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Ponto 1 - Processo Civil

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PONTO 01
Processo Civil
	Direito e os Conflitos de Interesses. Princípios Gerais do Processo Civil. Fontes. Lei Processual Civil. Eficácia. Aplicação. Interpretação. Direito Processual Intertemporal. Critérios. Processo Cautelar. Princípios Gerais. Poder Cautelar do Juiz. Medidas Cautelares Inominadas. Procedimentos Cautelares Específicos. Arresto. Seqüestro. Caução. Exibição. Produção Antecipada de Provas. Justificação. Atentado. Tutelas de Urgência nos Tribunais. Busca e Apreensão. Protestos. Notificações. Interpelações. 
	**DIREITO E OS CONFLITOS DE INTERESSES.***
Se o conflito intersubjetivo de interesses não se resolve, surge a pretensão de um dos sujeitos envolvidos, que é o modo de ser do direito (subjetivo) que tende a fazer-se valer frente a quem não o respeite ou, em geral, o discute. É a exigência de subordinação do interesse alheio ao interesse próprio (Carnelutti). Pode ser fundada (de quem tem o direito) ou infundada (de quem não tem o direito). Pode haver o direito e não haver uma pretensão. 
A resistência à pretensão é a oposição de alguém a uma pretensão de outrem (não aceito subordinar meu interesse ao alheio)..
Se um dos interesses se subordina ao outro, há a solução pacífica do conflito. Caso contrário, surge a lide, que pode ser de pretensão contestada ou de pretensão insatisfeita. Esta é o litígio. É, segundo Carnelutti, o conflito de interesses qualificado pela pretensão de um dos interessados e pela resistência do outro. 
Lide: na concepção mais clássica (Carnelutti), corresponde a um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. Trata-se do núcleo essencial de um processo judicial civil, o qual visa, em última instância resolver a Lide (conflito) apresentada perante o juízo.
O processo é a forma mais comum de solução da lide, a qual se caracteriza por uma pretensão resistida ou insatisfeita. No momento em que nasce um conflito de interesses entre dois ou mais indivíduos, a parte ofendida irá buscar, através do processo, o Poder Judiciário para dirimi-lo. 
Existem, porém, outras formas de composição da lide. São elas: 
Autotutela ou Autodefesa: Caracterizada pela força bruta é a forma mais antiga de solução da lide. Atualmente sua utilização é vedada, sendo substituída pela autoridade estatal. 
Autocomposição: Onde uma ou ambas as partes abre mão de todo ou parte do seu interesse. Existem 3 formas: 
Renúncia - é unilateral, é a renúncia à pretensão; 
Submissão (reconhecimento jurídico do pedido) - é a renúncia à resistência oferecida à pretensão; 
Transação - em que ocorrem concessões recíprocas por ato bilateral. 
Arbitragem: se dá por ato de TERCEIRO, quem decide o conflito é uma terceira pessoa imparcial e de confiança das partes.
Natureza jurídica da arbitragem: é possível identificar três correntes:
1) Arbitragem com natureza jurisdicional: fundamenta-se na premissa de se enquadrar como jurisdição em razão do resultado desta atividade, qual seja, de pacificação de conflitos;
2) Arbitragem sem natureza jurisdicional: entende-se que não obstante atinja o resultado de resolução de conflitos, a atividade em si não decorre da atuação do Poder Judiciário (embora a sentença arbitral tenha o "status" de título executivo judicial - CPC, art. 475-N, inc. IV). Isso porque no conceito de jurisdição da Profª Ada Pelegrini Grinover a atividade consiste em "poder-função-atividade", sendo que a arbitragem não é dotada dos elementos de poder, pois não decorre da expressão do Estado. Além disso, em caso de inadimplemento da obrigação prevista na sentença arbitral será necessária a propositura de uma ação de cumprimento de sentença (art. 475-N, parágrafo único).
3) Arbitragem como para-jurisdicional: o Prof. Candido Rangel Dinamarco entende que a arbitragem, embora não seja jurisdição, é equiparada à tal, em vista à sua finalidade precípua e o reconhecimento da natureza judicial do título executivo aí produzido.
	***Princípios gerais do processo civil***
Princípio da isonomia: as partes vão para o processo com as mesmas armas (art. 125 do CPC). 
