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Penal I - Norma Penal

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PONTO 04
TEMA: NORMA PENAL
1. INTRODUÇÃO
Em matéria penal, de acordo com o princípio da legalidade ou da reserva legal, pode-se fazer tudo aquilo que não esteja proibido em lei, tendo em vista que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (art. 5º, XXXIX, da CF).
Isso quer dizer que, embora a conduta do agente possa até ser reprovável do ponto de vista social, se não houver um tipo de pena incriminador proibindo-a, ele poderá praticá-la sem que lhe seja aplicada qualquer sanção de caráter penal (ex: não cumprimentar o vizinho, não cuidar da higiene pessoal, etc.).
A proibição e o mandamento que vêm inseridos na lei, sob ameaça de sanção, são reconhecidos como normas penais, espécies do gênero norma jurídica, que na definição de Bobbio, “são aquelas cuja execução é garantida por uma sanção externa e institucionalizada”.
2. LEI E NORMA PENAL
Analisando os tipos penais incriminadores previstos na parte especial do nosso CP, podemos perceber que o legislador faz uso de um meio peculiar para fazer chegar até nós a proibição de determinadas condutas. Pela leitura do art. 121, caput, do CP, verifica-se que o legislador descreveu a conduta que, se praticada, ensejerá na aplicação da sanção prevista para aquela infração penal.
Essa técnica de redação fez com que Binding chegasse à conclusão de que o criminoso, na verdade, quando pratica a conduta descrita no núcleo do tipo, não infringe a lei – pois o seu comportamento a ela se amolda perfeitamente – mas sim a norma penal, que se encontra por cima da regra escrita (lei), e que, no caso do art. 121, caput, do CP, por exemplo, diz não matarás. 
Como se vê na lição Binding, o delinqüente não transgride a lei, que apenas descreve a infração penal, mas sim o preceito proibitivo (norma), que precede conceitualmente a lei penal. A lei, portanto, teria caráter descritivo da conduta proibida ou imposta, ao passo que só a norma é que teria caráter proibitivo ou mandamental.
Todavia, segundo Rogério Greco, Damásio, Mirabete e Luis Regis Prado, não há essa diferença encontrada por Binding entre lei e norma penal. Mais correto é afirmar que a lei é fonte da norma penal. A norma é conteúdo da lei penal. Em suma, a lei penal contém a proibição da conduta por ela descrita. Na expressão “matar alguém”, sob ameaça de sanção penal, está contida a norma proibitiva “não matarás”.
3. CARACTERÍSTICAS DA NORMA PENAL
Afirma-se que a normal penal possui as seguintes características: exclusividade, imperatividade, generalidade e impessoalidade.
Exclusividade: a norma penal é exclusiva, tendo em vista que somente ela, em face do princípio da legalidade, pode definir crimes e cominar penas.
Imperatividade: a norma penal é imperativa, à medida que sua violação enseja inevitavelmente na aplicação de uma sanção penal ao infrator. Significa que aquele que descumpre seu mandamento fica sujeito a uma pena.
Generalidade: a normal penal é geral, pois é destinada a todas as pessoas, mesmo aos inimputáveis, sujeitos à medida de segurança. Ela tem eficácia erga ommes. De fato, a todos é devido o acatamento à lei penal.
Impessoalidade: a norma penal é, ainda, impessoal e abstrata, tendo em vista que não endereça o seu mandamento proibitivo a um indivíduo ou a um grupo pessoas determinadas, dirigindo-se a fatos futuros, posto que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (art. 5º, XXXIX, CF).
4. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS
As normas penais podem ser classificadas em dois grupos destacados, quais sejam: normas penais incriminadoras e normas penais não incriminadoras.
a) normas penais incriminadoras: são aquelas normas que descrevem, definem as infrações penais, proibindo ou impondo condutas, sob a ameaça de sanção. Em outras palavras, são aquelas que criam os delitos e impõem as respectivas sanções. È a norma penal por excelência, que logo pensa todo cidadão, também chamada de norma penal em sentido estrito.
Em toda norma penal incriminadora, há duas partes distintas: o preceito e a sanção. A primeira delas, também chamada de preceito primário ou principal, define o comportamento humano ilícito, ou seja, é o encarregado de fazer a descrição detalhada e perfeita da conduta que se procura proibir ou impor; já a segunda parte, também chamada de preceito secundário, individualiza a pena, cominando-a em abstrato.
b) normas penais não incriminadoras: são aquelas não se destinam a criar crimes e impor sanções, mas a tornar lícitas determinadas condutas, esclarecer conceitos, fornecer princípios de aplicação da lei penal, etc. sendo subdivididas em: 1) permissivas; 2)explicativas; e, 3) complementares.
