Prova de Ecopol P2

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Faculdade de Direito
2º. Avaliação de Economia Política
Rodrigo Moreira de Mello
Nos termos de Marx, em que consiste o caráter fetichista da teoria econômica liberal ?
Segundo Marx, o valor de uma mercadoria pode ser dividido em duas categorias: o valor de uso e o valor de troca. O valor de uso seria a capacidade, pelas suas propriedades, de satisfazer as necessidades humanas. Já o valor de troca, provém da relação de troca de mercadorias de diferentes utilidades. Esse valor de troca da mercadoria, não provém de uma valoração fixa à determinada mercadoria, mas de fatores que regulam a variação de seu valor. A troca de mercadorias é a única maneira na qual os diferentes produtores isolados de mercadorias se relacionam. Dessa maneira, o valor das mercadorias é determinado de maneira independente dos produtores individuais, e cada produtor deve produzir sua mercadoria em termos de satisfação de necessidades alheias. Disso resulta que o mercado parece determinar a vontade do produtor e não o contrário.
Marx afirma que na modernidade, o homem estava tratando as mercadorias como um produto que deixara de ser estritamente humano para tornar-se objeto de adoração. A mercadoria deixa de ter a sua utilidade atual e passa a atribuir um valor simbólico, quase que divino, o ser humano não compra o real, mas sim a transcendência que determinado artefato representa.
Já o trabalhador, aquele que verdadeiramente, por meio da aplicação de seu trabalho, adiciona valor à mercadoria em seu processo de produção, não se vê reconhecido no produto produzido. A alienação provocada pela venda de sua força de trabalho e exploração da mais-valia devido a detenção dos meios de produção pela classe burguesa, exclui o trabalhador da objetivação do lucro do produto. Este não mais tem consciência da lógica de mundo e das relações humanas em que está inserido
Este conjunto de fatores é o que consiste o caráter fetichista da lógica capitalista na teoria econômica liberal, segundo Karl Marx.
A partir de Aristóteles, em que sentido se pode dizer que a deturpação patológica da arte de enriquecer constitui um obstáculo para a realização do ser humano?
Segundo Aristóteles, a economia consiste na arte de aquisição, responsável por prover os produtos para a manutenção da vida cotidiana, limitada às necessidades e os bens essenciais, pois sem o mínimo necessário à existência não é possível sequer viver, e muito menos viver bem, e a arte de enriquecer, ligada ao comércio, cujo desenvolvimento geraria acumulação ilimitada de riquezas. 
Aristóteles define que a natureza de cada coisa é o seu estágio final, quando o seu crescimento se completa, seu objetivo e finalidade. Portanto, a autossuficiência é a natureza de uma cidade; quando já tem condições de assegurar a vida de seus membros e assegurar-lhes uma vida melhor. 
Para Aristóteles “política” como a ciência da felicidade humana pois o homem, sendo um “animal social por natureza” desenvolve suas potencialidades vivendo em sociedade e organizando-se adequadamente pra seu bem-estar. A meta da “política” é descobrir a melhor maneira de viver que leva a felicidade humana e a melhor forma de organização social que garantiria e preservaria esta maneira de viver. Nesse sentido, a cidade se forma na busca de um bem comum.
Diante disto, para o filósofo, é natural ao homem enriquecer para assegurar os bens que garantem a autossuficiência da cidade. Ao homem, a economia natural é necessária e louvável pois está diretamente relacionada a política, na medida que garante ao homem os meios ideias para assegurar a melhor maneira de viver e a manutenção da pólis.
A arte de enriquecer constituiria um obstáculo para a realização do ser humano na medida em que a finalidade natural e política da economia seria corrompida. A partir do momento em que o homem ultrapasse os limites da exigência de autossuficiência da comunidade, ao se envolver com uma economia não-política, sua essência seria deturpada. A ação da arte de enriquecer deve cessar no instante em que o homem alcança a autossuficiência.