	Inafastabilidade do controle jurisdicional: - Encontra-se no art. 5o, inc. XXXV, aonde fala: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
	Contraditório e ampla defesa: contraditório é a ciência bilateral dos atos do processo.
	Direito de defesa envolve a) direito de informação, b) direito de manifestação e c) direito de ver os argumentos serem considerados (STF).
	Princípio da demanda ou da inércia de jurisdição: a atividade jurisdicional só existe após regular provocação da parte interessada;
	Princípio da congruência: estabelece a correlação entre o pedido e a sentença.
	Princípio do juiz natural: está em dois dispositivos da Constituição: "ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente" e XXXVII -"não haverá juízo ou tribunal de exceção".
	Princípio da publicidade: tem fundamento constitucional, estando consagrado nos art.93, IX e art.5º LX da CRFB/88. A lei pode restringir a publicidade dos atos processuais, com base nos critérios da defesa da intimidade e interesse social. O CPC em seu art. 155 também faz este tipo de proibição.
	Princípio do dispositivo e da livre investigação das provas: 
	O princípio dispositivo consiste na regra de que o juiz depende, na instrução da causa, da iniciativa das partes quanto às provas e às alegações em que se fundamentará a decisão.
	Princípio da instrumentalidade das formas: a forma se destina a alcançar um fim. Se, ainda que a forma não tenha sido observada, a finalidade tenha sido alcançada, o ato pode ser considerado válido.
	***FONTES DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL***
	Fontes imediatas: a lei e os costumes.
	Fontes mediatas: a doutrina a jurisprudência.
	***DA INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL***
	Métodos:
	1) Método gramatical: como as leis se expressam por meio de palavras, o intérprete de analisá-las, tanto individualmente como na sua sintaxe.
	2) Método sistemático: exame em suas relações com as demais normas que compõem o ordenamento e à luz dos princípios gerais que o informam.
	3) Método histórico: análise das vicissitudes sociais de que resultou e das aspirações a que correspondeu.
	
	Espécies:
	Conforme o resultado dessa atividade, a interpretação será:
	1) Declarativa: a interpretação que atribui à lei o exato sentido proveniente do significado das palavras que a expressam.
	2) Extensiva: considera a lei aplicável a casos que não estão abrangidos pelo seu teor literal.
	3) Restritiva: a interpretação que limita o âmbito de aplicação da lei a um círculo mais estrito de casos do que o indicado pelas suas palavras.
	
	 Interpretação e Integração
	Lacunas da Lei:
	Considerando como ordenamento jurídico, o direito não apresenta lacunas: sempre haverá no ordenamento jurídico, ainda que latente e inexpressiva, uma regra para disciplinar cada possível situação ou conflito entre pessoas. O mesmo não acontece com a lei, por mais imaginativo e previdente que fosse o legislador, jamais conseguiria cobrir através dela todas as situações que a multifária riqueza da vida social, nas suas constantes mutações, poderá provocar.
	A Analogia e os Princípios Gerais do Direito:
	Analogia: consiste a analogia em resolver um caso não previsto em lei, mediante a utilização de regra jurídica relativa a hipótese semelhante.
	Princípios gerais do direito: são os princípios decorrentes do próprio ordenamento jurídico, que o informam e lhe são anteriores e transcendentes.
	***Eficácia da Lei Processual no Tempo e no Espaço***
	Lei Processual no Espaço:
	O princípio que regula a eficácia espacial das normas de processo é o da territorialidade, limitando-se o juiz a aplicar a lei local (aplicação da lex fori). Sendo, porém, necessária a colheita de provas no exterior, poderá ser utilizada a lei processual de outro país (art. 13, LICC). A sentençaestrangeira poderá ser executada no Brasil, atendidos os requisitos do art. 15 da LICC, entre os quais a homologação pelo STJ. O autor que residir fora do Brasil ou dele se ausentar, terá de prestar caução, se aqui não tiver bens imóveis que assegurem o pagamento das custas e honorários advocatícios (cautio judicatum solvi) (art. 835 do CPC). É a cautio pro expensis (não se aplica no âmbito do Mercosul).
