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Ponto 2 - Processo Civil

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PONTO 2 - Direito Processual Civil: Direito de Ação. Natureza Jurídica. Conceito. Elementos. Condições. Classificação e Critérios Identificadores. Procedimentos Especiais. Generalidades. Características. Espécies. Ação de Consignação em Pagamento. Ação de Depósito. Ação de Anulação e Substituição de Títulos ao Portador. 
1. CONCEITO DE AÇÃO
Acepções da palavra ação
•	Constitucional – direito de acesso à justiça; direito de ir aos tribunais para proteger seus direitos. O direito de acesso à justiça é direito público, subjetivo, fundamental, abstrato (não se refere a problema específico, mas abrange qualquer situação) e autônomo (não se confunde com o direito que se leva ao judiciário); trata-se de direito contra o estado.
•	Processual – é a demanda; demanda é o ato de exercício do direito de ação. É o ato de provocar a atividade jurisdicional. É a ida ao judiciário, não se confundindo com o direito de ir ao judiciário. É o agir concreto, relacionando-se, no entanto, com o sentido constitucional de ação, sendo a sua concretização. Relaciona-se, também, com o sentido material de ação, pois quando se vai ao judiciário deduz-se uma pretensão, que é a afirmação de um direito. O direito de ação é abstrato, mas a ação é concreta e condicionada. As demandas são diversas, mas o direito de ação é único. É o sentido de ação que será aqui estudado.
•	Material – o sentido material é o sentido de situação jurídica substancial ativa. Significa um direito subjetivo, qualquer direito, cobrar uma dívida, separar-se, revisar um contrato etc. art. 195 do CC. Não é ação em sentido processual, mas sim material.
O conceito de ação variou ao longo da história:
a)	Teoria imanentista: só há ação se houver o direito material postulado (defendida por Beviláqua). O direito processual não era visto como disciplina autônoma. A ação levada em juízo seria o próprio direito material em sua concepção dinâmica. 
b)	Teoria da ação como direito autônomo e concreto: a ação é autônoma, mas só existe quando a sentença for favorável, ou seja, a ação consiste no direito à sentença favorável (resultado concreto). (Adolf Wach, Chiovenda )
c)	Teoria da ação como direito autônomo e abstrato: a ação é o direito público subjetivo a um pronunciamento judicial, seja favorável ou desfavorável (Plósz, Carnelutti)
d)	Teoria eclética da ação (adotada pelo CPC): a abstração da ação não é absoluta, pois o direito de ação é balizado pela necessidade de preenchimento das condições da ação, categoria estranha ao mérito (Liebman). Para Liebman, o direito de ação é visto como o direito de ter uma sentença de mérito. Mas, para você ter essa sentença de mérito, você tem que preencher as condições da ação. Caso você não preencha as condições da ação, você não tem direito ao julgamento de mérito. Essa teoria fica entre a concreta e a abstrata.
•	As correntes abstrativista e concretista surgiram a partir da polêmica entre Windscheid e Muther: Windscheid asseverou que da ação nascem dois direitos de natureza pública: o direito do ofendido à tutela jurídica do Estado e o direito do Estado à eliminação da lesão. Dessas novas idéias, tentou-se demonstrar a autonomia do direito de ação.
•	Natureza: direito público subjetivo.
2. ELEMENTOS DA AÇÃO OU DA DEMANDA
Dinarmarco chama de “elementos da demanda”. Por meio dos elementos da ação é possível identificar a ação para poder compará-la com outras ações. Pode-se concluir que as ações comparadas são:
o	Diferentes: se não tiverem nenhum elemento em comum.
o	Parecidas: algum ou alguns elementos iguais.
o	Iguais: todos os elementos são iguais.
•	Causa de pedir: relaciona-se com o fato.
•	Pedido: relaciona-se com o objeto.
•	Partes: relaciona-se com os sujeitos.
2.1 Causa de pedir
Existem duas teorias que buscam explicar a causa de pedir:
a) Teoria da individuação:
-	Para essa teoria, a causa de pedir é composta pela relação jurídica controvertida.
-	A causa de pedir é composta pelo fundamento jurídico do pedido.
-	A causa jurídica se completa apenas com a afirmação dos fundamentos jurídicos.
-	Somente possui interesse histórico; não é mais defendida por qualquer doutrinador.
b) Teoria da substanciação (ou substancialização):
-	A causa de pedir é composta pelos fatos jurídicos. No Brasil, por expressa previsão legal, a causa de pedir é composta dos fatos e fundamentos jurídicos (Art. 282, III, do CPC).
Ainda assim a doutrina majoritária afirma que nós adotamos a teoria da substanciação.
Causa de pedir se subdivide em (classificação majoritária): 
 * Remota: fundamentos de fato. A causa de pedir remota é dividida em causa de pedir remota ativa e causa de pedir remota passiva. Causa de pedir remota ativa seriam os fatos constitutivos do direito e causa de pedir remota passiva seriam os fatos violadores do direito. Exemplo: ocorrência do acidente de carro (remota ativa) e ato ilícito que o réu cometeu (remota passiva). Exemplo: ocorrência de fato gerador tributário (remota ativa) e ausência do pagamento do tributo (remota passiva).
* Próxima: fundamentos jurídicos. Fundamento jurídico do pedido é o direito que se afirma ter em juízo, o que é diferente de fundamento legal (esse é irrelevante para o estudo dos elementos da ação)
Obs: Nelson Nery Jr. e Dinamarco invertem e chamam de remota os fundamentos jurídicos e de próxima os fundamentos de fato. 
2.2 Partes
•	Restritiva (Chiovenda): parte é quem pede e contra quem se pede a tutela jurisdicional.
•	Ampliativa (Liebman): partes são todos os sujeitos que participam do processo exercendo ônus, faculdades, direitos, deveres e se colocando em estado de sujeição. Assim, partes são todos aqueles que se submetem a situações/posições jurídicas.
As partes principais do processo são o autor e o réu. Existe, no entanto, a parte auxiliar, que não é demandante nem demandado; é o caso do assistente. Não se pode confundir as partes do processo, que estão sendo aqui estudadas, com as partes do litígio. Há quem seja parte do litígio sem ser parte do processo. Ex: em uma ação de alimentos proposta pelo MP, este é parte no processo, mas não do litígio. Parte do litígio é parte em sentido material. Ainda, não se pode confundir parte com parte legítima, pois a parte ilegítima não deixa de ser parte, não obstante em situação irregular. Tanto é parte que pode alegar a sua ilegitimidade. Parte complexa ocorre quando uma parte não pode estar sozinha em juízo; o incapaz mais o seu representante configuram uma parte complexa.
2.3 Pedido
•	Imediato: é a exigência formulada contra o juiz, visando a obtenção da tutela jurisdicional – natureza processual; (espécie de tutela jurisdicional solicitada em juízo: condenatória, constitutiva ou declaratória)
•	Mediato: é a exigência formulada contra o réu para que este se submeta à pretensão de direito material que o autor diz não ter sido respeitada; alguns autores entendem que o pedido material se refere ao bem da vida pleiteado – natureza material. (providência prática que se almeja com o processo)
 O pedido deve ser CERTO E DETERMINADO. O art. 286 do CPC autoriza pedido genérico (não determinado) nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados; quando não for possível determinar, de modo definitivo, as consequências do ato ou do fato ilícito; quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu . O STJ acrescenta, ainda, mais uma hipótese: o pedido de reparação de danos morais.
STJ – Súmula 326 - Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca.
Requisitos do pedido:
→ O pedido deve ser expresso ou certo, ou seja, deve ser expressamente formulado na petição inicial, não se admitindo pedido implícito. O pedido será interpretado restritivamente, considerando que deve ser certo, expresso. Art. 293 do CPC. Todavia, há casos em que se admite pedido implícito (aqueleque se imputa formulado, mesmo que não feito expressamente), ex: juros legais e correção monetária; condenação ao pagamento das verbas de sucumbência; pedido relativo à obrigação de prestações periódicas (art. 290 do CPC), ou seja, no caso de obrigações de trato sucessivo, as parcelas futuras reputam-se incluídas no pedido; pedido de alimentos provisórios na ação de alimentos.
→ O pedido deve ser claro, pois a sua obscuridade implica inépcia da petição inicial.
→ O pedido deve ser coerente, concludente, ou seja, deve ser resultado da causa de pedir, pois se for com esta incoerente, a inicial será inepta.
Os atributos do pedido são os mesmos atributos da sentença, pois esta é o espelho do pedido.
Cumulação de pedidos
É possível que um mesmo processo carregue mais de um pedido, falando-se, nesse caso, em cumulação de pedidos. Pode ser inicial, quando o processo já nasce com uma cumulação, ou ulterior/superveniente, quando surge ao longo do processo (ex: reconvenção e ação declaratória incidental).
A cumulação também pode ser homogênea, aquela feita pela mesma parte, ou heterogênea, aquela feita por vários sujeitos do processo (ex: reconvenção).
