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99 controladoria Re vi sã o: S im on e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 10 /1 1 Unidade IV Arte e tecnologia Figura 13 – The grape harvest (A colheita da uva) A imagem anterior nos revela a dureza do trabalho árduo e a beleza da união de um grupo de homens e mulheres em prol de um objetivo comum. Por conta do trabalho intenso de gerações, algumas regiões do mundo são famosas pela qualidade de seu produto, ou seja, é um esforço válido que trouxe e ainda traz orgulho. Uma das expectativas é que o gestor saiba avaliar o desempenho da empresa e das equipes de trabalho. Logo, estudaremos nesta unidade a avaliação do desempenho empresarial, sendo que uma das técnicas avançadas que é ou começa a ser usada nas empresas é o Balanced Scorecard. Avaliar o trabalho humano e o desempenho empresarial traz uma dificuldade comportamental e uma enorme responsabilidade de justiça ao profissional. Certamente, não é bom prejudicar quem se esforçou e aplaudir quem não se esforçou em relação a um objetivo. Embora haja outras técnicas para auxiliar nesse trabalho, como a análise DuPont, a análise de lucratividade, entre outras, o Balanced Scorecard surge como uma boa possibilidade para conferir justiça a essa avaliação. Observação A pergunta desta unidade é: o que é um Balanced Scorecard? 100 Unidade IV Re vi sã o: S im on e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 10 /1 1 7 Balanced ScOrecard Um dos grandes desafios no mercado contemporâneo é obter vantagem competitiva a fim de maximizar o desempenho e os ganhos das empresas. Desse modo, poder lançar mão de uma estratégia que permita superar obstáculos, no sentido de alcançar as metas projetadas para o futuro, e atingir mais ganhos e retorno sobre o capital investido pode ser o diferencial necessário para o crescimento da empresa e uma melhor inserção no mercado, seja qual for sua área de atuação. Em outros termos, é possível considerar que as ações de uma empresa devem seguir uma lógica coerente para que se trilhe o caminho do sucesso, o que, para Mintzberg et al. (2001), corresponde à estratégia, sendo esta o padrão ou plano que integra as principais metas, políticas e sequência de ações de uma organização. Para o autor, uma estratégia só será efetiva se seu processo de formulação ocorrer de maneira clara e objetiva, ou seja, toda a organização precisa ter conhecimento sobre os processos e obter educação contínua para que o comprometimento com a estratégia adotada se mantenha. Na organização, todos os sistemas devem estar integrados para que os resultados esperados sejam atingidos, o que está diretamente relacionado à estratégia, que, se bem formulada, garantirá o alinhamento e integração das ações da empresa e criará uma vantagem competitiva. Uma vantagem competitiva pode ser considerada uma forma de agregar valor à organização, pois há a obtenção e estabelecimento de um posicionamento positivo no mercado. Esse posicionamento permite maximizar os lucros, a rentabilidade e o retorno do investimento em determinado período. De acordo com Ghemawat (2000), ao se diferenciar das concorrentes no dia a dia, uma empresa pode conquistar uma vantagem competitiva ou um valor agregado superior aos dos rivais. Assim, de acordo com Mintzberg et al. (2001), uma estratégia bem formulada deve ajudar a ordenar e alocar os recursos de uma organização para uma postura singular e viável, permitindo identificar os fatores internos mais fortes que possam ser utilizados como diferencial com relação ao ambiente externo e, também, os processos internos com potencial para criar uma vantagem competitiva. A estratégia adotada pela organização deve focar para que processos diversos, como os que envolvem recursos humanos, tecnologia de informação (TI) ou mesmo custos sejam direcionados para um melhor rendimento. Para Porter (1999), a estratégia deve ser aberta o suficiente para permitir a percepção de tendências de mercado. Isso se dá, por exemplo, quando, ao analisar seus concorrentes, a empresa perceber o uso de certa tecnologia a fim de obter vantagem competitiva. Uma das maneiras de obter essa vantagem é valer-se de modelos de gestão que permitam uma melhor percepção da empresa e do mercado. O Balanced Scorecard é um modelo de gestão desenvolvido no início da década de 1990, por Robert Kaplan, professor de desenvolvimento de liderança da Harvard Business School, e David Norton, cofundador da empresa de consultoria Renaissance Solutions. 101 controladoria Re vi sã o: S im on e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 10 /1 1 Também conhecido pela sigla BSC, o Balanced Scorecard tem por objetivo integrar e mensurar com indicadores abrangentes o período de longo prazo, tendo como foco a ideia de que o que puder ser mensurado poderá ser obtido por meio de uma proposta de trabalho que envolva quatro perspectivas: a financeira, a de clientes, a de processos internos e a de aprendizagem e crescimento. Para Kaplan e Norton (1997), o BSC representa uma ferramenta completa, capaz de traduzir, com foco no longo prazo, a visão e a estratégia da empresa através de um conjunto coerente de medidas de desempenho. O BSC permite medir e gerenciar a partir de uma perspectiva mais ampla do que aquela com a qual normalmente se trabalha, ou seja, a