	Lei Processual no Tempo:
	Estando as normas processuais limitadas também no tempo como as normas jurídicas em geral, são como a seguir as regras que compõem o direito processual intertemporal:
	***DIREITO INTERTEMPORAL***
	Lei Nova: é irretroativa. Aplica-se aos processos novos e aos em curso. Em relação a estes, há três sistemas:
	a)	sistema da unidade processual: o processo é um todo indivisível;
	b)	sistema das fases processuais: distinguem-se fases processuais autônomas, cada uma suscetível de per si, de ser disciplinada por uma lei diferente;
	c)	sistema do isolamento dos atos processuais: cada ato do processo é considerado unidade, onde a lei nova não atinge os atos processuais já praticados.
	O sistema do isolamento dos atos processuais foi expressamente consagrado pelo Código de Processo Civil e pelo Código de Processo Penal. De fato, o art. 158 do CPC resguarda os atos já praticados da lei nova, que não os atinge.
	Por esse critério, que é de aceitação geral na doutrina moderna, não se aplica a lei nova aos atos já realizados nem a situações já consumadas a cada passo do procedimento. Regem-se por ela, todavia, os fatos ainda a praticar, mesmo na mesma fase procedimental pendente quando da passagem da lei velha para a nova. 
	STJ: Em matéria de direito processual civil (intertemporal), no concernente às hipóteses de cabimento de recurso, aplica-se a lei vigente ao tempo da publicação do acórdão que se pretende atacar e não aquela em vigor ao tempo da sessão de julgamento. 
	***TEORIA GERAL DOS PROCEDIMENTOS CAUTELARES***
LER LIVRO (Pags. 1195/1226 -30pgs.)	
Ação cautelar: direito
Processo cautelar: instrumento
Medida cautelar: tutela
	O processo cautelar nasce para evitar que a tutela cognitiva ou a tutela satisfativa se tornem inúteis diante do perecimento do processo.
 	-processo cautelar possui autonomia própria.
 	-possui uma finalidade específica: garantir a eficácia e a utilidade de um outro provimento que vai ser concedido em um processo de cunho satisfativo. 	
		caráter instrumental do processo cautelar. 
	cautelar de natureza satisfativa:
 	Busca e apreensão de incapaz em que o requerente tem a guarda – exemplo dado pela doutrina.
 		medida liminar - é a manifestação do julgador antes de instaurado o contraditório (inaudita altera parte).
 		
	tutela de urgência [gênero]
	a)tutela acautelatória
	b)tutela antecipatóia
	As tutelas de urgência correspondem a um conjunto de técnicas processuais voltadas à resolução das situações intersubjetivas que demandam rápida solução, sob pena de se tornar inútil ou impossível a proteção pleiteada jurisdicionalmente.
 	-requisitos para o procedimento cautelar:
 		a)periculum in mora [perigo da demora]
 		b)fumus boni iuris [fumaça do bom direito]
 				-em sendo medida acautelatória, sempre se faz necessária a indicação da futura demanda e dos seus respectivos pedidos. 
 				forma de se verificar a viabilidade da ação futura. (assegurar o resultado útil do processo)
 				
 	-ausência dos requisitos
	Características
 	Instrumentalidade : no caso, instrumentalidade tem uma conceituação específica, qual seja: as cautelares não têm um fim em si mesmas, ou seja, quando a parte requerer uma cautelar, estará visando a preservação de um outro direito que deverá ser reconhecido ou será objeto de um processo de conhecimento ou de execução.
	Provisoriedade: as cautelares produzirão efeitos até que não mais exista o risco de dano irreparável ou de difícil reparação
 	Revogabilidade: concedida ou não a cautelar, a concessão ou a decisão é dada à luz de um determinado momento processual, ou seja, se a situação fática for modificada, é perfeitamente válido que a cautelar concedida possa ser revogada, a cautelar negada venha a ser concedida ou a cautelar possa ser modificada.- Art. 807, CPC
 	SUMARIEDADE/AUTONOMIA: o objeto do processo cautelar não é o mesmo do processo principal, ou seja, para que o juiz julgue procedente uma cautelar, o requerente deverá superar requisitos diferentes daqueles da procedência da ação principal. No processo cautelar não há necessidade de certeza do direito; basta que exista a possibilidade do direito (cognição sumária) e o risco de dano irreparável ou de difícil reparação. Esse dano irreparável é um dano processual, um dano que torna o provimento principal ineficaz.
