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Novo conceito da Física – modelo mecanicista e quântico. 
- Atuação do enfermeiro em Terapias complementares. 
 
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 - Atuação do enfermeiro em Terapias complementares. 
 
 MATERIAL TEÓRICO 
 
 
 
Responsável pelo Conteúdo: 
Profª Solange S. Mascarenhas Chagas 
 
Revisão Textual: 
Profa. Dr. Patricia Silvestre Leite Di Iorio 
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Introdução 
 
A preocupação do homem com o processo saúde-doença não é fato 
recente. Trovo (2003) nos mostra que Hipócrates, o pai da medicina, na antiga 
Grécia, muito antes da era cristã, já definia saúde como o estado de harmonia 
do homem com a natureza, o equilíbrio entre os diferentes componentes do 
organismo com o meio ambiente. De acordo com seus pensamentos, saúde e 
doença dependiam de perfeita integração mente/corpo/meio-ambiente. 
Esse conceito hipocrático perdurou até a Idade Média, quando as crenças 
do catolicismo passaram a responsabilizar o comportamento do homem pelo 
aparecimento de doenças. De acordo com esse pensamento, a doença era 
nada mais que um castigo pelos pecados cometidos. O médico perdeu seu 
papel nesse contexto: a ele cabia apenas o cuidado do corpo, para aliviar o 
sofrimento. 
Com o aparecimento da ciência uma nova forma de pensamento aflorou: 
o paradigma mecanicista cartesiano passou a ser adotado para explicar o 
processo saúde-doença. 
 
Mecanicismo 
Segundo Gerber (1988), o pensamento mecanicista consiste 
essencialmente em reduzir todos os fenômenos da física, e mesmo da natureza, 
a sistemas de forças que atuam entre corpos materiais. Nessas condições, 
qualquer fenômeno estaria, em última instância, subordinados às leis da 
mecânica. 
Por esse pensamento, a doença passou a ser explicada por meio dos 
princípios defendidos por esses cientistas. Acreditava-se que o corpo é 
composto por partes e visto como máquina, ou seja, todas suas funções 
dependem do funcionamento independente de cada órgão. Assim sendo, a 
doença é causada por defeitos das peças da máquina humana. Essa teoria 
criava uma rigorosa divisão entre corpo e mente, cabendo a mente um papel 
irrelevante (Capra, 1982) 
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O tratamento era realizado de forma fragmentado, cada órgão tinha uma 
função e eles não eram interligados. Ex. Se o problema acontecesse no coração, 
o tratamento seria realizado pelo cardiologista e todo o esforço seria para a cura 
daquele órgão, não levando em consideração que outros problemas, outros 
setores pudessem estar influenciando no funcionamento daquele órgão e que 
enquanto esse desajuste também não fosse tratado, o resultado positivo poderia 
ser apenas temporário com grandes chances de desencadear o problema 
novamente. Com esse pensamento e os conhecimentos adquiridos nessa 
época, é que a medicina evoluía. 
Gerber (1988) relata que no século XX, com as teorias de Einstein, surgiu 
um novo horizonte: a matéria vista como manifestação de energia e os homens, 
também formados de matéria, passaram a serem considerados como seres 
energéticos, constituídos de vários sistemas energéticos que interagem entre si 
e com o meio, formando um todo, que deve sempre estar harmonioso. 
O mesmo autor afirma que pela visão einsteiniana da Física Quântica, os 
seres humanos passam a serem vistos não mais apenas como máquinas e 
sim, como campos de energia que se interpenetram e se influenciam 
reciprocamente. Consequentemente, mais uma vez sofremos influencia dos 
estudos da física para conduzir os pensamentos que tentam explicar os 
fenômenos que ocorrem com o corpo e acabam desenvolvendo a doença. 
 
