recursais dos Juizados Estaduais à súmula ou jurisprudência dominante nesta Corte. A mencionada espécie de reclamação foi disciplinada pela Resolução 12/2009, não se confundindo com uma terceira instância para julgamento da causa.
 RESOLUÇĀO 12/2009 STJ 
Art. 1º. As reclamações destinadas a dirimir divergência entre acórdão prolatado por turma recursal estadual e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, suas súmulas ou orientações decorrentes do julgamento de recursos especiais processados na forma do art. 543-C do Código de Processo Civil serão oferecidas no prazo de quinze dias, contados da ciência, pela parte, da decisão impugnada, independentemente de preparo.
CABIMENTO E ADMISSIBILIDADE 
Para tanto, é necessário que a parte demonstre incompatibilidade entre o entendimento adotado no acórdão reclamado e aquele pacificado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso especial julgado pelo rito do art. 543-C ou de Súmulas.
( MANDADO DE SEGURANÇA: Embora não seja recurso, parte da doutrina diz que, embora não caiba agravo ou reclamação das decisões interlocutórias em sede de JEC, estas podem ser combatidas por mandado de segurança, sempre assistido por advogado, pois não se trata de procedimento sumaríssimo. 
( Corrente (: O mandado de segurança será julgado pela própria turma recursal do JEC (MAJORITÁRIA). 
( Corrente (: O mandado de segurança será julgado pelo TJ. 
( COMPETÊNCIA PARA JULGAR O RECURSO INOMINADO: É das turmas recursais. ( Assim como os Juizados Especiais, as turmas recursais são órgãos de 1ª instância (ambos formam os 2 setores do JEC). ( Tais turmas são formadas por 3 Juízes em exercício na 1ª instância que não atuem em Juizado Especial (quando apreciarem o recurso estarão exercendo o 2º grau de jurisdição) (§ 1º do 41/Lei 9099-1995). 
( PRAZO, CONTEÚDO E PREPARO DO RECURSO INOMINADO: (42 e §§ 1º e 2º/Lei 9099-1995):
( PRAZO: É de 10 dias contados da intimação da parte acerca da sentença. 
( CONTEÚDO: O recurso será por petição escrita com as razões e o pedido do recorrente. 
( PREPARO: Será feito, independente de intimação, nas 48 horas seguintes à interposição do recurso, sob pena de deserção. ( Após o preparo, a secretaria do JEC intimará o recorrido para oferecer resposta escrita (contrarrazões) no prazo de 10 dias. 
( EFEITOS DO RECURSO INOMINADO: Será apenas devolutivo para a turma recursal, mas o Juiz, ao fazer o juízo de admissibilidade do recurso, pode dar-lhe efeito suspensivo para evitar dano irreparável para a parte (se o Juiz denegar o recurso ou denegar-lhe efeito suspensivo a parte pode impetrar mandado de segurança) (43, 44/Lei 9099-1995). 
( INTIMAÇÃO E PUBLICAÇÃO DA PAUTA DE JULGAMENTO DO RECURSO INOMINADO: As partes devem ser intimadas da sessão se julgamento do recurso (45/Lei 9099-1995) e deve ser feita a publicação da pauta de julgamento (já que os recursos só podem ser julgados após 48 horas da publicação da pauta, com exceção dos embargos de declaração, que serão julgados na 1ª sessão seguinte à sua interposição, independente de pauta). 
( JULGAMENTO DO RECURSO INOMINADO PELA TURMA RECURSAL (2º GRAU DE JURISDIÇÃO E NÃO 2ª INSTÂNCIA): O julgamento do recurso será feito em sessão pública, sendo o recurso distribuído a uma das turmas recursais onde será sorteado um Relator, observado o regimento interno do Tribunal no que couber (o Relator fará o voto para a apreciação dos outros 2 Juízes). ( Temos (46/Lei 9099-1995): 
( CONFIRMAÇÃO DA SENTENÇA POR UNANIMIDADE: Nesse caso não é necessário fundamentação ou dispositivo (técnica remissiva) e a súmula do julgamento servirá de acórdão. 
( CONFIRMAÇÃO DA SENTENÇA POR MAIORIA: Nesse caso o acórdão, mesmo sucinto, deve conter fundamentação e dispositivo. 
( PROVIMENTO DO RECURSO: Nesse caso o acórdão, mesmo sucinto, deve conter fundamentação e dispositivo.
( Observação: Além dos embargos de declaração, há quem entenda ser cabível recurso extraordinário ao STF contra acórdão proferido pela turma recursal. 
( EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: Cabíveis contra a sentença condenatória e contra o acórdão da turma recursal (sem necessidade de preparo - 536/CPC), quando estes forem obscuros, contraditórios, omissos ou duvidosos, sendo que os erros materiais de tais peças podem ser corrigidos de ofício (48 e pú/Lei 9099-1995) (463/CPC). ( Serão interpostos na sessão de julgamento ou no prazo de 5 dias contados da intimação da decisão, por escrito ou oralmente, ao próprio órgão que proferiu a decisão impugnada para fazer seu reexame (49/Lei 9099-1995). ( Se interpostos contra sentença o prazo recursal será suspenso (recomeça a correr a partir do julgamento dos embargos), embora parte da doutrina fale que se trata de interrupção (começa a correr por inteiro a partir do julgamento dos embargos) (50/Lei 9099-1995). ( Há quem diga que tais embargos podem ser opostos contra decisões interlocutórias também.
5 - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO NO JEC:
( NOÇÕES GERAIS SOBRE A EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO: Em qualquer caso de extinção as partes não precisam ser intimadas para que isso ocorra (§ 1º do 51/Lei 9099-1995). ( Só ocorre tal extinção nos “casos previstos em lei” (267/CPC), portanto o rol do 51 e I a VI e §§ 1º e 2º/Lei 9099-1995 é numerus clausus. 
( CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO: 
( AUSÊNCIA DO AUTOR ÀS AUDIÊNCIAS: Ele tem que comparecer, se for pessoa física, pessoalmente. ( Caso comprove motivo de força maior, embora o processo seja extinto, não tem que pagar as custas de sucumbência (diante da ausência de culpa há quem diga, minoritariamente, que a audiência poderia ser remarcada) (§ 2º do 51/Lei 9099-1995). ( Se o autor não comparecer, abandonando o processo por 3 vezes sem justificativa, não pode mais ajuizar a demanda em sede de JEC por força da perempção (268 e pú/CPC). ( Se o réu não comparecer terá contra si os efeitos materiais da revelia. 
