Buscar

DETERMINANTES DA ANATOMIA OCLUSAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

DETERMINANTES DA ANATOMIA OCLUSAL
Assunto: Fatores determinantes da anatomia oclusal 
Definição: Fatores determinantes da anatomia oclusal são aqueles fatores que devem ser obedecidos para se realizar a escultura de um padrão de cera pare que o mesmo fique em harmonia com a dinâmica do SEG. Ao realizarmos uma restauração ou mesmo uma reabilitação nos dentes de um paciente, estas devem atuar na boca em harmonia com o que já existia anteriormente e com os movimentos da MD.
Ao falarmos das interferências oclusais, referimo-nos a vários tipos delas: interferências no fechamento (ponto prematuro), e interferências nos movimentos laterais (contatos deflectivos). As interferências oclusais são justamente o resultado da não obediência destes fatores determinantes da anatomia oclusal. Se não forem seguidos à risca pelo operador que estiver confeccionando a restauração, esta causará alguma interferência no equilíbrio dos movimentos do SEG. Por exemplo: Uma interferência em protrusiva pode ser causada por uma restauração que foi confeccionada com cúspides mais anguladas que os determinantes verticais permitiam; uma interferência em lateralidade é resultado da não obediência aos determinantes horizontais, basicamente naqueles casos em que não se usa o arco facial para montar os modelos. Interferência no fechamento ou ponto prematuro, é a não obediência à DVO dos demais dentes; esta não está incluída na relação dos determinantes pelos autores, mas pensando bem, determina sim: Se não obedecermos à DVO já existente, e fizermos uma restauração mais alta que os outros dentes, só ela tocará ao se fechar a boca, constituindo assim, um ponto prematuro.
Classificação: existem algumas, dentre elas, poderemos citar duas que representam bastante didaticamente os determinantes: a primeira considera a localização do fator, e por isso mesmo, bastante simplista, que os divide em fatores de controle posterior e anterior; outra que os divide em determinantes verticais e horizontais.
A movimentação da MD pode ser influenciada por fatores situados posteriormente e por fatores situados anteriormente. Os dentes posteriores também são influenciados por estes dois fatores conforme se o dente em questão estar mais próximo de um fator ou de outro, ou seja: um fator de controle posterior influencia muito mais um segundo molar que um primeiro pré-molar e um fator anterior influencia mais um pré-molar que um segundo molar.
A - Fatores de controle posterior
Guia condilar – incluído aqui todas as variantes desta guia, seja em relação à inclinação da parede anterior da fossa articular como também em relação à parede medial (tem a ver com o movimento de Bennett). São fatores fixos, só alteráveis com cirurgia.
B - Fatores de controle anterior
Guia anterior é o trajeto das pontas de cúspides ou bordas incisais dos dentes inferiores nas superfícies linguais dos superiores. É um fator variável, nem todos têm e pode ser alterado pelo profissional. Depende de três fatos envolvendo os dentes anteriores:
- Da presença dos dentes anteriores; 
- Da posição dos dentes anteriores;
- Da relação entre os ântero-superiores com os ântero-inferiores.
Estes três fatos podem e geram variações acerca da guia anterior que tornam possível ao profissional intervir para que a mesma harmonize a oclusão que esteja desarmônica, mas ao mesmo tempo, um profissional desavisado pode interferir negativamente e desarmonizar uma oclusão em equilíbrio. Falando dos quesitos necessários para a guia anterior: Presença: é óbvio que sem os dentes anteriores superiores por exemplo, para fazer contato com os inferiores, a guia não ocorre; Posição: se eles estiverem presentes, mas em posições desfavoráveis, ou seja, os superiores muito inclinados para frente, como em crianças que chupam dedo, o overjet é grande e o poder de desoclusão fica fraco ou quase nulo; e por último, a relação entre superiores e inferiores: podemos ter todos os dentes, podem estar em posição ideal, com inclinação boa, mas se não se relacionarem entre si. Se não existir o contato entre eles, não haverá guia, posto que esta é o deslize da borda incisal dos inferiores na lingual dos superiores; e deve acontecer imediatamente, no início de um movimento protrusivo, pois do contrário, serão as cúspides posteriores que contatarão, gerando uma interferência em protrusiva.