perspectiva de curto prazo. Trata-se, portanto, de um modelo de gestão integrado, que trabalha com sistemas de indicadores de desempenho financeiros e não financeiros que medem e gerenciam o comportamento da organização a curto e longo prazo, preservam os indicadores financeiros como a síntese final do desempenho gerencial e organizacional e incorporam um conjunto de medidas mais genérico e integrado que vincula o desempenho sob a ótica dos clientes, os processos internos, os funcionários e os sistemas ao sucesso financeiro a longo prazo (KAPLAN e NORTON, 1997). Kaplan e Norton (1997) introduziram na discussão a possibilidade de se trabalhar com os conceitos de causa e efeito, relacionados então com hipóteses do tipo “se-então” e permitindo associações mais interessantes para a análise da empresa, como: se os clientes estão satisfeitos com a qualidade dos produtos e serviços, então a empresa deverá ter maior retorno quando suas vendas forem consideradas. 8 Balanced ScOrecard cOmO mOdelO de geStãO Por se tratar de uma metodologia na qual a missão e a visão da organização precisam ser mensuradas em objetivos e metas que reflitam o verdadeiro interesse e as expectativas dos stakeholders e da estratégia adotada pela empresa, é possível considerar que os objetivos e metas do BSC são derivados da visão e da estratégia da empresa. Esse tipo de associação permite considerar o BSC como um modelo de gestão que traduz e comunica a missão, a visão e a estratégia adotada pela empresa por meio de vários indicadores e a partir de quatro perspectivas que se integram em um processo de causa e efeito. Para Kaplan e Norton (1997), cada uma dessas quatro perspectivas é interligada por uma cadeia de relações de causa e efeito. Essa cadeia deve permear todas as quatro perspectivas de um BSC, de modo que qualquer indicador que se possa considerar útil a ser incluído no BSC de uma empresa seja primeiramente avaliado quanto à sua relação de causa e efeito com as várias perspectivas do BSC. Concebido como painel de indicadores, o BSC deve permitir o acompanhamento do desempenho financeiro da empresa e de diversos indicadores que dizem respeito à percepção de valor gerado aos clientes, ao desempenho de processos operacionais e ao crescimento intelectual e motivacional de seus recursos humanos. Esse acompanhamento é um processo de avaliação que envolve os ambientes interno e externo da empresa e, representa, portanto, um recurso extremamente útil para o alinhamento tático às diretrizes estratégicas. Observe o quadro a seguir: 102 Unidade IV Re vi sã o: S im on e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 10 /1 1 Quadro 11 – Variáveis ambientaisAmbiente interno - Motivação dos empregados - Processos internos: treinamento, educação e saúde - Produtos e serviços de alta qualidade - Pesquisa de novos produtos Capital ou ativo intangível Ambiente externo - Satisfação dos clientes - Atendimento à comunidade Capital ou ativo intangível Fonte: Figueiredo e Caggiano, 2006. É possível considerar, assim, que o BSC é uma ferramenta para organização de um determinado conjunto de objetivos em cadeia de geração de valor. Esse conjunto pode ser chamado de mapa estratégico. Para Figueiredo e Caggiano (2006), a compreensão do Balanced Scorecard como um conjunto de indicadores que proporciona aos gerentes uma visão rápida e abrangente de toda a empresa pode ser um grande diferencial no sentido de favorecer as vantagens de sua utilização. Aqui, os objetivos dos mapas estratégicos precisam ser agrupados em quatro categorias ou perspectivas básicas integradas, a saber: perspectiva financeira, perspectiva do cliente, perspectiva dos processos internos e perspectiva de aprendizagem e crescimento, conforme indicado no quadro a seguir: Quadro 12 – Relações e perspectivas do BSC Perspectivas Objetivos O que se deseja alcançar Pergunta crítica Perspectiva financeira Geração de valor aos gestores Define como alcançar a rentabilidade, o retorno e o lucro desejados pelos gestores Quais são as expectativas dos gestores, em termos de desempenho financeiro? Perspectiva do cliente Geração de valor aos clientes Estabelece as condições que criarão valor ao cliente Para atingir os objetivos financeiros, como criar valor para os clientes? Perspectiva dos processos internos Processos internos estratégicos Identifica os processos que transformarão os ativos intangíveis em resultados para os clientes e gestores Em que processos é preciso ser excelente para satisfazer os clientes e gestores? Perspectiva de aprendizagem e crescimento Ativos intangíveis (recursos humanos) Determina os ativos intangíveis a serem alinhados e integrados para criar valor Como alinhar os ativos intangíveis (pessoas, sistemas e cultura) para melhorar os processos críticos? Fonte: Kaplan e Norton, 1997. A perspectiva financeira descreve os resultados finais da estratégia em termos financeiros tradicionais, utilizando-se de índices econômico-financeiros extraídos das demonstrações contábeis, que são tidas como o conjunto de demonstrativos previstos em lei e elaborados no encerramento do exercício social (REIS, 2003). 