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Centro de terapias integrativas e complementares no município de Campos dos GoytacazesRJ a arquitetura e o bem-estar

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CURSO DE BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
NAYARA NUNES PONTES 
 
 
 
 
 
CENTRO DE TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO 
MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ: 
A ARQUITETURA E O BEM-ESTAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campos dos Goytacazes/RJ 
2021 
 
NAYARA NUNES PONTES 
 
 
 
 
CENTRO DE TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO 
MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ: 
A ARQUITETURA E O BEM-ESTAR 
 
 
 
 
Trabalho Final de Graduação apresentado ao 
Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia Fluminense Campus Campos-
Centro como requisito parcial para a conclusão 
do Curso de Bacharelado em Arquitetura e 
Urbanismo. 
 
Orientador(a): Prof.ª. M. Sc. Silvana Monteiro 
de Castro Carneiro 
 
 
 
 
 
Campos dos Goytacazes/RJ 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Biblioteca Anton Dakitsch 
CIP - Catalogação na Publicação 
 
Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da Biblioteca Anton Dakitsch do IFF 
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). 
P814c 
Pontes, Nayara Nunes 
Centro de terapias integrativas e complementares no município de 
Campos dos Goytacazes/RJ : a arquitetura e o bem-estar / Nayara Nunes 
Pontes - 2021. 
190 f.: il. color. 
 
Orientadora: Silvana Monteiro de Castro Carneiro 
 
Trabalho de conclusão de curso (graduação) -- Instituto Federal de 
Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, Campus Campos Centro, 
Curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo, Campos dos 
Goytacazes, RJ, 2021. 
Referências: f. 170 a 183. 
1. Medicina integrativa. 2. Terapias integrativas e complementares. 3. 
Arquitetura holística. 4. Arquitetura biofílica. I. Carneiro, Silvana Monteiro 
de Castro, orient. II. Título. 
 
NAYARA NUNES PONTES 
 
 
CENTRO DE TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO 
MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ: 
A ARQUITETURA E O BEM-ESTAR 
 
 
 
Trabalho Final de Graduação apresentado ao 
Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia Fluminense Campus Campos-
Centro como requisito parcial para a conclusão 
do Curso de Bacharelado em Arquitetura e 
Urbanismo. 
 
 
 
Aprovada em 12 de julho de 2021. 
Banca Avaliadora: 
................................................................................................................................................ 
Profª. Silvana Monteiro de Castro Carneiro - orientadora 
Arquiteta e Urbanista; Mestre em Planejamento Regional e Gestão de Cidades/UCAM 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense - Campus Campos Centro 
 
 
.................................................................................................................................................. 
Profª. Simone da Hora Macedo 
Arquiteta e Urbanista; Doutora em Arquitetura – PROARQ-FAU-UFRJ 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense - Campus Campos Centro 
 
 
.................................................................................................................................................. 
Profª. Regina Coeli Martins Paes Aquino 
Arquiteta e Urbanista; Doutora em Engenharia e Ciência dos Materiais/UENF 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Venho agradecer o fechamento de um ciclo, agradecer todas as etapas que passei para 
chegar até aqui, as experiências vividas desde o início dessa caminhada. Agradeço a Deus por 
ser a minha base e força, por guiar meus caminhos, me dar sabedoria e saúde, por conceder 
oportunidades e me guiar para que eu pudesse aproveitá-las da melhor maneira. 
Aos meus pais Maria e Sebastião, o meu muito obrigada, pela confiança na minha 
escolha, sempre me apoiando, se dedicando, ajudando em tudo que eu precisei em todo esse 
período, a vocês eu só tenho a agradecer por tudo, sou eternamente grata por todo incentivo 
para os meus estudos, mostrando o quanto esse caminho é importante para que eu consiga 
alcançar os meus sonhos e a forma que me passaram os ensinamentos da vida para ser uma 
boa profissional e um ser humano que busque sempre ser o seu melhor em todas as áreas. 
Aos meus avós Elzi e Álvaro – in memoriam. É um modo de fazê-los presentes nesse 
momento. 
Ao meu companheiro de vida Pedro Augusto, que por toda a faculdade sempre me 
estendeu a mão, reconheço que grande parte das etapas pelas quais eu passei, se não estivesse 
comigo, eu não teria chegado até aqui. Obrigada por todas as palavras de carinho, amizade e 
respeito, a você também a minha eterna gratidão. 
Obrigada a cada experiência dentro e fora da faculdade, a todos os meus estágios, que 
me fizeram crescer profissionalmente, aos meus colegas de trabalho que me ensinaram e me 
ensinam diariamente a ser uma profissional melhor, aos meus amigos de dentro e fora da 
faculdade que fizeram dessa experiência mais leve e divertida nesses longos anos. 
A minha imensa gratidão a alguns professores que passaram por minha árdua 
caminhada e, com amor e carinho, trouxeram acalento ao meu coração. Em especial à minha 
banca, Regina e Simone, que além de contribuírem para a minha formação ao longo de toda a 
faculdade, também são fontes de inspiração para mim como mulheres e profissionais. 
Agradeço a minha orientadora Silvana, que sempre esteve ao meu lado durante este 
caminho importante. Obrigada pelos conselhos, orientações e, principalmente, por me 
incentivar com palavras de carinho e atenção. Você é um exemplo que eu quero sempre 
seguir. É uma honra ser sua orientanda. Hoje, eu a admiro ainda mais. 
Por fim, agradeço a todos que contribuíram de alguma forma para que eu chegasse onde 
cheguei. Sou grata por tudo o que aprendi durante essa fase. Esse é só o começo de uma longa 
jornada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais e a Deus, 
pois graças a eles posso concluir este curso. 
Meu eterno amor e gratidão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, 
mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana. 
 
Carl Gustav Jung 
 
RESUMO 
 
Em uma busca pelo bem-estar do homem no meio em que vivemos, de maneira a cuidar da 
sua saúde e do seu equilíbrio para enfrentar as adversidades do dia a dia, objetiva-se com esse 
trabalho elaborar o anteprojeto arquitetônico de um Centro de Terapias Integrativas e 
Complementares no munícipio de Campos dos Goytacazes, RJ. O espaço é voltado para 
aqueles que desejam reencontrar a qualidade de vida através de terapias que levam em 
consideração o ser humano em sua integralidade, tratando o corpo e a mente de forma 
conjunta. Esta escolha justifica-se por não existir uma estrutura arquitetônica na área da saúde 
que ampare este tipo de prática na cidade. Para o desenvolvimento do trabalho, realizou-se 
pesquisas bibliográficas e documentais sobre o tema em questão e estudo da medicina 
integrativa e da política nacional vigente. Também foram executados estudos de caso de 
locais que possuem o serviço de terapias integrativas e complementares, além da identificação 
de referenciais projetuais, que serviram de inspiração para o anteprojeto e a aplicação de 
questionário on-line. Acredita-se que a proposta do Centro de Terapias Integrativas e 
Complementares é de grande contribuição para diversas áreas de conhecimento e para a 
sociedade. 
 
Palavras-chave: Medicina integrativa. Terapias integrativas e complementares. Arquitetura 
holística. Arquitetura biofílica. 
 
 
ABSTRACT 
 
In a search for the well-being of man in the environment in which we live, in order to take 
care of his health and balance to face the adversities of daily life, the objective of this work is 
to elaborate the architectural draft of a Center for Integrative and Complementary Therapies 
in the municipality of Campos dos Goytacazes, RJ. The space is aimed at those who wish to 
rediscoverthe quality of life through therapies that take into account the human being in its 
entirety, treating the body and mind together. This choice is justified because there is no 
architectural structure in the area of health that supports this type of practice in the city. For 
the development of the work, bibliographical and documental research was carried out on the 
subject in question and study of integrative medicine and the current national policy. Case 
studies were also carried out of places that have the integrative and complementary therapies 
service, in addition to the identification of design references, which served as inspiration for 
the draft and the application of an online questionnaire. It is believed that the proposal of the 
Center for Integrative and Complementary Therapies is a great contribution to different areas 
of knowledge and to society. 
 
Keywords: Integrative medicine. Integrative and complementary therapies. Holistic 
architecture. Biophilic architecture. 
 
