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Slides de Aula Unidade I

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Profa. Celia Braga
UNIDADE I
Comunicação Empresarial
 A comunicação é, provavelmente, umas das necessidades humanas mais antigas, 
quando ainda não era possível a fala. Entretanto, em algum momento, algumas 
pessoas resolveram trocar uma ideia, e nesse sentido, a comunicação começou 
a ser desenvolvida.
 Dessa forma, o desenvolvimento da linguagem foi acontecendo. 
 Com a linguagem, foi possível a perpetuação da história dos homens que 
passaram de geração a geração os conhecimentos atribuídos em sua época. 
 A invenção da escrita há cerca de 5 mil anos alterou de 
forma significativa a relação entre os homens e foi graças 
a ela que estes registraram e transportaram informações, 
conseguindo mantê-las mesmo após a morte das 
pessoas.
Introdução
A seguir temos o histórico do modelo mecanicista, desenvolvido por C. F. Shannon 
e Weaver em 1949. Este modelo não se ocupa especificamente da comunicação 
humana, que é mais complexa e depende de fatores sociais, ambientais, pessoais 
e psicológicos: 
Elementos do processo de comunicação e ruídos
Fonte: TOMASI, C.; MEDEIROS, 
J. B. Comunicação empresarial. 
4. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 
32. Adaptada. 
Fonte de
informação
Mensagem
Transmissor
Sinal
Fonte de ruído
Sinal recebido
Receptor
Mensagem
Receptor
No modelo adaptado dos elementos do processo de comunicação e ruídos, para 
se transmitir mensagens um receptor precisa de um código (conjunto organizado 
de signos) para transformar o que se pretende comunicar em um código, ou seja, 
codificar a mensagem: 
Adaptação dos elementos do processo de comunicação e ruídos
Fonte: Livro-texto.
Emissor Codificação
Mensagem
Meio
Decodificação Receptor
Feedback
Ruído
Resposta
 Em uma mensagem escrita utiliza-se um suporte para escrever o texto (um papel, 
uma tela de computador, etc.) com a linguagem escolhida, ou seja, o código é a 
língua portuguesa no Brasil.
Exemplo
 Fonte: iniciadora do ciclo da comunicação (máquina, pessoa, 
organização, instituição).
 Emissor: protagonista do ato da comunicação, codifica e emite uma mensagem 
para um receptor.
 Receptor: outro protagonista, para quem a mensagem é dirigida, recebe 
a informação e a decodifica.
 Mensagem: objeto da comunicação, é uma estrutura 
organizada de sinais que servem para comunicar.
Os elementos que compõem o processo de comunicação
 Ruído: sinal indesejado que atrapalha a comunicação e perturba a compreensão 
da mensagem.
 Contexto: situação a que a mensagem se refere, chamado também de referente.
 Canal: meios de comunicação.
 Código: conjunto de signos, escrita.
 Signos: combinação de um significado com um significante (ideia mais objeto).
Os elementos que compõem o processo de comunicação
As linguagens são formadas por conjuntos de sinais
Fonte: 300PX-SHOTOKAN_JAPANESE.SVG.PNG. Disponível em: 
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/1f/Shotokan_japan
ese.svg/300px-Shotokan_japanese.svg.png>. Acesso em: 26 out. 2018.
Há muitas formas de linguagem: 
− oral,
− escrita,
− científica,
− musical, entre outras. 
 Os meios de combinação dos elementos, bem como as 
regras e convenções sobre os usos adequados de cada 
um deles é que determinam que outras pessoas possam 
entender a linguagem.
Signo linguístico e ruído na comunicação 
 A linguagem é um conjunto de signos com regras para serem combinados. 
 O signo é qualquer coisa que faz referência a outra coisa ou ideia e possui 
significado, ou seja, o signo é a maneira pela qual as pessoas o compreendem. 
Também faz parte do signo o significante, que é a forma concreta do que ele 
representa, como a palavra, o gesto, o som, etc.