103 controladoria Re vi sã o: S im on e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 10 /1 1 Esses demonstrativos possibilitam avaliar como as informações contidas nessas demonstrações podem ser organizadas em indicadores capazes de fornecer informações sobre o desempenho financeiro da organização. Esses indicadores devem ser divididos pelo seu desempenho, ou seja, em índices de solvência (liquidez geral, liquidez corrente), de atividade (giro do ativo), de alavancagem financeira (endividamento geral) e de rentabilidade (receita bruta, lucro bruto, lucro líquido, ROA, ROE, capital de giro líquido). Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2000, p. 80), esses indicadores podem ser úteis para estabelecer uma “relação determinada a partir das demonstrações financeiras de uma empresa e utilizadas para fins de comparação”. Braga (1995), por sua vez, afirma que pode-se fazer um diagnóstico sobre a situação econômico- financeira da empresa com vários índices, desde que estes sejam interpretados conjuntamente e avaliados mediante o confronto com outros índices da própria empresa (ocorridos no passado) e com índices de seus concorrentes diretos e do agregado do ramo do setor. É preciso destacar que as demonstrações financeiras individualmente não são suficientes para fornecer informações importantes quanto ao desempenho da empresa, mas podem agregar valor à organização por indicar se a estratégia traçada e implementada está ou não sendo capaz de produzir os resultados desejados pelos gestores e acionistas, no sentido da maximização do mercado ou, em outros termos, no aumento do market share. A perspectiva financeira trabalha com três estágios, que são, de acordo com Kaplan e Norton (1997), crescimento, sustentação e colheita. Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2000), quando se considera que a administração precisa avaliar continuamente o desempenho da empresa e que as demonstrações financeiras concorrem positivamente, a área de controladoria tem de buscar identificar a fase em que a organização se encontra para, então, auxiliar os gestores na definição das principais estratégias e como estas devem ser implementadas e controladas. Quadro 13 – Medição na perspectiva financeira Fases Aumento e mix de receita Redução de custos e aumento de produtividade Utilização dos ativos Crescimento - Aumento da taxa de vendas por segmento - Percentual de receita - Receita/funcionário - Investimento - Pesquisa e desenvolvimento Sustentação - Seleção de clientes - Lucratividade por clientes e linhas de produtos - Percentuais de receita - Custos versus custos dos concorrentes - Taxas de redução de custos - Despesas indiretas - Índices de capital de giro - Taxas de utilização dos ativos Colheita - Lucratividade - Custos unitários - Retorno - Rendimento Fonte: Nascimento e Reginato, 2007. 104 Unidade IV Re vi sã o: S im on e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 10 /1 1 Conforme indicam Kaplan e Norton (1997), a perspectiva do cliente visa identificar as melhores formas para se agregar valor aos clientes. Em outros termos, é como a organização pode criar valor aos seus consumidores em um cenário competitivo. Ao analisar o desempenho da organização pela ótica do cliente (que possui interesses muitas vezes diferentes daqueles apresentados pelos gestores), essa perspectiva deve favorecer a busca por estratégias coerentes que possam satisfazer os clientes ao proporcionar-lhes melhores margens de lucro e maximização de mercado. Para os autores, a perspectiva do cliente favorece a identificação de segmentos de mercado nos quais a empresa será mais competitiva a partir de medidas de desempenho nesses segmentos. Com uma visão sistêmica e valendo-se de mecanismos de controle organizacionais, tem-se a atenção necessária para analisar todos os indicadores associados à perspectiva dos clientes, o que pode permitir a obtenção de informações sobre o andamento dos negócios, identificando se as atuações das diferentes áreas estão em concordância com os planos traçados pela administração. Quando se considera a perspectiva do processo interno, tem-se uma visão crítica acerca da criação de valor e realização dos objetivos dos stakeholders e shareholders, o que implica na elaboração de formas para mensurar, avaliar e analisar o desempenho do ciclo de processos e da própria cadeia de valor da empresa. Por concentrar os indicadores críticos da estratégia, a perspectiva do processo interno deve ser cuidadosamente planejada, o que levou Kaplan e Norton (1997) a apontar que os executivos têm de identificar os processos internos críticos nos quais a empresa precisa alcançar excelência. Para isso, eles necessitam ter em vista o monitoramento ininterrupto desses processos, com o intuito de obter o desenvolvimento mais eficiente possível a partir de um sistema de informações flexível e consistente e de um sistema de controles internos que permita levar a empresa aos elementos de sua estratégia. Por fim, a perspectiva do aprendizado e do crescimento deve abordar a mobilização dos ativos intangíveis na estratégia, destacando-se a gestão de recursos humanos, supervisores, gerentes e funcionários, no sentido de que sejam coordenados, capacitados e motivados para que atinjam os objetivos propostos. Nascimento e Reginato (2007) indicam que uma empresa concentrada em determinado segmento, como, por exemplo, uma investidora no meio ambiente, pode criar uma perspectiva específicapara tal. Desse modo, as empresas podem ter como