 
Mecânica Quântica 
 
Gerber (1988) relata que no final do século XIX, vários fenômenos físicos 
pareciam não poderem ser explicados pela física da época, hoje, chamada 
“física clássica” ou “newtoniana”. Esses fenômenos relacionavam-se com a luz, 
o calor, os átomos etc. Para dar conta desses fenômenos, toda a física 
newtoniana teve que ser substituída. O resultado foi o que se chama hoje “física 
moderna”. Inicialmente, ela era constituída pelas teorias da relatividade (especial 
e geral) e pela mecânica quântica. 
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A física moderna transcende a visão cartesiana mecanicista do mundo e 
está nos conduzindo para uma concepção holística e intrinsecamente dinâmica 
do universo (Capra, 1982) 
A mecânica quântica revolucionou nossas noções de energia, matéria e 
causalidade. O que nós acreditávamos serem partículas, não são, mas 
comportam-se como tais. Ao nosso redor há inúmeras tecnologias baseadas na 
mecânica quântica, como computadores, DVDs e CDs, que funcionam partindo 
do princípio do deslocamento de energia. 
Mais uma vez, os conhecimentos da física passam a conduzir os 
pensamentos ligados à explicação dos fenômenos que ocorrem com o nosso 
corpo até desencadear o processo de saúde doença. 
Voltamos assim à antiga concepção hipocrática, porém, acrescentando o 
espírito à tríade mente/corpo/meio ambiente. Essa visão holística está 
intimamente ligada com a compreensão da ação das terapias alternativas/ 
complementares, como mostra Souza (1992), também considerada como 
medicina tradicional pela Organização Mundial de Saúde. 
Gerber (1988) descreve que a partir dessa visão einsteiniana da matéria 
como energia, surgiu a medicina vibracional. 
O mesmo autor ainda afirma que os experimentos da área da física sobre 
as partículas de alta energia, e os estudos de cura psíquica sobre os sistemas 
biológicos serviram para nos ensinar novas maneiras de compreender que todos 
os processos vivos apresentam a natureza de campos energéticos. Afirma, 
ainda, que os métodos de cura vibracionais encaram os seres humanos como 
seres espirituais e multidimensionais constituídos de luz e fornecem ao 
organismo quantidades específicas de energia para promover a cura através de 
realinhamento de nossos complexos mente/ corpo/ espírito. Portanto, nessa 
visão, a cura vibracional busca reequilibrar as perturbações estruturais e de fluxo 
energético. 
Segundo Trovo (2003), terapias alternativas/complementares (TAC) são 
as técnicas que visam à assistência à saúde do indivíduo, seja na prevenção, 
tratamento ou cura, considerando-o como mente/corpo/espírito e não um 
conjunto de partes isoladas. Seu objetivo é, portanto, diferente daqueles da 
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assistência alopática, também conhecida como medicina ocidental, ou em que a 
cura da doença deve ocorrer por meio da intervenção direta no órgão ou parte 
doente. 
 
Atuaçãoda enfermagem diante das terapias complementares 
 
Nogueira (1983) salienta que a enfermeira exerce papel fundamental no 
contexto relacionado às terapias complementares, já que é ela quem está em 
contato direto e mais profundo com a população, tendo a oportunidade de 
educá-la e esclarecê-la quanto ao uso (benéfico ou não) dessas técnicas, seja 
em hospitais, em centros de saúde ou junto à comunidade. 
Evidencia-se que há grande identidade entre o trabalho da enfermagem e 
as terapias complementares, pois o uso desta modalidade no cuidado de 
pacientes já foi sugerido por Nightingale e, cedo, textos fundamentais de 
enfermagem incluíram terapias como massagem, frio e calor e nutrição, como 
relata Richardson(2001). 
O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no Parecer Informativo 
004/95, reconhece a fundamentação da profissão de Enfermagem na visão 
holística do ser humano, o crescente interesse e utilização das práticas naturais 
no cuidado ao cliente e os aspectos do Código de Ética dos profissionais de 
Enfermagem que justificam a utilização das terapias naturais. 
Em 19/3/1997, o COFEN, através da Resolução 197, estabeleceu e 
reconheceu as Terapias Alternativas como especialidade e/ou qualificação do 
profissional de Enfermagem. A partir dessa Resolução, Silva (1998) afirma que o 
enfermeiro passou a ser reconhecido como terapeuta alternativo/complementar 
(na área específica), mediante conclusão e aprovação em cursos reconhecidos 
em instituição de ensino, com carga horária mínima de 360 horas. 
 