A classificação mais importante, no entanto, é a que divide a cumulação em: 
a) própria; na cumulação própria os pedidos formulados podem ser acolhidos simultaneamente, todos os pedidos devem ser examinados e todos podem ser acolhidos; quer-se uma coisa E outra; a cumulação própria subdivide-se em: i) simples, onde os pedidos cumulados não guardam relação de dependência entre si, um pedido não depende do outro, ex: danos morais e danos patrimoniais; e ii) sucessiva, onde o segundo pedido somente pode ser acolhido se o primeiro o for, o acolhimento de um pedido depende do acolhimento do outro, ex: investigação de paternidade e alimentos; B só se A; 
b) imprópria; na cumulação imprópria há vários pedidos, mas somente um deles pode ser acolhido; quer-se uma coisa OU outra; o autor somente terá direito a uma coisa. Subdivide-se em: i) subsidiária/eventual (art. 289 do CPC), onde se quer A ou B, mas se prefere A; somente se quer B se não for possível A; há uma ordem de importância estabelecida pelo demandante, há uma ordem de prioridade; nesse caso, o juiz deve examinar o pedido A primeiro; o pedido subsidiário somente é examinado se o principal for rejeitado; se o autor ganhar em B ele poderá recorrer; a cumulação eventual é figura simétrica e oposta à cumulação sucessiva (B só se não A); e ii) alternativa, não há hierarquia, não há prioridade entre os pedidos. Não possui previsão expressa na lei, mas possui previsão implícita pela possibilidade expressa de cumulação eventual. A cumulação alternativa não pode ser confundida com pedido alternativo, o qual é um pedido de cumprimento de obrigação alternativa; como a obrigação pode ser cumprida de mais de uma maneira, o pedido chama-se alternativo, mas se trata de pedido único, que pode ser cumprido de mais de uma maneira. O pedido alternativo está previsto no art. 288 do CPC .
3. CONCURSO E CUMULAÇÃO DE AÇÕES
Concurso: mais de uma ação possível para a mesma causa de pedir fática. Após o autor escolher uma delas, não poderá utilizar a outra – mas, há casos em que pode fazer pedidos sucessivos. Tipos:
•	Concurso impróprio: há mais de uma pretensão concorrente, nascida a partir de um mesmo fato gerador. Ex.: sujeito compra um produto, que vem com defeito oculto. Ele pode entrar com uma ação para enjeitar a coisa (ação redibitória) ou para diminuir o preço (quanti minoris).
•	Concurso próprio: há mais de uma pretensão concorrente, nascida a partir de um mesmo fato gerador. Ex.: passageiro que sofre lesões no transporte ferroviário: tem direito à indenização por força da culpa aquiliana do preposto ou da responsabilidade objetiva da empresa ferroviária.
Cumulação:
a) objetiva: soma de pedidos ou causas de pedir
•	quando há conexão;
•	não havendo conexão:
o	pedidos endereçados contra o mesmo réu; e
o	pedidos compatíveis entre si; e
o	mesma competência do juízo para todos os pedidos; e
o	adequação de todos os pedidos ao mesmo procedimento ou, se diferentes os procedimentos, utilização do ordinário, em sendo possível a fungibilidade procedimental.
•	Cumulação objetiva contrastante: reconvenção.
•	Cumulação de ação de procedimento comum com uma de especial: não é possível.
b) subjetiva: pluralidade de partes no pólo ativo ou passivo da lide.
4. FENÔMENOS PROCESSUAIS RELACIONADOS AOS ELEMENTOS DA AÇÃO- situações que as ações são idênticas, coincidindo os 3 elementos:
	
i)LITISPENDÊNCIA
	ii)PEREMPÇÃO
	iii)COISA JULGADA
LITISPENDÊNCIA, PEREMPÇÃO e COISA JULGADA são PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS OBJETIVOS NEGATIVOS EXTRÍNSECOS.
i)LITISPENDÊNCIA - [“litis” + “pendência” = processo em curso]-representa a vedação da propositura de ação idêntica a outra que ainda esteja em curso.nesse caso o 2º processo deve ser extinto sem julgamento do mérito. [art. 267, V]
	-fundamento: 	economia processual.
		segurança jurídica.
 	-definição legal de litispendência: [art. 301, § 3º, CPC]: “Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso (…)”
definição do CPC está errada: segundo a literalidade do CPC a litispendência ocorre com a propositura da nova ação, quando na verdade a litispendência representa a vedação da propositura de nova ação idêntica a uma já proposta. Portanto, a litispendência tem cabimento com a propositura da ação.
propositura de nova ação com mesmas partes, mesma causa de pedir, mas com pedido mais amplo: haverá caracterização de continência, e não de litispendência.
ii) PEREMPÇÃO- é a SANÇÃO PROCESSUAL imposta pela lei ao AUTOR CONTUMAZ (teimoso/insistente), que consiste na PROIBIÇÃO DA REPROPOSITURA DA MESMA AÇÃO QUE JÁ FORA PROPOSTA NO PASSADO.
-hipótese de caracterização da perempção: autor que por 3 vezes der causa à extinção do processo por não promover os atos e diligências que lhe competir ou abandonar a causa por 30 dias.as extinções dos processos devem ser pelo mesmo fundamento.
-nesse caso o código exige que o magistrado, antes de declarar extinto o processo, intime pessoalmente a parte para suprir a falta em 48 hs.fundamento: evitar que a parte seja prejudicada por eventual inércia do advogado.
[art. 268, parágrafo único, CPC]  “(...) ficando-lhe ressalvado, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito”.
possibilidade de alegar a matéria em sede de defesa.
fundamento: a perempção é um instituto de direito processual (ATINGE O DIREITO DE AÇÃO) que não atinge o direito material do autor por isso a existência da ressalva da legislação que permite a alegação do direito material em sede de defesa.
POSSIBILIDADE DE RECONVENÇÃO? NÃO, reconvenção tem natureza de ação, e nesse caso o direito de ação foi comprometido; só caberá alegação em defesa.
iii) COISA JULGADA [OLHAR MATERIAL ESPECÍFICO SOBRE A MATÉRIA] é a imutabilidade da sentença.
questão de concurso: EM QUAIS HIPÓTESES A SENTENÇA TERMINATIVA IMPEDIRÁ A PROPOSITURA DE NOVA DEMANDA? Hipóteses que a sentença terminativa reconhecer a LITISPENDÊNCIA, PEREMPÇÃO e COISA JULGADA. Em regra só a sentença com conteúdo do art. 269, CPC, teria esse efeito.
-situações que não há identidade dos 3 elementos, mas apenas de alguns deles:
	i)CONEXÃO
	ii)CONTINÊNCIA
	iii)PREJUDICIALIDADE EXTERNA
i)CONEXÃO [co – nexo  nexo de ligação comum] são conexas as ações que possuírem CAUSA DE PEDIR ou PEDIDO comuns, não obstantes sejam os demais elementos distintos.
-hipóteses:
	litisconsórcio facultativo [art. 46, II e III, CPC]
	prevenção [art. 253, I, CPC]
	reconvenção [art. 315, CPC]
	reunião de processo [art. 105, CPC]a reunião de processos tem caráter facultativo, poderá o juiz optar pela não reunião se essa se apresentar como a medida mais vantajosa.
ii) CONTINÊNCIA é o fenômeno processual decorrente da identidade, entre duas ou mais ações, das partes,CAUSA DE PEDIR, mas o objeto de uma, POR MAIS AMPLO, ABRANGE O DAS OUTRAS.
-mesmo tratamento dispensado à conexão.
-a continência se assemelha à litispendência, segundo alguns autores a continência representaria uma LITISPENDÊNCIA PARCIAL.
iii) PREJUDICIALIDADE EXTERNA a questão prejudicial encontra-se em outro processo, e não na relação processual cujo conflito esteja sendo prejudicado.
	a)prejudicialidade externa homogênea: processos de mesma natureza (PROCESSO CIVIL X PROCESSO CIVIL).
	b)prejudicialidade externa heterogênea: processos de natureza distintas (PROCESSO CIVIL X PROCESSO PENAL).
(Carnelutti:
	
(ponto(
toda afirmação em prol da pretensão ou defesa.
	
(questão(
ponto controvertido.
a)questão de direito:
controvérsia envolvendo aplicação, interpretação ou vigência da lei. 
-questão solucionada com o conhecimento do juiz. (iura novit curia)
b)questão de fato:
 controvérsia envolvendo determinado acontecimento pertinente e relevante à demanda.
	
(questão prejudicial(
espécie de questão que deve ser resolvida previamente à decisão relacionada ao pedido. 
[prejudicial no sentido de que deve ser resolvida de forma prévia/anterior à solução do conflito]
-a questão prejudicial é analisada no fundamento da sentença, não faz coisa julgada. Se as partes objetivarem que uma questão prejudicial seja atingida pela coisa julgada deverão se utilizar da ação declaratória incidental, nas hipóteses legais em que esta for cabível.
	
(prejudicialidade externa(
a questão prejudicial encontra-se em outro processo, e não na relação processual cujo conflito esteja sendo prejudicado.
a)prejudicialidade externa homogênea
processos de mesma natureza
(processo civil x processo civil).
b)prejudicialidade externa heterogênea:
processos de natureza distintas
(processo civil x processo penal).
5. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
 •	Ações reais X ações pessoais – classificação de acordo com a causa de pedir próxima, pois envolve o direito discutido. Será real quando o direito for real e pessoal quando o direito for pessoal. 
•	Ação reipersecutória – é aquela que busca a entrega de uma coisa. Esta ação pode ser real ou pessoal. Ex: a ação de despejo é reipersecutória pessoal; a de reivindicação é reipersecutória real. A reipersecutória é classificada pelo pedido, e não pela causa de pedir.
•	Ações mobiliárias X ações imobiliárias – relaciona-se com o objeto do pedido, conforme digam respeito a bens móveis ou imóveis.
•	Ação necessária – há direitos que somente podem ser efetivados em juízo. Estas ações devem ser ajuizadas para o direito ser efetivado. Ex: a ação de interdição, ação de falência, ação rescisória, ação de anulação do contrato etc. Nesses casos, o interesse de agir é presumido. Os processos necessários são os instaurados por ações necessárias.