referência perspectivas de renovação, desenvolvimento, recursos humanos, comunidade, entre outras, cabendo avaliar a necessidade de cada uma. Tais análises devem permitir que a empresa organize a mobilização de seus ativos intangíveis e propicie que os processos estratégicos de geração de valor sejam privilegiados. Assim, haverá a percepção e apreciação concreta por parte dos clientes, o que levará aos resultados financeiros esperados. Entretanto, para que tal cenário exista, a definição dos objetivos da empresa tem de seguir algumas diretrizes, que devem estar claras, pois, assim, os resultados esperados serão alcançados. Além disso, os objetivos não podem ser muitos, já que, nesse caso, a capacidade de foco e clareza nas estratégias ficaria prejudicada. Ainda, as metas devem ser tais que possam ser medidas, lembrando que, de acordo com Kaplan e Norton (1997), o que não pode ser medido não pode ser gerenciado e melhorado. 105 controladoria Re vi sã o: S im on e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 10 /1 1 Os objetivos não podem ser confundidos com ações, já que estes medem resultados, enquanto as ações relacionam-se a movimentos ou coisas que devem ser realizadas. Por fim, a estratégia adotada pela organização precisa ser clara e explicita, a fim de garantir maior efetividade nas análises. Para Nascimento e Reginato (2007), é essencial que se determine se o que foi definido no Balanced Scorecard está sendo assimilado por todos e, consequentemente, executado de forma consistente. Essa execução deve ser feita com a consideração das expectativas retratadas no modelo de gestão e a procura pela manutenção da harmonia sistêmica. É preciso ainda que se determinem as metas para cada indicador, que se planejem as ações para que as metas sejam atingidas e que se busque a participação de todos os colaboradores em torno de iniciativas coerentes e elaboradas em conformidade com a estratégia da organização. Desse modo, a implementação do Balanced Scorecard pode ser um diferencial no que corresponde ao favorecimento da efetivação da estratégia da organização em um cenário competitivo. Exemplo de aplicação Ao longo da unidade, você teve contato com termos da área contábil que correspondem a determinados conceitos e, em razão disso, propõe-se que você aprofunde sua compreensão em relação a esses termos. Assim, tente explicar a seguir com suas próprias palavras o que significa o termo em destaque (caso necessite, volte ao texto, releia-o e pesquise em livros e na internet não só o que o termo significa, mas como os profissionais da área contábil o utilizam). O termo é: stakeholders. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ No espaço a seguir, tente montar um mapa mental ou um esquema com os principais conceitos estudados nesta unidade. 106 Unidade IV Re vi sã o: S im on e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 10 /1 1 resumo O tópico Balanced Scorecard finaliza o estudo da disciplina Controladoria, dentro do curso Gestão Financeira. Uma base de conhecimento bem ampla foi formada e, assim, você está preparado para lidar com problemas empresariais que surgem atualmente tanto nas organizações de grande porte como nas de médio e pequeno porte. É muito importante saber que tudo o que foi estudado neste livro- texto não esgota o assunto, ou seja, este trabalho deve ser visto como uma ótima introdução. Há muitos conhecimentos que você deve buscar ao se manter constantemente atualizado, já que esse ramo do conhecimento está recebendo muita atenção dos pesquisadores e há novidades surgindo mensalmente. Sendo assim, como já comentado, o grande objetivo dessa disciplina não é o de oferecer uma sensação de satisfação completa, mas o de trocar dúvidas muito simples por dúvidas mais sofisticadas. exercícios Questão 1. A seleção de prioridades de implantação de sistemas é uma parte importante do Planejamento Estratégico de Tecnologia de Informação (PETI). Uma visão corporativa das necessidades de sistemas deve ser desenvolvida de tal maneira que as prioridades sejam definidas. Os sistemas implantados em primeiro lugar devem ser aqueles que atendam aos fatores críticos de sucesso do negócio, resolvam problemas imediatos, tenham rápido retorno de investimento ou sejam de implantação rápida ou simples. Constituem atividades do PETI (Fonte: Unip, Tomo ADM II, Questão 11): I - definição de estratégias do negócio: diretrizes, planos, objetivos, fatores críticos de sucesso, benefícios do projeto; II - início da elaboração do PETI pela definição dos projetos operacionais a serem executados; III - verificação da situação atual dos sistemas a serem definidos, avaliando o grau de atendimento das necessidades de informações gerenciais; IV - especificação dos equipamentos como base para definição do planejamento; 107 controladoria Re vi sã o: S im on e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 10 /1 1 V - determinação dos recursos de informática que serão utilizados: conectividades, compatibilidades de hardware, softwares e configuração dos equipamentos. Estão corretas, apenas, as atividades: A) I e III. B) I e V. C) II e III. D) II e IV. E) I, III e V. Resposta correta: alternativa E. Análise das alternativas I - Afirmativa correta. Justificativa: o alinhamento entre o Planejamento Estratégico e o Planejamento da TI