 
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Resolução COFEN-283/2003 
Fixa regras sobre a prática da Acupuntura pelo Enfermeiro e dá outras 
providências. 
 
RESOLUÇÃO COFEN Nº 301/2005. 
Atualiza os valores mínimos da Tabela de Honorários de Serviços de 
Enfermagem. 
 
Resolução COFEN-290/2004 
Fixa as Especialidades de Enfermagem (Terapias Naturais/Tradicionais e 
Complementares/Não Convencionais) 
. 
No Brasil, 47 enfermeiros já atuavam utilizando as TAC no tratamento de 
seus pacientes em 1993, antes mesmo de seu reconhecimento como 
especialização como relata Barbosa (1994). 
Baugniet (2000) mostra que em recente estudo realizado no Canadá, 
junto a alunos do último ano dos cursos de graduação em Medicina, Farmácia, 
Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Enfermagem sobre seu conhecimento e 
opinião a respeito das TAC, os resultados mostram que são os futuros 
enfermeiros aqueles que mais fazem uso de tais técnicas (44,7%) e revelam, 
com relação ao conhecimento das técnicas, que o toque terapêutico é a mais 
conhecida pela Enfermagem naquele país. 
Observa-se que o interesse pelas TAC vem crescendo nos últimos anos, 
constituindo objeto de investigação científica para diversos pesquisadores. 
Podemos vê-las também, sendo inseridas como conteúdo curricular nos 
cursos de graduação em enfermagem, quer seja de forma optativa ou 
obrigatória. Entretanto, pouco ainda se sabe sobre o conhecimento dos alunos 
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desses cursos sobre essa temática, sobre a própria consolidação dessa 
disciplina e seu desenvolvimento nas Instituições de ensino. 
Um estudo realizado por Nunez (2003), chama a atenção ao fato de que, 
apesar do COREN ter promulgado a Resolução COFEN-197, em 1997, 77,8% 
do total das enfermeiras não conheciam o respaldo legal e 89% não conheciam 
cursos que as tornariam especialistas em terapias complementares. 
 
Área de atuação para o enfermeiro 
 
 Consultório particular (profissional liberal e autônomo); 
 Ensino (área acadêmica); 
 Consultoria e Assessoria; 
 Promoção da qualidade de vida, aprimoramento e evolução 
do SER; 
 Hospital. 
 
Conclusão 
Podemos concluir com esse estudo, que o pensamento humano e a 
maneira de entender o processo saúde doença se modifica e sofre influência da 
época em que vivemos. Toda a condução de tratamento parte de princípios 
vindos da ciência, assim, o que se acredita é o que é comprovado pelos 
cientistas. 
Sofremos várias influencias da física mecânica inicialmente, onde 
enxergávamos o indivíduo como máquina, e procurávamos explicações em cada 
órgão individualmente, como peças que podem ser trocadas ou arrumadas. Com 
os ensinamentos de Einstein, começamos a perceber que os fenômenos 
ocorriam também pela ação da energia liberada pelos corpos. A partir daí, 
começou-se uma nova linha de estudo que considerava o Homem como um 
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todo, percebendo que existia mente/ corpo/ espírito e, assim, surgiu uma nova 
linha de tratamento das doenças e, com isso, o aparecimento das terapias 
complementares. 
Com esses novos pensamentos e aproveitando a visão holística que 
envolve e deve fazer parte do cuidado do enfermeiro, um novo campo de 
atuação surgiu para esse profissional. 
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 Anotações 
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