( SE O PROCEDIMENTO NÃO PUDER SE INICIAR OU PROSSEGUIR NO JEC: O 3º/Lei 9099-1995 prevê as causas que podem ser conciliadas e julgadas pelo JEC, mas o próprio 58/Lei 9099-1995 diz que lei de organização judiciária estadual pode ampliar
o rol do 3º/Lei 9099-1995 no que diz respeito à conciliação e não ao julgamento (EXEMPLO: OS JEC DO RJ, ALÉM DA COMPETÊNCIA PREVISTA NO 3º/9099-1995, DEVERÃO CONCILIAR OS LITÍGIOS REGULADOS PELO CDC, QUE VERSEM SOBRE MATÉRIA CÍVEL - 10/LEI 2556-1996). ( Caso a conciliação não ocorra e o procedimento não possa ser julgado no JEC, o feito deve ser extinto por sentença terminativa. ( Nota-se que, diferente do que ocorre no rito do Código de Processo Civil, se o JEC for incompetente para julgar a causa (ou mesmo conciliar), não pode remeter os autos para o Juízo competente e, mesmo que seja competente, se durante o procedimento ocorrer algo que vede o prosseguimento da ação no JEC, o processo deve também ser extinto (EXEMPLO: SE AUTOR OU RÉU, NO CURSO DO PROCESSO, TORNA-SE PARTE ILEGÍTIMA PARA FIGURAR NUM DOS POLOS DA RELAÇÃO PROCESSUAL, POR EXEMPLO, SE FOR INTERDITADO OU PRESO. SE O RÉU, PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO, FOR ESTATIZADO OU TIVER A FALÊNCIA DECRETADA). 
( SE RECONHECIDA A INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL: Diferente do que ocorre no rito do Código de Processo Civil, se o foro daquele JEC for incompetente para a causa, não pode haver remessa dos autos para o Juízo competente. ( Assim como ocorre no Código de Processo Civil, por se tratar de incompetência relativa, tal causa de extinção só pode ser alegada pela parte, sob pena de prorrogação (MAJORITÁRIA). 
( SE OCORRER ALGUM DOS IMPEDIMENTOS DO 8º/LEI 9099-1995: Seja impedindo a instauração do processo ou extinguindo-o durante seu curso. 
( SE MORRER O AUTOR E A HABILITAÇÃO DO ESPÓLIO DEPENDER DE SENTENÇA OU NÃO OCORRER EM 30 DIAS: Se a habilitação depender de sentença (1060/CPC) ou se não for feita em 30 dias extingue-se o processo. ( O espólio não pode propor a ação, mesmo não sendo pessoa jurídica (é pessoa formal), mas pode, em prol da economia processual, continuar a ação proposta (MAJORITÁRIA). ( Se um dos sucessores for incapaz extingue-se o processo (IV do 51/Lei 9099-1995). 
( SE MORRER O RÉU E O AUTOR NÃO INTIMAR OS SUCESSORES (OU O ESPÓLIO) EM ATÉ 30 DIAS DA CIÊNCIA DO FATO: Se um dos sucessores for incapaz extingue-se o processo (IV do 51/Lei 9099-1995). 
6 - EXECUÇÃO NO JEC:
( COMPETÊNCIA DO JEC PARA A EXECUÇÃO: Cabe ao JEC, aplicando-se subsidiariamente o Código de Processo Civil, executar (52, 53/Lei 9099-1995): 
( SUAS SENTENÇAS CONDENATÓRIAS E HOMOLOGATÓRIAS (COMPETÊNCIA FUNCIONAL, PORTANTO ABSOLUTA): No caso das homologatórias (de acordo extrajudicial entre as partes, de qualquer natureza), como há acordo, independe do valor a ser executado (§ 3º do 3º, 57/Lei 9099-1995). ( Ambas são títulos judiciais.
( TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS DE VALOR ATÉ 40 SALÁRIOS MÍNIMOS. 
( PROCEDIMENTO DA EXECUÇÃO COM BASE EM TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL: 
( SENTENÇA LÍQUIDA CONTENDO O CÁLCULO DA CONVERSÃO DO ÍNDICE EM DINHEIRO: O índice serve para efeito de correção monetária e sua falta pode sujeitar a sentença aos embargos de declaração por omissão (EXEMPLO: ÍNDICES: SELIC, SALÁRIO MÍNIMO, CADERNETA DE POUPANÇA, ETC.). ( Embora a Lei 9099-1995 diga que o cálculo da conversão seja feito por “servidor judicial” a doutrina e jurisprudência dizem que o próprio credor deve fazer tal cálculo, pois o Código de Processo Civil utiliza tal procedimento no 475-B/CPC (MAJORITÁRIA) (pú do 38, I e II do 52/Lei 9099-1995).
( EXECUÇÃO PROVISÓRIA E EXECUÇÃO DEFINITIVA: A intimação da sentença será feita oralmente na própria AIJ (quando possível) compelindo o vencido a cumpri-la assim que transite em julgado (execução definitiva) ou quando for recebido recurso inominado sem efeito suspensivo (execução provisória), sendo o devedor advertido das consequências do descumprimento da sentença. ( Se o vencido não cumprir voluntariamente, deve o credor fazer requerimento na secretaria do JEC (ou mesmo oralmente) apontando o inadimplemento do devedor, independente de nova citação (justamente por ser a fase executiva uma continuação da fase cognitiva) (43, III e IV do 52/Lei 9099-1995). 
( MULTA DIÁRIA (ASTREINTE): No caso de obrigação de dar coisa diferente de dinheiro, de fazer ou de não fazer o Juiz, na própria sentença condenatória ou na fase executiva, cominará multa diária em caso de inadimplemento do devedor como forma de coagir este a cumprir tais obrigações. ( Tal multa será calculada de acordo com as condições econômicas do devedor. ( Se, mesmo assim, não for cumprida a obrigação o credor tem duas opções: pleitear a elevação da multa ou pleitear a conversão da execução em perdas e danos incluída a multa vencida no caso de obrigação de dar coisa diferente de dinheiro, quando evidenciada a malícia do devedor na execução do julgado (o devedor não quis dar a coisa, ou a escondeu, ou a destruiu), nessa 2ª opção a execução torna-se por quantia certa contra devedor solvente (V e VI do 52/Lei 9099-1995). ( Temos:
( OBRIGAÇÃO DE DAR COISA DIFERENTE DE DINHEIRO: Embora o legislador fale na aplicação de multa, a doutrina e jurisprudência falam que o Juiz pode utilizar medida mais efetiva, pois ninguém pode ser obrigado a fazer ou a não fazer algo (por isso deve ser coagido com a astreinte), mas pode muito bem ser obrigado a dar a coisa. ( É o que prevê o § 2º do 461-A/CPC, ou seja, a busca e a apreensão da coisa (se for móvel) ou a imissão na posse do bem (se for imóvel) (MAJORITÁRIA). 
( OBRIGAÇÃO DE FAZER E DE NÃO FAZER: A multa só incidirá se o Juiz de ofício mandar terceiro fazer o que o devedor não quer fazer ou desfazer e este não depositar o valor das despesas. ( Obviamente que isso só pode ocorrer se a obrigação de fazer não for personalíssima. 