é caracterizado por um processo recíproco de influências. O Planejamento de TI contribui, decisivamente, para a definição dos parâmetros estratégicos da organização, considerando as tecnologias disponíveis e acessíveis no mercado. II - Afirmativa incorreta. Justificativa: o objetivo maior do PETI consiste na integração dos planos corporativos e do planejamento de tecnologias de informação. O plano não pode ser dirigido, inicialmente, para atender à funcionalidade dos processos organizacionais; deve, antes de tudo, ser norteado e alinhado à estratégia organizacional, fazendo jus aos investimentos requeridos e propiciando, à organização, vantagens competitivas diante de seus competidores. III - Afirmativa correta. Justificativa: a solução de um problema parte da análise da situação atual e da identificação do gap, diferença em relação à situação futura que se pretende atingir. Segundo O’Brien (2004), um bom plano de sistemas de informação deve considerar a relação de custo-benefício decorrente da implantação, o detalhamento dos recursos necessários e o estudo de viabilidade econômica e técnica dos investimentos. Para o estudo, devem ser analisados: a eficácia com que o sistema proposto apoia os objetivos estratégicos da organização; a capacidade, a confiabilidade e a disponibilidade de hardware, software e rede; a economia de custo; o aumento de receita; o aumento de lucros; a aceitação por parte dos usuários (facilidade); as necessidades de gestão; o apoio da alta gerência e o atendimento a requisitos de clientes (internos e externos), fornecedores e governo. 108 Unidade IV Re vi sã o: S im on e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 10 /1 1 IV - Afirmativa incorreta. Justificativa: é importante o alinhamento da tecnologia da informação ao plano estratégico empresarial e aos processos de negócio, em todos os níveis organizacionais. Ao partir do suprimento de necessidade de equipamentos e recursos de infraestrutura sem uma visão estratégica e global do negócio, passa-se a considerar a TI como um fim em si mesma, visando a satisfazer objetivos desconectados das estratégias às quais pretende servir. V - Afirmativa correta. Justificativa: além da avaliação e da priorização de sistemas de informação, compete ao PETI estruturartodos os recursos de TI nos níveis estratégico, tático e operacional. Essa tecnologia reúne os recursos de infraestrutura: hardware, softwares operacionais, sistemas de telecomunicações e bancos de dados. Questão 2. Em relação aos Sistemas de Informações, analise as afirmativas que seguem: I - As entradas, os mecanismos de processamento e as saídas são elementos de um Sistema de Informações. II - O Plano de Contas de uma empresa é usado no processamento dos dados do Sistema de Informação Contábil. III - O Balanço Patrimonial é um dado a ser processado no Sistema de Informação Contábil. IV - A Folha de Pagamento dos funcionários de uma empresa é um exemplo de informação (output) do Sistema de Informação Contábil. Estão corretas apenas as afirmativas (Fonte: Unip, Tomo Ciências Contábeis II, Questão 2): A) I e II. B) I e IV. C) II e III. D) II e IV. E) III e IV. Resolução desta questão na plataforma. 109 controladoria Re vi sã o: S im on e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 3/ 10 /1 1 aPÊndIceS A seguir, apresenta-se dois textos, capítulos da dissertação de mestrado de Alexandre Saramelli (2010). A tarefa de escolher um método de contabilidade de custos adequado Segundo Martins (2003), a tarefa de escolher um método ou sistema de custos depende da avaliação do contador observando-se principalmente as necessidades dos gestores da empresa. A escolha começaria do fim, ou seja, de uma análise para verificar o que o gestor necessita de informação e qual o nível de esforço necessário para obter essa informação. Sabe-se ainda que essa escolha é influenciada também pelas opiniões de auditores, das exigências governamentais, das opiniões e exigências de acionistas, fornecedores e mais recentemente, dos artefatos que as empresas de tecnologia oferecem. A Ifac (2009a) desenvolveu um guia com o objetivo de oferecer aos contadores uma orientação de como escolher e usar as abordagens de custos apropriadas para a empresa. Evidencia-se que a preocupação é que o contador tenha condições de atender ao manual de melhores- práticas da Ifac e melhorar continuamente a qualidade do seu trabalho. O intuito é o de proporcionar condições para o julgamento profissional na questão de custos e não apenas que o contador atenda sugestões ou pressões de terceiros. Observa-se que para desenvolver esse guia, a Ifac procurou tecnologia em estado de arte, incluindo técnicas que possibilitem ao contador realizar previsões, o que considera uma tarefa com maior valor agregado para as decisões gerenciais. Os Princípios da Evolução e Melhoria Contínua nas organizações são seis: A: A Importância do Custeio para Uma Boa Administração Financeira. B: Aptidão para Atender aos Propósitos. C: Modelos de Custos Direcionados à Realidade D: Materialidade e Efetividade dos Custos E: Comparabilidade em Razão do Tempo e da Consistência F: Transparência e Auditabilidade A Ifac (2009b) para possibilitar uma melhor reflexão de como atender ao Princípio “D”, definido como: O desenho, implantação e aprimoramento contínuo dos métodos de custeio, coleta de dados e sistemas deve refletir o balanço entre o nível requerido de acurácia e medição de custos (ex.: relação custo-benefício) baseado na situação competitiva da organização. 