RESUMEN 
 
En una búsqueda del bienestar del hombre en el entorno en el que vivimos, con el fin de 
cuidar su salud y equilibrio para afrontar las adversidades de la vida cotidiana, el objetivo de 
este trabajo es elaborar el anteproyecto arquitectónico de un Centro de Terapias Integrativas y 
Complementarias en el municipio de Campos dos Goytacazes, RJ. El espacio está dirigido a 
quienes deseen redescubrir la calidad de vida a través de terapias que tengan en cuenta al ser 
humano en su totalidad, tratando el cuerpo y la mente en conjunto. Esta elección se justifica 
porque no existe una estructura arquitectónica en el área de la salud que sustente este tipo de 
práctica en la ciudad. Para el desarrollo del trabajo se realizó una investigación bibliográfica y 
documental sobre el tema en cuestión y el estudio de la medicina integrativa y la política 
nacional vigente. También se realizaron estudios de caso de lugares que cuentan con el 
servicio de terapias integradoras y complementarias, además de la identificación de 
referencias de diseño, que sirvieron de inspiración para el borrador y la aplicación de un 
cuestionario online. Se cree que la propuesta del Centro de Terapias Integrativas y 
Complementarias es un gran aporte a diferentes áreas del conocimiento y a la sociedad. 
 
Palabras clave: Medicina integrativa. Terapias integrativas y complementarias. Arquitectura 
holística. Arquitectura biofílica. 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 01 – Quadro de terapias integrativas e complementares que fazem parte do SUS. .... 32 
Quadro 02 – Efeitos psicológicos de algumas cores. ............................................................... 58 
Quadro 03 – Unidades de Saúde que atendem ao SUS em Campos, 2015. ........................... 103 
Quadro 04 – Grupo de Atividades. ......................................................................................... 109 
Quadro 05 – Índices e parâmetros de Ocupação. ................................................................... 109 
Quadro 06 – Eixos de Comércio e Serviços – ECS. ............................................................... 109 
Quadro 07 – Vagas de estacionamento. ................................................................................. 110 
Quadro 08 – Programa de necessidades. ................................................................................ 120 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 01 – Quantidade parcial de municípios brasileiros com oferta de PICs. ..................... 33 
Gráfico 02 – Quantidade de estabelecimentos com oferta de PICs por região. ....................... 34 
Gráfico 03 – Prevalência dos casos de depressão e ansiedade nos países. ............................... 52 
Gráfico 04 – Idade dos participantes do questionário on-line. ................................................. 78 
Gráfico 05 – Gênero dos participantes do questionário on-line. .............................................. 79 
Gráfico 06 – Número de pessoas que conhecem as PICs no questionário on-line. .................. 79 
Gráfico 07 – Número de pessoas que fizeram uso das PICs no questionário on-line. ............. 80 
Gráfico 08 – Influência do uso das PICs para a saúde no questionário on-line. ...................... 80 
Gráfico 09 – Tipos de tratamentos mais selecionados no questionário on-line. ...................... 81 
Gráfico 10 – Escala de recomendação do Centro no questionário on-line. .............................. 82 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 01 – Princípios da medicina integrativa. ....................................................................... 23 
Figura 02 – Linha do tempo da medicina integrativa. .............................................................. 32 
Figura 03 – Comparativo entre terapia convencional e terapia alternativa. ............................. 37 
Figura 04 – Aplicação de agulhas de acupuntura. .................................................................... 40 
Figura 05 – Aplicação de técnica de massoterapia. .................................................................. 41 
Figura 06 – Medicamentos homeopáticos. ............................................................................... 42 
Figura 07 – Fitoterápicos: plantas medicinais. ......................................................................... 43 
Figura 08 – Aplicação da prática de quiropraxia. ..................................................................... 44 
Figura 09 – Grupo de pessoas praticando yoga. ....................................................................... 44 
Figura 10 – Praticante de meditação......................................................................................... 45 
Figura 11 – Óleos essenciais da Aromaterapia. ........................................................................ 46 
Figura 12 – Arteterapia com a utilização de pintura em tela. ................................................... 47 
Figura 13 – Musicoterapia com a utilização de instrumentos musicais. .................................. 48 
Figura 14 – Grupo de praticantes da biodança. ........................................................................ 49 
Figura 15 – Dança de roda com praticantes da dança circular. ................................................ 50 
Figura 16 – Atividade de pilates com ajuda de aparelho (à esquerda) e atividade de pilates no 
solo com ajuda de bola suíça (à direita). .................................................................................. 50 
Figura 17 – Reações psicológicas e psiquiátricas em situações de desastres. .......................... 53 
Figura 18 – Perspectivas do Kennzur Spa. ............................................................................... 62 
Figura 19 – Vista aérea do Parque Ibirapuera e Kennzur Spa. ................................................. 63 
Figura 20 – Ambientes do Kennzur Spa integrados pelo paisagismo. ..................................... 64 
Figura 21 – Ambientes de tratamento do Kennzur Spa. ........................................................... 64 
Figura 22 – Fachada principal do Kennzur Spa. ...................................................................... 65 
Figura 23 – Solário (à esquerda) e sala de tratamento (à direita) do Kennzur Spa. ................. 65 
Figura 24 – Planta baixa do pavimento térreo do Kennzur Spa. .............................................. 67 
Figura 25 – Planta baixa do primeiro pavimento do Kennzur Spa. .......................................... 68 
Figura 26 – Planta baixa do pavimento subsolo do Kennzur Spa. ........................................... 69 
Figura 27 – Telhado verde (à esquerda) e claraboia (à direita) no Kennzur Spa. .................... 70 
Figura 28 – Pátio com deck de madeira (à esquerda) e tenda com vista para o jardim (à 
direita). ......................................................................................................................................70 
Figura 29 – Perspectiva da Clínica Ser. .................................................................................... 71 
Figura 30 – Sala de quiropraxia e ambulatório da Clínica Ser. ................................................ 72 
 
Figura 31 – Sala de fisioterapia da Clínica Ser. ....................................................................... 73 
Figura 32 – Sala de pilates e estética da Clínica Ser. ............................................................... 73 
Figura 33 – Sala de pilates da Clínica Ser. ............................................................................... 74 
Figura 34 – Perspectiva da fachada do Hospital Infantil de Zurique. ...................................... 84 
Figura 35 – Pátio interno e a integração da natureza com as alas hospitalares. ....................... 85 
Figura 36 – Implantação do Hospital Infantil de Zurique. ...................................................... 85 
Figura 37 – Volumetria do Hospital Infantil de Zurique. ........................................................ 86 
Figura 38 – Área interna e jardim externo do Hospital Infantil de Zurique. ............................ 86 
Figura 39 – Perspectiva frontal da Casa no Vale das Videiras. ................................................ 87 
Figura 40 – A paisagem e o lago na Casa no Vale das Videiras. ............................................. 88 
Figura 41 – Varanda (à esquerda) e a residência e o paisagismo (à direita). ........................... 88 
Figura 42 – Ambientes internos favorecidos de iluminação natural. ....................................... 89 
Figura 43 – Elementos naturais utilizados na edificação. ........................................................ 89 
Figura 44 – O paisagismo e o ateliê da residência. .................................................................. 90 
Figura 45 – Vista externa da entrada (à esquerda) e vista interna da recepção (à direita) do 
Centro de Terapia Ativa R3. ..................................................................................................... 91 
Figura 46 – Sala de atividades utilizando cores no ambiente. .................................................. 92 
Figura 47 – Sala de atividades com iluminação natural. .......................................................... 93 
Figura 48 – Sala de atividades com iluminação artificial. ........................................................ 93 
Figura 49 – Vista do Centro de Diabetes de Copenhague. ....................................................... 95 
Figura 50 – Vista do jardim público (à esquerda) e vista superior do Centro (à direita). ........ 95 
Figura 51 – Áreas de convivência do Centro de Diabetes de Copenhague. ............................. 96 
Figura 52 – Vista frontal da Casa Brise. ................................................................................... 97 
Figura 53 – Casa Brise e seu entorno paisagístico. .................................................................. 97 
Figura 54 – Brises de madeira distribuídos nas fachadas. ........................................................ 98 
Figura 55 – Vista do AquaRio. ................................................................................................. 99 
Figura 56 – Vista aérea do AquaRio. ....................................................................................... 99 
Figura 57 – Localização do Estado do Rio de Janeiro no Mapa do Brasil e localização do 
município de Campos dos Goytacazes no Mapa do Estado do Rio de Janeiro. ..................... 101 
Figura 58 – Localização do terreno no mapa de Campos dos Goytacazes e ampliação da área 
com a delimitação do terreno.................................................................................................. 102 
Figura 59 – Delimitação do bairro Vila da Rainha na cidade de Campos dos Goytacazes.... 103 
Figura 60 – Mapa viário. ........................................................................................................ 105 
Figura 61 – Estudo de insolação e ventilação......................................................................... 106 
 