( ALIENAÇÃO DO BEM PENHORADO: Em prol da celeridade só haverá hasta pública, no caso de execução por quantia certa, excepcionalmente, pois o Juiz pode autorizar o devedor, o credor ou terceiro idôneo a alienar o bem penhorado até antes da data marcada para que ocorra a praça ou o leilão. ( Se o preço for inferior ao da avaliação tanto o credor quanto o devedor serão ouvidos. ( Se o pagamento não for à vista, o credor pode exigir caução idônea do devedor se a alienação for de bem móvel ou hipoteca do bem imóvel a ser alienado. ( É dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar de alienação de bens de pequeno valor. ( A jurisprudência tem aceitado também a adjudicação do bem penhorado ao credor como pagamento, mas este deve ser consultado para ver se aceita ou não (VII e VIII do 52/Lei 9099-1995) (MAJORITÁRIA). ( Não havendo bens a penhora deve ser extinto o processo (II do 51/Lei 9099-1995) (MAJORITÁRIA). 
( EMBARGOS À EXECUÇÃO: Em sede de JEC os embargos, assim como a fase cognitiva e a executiva, também fazem parte do mesmo processo, portanto não se trata de ação cognitiva incidental, sendo propostos e julgados na própria AIJ no corpo único da sentença executiva (§§ 1 e 3º do 53/Lei 9099-1995). ( Serão propostos por petição escrita ou oralmente (com ou sem assistência de advogado - 9º/Lei 9099-1995). ( Só algumas matérias podem ser objeto de embargos (IX e “a” a “d” do 52/Lei 9099-1995): 
( FALTA OU NULIDADE DA CITAÇÃO NO PROCESSO, SE ELE CORREU À REVELIA. 
( MANIFESTO EXCESSO DE EXECUÇÃO. 
( ERRO DE CÁLCULO. 
( CAUSA IMPEDITIVA, MODIFICATIVA OU EXTINTIVA DA OBRIGAÇÃO SUPERVENIENTE À SENTENÇA. 
( PROCEDIMENTO DA EXECUÇÃO COM BASE EM TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL: A competência dos JEC para esse tipo de execução é determinada pelo valor do crédito contido no título (até 40 salários mínimos). ( Aqui temos um procedimento que só comporta a fase executiva, portanto é execução autônoma. ( No mesmo instrumento em que o Oficial citar o devedor para comparecer à audiência de conciliação, fará a penhora de bens suficientes para garantir o crédito (embora a lei seja omissa há quem diga que entre a citação e a audiência de conciliação há um prazo de 15 dias). ( Na audiência o devedor pode: 
( PAGAR: Encerra-se o processo e a penhora é extinta. 
( NÃO PAGAR: Os bens penhorados satisfarão o crédito. 
( OFERECER EMBARGOS (POR ESCRITO OU ORALMENTE): Como não há cognição prévia, qualquer
matéria de defesa pode ser alegada nesses embargos. ( Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improcedentes, qualquer das partes pode requerer ao Juiz que viabilize o pagamento à vista (credor) ou o pagamento a prazo (devedor), a dação em pagamento (credor ou devedor), determine a imediata adjudicação do bem penhorado (credor) ou, em último caso, a alienação judicial do bem penhorado (credor). ( O próprio Juiz Togado (e não o conciliador) deve buscar, diretamente, e dentro da audiência, a conciliação das partes sobre o cumprimento da obrigação expressa no título executivo extrajudicial (MAJORITÁRIA). ( Os títulos executivos extrajudiciais estão enumerados no 585/CPC, mas o pú do 57/Lei 9099-1995 diz que também tem essa natureza o acordo escrito celebrado entre as partes referendado pelo MP. ( Não encontrado o devedor ou não havendo bens a penhora deve ser extinto o processo (devolve-se o título ao autor) (53 e §§ 1º a 4º/Lei 9099-1995).
7 - DESPESAS PROCESSUAIS NO JEC:
( SÓ SE PAGA PARA RECORRER: O acesso aos JEC, em 1º grau, é gratuito para ambas as partes em relação às custas (advogado tem que ser pago, só podendo se valer da Defensoria Pública quem fizer jus à assistência judiciária gratuita). ( Somente para recorrer será necessário o pagamento de custas, que, neste caso, serão cumulativas, ou seja, abrangerão não apenas o preparo do recurso, mas também o preparo de todo o processo (EXEMPLO: CITAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, TAXAS, ETC.), salvo se a parte fizer jus à assistência judiciária gratuita (54 e pú/Lei 9099-1995). 
( ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA: 
( NA FASE COGNITIVA: Em 1º grau, em regra, não haverá ônus de sucumbência a ser pago pelo vencido ao vencedor, salvo se provada litigância de má-fé. ( Em 2º grau (grau de recurso), contudo, haverá ônus de sucumbência para o recorrente vencido, ou seja, este terá que pagar ao vencedor as custas e os honorários de advogado (que serão fixados entre 10% e 20% sobre o valor da condenação ou, não havendo esta, sobre o valor corrigido da causa) (55/Lei 9099-1995). 
( NA FASE EXECUTIVA (COM BASE EM TÍTULO JUDICIAL) OU EM PROCESSO EXECUTIVO AUTÔNOMO (COM BASE EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL): Também não se fala em cobrança de custas, salvo em caso de litigância de má-fé (deve ser apurado que o título executivo judicial foi obtido por meio de fase cognitiva em que ocorreu tal litigância); improcedência dos embargos; se a execução se basear em sentença objeto de recurso improvido do devedor (EXEMPLO: SE O DEVEDOR RECORREU DA SENTENÇA QUE FORMOU O TÍTULO EXECUTIVO E PERDEU, AO SER EXECUTADO DEVE SER SOMADA A QUANTIA REFERENTE ÀS CUSTAS) (pú e I a III do 55/Lei 9099-1995). 
3 RITO DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO:
1 - NOÇÕES GERAIS SOBRE A CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO:
( CONCEITO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO: Forma indireta de pagamento das obrigações de dar coisa ou dinheiro, pois o pagamento não se efetua ao credor diretamente, mas em Juízo (judicial) ou em banco (extrajudicial) (334 a 345/CC). 
( HIPÓTESES DO RITO EM ESTUDO: O rol do 335 e I a V/CC é numerus clausus, embora haja possibilidade de outras hipóteses de consignação previstas em lei extravagante: 
( SE O CREDOR NÃO PODE OU NÃO QUER RECEBER, MESMO DANDO QUITAÇÃO (REGULAR OU NÃO): A quitação regular é mera presunção de pagamento (melhor depositar) e a irregular não exonera o devedor. 