Permissivas: São aquelas normas que tornam lícitas determinadas condutas típicas, proibidas pela lei (excludentes de ilicitude) ou isentam de pena o autor de um fato típico (excludentes de culpabilidade). São as hipóteses, por exemplo, dos arts. 23, 24 e 25 do CP (estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimentam do dever legal); e do art. 26 (inimputabilidade).
Explicativas: são aquelas normas que visam explicitar conceitos, esclarecendo o conteúdo de outras. São preceitos explicativos o conceito de reincidência (os art. 63 do CP); de casa (art. 150, § 4º, do CP); de funcionário público para os efeitos penais (art. 327 do CP).
Complementares: são aquelas normas que fornecem princípios gerais sobre a aplicação da lei penal. São exemplos aquelas previstas no art. 1º e ss. do CP, bem como aquela do art.59 do CP.
5. NORMA PENAL EM BRANCO
Normas penais em branco, também chamadas de primariamente remetidas, são aquelas em que há uma necessidade de complementação para que se possa compreender o âmbito de aplicação do seu preceito primário. São disposições cuja sanção é determinada, embora permaneça indeterminado o seu conteúdo.
Significa que, embora haja uma descrição da conduta proibida, essa descrição requer, obrigatoriamente, um complemento extraído de um outro diploma – leis, decretos, regulamentos, portarias, etc. – para que possam, efetivamente, ser entendidos os limites da proibição ou imposição feitos pela lei penal.
Segundo Francisco Assis de Toledo, normas penais em branco “são aquelas que estabelecem a cominação penal, ou seja, a sanção penal, mas remetem a complementação da descrição da conduta proibida para outras normas legais, regulamentares ou administrativas”.
São exemplos de normas penais em branco o art. 28 da Lei nº 11.343./2006, cuja compreensão depende de portaria da ANVISA, bem como o art. 269 do CP, que pune o fato de “deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória”. Essas doenças são determinadas por outras leis ou regulamentos.
As normas penais em branco são classificadas em: a) normas penais em branco homogêneas (em sentido amplo); e, b) normas penais em branco heterogêneas (em sentido estrito).
Normas penais em branco homogêneas (em sentido amplo) são aquelas cujo complemento é oriundo da mesma fonte legislativa que editou a norma penal incriminadora. Há, pois, homogeneidade das fontes (Congresso Nacional), não obstante a norma dependa de lei extrapenal para completar-se.
São exemplos, de normas penais em branco homogêneas o art. 237 do CP, e o art. 184 do CP, cujo complemento encontra-se contido em lei civil.
Normas penais em branco heterogêneas (em sentido estrito) são aquelas cujo complemento é oriundo de fonte legislativa diversa daquela que editou a norma penal incriminadora. A norma complementadora é oriunda de outra instância legislativa. Há, portanto, diversificação quanto ao órgão de elaboração.
São exemplos de normas penais em branco heterogêneas o art. 268 do CP, que necessita de editais ou portarias expedidas pelo Poder Público Municipal ou Estadual para esclarecer quais são as “determinações do Poder Público”; o art. 28 da Lei 11.343/2006, cuja compreensão depende de portaria da ANVISA, bem como o art. 269 do CP, cujarelação de doenças é determinada por outras leis e, sobretudo, por regulamentos do Ministério da Saúde.
Indaga-se: as normas penais em branco heterogêneas ofendem o princípio da legalidade? Tem prevalecido o entendimento de que não, pois a norma penal já prevê o núcleo essencial da conduta.
6. NORMA PENAL INCOMPLETA OU IMPERFEITA 
Normas penais incompletas ou imperfeitas, também conhecidas como normas secundariamente remetidas, são aquelas que para saber a sanção penal imposta pela violação de seu preceito primário o legislador nos remete a outro texto de lei. Aqui, encontra-se descrita de forma completa a hipótese fática, sendo que a conseqüência jurídica encontra-se prevista em outro dispositivo da própria lei ou em diferente texto legal.
Constitui exemplo de norma penal incompleta aquela prevista na Lei 2.889/56, que define e pune o crime de genocídio (art.1º).
O art. 304 do CP, por seu turno, é ao mesmo tempo considerado uma norma penal em branco (remete a outros tipos penais para se compreender a expressão papéis falsificados) e incompleta (remete a sanção penal a outros tipos penais). 
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