Figura 62 – Vistas frontais do terreno adotado para o projeto. .............................................. 107 
Figura 63 – Vista do condomínio (à esquerda) ao lado do terreno (à direita). ....................... 107 
Figura 64 – Recorte do Mapa de Zoneamento Urbano do Município de Campos dos 
Goytacazes. ............................................................................................................................. 108 
Figura 65 – Mapa de uso e ocupação. .................................................................................... 111 
Figura 66 – Vista à frente do terreno. ..................................................................................... 112 
Figura 67 – Mapa de gabarito das construções. ..................................................................... 113 
Figura 68 – Síntese da área de estudo..................................................................................... 115 
Figura 69 – Flor de lótus se abrindo. ...................................................................................... 116 
Figura 70 – Lago Nong Han Kumphawapi na Tailândia coberto com flores de lótus. .......... 116 
Figura 71 – Logotipo do CTIC. .............................................................................................. 117 
Figura 72 – Desenho de mandala da flor de lótus. ................................................................. 118 
Figura 73 – Estudo conceitual e estrutural da mandala. ......................................................... 119 
Figura 74 – Fluxograma. ........................................................................................................ 123 
Figura 75 – Estudo preliminar de setorização. ....................................................................... 124 
Figura 76 – Planta baixa setorizada. ....................................................................................... 125 
Figura 77 – Planta de implantação e consolidação do CTIC. ................................................. 126 
Figura 78 – Estudo volumétrico e perspectivas do CTIC. ...................................................... 128 
Figura 79 – Estudo volumétrico preliminar e subtrações do CTIC. ....................................... 128 
Figura 80 – Estudo de fachada do CTIC. ............................................................................... 129 
Figura 81 – Estudo dos materiais do CTIC. ........................................................................... 129 
Figura 82 – Fachada do CTIC. ............................................................................................... 130 
Figura 83 – Fachada do CTIC e seus elementos. ................................................................... 131 
Figura 84 – Recepção do CTIC. ............................................................................................. 131 
Figura 85 – Sala de fisioterapia do CTIC. .............................................................................. 132 
Figura 86 – Sala de pilates do CTIC....................................................................................... 132 
Figura 87 – Sala de massoterapia do CTIC. ........................................................................... 133 
Figura 88 – Sala de yoga e meditação do CTIC. .................................................................... 133 
Figura 89 – Sala de arteterapia do CTIC. ............................................................................... 134 
Figura 90 – Sala de musicoterapia do CTIC........................................................................... 134 
Figura 91 – Sala de biodança e dança circular do CTIC. ....................................................... 135 
Figura 92 – Espaço para terapias ao ar livre do CTIC............................................................135 
Figura 93 – Espaço para eventos e sua vista para o lago do CTIC......................................... 136 
Figura 94 – Área externa e bangalôs do CTIC. ...................................................................... 136 
 
Figura 95 – Paisagismo e lago do CTIC. ................................................................................ 137 
Figura 96 – Área externa e de vivência do CTIC. .................................................................. 137 
Figura 97 – Sala de psicologia do CTIC. ............................................................................... 138 
Figura 98 – Vistas externas das salas e do lago do CTIC. ..................................................... 138 
Figura 99 – Paisagismo do CTIC. .......................................................................................... 139 
Figura 100 – Jardim central do CTIC. .................................................................................... 139 
Figura 101 – Jardim e cafeteria do CTIC. .............................................................................. 140 
Figura 102 – Cafeteria do CTIC. ............................................................................................ 140 
Figura 103 – Horta do CTIC. ................................................................................................. 141 
Figura 104 – Estacionamento do CTIC. ................................................................................. 141 
Figura 105 – Arborização do estacionamento do CTIC. ........................................................ 142 
Figura 106 – Tijolo ecológico. ............................................................................................... 144 
Figura 107 – Assentamento do tijolo ecológico. .................................................................... 144 
Figura 108 – Sistema construtivo de tijolo ecológico. ........................................................... 145 
Figura 109 – Modelo de tijolo ecológico................................................................................ 145 
Figura 110 – Dimensões do tijolo ecológico. ......................................................................... 146 
Figura 111 – Parede de tijolo ecológico. ................................................................................ 146 
Figura 112 – Modelos de cobogós. ......................................................................................... 147 
Figura 113 – Efeito de sombreamento do cobogó. ................................................................. 147 
Figura 114 – Pigmentos de tintas ecológicas.......................................................................... 148 
Figura 115 – Tinta sustentável................................................................................................ 149 
Figura 116 – Telha Termoacústica e suas camadas. ............................................................... 150 
Figura 117 – Telha termoacústica. ......................................................................................... 150 
Figura 118 – Telhado com telha cerâmica.............................................................................. 151 
Figura 119 – Telhas cerâmicas esmaltadas............................................................................. 152 
Figura 120 – Placas Fotovoltaicas. ......................................................................................... 153 
Figura 121 – Composição da placa fotovoltaica. ................................................................... 153 
Figura 122 – Madeira natural e madeira ecológica. ............................................................... 154 
Figura 123 – Brises de madeira ecológica. ............................................................................. 155 
Figura 124 – Brise vertical de madeira ecológica. ................................................................. 155 
Figura 125 – Sala de estar com piso vinílico. ......................................................................... 156 
Figura 126 – Sala de massagem com piso vinílico. ................................................................ 157 
Figura 127 – Piso de cimento queimado em área externa. ..................................................... 158 
Figura 128 – Piso de cimento queimado em áreas internas. ................................................... 158 
 
Figura 129 – Piso cerâmico. ................................................................................................... 159 
Figura 130 – Banheiro com piso cerâmico imitando madeira. ............................................... 160 
Figura 131 – Piso intertravado................................................................................................ 161 
Figura 132 – Paginação de piso intertravado.......................................................................... 161 
Figura 133 – Calçada de piso intertravado. ............................................................................ 162 
Figura 134 – Produção do piso intertravado. .......................................................................... 162 
Figura 135 – Porta com folhas articuladas de madeira. .......................................................... 163 
Figura 136 – Porta de madeira com vista para o jardim. ........................................................ 164 
Figura 137 – Espaço para transposição de portas. .................................................................. 164 
Figura 138 – Imagem ilustrativa de água da chuva. ............................................................... 165 
Figura 139 – Esquema de aproveitamento de água da chuva. ................................................ 166 
Figura 140 – Plantas paisagísticas do CTIC. .......................................................................... 168 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
CTIC Centro de Terapias Integrativas e Complementares 
MTCI Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas 
OMS Organização Mundial da Saúde 
PNPIC Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares 
PICs Práticas Integrativas e Complementares 
SUS Sistema Único de Saúde 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 22 
 
2 PERSPECTIVA HISTÓRICA E CULTURAL DA MEDICINA INTEGRATIVA ........ 27 
2.1 A Inserção da Medicina Integrativa .............................................................................. 28 
2.2 A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema 
Único De Saúde (SUS) ............................................................................................................ 30 
 
3 TRATAMENTOS TERAPÊUTICOS INTEGRATIVOS .................................................... 35 
3.1 A Importância de Terapias Integrativas para a Saúde ................................................ 35 
3.2 Tipos de Terapias Integrativas e Complementares ...................................................... 39 
3.2.1 Acupuntura ...................................................................................................................... 39 
3.2.2 Massoterapia ................................................................................................................... 40 
3.2.3 Homeopatia ..................................................................................................................... 41 
3.2.4 Fitoterapia ....................................................................................................................... 42 
3.2.5 Quiropraxia ..................................................................................................................... 43 
3.2.6 Yoga ................................................................................................................................ 443.2.7 Meditação ........................................................................................................................ 45 
3.2.8 Aromaterapia ................................................................................................................... 46 
3.2.9 Arteterapia ....................................................................................................................... 47 
3.2.10 Musicoterapia ............................................................................................................... 48 
3.2.11 Biodança e Dança Circular ........................................................................................... 48 
3.2.12 Pilates ............................................................................................................................ 50 
3.3 Terapias Integrativas e Complementares Aliadas ao Bem-estar em Tempos de 
Pandemia ................................................................................................................................. 51 
 
4 A ARQUITETURA BIOFÍLICA E OS ESPAÇOS TERAPÊUTICOS ............................. 55 
4.1 A Psicologia Ambiental como Ferramenta Terapêutica .............................................. 56 
 
4.1.1 Cores ............................................................................................................................... 57 
4.1.2 Iluminação ....................................................................................................................... 58 
4.1.3 Vegetação ........................................................................................................................ 59 
4.1.4 Sentido háptico e conforto térmico ................................................................................. 60 
 