( SE O CREDOR NÃO VAI NEM MANDA RECEBER A COISA NO LUGAR, TEMPO E CONDIÇÃO COMBINADOS: Caso de obrigação quesível (regra). ( O devedor não fica em mora (mas melhor depositar). 
( SE O CREDOR É INCAPAZ; DESCONHECIDO; DECLARADO AUSENTE; MORA EM LUGAR INCERTO, DE DIFÍCIL ACESSO OU PERIGOSO: Caso de obrigação portável (EXEMPLO: O INCAPAZ NÃO PODE RECEBER, PORTANTO SE O REPRESENTANTE ESTÁ IMPOSSIBILITADO, DEPOSITA-SE. O CREDOR É DESCONHECIDO SE, POR EXEMPLO, O DEVEDOR NÃO SABE A QUEM PAGAR. O AUSENTE NÃO DEIXA ADMINISTRADOR, PORTANTO NÃO SE TEM A QUEM PAGAR. NÃO SE PODE EXIGIR QUE O DEVEDOR VÁ A LUGAR DE ACESSO PERIGOSO OU DIFÍCIL). 
( SE O CREDOR É DUVIDOSO: (EXEMPLO: QUANDO MORRE O CREDOR ORIGINAL, NÃO SABENDO O DEVEDOR A QUAL SUCESSOR DEVE PAGAR; QUANDO DUAS PESSOAS SE APRESENTAM COMO TITULARES DE UM CRÉDITO DECORRENTE DE UMA PROMESSA DE RECOMPENSA; ETC.). 
( SE O OBJETO DA PRESTAÇÃO É LITIGIOSO: O devedor deve depositar e pedir citação dos litigantes para provarem o seu direito (895/CPC), sob pena de ter que pagar de novo se, sabendo do litígio, pagar ao credor errado (344/CC).
2 - MODALIDADES DE CONSIGNAÇÃO:
( CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO EXTRAJUDICIAL: (890 e §§ 1º a 4º/CPC):
( CABIMENTO DO RITO EM ESTUDO: Só em caso de obrigação de pagar dinheiro sendo uma opção do devedor (ou terceiro) que queira se ver livre da dívida. 
( LOCAL DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO EXTRAJUDICIAL: Feita em estabelecimento bancário oficial (ou, na falta deste, em banco privado) situado no lugar do pagamento. 
( COMUNICAÇÃO AO CREDOR NO RITO EM ESTUDO: Efetuado o depósito extrajudicial em conta, com correção monetária, deve ser comunicado o credor da existência do mesmo por carta com AR. ( Tal comunicação deve ser feita pelo banco (não pelo devedor) (MAJORITÁRIA). 
( RECUSA DO CREDOR NO RITO EM ESTUDO: O credor tem 10 dias para, por escrito, manifestar ao banco sua recusa em aceitar o depósito, sob pena de se extinguir a dívida (nesse caso fica à disposição do credor o levantamento do valor depositado). 
( AÇÃO DO DEVEDOR NO RITO EM ESTUDO: Havendo recusa, deve o banco comunicar ao devedor (ou ao terceiro), e este terá o prazo de até 30 dias para ajuizar ação de consignação para obter a declaração judicial de que sua dívida foi extinta pelo depósito, sob pena da perda de eficácia daquele depósito bancário específico (podendo levantá-lo o depositante) (MAJORITÁRIA). ( Na ação deve o autor apresentar, junto com a inicial, a prova do depósito extrajudicial e da recusa manifestada pelo credor. ( Alexandre Câmara diz que o depositante, após a recusa, ao invés de ajuizar a ação pode levantar o depósito para fazer retificação do quantum depositado.
( CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO JUDICIAL FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER (CASO COMUM): 
( NATUREZA JURÍDICA DO RITO EM ESTUDO: 
( Corrente (: Embora haja um ato executivo (o depósito judicial da coisa ou do dinheiro) a natureza preponderante é cognitiva, portanto é possível, em sede de ação consignatória, discutir-se o quantum debeatur (é possível o depósito de obrigação ilíquida, portanto) (Alexandre Câmara). 
( Corrente (: A dívida ilíquida não pode ser depositada, pois a liquidação só pode ocorrer por via de sentença (por arbitramento de perito ou por artigos - liquidação judicial), de juízo arbitral ou de acordo entre as partes. 
( Observação: Se a obrigação for de dar coisa indeterminada (embora a coisa seja indeterminada, após a escolha a obrigação torna-se líquida) e a escolha couber ao credor, será este citado para exercer o direito dentro de 5 dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor faça a escolha, devendo o Juiz, ao despachar a inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito (894/CPC). ( Se o objeto da obrigação (a prestação) for litigioso, como visto, o autor deve depositar e pedir citação dos que o disputam para provarem o seu direito (895/CPC).
( COMPETÊNCIA DE FORO PARA O RITO EM ESTUDO: Em regra, tal ação deve ser proposta no lugar onde deve ser cumprida a obrigação, cessando para o devedor, assim que se efetue o depósito, os juros e os riscos, salvo se a ação for julgada improcedente (94, 891/CPC), ou seja, se a dívida for quesível o foro competente será o do domicílio do devedor e se a dívida for portável, será o do domicílio do credor, mas havendo foro de eleição este deve ser respeitado. ( Portanto a competência instituída pelo 891/CPC é relativa e, em função disso, se a ação for proposta em lugar diverso daquele onde se deva efetuar o pagamento (ou do foro de eleição, se houver) o Juiz não pode reconhecer a incompetência de ofício, cabendo ao réu credor, no prazo legal, alegar tal incompetência,
sob pena de prorrogação de competência. ( Contudo, quando a coisa tiver que ser entregue no lugar em que está (no caso de bem imóvel), deve o devedor ajuizar a ação no foro em que ela se encontra (nesse caso a competência de tal foro é absoluta) (MAJORITÁRIA) (pú do 891/CPC). 
( PETIÇÃO INICIAL DO RITO EM ESTUDO: (893 e I e II/CPC):
( CONTEÚDO DA PETIÇÃO INICIAL: Deve atender aos requisitos do 282/CPC. ( Deve conter o requerimento de depósito da quantia ou coisa devida a ser efetivado (tal requerimento é desnecessário, obviamente, no caso de já ter sido efetuado o depósito extrajudicial). ( Na inicial deve o autor pedir citação do réu credor para levantar o depósito ou oferecer resposta. 
( DEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL: Estando em termos a inicial o Juiz irá deferir o depósito judicial da quantia ou da coisa e o autor deve efetivar o depósito em até 5 dias, contados da intimação acerca do deferimento da inicial, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito. 