Numa segunda classificação mais abrangente e detalhada podemos enunciar:
Existem fatores que determinam a anatomia dos dentes a serem restaurados de duas maneiras: na angulação de suas cúspides; chamaremos estes fatores de determinantes verticais.
Existem fatores que determinam a anatomia dos dentes a serem restaurados na direção de suas cristas e de seus sulcos: chamaremos estes fatores de determinantes horizontais.
Uma terceira classificação é possível: poderemos dividis os determinantes em dois grupos: os fatores estritamente determinantes e aqueles passíveis de ajuste e/ou alteração. Os estritamente determinantes são os que se referem à ATM, pois não a modificaremos para resolver problemas oclusais; e os passíveis de ajuste são justamente a guia anterior, plano de oclusão e curva de Spee; que se referem a dentes. Curiosamente, todos os determinantes Horizontais são estritamente determinantes, por isso mesmo, vamos apenas conhecê-los e saber que, para obedecê-los a contento, o ideal é usar o arco facial para montar os nossos modelos, todas às vezes.
Antes de começar a descrever os determinantes verticais e horizontais, vou esclarecer o conceito de Poder de desoclusão: Ao começarmos a falar de determinantes da anatomia oclusal, falávamos da harmonia da escultura em relação aos movimentos da MD; esta harmonia se dá justamente quando as cúspides posteriores não se tocam em movimentos excêntricos da MD, devido ao fato de a guia anterior e a guia condilar não deixarem que se toquem. A isso chamamos de Poder de Desoclusão – o poder que a guia anterior e a guia condilar têm de desocluir os dentes posteriores em movimentos excêntricos da MD. (é claro que a angulação das cúspides não deve ultrapassar a angulação das guias anterior e posterior, (o poder de desoclusão) o que geraria então interferências.)
1 - Determinantes Verticais: Quais são e como modificam a anatomia oclusal:
- Guia condilar – a guia condilar existe quando os côndilos deslizam pela parede anterior da fossa articular, num movimento de abertura da MD, e essa parede anterior pode ser mais ou menos íngrime, gerando com isso, uma guia que determinará o trajeto da MD ao se movimentar. Quanto maior sua angulação, mais anguladas poderão ser as cúspides a serem esculpidas, pois o movimento da MD será condizente com este fato. (reparem que eu vou sempre falar “poderão” pois cúspide muito angulada não é uma obrigação, e sim um fator de maior funcionabilidade dos dentes; mas cúspides muito anguladas, pontudas, predispõem a algum travamento, e mesmo que haja guia suficiente para elas, não deveremos exagerar).
- Guia anterior Quanto maior for sua angulação, mais altas poderão ser as cúspides posteriores.
- Importância do overjet nesta angulação - Um overjet grande diminui o ângulo final da guia anterior. Um grande overjet (trespasse horizontal entre as pontas dos incisivos sup. e inf.), diminui o poder de desoclusão da guia anterior. 
- Importância do overbite nessa angulação - O overbite (trespasse vertical entre as incisais superiores e inferiores) faz aumentar o ângulo final ou o poder de desoclusão da guia anterior. Um exagero induz ao travamento dos anteriores, predispondo a um trauma periodontal neles, por acúmulo de forças na desoclusão.
O ideal é que estes dois componentes sejam em valores médios; nem muito angulada nem com pouca angulação
 Antes de descrever o plano de oclusão, quero esclarecer e reafirmar alguns pontos: A angulação da guia condilar, da guia anterior é medida em comparação a um determinado plano; plano este que é o escolhido também como o plano horizontal por excelência, o plano de Frankfurt. Usado na anatomia como referênciahorizontal, usa-se também como referência na fabricação dos articuladores, sendo que o ramo superior do articulador representa este plano; o arco facial que, ao transportar a posição espacial da maxila ao ASA, fica paralelo ao ramo superior, também é uma representação do plano de Frankfurt (linha que passa pelo pório (ponto mais superior do meato acústico externo) e pelo orbital (ponto mais inferior da borda da órbita)). No paciente, já que é difícil de localizar o pório, posto que as orelhas atrapalham, utilizamos o áxis, que é um ponto mais fácil de ser localizado e fica praticamente ao mesmo nível do pório, substituindo-o nesta localização deste plano horizontal de referência ou PHR – mesmo que Frankfurt. O áxis é localizado pedindo ao paciente para abrir e fechar a boca e ao fazer isso, na região do côndilo, fica um “fundinho” que é equivalente ao ponto mais lateral da cabeça da mandíbula – o áxis.