Signos
 Entre os vários tipos de significados para os signos, podemos citar:
‒ significado gramatical, que depende da relação com os outros signos;
‒ significado contextual, que varia conforme o contexto em que está inserido; 
O que as flores significam em um casamento, em um velório ou em nosso quintal?
‒ significado referencial, o sentido atribuído às palavras pelo dicionário, ou seja, 
o conceito referente;
‒ significado denotativo, quando o signo indica um objeto ou suas qualidades, como 
quando se conta um sonho;
‒ significado conotativo, quando se enriquece a palavra 
com outros significados, como os metafóricos, em 
“nuvens de algodão”, “pérolas da língua portuguesa”.
Significados para os signos
 Você deve estar pensando na relevância da comunicação e na dificuldade de nos 
comunicarmos com clareza, condição fundamental para que a comunicação seja 
completa e cause o efeito esperado, ou seja, o resultado (feedback).
Dificuldades na comunicação
 Há muitos tipos de interferência que podem ocorrer quando pronunciamos as 
palavras. Nesse processo, deve-se prestar atenção ao conteúdo da informação 
não verbal presente na comunicação. Importa mais o que se faz ou o que se deixa 
de fazer enquanto falamos do que o conteúdo propriamente dito da mensagem.
 Após falarmos sobre a Comunicação Verbal, vamos falar sobre a Comunicação 
Não Verbal porque a leitura do não verbal muitas vezes complementa a 
compreensão da comunicação verbal.
Comunicação verbal e não verbal
 A leitura do não verbal, muitas vezes, complementa a compreensão 
da comunicação verbal. Com isso, vemos que o sucesso de nossa comunicação 
não depende só da habilidade com que usamos as palavras.
 O ser humano faz uso de muitos signos universais da comunicação. A palavra 
é essencial, mas apenas um desses signos.
 Outras formas que expressam a comunicação são os 
gestos, os movimentos com a cabeça, a expressão dos 
olhos e da face, a postura, a aparência e outros símbolos, 
conforme veremos a seguir.
Comunicação não verbal
‒ Expressão facial.
‒ Movimento dos olhos.
‒ Movimentos da cabeça.
‒ Postura e movimentos do corpo.
‒ Comportamentos não verbais da voz.
‒ A aparência.
 Você já deve ter ouvido a expressão “o corpo fala”. 
Muitas vezes falamos algo, mas nosso corpo comunica 
outra coisa. Esses sinais não verbais servem para facilitar 
e encadear as interações sociais e para expressar 
emoções e atitudes entre os envolvidos. 
 A junção entre a comunicação verbal e a não verbal 
possibilitará o sucesso da comunicação empresarial.
Comunicação não verbal
Entre os significados dos signos, é correto o que se afirma em: 
a) Significado gramatical: varia conforme o contexto em que está inserido.
b) Significado contextual: depende da relação com os outros signos.
c) Significado referencial: indica um objeto ou suas qualidades, como quando 
se conta um sonho.
d) Significado denotativo: sentido atribuído às palavras pelo dicionário, ou seja, 
o conceito referente. 
e) Significado conotativo: quando se enriquece a palavra com outros significados.
Interatividade
 Falar é muito diferente de escrever. Ao falarmos, nós nos permitimos erros e 
formas gramaticais e de tratamento impensáveis ao escrevermos. Isso se dá 
porque as duas formas não têm o mesmo vocabulário nem a mesma gramática, 
a não ser que estejamos falando oralmente um texto escrito. 
 O texto escrito, no entanto, como supera os limites do espaço e do tempo, tem 
a tendência de ser mais bem elaborado e sempre é feito de maneira formal, 
conforme os elementos envolvidos e sua finalidade.
Linguagem escrita e falada
 É ideal é que todo falante domine todos os níveis de linguagem para empregá-los 
de acordo com as exigências do contexto. 