110 Criou-se, tomando como base a contribuição de vários contadores e do consultor Gary Cokins da SAS, uma escala de degraus de maturidade dos métodos de custos, onde classificou-se os métodos em 12 degraus, que incluem também os métodos GPK e RCA nos degraus 9 a 12, conforme figura a seguir: 1 Cegueira Escrituração 2 Vizualização do processo Processo e cont. enxuta 3 Custeio Direto que (3) e com (4) custos de suporte para grupos de resultados 4 5 Custo Standard para resultados individuais; Cont. Projeto; Ordem de Prod. Vizualização do resultado com mais acurácia Vizualização do resultado 6 Favorece custeio ABC Custospor produtos. Vizualização do resultado com mais acurácia 7 Degrau 6 com relatórios de lucratividade por cliente. Custo para servir Possibilidade de estimar demanda dos clientes 8 Custos da capacidade ociosa (estimados) Possibilidade de enxergar a capacidade ociosa 9 Qtdes. planejadas x taxas unitárias de consumo Baseado em orçamento Atividades baseadas no planejamento dos recursos 10 Qtdes. planejadas x taxas de tempo de consumo; Foco em custos diretos Condições de trabalho repetitivas ABC por tempo 11 Degrau 9 com custeio proporcional a depts. diretos e de suporte Cont. por consumo de recursos 12 Última possibilidade em taxas de consumo Simulação Rastreamento de despesas, Relatórios de Custos e Taxas de Consumo Planejamento baseado na demanda com visão da capacidade Degraus contínuos de maturidade dos métodos de custos A Ifac trata o método GPK como um exemplo de abordagem que possibilita capacidade de previsão sofisticada e que não é ABC, ou seja, não é baseada em atividades. Contabilidade de custos e gerencial no Brasil De Rocchi (2007), em sua extensa pesquisa sobre transferência de tecnologia contábil para o Brasil, expõe com enorme riqueza de detalhes os fatos que influenciaram o desenvolvimento da contabilidade de custos no Brasil, principalmente nas décadas de 1930 a 1980. Ao analisar a obra de D’Auria (1954), De Rocchi (2007) comenta o exemplo do papel do contador Francisco D’Auria que influenciou a contabilidade brasileira da primeira metade do século XX. D’Auria era contador governamental e pouco se interessava por contabilidade de custos. Ao mesmo tempo, era dominado por um desejo de constante atualização e mantinha uma afeição pelos autores de origem francesa e italiana. Esse desejo o fez viajar várias vezes para países da Europa, onde em 1932 ao conversar pessoalmente com Gino Zappa e ao elogiar a cultura contábil italiana, teve como resposta “sim, mas hoje temos que aprender com os americanos e alemães, em matéria de análise”. Mais tarde, em 1937, D’Auria visitou a Alemanha e deixou registrado que a Embaixada Brasileira em Berlim não conseguiu uma visita aos serviços de contabilidade do Reich. Não há, entretanto, registros se tentou-se uma visita aos escritórios do RKW, oportunidade que qualquer contador de custos não iria dispensar. 111 D’Auria ao que parece não escutou o conselho de Gino Zappa e pouca importância deu para a contabilidade industrial ou de custos que surgia na Alemanha e nos Estados Unidos. De Rocchi (2007) prossegue sua detalhada análise ao comentar que a partir do governo de Juscelino Kubitschek e sua proposta de industrialização rápida do país, ou “50 anos em 5”, houve a implantação de várias indústrias no país e naturalmente uma maior necessidade da contabilidade de custos. De Rocchi (2007) cita Klauser (1963), que explicava em detalhes a técnica do Mapa de Localização de Custos (Betriebsabrechnungsb ogen – BAB) baseada nas teorias alemãs, instrumento muito utilizado nos países do centro da europa e de empresas do sul e leste do Brasil. Curiosamente os desenvolvimentos da contabilidade de custos realizados nos Estados Unidos, principalmente o custo padrão não foi absorvido no Brasil e somente na década de 1970, com o advento da lei brasileira das sociedades anônimas (6404/76) é que houve uma aproximação prática com a contabilidade de custos. De Rocchi (2007) ainda comenta que na década de 1980, uma hábil campanha publicitária teve sucesso ao mostrar o método de custos ABC (Activity Based Costing) como o mais adequado para utilização no novo ambiente empresarial e pelas possibilidades da tecnologia da informação. E recorreu a uma pesquisa de Mevellec (1991) apud De Rocchi (2007), que diz que o custeio ABC enfrentou dificuldades para sua adoção na França porque muitos contadores viam que o custeio ABC, então exposto como uma “novidade”, seria na verdade um atraso de mais de cinquenta anos em comparação ao método das Seções Homogêneas, que por sua vez segundo Bornia (1991)era muito parecido com o Mapa de Localização de Custos, o método mais difundido no Brasil nessa época. De Rocchi (2007), adicionalmente concluiu que a causa da baixa adoção da contabilidade de custos no Brasil tem sua origem no fenômeno da inflação que fez com que os usuários se interessassem mais pela contabilidade financeira, pela característica controlista imposta pela lei brasileira 6404/76 e também pela falta de um doutrinador, alguém que ajudasse os empresários e contadores brasileiros a formar uma escola no