	RefEribilidade: tem por objetivo distinguir as cautelares das tutelas antecipadas. Nas cautelares, ao requererem a tutela, as partes invocam o risco de dano a um outro direito ou a uma outra tutela. As cautelares se limitam a a assegurar o gozo futuro de situações substanciais que se quer proteger.
	***Poder Geral de Cautela do Juiz****
Art. 798, CPC - Poder de conceder medidas cautelares atípicas, toda vez que nenhuma medida cautelar típica se mostra adequada para assegurar, no caso concreto, a efetividade do processo principal.
O Poder Geral de Cautela visa suprir as lacunas oriundas da impossibilidade de se prever todas as situações em que seria necessária a proteção cautelar. 
As cautelares não previstas são chamadas inominadas e, preenchidos os requisitos específicos (fumus boni juris e periculum in mora), poderá o juiz conceder a cautelar que julgar mais adequada.
Limites: 
	 não pode ser satisfativa. 
	 o poder geral de cautela não é discricionário, só podendo ser exercido quando presentes os requisitos de concessão da medida cautelar atípica, e nos exatos termos do pedido formulado pelo demandante;
 		
O art. 797 do Código de Processo Civil autoriza, em situações excepcionais, o juiz a conceder medidas cautelares de ofício, independentemente do requerimento da parte, desde que preenchidos dois requisitos: que exista um processo em andamento e nas hipóteses em que a lei expressa ou sistematicamente autoriza (ex.: fixação de caução em execução provisória).
	**MEDIDAS CAUTELARES INOMINADAS***
	São aquelas fundadas no Poder Geral de Cautela do juiz. 
 	- Para Humberto Teodoro, Alexandre Câmara e Greco Filho, a cautelar inominada apenas é cabível na ausência de cautelar típica;
	- não pode haver dispensa dos requisitos específicos das cautelares típicas. 
	- NOVO CPC extingue as cautelares nominadas. 
	***PROCEDIMENTOS CAUTELARES ESPECÍFICOS**
	
	***ARRESTO***
 	-ação cautelar de apreensão de bens indeterminados com a finalidade de garantir a satisfação de uma futura execução por quantia. 
	Em razão de seu objetivo, apenas prestações que tenham natureza monetária ou que devam converter-se em pecúnia podem ser protegidas por via do arresto. Sua finalidade é proteger a penhora.
 		visa vincular determinados bens ao processo principal.
 	-ele se resolve em penhora, razão pela qual são arrestáveis os bens penhoráveis. 
 	-é sempre PREPARATÓRIO. 
 	-dele lavra-se auto, nomeando-se depositário. 
 	-hipótese que representam o periculum in mora. [art. 813, CPC]: 
 		i)quando o devedor com domicílio certo: 
 			ausentar-se;
 			alienar os bens que possui
 			deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado
 		ii)quando o devedor com domicílio certo:
 			se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente;
 			caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou lesar credores;
 		iii)devedor, que possui bens de raiz,intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-los em anticrese, sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas;
 		iv)nos demais casos expressos em lei.
Arresto cautelar x Arresto executivo 
Arresto executivo: se o executado não for encontrado para citação, seus bens serão arrestados. No caso, os bens serão arrestados tão-somente pelo fato de que o executado não foi citado, não havendo risco de dilapidação do patrimônio. Não há caráter cautelar (não se exige fumus ou periculum), bastando a não localização (é uma penhora antecipada).
	Arresto cautelar: pressupõe risco e trata-se de providência destinada a assegurar a futura execução.
	***SEQUESTRO***
 	-ação cautelar de apreensão de bem específico (móvel ou imóvel) em litígio, com a finalidade de garantir a sua entrega ao vencedor. 
 	-hipótese de cabimento do seqüestro: [art. 822, CPC]
 		i)de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade ou a posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações;
 		ii)dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar;
 		iii)dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se o cônjuge os estiver dilapidando;
 		iv)nos demais casos expressos em lei.
 	- é sempre INCIDENTAL.