•	Ação dúplice – em sua acepção processual, é a possibilidade dada ao réu de formular um pedido contra o autor dentro da sua contestação; é o que acontece no procedimento sumário e nos juizados especiais cíveis (nos juizados, as ações são dúplices em sentido processual); é o pedido contraposto. O pedido contraposto é um ataque feito concomitante com a defesa. Em sua acepção material, ação dúplice ocorre quando a defesa do réu já servir ao mesmo tempo como um ataque. O réu, ao negar o que o autor deseja, já está afirmando um direito seu, colocando-se em posição ativa. Ex: a ação meramente declaratória é dúplice em sentido material, pois o réu, ao se defender, já pede a declaração contrária; oferta de alimentos; ação de consignação em pagamento etc. 
•	Ações de conhecimento, ações de execução e ações cautelares – classificação de acordo com a tutela pretendida: certificar, efetivar e proteger o direito pretendido, respectivamente. Esta classificação, hoje em dia, está em crise. Isso porque as ações não costumam ser puras; mas tendem a misturar os diversos tipos de tutela. Esta mistura levou à chamada ação sincrética.
•	Ação sincrética – pretende-se mais de um dos tipos de tutela existentes.
•	Ações condenatórias, ações mandamentais, executivas lato sensu, constitutivas e meramente declaratórias – é uma classificação das ações de conhecimento. Existe uma classificação dos direitos: a) direitos a uma prestação (direitos subjetivos); e b) direitos potestativos.
	
(classificação ternária/trinária da sentença( (doutrina clássica) 
1)declaratória;
2)constitutiva;
3)condenatória;
	
(classificação quaternária da sentença( 
1)declaratória;
2)constitutiva;
3)condenatória;
4)mandamental;
	
(classificação quinaria da sentença(: 
1)declaratória;
2)constitutiva;
3)condenatória;
4)mandamental;
5)executiva lato senso;
(Prof. José Roberto Santos Bedaque (Palestra Marcato): admitindo-se a classificação quinária, o sistema Brasileiro deixa de possibilitar a sentença condenatória, de forma que todas as hipóteses representarão sentenças executivas.
(crítica de Humberto Theodoro Júnior: “quando se classificam as sentenças em declaratórias, constitutivas e condenatórias, sempre se levava em conta o objeto (o conteúdo do ato decisório). Já quando se cogitou das sentenças executivas ou mandamentais, o que se ponderou foram os efeitos de certas sentenças. Não pode, como é evidente, uma classificação ora lastrear-se no objeto, ora nos efeitos, sob pena de violar comezinha regra de lógica: toda classificação deve compreender todos os objetos do universo enfocado e deve observar um só critério para agrupar as diversas espécies classificadas. (...) Pode haver, portanto, classificação por objeto e classificação por efeitos. Não pode, todavia, admitir-se como correta uma classificação que utiliza, para formação de alguns grupos de elementos, o critério de conteúdo e, para outros, o dos efeitos. Isto levaria, fatalmente, a superposições e conflitos entre as espécies irregularmente agrupadas.”
 
(a norma jurídica é dotada de certeza e eficácia. A resistência existente no conceito de lide, pode incidir sobre o primeiro aspecto (certeza ( processo de conhecimento), ou sobre o segundo (eficácia ( processo de execução).
(Processo de conhecimento: tutela jurisdicional substitui o juízo das partes sobre a existência, ou não, do direito.
(Processo de execução: tutela jurisdicional substitui a vontade do devedor quanto ao cumprimento da prestação.
Classificação quinaria das ações segundo Pontes de Miranda (constante quinze, de acordo com as cargas de eficácia da sentença):
Ações declaratórias: são as ações em que o interesse do autor se limita à obtenção de uma declaração judicial sobre a existência ou inexistência de determinada relação jurídica ou a respeito da autenticidade ou falsidade de um documento (crise de certeza). Via de regra, não necessitam de execução posterior. Mas a Lei nº 11.232/2005 trouxe a possibilidade de execução de ação declaratória (art. 475-N, I).
•	Súmula 181 do STJ : É admissível ação declaratória visando a obter certeza quanto à exata interpretação de clausula contratual;
•	Súmula 242 do STJ : Cabe ação declaratória para reconhecimento de tempo de serviço para fins previdenciários
•	Súmula 258 do STF : É admissível reconvenção em ação declaratória.
Ações constitutivas: visam a constituir, modificar ou desconstituir determinada relação jurídica (crise de situação jurídica). Também não necessitam de execução posterior, sendo que Dinamarco denominou as simples providências tomadas para dar efetividade a essas sentenças como “execução imprópria”. Na ação constitutiva, afirma-se um direito potestativo (são direitos que consistem no poder de criar, alterar ou extinguir situações jurídicas. Os direitos potestativos não se relacionam a uma conduta, não há prestação devida). A ação constitutiva, desse modo, cria, altera ou extingue relação jurídica, pois veicula direito potestativo. A sentença constitutiva não se executa, para a maioria da doutrina, poiso direito potestativo não se executa. Ainda, o prazo decadencial é o prazo das ações constitutivas, pois a decadência relaciona-se aos direitos potestativos e, consequentemente, às ações constitutivas. O prazo prescricional relaciona-se com as ações condenatórias. Afirma-se que as ações constitutivas não possuem eficácia retroativa, só produzindo efeitos para frente, no entanto, há exceções, podendo as ações constitutivas possuir efeitos retroativos se a lei assim autorizar. Ex: ação de anulação de negócio.
Ações condenatórias: buscam uma condenação do réu ao cumprimento de obrigação (crise de adimplemento). Autorizam execução posterior, que, com a Lei 11.232/2005, passou a ser uma fase de um mesmo processo sincrético, não mais um processo autônomo. Há autores que incluem nessa classificação ação executiva lato sensu e a ação mandamental. ação pela qual se afirma ter direito a uma prestação. São ações de fazer, não fazer ou dar. Ela veicula um direito a uma prestação (poder de exigir – pretensão - de outrem o cumprimento de uma prestação - o que se exige -. A prestação, aqui, é sempre uma conduta, que pode ser um fazer, um não fazer ou um dar - coisa ou dinheiro -. Estes direitos sujeitam-se à prescrição. São os únicos direitos que podem ser inadimplidos ou lesados, violados).
Ações executivas lato sensu: são as ações que servem para certificar e executar no mesmo processo, efetiva-se por coerção direta (o Estado faz).
Ações mandamentais: são as ações sincréticas que se efetivam por coerção indireta, ou seja, forçando o psicológico do indivíduo para que ele cumpra (o Estado manda fazer).
6. CONDIÇÕES DA AÇÃO
Foram idealizadas por Liebman. Inicialmente eram três. Depois Liebman reduziu para duas, mas o CPC brasileiro manteve as três.
Momento de verificação das condições da ação - teorias:
•	Teoria da asserção ou da prospectação: a análise é feita à luz das afirmações do demandante contidas em sua inicial (in statu assertionis), e, se as provas infirmarem aquelas afirmações, a decisão será de mérito. Existem decisões do STJ que adotam essa teoria.
Quem defende: Bedaque, Ada Pelegrini, Kazuo Watanabe, Barbosa Moreira. Em sentido contrário à teoria da asserção: Dinamarco, para quem a presença das “condições da ação” deve ser demonstrada, cabendo, inclusive, produzir provas para convencer o juiz de que as mesmas estão presentes. O que caracteriza a teoria da asserção não é o momento em que analisada as condições da ação (pode analisar com base na teoria da asserção em sentença), mas se o juiz depende da análise de prova ou não para a verificação das condições da ação
•	Teoria da representação: a análise pode ser feita na fase decisória, diante da prova produzida, e, constatada a inexistência, a decisão será de carência de ação.
6.1 Possibilidade jurídica do pedido
O pedido do autor deverá ser analisado em abstrato, o que significa dizer que se o autor merece ganhar ou não, ter direito ou não, não interessa. 
Deve-se pegar o pedido do autor e confrontar com o ordenamento jurídico. Dessa análise, surgem três possibilidades: há no ordenamento jurídico uma expressa previsão do que ele pediu; há uma omissão no ordenamento jurídico quanto ao pedido; há uma proibição expressa.
Exemplo: Lei 7.347/85 – Art. 1º Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinado.
Diante de previsão expressa ou omissão do ordenamento jurídico, o pedido é juridicamente possível.
Impossibilidade jurídica é só quando há uma proibição expressa. Aí se tem carência de ação.
Criação de Liebman, que depois a abandonou. A possibilidade jurídica do pedido tornou-se então uma invenção nacional (Calmon de Passos). Atualmente, quase toda a doutrina afirma que a possibilidade jurídica do pedido é mérito. Apenas Cândido Rangel Dinamarco defende o modelo de Liebman de maneira integral. ATENÇÃO - Dinamarco chama a impossibilidade jurídica do pedido de impossibilidade jurídica dos elementos da demanda (partes, causa de pedir e pedido). Para o autor, pode existir impossibilidade jurídica quanto a esses três elementos. Exemplo 1: art. 814 CC/02 (dívidas de jogo). Dinamarco diz que o pedido não é juridicamente impossível, mas sim a causa de pedir (origem da dívida). Exemplo 2: espólio como parte no JEC seria impossibilidade jurídica da parte.
6.2 Interesse de agir
Humberto Theodoro Jr.:
O interesse de agir é composto por três elementos:
a)	Necessidade: quando a intervenção do Poder Judiciário for indispensável para a obtenção do bem da vida pretendido. 
b)	Utilidade: a tutela pretendida deve ser apta a gerar uma efetiva melhora na situação fática do autor.
c)	Adequação: o pedido do autor deve ser apto a resolver o conflito de interesses descrito pelo autor. (conceito trazido pela Escola Paulista de processo)
O interesse-adequação consiste em o autor ter se valido da via processual adequada.
Não sendo atendida a condição ocorreria “falta de interesse de agir por inadequação da via eleita”.