assunto. A subsidiária no Brasil da empresa norte-americana General Electric, a mesma que inspirou a criação do método ABC nos Estados Unidos, também inspirou os profissionais de contabilidade brasileiros. Por conta de sua política de treinamento que privilegiava o desenvolvimento humano, era incentivado a participação de seus funcionários em cursos internos de aprimoramento, experiência que foi relatada por alguns de seus funcionários em livro, conforme BASSETO, José Luiz (Org.) (2004), o Prof. Dr. Antônio Robles Júnior descreve com detalhes o trabalho na contabilidade da General Electric Brasil, o que é também um raro texto sobre a rotina de trabalho em contabilidade de custos com avançada tecnologia, na década de 1960: O Setor de Custos tinha três enfoques: o Registro de Custos, a Análise de Custos de Produção e a Análise dos Custos de Distribuição. Esse segmento era de responsabilidade de Nahid Chicani, que veio a ser Vice-Presidente da GE. Nahid ingressou na GE como trainee, sendo contratado por outro trainee famoso, George Sebastião Guerra Leone, um dos grandes autores brasileiros sobre Custos. A Análise dos Custos de Produção era responsável pelo detalhamento dos custos de produção de 112 todos os aparelhos domésticos produzidos pela GE, exceto os fabricados na fábrica de aparelhos eletrônicos, localizada no Parque Industrial da Mooca, bairro da cidade de São Paulo. A GE adotava a sistemática de custos-padrão ou standard, como lá eram chamados. Para a elaboração das fichas técnicas dos custos-padrão de cada produto, havia necessidade de um intenso contato com a Engenharia de Produtos e com a Engenharia da Fábrica. Os analistas de custos necessitavam conhecer e entender os desenhos e os roteiros de fabricação das peças e dos conjuntos formadores de cada produto. Nessa ocasião, necessitei fazer cursos de leitura e interpretação de desenhos industriais para poder transformar as informações técnicas em dados para cálculo do custo padrão dos produtos. O Setor de Custosrelacionava-se também com a área de Compras, com a Ferramentaria, com a Pintura, enfim com todos os setores de fabricação de uma metalúrgica. No Setor de Custos havia muito trabalho. Lembro-me de uma ocasião em que, num único mês, fiz 180 horas extras. Foi meu recorde em termos de horas extras. Era um mês de Inventário Geral, atividade coordenada pelo Setor de Custos e pela Auditoria Interna. Além do setor de custos-padrão, trabalhei na emissão dos relatórios (chamados reports na GE) de apuração da lucratividade por linha de produtos. Nesses relatórios, adotava-se o critério de custeio pleno. Todos os custos e despesas eram detalhados por linha de produtos. Podia-se dizer que, naquela época, já se aplicava o custeio baseado em atividades — ABC — Activity Based Costing, só que não com essa denominação, ou seja, um pioneirismo da GE. Ainda segundo BASSETO, José Luiz (Org.) (2004), a General Electric com sua política de treinamento proporcionou o que pode-se chamar de um verdadeiro celeiro para vários nomes que hoje são famosos no cenário acadêmico brasileiro, como o próprio Antônio Robles Júnior, George Sebastião Guerra Leone, Nelson dos Santos, Rubens Famá, José Carlos Moreira e Armando Catelli, que se reuniram posteriormente na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Ao mesmo tempo, conforme depoimentos de Sérgio de Iudicibus, Eliseu Martins, Iran Siqueira Lima, Nelson Carvalho e Edgard Cornachione Jr. reunidos em um vídeo institucional Fipecafi (2007) surgiu um movimento denominado “Revolução Contábil” com início a partir da década de 1960 e que continua até os dias atuais, onde os professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo foram procurar no exterior as melhores-práticas para o ensino da contabilidade, lançaram livros que tiveram excelente venda e divulgação e que proporcionaram um avanço na qualidade do ensino de contabilidade no Brasil. Com o advento da lei brasileira 6404/76, da Sociedade por ações, inspirada no modelo norte- americano, a Comissão de Valores Mobiliários procurou a Universidade de São Paulo, que atuou como uma difusora da cultura contábil para todo o país. 113 Esse ambiente proporcionou não somente a difusão de conhecimentos estrangeiros no Brasil, mas como também possibilitou a criação de um modelo contábil-gerencial por um brasileiro, onde conforme Garcia (2003), nos anos 1970 o Prof. Dr. Armando Catelli idealizou o conceito GECON, um modelo de mensuração de resultados baseado em gestão por resultados econômicos. Na década de 1980, em um livro muito vendido, o empresário brasileiro Semler (1988) relata que sua empresa a Semco S/A, desenvolveu uma poderosa estrutura de contabilidade de custos, capaz de relatar minúcias do negócio, que impressionou um executivo norte-americano que visitava a empresa. Esse executivo pediu para que o sistema fosse instalado em sua empresa. O fato trouxe muito orgulho mas logo percebeu-se que as informações de tão detalhadas, não eram analisadas. Decidiram então reduzir drasticamente a quantidade de centros de custo. Ao transmitir sua experiência com a constatação da falta de interesse pela análise por sua equipe, Semler expôs um desejo que é muito próximo a filosofia do método GPK. Semler deu a seguinte orientação: Poucos e grandes números, e disposição para agir sobre eles ― o