Veja que a mesma mensagem pode ser transmitida usando-se diferentes níveis de 
linguagem:
‒ Que odor desagradável!
‒ Que mau cheiro!
‒ Que fedor!
‒ Que catinga!
Níveis de linguagem
 Na línguafalada, a oposição uniformidade/diversidade é percebida por não 
obedecer a padrões tão rígidos impostos pela norma culta da gramática. 
Os fatores conhecidos são:
‒ Diferenças regionais: a pronúncia é o primeiro sinal de regionalismo que se nota. 
O vocabulário e o uso de normas gramaticais também apresentam diferenças.
‒ Diferenças socioculturais: idade, sexo, cultura, profissão, posição social, 
nível de estudos.
‒ Diferenças contextuais: assunto, tema, lugar, momento, 
relações entre os interlocutores
Níveis de linguagem
Na fala das pessoas encontramos o reflexo desses fatores e isso gera 
o que pode ser classificado em:
 Nível formal (culto): são obedecidas as regras prescritas pela gramática normativa, 
que normalmente são encontradas em: 
‒ discursos acadêmicos;
‒ trabalhos científicos;
‒ língua escrita em textos literários e didáticos.
Diferentes níveis de fala ou de linguagem: nível formal
É oposto ao formal, não segue estritamente a norma gramatical, apresentando 
gírias e formas contraídas. É a linguagem familiar ou espontânea, usada no dia 
a dia e que a maioria das pessoas utiliza no cotidiano. Exemplos:
‒ bilhetes;
‒ cartas pessoais;
‒ diários íntimos;
‒ conversas com amigos.
Diferentes níveis de fala ou de linguagem: nível informal (coloquial 
ou popular)
Alguns autores ainda fazem outra divisão, criando os níveis:
 Técnico ou profissional: trata-se do jargão, da linguagem específica de alguns 
grupos profissionais, como: economistas, advogados, analistas de sistemas, 
médicos, entre outros.
 Norma vulgar: fala de quem tem instrução rudimentar.
Diferentes níveis de fala ou de linguagem: níveis técnico e vulgar
 É a introdução do parágrafo e deve ser seguido de desenvolvimento e conclusão. 
Veja, então, que um parágrafo precisa ser um minitexto completo. Deve ter início, 
meio e fim. Introdução, desenvolvimento e conclusão. 
 Exemplo: figurando frequentemente na mídia, o tema da sustentabilidade 
passou a fazer parte da vida das pessoas nos últimos anos. As propagandas 
dessa e de outras empresas têm disseminado os temas da sustentabilidade e a 
responsabilidade social, alterando o entendimento e a relação que as pessoas 
estabelecem com estas temáticas (GARCIA, 2009).
Tópico frasal
 O tópico frasal está na primeira e na segunda linha do texto. 
 E é nesse trecho que se entende do que o texto vai tratar, apresenta-se a ideia 
central do parágrafo, ou seja, o tópico frasal. A partir dele é que o parágrafo 
vai se desenvolver.
Tópico frasal
 O parágrafo é um segmento que constitui uma unidade da redação. Nele se 
desenvolve, por meio de um ou mais períodos, uma ideia principal que pode 
ser ampliada por ideias secundárias.
 Iniciar um parágrafo por meio de uma definição faz com que o autor tenha que 
depois prová-la. A partir daí precisa exemplificar, analisar para completar sua ideia 
ou, ainda, apontar opiniões pessoais ou de outras pessoas para escrever um 
bom parágrafo.
Parágrafo
 Pode-se começar um parágrafo também por uma declaração: “Pesquisas atuais 
indicam que mais de 80% das decisões de compra das famílias brasileiras são 
feitas por mulheres”. Depois disso, deve-se tentar explicar os contrastes existentes 
nessa declaração ou colocar ideias secundárias como exemplos e concluir 
com argumentos. 