( CONTESTAÇÃO DO RÉU NO RITO EM ESTUDO: Terá 15 dias para isso. ( Só as alegações do 896 e I a IV/CPC podem ser “julgadas” no dispositivo da sentença e, portanto, acobertadas pela coisa julgada material, alegações de mérito diferentes destas serão meramente “conhecidas” pelo Juiz na fundamentação. ( São elas: 
( AUSÊNCIA DE RECUSA OU MORA EM RECEBER O PAGAMENTO. 
( JUSTA A RECUSA. 
( O DEPÓSITO NÃO SE EFETUOU NO PRAZO OU NO LUGAR DO PAGAMENTO: Na realidade, quando o réu credor se manifesta contra o lugar do pagamento (foro) deve excepcionar (exceção de incompetência relativa).
( INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO: O réu pode levantar desde logo a coisa ou valor depositado e prosseguirá o processo quanto à parcela que falta. ( Nesse caso, o réu deve fazer pedido contraposto na própria contestação (e não reconvir) e indicar o montante que entende devido (sob pena de indeferimento) (pú do 896/CPC). ( O autor terá 10 dias para complementar o depósito (salvo se for caso de prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato). ( Se o autor complementar o depósito o Juiz extinguirá o processo com sentença de mérito, mas, excepcionalmente, condenará o devedor vencedor (e não o credor vencido) nas custas e honorários, afinal se tivesse pagado a quantia certa não haveria recusa em receber e o consequente processo. ( O que extingue a obrigação é o depósito (extrajudicial ou judicial) sendo, em regra, a sentença de mérito meramente declaratória, contudo, se o autor não complementar o depósito e caso a alegação de insuficiência seja acolhida pelo Juiz, a sentença será complexa, ou seja, sua 1ª parte será meramente declaratória (liberação do autor devedor da parte da dívida que foi depositada) e sua 2ª parte será condenatória (será título executivo judicial a ser executado pelo credor nos mesmos autos do processo de consignação - processo misto) (899 e §§ 1º e 2º/CPC). 
( OUTROS COMPORTAMENTOS DO RÉU NO RITO EM ESTUDO: 
( PODE EXCEPCIONAR: Terá 15 dias para isso (exceção de incompetência relativa, suspeição ou impedimento), contudo mesmo depois desse prazo, por se tratar de causa de rescindibilidade de sentença (II do 485/CPC) o impedimento é alegável mesmo depois do trânsito em julgado, portanto, nele o prazo é meramente dilatório. 
( PODE RECONVIR: Terá 15 dias para isso. ( A reconvenção só não será admitida quando o réu credor contestar alegando insuficiência do depósito efetuado, pois por força da natureza dúplice do procedimento em estudo, pode pleitear a condenação do autor ao pagamento da diferença na própria contestação (pedido contraposto) (§ 2º do 899/CPC). 
( PODE PERMANECER REVEL: Se o réu não contestar (revelia) haverá os efeitos materiais da revelia, se assim o Juiz se convencer, e este extinguirá processo com resolução do mérito declarando extinta a obrigação e ainda condenará o réu nas custas e honorários advocatícios (897/CPC). 
( PODE REQUERER O LEVANTAMENTO DO DEPÓSITO: Nesse caso estará o réu reconhecendo o pedido, portanto, após o levantamento e quitação do réu, deve o Juiz extinguir o processo com resolução do mérito declarando extinta a obrigação e condenando o réu nas custas e honorários advocatícios (pú do 897/CPC). 
( LEGITIMIDADE PASSIVA NO RITO EM ESTUDO: É daquele que o autor (o devedor) indica como sendo o réu (o credor) da obrigação cuja prestação se quer consignar. ( Na dúvida quanto a quem seja credor haverá litisconsórcio necessário passivo. 
( LEGITIMIDADE ATIVA NO RITO EM ESTUDO: É do devedor e do terceiro. 
( Corrente (: O terceiro não interessado juridicamente não tem legitimidade.
 ( Corrente (: O terceiro não interessado tem legitimidade, mas tão-somente não se sub-roga no crédito (MAJORITÁRIA) (305/CC). 
( PRESTAÇOES PERIÓDICAS NO RITO EM ESTUDO: Tratando-se de prestações periódicas, consignada a 1ª, pode o devedor continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que os depósitos sejam efetuados até 5 dias contados da data do vencimento (EXEMPLO: SE NÃO EXISTISSE TAL DISPOSITIVO SERIA DIFÍCIL PARA O CONDÔMINO, POR EXEMPLO, QUE QUISESSE DEPOSITAR A QUOTA CONDOMINIAL, SE TODO MÊS O CONDOMÍNIO SE RECUSASSE A RECEBER A PRESTAÇÃO) (892/CPC). ( Contudo só podem ser depositadas as prestações que se vencerem antes da prolação da sentença, sob pena de supressão do 1º grau de jurisdição, afinal o Juiz de 1ª instância encerra seu ofício com a prolação da sentença e seria preciso que o Tribunal analisasse originariamente a regularidade dos depósitos posteriores à sentença ouvindo o réu sobre cada um deles, o que é inviável, pois não está previsto no rito recursal. ( Após a prolação de sentença, portanto, deve-se instaurar nova ação de consignação (MAJORITÁRIA).
( CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO JUDICIAL FUNDADA NA DÚVIDA SOBRE QUEM DEVA, LEGITIMAMENTE, RECEBER: Caso em que o o credor é duvidoso (EXEMPLO: QUANDO MORRE O CREDOR ORIGINAL, NÃO SABENDO O DEVEDOR A QUAL DOS SUCESSORES DEVE EFETUAR O PAGAMENTO; QUANDO DUAS PESSOAS SE APRESENTAM COMO TITULARES DE UM CRÉDITO DECORRENTE DE UMA PROMESSA DE RECOMPENSA; ETC.). ( Aplicam-se tais regras também, no que couber, se houver prévio litígio entre os supostos credores (344/CC) (895/CPC). ( Estando em termos a inicial e efetuado o depósito judicial, os supostos credores serão citados: 
( SE NENHUM DELES RESPONDER: O depósito deve se converter em arrecadação de bens de ausentes, ou seja, o Juiz nomeará um curador que permanecerá cuidando do objeto da prestação até que algum interessado compareça em Juízo para reclamar o que é seu. ( Na mesma sentença que fizer isso deve declarar extinta a obrigação consignada. 
( SE APENAS UM RESPONDER: O Juiz, por sentença, permitirá o levantamento do depósito pelo réu que se manifestou e também irá declarar extinta a obrigação consignada. ( Se o único réu não for (evidentemente) o credor, o Juiz deve converter o depósito em arrecadação de bens de ausentes e declarar extinta a obrigação consignada. ( Nos 2 casos o autor deve ser ouvido pelo Juiz. 
( SE MAIS DE UM RESPONDER: Nesse caso podem ocorrer duas coisas: 
( UM DOS SUPOSTOS CREDORES ALEGA ALGO QUE, SE ACOLHIDO PELO JUIZ, IMPEDE A LIBERAÇÃO DO AUTOR DEVEDOR: (EXEMPLO: INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO, ETC.). 