5 PESQUISA DE CAMPO ........................................................................................................... 62 
5.1 Estudo de Caso ................................................................................................................. 62 
5.2 Visita Técnica ................................................................................................................... 71 
5.3 Entrevistas ........................................................................................................................ 75 
5.4 Aplicação de Questionário .............................................................................................. 77 
 
6 REFERENCIAIS PROJETUAIS .............................................................................................. 83 
6.1 Referencial Tipológico .................................................................................................... 84 
6.1.1 Hospital Infantil de Zurique – Zurique, Suíça. ............................................................... 84 
6.1.2 Casa no Vale das Videiras – Petrópolis, Brasil. .............................................................. 87 
6.2 Referencial Funcional ..................................................................................................... 90 
6.2.1 Centro de Terapia Ativa R3 – Manresa, Espanha. .......................................................... 90 
6.3 Referencial Plástico-Formal ........................................................................................... 94 
6.3.1 Centro de Diabetes de Copenhague – Copenhague, Dinamarca. .................................... 94 
6.4 Referencial Tecnológico .................................................................................................. 96 
6.4.1 Casa Brise – Santa Catarina, Brasil................................................................................. 96 
6.4.2 Aquário Marinho – Rio de Janeiro, Brasil. ..................................................................... 98 
 
7 PROPOSTA ARQUITETÔNICA ........................................................................................... 101 
7.1 O Terreno e sua Localização ........................................................................................ 101 
7.2 Sistema Viário e Acessos ............................................................................................... 104 
7.3 Condicionantes Ambientais e Aspectos Físicos ........................................................... 106 
7.4 Condicionantes Legais .................................................................................................. 108 
 
7.5 Aspectos do Entorno ..................................................................................................... 110 
7.5.1 Uso e Ocupação do Solo ............................................................................................... 110 
7.5.2 Tipologia das Construções ............................................................................................ 112 
7.6 Diretrizes Projetuais ...................................................................................................... 114 
7.7 O Projeto e a Escolha do Nome do Centro .................................................................. 115 
7.8 Conceito e Partido ......................................................................................................... 117 
7.9 Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento .................................................. 120 
7.10 Fluxograma .................................................................................................................. 123 
7.11 Setorização ................................................................................................................... 124 
7.12 Implantação ................................................................................................................. 125 
7.13 Cobertura ..................................................................................................................... 127 
7.14 Volumetria ................................................................................................................... 127 
 
8 MEMORIAL DESCRITIVO ................................................................................................... 143 
8.1 Tijolo Ecológico ............................................................................................................. 143 
8.2 Cobogó de Cerâmica ..................................................................................................... 147 
8.3 Tinta Ecológica .............................................................................................................. 148 
8.4 Telhas .............................................................................................................................. 149 
8.4.1 Termoacústica ............................................................................................................... 149 
8.4.2 Cerâmica ....................................................................................................................... 151 
8.5 Energia Solar ................................................................................................................. 152 
8.6 Madeira Ecológica ......................................................................................................... 154 
8.7 Pisos ................................................................................................................................ 156 
8.7.1 Vinílico .......................................................................................................................... 156 
8.7.2 Cimento Queimado ....................................................................................................... 157 
8.7.3 Cerâmico ....................................................................................................................... 159 
8.7.4 Intertravado ................................................................................................................... 160 
 
8.8 Esquadrias...................................................................................................................... 163 
8.9 Captação de Águas Pluviais .......................................................................................... 165 
8.10 Paisagismo .................................................................................................................... 167 
 
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 169 
 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 170 
 
APÊNDICES .................................................................................................................................... 184 
APÊNDICE A: Perguntas da entrevista – Thiago Mendonça Batista. ............................ 184 
APÊNDICE B: Perguntas da entrevista – Luciane Mina. ................................................ 186 
APÊNDICE C: Respostas do questionário on-line – Comentários e observações. ......... 187 
APÊNDICE D: Pranchas Técnicas do Anteprojeto Arquitetônico.................................. 189 
 
22 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a medicina tradicional é a 
combinação de conhecimentos e práticas fundamentadas em teorias, crenças e experiências de 
diversas culturas, empregadas na manutenção da saúde, prevenção e diagnóstico de doenças, 
na melhoria ou no tratamento de problemas físicos e mentais. Os termos como medicina 
complementar e alternativa referem-se a um conjunto mais abrangente de práticas de saúde 
que não fazem parte da medicina convencional de um determinado país e não estão 
completamente integradas ao sistema de saúde vigente. Esses termos em alguns países são 
usados alternadamente para fazer referência à medicina tradicional. Já a medicina integrativa 
trata-se de cuidados de saúde integrativos que reúnem abordagens convencionais e 
complementares de forma coordenada. Destaca-se uma abordagem holística e focada no 
paciente para cuidados de saúde e bem-estar, incluindo aspectos mentais, emocionais, 
funcionais, espirituais, sociais, comunitários e tratam o indivíduo como um todo e não só a 
sua condição física ou doença de forma isolada (MEDICINAS, 2021). 
As práticas integrativas são utilizadas valorizando as evidências, os critérios de 
segurança e a eficácia das técnicas aplicadas (BRASIL, 2018). São legitimadas pela Rede de 
Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI) das Américas, uma iniciativa 
colaborativa, criada com o objetivo de articular diversos atores sociais envolvidos na geração 
de políticas, regulação, formação, promoção, prática, uso e pesquisa desses sistemas e 
métodos terapêuticos na Região das Américas; pelo Consórcio Acadêmico Brasileiro de 
Saúde Integrativa (CABSIN), uma rede de pesquisadores-referência em MTCI e pelo Centro 
Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, também conhecido por 
Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), centro especializado da Organização Pan-
Americana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), orientado à 
cooperação técnica em informação científica em saúde (CNS, 2020). 
A etimologia do termo integrativo vem do latim integritās ou integritat, derivado do 
vocábulo integer, formado pelo prefixo in-, representando “não”, e -tangere, que significa 
“tocar”. A fusão das duas partes traz à ideia a “condição inalterada de alguma coisa”, 
portanto, algo que detém suas propriedades preservadas, em outras palavras, um elemento 
inteiro sendo o que “deveria” ser (LORETTO, 2016). Assim, a medicina integrativa busca 
resgatar o foco no ser humano, individual e em sua totalidade, para tratar o paciente com mais 
23 
 
 
cuidado. A necessidade de novos olhares para este campo de atuação, aliada à grande procura 
da população e pelo aumento de doenças, fez com que novas práticas e outros tipos de 
abordagens fossem considerados e gestados na área da saúde. As práticas integrativas foram 
sistematizadas a partir da união de premissas, como entender o ser humano como um todo, 
encarando o processo entre saúde e doença sem deixar de levar em consideração os sistemas 
médicos tradicionais, porém buscando ligá-los concomitantes aos avanços e contribuições da 
ciência. Na Figura 01 é possível observar os conceitos da medicina integrativa. 
 
Figura 01 – Princípios da medicina integrativa. 
 
Fonte: Desenvolvido pela autora, 2021, baseado no Hospital Israelita Albert Einstein, 2020. 
 
Segundo o professor Xiang Ping, responsável pela Faculdade de Medicina Tradicional 
Chinesa da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, a medicina ocidental baseia-se 
em análises e radiografias, mas não aborda o todo orgânico. Já a medicina tradicional chinesa 
é eficaz na regulação de todo o corpo, por isso, a combinação das duas medicinas seria 
perfeita e benéfica para as pessoas (O EQUILÍBRIO, 2008). 
Ao usar diferentes métodos de cura, o resultado pode ser positivo para o paciente, pois 
24 
 