 Exemplo: Pesquisas atuais indicam que mais de 80% das decisões de compra das 
famílias brasileiras são feitas por mulheres. A sociedade atual é caracterizada por 
um alto consumo de todo tipo de produto por parte das pessoas. Prova disso é que 
as vendas de automóveis batem recordes todos os meses, as vendas nos 
supermercados crescem à ordem de 7% todos os 
meses. Dessa forma, consumir parece ser a tônica 
da população atual.
Declaração
 O parágrafo apresenta algumas ideias no tópico frasal, que devem ser 
desenvolvidas seguindo a ordem que tiveram na apresentação.
 Exemplo: No setor bancário, os projetos primordiais se referem ao atendimento 
ao cliente, à eliminação das filas e à redução de perdas causadas por golpes. 
Atendimento ao cliente já é um assunto recorrente no setor desde o início do 
Código do Consumidor, há mais de vinte anos. Eliminar filas também faz parte 
desse tópico, mas é tratado de forma diferenciada, pois há legislações que punem 
os bancos quando as filas se perpetuam. A prevenção de perdas causadas por 
golpes é estudada por grupos de trabalho em todos os bancos, pois sempre há 
uma especialização maior dos bandidos em detrimento 
das soluções apresentadas pelo setor. Parece um 
problema sem fim.
Divisão de conteúdo
 Pode-se construir tópicos frasais por alusão a uma opinião alheia, um autor, uma 
referência a um fato histórico ou a uma obra de arte, e geralmente apela para a 
capacidade de associação de ideias do leitor.
 Exemplo: “Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas”, escreveu 
Machado de Assis, em Quincas Borba. Seria essa a postura esperada de um 
vencedor num cargo eletivo qualquer. Vencida a etapa de luta e disputa eleitoral, 
urnas apuradas, a raiva pela derrota aos vencidos, e ao vencedor, o melhor dos 
tempos possíveis, doravante.
Citação
 Também se pode iniciar um parágrafo por meio de uma pergunta, um 
questionamento que deverá ser respondido pelo próprio autor no decorrer do texto. 
 Exemplo: O que esperar dessa geração de meninos e meninas que vivem nas 
ruas? Que tenham algum tipo de assistência do governo ou da sociedade para 
que não debandem para a violência, para as drogas nem para a bandidagem. 
Espera-se que tenham o direito a um futuro digno.
Interrogação
 Uma exclamação pode ser o início de um parágrafo.
 Exemplo: Ora! O que se discute aqui é o que vai ter de sobremesa ou a 
independência do Brasil? Claro que é uma discussão ampla e que não deve deixar 
de fora nenhum dos sabores apropriados para a data. Discute-se a independência 
moral de um povo que sofre.
Exclamação
 O parágrafo tem um início, marcado pelo tópico frasal, um desenvolvimento, 
e deverá ter um fim. E para encerrar o parágrafo, temos que ter o cuidado de 
não encerrar o texto se ainda não for este o momento mais adequado. 
 O parágrafo deve ter sua conclusão, encerrando o assunto dele e dando a ideia 
de que um novo assunto virá na próxima linha.
Conclusão de parágrafo
Parágrafo narrativo
 É utilizado para narrar fatos.
Parágrafo descritivo
 Já que a matéria-prima da descrição é a caracterização de um objeto ou pessoa, 
ou animal, esse parágrafo é atemporal, o autor deverá transmitir a imagem mais 
próxima da realidade daquilo que foi descrito.
Parágrafo dissertativo
 Como a argumentação é a matéria-prima da dissertação, 
esse parágrafo deverá apresentar o assunto a ser 
discutido, seu desenvolvimento, com as ideias 
secundárias, e a conclusão.
Tipos de parágrafos
Leia atentamente o texto a seguir.
“Pesquisas atuais indicam que mais de 80% das decisões de compra das famílias 
brasileiras são feitas por mulheres. A sociedade atual é caracterizada por um alto 
consumo de todo tipo de produto por parte das pessoas. Prova disso é que as 
vendas de automóveis batem recordes todos os meses, as vendas nos 
supermercados crescem à ordem de 7% todos os meses. Dessa forma, consumir 
parece ser a tônica da população atual”.