Obs: é freqüente a lição que diz que não há interesse no processo de conhecimento quando o autor já tem um título executivo extrajudicial. Nesse caso, já deveria ser proposta a execução diretamente.
Ocorre que existe o art. 475-N, V:
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais:
V - o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente;
Se a parte já tiver em seu poder um título executivo extrajudicial, haverá mesmo assim interesse de agir em pedir a homologação pelo juiz daquele título?
Sim. Aqui se está diante de jurisdição voluntária (os dois devem querer transformar em título executivo judicial e somente o Poder Judiciário poderá formar esse título). Os dois querem alguma coisa (transformar em título judicial) e, para tanto, são obrigados a recorrer ao Judiciário. Deve-se lembrar ainda que na jurisdição voluntária o interesse é presumido.
OBS - uma pessoa tem um título executivo extrajudicial do art. 585, I, ou seja, um instrumento de confissão de divida assinado por 2 testemunhas. Ao invés de entrar com execução, ela preferiu entrar com uma ação monitória. A defesa, na execução, é feita por meio dos embargos de execução (que têm feição de ação autônoma); enquanto, na monitória, a defesa vem incidentalmente nos próprios autos, por meio dos embargos monitórios (a resolução é muito mais rápida). A defesa apresentada na monitória alegou ausência de interesse de agir do autor, por falta de adequação. Ora, a cognição vertical, na ação monitória, é plena, não havendo prejuízo ao réu pela adoção do procedimento monitório (STJ, informativo 495). Assim, o autor tem interesse de agir na ação monitória mesmo que fundada em título extrajudicial. 
AÇÃO MONITÓRIA. ADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. 
Na espécie, o tribunal de origem entendeu que o autor era carecedor de interesse de agir por inadequação da via eleita, uma vez que, sendo possível o procedimento executório de títulos extrajudiciais (notas promissórias), descaberia a via da ação monitória. No entanto, assim como a jurisprudência do STJ é firme quanto à possibilidade de propositura de ação de conhecimento pelo detentor de título executivo não havendo prejuízo ao réu em procedimento que lhe faculta diversos meios de defesa, por iguais fundamentos o detentor de título executivo extrajudicial poderá ajuizar ação monitória para perseguir seus créditos, ainda que também o pudesse fazer pela via do processo de execução. Precedentes citados: REsp 532.377-RJ, DJ 13/10/2003; REsp 207.173-SP, DJ 5/8/2002; REsp 435.319-PR, DJ 24/3/2003, e REsp 210.030-RJ, DJ 4/9/2000. REsp 981.440-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 12/4/2012. Informativo 495 STJ.
 O réu também deve ter interesse de agir (art. 3 º do CPC- tem interesse na improcedência do pedido). Ex. réu apresenta contestaçãocom alegação de litispendência, de coisa julgada e de ilegitimidade ativa (art. 301, defesas preliminares peremptórias), que, se acolhidas, levariam à extinção do processo sem resolução de mérito. O autor pede a desistência da ação, mas o réu não concorda (o autor pode desistir da ação sem aquiescência do réu até o transcurso do prazo da defesa). Conforme Informativo 526 do STJ, se o autor pede a desistência da ação e o réu suscita, em defesa, alguma preliminar para extinção sem resolução de mérito, não há que se obstar o pedido de desistência do autor, por ausência de interesse de agir do réu. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECUSA DO RÉU À PRETENSÃO DO AUTOR DE DESISTIR DA AÇÃO APÓS O DECURSO DO PRAZO PARA A RESPOSTA. 
Na hipótese em que o autor, após o decurso do prazo para a resposta, pretenda desistir da ação, constituirá motivação apta a impedir a extinção do processo a alegação do réu de que também faz jus à resolução do mérito da demanda contra si proposta. De fato, após a contestação, a desistência da ação pelo autor depende do consentimento do réu (art. 267, VIII e § 4º, do CPC), pois ele também tem direito ao julgamento de mérito. Dessa forma, o conceito de tutela jurisdicional deve levar em consideração não apenas o ponto de vista do autor, que movimentou a máquina judiciária, mas também o do réu, que, quando contesta a ação, está buscando essa tutela, só que em sentido contrário àquela que busca o autor. (…). REsp 1.318.558-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/6/2013. Informativo 526 STJ.
6.3 Legitimidade ad causam
Conceito e características
1ª observação: a legitimidade ad causam deve ser aferida no pólo ativo e no pólo passivo.
2ª observação: a legitimidade ad causam é um poder jurídico. 
Rigorosamente, é uma situação jurídica atribuída a alguém para conduzir um processo com um determinado objeto. Legítimo é o sujeito que pode conduzir o processo.
3ª observação: a legitimidade sempre se refere a uma situação litigiosa específica. 
Saber se a parte é ou não legítima, à luz do que se está discutindo no processo (o estudo da legitimidade é relacional).
Legitimação ad causam X Legitimação ad processum: 
Legitimação ad processum é a capacidade para estar em juízo (relaciona-se com a capacidade civil, dizendo respeito a pressuposto processual subjetivo de validade. Capacidade processual). 
A legitimidade ad causam é específica; a legitimidade ad processum é genérica porque diz respeito à legitimidade para participar de qualquer processo.
Legitimidade de parte:
•	Legitimidade ordinária (há coincidência entre os sujeitos da relação jurídica material e os sujeitos da relação jurídica processual).
•	Legitimidade extraordinária:
o	exclusiva – apenas o legitimado extraordinário pode ir a juízo;
o	concorrente – tanto o legitimado ordinário como o extraordinário podem demandar isoladamente, ou em conjunto, formando litisconsórcio facultativo
o	subsidiária – o legitimado extraordinário só pode ir a juízo diante da omissão do legitimado ordinário em demandar
o	superveniente - o artigo 9º da Lei 4.717 /65 em relação ao Ministério Público – na Ação Popular
o	disjuntiva – ACP – art. 5 º da Lei 7347/85 – disjuntiva porque nenhum dos legitimados necessita de autorização dos outros legitimados para ajuizar uma ação coletiva. 
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL ≠ SUCESSÃO DA PARTE ≠ REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL	É a legitimação extraordinária (sinônimo, conforme se entende majoritariamente). O titular da ação é o titular do direito material violado (LEGITIMAÇÃO ORDINÁRIA). Só quando a lei permitir é admissível que terceiro venha a juízo tutelar direito alheio como próprio (LEGITIMAÇÃO EXTRAORDINÁRIA).
SUCESSÃO DA PARTE	É a alteração da pessoa que figura em um dos pólos do processo. Após estabilizada a demanda, o CPC admite somente em caso de falecimento até que se proceda à habilitação dos sucessores ou do espólio; EXCETO se for direito de ação que seja INSTRANSMISSÍVEL. Nem mesmo a eventual alienação do objeto litigioso implica alteração das partes. A sucessão a título universal tem o seu procedimento discriminado nos artigos 1055 e seguintes do CPC.
REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL O representante não é parte, somente figura no processo para suprir a incapacidade da parte (o substituto processual é parte) ou como representante de pessoa jurídica
IMPORTANTE: A representação feita pela associação necessita de autorização expressa. Trata-se de representação processual, e não substituição, conforme o STF. A autorização pode ser dada em assembléia, mas precisa ser expressa. Ainda, esta representação deve estar relacionada aos fins da entidade. As associações possuem legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo em nome de seus associados (art. 5º, LXX, b, CF)
OBS: No caso de mandado de segurança coletivo, as associações agem como substituto processual, não havendo necessidade de autorização para agirem, já que a própria CF confere esta legitimação. 
Súmula nº 629/STF: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.
REPERCUSSÃO GERAL
Associações: legitimidade processual e autorização expressa - 5
A autorização estatutária genérica conferida a associação não é suficiente para legitimar a sua atuação em juízo na defesa de direitos de seus filiados, sendo indispensável que a declaração expressa exigida no inciso XXI do art. 5º da CF (“as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente”) seja manifestada por ato individual do associado ou por assembleia geral da entidade. Por conseguinte, somente os associados que apresentaram, na data da propositura da ação de conhecimento, autorizações individuais expressas à associação, podem executar título judicial proferido em ação coletiva. Com base nessa orientação, o Plenário, em conclusão de julgamento, e por votação majoritária, proveu recurso extraordinário no qual se discutia a legitimidade ativa de associados que, embora não tivessem autorizado explicitamente a associação a ajuizar a demanda coletiva, promoveram a execução de sentença prolatada em favor de outros associados que, de modo individual e expresso, teriam fornecido autorização para a entidade atuar na fase de conhecimento — v. Informativos 569 e 722. Em preliminar, ante a ausência de prequestionamento quanto aos artigos 5º, XXXVI, e 8º, III, da CF, o Tribunal conheceu em parte do recurso. No mérito, reafirmou a jurisprudência da Corte quanto ao alcance da expressão “quando expressamente autorizados”, constante da cláusula inscrita no mencionado inciso XXI do art. 5º da CF. Asseverou que esse requisito específico acarretaria a distinção entre a legitimidade das entidades associativas para promover demandas em favor de seus associados (CF, art. 5º, XXI) e a legitimidade das entidades sindicais (CF, art. 8º, III). O Colegiado reputou não ser possível, na fase de execução do título judicial, alterá-lo para que fossem incluídas pessoas não apontadas como beneficiárias na inicial da ação de conhecimento e que não autorizaram a atuação da associação, como exigido no preceito constitucional em debate. Ademais, a simples previsão estatutária de autorização geral para a associação seria insuficiente para lhe conferir legitimidade. Por essa razão, ela própria tivera a cautela de munir-se de autorizações individuais. Vencidos os Ministros Ricardo Lewandowski (relator), Joaquim Barbosa (Presidente) e Cármen Lúcia, que negavam provimento ao recurso.