 
o tratamento abrange diversos pontos da vida do mesmo. Terapias que acalmam a mente e o 
sistema nervoso, também melhoram o sistema imunológico, o que permite ao indivíduo 
continuar saudável e o seu organismo apto para combater doenças (ASSOCIAÇÃO, 2020). 
A alimentação, exercícios, meditação e técnicas de respiração são boas práticas para 
manter a saúde e o bem-estar. Proporcionar uma base sólida para que o corpo seja capaz de 
enfrentar as doenças é o princípio dessas abordagens. De acordo com a Constituição da OMS, 
a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de 
doença ou enfermidade (WHO, 2006). 
Métodos alternativos podem servir de apoio para doenças crônicas ou graves, como a 
ansiedade, a depressão, o câncer e problemas cardíacos ou respiratórios. Eles são muito 
importantes no tratamento porque podem garantir que a mente, o espírito e as emoções do 
paciente também possam ser cuidados durante o tratamento da doença. Desta forma, aliadas à 
medicina tradicional, as terapias alternativas podem ajudar na prevenção de doenças e na 
manutenção da qualidade de vida em um nível adequado (AMPLIMED, 2020). 
Ao observar a carência de um espaço onde todas as abordagens de terapias integrativas 
e complementares pudessem ser centralizadas e desenvolvidas, esse trabalho tem como 
objetivo principal elaborar o anteprojeto arquitetônico de um Centro de Terapias Integrativas 
e Complementares (CTIC) no munícipio de Campos dos Goytacazes, interior do Norte 
Fluminense, no estado do Rio de Janeiro. De maneira específica, o anteprojeto pretende: 
proporcionar um espaço com a finalidade de maior cidadania à população, democratização e 
integração das diversas áreas da saúde; propor ambientes confortáveis e seguros para as 
práticas integrativas e complementares; além de oferecer serviços e espaços para a 
comunidade de forma gratuita. 
Os objetivos específicos do trabalho contemplam: buscar aproximação ao assunto e 
obter mais informações a fim de compreender a medicina integrativa; investigar acerca da 
legislação pertinente ao tema; analisar a prática da medicina integrativa em um local que 
oferece esse tipo de serviço; entender a demanda da população campista e pesquisar 
edificações que sejam inspiração para o anteprojeto. 
A pesquisa estudou a necessidade da implementação de um espaço que oferece 
terapias integrativas e complementares e tratamentos que auxiliam e proporcionam o bem-
estar físico e mental de pacientes que buscam cuidados para essas finalidades. O Centro 
acolhe pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e oferece tratamentos variados como 
fisioterapêuticos e psicológicos, atuando de forma complementar. Para alcançar os objetivos 
25 
 
 
do trabalho, a metodologia é composta de pesquisas bibliográficase documentais sobre o 
tema medicina integrativa e estudo da política nacional vigente. Também foram realizados 
estudo de caso e visita técnica em local que possui terapias integrativas e complementares e a 
identificação de referenciais projetuais, para entender a realidade desses espaços, como 
funcionam e se conseguem atender adequadamente a seus usuários. Complementando, 
aplicou-se questionário on-line e entrevistas com profissionais da saúde, visando maior 
compreensão sobre o tema e quais são os seus benefícios na prática. 
Além disso, durante um período da vida da autora, passou-se a fazer uso de algumas 
práticas integrativas e pôde-se perceber os benefícios das terapias para a consciência corporal 
e saúde mental. Ademais, o seu histórico familiar é marcado pelo uso de plantas medicinais 
desde a infância. Aprendeu com a sua avó a integrar os fitoterápicos na sua vida de modo que 
tornou-se, até os dias de hoje, um hábito comum, apreciando o contato com a natureza e tudo 
que a cerca. 
Sabemos que o papel da medicina não é apenas garantir a saúde, mas promover a 
qualidade de vida dos pacientes. Assim como o papel da arquitetura é construir espaços 
pensados para uma determinada funcionalidade, onde o usuário possa se identificar e se sentir 
acolhido, confortável, e consequentemente, se sentir bem fisicamente e psicologicamente. 
Essa relação entre a arquitetura e as pessoas deve ser a mais positiva possível, pois ela 
influencia nas emoções de quem a frequenta, podendo estimular sensações e percepções e 
gerar o sentimento de pertencimento e introspecção. 
Portanto, busca-se no anteprojeto elaborar espaços planejados para as atividades que 
serão realizadas nos ambientes de cada funcionalidade, tornando-os mais agradáveis e 
saudáveis, também propor a arquitetura como ferramenta terapêutica e que auxilia no 
tratamento dos pacientes, utilizando-se de jardins, espaços de estar e vivência e que tenham 
proximidade com a natureza, além de utilizar a sustentabilidade como forma de minimizar os 
impactos ambientais na construção do projeto, a fim de gerar economia e eficiência a longo 
prazo. 
O presente trabalho está estruturado em nove capítulos. O primeiro refere-se à 
introdução, onde são abordados os princípios e características da medicina integrativa. 
Em seguida, o segundo capítulo apresenta perspectivas históricas e culturais, 
mostrando o seu desenvolvimento ao passar do tempo e descreve as práticas terapêuticas 
integrativas no Brasil. 
 
26 
 
 
O capítulo três ressalta a importância das terapias integrativas e complementares para 
a saúde, descreve as terapias oferecidas no CTIC e como podem ser benéficas em um 
contexto pandêmico1. 
Logo após, o capítulo quatro expõe aspectos sobre a arquitetura biofílica e os espaços 
terapêuticos, mostrando como os ambientes mais humanizados e com características naturais 
podem ajudar nos tratamentos, relacionando-os com estudos da psicologia ambiental através 
das cores, iluminação e vegetação. Para isso, foram levadas em consideração a relação entre 
pessoa e ambiente e a importância do conforto ambiental nessa tipologia arquitetônica, de 
forma a desenvolver um projeto de qualidade que favoreça o usuário. 
O capítulo cinco apresenta pesquisa de campo, aborda informações sobre visita técnica 
realizada, questionário on-line aplicado e entrevistas com profissionais da saúde, mostrando 
como fatores aprendidos foram importantes e contribuíram para o desenvolvimento do 
anteprojeto. 
Posteriormente, no capítulo seis, estão expostos os precedentes projetuais que apontam 
parâmetros e condicionantes presentes no anteprojeto. Eles apresentam elementos tipológico, 
funcional, plástico-formal e tecnológico, identificando materiais a serem utilizados, a estética 
e funcionalidades do projeto, a tipologia da construção e as tecnologias empregadas. 
O capítulo sete expõe as diretrizes projetuais, o conceito e partido, programa de 
necessidades e pré-dimensionamento dos ambientes, também contém estudos do terreno, a sua 
localização e entorno, bem como as condicionantes ambientais e legais da área estudada, a 
implantação do anteprojeto, a setorização, os fluxos, a cobertura e seu estudo volumétrico. 
No capítulo oito é apresentado o memorial descritivo, com a indicação de materiais a 
serem implementados no anteprojeto. 
Por fim, no capítulo nove, as considerações finais do presente trabalho apontam a 
motivação pela escolha do assunto, a importância do estudo e pesquisa do tema em questão, a 
sua aplicabilidade no projeto de arquitetura e o conhecimento adquirido através dele. 
 
 
1 No período de desenvolvimento deste trabalho, o mundo passa pela epidemia da doença infecciosa SARS-
CoV-2 (COVID-19), que se espalha entre a população causando alto índice de mortalidade e graves problemas 
de saúde (FOLHA, 2021). 
27 
 
 
2 PERSPECTIVA HISTÓRICA E CULTURAL DA MEDICINA INTEGRATIVA 
 
 
 
O campo da medicina remonta aos tempos antigos, onde as primeiras práticas 
integrativas foram adotadas pelas sociedades posteriores. As culturas tiveram influências 
significativas em muitos aspectos. Há uma crise global de saúde onde o serviço prestado é 
inadequado e os resultados são abaixo do ideal, apesar de todos os avanços e evidências 
promovidos pela medicina contemporânea (PETRI JR.; DELGADO; MCCONNELL, 2015). 
Sobre este fato, Luz comenta: 
 
A crise da saúde pode ser vista, em primeiro lugar, como fruto ou efeito do 
crescimento das desigualdades sociais no mundo, consideradas aqui as 
sociedades do capitalismo avançado (predominante no Primeiro Mundo), as 
do capitalismo dito dependente (predominante no Terceiro Mundo), as 
sociedades oriundas dos destroços do socialismo, e o conjunto de países 
subdesenvolvidos do Continente africano, às vezes denominados de Quarto 
Mundo. Este todo, forma um conjunto submetido às leis de uma economia 
capitalista chegada a um estágio de internacionalização e dominância 
completa sobre o planeta, processo que economistas e cientistas políticos 
têm chamado de “globalização” (LUZ, 2005, p. 147-148). 
 