Estamos falando de:
a) Divisão de conteúdo.
b) Declaração.
c) Interrogação.
d) Exclamação.
e) Citação.
Interatividade
 Do ponto de vista prático, todos podem escrever, apresentar fatos e disseminar 
conteúdos como bem entenderem, se souberem ou não escrever, isso é apenas 
um detalhe que quase não é levado em consideração. 
 Entretanto, a comunicação precisa ser adequada ao público, ao ambiente, 
etodos os elementos que a constituem devem estar em sintonia para que 
o processo de comunicação se cumpra adequadamente. Nos textos escritos 
isso é mais importante ainda, pois não temos elementos de contato visual e 
interpessoal para ajudar.
Para escrever melhor
 Ilustramos algumas ideias bem gerais para a montagem de um texto que, 
se observadas, ajudam a construir textos corretamente.
 Sempre inicie um texto na afirmativa.
 Use os termos técnicos essenciais, ou seja, aquelas estruturas que não podem 
ser substituídas (significado entre parênteses).
 Não escreva o que você não diria.
 Cuidado com expressões de valor absoluto 
e muito enfático, tais como certos adjetivos, 
superlativos e verbos.
Montagem do texto
 Deve-se ter uma especial atenção também com os termos coloquiais ou gírias, 
estes apenas podendo ser usados em casos muito especiais.
 Cuidado com os gerúndios.
 Faça o encadeamento dos leads de maneira harmoniosa com 
os parágrafos seguintes. 
 Quando um parágrafo não está conectado com o seguinte, ele se torna difícil 
de acompanhar e chato de ler. 
 Após terminar a redação do texto, faça uma leitura 
silenciosa de todo o conteúdo, corrigindo-o e fazendo 
as alterações necessárias.
Montagem do texto
 Algumas definições que o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa confere à palavra 
coerência são: 
- ligação, nexo ou harmonia entre dois fatos ou duas ideias; 
- conexão, harmonia de uma coisa com o fim a que se destina. 
 Podemos perceber que a coerência está ligada à organização de todo o texto, além 
disso, é através da coerência textual que podemos observar se o texto é delimitado 
adequadamente em suas três partes principais: 
- o início, o meio e o fim. 
 Além disso, um texto coerente guarda adequação entre a 
linguagem e o tipo de texto de que se trata. Nos textos 
informativos a qualidade primeira exigida é a objetividade, 
a linguagem simples, que facilita a compreensão. 
A linguagem objetiva é eminentemente denotativa (que 
tem sentido claro). 
Coerência textual
 Alguns tipos de textos que não precisam ser coerentes, ou pelo menos não tão 
coerentes, são os poéticos, que utilizam a linguagem figurada, livres associações 
de ideias e palavras conotativas, ou seja, nem sempre o significado das palavras 
é o real significado.
 Agora que vimos como deve ser um texto coerente, vamos observar como é um 
texto que não tem coerência. Que acontece quando não há concatenação, ou seja, 
as palavras não se juntam numa sequência lógica nem tem argumentação que 
leve a provas e comprovação do que se está escrevendo.
Coerência textual
 Para ter clareza do que se vai escrever, é preciso refletir sobre o assunto que será 
tratado. Em geral, consegue-se isso na fase de planejamento do texto. 
 Um texto claro é aquele que evita a ambiguidade, a obscuridade de sentido 
das palavras ou formas de expressão etc.
 Também devem ser evitados o pedantismo e o esnobismo, que geralmente são 
conseguidos com palavras fora de uso corrente ou que ninguém domina ou que 
apenas uma categoria profissional as conhece. 