resto é estética. Nessa questão de orçamentos, números e relatórios financeiros, tenho ainda uma recomendação prática a fazer. O recebimento de números frios, mesmo que corretos e rápidos, não é o suficiente. Além de comparar os números que chegam todo mês com o orçamento, é imprescindível compará- los com a expectativa da pessoa que vai lê-los. E isto quase não se faz. Introduzimos há algum tempo um instrumento que se tem mostrado eficaz. Acabado o mês, no primeiro dia útil, cada responsável por uma área faz uma estimativa “chutada” do resultado de receita, margem de lucro e despesas de seu setor. Portanto, alguns dias depois, quando o relatório final é distribuído, já existe um chute dado pelo responsável da área. A comparação dos dois dá à empresa uma boa ideia de quanto o responsável conhece de sua própria área, treina a todos em demonstrativos financeiros e gera uma reação viva e interessada pelos números oficiais divulgados. Riccio, Sakata e Segura (2000) evidenciaram por meio de um estudo sobre a pesquisa em custos no Brasil no período de 1967 a 1999 que metade (54%) dos trabalhos sobre custos apresentados em revistas de contabilidade abordaram vários métodos de custos; 20% abordaram o custo padrão; 12% o método ABC; 12% o método direto e variável e finalmente apenas 2% abordaram outros métodos. Já em trabalhos apresentados em congressos brasileiros de custos, 71% abordaram múltiplos métodos e 26% o custeio ABC. Nossa, Coelho e Chagas (1997), ao estudarem o ensino da contabilidade de custos no Brasil concluíram que mais de 90% das faculdades brasileiras adotam o livro “Contabilidade de Custos” de Eliseu Martins, seguido de “Custos: Planejamento, Implantação e Controle” de George S. Leone com 52 %. Os professores brasileiros de contabilidade de custos pesquisados recomendaram 43 obras que abordam contabilidades de custos e gerencial, sendo que com exceção do autor Eliyahu M. Goldratt, de nacionalidade israelense, todos os demais são brasileiros, norte-americanos ou ingleses. Não se recomendounenhum autor de nacionalidade alemã. 114 A partir das décadas de 1990 e 2000, os contadores brasileiros estão sendo chamados a atuar de forma estratégica nas empresas, ou como definiram simplificadamente Roslender e Hart (2003) “fazer a contabilidade gerencial ser mais estratégica”. Segundo Riccio, Sakata e Segura (2000), a competitividade fez da informação de custos um dos pilares da contabilidade gerencial, o que criou uma ponte entre a contabilidade e outras disciplinas. A necessidade de se obter respostas mais precisas sobre os problemas das empresas e o desenvolvimento de novas metodologias de custeio implicaram no que se chamou de “contabilidade estratégica”. Martins (2003) mostrou o tema da contabilidade estratégica ainda com um tom embrionário, usando a expressão uma “semente”. Ressaltou que o contador precisa conhecer o plano estratégico da empresa monitorando suas ações, propiciando meios para que os gestores tenham uma postura mais proativa, tarefa que o leva até mesmo para fora dos limites da empresa, conhecendo a cadeia de valor, onde podem estar oportunidades para aumento de competitividade. 115 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 LOUIS.JPG. Formato: JPEG. Disponível em: <http://www.nh.gov/liquor/images/louis.jpg>. Acesso em: 06 jun. 2011. Figura 3 DUBREUIL, V. Barrels of money. 1890. Disponível em: <http://worldart.sjsu.edu/media/images/amp05_ am_ptg_19th/amp05008.jpg>. Acesso em: 06 jun. 2011. Figura 5 RIZZON, L. A. Sistema de Produção de Vinagre, Embrapa, Sistemas de Produção, n. 13, dez. 2006b. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Vinagre/ SistemaProducaoVinagre/custo.htm>. Acesso em: 19 ago. 2011. Figura 6 RIZZON, L. A. Sistema de Produção de Vinagre, Embrapa, Sistemas de Produção, n. 13, dez. 2006b. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Vinagre/ SistemaProducaoVinagre/custo.htm>. Acesso em: 19 ago. 2011. Figura 7 RIZZON, L. A. Sistema de Produção de Vinho Tinto, Embrapa, Sistemas de Produção, n. 12, dez. 2006a. Disponível em: <http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/sprod/VinhoTinto/custos.htm>. Acesso em: 19 ago. 2011. Figura 9 DIAS, E. A.; PADOVEZE, C. L. Os diferentes métodos de custeio e sua aplicação na apuração de custo do produto: um estudo de caso em empresa de graxas e óleos industriais. Gestão e Sociedade, Belo Horizonte, n. 02, jan. 2007. Figura 10 Arquivo UNIP Interativa. Figura 11 BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na calculadora HP 12 C e Excel. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2003. 116 Figura 12 MATZ, A. Contabilidade de custos. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1987, p. 536. Figura 13 07825R.JPG. Formato: JPEG. Disponível em: <http://lcweb2.loc.gov/service/pnp/ppmsca/07800/07825r. jpg>. Acesso em: 06 jun. 2011. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Audiovisuais DOZE é demais. Dir. Chaw Levy. Estados Unidos. 2003. 98 min. PAPAI batuta. Dir. Walter Lang. Estados Unidos. 1950. 85 min. Textuais ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle gerencial. São Paulo: Atlas, 2006. ATKINSON, A. A.; BANKER, R. D.; YOUNG, S. M.; KAPLAN, R. S. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000. BACURAU, T. O. 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