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DIREITO PROCESSUAL PENAL Princípios Gerais: Não há pena sem processo No Brasil ninguém vai preso sem o devido processo legal. O devido processo penal é duplo: Devido processo legal clássico - contém todas as fases do processo; O novo devido processo legal - Lei 9.099/95 - dispõe outras formas de fases do processo. Não há pena sem ação O juiz não pode agir de ofício. Fundamento - se deve ao processo tipo acusatório vigorante que distingue as funções de investigação, denúncia e julgamento. Princípio do Juiz Natural Há duas regras básicas: Há um juiz competente para a causa; Está proibido pela Constituição Federal a criação de Tribunal de Exceção. Princípio do Contraditório É a possibilidade de contrariar argumentos, provas. Existem provas que são colhidas sem o contraditório, são as chamadas Provas Cautelares. Exemplo de prova cautelar: perícias. As provas cautelares tem o contraditório diferido ou seja, adiado, o contraditório é postergado para o processo. Princípio da Ampla Defesa Contém duas regras básicas: Possibilidade de produzir provas; Possibilidade de recursos. Obs.: não existe fase de defesa no Inquérito Policial, pois é peça administrativa. Princípio da Presunção de Inocência Este princípio está conceituado na Convenção Americana sobre direitos humanos. Consiste em que todo acusado é presumido inocente até que se comprove a sua culpabilidade. Duas regras: Cabe a quem acusa o ônus de provar a culpabilidade; Regra de tratamento no sentido do acusado não poder ser tratado como condenado. O acusado pode ser preso durante o processo ? Seria esta prisão inconstitucional ? Resp.: Sim, pode o acusado ser preso durante o processo, desde que o juiz fundamente a necessidade da sua prisão cautelar. Não fere nenhum princípio constitucional. Princípio da Verdade Real Conecta-se à regra da liberdade de provas: todos os meios probatórios em princípio são válidos para comprovar a verdade real. Esta regra é absoluta ? Resp.: Esta regra não é absoluta, existem exceções: Prova ilícita - são as provas adquiridas por meios ilícitos. Ex.: prova mediante tortura. Prova Ilegítima - são as provas colhidas com violação de normas processuais. Ex.: busca domiciliar sem ordem do juiz. Princípio da Obrigatoriedade O Ministério Público na ação penal pública é obrigado a agir. Deve ele denunciar. Exceção: encontra-se na ação penal privada, onde aqui vigora o Princípio da Oportunidade. Outra exceção: Transação Penal - Art. 76 da Lei 9.099/95 - onde o Ministério Público faz um acordo com o réu, ao invés de denunciá-lo. Princípio da Indisponibilidade do Processo Art. 42 do CPP - iniciado o processo o Ministério Público não poderá dispor dele, ou seja, abrir mão na acusação. Exceção: Suspensão Condicional do Processo - Lei 9.099/95 Princípio da Oficialidade Os órgãos da persecução penal são oficiais. Princípio da Publicidade O processo e os atos processuais são públicos. Este Princípio não é absoluto, pois é possível restringir a publicidade do processo em casos especiais. Art. 792 do CPP, Parágrafo 1º: “Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, incoveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes.” Princípio da Identidade Física do Juiz O juiz que preside a instrução deve ser o mesmo que vai sentenciar. Princípio da Imparcialidade do Juiz Não há jurisdição sem imparcialidade. O juiz deve ser imparcial, neutro entre as partes. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição Assegura o direito de apelar; que as provas sejam revistas em outra instância. Exceção: está nos processos de competência originária dos Tribunais, pois neste caso, não há mais para quem se recorrer. Outro Princípios Art. 1º do CPP. Princípio da Territorialidade - o Código de Processo Penal é válido em todo território nacional, é único no país. Os Estados-Membros não podem legislar sobre processos, somente sobre procedimentos. Todo processo penal segue somente o CPP ? Resp.: Nem todo processo segue estritamente o CPP. Ex.: Tóxicos, Crime Militar, Crime Eleitoral, Crimes de Abuso de Autoridade, etc. Estes crimes tem seus procedimentos próprios. Todo crime ocorrido no Brasil é processado no Brasil ? Resp.: Em regra sim, mas há exceção: está na imunidade diplomática. Ex.: Embaixador norte-americano que cometer crime no Brasil será julgado e processado em seu país de origem, nos Estados Unidos da América. Art. 2º do CPP. Lei Processual no Tempo Lei processual sem reflexos penais, é regida pelo Princípio da Aplicação Imediata. Ex.: Lei que muda competência, o STJ diz que a lei processual se aplica imediatamente. Lei processual com reflexos de lei penal - aplicam-se dois princípios: Princípio da Retroatividade - se a lei for mais benigna ao réu; Princípio da Irretroatividade - se a lei for mais severa ao réu. Ex.: Lei que cuida de fiança é uma lei processual, mas tem reflexos penais, portanto, se ela beneficiar o réu, ela retroage, senão, não retroage. Art. 3º do CPP. A lei processual admite: Interpretação Extensiva: Ex.: Art. 34 CPP - o menor entre 18 e 21 anos pode oferecer queixa, então por interpretação extensiva entende-se que ele também poderá oferecer a representação, pois quem pode o mais, pode o menos. Aplicação Analógica: Ex.: Qual o prazo que tem o querelante para oferecer queixa quando o réu estiver preso ? Resp.: Não existe esta resposta no CPP, mas por analogia ao artigo 46 do CPP, entende-se que o prazo é igual ao do Ministério Público, que são de 5 dias. Aplicação dos Princípios Gerais do Direito Ex.: Quando o juiz não encontra solução para um litígio na lei e também não consegue decidi-lo por analogia, então deverá recorrer aos Princípios Gerais do Direito, pois deverá ele dar uma solução ao caso concreto. PERSECUÇÃO PENAL Compreende duas fases: Fase de Investigação Fase Judicial ou processual propriamente dita. Investigação A quem compete ? Resp.: Cabe a investigação à Polícia Judiciária. A polícia judiciária investiga o crime e visa reprimir a ocorrência de novos crimes. A polícia de segurança é a polícia militar, ela é ostensiva, de uniforme, visa prevenir a ocorrência de crimes, não tendo autorização constitucional para investigar delitos comuns.
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