Clareza e ambiguidade
A ambiguidade é um fenômeno comum da linguagem verbal. No texto escrito, por 
alguma razão sintática, semântica, sonora ou ligada ao contexto, pode haver duas ou 
mais significações. Quando usada com criatividade, enriquece o texto. A publicidade 
dá muitos exemplos disso. Quando não, pode comprometer a clareza do texto. 
Observe o exemplo: 
Fato ocorrido em 2005, anunciado pela marca de cremes dentais Sensodyne: 
 Uma atriz reclama de dentes sensíveis e aparece um dentista que explica que ela 
deve usar essa marca para resolver o problema. No fim, aparece a atriz dizendo: 
Hoje, além do dentista, eu uso e recomendo Sensodyne! 
Ficou bastante duvidoso o que é que ela usa, não acha?
Clareza e ambiguidade
Para manter a coerência e a clareza, observe as dicas de Andrade e Henriques 
(2010):
 A simplicidade deve prevalecer sobre a linguagem rebuscada. Palavras cujo 
significado não seja familiar devem ser evitadas.
‒ Ana Clara é uma excelente quiropedista (pedicuro).
‒ Participamos de um jantar opíparo (farto, esplêndido).
Coerência e clareza 
 Evitar palavras ou expressões vagas, como negócio, coisa, cara, veja bem, 
até porque etc.:
‒ A vida é um negócio sério.
‒ Tacha é uma coisa pontuda.
‒ “Essa coisa faz uma coisa...” (Clodovil)
Coerência e clareza 
 Evitar o uso de palavras ou expressões ambíguas:
‒ A especialidade da loja é vender cama para crianças de ferro.
‒ Despediram-se os empregados.
‒ É proibido dirigir um carro ébrio.
Coerência e clareza 
 Evitar pleonasmos (tautologia), repetição da mesma ideia:
‒ Isto acontece com os velhos já idosos.
‒ Família patriarcal em que o pai é o centro.
‒ Parasita que vive às custas dos outros.
Coerência e clareza 
Na língua falada, algumas expressões nunca devem ser usadas, porque repetem as 
ideias. Conheça uma lista de expressões que devem ser evitadas: 
 infraestrutura básica; machismo masculino; poder aquisitivo de adquirir bens; 
elo de ligação; certeza absoluta; acabamento final; quantia exata; juntamente com; 
expressamente proibido; fato real; encarar de frente; multidão de pessoas; 
amanhecer o dia; criação nova; retornar de novo; empréstimo temporário; sintomas 
indicativos; há anos atrás; outra alternativa; a razão é porque; anexo 
junto à carta; de sua livre escolha; todos foram unânimes; 
conviver junto; escolha opcional; planejar antecipadamente; 
a seu critério pessoal.
Coerência e clareza 
 Coesão: um texto coeso é o que está bem concatenado em suas partes. Um texto 
coerente é o que se apresenta adequado e verossímil em suas informações. Toda 
redação deve primar pela clareza, objetividade, coerência e coesão.
 Concisão: a concisão diz respeito a escrever mais com menos palavras, transmitir 
muito dizendo o mínimo. O famoso “enrolar” não cabe nos bons textos. Os que 
estão escritos de forma correta não precisam de elementos para encher linhas 
apenas. Devem estar cravados de conteúdo correto e interessante, sem partes 
que não sejam estritamente necessárias. A concisão 
dispensa clichês, lugares-comuns e chavões.
Coesão versus concisão
 A correção que se busca num texto diz respeito ao uso correto das normas 
gramaticais, ortografia e pontuação adequadas para atingirmos um texto bem 
escrito e sem erros. É importante observar alguns pontos: 
‒ evitar gírias, termos estrangeiros, chavões e outros vícios de linguagem;
‒ evitar abreviaturas;
‒ grafar números por extenso;
‒ pontuação adequada – cuidado com os parênteses;
‒ ordem direta da frase – sujeito + predicado + complementos;
‒ frases curtas, uma ideia de cada vez;
‒ evitar períodos longos;
‒ evitar repetição de ideias;
‒ muito cuidado com gerúndio, principalmente 
no início dos períodos;
‒ separar. 