	Arresto x sequestro
	Na cautelar de sequestro também há a constrição de bens; entretanto, recairá sobre determinados bens que são objeto da ação principal. Podem existir duas finalidades na constrição de bens na cautelar de seqüestro: a preservação do bem objeto da ação principal e o seqüestro como mecanismo para fazer cessar rixas, ou seja, preservar o bem e as partes de uma situação que foge da normalidade.
	***CAUÇÃO***	
	lato sensu: garantia do cumprimento de obrigação, realizada mediante a disponibilização de quantia, de bens ou de fiador.
	O CPC, ao tratar da medida de caução, dá-lhe interpretação ampla, compreendendo por esse termo qualquer espécie de garantia real ou fidejussória (art. 826).
 	-modalidades: 
 		a)Negociais: fonte imediata determinativa da caução é um contrato.
 		b)Legais: fonte imediata determinativa da caução é a lei.
 		c)Processuais: fonte imediata determinativa da caução é uma decisão judicial.
 			-determinada pelo órgão jurisdicional, mas que toma como referência ou o contrato, ou a lei. A caução processual não existe dissociada das outras figuras; não está dissociada da sua origem material.
	CAUÇÕES PROCESSUAIS
	-natureza jurídica: natureza cautelar.
	 	caução nunca é um fim em si mesma, visa garantir uma outra relação jurídica. Ela não tem função autônoma, está posta em função ao cumprimento de outra obrigação.
 	-subclassificação das cauções processuais: 
 		a)cauções decorrentes de processos autônomos [ações cautelares] - dependerão de requerimento.
		b) cauções decorrentes de medidas incidentais necessárias - podem decorrer de requerimento da parte ou por imposição ex officio. Decorre do poder acautelador dos órgãos jurisdicionais.
			i)caução substitutiva [art. 804, CPC – “(...)caso em que poderá determinar que o requerente preste caução real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer.”] - em caso de concessão de liminar.
			ii)caução contracautelar - nos casos de periculum in mora invertido a execução da cautelar [e não da sua concessão] seria possível a determinação da prestação da caução contracautelar.
	Cautio pro expensis: autor nacional ou estrangeiro que residir fora do Brasil ou dele se ausentar na pendência da demanda deverá prestar caução nas ações em que intentar, suficiente à cobertura das verbas de sucumbência, se não tiver no Brasil bens imóveis suficientes. É pressuposto processual específico de desenvolvimento regular da relação jurídica processual. 
	
	***EXIBIÇÃO***
- Quatros tipos de exibição
		a) exibição cautelar de coisa ou documento (natureza cautelar) 
		b) exibição preparatória para conhecimento de dados a instruir ação principal (natureza cautelar)
		c) exibição fundada em direito material sobre coisa ou sobre o documento (natureza satisfativa – não 
		d) exibição como meio de prova durante a fase instrutória – 355 do CPC (não tem natureza cautelar) 
cautelar)
	-objetivo: conhecer/elucidar os dados necessários para o ajuizamento de futura demanda principal de conhecimento ou executiva (funciona, em verdade, como uma “constatação antecipada de bens móveis ou semoventes” ou uma “produção antecipada de prova documental”);
 		coisa móvel ou semovente que o requerente repute sua, mas que esteja em poder de outrem; ou que porque alega interesse em conhecê-la, sem alegar-se proprietário (deve, aqui, estar diretamente ligada com a existência de uma pretensão a que se exiba a coisa);
 	 	documento próprio (que o requerente repute como seu) ou comum (decorrente de uma relação jurídica de direito material, cuja justificativa esteja imbricada com a idéia de produção de prova em processo futuro) que se encontre em poder terceiro, de co-interessado, sócio, condômino, credor, devedor ou de 3º que o tenha sob a sua guarda (inventariante, testamenteiro, depositário ou administrador de bens alheios);
 		-conseqüência da não exibição: a recusa deve ser tratada nos moldes do ART. 461 do CPC = BUSCA E APREENSÃO.
	-questão da presunção de veracidade deve ser afastada – aqui não se discute mérito, não haveria como alegar que os fatos são verdadeiros. Esse efeito não poderá ser produzido na cautelar de exibição. 