As origens da medicina estão profundamente enraizadas na cultura e nas crenças 
religiosas de uma civilização. A medicina inicial lidava com experiências, observações e 
reflexos de si mesmo e do ambiente ao seu redor. Não havia separação entre a mente e o 
corpo. O dualismo mente-corpo da filosofia de René Descartes, sustenta que a mente é uma 
substância não física e, portanto, não espacial. Ele foi um dos primeiros filósofos a levantar a 
questão do estado atual da divisão mente-corpo no estilo ocidental e a medicina baseada em 
evidências em comparação com a medicina não convencional. Este foi o início do movimento 
reducionista com o objetivo de compreender ambas as partes e obter uma visão maior do todo 
(DE HOMINE, 1633, n.p.). 
Nas últimas décadas, houve a tentativa de reunir sistemas médicos curativos, seja 
tecnológico, microscópico e baseado em doenças, com a cura como não-física, holística e 
baseada em relacionamento. As culturas mundiais foram importantes e relevantes para a 
contribuição no campo da medicina convencional e não convencional (PETRI JR.; 
DELGADO; MCCONNELL, 2015). 
Dessa forma, Luz fala sobre a vertente terapêutica: 
28 
 
 
[...]...a cultura do “cuidado de si” que marcou as últimas décadas, fazendo 
com que os indivíduos, sobretudo os de classe média, buscassem cuidados 
terapêuticos como um bem de consumo prioritário, foi um dos elementos 
sociais de base para a criação de um grande mercado de cura “alternativa”, 
com expressiva oferta de novos terapeutas não-médicos (LUZ, 2005, p. 167). 
 
Acredita-se que novas concepções favorecem as abordagens holísticas, expandindo o 
campo da medicina para outros paradigmas, distintos do modelo rígido da biomedicina (LUZ, 
2005). 
 
2.1 A Inserção da Medicina Integrativa 
 
O termo “medicina alternativa” foi utilizado pela OMS pela primeiravez em 1962, 
considerada como um conjunto de saberes e práticas médicas tradicionais e não tradicionais. 
Foi proposto como modelo alternativo à medicina convencional tecnicista, com o objetivo de 
resolver problemas de adoecimento de países desprovidos de atenção médica (LUZ, 2005, p. 
146). 
Essa denominação foi criada em um contexto em que acontecia o movimento social 
urbano chamado de contracultura, mais especificamente nas décadas de 1960 e 1970. Nesse 
período, diversos grupos buscaram construir uma sociedade alternativa, onde suas 
comunidades se baseavam em: economia alternativa; educação alternativa; formas de 
organização social e política alternativa; comportamento alternativo; e, finalmente, medicina 
alternativa. Destaca-se, neste período, a Guerra Fria e a polarização de valores, crenças e 
práticas sociais entre grupos econômicos e políticos. Essa polarização proeminente se deu de 
forma tão caracterizada que construiu a perspectiva de que o profissional poderia apenas “ser 
isso ou aquilo”, exercendo uma única função (OTANI; BARROS, 2011). 
Em 1978, a OMS, durante uma conferência realizada no Cazaquistão, então parte da 
antiga União Soviética, produziu a Declaração de Alma-Ata, a qual acabaria se tornando uma 
base para todo o tipo de serviço voltado para a área dos Cuidados Primários de Saúde. 
Assinado por 134 países, inclusive o Brasil, o texto afirma que: 
 
[...] VI - os cuidados primários de saúde são cuidados essenciais de saúde 
baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem 
fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de 
indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena participação e a 
29 
 
 
um custo que a comunidade e o país possam manter em cada fase de seu 
desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e autodeterminação. Fazem 
parte integrante tanto do sistema de saúde do país, do qual constitui a função 
central e o foco principal, quanto do desenvolvimento social e econômico 
global da comunidade. Representam o primeiro nível de contato dos 
indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, 
pelo qual os cuidados de saúde são levados o mais proximamente possível 
aos lugares onde pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro 
elemento de um continuado processo de assistência à saúde (ALMA-ATA, 
URSS, 1978). 
 
De certa forma, esse novo conceito uniu ideias muito presentes na medicina 
integrativa. A Declaração de Alma-Ata também defende uma abordagem mais tolerante e 
respeitosa à diversidade dos princípios médicos existentes e incorpora uma visão mais 
abrangente e concluiu que esse método nos serviços de saúde pública poderia ajudar a 
expandir significativamente os serviços médicos em todo o mundo (ALMA-ATA, URSS, 
1978). 
Ao longo da história da medicina, os acontecimentos relatam que o cuidado no campo 
da saúde passou por diferentes modelos, foram desenvolvidos de acordo com as 
características culturais e o meio em que estava inserido no contexto de cada época. O modelo 
tradicional e mais conhecido na atualidade é o biomédico, que apresenta soluções eficazes 
para problemas relacionados à saúde e às doenças. Entretanto, há algumas décadas tem gerado 
insatisfação por parte da população, devido às divisões no cuidado e a supervalorização nas 
diversas áreas da medicina (OTANI; BARROS, 2011). 
O desapontamento com o modelo biomédico tradicional faz com que muitas pessoas 
passem a se interessar por outras formas alternativas de cuidados com a saúde, de maneira que 
o número de profissionais da área que praticam esse tipo de tratamento alternativo se expanda 
mais. Na década de 1960, a busca por práticas alternativas cresceu por diversos motivos, 
incluindo o aumento das doenças crônicas e degenerativas em alguns países; a crítica da 
relação hierárquica entre o médico e paciente; o funcionamento do sistema de saúde moderno, 
que incluía grandes listas de espera e restrições financeiras e outros fatores envolvendo o 
modelo vigente de medicina (OTANI; BARROS, 2011). 
O acelerado crescimento das práticas alternativas trouxe dilemas adicionais para o 
campo da saúde. No intuito de minimizar parte dos conflitos, no final de 1980, os Estados 
Unidos e o Reino Unido adotaram a denominação Medicina Complementar, que significa 
“complemento”, isto é, “que sucede ao elementar” (OTANI; BARROS, 2011). 
30 
 
 
Em 1999, foi criado a Academic Consortium for Integrative Medicine and Health, que 
reuniu centros acadêmicos e sistemas de saúde da América do Norte, com o intuito de 
promover a medicina integrativa baseada em evidências e em pesquisas de saúde e modelos 
sustentáveis de atendimento clínico (NIELSEN et al., 2019). 
Na década de 2000, o debate sobre a necessidade de criar ambientes inclusivos no 
campo da saúde ganhou destaque, baseando-se no conceito da diversidade terapêutica e 
orientado para responder à agenda construída pela OMS. Desta forma, aconteceram encontros 
entre grupos de profissionais norte-americanos e ingleses, que resultaram na proposta da 
Medicina Integrativa (OTANI; BARROS, 2011). 
 
2.2 A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema 
Único De Saúde (SUS) 
 
No Brasil, o Ministério da Saúde apresentou a Política Nacional de Práticas 
Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, das quais a implementação compreende 
questões de natureza política, técnica, econômica, social e cultural. Esta política atende à 
necessidade de conhecer, incorporar e implementar as experiências que já vêm sendo 
desenvolvidas na rede pública de muitos municípios e estados, entre as quais destaca-se a 
medicina tradicional chinesa/acupuntura, a homeopatia, a fitoterapia, a medicina 
antroposófica2 e o termalismo/crenoterapia3 (BRASIL, 2015). 
As atuações realizadas na rede pública estadual e municipal, aconteceram de modo 
desigual, descontinuado e, muitas vezes, sem o devido registro e fornecimento adequado de 
insumos ou ações de acompanhamento e avaliação, em razão da ausência de diretrizes 
específicas. A partir das experiências existentes, a política nacional define as abordagens da 
PNPIC no SUS, levando em conta também a crescente legitimação das práticas por parte da 
sociedade. Um reflexo desse processo era a demanda pela sua efetiva incorporação ao SUS, 
conforme atestam as deliberações das Conferências Nacionais de Saúde; da 1ª Conferência 
 
2 Medicina antroposófica é uma abordagem terapêutica integral com base na antroposofia que integra as teorias e 
práticas da medicina moderna com conceitos específicos antroposóficos, os quais avaliam o ser humano a partir 
da trimembração, quadrimembração e biografia, oferecendo cuidados e recursos terapêuticos específicos (SAPS, 
2021). 
3 Termalismo/crenoterapia é uma prática terapêutica que consiste no uso da água com propriedades físicas, 
térmicas, radioativas e outras – e eventualmente submetida a ações hidromecânicas – como agente em 
tratamentos de saúde (SAPS, 2021). 
31 
 
 
Nacional de Vigilância Sanitária, em 2001; da 1ª Conferência Nacional de Assistência 
Farmacêutica, em 2003, a qual enfatizou a necessidade de acesso aos medicamentos 
fitoterápicos e homeopáticos; e da 2ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 
em Saúde, em 2004 (BRASIL, 2015). 
Em fevereiro de 2006, o documento final da política, com as respectivas alterações, foi 
aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Saúde e consolidou-se, assim, a 
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS, publicada na forma das 
portarias ministeriais nº 971, de 3 de maio de 2006, e nº 1.600, de 17 de julho de 2006, que 
versa sobre a disseminação dessas práticas no SUS (BRASIL, 2015). 
Seguindo os moldes norte-americanos, grandes hospitais brasileiros atualmente 
possuem centros de pesquisa e programas de medicina integrativa. Inspirado na Academic 
Consortium for Integrative Medicine andHealth, no National Center for Complementary and 
Integrative Health4 (NCCIH do NIH), no EUROCAM5, na Rede MTCI Américas e na Rede 
PICs6, o Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa foi criado e possui uma rede 
com mais de 500 pesquisadores provenientes de mais de 60 universidades públicas e privadas 
de todo o Brasil, trabalha em parceria com instituições internacionais de pesquisa para 
ampliar, divulgar e tornar mais acessível a sistematização de evidências científicas, além de 
promover estudos colaborativos de vários centros, capacitação em metodologias de pesquisa e 
estratégias de intercâmbios e articulações entre pesquisadores e grupos de pesquisa na área 
(CABSIN, 2021). 
No ano de 2017, foram incluídas mais 14 terapias integrativas no SUS, além das 5 
terapias incluídas em 2006, citadas anteriormente. Em 2018, foram adicionadas mais 10 
terapias, totalizando o número de 29 terapias integrativas oferecidas de maneira integral e 
gratuita à população brasileira (BRASIL, 2020). 
 