( OS SUPOSTOS CREDORES SE LIMITAM A AFIRMAR CADA UM O SEU DIREITO. 
( Observação: Se o Juiz entender pela liberação do autor devedor (em caso de rejeição da impugnação ou diante da ausência desta) será por interlocutória, que extinguirá a obrigação do autor e o excluirá do processo. ( O processo continuará entre os supostos credores pelo rito ordinário e o vencedor, reconhecido na sentença, poderá levantar o depósito (898/CPC).
( RESGATE DA ENFITEUSE: Se o enfiteuta quiser fazer o resgate da enfiteuse (para se tornar proprietário do bem) deve dirigir-se ao senhorio direto e lhe oferecer o valor correspondente a 1 laudêmio (2,5% sobre o valor atual do imóvel) e 10 foros anuais. ( Recusado o recebimento pelo senhorio pode o enfiteuta ajuizar ação de consignação. ( A sentença que julgar procedente
o pedido e declarar extinta a enfiteuse servirá de título de remição do aforamento, ou seja, será hábil a permitir seu cancelamento junto ao RGI onde está matriculado o imóvel enfitêutico (900/CPC).
4 RITO DA RESTITUIÇÃO DA COISA DEPOSITADA:
1 - NOÇÕES GERAIS SOBRE A RESTITUIÇÃO DA COISA DEPOSITADA:
( CONCEITO DE RESTITUIÇÃO DA COISA DEPOSITADA: Tal procedimento tem como meta obter a restituição da coisa depositada que não tenha sido devolvida, espontaneamente, pelo depositário (901/CPC). 
( NATUREZA JURÍDICA DA RESTITUIÇÃO DA COISA DEPOSITADA: Trata-se de procedimento misto, pois tem uma fase cognitiva (destinada à prolação de sentença que determine a restituição da coisa ao autor) e uma fase executiva (para efetivação do comando contido na sentença). 
( CABIMENTO DA RESTITUIÇÃO DA COISA DEPOSITADA: Só no caso de depósito regular (de coisa infungível), pois sendo o depósito de coisa fungível (irregular) não se tem interesse-adequação de exigir do depositário a restituição da coisa depositada (a via correta é a ação de cobrança, para que o depositário entregue coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade). 
2 - PROCEDIMENTO DA RESTITUIÇÃO DA COISA DEPOSITADA:
( PETIÇÃO INICIAL: Deve conter, além dos requisitos do 282/CPC (902/CPC): 
( PROVA LITERAL DO CONTRATO DE DEPÓSITO: Os 646, pú do 648/CC dizem que o depósito (voluntário ou necessário legal) só se prova por escrito e, como se trata de forma ad probationem, não é necessário que haja contrato de depósito, bastando a existência de começo de prova escrita (EXEMPLO: FICHA, RECIBO DE DEPÓSITO, ETC.). ( Contudo, o depósito necessário miserável pode ser provado por qualquer tipo de prova. 
( ESTIMATIVA DO VALOR DA COISA DEPOSITADA (SE ISSO JÁ NÃO CONSTAR DO CONTRATO DE DEPÓSITO QUE SERÁ ANEXADO À INICIAL): Para o caso de a coisa não mais existir e em seu lugar ter que ser entregue seu valor pecuniário. 
( REQUERER A CITAÇÃO DO DEPOSITÁRIO. 	
( REQUERER A COMINAÇÃO DA PENA DE PRISÃO CIVIL: Por força da Súmula Vinculante 25/STF não mais se aplicam o § 1º do 902/CPC nem o pú do 904/CPC, pois ela diz ser ilícita a prisão civil de qualquer depositário. 
( COMPORTAMENTO DO RÉU: Citado, o réu no prazo de 5 dias (I e II do 902/CPC): 
( PODE ENTREGAR A COISA AO AUTOR: Nesse caso reconhece a procedência do pedido. ( O Juiz dará sentença de mérito extinguindo o processo. 
( PODE DEPOSITAR A COISA EM JUÍZO: Nesse caso o réu vai também contestar alegando que não se recusou a devolver a coisa (para que o autor não tenha interesse de agir em relação à ação intentada). ( O depósito serve também para se livrar dos riscos de ter a coisa sob sua guarda (tais riscos passam para o depositário judicial). ( Contudo, se não contestar no prazo terá reconhecido a procedência do pedido. 
( PODE DEPOSITAR EM JUÍZO O VALOR DA COISA EM DINHEIRO: Nesse caso o réu vai contestar alegando a impossibilidade física ou jurídica da devolução da coisa que não decorreu de fortuito ou força maior, pois tanto no fortuito quanto na força maior fica liberado o depositário (cabe a ele o ônus da prova) (642/CC). ( Se o réu depositar e não contestar, tal depósito não terá o condão de extinguir a obrigação, pois o depositante quer a coisa e não o seu valor, portanto o Juiz dará sentença de mérito acolhendo o pedido do autor no sentido de lhe ser entregue a coisa. 
( PODE EXCEPCIONAR: Exceção de incompetência relativa do Juízo, de impedimento e de suspeição. 
( PODE RECONVIR: (EXEMPLO: QUANDO O DEPOSITÁRIO QUISER FAZER VALER SUA PRETENSÃO À COMPENSAÇÃO ENTRE DEPÓSITOS). 
( PODE CONTESTAR: Como visto, pode contestar juntamente com o depósito (da coisa ou seu valor), com a reconvenção ou apenas contestar. ( Na contestação pode o réu alegar qualquer matéria de defesa prevista não só na lei civil, mas em todo o direito material (defesa formal e de mérito) (§ 2º do 902/CPC).
( CONVERSÃO DO RITO ESPECIAL EM ORDINÁRIO: Depois dos 5 dias para que o réu se manifeste, não apenas quando haja contestação, mas também no caso de revelia, o procedimento se converte em ordinário (pú do 272, 903/CPC). 
( JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO: Pode o Juiz: 
( EXTINGUIR O PROCESSO POR SENTENÇA TERMINATIVA OU DEFINITIVA: (329/CPC). 
( FAZER JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE POR SENTENÇA DEFINITIVA: Se já estiver convencido (330/CPC). 
( MARCAR AIJ: Após a instrução probatória o Juiz dará sentença terminativa, ou definitiva de improcedência ou procedência. 
( SENTENÇA DEFINITIVA DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO: 
( FASE COGNITIVA: Finaliza-se com a sentença de mérito, que se for de procedência, determinará ao réu que restitua a coisa depositada (sentença condenatória). 
