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Análise do filme "Meu filho, meu mundo"

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Universidade Católica de Pernambuco
Aluna: Karolayne de Luna Barros
Prof.º: Carlos Brito
Disciplina: Psicologia do bebê e da criança
Análise do filme: “Meu filho, meu mundo”
Recife
2018
	Ao nascer, Raun Kaufman era um bebê saudável e aparentemente perfeito. Entretanto, ao passar dos meses ele chorava demasiadamente, o que logo foi interpretado como cólica, que é uma situação típica dessa época. Na verdade, Raun estava com uma infecção grave nos ouvidos que geralmente indica surdez, como apontou o médico. Mas, esse não foi o caso de Raun, esse foi o primeiro sintoma do Transtorno do Espectro do Autismo. Com o tempo ficou evidente para seus pais, Suzy e Barry, que ele tinha particularidades e necessidades especiais que precisavam ser atendidas. A criança apresentava maneirismos, tiques, preocupação hipnótica por rotação e, posteriormente, uma das médicas que o avaliara disse que ele apresentava doze dos trezes sintomas principais do Autismo. 
	A partir do diagnóstico, Suzy e Barry, inconformados com os métodos convencionais das instituições da época, iniciam uma jornada com um único objetivo: estabelecer uma conexão com seu filho. Mas, como dito por Barry: “como alcançá-lo sem quebrar o espelho?” Desse modo, os pais apesar de tidos como “leigos”, começaram a pesquisar formas de prover um ambiente adequado para o desenvolvimento da criança, respeitando as suas peculiaridades: pouca tolerância a sons muito altos, irritabilidade ao tocar em seu corpo sem a necessidade devida, entre outros aspectos. Visto isso, Suzy passou a dedicar-se em tempo integral ao filho, procurando, sempre, compreender o seu mundo, a sua singularidade independente do rótulo autista.
	Para Donald Winnicott, isso se reflete no conceito de mãe suficientemente boa, que aquela mãe que possibilita ao bebê a ilusão de que o mundo é criado por ele com base no seu fazer-criativo, propiciando posteriormente, a experiência do self. A mãe suficientemente boa aceita as impressões do bebê: seus desejos, incômodos, prazeres. Do mesmo modo, o ambiente suficientemente bom ocasionado pela rede de apoio construída por Barry e por Nancy, é um ambiente que atende as demandas inconscientes do bebê objetivando o integrar-se do seu eu. Além disso, vale ressaltar a importância do brincar no “tratamento” proposto por Barry e Suzy, pois, ficou claro que Raun acontecia na e pela brincadeira. Confirmando, dessa maneira, a inferência de Winnicott de que o brincar é um meio terapêutico em sua essência. 
Depois de vários meses na construção desse vínculo, Suzy finalmente conseguiu um olhar e um sorriso de seu filho. E ainda que houvesse regressões no comportamento de Raun, seus pais nunca perderam a esperança. Por fim, por meio dessa produção cinematográfica, enfatiza-se a importância da intervenção precoce, do ambiente suficientemente bom e do estar verdadeiramente com o outro como fundamentais para o desenvolvimento do ser humano como um todo, e nesse caso, reverberou na reversibilidade dos sintomas do TEA.

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