RE 573232/SC, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 14.5.2014. (RE-573232)
Legitimidade de parte em ações coletivas (correntes):
•	Legitimação ordinária (Ada, Kazuo Watanabe)- com base na teoria alemã de processo coletivo
•	Legitimação extraordinária (Dinamarco, Barbosa Moreira) porque estaria em nome próprio defendendo direitos coletivos alheios.•	Legitimação autônoma para condução do processo (Nelson Nery) propõe que a legitimidade seja analisada desconsiderando o direito material disputado em juízo. 
REPERCUSSÃO GERAL EM ARE N. 823.347-MA
RELATOR : MIN. GILMAR MENDES
Recurso extraordinário com agravo. Repercussão geral da questão constitucional reconhecida. Reafirmação de jurisprudência. 2. Direito Constitucional e Direito Processual Civil. Execução das decisões de condenação patrimonial proferidas pelos Tribunais de Contas. Legitimidade para propositura da ação executiva pelo ente público beneficiário. 3. Ilegitimidade ativa do Ministério Público, atuante ou não junto às Cortes de Contas, seja federal, seja estadual. Recurso não provido.
STF, RE 631111, de 07.08.2014, rel. Ministro Teori Zavascki:
( IMPORTANTE: O MP tem legitimidade para tutelar direitos e interesses de beneficiários do seguro DPVAT nos casos de indenização paga pela seguradora em valor inferior ao devido, pois tal direito reveste-se de relevante natureza social (interesse social qualificado)
( Entendimento do STF em RE com repercussão geral, que contraria a Súmula 470 do STJ (“O Ministério Público não tem legitimidade para pleitear, em ação civil pública, a indenização decorrente do DPVAT em benefício do segurado.”)
- Direitos difusos e coletivos: direitos subjetivamente transindividuais e materialmente indivisíveis; protegidos por ação civil pública proposta sempre por um substituto processual; execução também em regime de substituição processual
- Direitos individuais homogêneos: direitos subjetivos individuais ligados por uma relação de semelhança (homogêneos); sujeitos determinados ou determináveis e objeto material divisível; tutelável por ação civil coletiva
**** PROCEDIMENTOS ESPECIAIS**** 
Procedimento (ou rito) é a parte visível, a faceta extrínseca do processo, isto é, a forma como os atos processuais são encadeados até a prolação da sentença. No procedimento é que são fixadas as regras (prazos, modos, etc) para que as partes, o juiz e os auxiliares da justiça pratiquem os atos processuais tendentes a conduzir cada tipo de processo do começo ao fim. Assim, cada rito diz, por exemplo, se a contestação deve ser ofertada dentro de certo prazo ou em audiência; se a sentença deve conter relatório, fundamentação e dispositivo ou apenas fundamentação e dispositivo (caso do procedimento dos Juizados).
	Os procedimentos especiais assim são chamados por serem destinados a determinados tipos de lide ou questão, que, em razão de sua natureza, requer regras que permitam uma solução mais célere e adequada do litígio. Dividem-se em procedimentos especiais de jurisdição voluntária e de jurisdição contenciosa.
O procedimento especial revela a profunda relação que existe entre o processo e o direito material. A criação de procedimentos especiais ocorre por meio das seguintes técnicas:
1)	simplificação e agilização de trâmites processuais, por meio da diminuição de prazos e eliminação de atos desnecessários;
2)	delimitação do tema, na inicial ou na contestação;
3)	explicitação de requisitos materiais e processuais para que o procedimento especial seja eficazmente utilizado;
4)	anulação da dicotomia cognição-execução. (deixou de ser técnica de especialização de procedimentos após as modificações do CPC, em 2002 e 2005, que tornaram a execução uma fase complementar do processo de conhecimento).
Não há qualquer liberdade de escolha do procedimento pela parte. Havendo procedimento especial, não caberá o comum, ordinário ou sumário . Segundo Freitas Câmara, a única exceção seria o procedimento monitório. 
Tendo, contudo, o demandante optado por procedimento inadequado, cabe ao juiz determinar a conversão, aproveitando-se os atos já praticados que se revelem compatíveis com o procedimento correto. Apenas no caso de ser impossível o aproveitamento de qualquer ato, e não tendo o demandante adaptado a sua petição inicial aos requisitos do procedimento adequado (caso haja peculiaridades não presentes no procedimento equivocadamente escolhido), é que deverá ser indeferida a petição inicial.
Diverge a doutrina sobre a natureza dos procedimentos especiais: há corrente sustentando não se tratar de processo de conhecimento, porque, pelo menos em alguns deles, há atividade cognitiva e executiva (posição de Theodoro Jr.); e há quem entenda se tratar de processo de conhecimento, eis que neles predomina a atividade cognitiva (Freitas Câmara, Barbosa Moreira).
Por expressa disposição do art. 272, parágrafo único, CPC, aos procedimentos especiais aplicam-se subsidiariamente as regras do procedimento ordinário.
Segundo o CPC, os procedimentos especiais se dividem em procedimentos de jurisdição contenciosa e de jurisdição voluntária.
I. DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA (Acredito que essa parte está fora do ponto; mas acabei deixando para quem achar necessária a leitura)
- Características gerais:
	Alguns atos jurídicos precisam de participação do Poder Judiciário para que possam produzir efeitos. A simples vontade dos participantes do ato não basta para produzir as conseqüências almejadas. Assim, quando a lei exige a participação do Estado-Juiz na prática de alguns atos jurídicos, tem-se a jurisdição voluntária. Esta é, na verdade, uma atividade de fiscalização e integração. O juiz vai fiscalizar a prática dos atos jurídicos, verificar se foram praticados com regularidade, se os pressupostos foram observados, os requisitos cumpridos. 
	O magistrado, verificando o preenchimento das condições legais do ato, torna-o perfeito, apto para a produção dos efeitos jurídicos almejados, permitindo, assim, que os efeitos jurídicos buscados sejam alcançados. Por isso é chamada também de jurisdição integrativa.
	A doutrina afirma que em grande parte dos casos de jurisdição voluntária têm-se, na verdade, hipóteses de jurisdição necessária: as partes devem submeter o ato ao magistrado, não se tratando de mera faculdade, sob pena de aquele não produzir efeito. O crivo do Judiciário é, portanto, necessário e não opcional. Por exemplo: não se pode promover a interdição de alguém senão por meio do Judiciário, embora se trate de hipótese de jurisdição voluntária.
	No entanto, há casos de jurisdição voluntária opcional, como o distrato de união estável e a hipótese prevista no artigo 475-N, V, CPC, que permite que se leve ao Judiciário qualquer acordo extrajudicial.
	Assim, a jurisdição voluntária é, em regra, necessária, havendo exemplos de opcionalidade, entretanto.
	Tal procedimento especial é decidido por sentença, apelável, portanto. Há, ademais, previsão de contraditório, que pode não ocorrer. 
	É uma jurisdição normalmente constitutiva, que gera relações jurídicas novas, e mais inquisitiva, havendo hipóteses em que o magistrado pode instaurar o procedimento de ofício (procedimentos do ECA, por exemplo).
	Por fim, o artigo 1.109 CPC prevê que o magistrado tem discricionariedade judicial, podendo decidir pela equidade, não apenas pela legalidade estrita, sendo possível decisões com maior carga de discricionariedade. As sentenças são, portanto, determinativas, ou seja, admitem maior carga de discricionariedade judicial.
- Natureza Jurídica:
 Há polêmica. De um lado, há os que afirmam que a jurisdição voluntária não é atividade jurisdicional, mas administrativa exercida por juízes. O juiz é um administrador de interesses privados. É a concepção majoritária: Teoria Clássica ou Administrativista (Frederico Marques, Arruda Alvim, Theodoro Jr.). Afirmam que a jurisdição voluntária nem é jurisdição, nem é voluntária (é necessária).
	Argumentam, com base no artigo 1.111 do CPC, que:
a)	Não há lide;
b)	Não há ação;
c)	Não há processo;
d)	Não há partes (apenas interessados);
e)	Não há coisa julgada (apenas preclusão);
f)	não é atividade substitutiva;
g)	acarreta a constituição de situações jurídicas novas (e não a declaração do direito).
	Existe, porém, outra posiçãodoutrinária: a dos que entendem que a jurisdição voluntária é atividade jurisdicional, embora com peculiaridades. Trata-se da Teoria Revisionista ou Jurisdicionalista, sustentada também por processualistas renomados, tais como Freitas CÂMARA, DINAMARCO, Ovídio Baptista da SILVA, GRECO, Sérgio BERMUDES.
	Ainda com apoio no artigo 1.111 do CPC, aduzem que:
a)	Há jurisdição;
b)	Há lide, que pode ou não ocorrer, a depender da hipótese que se apresenta (a lide é elemento acidental, e não essencial, ao exercício da jurisdição; ademais, tem por objetivo a pacificação social);
c)	Há ação;
d)	Há processo;
e)	Há partes;
f)	Há coisa julgada. (a coisa julgada substancial não é atributo de todos os provimentos jurisdicionais; não ocorre, por exemplo, nas sentenças cautelares);
g)	ocorre a atividade substitutiva, eis que a lei impede os interessados de negociar livremente os interesses envolvidos;
h)	dá-se a atuação do direito preexistente à modificação operada, tal como nas sentenças constitutivas de jurisdição contenciosa;
Para os procedimentos de jurisdição voluntária aos quais não se atribua procedimento especificamente previsto, previu o CPC a aplicação do procedimento comum da jurisdição voluntária (arts. 1.103 a 1.112, CPC).
Dito procedimento tem início por demanda ajuizada pelo interessado ou pelo Ministério Público. Deve-se destacar, contudo, que apenas será emitida a sentença se o demandante tiver legitimidade, sob pena de carência de condição da ação. Assim, o Ministério Público apenas poderá propor procedimento especial de jurisdição voluntária para o caso de a lei lhe conferir expressamente legitimidade, tal como no caso do art. 1.202, I, CPC.