( FASE EXECUTIVA: Após o trânsito em julgado da sentença ou estando ela sujeita a recurso sem efeito suspensivo (apelação) o Juiz expedirá mandado para entrega da coisa no prazo de 24 horas ou o equivalente em dinheiro (mas apenas se a entrega for impossível, como visto, sem que seja por fortuito ou força maior, pois nesses casos o réu está exonerado) (904/CPC). ( Mesmo que o equivalente em dinheiro seja depositado pode o autor requerer em Juízo a expedição de mandado de busca e apreensão da coisa (não se trata de “ação de busca e apreensão”, mas de mero ato executivo), sendo que se a coisa for encontrada ou o réu entregá-la voluntariamente ser-lhe-á restituído o dinheiro depositado (905/CPC). ( Se a coisa não puder ser devolvida, por culpa do réu, e este não depositar o equivalente em dinheiro, a fase executiva toma o rumo de uma execução por quantia certa com lastro no valor da coisa que estava na inicial e foi reproduzido na sentença condenatória (906/CPC).
5 RITO DA ANULAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO 
DE TÍTULOS AO PORTADOR:
1 - NOÇÕES GERAIS SOBRE A ANULAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DE TÍTULOS AO PORTADOR:
( CONCEITO DE TÍTULO AO PORTADOR: Título de crédito que traduz obrigação de prestar, sendo dirigido a um credor anônimo, por isso deve a prestação ser cumprida a quem apresente o título (a transmissão da propriedade do título faz-se pela tradição). ( O título pode ser, desde a constituição, ao portador ou constituir-se nominativo e depois passar a ser ao portador por aposição do endosso em branco. ( O procedimento em estudo é pouco aplicado na prática, pois não se aplica aos títulos cambiais, cambiariformes ou da dívida pública (EXEMPLO: É APLICADO NOS BILHETES DE INGRESSOS EM ESPETÁCULOS MUSICAIS, TEATRAIS OU DE INGRESSO EM MEIOS DE TRANSPORTE; TELE-SENAS E CONGÊNERES). 
( PRETENSÕES DA ANULAÇÃO E DA SUBSTITUIÇÃO DE TÍTULOS AO PORTADOR: Tal procedimento (cognitivo) é cabível nos casos em que se tenha perdido o título (perecimento total) ou dele se tenha sido injustamente desapossado (o rito, nos 2 casos, será o comum ordinário ou sumário, dependendo do valor da causa). ( O autor tem duas opções (907 e I e II/CPC): 
( NO CASO DE PERDA, QUE O TÍTULO PERCA A EFICÁCIA E SEJA SUBSTITUÍDO POR OUTRO: Na verdade não se trata de anulação, pois não há vício de formação do título, o que se quer é que o título perca a eficácia e seja substituído por outro. 
( NO CASO DE SER INJUSTAMENTE DESAPOSSADO, A REIVINDICAÇÃO DA POSSE DO TÍTULO: Se comprado o título em Bolsa ou leilão público, o dono que pretender a restituição da cártula é obrigado a indenizar ao adquirente o preço que este pagou, ressalvado o direito de reaver tal valor do vendedor (913/CPC). 
2 - PROCEDIMENTO DA ANULAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DE TÍTULOS AO PORTADOR:
( PETIÇÃO INICIAL: Deve conter, além dos requisitos de qualquer inicial (282/CPC) (908 e I a III/CPC): 
( A QUANTIDADE, ESPÉCIE, VALOR NOMINAL DO TÍTULO E ATRIBUTOS QUE O INDIVIDUALIZEM. 
( A ÉPOCA E O LUGAR EM QUE FOI ADQUIRIDO E AS CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE FOI PERDIDO. 
( QUANDO RECEBEU (SE É QUE RECEBEU) OS ÚLTIMOS JUROS E DIVIDENDOS. 
( O REQUERIMENTO DA CITAÇÃO DO DETENTOR ATUAL E, POR EDITAL, DOS TERCEIROS INTERESSADOS: Se o detentor for desconhecido também será citado por edital. ( Na realidade, o “terceiro interessado” é réu. 
( A INTIMAÇÃO DO DEVEDOR DO TÍTULO, PARA QUE DEPOSITE EM JUÍZO O CAPITAL, BEM
COMO JUROS OU DIVIDENDOS VENCIDOS OU VINCENDOS: Ele é intimado, pois não é parte do processo, e deve depositar o valor do título vencido para evitar de pagar ao credor errado (pois quem paga mal, paga duas vezes). 
( A INTIMAÇÃO DA BOLSA DE VALORES, PARA CONHECIMENTO DE SEUS MEMBROS, A FIM DE QUE ESTES NÃO NEGOCIEM OS TÍTULOS ATÉ O JULGAMENTO DO FEITO: Se a causa versar sobre algum título que na Bolsa possa ser negociado. 
( CITAÇÃO DO DETENTOR E TERCEIROS E INTIMAÇÃO DO DEVEDOR E DA BOLSA: Mas isso só ocorrerá se o Juiz entender que há probabilidade da existência do direito do autor (faz cognição sumária com base em juízo de probabilidade), sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito (909 e pú/CPC). ( Por omissão da lei, usa-se o prazo de 15 dias para resposta dos réus e, como há litisconsórcio passivo necessário, não se pode falar revelia antes que tal prazo se passe em dobro nos moldes do 191/CPC. 
( RESPOSTA DOS RÉUS: 
( PODEM EXCEPCIONAR: Exceção de incompetência relativa do Juízo, de impedimento e de suspeição. ( Não se admite a reconvenção. 
( PODEM CONTESTAR: A exigência de que a contestação só será recebida se o réu (detentor) juntar o título não é absoluta (EXEMPLO: ELE PODE DIZER NA CONTESTAÇÃO, POR EXEMPLO, QUE NÃO TEM O TÍTULO, QUE O PERDEU, ETC.) (910/CPC). ( Se o terceiro interessado não contestar não se fala em revelia nem de curatela especial (9º/CPC), pois se presume que não existe, mas se o detentor não contestar ocorrerá a revelia e seus efeitos materiais. ( A partir da resposta o procedimento torna-se ordinário (pú do 910/CPC).
( SENTENÇA: 
( DE IMPROCEDÊNCIA: Como qualquer sentença desse tipo será meramente declaratória da inexistência do direito afirmado pelo autor. 
( DE PROCEDÊNCIA: Tem natureza constitutiva, pois transitada em julgado o título perde a eficácia onde quer que se encontre. ( Além da perda de eficácia do título a sentença deve determinar o prazo de sua substituição por outro a ser emitido pelo devedor, sendo que tal substituição só não ocorre se a dívida se vencer no curso do processo e o devedor efetuar o depósito do valor, caso em que basta ao Juiz autorizar ao autor o levantamento do valor (911/CPC). ( Como o devedor não é parte do processo (não pode ser condenado), caso não substitua o título espontaneamente, pode o credor, independente da apresentação da cártula, exercitar a ação de cobrança em face do devedor (MAJORITÁRIA). 