	-determinada cautelarmente a apresentação, se ele não for apresentado haverá o direito de buscar e apreende-lo.
ação de exibição e multa cominatória - não é possível a aplicação de multa cominatória na ação de exibição de documento. (Súmula 372 do STJ)
	cautelar de exibição e a presunção de veracidade do art. 359, CPC
	STJ: a presunção de veracidade contida no art. 359 do CPC (a confissão ficta quanto aos fatos afirmados) não se aplica às ações cautelares de exibição de documentos, uma vez que ainda não há ação principal em curso e não se revela admissível, nesta hipótese, vincular o respectivo órgão judiciário, a quem compete a avaliação da prova, com o presumido teor do documento.
	***PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS***
	-consiste em interrogatório da parte, inquirição de testemunhas e na realização de prova pericial;
 	-pode ser PREPARATÓRIA ou INCIDENTAL;
 	-os fatos sobre os quais a prova irá recair devem vir especificados com precisão;
 	não haverá discussão quanto ao mérito, este não é o momento para tal análise, por isso da limitação da matéria que pode ser alegada pelo requerido.
	prazo para propositura da ação principal-doutrina reconhece que seria prazo decadencial.
 	-prazo de 30 dias.
 	-não propositura a decisão da cautelar perde a sua eficácia.
 	-esse prazo somente será efetivamente respeitado se a tutela cautelatória for constritiva.
	-requisitos:
		a)periculum in mora – relacionado ao risco de perecimento da prova.ex.: provas orais (depoimento pessoal, testemunal), provas periciais.
		b)fumus boni iuris – está relacionado à pertinência e relevância da prova a ser produzida.-diferentemente do que ocorre com a situação descrita no art. 331, § 2º, CP, no caso da prova produzida antecipadamente o que se exige é a aparência da relevância e pertinência da prova.
	Prova produzida antecipadamente x sua possibilidade de nova realização na fase instrutória-discussão se haveria possibilidade da prova antecipadamente produzida, quando possível sua repetição (ex.: não houve o perecimento da prova – testemunha doente não faleceu), ser novamente realizada na fase instrutória.-tal procedimento não poderá ocorrer pela incidência da preclusão. [a produção antecipada de prova, especificamente quanto a esta, representa uma antecipação da fazer instrutória]
	STJ: a produçãoantecipada de provas exige concreta demonstração da urgência e da necessidade da medida. Não é razoável justificá-la com base em possível mudança de domicílio ou perda de memória das testemunhas. Observação: chamo a atenção a julgado recentemente noticiado no informativo número 549 do STJ, que, apesar de se referir ao processo penal, pode perfeitamente ser aplicado aqui: 
QUINTA TURMA
DIREITO PROCESSUAL PENAL. PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA TESTEMUNHAL.
Pode ser deferida produção antecipada de prova testemunhal – nos termos do art. 366 do CPP – sob o fundamento de que a medida revelar-se-ia necessária pelo fato de a testemunha exercer função de segurança pública. O atuar constante no combate à criminalidade expõe o agente da segurança pública a inúmeras situações conflituosas com o ordenamento jurídico, sendo certo que as peculiaridades de cada uma acabam se perdendo em sua memória, seja pela frequência com que ocorrem, ou pela própria similitude dos fatos, sendo inviável a exigência de qualquer esforço intelectivo que ultrapasse a normalidade para que estes profissionais colaborem com a Justiça apenas quando o acusado se submeta ao contraditório deflagrado na ação penal. Esse é o tipo de situação que justifica a produção antecipada da prova testemunhal, pois além da proximidade temporal com a ocorrência dos fatos proporcionar uma maior fidelidade das declarações, possibilita o registro oficial da versão dos fatos vivenciados pelo agente da segurança pública, o qual terá grande relevância para a garantia da ampla defesa do acusado, caso a defesa técnica repute necessária a repetição do seu depoimento por ocasião da retomada do curso da ação penal. Precedente citado: HC 165.659-SP, Sexta Turma, DJe 26/8/2014. RHC 51.232-DF, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 2/10/2014.
Oitiva de testemunhas: só será deferida se houver risco.
Perícia: também só será deferida se houver risco. 
Prova documental: não se pode entrar com cautelar de produção antecipada de prova, porque para esse tipo de prova existe cautelar específica, ou seja, a exibição.