 
 
 
 
 
4 National Center for Complementary and Integrative Health é uma agência governamental dos Estados Unidos 
que explora a medicina complementar e alternativa (NCCIH, 2021). 
5 EUROCAM é a fundação europeia que reúne organizações de pacientes, médicos, veterinários e profissionais 
do setor da Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa (EUROCAM, 2021). 
6 A RedePICs é formada por gestores, profissionais de PICs, usuários, representantes de entidades relacionada às 
PICs, parlamentares, formadores e pesquisadores em PICs (REDE, 2021). 
32 
 
 
A Figura 02 mostra um breve resumo da história da medicina integrativa. 
 
Figura 02 – Linha do tempo da medicina integrativa. 
 
Fonte: Desenvolvido pela autora, 2021, com base nos dados do Ministério da Saúde, 2020. 
 
Desta forma, o Brasil tornou-se referência mundial na área de práticas integrativas e 
complementares na atenção básica, por investir em prevenção e promoção à saúde com o 
intuito de evitar que as pessoas adoeçam (BRASIL, 2020). 
A seguir, o Quadro 01 mostra a lista de terapias que fazem parte do SUS. 
 
Quadro 01 – Quadro de terapias integrativas e complementares que fazem parte do SUS. 
 
Fonte: Desenvolvido pela autora, 2021, com base no Ministério da Saúde, 2020. 
TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES 
 
T
E
R
A
P
IA
S
 A
P
L
IC
A
D
A
S
 E
M
 2
00
6 
 
Medicina 
Tradicional Chinesa 
(Acupuntura) 
Termalismo 
Antroposofia 
Plantas Medicinais 
(Fitoterapia) 
Homeopatia 
T
E
R
A
P
IA
S
 I
N
C
L
U
ÍD
A
S
 E
M
 2
01
7 
Ayurveda 
Arteterapia 
Biodança 
Meditação 
Dança Circular 
Musicoterapia 
Naturopatia 
Osteopatia 
Reiki 
Yoga 
Quiropraxia 
Reflexologia 
Shantala 
Terapia 
Comunitária 
Integrativa 
 
T
E
R
A
P
IA
S
 I
N
C
L
U
ÍD
A
S
 E
M
 2
01
8 
 
Aromaterapia 
Apiterapia 
Constelação 
Familiar 
Cromoterapia 
Geoterapia 
Ozonioterapia 
Imposição de Mãos 
Terapia de Florais 
Hipnoterapia 
Bioenergética 
33 
 
 
De acordo com os dados parciais obtidos para o ano de 2019, as PICs foram ofertadas 
em 17.335 serviços da Rede de Atenção à Saúde (RAS) distribuídos em 4.297 municípios 
(77%) dos 5.570 municípios existentes e em todas as capitais (100%) do Brasil. Foram 
ofertados 693.650 atendimentos individuais, 104.531 atividades coletivas com 942.970 
participantes e 628.239 procedimentos em PICs. Houve um aumento de 16% no quantitativo 
de serviços, comparando com 2017 (BRASIL, 2020). O Gráfico 01 apresenta a quantidade 
parcial de municípios brasileiros com oferta de PICs no ano de 2017, 2018 e 2019. 
 
Gráfico 01 – Quantidade parcial de municípios brasileiros com oferta de PICs. 
 
Fonte: SCNES, SISAB/DATASUS, 2019. 
 
Em relação ao número de estabelecimentos da Atenção Primária à Saúde (APS) que 
ofertaram PICs no período de 2017 à 2019, dentre um total de 41.952 unidades básicas de 
saúde em funcionamento no SUS, encontra-se a oferta de PICs 15.603 dos estabelecimentos 
(BRASIL, 2020). No Gráfico 02 pode-se observar a quantidade de estabelecimentos com 
oferta de PICs por região nos anos de 2017, 2018 e parciais do ano de 2019. 
 
34 
 
 
Gráfico 02 – Quantidade de estabelecimentos com oferta de PICs por região. 
 
Fonte: SCNES, SISAB/DATASUS, 2019. 
 
Observa-se um crescimento considerável nos estados de São Paulo (mais 491 
unidades), Minas Gerais (411 unidades), Rio Grande do Sul (mais 272 unidades), Paraná (180 
unidades), Rio de Janeiro (mais 138 unidades), Santa Catarina (mais 121 unidades), entre 
outros. Dentre os anos de 2018 e parciais de 2019, 2.480 novas unidades de saúde da Atenção 
Primária à Saúde (APS) passaram a ofertar alguma prática integrativa (BRASIL, 2020). 
Ressalta-se a importância de estudos, métodos, conclusões e esclarecimentos políticos, 
por parte dos gestores públicos e movimentos sociais, afim de considerar a validação 
científica para a legitimação de outras racionalidades médicas no SUS. Acredita-se que a 
biomedicina considera-se representante da Ciência e busca arduamente ser a única capaz de 
autenticar qualquer prática em saúde-doença, mantendo sua predominância socioinstitucional. 
Dessa forma, sujeitar a legitimação e validação social ao seu controle exclusivo pode 
representar o fim de grande e relevante parte da integralidade das outras racionalidades 
médicas (TESSER; LUZ, 2008). 
Visando a melhor compreensão do assunto, o estudo estendeu-se para os tratamentos 
integrativos e complementares, de modo a compreender as terapias e os seus benefícios para a 
saúde, apresentados no capítulo a seguir. 
35 
 
 
3 TRATAMENTOS TERAPÊUTICOS INTEGRATIVOS 
 
 
 
As doenças físicas e emocionais afetam pessoas de todas as idades e estilos de vida. 
Para minimizar a intensidade e os danos que elas causam, as práticas de terapias integrativas 
são uma das possibilidades buscadas por pessoas que desejam eliminar seus sintomas de 
forma mais natural (TERAPIAS, 2019). A OMS reconhece e incentiva a utilização das 
terapias, de forma racional, segura e eficaz, para auxiliar na melhora da qualidade de vida e no 
tratamento de diversas doenças. A ideia é utilizar-se desses sistemas de tratamento como 
complemento terapêutico, mudando o foco somente na doença e redirecionando para 
compreender melhor o indivíduo e tratá-lo em toda a sua complexidade, sem descartar a 
biomedicina convencional (BRASIL, 2006). 
 
3.1 A Importância de Terapias Integrativas para a Saúde 
 
A OMS, na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, 
expressando a necessidade de ação urgente de todos os governos, dos que trabalham nos 
campos da saúde e do desenvolvimento e da comunidade mundial para promover a saúde de 
todos os povos do mundo, fez a seguinte declaração: 
 
I - A Conferência reafirma enfaticamente que a saúde - estado de completo 
bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença 
ou enfermidade - é um direito humano fundamental, e que a consecução do 
mais alto nível possível de saúde é a mais importante meta social mundial, 
cuja realização requer a ação de muitos outros setores sociais e econômicos, 
além do setor da saúde (ALMA-ATA, URSS, 1978). 
 