( SUBSTITUIÇÃO DO TÍTULO NO CASO DE PERECIMENTO PARCIAL: 
( PERECIMENTO TOTAL: Como visto, utiliza-se o procedimento comum (ordinário ou sumário). 
( PERECIMENTO PARCIAL: (EXEMPLO: QUANDO SE TORNA IMPOSSÍVEL LER O NÚMERO DE SÉRIE DO TÍTULO, A ASSINATURA DO DEVEDOR, ETC.). ( Deve o autor requerer citação do devedor para responder em 10 dias (note-se que aqui o legitimado passivo é o devedor). ( Pode ele substituir o título ou contestar a ação (excepcionar ou reconvir). ( Oferecida a contestação o procedimento torna-se ordinário. ( Revel o réu o Juiz deve dar sentença condenatória, que será executada nos moldes do 461/CPC (obrigação de fazer) (912 e pú/CPC)
6 RITO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS: 
1 - NOÇÕES GERAIS SOBRE A PRESTAÇÃO DE CONTAS:
( CONCEITO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS: Significa fazer alguém a outrem, parcela por parcela, a exposição dos componentes de débito e crédito resultantes de determinada relação jurídica, concluindo pela apuração aritmética do saldo credor ou devedor, ou de sua inexistência (EXEMPLO: O MANDATÁRIO É OBRIGADO A PRESTAR CONTAS AO MANDANTE, PARA QUE ESTE POSSA SABER QUAIS FORAM OS CRÉDITOS E DÉBITOS OCORRIDOS EM RAZÃO DO CUMPRIMENTO DO CONTRATO).
( MODALIDADES DE PRESTAÇÃO DE CONTAS: Pode haver mora do devedor ou do credor na prestação de contas. ( No 1º caso utilizamos a ação de exigir contas (o credor é o autor e tem direito de exigi-las). ( No 2º caso utilizamos a ação de dar contas (o devedor é o autor e tem a obrigação de prestá-las) (914 e I e II/CPC). ( Ambos os procedimentos têm natureza cognitiva. 
( INSTRUÇÃO NA PRESTAÇÃO DE CONTAS: A conta será prestada em forma contábil (e não mercantil, como diz o 917/CPC), ou seja, deve ser apresentada com colunas distintas para créditos e débitos, com a descrição discriminada de cada uma das parcelas da conta e da data do recebimento ou do pagamento, tudo isso acompanhado dos documentos comprobatórios dos créditos e débitos. ( Faltando tais documentos na inicial da ação de dar contas o Juiz deve mandar emendar em 10 dias, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito. ( Faltando tais documentos na inicial da ação de exigir contas o réu pode impugnar a inicial (acarretando a mesma emenda a ser determinada pelo Juiz).
( PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PESSOAS ESPECÍFICAS: As contas do inventariante, tutor, curador, depositário ou qualquer administrador judicial devem ser apresentadas em apenso aos autos do processo em que foram nomeados. ( Se houver saldo contra o prestador, sendo este condenado a pagar tal saldo, o não cumprimento de tal condenação no prazo acarretará a ele, além da execução, a destituição do encargo que exercer, sequestro dos bens sob sua guarda e perda de eventuais remunerações a que teria direito (919/CPC). ( Temos aqui duas possibilidades em relação a tais pessoas: 
( PODEM SER PARTES (AUTORES OU RÉUS) DE AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS: (EXEMPLO: CASO DE AÇÃO DE EXIGIR CONTAS PROPOSTA PELO HERDEIRO EM FACE DO INVENTARIANTE). 
( PODEM TER QUE PRESTAR CONTAS ADMINISTRATIVAMENTE: Nesse caso cabe ao próprio Juízo tomar as contas (EXEMPLO: O CURADOR NÃO PRESTA CONTAS AO CURATELADO, MAS AO JUÍZO QUE O NOMEOU). 
( PROCEDIMENTO DÚPLICE: Como a posição de autor e réu não são muito bem definidas (salvo no que se refere à iniciativa da instauração do processo), não faz sentido a reconvenção, portanto eventual pretensão que o réu queira manifestar em seu favor será por via de contestação (EXEMPLO: O CREDOR DAS CONTAS AJUIZA A DEMANDA E, NO FIM, SAI CONDENADO A PAGAR O QUE DEVE AO RÉU E QUE SERÁ APURADO POR MEIO DAS CONTAS PRESTADAS POR ESTE). 
2 -AÇÃO DE EXIGIR CONTAS:
( DUAS FASES MERITÓRIAS DO MESMO PROCESSO: 
( 1ª FASE: Verifica-se a existência do direito de exigir a prestação de contas. ( Se não existir tal direito, o Juiz encerra o processo com sentença definitiva ou, caso falte condição da ação ou pressuposto processual, o Juiz encerra o processo com sentença terminativa. ( Se existir tal direito, o Juiz encerra a 1ª fase com sentença definitiva condenatória parcial, portanto cabe apelação no duplo efeito (não é interlocutória, pois há duas análises distintas de mérito e, embora a 1ª fase seja prejudicial em relação à 2º, não é meramente incidental). 
( 2ª FASE: Verificam-se as contas e o saldo eventualmente existente em favor de qualquer dos sujeitos da relação jurídica de direito material. ( Essa fase se encerra por sentença definitiva declaratória e condenatória (será executada como continuação das duas fases cognitivas - fase executiva - nos moldes da execução por quantia certa - 475-N, 918/CPC). 
( PETIÇÃO INICIAL E CITAÇÃO DO RÉU: Estando em termos a inicial, o Juiz determina a citação do réu para se manifestar em 5 dias (915/CPC): 
( PODE PERMANECER REVEL: Aplica-se o procedimento ordinário até o fim da 1ª fase (324, 329, 330, § 2º do 915/CPC). 
( PODE APRESENTAR AS CONTAS EXIGIDAS: Nesse caso faz-se desnecessária a 1ª fase meritória. ( O autor pode se manifestar sobre as contas em até 5 dias e, só se houver necessidade de instrução probatória, será marcada AIJ (só para coleta de prova oral); após isso o Juiz dará sentença (§ 1º do 915/CPC). 
( PODE APRESENTAR AS CONTAS EXIGIDAS E CONTESTAR SOBRE O VALOR DAS PARCELAS E/OU DO SALDO: Nesse caso faz-se desnecessária a 1ª fase meritória. ( Só se houver necessidade de instrução probatória será marcada AIJ (só para coleta de prova oral); após isso o Juiz dará sentença. 
( PODE CONTESTAR SEM IMPUGNAR A EXISTÊNCIA DO SEU DEVER DE PRESTAR CONTAS: Aplica-se o procedimento ordinário até o fim da 1ª fase (324, 329, 330, § 2º do 915/CPC).

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