A petição inicial deve observar os requisitos do art. 282, CPC. Todos os interessados serão citados e intimado o MP (quando ele não for demandante). Observe-se que o art. 1.105, CPC fala em citar o Ministério Público, mas a doutrina é uníssona no sentido do equívoco legal.
DIVERGÊNCIA!!!: O resumo do TRF1 diz que a doutrina majoritária é no sentido de que a intervenção do MP não se dá em todos os casos de jurisdição voluntária, mas apenas naqueles em que ele, por lei, deve intervir, ou seja, quando houver interesse indisponível, de incapaz e nos demais casos que requerem sua intervenção, na forma da regra geral do art. 82 do CPC. Já o resumo do TRF5 diz que a doutrina majoritária é justamente no sentido oposto, ou seja, de que a intervenção do MP se dá em todos os casos de jurisdição voluntária. 
	Pesquisei no livro de Daniel Amorim Assumpção Neves a respeito. Ele cita as duas correntes doutrinárias sem dizer qual é a majoritária. Diz que a corrente restritiva (Dinamarco) entende que a intervenção só deve ocorrer nas hipóteses do art. 82 do CPC. Já a corrente ampliativa (Nery) preconiza que o MP deve intervir em toda e qualquer demanda. 
	Daniel Amorim Assumpção Neves acrescenta ainda que o STJ se inclina a adotar a corrente restritiva. (MP só intervém, em jurisdição voluntária, nos casos do art. 82, do CPC)
Deve, também, ser intimada a Fazenda Pública, em todos os casos que tenha interesse (como, por exemplo, nas alienações judiciais, em razão de tributos).
O prazo para resposta é de 10 dias. Tal resposta pode ter conteúdo de contestação, assim como é possível o oferecimento das exceções de incompetência, impedimento e suspeição. Tem-se considerado possível, também, a reconvenção.
Os interessados podem produzir as provas que entenderem necessárias, assim como outras podem ser produzidas de ofício pelo juiz, que também pode investigar livremente os fatos (não fatos não alegados pelos interessados, mas apenas a verdade quanto a fatos suscitados). Aplica-se aqui, também, a regra da distribuição do ônus da prova.
A sentença poderá ser baseada em critérios que fogem à legalidade estrita. Ou seja, autoriza-se o juiz a exercer jurisdição de equidade, a julgar com base em critérios de oportunidade e conveniência (mas não contra legem). Dita sentença não alcança a autoridade da coisa julgada material, podendo ser modificada, sem prejuízo dos efeitos já produzidos, se ocorrerem circunstâncias supervenientes (tais sentenças estão submetidas, portanto, à cláusula “rebus sic stantibus”), e sem instauração de demanda autônoma.
Esse será o procedimento utilizado não só nos casos para os quais não haja lei fixando procedimento específico, como também nas hipóteses do art. 1.112, CPC: 
I - emancipação; 
II - sub-rogação; 
III - alienação, arrendamento ou oneração de bens dotais, de menores, de órfãos e de interditos; 
IV - alienação, locação e administração da coisa comum; 
V - alienação de quinhão em coisa comum; 
VI - extinção de usufruto e de fideicomisso.
II. DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA
	
Recebem tal denominação em razão de, contrariamente ao que ocorre com o procedimento anterior, haver, sempre, uma lide afirmada.
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – arts. 890 a 900, CPC (Retirado do resumo do TRF5)
Inicialmente, destaque-se que o Direito Brasileiro reconhece o pagamento por consignação como um das formas de extinção das obrigações, sendo uma modalidade de pagamento especial (art. 334, CC). 
A consignação em pagamento só é adequada para obrigações de dar. 
A consignação tem lugar, nos termos do art. 335, CC: 
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; 
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; 
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; 
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
O pagamento por consignação só terá eficácia liberatória, nos termos do art. 336, CC, se concorrerem, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento. Assim, não se pode admitir o pagamento de dívida já vencida sem o depósito da multa moratória, se for o caso; ou o pagamento parcial de dívida, já se afirmando de início que o restante será discutido em ação futura. Nesse sentido, confira-se decisão do STJ:
“PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. DEPÓSITO PARCIAL. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. SENTENÇA PROFERIDA POR JUIZ SUBSTITUTO DURANTE O PERÍODO DE FÉRIAS FORENSES. VALIDADE. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC REJEITADA. Na ação de consignação em pagamento, o depósito feito pelo devedor deve ser integral, incluindo multa por atraso de pagamento e correção monetária, sob pena de improcedência do pedido. (...)” 
Nosso ordenamento admite tanto a consignação judicial como a extrajudicial, esta desde a reforma de 1994.
A) Consignação extrajudicial
O art. 890, CPC, permite ao devedor, desde que preenchidos determinados requisitos, a realização de consignação extrajudicial, sendo esta uma forma alternativa de solução do conflito que dispensa a participação do Poder Judiciário.
Trata-se de opção do devedor, que mesmo preenchendo todos os requisitos ainda poderá optar pela demanda judicial, sendo obrigatória somente na hipótese de consignação de prestação oriunda de compromisso de compra e venda de lote urbano (art. 33, Lei 6.766/1979).
Primeira divergência que surge é a respeito de a quem incumbe o dever de cientificar o credor. Há autores que afirmam caber o encargo ao consignante (Theodoro Junior, Marcato). Outros sustentam ser este encargo do estabelecimento bancário (Carreira Alvim, Alexandre Câmara, Maria Berenice Dias, Marcelo Navarro), por se tratar de sistema mais seguro de comunicação , atuando o banco como órgão auxiliar da justiça na busca de pacificação social com a extinção da obrigação, e, sendo terceiro, desinteressado estaria agindo imparcialmente.
Após ciente, terá o credor 10 dias para manifestar sua recusa, dirigida por escrito ao banco. Ultrapassado esse prazosem que tenha se manifestado, ter-se-á por extinta a obrigação, e o valor depositado ficará à disposição do credor para levantamento.
Ocorrendo a recusa, o banco a comunicará ao devedor, e este terá prazo de 30 dias para ajuizar “ação de consignação em pagamento”. Após esse prazo o consignante permanece com o direito de propor a ação. A única consequência é a cessação da eficácia do depósito extrajudicial. Isto é, pretendendo fazer nova consignação, deverá o consignante efetuar novo depósito. Essa é a posição amplamente dominante (Marcato, Freitas Câmara, Marcelo Navarro). Há, contudo, posições divergentes. Pestana de Aguiar sustenta ser caso de “preclusão pré-processual”, em razão de que perderia o devedor a faculdade de propor a demanda após o decurso do prazo legal. Dinamarco, por sua vez, entende que o dispositivo é inócuo, sendo possível ao consignante, após os trinta dias, ajuizar a demanda exibindo a prova do depósito extrajudicial .
A petição “ação de consignação em pagamento” ajuizada em decorrência da manifestação da recusa pelo credor deve ser instruída com a prova do depósito extrajudicial e da recusa manifestada pelo credor. Em não sendo ajuizada nos 30 dias, poderá o devedor levantar o depósito (aliás, pode levantá-lo a qualquer momento, mas não poderá propor a demanda judicial com base neste depósito). O credor pode, durante os 30 dias, mesmo havendo manifestado recusa, levantar o valor depositado, caso em que haverá a extinção da obrigação.
Diverge a doutrina quanto à possibilidade de consignação extrajudicial de alugueres e acessórios do preço da locação. Marcato e Nancy Andrighi são a favor. Nelson Nery e Freitas Câmara contra, entendendo que a Lei de Locações criou sistema próprio de consignação, sempre judicial.
B) Consignação Judicial
O procedimento especial da “ação de consignação em pagamento” é semelhante ao de um processo de conhecimento comum. A prática de um ato executivo, o depósito, não desnatura o procedimento da ação, visto que a pretensão manifestada na demanda é a declaração, pelo depósito, da extinção da obrigação (atividade preponderantemente cognitiva). Tanto é ação cognitiva – e não executiva – que se pode discutir amplamente em seu bojo a existência e liquidez da dívida (REsp 66.576/RJ). REsp 886757 ( 3. O depósito em consignação é modo de extinção da obrigação, com força de pagamento, e a correspondente ação consignatória tem por finalidade ver atendido o direito – material – do devedor de liberar-se da obrigação e de obter quitação. Trata-se de ação eminentemente declaratória: declara-se que o depósito oferecido liberou o autor da respectiva obrigação.
A consignação em pagamento deverá ser pleiteada no lugar onde deve ser cumprida a obrigação (que será o foro do domicílio do devedor se quesível a obrigação, ou do domicílio do credor, se portável). Havendo foro de eleição, este deverá ser respeitado. A petição inicial, além dos requisitos dos arts. 39, I, e 282, CPC, deverá conter o requerimento do depósito da quantia ou da coisa devida. Esse requerimento só será dispensado no caso em que se tenha previamente realizado o depósito extrajudicial, quando deve a inicial vir acompanhada da prova do depósito e da recusa do credor.
Estando em termos a petição inicial, o juiz determinará o depósito, o qual deverá ser feito no prazo de 5 dias, a contar da intimação do demandante do provimento judicial. Não sendo efetuado o depósito no prazo, deve-se extinguir o processo, sem resolução do mérito.
Após o depósito, será intimado o réu, que poderá: a) oferecer resposta no prazo de 15 dias, b) permanecer revel ou c) requerer o levantamento do depósito (ou exercer o direito de opção, caso de trate de obrigação de dar coisa indeterminada com opção do credor). Todas as formas de resposta são admitidas: contestação, reconvenção e exceções. Entretanto, não se admite reconvenção pretendendo a condenação do demandante a pagar eventual diferença quando o demandado contestar alegando insuficiência de depósito, pois, como o procedimento especial sub examine tem, nesse ponto, natureza dúplice, dito pedido deve ser feito na própria contestação.