Correção de um texto
Leia o texto abaixo:
Fato ocorrido em 2005, anunciado pela marca de cremes dentais Sensodyne: 
“Uma atriz reclama de dentes sensíveis e aparece um dentista que explica que ela 
deve usar essa marca para resolver o problema. No fim, aparece a atriz dizendo: 
Hoje, além do dentista, eu uso e recomendo Sensodyne”! 
Esse texto faz referência à: 
a) Clareza.
b) Coesão.
c) Ambiguidade.
d) Concisão.
e) Declaração.
Interatividade
Para ser criativo ao escrever, deve-se tentar ser diferente de tudo o que 
as outras pessoas escrevem, evitando-se o clichê (frase frequentemente 
rebuscada que se banaliza por ser muito repetida, transformando-se em 
unidade linguística estereotipada). Vamos ver algumas dicas de Andrade 
e Henriques (2010):
 Evitar o uso de chavões, lugares-comuns, como:
‒ Desde os temposmais remotos... 
‒ Hoje em dia esse assunto é muito debatido. 
‒ A cada dia que passa. 
‒ Eu não tenho palavras. 
‒ Fazer das tripas coração.
‒ A nível de (nunca usar, esta construção é errada).
Criatividade
‒ Encerrar com chave de ouro.
‒ Colocar os pingos nos is.
‒ Subir os degraus da glória.
‒ Sair com as mãos abanando.
‒ Com a voz embargada pela emoção.
‒ Da melhor maneira possível.
‒ Em todos os cantos do mundo. 
‒ Dos males o menor.
‒ Encher os bolsos, etc.
Criatividade
 “Frase frequentemente rebuscada que se banaliza por ser muito repetida, 
transformando-se em unidade linguística estereotipada, de fácil emprego pelo 
emissor e fácil compreensão pelo receptor; lugar-comum, chavão” (HOUAISS, 
2009). Quem utiliza esses chavões demonstra falta de criatividade.
 Evitar os “clichês estilísticos”:
‒ Era uma cena dantesca. 
‒ Nesta radiante manhã de sol. 
‒ Neste momento solene.
‒ O acontecimento memorável.
Clichês
Exemplos de clichês, lugar comum e chavões
Fonte: Livro-texto (adaptado)
Temos o prazer de informar a todo os trabalhadores desta empresa que, 
em virtude das sucessivas defasagens salariais causadas por oscilações 
inflacionárias e por mudanças constantes nos rumos da economia 
nacional, a presidência oferece um substancial aumento salarial de 
8% nos quadros de todo o funcionalismo, que entrará em vigor a partir 
do próximo mês.
Eu cheguei no local, aí, quando a moça me viu, me chamou, aí eu olhei pra 
ela, aí eu respondi, mas ela não me entendeu bem, aí eu pedi desculpas e 
repeti, aí foi quando ela me explicou tudo.
O diabo foge da cruz.
Dar a volta por cima.
Em alto e bom tom.
Deixou a desejar.
 Substituir os possessivos pelos pronomes pessoais correspondentes é elegante:
‒ O frio percorreu sua espinha. 
O frio percorreu-lhe a espinha.
‒ Enchia minha alma aquela maravilha da criação. 
Enchia-me a alma aquela maravilha da criação.
Substituição de possessivos por pronomes pessoais
‒ Tinha um comportamento que tendia à depressão. 
Tinha um comportamento tendente à depressão.
Troca de palavra por oração reduzida
 Escrever com propriedade é utilizar palavras e expressões adequadas ao assunto, 
evitando a impropriedade vocabular:
‒ “A cachorra também é um ser humano.” (A.R. Magri).
‒ O paralítico andava sobre a cadeira de rodas. 
‒ A exuberante alta dos preços. 
‒ O ser humano nasce cru. 