Inspeção judicial: não se admite em cautelar de produção antecipada de prova.
	
	**JUSTIFICAÇÃO**
 	-não se trata, em verdade, de processo cautelar;
 	-objetiva a justificação da existência de algum fato ou relação jurídica, seja para simples documentação e sem caráter contencioso ou para servir de prova em processo regular;
	- A justificação consiste na oitiva de testemunhas, que podem ser reinquiridas e contraditadas. É decidida por sentença e entregue ao autor 48 horas após a decisão.
	não pode servir para caracterizar início de prova documental. [ex.: questão da aposentadoria no âmbito previdenciária que exige início de prova documental] Não é o fato de reduzir o depoimento à termo que a prova deixará de possuir a sua natureza oral.
	-consiste exclusivamente na inquirição de testemunhas (possibilidade de juntada de documentos);
 	-não há defesa, nem recursos (processo de jurisdição não contenciosa). 
 	-possibilidade de o interessado contraditar as testemunhas e reinquiri-las;
 	-natureza da decisão na justificação: sentença homologatória 
 	-atesta que as testemunhas compareceram e declararam o que constou do termo perante o juiz. O conteúdo destas declarações só será avaliado em processo futuro; 
 	Compete ao juiz ser um mero cumpridor de formalidades legais, já que não pode fazer apreciação meritória da prova colhida. Por todas essas razões, a justificação não tem caráter cautelar. 
Distinção:
Produção antecipada de provas: prova testemunhal de natureza CAUTELAR (fumus boni júris e periculum in mora) e JURISDIÇÃO CONTECIOSA
Justificação: prova testemunha SEM natureza cautelar e JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
- aplica-se a fungibilidade. 
	***ATENTADO***
 	-finalidade: recompor a situação de fato alterada indevidamente por umas das partes.
 		purgação do atentado. -o que se busca e recomposição de um estado fático.
	ATENTADO - como violação. [não como processo, mas como situação jurídica que se objetiva afastar]
 		a)a violação da penhora, arresto, seqüestro ou imissão de posse
 		b)o prosseguimento de obra embargada
 		c)a prática de qualquer inovação ilegal no estado de fato
	atentado só é praticado por que está no processo principal na condição de parte.
 		-se terceiro comete algum desses atos previstos no dispositivo poderá caracterizar uma outra situação, que não atentado. [ex.: esbulho – nesse caso haverá necessidade de utilização de um instrumento específico]
	-pressupostos:
 		a)a pendência de uma causa
 		b)a inovação do estado de fato inicial
 		c)a ilegalidade dessa inovação
 		d)o prejuízo para o interesse da outra parte
 	 	-efeito: ordem de restabelecimento do estado anterior, sob pena de:
 	violação praticada pelo autor: suspensão do processo.
	violação praticada pelo réu: proibição de falar no processo, seguindo, este, seu curso normal.
 	 	-comete atentado quem:
 		a)viola penhora, arresto, seqüestro ou imissão na posse;
 		b)prossegue em obra embargada;
 		c)pratica qualquer outra inovação ilegal no estado de fato. 
	***Tutelas de urgência nos tribunais***
	STJ:
a)	ainda não admitido o recurso especial na origem, a cautelar pode ser ajuizada no juízo ad quem, quando há possibilidade de inutilizar-se o especial;
b)	ao atribuir efeito suspensivo, com a liminar acautelatória, o imediato efeito é a subida do especial, com ou sem o juízo de admissibilidade, destrancando-se o recurso que, por força de lei, fica normalmente retido (art. 542, § 3º, CPC);
c)	a urgência, capaz de levar à medida excepcional, é o fundado receio quanto à perda de utilidade do recurso; em outras palavras, a irreversibilidade da situação fática;
d)	há imperiosa necessidade de estar demonstrado, pelas razões do recurso especial, o fumus boni iuris, ou seja, a probabilidade de ter o requerente sucesso quanto ao mérito do recurso especial.
A corrente majoritária é no sentido de que a liminar na cautelar deve ser concedida para fazer subir o especial que, pelo art. 542, § 3º, do CPC deveria ficar retido, sem a dispensa do iter procedimental que exige o exame da sua admissibilidade, esta exercida pela própria instância a quo, também em caráter prioritário.