A contestação apenas poderá versar sobre as matérias elencadas no art. 896, CPC: 
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa devida; 
II - foi justa a recusa; 
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; 
IV - o depósito não é integral. 
No caso do inciso IV, a alegação apenas será admissível se o réu indicar o montante que entende devido. Obviamente, pode também o demandado alegar defesas processuais, prescrição, decadência e fatos impeditivos, modificativos e extintivos do direito do autor (NAVARRO).
Alegando o credor a insuficiência do valor depositado, não haverá controvérsia quanto a ser devido o valor já depositado. Toda a controvérsia cingir-se-á a se tal valor é integral ou se insuficiente. Assim, a lei faculta ao credor o levantamento do depósito, persistindo a demanda quando há existência de eventual diferença.
No caso de alegação de insuficiência do depósito, deve, ainda, o demandante ser intimado para complementá-lo. Havendo o complemento, deve o pedido ser julgado procedente, e condenado o demandante ao ônus da sucumbência, eis que deu causa à demanda (tivesse desde logo ofertado o valor correto, não teria havido a recusa do credor/demandado).
Não havendo complementação do depósito, prossegue o feito pelo procedimento comum ordinário.
Legitimado passivo para a demanda é aquele que o demandante indica como sendo o credor da obrigação cuja prestação se quer consignar. No caso de consignação fundada em dúvida quanto a quem seja o credor, haverá litisconsórcio passivo necessário.
O legitimado ativo é o devedor ou qualquer outro interessado. Porém, parte da doutrina (Furtado Fabrício) entende que o terceiro juridicamente desinteressado não tem legitimidade ativa para a demanda, pois argumentam que o Código Civil (art. 304) só atribui aos terceiros interessados os meios de efetivar o pagamento que são criados em benefício do devedor. Todavia, outra corrente (Theodoro Jr., Fidélis dos Santos, Freitas Câmara) defende tal possibilidade, na medida em que onde o legislador não restringiu não cabe ao intérprete fazê-lo.
Com relação às prestações periódicas, uma vez consignada a primeira, pode (faculdade) o devedor continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que os depósitos sejam efetuados até 5 (cinco) dias, contados da data do vencimento (art. 892, CPC). Não efetuados no prazo, não mais poderão sê-lo, ao menos não no mesmo processo, sem prejuízo dos já efetuados no momento oportuno. Em sendo decorrência de autorização legal, não é necessário que conste expressamente do pedido a autorização para o depósito das prestações periódicas.
Discute-se até que momento poderiam ser realizados os depósitos das prestações periódicas. Parte da doutrina (Fidélis DOS SANTOS), com o respaldo da jurisprudência dominante no STJ, entende que os depósitos podem ser realizados até o trânsito em julgado da sentença. A doutrina dominante (Freitas CÂMARA, Greco FILHO, MARCATO, Baptista da SILVA), contudo, entende que os depósitos das prestações periódicas apenas podem ocorrer até a prolação da sentença. Isso porque a sentença tem natureza meramente declaratória da eficácia liberatória do depósito, e não se poderia permitir declaração com eficácia para o futuro. Ademais, quem iria conferir a regularidade dos depósitos posteriores à sentença?
A sentença de procedência do pedido consignatório tem natureza meramente declaratória, visto que é o depósito, e não a sentença, quem extingue o vínculo obrigacional. O provimento jurisdicional se limita a tornar certo que, pelo depósito, extinguiu-se a obrigação.
Porém, deve-se ter em mente que o procedimento analisado tem natureza dúplice, e sendo feito pelo réu, pedido contraposto, pode ocorrer a modificação da natureza da sentença, que será objetivamente complexa se a pretensãodo réu for acolhida. No primeiro capítulo será meramente declaratória (da liberação parcial); no segundo capítulo, tratar-se-á de sentença condenatória, servindo como título executivo judicial.
B.1) Consignação por dúvida quanto à titularidade do crédito
Nesse caso não será cabível o depósito extrajudicial.
Assim, proposta a ação tendo por objeto a consignação em caso tal, e citados todos aqueles que se dizem credores, permanecendo todos revéis, determina o art. 898, CPC, que o depósito se converta em arrecadação de bens de ausentes. Será, portanto, declarada extinta a obrigação e nomeado curador, a quem se confiará a coisa ou quantia depositada, e que permanecerá dela cuidando indefinidamente, até que apareça algum interessado para reclamá-la.
Acaso um dos réus compareça, o juiz decidirá a lide de plano (pela improcedência ou procedência do pedido). Pode acontecer de se descobrir que o único réu que compareça não seja o credor. Assim, afirma-se que seria o caso de dar a mesma solução de todos os réus terem permanecido revéis. Comparecendo dois ou mais réus, e se nenhum deles alegar a insuficiência do depósito, inexistência de dúvida razoável ou qualquer outra questão que levasse o juiz a reconhecer a extinção da obrigação, será declarada extinta esta e prosseguirá o processo entre eles para que se decida quem é o titular do crédito.
C) Consignação em pagamento e resgate de enfiteuse
Aplica-se o procedimento da consignação em pagamento por expressa disposição do art. 900, CPC.
Entende-se por enfiteuse (aforamento ou emprazamento) o direito real de posse, uso e gozo de imóvel alheio, inalienável e transmissível por herança, conferido perpetuamente ao enfiteuta, obrigado a pagar uma pensão anual invariável (foro) ao senhorio direto (Clóvis BEVILÁQUA). Nos termos do atual CC, não é mais possível a constituição de novas enfiteuses, mas permanecem em vigor as existentes antes da entrada em vigor do novo CC, e regidas pelos dispositivos pertinentes do CC/16.
O resgate da enfiteuse é regulado pelo art. 693, CC/16, de cujos termos se afere que o enfiteuta tem direito potestativo ao resgate, tornando-se proprietário do bem. Pretendendo o enfiteuta resgatar a enfiteuse, deverá dirigir-se ao nu-proprietário para lhe oferecer o valor correspondente a um laudêmio e dez foros (preço do resgate, conforme art. 693, CC/16). Recusado o recebimento, ou ocorrendo uma das outras hipóteses que autoriza a extinção da obrigação através de pagamento por consignação, poderá o enfiteuta utilizar-se do procedimento da consignação em pagamento.
A sentença que julgue procedente o pedido, declarando extinta a enfiteuse pelo depósito do valor necessário para o seu resgate, servirá como título de remição do aforamento, hábil a permitir o seu cancelamento junto ao Ofício do Registro de Imóveis.
D) Consignação de aluguéis e acessórios da locação
A Lei de Locações de Imóveis Urbanos, Lei n.º 8.245/91, regula procedimento específico para a consignação de aluguéis e acessórios da locação, que é um pouco diverso do previsto no CPC (abordar-se-ão aqui apenas as diferenças).
Para esse caso, salvo se houver foro de eleição, será competente o foro da situação do imóvel (art. 58, II, Lei de Locações). É critério relativo de fixação de competência.
Também é cabível o depósito dos aluguéis e acessórios vencidos no curso do processo, desde que efetuados até o vencimento, sob pena de ocorrer a mora intercorrente (art. 67, III). Serão cabíveis os depósitos das parcelas a vencer, no mesmo processo, até a prolação da sentença.
Estando em termos a petição inicial, o juiz determinará ao demandante que efetue o depósito no prazo de 24h, sob pena de extinção do feito sem resolução do mérito. Realizado tempestivamente o depósito, será citado o demandado.
No caso de o demandado contestar alegando a insuficiência do depósito, poderá o demandante depositar a diferença, acrescida de multa de 10%, no prazo de 5 dias.
Poderá o demandado, também, reconvir, pleiteando o despejo por falta de pagamento e a condenação do demandado a pagar a diferença entre o que foi depositado e o que entende devido (art. 67, VI). Esse dispositivo afasta a incidência do art. 899, §2º, CPC, que confere estrutura dúplice ao procedimento da consignação em pagamento.
****AÇÃO DE DEPÓSITO***** 
Regula-se a ação de depósito pelos artigos 901 a 906 do Código de Processo Civil. A ação de depósito tem natureza jurídica de ação executiva, não obstante a intensa vertente condenatória. Por meio dessa ação, o autor busca reaver o que é seu, de modo direto, através da restituição da coisa. Na belíssima síntese de Pontes de Miranda, a resolução judicial desta ação se resume: (1) entrega da coisa; (2) depósito judicial; (3) entrega equivalente em dinheiro; (4) prisão.
A possibilidade de se converter o depósito da coisa pelo valor equivalente em dinheiro é medida subsidiária e a decretação da prisão atualmente é vedada pela SV 25.
A finalidade da ação de depósito é exigir a restituição da coisa depositada, e tal procedimento é composto de duas fases: uma cognitiva e outra executiva. Não obstante essas duas fases distintas, o processo é de execução. A primeira fase é destinada à prolação de sentença que determine a restituição da coisa ao autor, seguida da fase executiva, para efetivação do comando contido na sentença.
É preponderante a atividade cognitiva, ressalta, Alexandre de Freitas Câmara posto que a execução se restringe a cumprir o mandado (artigo 904 CPC). Desta forma, há um ato executivo num processo predominantemente cognitivo. Portanto, trata-se de processo de conhecimento. É relevante frisar a opinião de Ovídio Baptista da Silva para quem a referida ação é um processo executivo e, não cognitivo.
O pedido de conversão de busca e apreensão em ação de depósito faz-se com a propositura de nova ação, devendo a inicial atender a todos os requisitos fixados em lei.