As terapias alternativas podem desempenhar um papel importante. Apesar de não 
substituírem outras terapias, como as medicamentosas, elas auxiliam no alívio da tensão, 
estimulam a circulação sanguínea e oxigenação cerebral, têm efeito relaxante e distensionam a 
musculatura, entre outros benefícios (TERAPIAS, 2019). 
Segundo pesquisas, as terapias que acalmam a mente e o sistema nervoso, também 
melhoram o sistema imunológico, o que permite ao indivíduo continuar saudável e o seu 
organismo apto para combater doenças (ASSOCIAÇÃO, 2020). 
36 
 
 
Normalmente, os pacientes vão ao médico com sintomas que afetam vários sistemas 
do corpo e consultam médicos diferentes para cada problema. O foco da medicina integrativa 
é compreender como os sintomasestão correlacionados e encontrar a causa pela raiz do 
problema, ao invés de apenas tratar sintomas individuais. O objetivo passa a ser restaurar o 
equilíbrio e considerar os fatores que podem afetar a capacidade do paciente de cumprir as 
recomendações, como restrições na alimentação ou a incapacidade de aderir a um programa 
específico de exercícios devido à trabalho e obrigações relacionadas (FIVE, 2018). 
Nesse pensamento, Jung, criador da psicologia analítica, expõe a sua opinião: 
 
[…] o doente tem uma história que não é contada e que, em geral, ninguém 
conhece. Para mim, a verdadeira terapia só começa depois de examinada a 
história pessoal. Esta representa o segredo do paciente, segredo que o 
desesperou. Ao mesmo tempo, encerra a chave do tratamento. É, pois, 
indispensável que o médico saiba descobri-la. Ele deve propor perguntas que 
digam respeito ao homem em sua totalidade e não limitar-se apenas aos 
sintomas (JUNG, 1961, p. 110). 
 
Além disso, há um enfoque na parceria entre médico e paciente. A parceria integrativa 
pode orientar os pacientes na escolha das opções de tratamento e em conjunto decidem o 
melhor plano de ação. No tratamento das doenças crônicas, a atenção é colocada no 
atendimento ao paciente onde ele se encontra no momento. Ao abordar os obstáculos às 
mudanças no estilo de vida e adesão ao tratamento, há uma maior probabilidade de sucesso 
com a terapia recomendada (FIVE, 2018). 
De acordo com a situação única de cada indivíduo, as recomendações do plano de 
tratamento integrativo podem variar. Ao adaptar o plano de tratamento às necessidades 
individuais, os médicos comumente usam métodos científicos para examinar a literatura e 
avaliar as terapias alternativas da mesma forma que as terapias tradicionais. A avaliação 
integrativa é altamente personalizada. Os pacientes são questionados sobre tudo, desde a 
exposição ambiental às relações interpessoais. Todos esses fatores devem ser considerados ao 
determinar se o indivíduo está saudável (FIVE, 2018). 
 Sobre este fato, Luz comenta: 
 
Acredito que um novo paradigma médico pode nascer justamente ali onde a 
racionalidade médica ocidental esqueceu que era mais que um saber 
científico – isto é, que é também uma arte de curar sujeitos doentes, 
distanciando-se da sua dimensão terapêutica, na busca de investigar, 
37 
 
 
classificar e explicar antigas e novas, sobretudo as novas, patologias através 
de métodos diagnósticos crescentemente sofisticados (LUZ, 2005, p. 159). 
 
Ao combinar as opções tradicionais de tratamento alopático com as terapias para a 
mente e corpo, como ioga e meditação, por exemplo, é desenvolvido um plano de tratamento 
que utiliza primeiro as terapias menos invasivas e mais econômicas. Alcançar a sensação de 
bem-estar é essencial nos casos em que a cura nem sempre é possível. A maioria dos 
prestadores de serviços integrativos prescreve tratamentos passíveis de investigação científica. 
No entanto, os pacientes não são dissuadidos de utilizar certos tratamentos, desde que os 
remédios propostos sejam comprovadamente seguros (FIVE, 2018). 
No Brasil, as terapias integrativas são usadas para tratamentos distintos, desde 
ansiedade, depressão, doenças crônicas e degenerativas até estresse, dores no corpo, 
problemas para dormir, dentre outros (LLAPA-RODRIGUEZ et al., 2015). 
 Um comparativo entre as terapias trabalhando no paciente pode ser visto na Figura 03 
a seguir. 
 
Figura 03 – Comparativo entre terapia convencional e terapia alternativa. 
 
Fonte: Desenvolvido pela autora, 2021, com base em Repórter UNESP, 2020. 
 
Outro fator importante para o equilíbrio do ser humano com ele mesmo e com o meio 
ambiente está nos métodos preventivos de saúde. Esses métodos visam atingir sempre a 
salutogênese, ou seja, a busca da saúde plena. Desse modo, a prevenção da saúde parte de um 
conhecimento que pretende entender a causa da doença, e os fatores subjetivos e objetivos que 
promovem a saúde. Nesse sentido, pode-se perceber que a saúde do paciente está amplamente 
38 
 
 
relacionada com as diferentes relações entre o homem e o seu ambiente. De modo geral, o 
ambiente físico tem grande influência no bem-estar do indivíduo, visto que diante do cenário 
atual, o cidadão enfrenta diversos problemas e dificuldades, provenientes da sua relação e 
manipulação indevida com o meio natural (ANTONOVSKY, 1997). 
O homem passa maior parte do seu tempo em ambientes que não respeitam as suas 
necessidades e percepções sensoriais. Considerando esses fatores, tem-se a necessidade da 
implantação de lugares que caminham contra a síndrome de edificações doentes, onde a 
integração do meio ambiente, com a arquitetura e o homem encontra-se fragmentada e 
deficiente quando relacionada às propostas projetuais. À medida que as novas tecnologias 
permitiram construir edifícios mais altos, maiores e complexos, deixou-se de conceber 
espaços para as pessoas e passou-se a nascer um novo tipo de arquitetura – uma arquitetura 
completamente alheia à própria condição humana (GEHL, 2013, p. 3). 
A realização de pesquisas sobre as práticas integrativas na atenção à saúde da mulher, 
realizado no Hospital Sofia Feldman em Belo Horizonte, MG, mostra como as técnicas 
utilizadas como ferramentas de humanização da assistência ao parto e nascimento obtiveram 
bons resultados no ciclo-gravídico-puerperal das pacientes. Foram analisados 91 (87,7%) 
depoimentos registrados de pacientes que fizeram uso das terapias integrativas como 
aromaterapia, musicoterapia, oficina de chás, escalda-pés, reflexologia, atividade de memória 
sensorioperceptiva das plantas medicinais (MSPPM) e Qi Gong7 (BORGES; MADEIRA; 
AZEVEDO, 2011). 
Concluiu-se deste estudo o predomínio de resultados positivos sobre o uso das 
diversas práticas disponibilizadas às parturientes do hospital. Confirmou-se, por meio das 
impressões das usuárias que, de modo geral, as práticas utilizadas promoveram resultados 
satisfatórios, promovendo a sensação de bem-estar, relaxamento, ajudando a minimizar 
sintomas físicos das gestantes e no fortalecimento da mulher para o enfrentamento da situação 
vivenciada (BORGES; MADEIRA; AZEVEDO, 2011). 
Outro estudo com o uso das terapias integrativas e complementares foi utilizado com 
pacientes em quimioterapia oncológica em um Serviço de Quimioterapia de um hospital de 
ensino do sul do Rio Grande do Sul, com aprovação no Comitê de Ética da Universidade 
Católica de Pelotas sob parecer número 2008/23 em 19 de maio de 2008 (LIMA et al., 2015). 
 
7 Qi Gong é uma disciplina da Medicina Tradicional Chinesa que faz uso da energia (Qi) para tratar doenças, 
promover a saúde e longevidade, expandir a mente, alcançar diferentes níveis de consciência e desenvolver a 
espiritualidade (SOCIEDADE, 2021). 
39 
 
 
Fizeram parte do estudo seis pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico, 
cinco do sexo masculino e um do sexo feminino, com idades variando de 41 a 74 anos. Dentre 
as terapias integrativas e complementares utilizadas encontram-se a homeopatia, a fitoterapia 
e as plantas medicinais (LIMA et al., 2015). 
Pôde-se perceber neste estudo que, de modo geral, as terapias integrativas e 
complementares proporcionaram maior bem-estar aos pacientes oncológicos, além de um 
senso de autonomia no processo de tomada de decisão de seus planos de cuidados. Constatou-
se também que atentar para a singularidade do indivíduo torna mais próxima a relação entre o 
paciente e o profissional de saúde. E que os saberes populares adquiridos em comunidade 
aproximam-se do conhecimento científico. Além disso, a disponibilização de fitoterápicos em 
cápsulas possibilitou aos pacientes fazer uso desse tipo de terapia por causa da facilidade de 
administração dos medicamentos (LIMA et al., 2015). 
 
3.2 Tipos de Terapias Integrativas e Complementares 
 
Neste capítulo estão descritas algumas das Terapias Integrativas e Complementares 
que

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