Somente em caráter excepcionalíssimo, à vista dos pressupostos ensejadores da cautela, para não se ver inútil o especial, é que se concede a cautelar, sem que se tenha, ainda, a admissibilidade do recurso.
	A propositura de medidas cautelares no Superior Tribunal de Justiça tem sido admitida apenas em casos excepcionais, para fins de assegurar a eficácia da prestação jurisdicional futura, tendo por finalidade a "proteção de direito suscetível de grave dano de incerta reparação, ou ainda destinadas a garantir a eficácia da ulterior decisão da causa" (art. 34, V, do RISTJ).
	Ademais, consoante reiterada jurisprudência deste Tribunal Superior, a atribuição de efeito suspensivo a recurso especial, perseguida em cautelar incidental, deve ainda satisfazer cumulativamente os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora, além de já ter sido o recurso admitido pelo Tribunal de origem. A ausência de qualquer dos requisitos referidos obsta a pretensão cautelar.
	***BUSCA E APREENSÃO****
 	-ação cautelar de apreensão judicial de bens ou pessoas.
 	-medida acautelatória que não dispensa a propositura da ação principal.
Toda medida que recebe denominação busca e apreensão terá o significado de localizar e resgatar um determinado bem que está nas mãos do requerido. Deve-se, no entanto, diferenciar a cautelar de busca e apreensão das outras medidas que a lei denomina busca e apreensão.
Não tem natureza cautelar:
Busca e apreensão de incapazes para assegurar a guarda legítima
Busca e apreensão de bens alienados fiduciariamente
Direito do autor de requerer a apreensão dos exemplares fraudulentos 
Cautelar de busca e apreensão:poderá ser uma coisa ou uma pessoa. 
- Visa assegurar a eficácia do resultado de um processo
- necessidade de periculum in mora e fumus boni júris
Quando o objeto do provimento for pessoa, independentemente da natureza cautelar ou executiva, sempre será utilizada a cautelar de busca e apreensão. Diferenciar-se-á a natureza da cautelar de busca e apreensão de acordo com o fundamento, ou seja, se o fundamento for satisfativo será de natureza executiva; se o fundamento for uma situação de risco será de natureza cautelar. Essa cautelar de busca e apreensão poderá ser preparatória ou incidental.
Objetivo satisfativo – natureza EXECUTIVA
Objetivo situação de risco – natureza CAUTELAR 
Espécie de Busca e Apreensão CAUTELAR:
Busca e apreensão incidental que tem como único objetivo realizar uma outra medida cautelar, como o arresto e sequestro
Busca e apreensão para restabelecer um ato de constrição judicial já realizado por meio de outra medida cautelar
Busca e apreensão de pessoas e coisas que se desenvolve por meio de processo autônomo (art. 839, CPC) 
	***PROTESTOS, NOTIFICAÇÕES E INTERPELAÇÕES***
As três medidas em questão são procedimentos não-contenciosos, meramente conservativos de direitos que em nada se relacionam com as cautelares. 
- NÃO TEM NATUREZA CAUTELAR
	- Não visam a qualquer preservação quanto ao periculum in mora, nem objetivam a eficácia de outro processo.
	- jurisdição voluntária: atividade administrativa, pela qual o órgão jurisdicional é meramente um intermediário em levar a manifestação da vontade do requerente ao requerido. 
A finalidade de tais medidas é apenas a prevenção de responsabilidade, a consevação de direitos ou qualquer manifestação de vontade. Têm grande finalidade no campo do direito material, no que tange a moras e inadimplementos.
Protesto: é um ato judicial de comprovação ou documentação de alguma intenção do requerente da medida;
Deseja prevenir responsabilidade (engenheiro que protesta o construtor para seguir o seu projeto)
Prover a conservação da coisa (citação para evitar prescrição)
Manifestar qualquer intenção de modo formal.
Notificação: é a conclamação para o notificado fazer ou deixar de fazer alguma coisa;
Interpelação: comunicação que visa a produção de algum efeito jurídico a partir de uma ação ou omissão do interpelado.
- a dificuldade de conceituação dos institutos possibilita aplicar a FUNGIBILIDADE.

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