Iniciado o procedimento especial da ação de depósito, a petição inicial deverá atender aos artigos 282 e 39, I CPC e, por força do artigo 283 CPC, deverá ser instruída com prova literal do depósito e a estimativa do valor da causa, se não constar do contrato (artigo 902 CPC). A prova escrita do contrato de depósito voluntário é formalidade ad probationem e, não ad solemnitatem, uma vez que o contrato de depósito é não solene.
Afirma Alexandre de Freitas Câmara que a exigência de prova literal do depósito, ou seja, começo de prova escrita, aplica-se ao depósito necessário, o depósito legal. Não seria aplicável ao depósito miserável, com base nos arts. 646 e 648, CC. Assim é imprestável a prova exclusivamente testemunhal, para o depósito necessário e o legal, como resquício lamentável do sistema de prova legal, onde o valor da prova é previamente fixado em lei, não havendo para o julgador liberdade em sua valoração.
Deverá ainda o autor da ação de depósito, requer a citação do réu para que em 05 (cinco) dias, entregar a coisa, depositá-la em juízo, consignar-lhe o equivalente pecuniário ou oferecer contestação.
Antes de abordar a contestação, analisemos cada um dos atos previstos nos incisos do artigo 902 do Código de Processo Civil. Logo no primeiro inciso há a entrega da coisa ao demandante, nesse caso, o demandado estará reconhecendo a procedência do pedido, o que leva o juiz a prolatar sentença de mérito conforme o que dispõe o artigo 269, II do CPC. Atendida a pretensão do demandante resolve-se a questão principal do processo pelo ato da parte, sendo desnecessária sua continuação.
Por outro lado, se o demandado depositar a coisa em juízo, libera-se dos riscos e ônus ocorrentes de ter a coisa sob sua guarda, já que os referidos ônus transferir-se-ão para o depositário judicial designado. Se o réu deposita judicialmente a coisa, sem oferecer a contestação, o depósito equivalerá à entrega, significando novamente um autêntico reconhecimento jurídico do pedido. Finalmente, poderá o réu consignar o equivalente em juízo ao valor da coisaem pecúnia, em face de impossibilidade física ou jurídica da restituição da coisa (que não decorra de caso fortuito ou força maior).
Com a entrega da coisa, tem-se o reconhecimento da procedência do pedido, acarretando a extinção do processo com resolução do mérito (artigo 269, II do CPC). Tendo o réu depositado a coisa em juízo, ou consignado seu equivalente em dinheiro, poderá o demandado oferecer nos cinco dias, sua resposta.
Prevê o artigo 4º. do Decreto-Lei nº 911/69 não sendo encontrado o bem na posse do devedor-fiduciante, é lícito ao credor-fiduciário requerer a conversão da ação de busca e apreensão em ação de depósito. Feito o pedido de conversão em ação de depósito, o réu será citado no prazo legal. Alteração recente extirpou tal previsão, substituindo-a por ação executiva:
Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar na posse do devedor, o credor poderá requerer, nos mesmos autos, a conversão do pedido de busca e apreensão em AÇÃO EXECUTIVA (execução para a entrega de coisa) (art. 4º do DL 911/69, com redação dada pela Lei n.° 13.043/2014).
Caso o credor tenha optado por recorrer à ação executiva serão penhorados, a critério do autor da ação, tantos bens do devedor quantos bastem para assegurar a execução (art. 5º do DL 911/69, com redação dada pela Lei n.° 13.043/2014).
Decorridos os cinco dias, tendo ou não o réu oferecido resposta a ação de depósito, o procedimento se converte em ordinário (artigo 903 CPC). Após a instrução probatória, sendo essa necessária, podendo ocorrer a extinção do processo por força do artigo 329 CPC, e de julgamento imediato do mérito, com base no disposto no artigo 330 do CPC, deverá o juiz exarar a sentença.
Com a procedência da sentença, ex vi do art. 904 do CPC, o magistrado ordenará a expedição de mandado para a entrega, no prazo de 24 horas. Não haverá necessidade de instauração de processo executivo para que se concretize o comando da sentença. Tal sentença é impugnável por meio de apelação com efeito suspensivo, quando então não caberá a execução incontinenti (artigo 904 do CPC).
Expedido o mandado de execução, e cumprida a diligência de intimação do depositário, terá 24 horas para restituição da coisa. A entrega do equivalente pecuniário no lugar da restituição da coisa não é mera faculdade do réu, dado que só poderá fazê-lo subsidiariamente, quando impossível a restituição in natura, sem que tenha ocorrido caso fortuito ou força maior.
Seguem os artigos do CPC:
Art. 901. Esta ação tem por fim exigir a restituição da coisa depositada. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Art. 902. Na petição inicial instruída com a prova literal do depósito e a estimativa do valor da coisa, se não constar do contrato, o autor pedirá a citação do réu para, no prazo de 5 (cinco) dias: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I - entregar a coisa, depositá-la em juízo ou consignar-lhe o equivalente em dinheiro; (Incluído pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
II - contestar a ação.(Incluído pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
§ 1o No pedido poderá constar, ainda, a cominação da pena de prisão até 1 (um) ano, que o juiz decretará na forma do art. 904, parágrafo único. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
§ 2o O réu poderá alegar, além da nulidade ou falsidade do título e da extinção das obrigações, as defesas previstas na lei civil. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Art. 903. Se o réu contestar a ação, observar-se-á o procedimento ordinário.
Art. 904. Julgada procedente a ação, ordenará o juiz a expedição de mandado para a entrega, em 24 (vinte e quatro) horas, da coisa ou do equivalente em dinheiro.
Parágrafo único. Não sendo cumprido o mandado, o juiz decretará a prisão do depositário infiel.
Art. 905. Sem prejuízo do depósito ou da prisão do réu, é lícito ao autor promover a busca e apreensão da coisa. Se esta for encontrada ou entregue voluntariamente pelo réu, cessará a prisão e será devolvido o equivalente em dinheiro.
Art. 906. Quando não receber a coisa ou o equivalente em dinheiro, poderá o autor prosseguir nos próprios autos para haver o que Ihe for reconhecido na sentença, observando-se o procedimento da execução por quantia certa.
****AÇÃO DE ANULAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DE TÍTULOS AO PORTADOR****
Segue o procedimento especial de jurisdição contenciosa previsto pelo CPC, que é infungível (art. 908 e s.) e tem por finalidade "anular o título primitivo, para ser substituído por outro, de forma a possibilitar ao credor o exercício de seu direito de crédito".
Esta ação será utilizada em caso de destruição total da cártula, pois primeiro se fará cessar a eficácia do título para que ele seja substituído por outro. Todavia, há aqui uma imprecisão, pois como se pode falar em anulação de uma coisa que não existe mais, não havendo, portanto, que se questionar sobre sua eficácia ou validade? Isto posto, a ação de que se deve fazer uso é a de substituição pura e simples, não precedida de anulação. Tal ação, contudo, ter-se-ia de submeter ao rito ordinário ou sumaríssimo (se de pequeno valor), pois as regras do CPC não alcançam a hipótese de destruição total.
Em caso de perda por extravio ou desapossamento injusto, é possível a ação de substituição precedida da anulação do título, pois ele está com pessoa indeterminada e não se pode correr o risco de haver circulação paralela de duas cártulas incorporando a mesma obrigação. Todavia, o Código dá ao desapossado a possibilidade de optar pela ação de reivindicação ou de anulação e substituição. 
O autor deverá expor na inicial, além dos requisitos do art. 282, a quantidade, espécie, valor nominal do título e atributos que o individualizem, a época e o lugar em que o adquiriu, as circunstâncias em que o perdeu e quando recebeu os últimos juros e dividendos (art. 908, caput). Requererá, ainda, na inicial (art. 908, incs. I a III):
I) a citação do detentor e, por edital, de terceiros interessados;
O detentor deverá ser citado pessoalmente. Se desconhecido o detentor, sua citação será abrangida pelo edital que cita os terceiros interessados, devendo estes ser obrigatoriamente citados, sob pena de ineficácia da sentença. O litisconsórcio é necessário e unitário.
II) a intimação do devedor para depositar em juízo o capital (valor do título), juros ou dividendos vencidos ou vincendos;
O devedor deve ser entendido como o subscritor ou emissor do título, e sua intimação tem duas finalidades: 1a) citá-lo, para que possa se defender negando a existência do título ou alegando qualquer causa extintiva de sua obrigação; 2a) dar ciência de que o título é objeto de demanda para não ser pago a outrem, que acaso o apresente, o valor que dele consta.
III) a intimação da Bolsa de Valores para conhecimento de seus membros, a fim de que estes não negociem os títulos.
Observe-se que a Bolsa de Valores é intimada quando há alguma ação tramitando acerca de determinado título para que seus membros tomem conhecimento e não negociem tais títulos. Se, apesar da intimação, os membros da Bolsa negociarem estes títulos, serão responsáveis perante os adquirentes, pois negociaram com o que não podiam negociar.
Pressuposto para o desenvolvimento válido do processo, é a justificação satisfatória, por parte do autor, do alegado na inicial, o que se fará por documentos ou testemunhas. Em suma, o processo começa pela justificação do pedido, que tem por fim o não se deferirem a citação e as intimações, perturbando a circulação do título, sem que se tenha base, ao menos superficial da situação (desapossamento injusto, perda ou destruição do título ao portador).
Justificados os fatos, o juiz determina a citação do réu e a intimação do devedor e da Bolsa de Valores. Não justificados os fatos, o juiz indefere a inicial liminarmente, extinguindo o processo sem julgamento do mérito (art. 267, IV). A relação jurídica processual começa com o despacho do juiz, quer ele haja tido como

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