Tudo isso acima foi esclarecido porque o plano oclusal influencia na anatomia oclusal de acordo com sua orientação espacial; e saber que o arco facial nos possibilita localizá-lo espacialmente é importante para a precisão dos nossos trabalhos. E também esclarecer essas referências sobre planos, posto que os ângulos das guias são medidos a partir deste plano.
1.3- Plano de oclusão
- Definição: linha imaginária que toca as pontas de cúspides dos dentes superiores
- Plano de oclusão paralelo à linha imaginária de referência possibilita cúspides da mesma angulação que a guia condilar e anterior permitirem – o poder de desoclusão não é alterado.
- Plano de oclusão tendendo a ser paralelo à guia condilar e anterior – atua neutralizando o poder de desoclusão das guias anterior e condilar - usar cúspides mais baixas para uma mesma angulação de guia anterior e condílica
- Plano de oclusão tendendo a ficar perpendicular às guias condilar e anterior: age reforçando o poder de desoclusão: possibilita cúspides mais anguladas. 
Curva de Spee – curva do plano oclusal: o mecanismo de influência é o mesmo, mas numa curva de Spee mais acentuada, estas influências ficam também mais acentuadas. Imagine que uma curva de Spee acentuada gera dois segmentos no plano oclusal: um segmento anterior que vai tender a ser perpendicular às guias, agindo aumentando o poder de desoclusão; e um segmento posterior, que age como um plano oclusal tendendo a ser paralelo às guias, neutralizando o poder de desoclusão. Tanto mais forte for a curva de Spee, tanto maior será esta influência nos dois segmentos do plano oclusal, fazendo com que o trabalho fique mais complicado e passível de haver interferências. Uma curva de Spee mais suave, sem ser muito curva é o ideal. Em casos de migração dentária pela perda prematura de dentes póstero-inferiores e a não reposição, os superiores ficam sem antagonistas, migrando e alterando a curvatura da curva de Spee, acentuando-a. É aconselhável planejar a suavização da mesma com as manobras necessárias sempre que possível.
- Movimento de Bennett
- É o movimento que os côndilos descrevem nas movimentações laterais da md. O côndilo de trabalho se move diferentemente do de balanceio. No lado de balanceio acontece para baixo, para frente e para o meio; no lado de trabalho, terá um leque de direções a seguir, em cada pessoa de uma maneira. Este movimento tem três atributos: quantidade, direção e período.
- Quantidade: um maior ou menor movimento de Bennett dependerá da maior ou menor distância do côndilo de balanceio à parede medial e da frouxidão ou apertamento dos ligamentos no lado de trabalho Quanto maior for o mov. De Bennett , mais baixas deverão ser as cúspides.
- Direção tomada pelo côndilo de trabalho o de rotação: dependerá da frouxidão ou apertamento dos ligamentos no lado de trabalho: mais apertados, farão o côndilo tomar uma direção inferior, mais frouxos, deixarão o côndilo tomar uma direção posterior, e para cima. Quanto mais para cima ele for, mais baixas deverão ser as cúspides.
- Período: vai depender da anatomia da parede medial no lado de balanceio. Estando a parede medial afastada do côndilo, este poderá mover-se para medial imediatamente até encostar-se a ela e só depois fazer o percurso ântero-inferior. Neste caso, chamamos de movimento de Bennett imediato. As cúspides deverão ser mais baixas.