‒ Vamos ordenhar os nossos pensamentos. 
‒ O prazo dado para Saddam evacuar a área...
Propriedade
 Uma redação comporta três partes: 
1. Introdução: serve para situar o leitor dentro do assunto a ser desenvolvido, não 
apresentando fatos ou razões, pois sua finalidade é predispor o espírito do leitor 
para o que vier a seguir.
2. Desenvolvimento: é o corpo do trabalho propriamente dito. Nele são 
apresentados os fatos, as ideias e as razões exigidos pelo que foi 
anunciado na introdução.
3. Conclusão (ou fecho): é o conjunto que encerra 
a redação, de tal modo que seja desnecessário 
aduzir-se algo mais.
Componentes de um texto
Ao escrevermos textos, a grande dificuldade consiste em sabermos o que e como 
destacar qualquer assunto nele. Para resolver isso, é preciso ter um plano que 
remete à organização de seu trabalho.
Vejamos perguntas fundamentais a serem respondidas:
‒ O que eu vou tratar?
‒ Sob qual ponto de vista?
‒ Tenho informações a respeito?
‒ Para quem é esse texto? Quem é meu leitor?
Planejamento
 No caso da organização, isso diz respeito a que o texto tenha uma introdução 
ao assunto, o desenvolvimento de suas ideias e um desfecho ou a conclusão. 
É importante também que seja claro, direto, objetivo e conciso. A princípio, 
anote as ideias que forem aparecendo e depois faça uma seleção das que 
serão aproveitadas.
Organização
 Agora você pode fazer um pequeno esquema dizendo o que será tratado em cada 
um dos parágrafos da sua redação. Como exemplo, vamos focar nas questões de 
saúde, nos riscos para a mulher que pratica aborto em clínicas clandestinas e nas 
dificuldades em conseguir esse serviço. 
1) Início: defender a ideia (a favor ou contra o aborto).
2) Desenvolvimento: questões de saúde, dados, números, informações a respeito 
de clínicas, número de abortos, número de mortes etc.
3) Desenvolvimento: argumentar sobre seu posicionamento.
4) Desenvolvimento: dificuldades para criar um filho 
(argumentar sobre seu posicionamento).
5) Conclusão: finalizar o texto, retomando a ideia 
inicial, a defesa da ideia.
Esquema de uma redação
 A estrutura de um texto é observada quando tem unidade, organicidade e forma. 
O texto dever ter: 
‒ Unidade: tratar de um só assunto, ordenando-se seguindo um só núcleo temático.
‒ Organicidade: as partes (começo, meio e fim) devem ser dispostas como um todo 
coerente e lógico.
‒ Forma: é como se apresenta o conteúdo – descrição, 
narração ou dissertação.
Estrutura, conteúdo e expressão
 Um bom conteúdo requer coerência textual e clareza. 
 As ideias vitais devem ser pertinentes ao tema proposto. A clareza é consequência 
da coerência. Abordagem superficial e falta de contato com o tema levam a um 
conteúdo diluído e frágil. 
 Frases mal-estruturadas comprometem a clareza e podem incorrer em 
ambiguidade, o que dificulta a compreensão e muda o sentido do que 
se quer expressar.
Conteúdo
 As formas de expressão utilizadas nos textos geralmente se enquadram em 
descrição, narração e dissertação.
Expressão
Referente ao planejamento, quando escrevemos textos, temos dificuldade de saber 
o que e como destacar qualquer assunto nele. Para resolver isso, é preciso ter um 
plano de trabalho, e para tal, nós fazemos algumas perguntas fundamentais que 
necessitam ser respondidas. Qual destas perguntas não se encaixa na perguntas 
padrões?
a) O que eu vou tratar?
b) Qual é o parâmetro do texto?
c) Sob qual ponto de vista?
d) Tenho informações a respeito?
e) Para quem é esse texto? Quem é meu leitor?
Interatividade
ATÉ A PRÓXIMA!

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