Contrariamente, se a parede medial estiver próxima ao côndilo, este descreverá um movimento progressivo até o final. Neste caso, as cúspides poderão ser mais altas. Este fator é o mais importante dos três e nos afeta diretamente, pois os nossos articuladores só nos dão deslocamentos progressivos, posto que a peça que o representa é reta e não curva como no crânio.
2 Determinantes horizontais da morfologia oclusal
Para compreender o sentido destes determinantes, devemos saber antes o que são os trajetos laterotrusivos e mediotrusivos: São os trajetos traçados pelas cúspides de contenção nos antagonistas, quando em mov. de lateralidade. Estes traçados são influenciados por vários fatores, justamente os determinantes horizontais. Isto influencia no sentido de nos orientar para saber onde colocar as nossas cristas triturantes, para que as cúspides de contenção antagonistas possam fazer os trajetos de lateralidade livremente sem se depararem com elas no caminho, mas somente com sulcos. Em resumo: os determinantes horizontais nos determinam em que direção colocarmos os nossos sulcos para que as cúspides de contenção se movimentem lateralmente sem interferências, se deparando somente com sulcos em seu trajeto.
- Distância em que o dente se encontra ao eixo de rotação, ou seja, do côndilo de rotação. Os mais posteriores têm um traçado mais fechado e os anteriores um traçado mais aberto entre os trajetos látero e mediotrusivos.
- Distancia que o dente se encontra em relação ao plano médio-sagital: Quanto mais afastado, mais aberto será o traçado entre os trajetos látero e mediotrusivos.
- Quantidade de movimento de Bennett. Quanto maior for o mov. de Bennett, mais aberto será o ângulo entre os trajetos látero e mediotrusivos.
- Direção do movimento do côndilo de trabalho, ou de rotação. Quanto mais posterior ele se mover, mais aberto se tornará o ângulo entre os trajetos.
- Distância intercondilar. Para distâncias intercondilares curtas, mais aberto será o ângulo entre os trajetos.
Em qualquer destes itens acima, a obediência de se fazer os sulcos nos lugares determinados que os trajetos das cúspides percorrem, é a conduta correta para que nossos padrões de cera tenham o mínimo de ajuste na prova na boca e sejam os mais eficientes possíveis.
Conclusão para os determinantes horizontais: como todos eles são estritamente determinantes, segundo aquela classificação paralela dada anteriormente, não podemos modificá-los; e assim, a medida correta a ser tomada é usar o arco facial em todas as nossas montagens, para que todos eles sejam obedecidos automaticamente. A regulagem dos ângulos no ASA faz com que essa obediência seja ainda maior. Sendo assim, ao fazermos grandes trabalhos restauradores, e se obedecermos a todos estes critérios, os ajustes a serem feitos no paciente na escultura dos padrões será a mínima possível.
Para alguns, estes detalhes podem parecer exagero ou excesso de zelo: Para estes devo emitir minha opinião, fazendo uma analogia: Em cirurgia, ortognática, as correções são da ordem de centímetros; na ortodontia estas giram na ordem de milímetros, mas na prótese e na oclusão principalmente, os detalhes são da ordem de décimos ou centésimos de milímetro. O operador que se julga muito capaz e acha por bem “pular” fases na ordem dos passos para se fazer um processo restaurador, está negligenciando anos e anos de pesquisa, de discussões acaloradas e sérias, e julgando que uma simples interpretação própria dos fatos está acima das pesquisas sérias. 
Por último, gostaria de fechar acentuando minha opinião de que o uso do arco facial é uma manobra rápida, e além disso, após o operador dominar a técnica, torna-a livre de desconforto para o paciente, e nos gera informaçõesdas mais valiosas, insubestimáveis.
3 – Compensações que se pode fazer para que os ASA acompanhem o melhor possível estes determinantes verticais e horizontais:
3.1– Usar o arco facial sempre
3.2 – Regular as guias condilar e de Bennett sempre que possível e também para aqueles que dominarem a técnica; 
3.3 – Personalizar a mesa incisal – facilita muito a movimentação lateral dos modelos montados, já que é o pino incisal que desliza junto com os dentes e não somente gesso com gesso (que não são próprios para escorregar entre si).

Continue navegando